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Fábula XXXIX A Formiga e a Mosca

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A vida de Esopo

A vida de Esopo

WHsecXVII

Entre a Mosca e a Formiga houve grande discussão sobre pontos de honra. Dizia a Mosca:

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— Eu sou nobre, vivo livre, ando por onde quero, como refeições saborosas, sento-me à mesa com o Rei e beijo as mais

formosas damas. Tu, mal-aventurada, andas sempre a trabalhar.

Respondeu a Formiga:

— Tu és uma doida preguiçosa. Se pousas uma vez em prato de bom manjar, mil vezes comes sujidades e imundícies desprezadas por todos; se te pões no rosto da dama ou à mesa com o Rei, não é por sua vontade, mas porque és enfadonha e importuna.

Moral da história

Com esta Fábula aprendamos o pouco que valem homens ociosos e importunos como moscas, que se gabam difamando mulheres e pessoas honradas e contam feitos que nunca lhes aconteceram, desprezando os que como a formiga vivem do seu labor, mas quando veem a ocasião, não fazem nada e ficam afrontados e tidos por cobardes.

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