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Fábula LXV O Lobo e a Raposa
O1574
Um Lobo precavido abasteceu muito bem o seu covil de mantimentos. Passado um tempo, a Raposa foi ter com ele e disse que muito o admirava e que estava ansiosa por vê-lo e servi-lo.
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— Não quero o teu serviço — disse o Lobo —, que a tua intenção não é outra senão roubar-me e comeres-me o que tenho.
A Raposa, vendo-se descoberta, procurou quem matasse o Lobo e tomou posse do seu covil e de quanto nele havia, mas vieram uns caçadores, foi achada pelos cães e feita em pedaços.
Moral da história
Na morte desta Raposa declara-se o fim que merecem os que desejam e procuram a morte de seus parentes para herdar deles. Esses, se chegam a alcançar o que pretendem por meios tão ilícitos, as mais das vezes não o gozam, e muitas o perdem com a vida e honra, porque o mal adquirido, dizem os Latinos, por entre as mãos escorrega.