4 minute read

REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO

Next Article
APRESENTAÇÃO

APRESENTAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

______________________________________________________________________

Advertisement

REFERENCIALTEÓRICO-METODOLÓGICO

Ao estudar a importância da mulher nas locuções de futebol e no jornalismo esportivo em si, percebemos que ainda existe muita resistência por alguns profissionais da área, por conta até do preconceito e machismo que ainda percorre em seu ambiente de trabalho. Dentro desta lógica, Dandara Prado, ressalta em seu artigo "O papel da mulher no telejornalismo esportivo de Sergipe", que anos atrás era difícil de ver a mulher no protagonismo na comunicação esportiva. Segundo a autora, no Brasil, era raro avistar o gênero feminino em jornais esportivos e, quando tinha, o machismo e o olhar negativo pairava nas redações. Na comunicação esportiva ainda existe muito preconceito em relação ao gênero feminino, mas entre o final dos anos 70 e início da década de 80, as coisas foram melhorando aos poucos. Segundo o autor, a mulher não tinha o poder de exercer a profissão de jornalista até o início dos anos 1970, mas pela luta que as mulheres enfrentaram, elas começaram a ganhar seu espaço. Hoje em dia ainda existem muitas dificuldades, mas o número de mulheres nas redações é um reflexo também do interesse do público. Essas mudanças começaram a ser mais visíveis quando a inserção das mulheres foi ganhando destaque, como por exemplo com a chegada de Renata Fan e de Glenda Kozlowski, ambas profissionais da Rede Bandeirantes. Natural da cidade de Santo Ângelo, Rio Grande do Sul, Renata Fan começou na Record TV como assistente do apresentador Milton Neves em 2003. Fan ganhou seu próprio programa alguns anos depois, em 2007, na Bandeirantes. A gaúcha comanda o programa esportivo "Jogo Aberto", diariamente no horário do almoço, há 14 anos, em um estúdio cercado de homens, onde ela mostra que não só o gênero masculino pode entender de futebol. A visão e os comentários sobre as partidas disputadas são de fato de alguém que sabe o que está falando e, não é à toa que a atração está no ar há mais de uma década. Já a apresentadora Glenda Kozlowski apresentadora começou no jornalismo em 1992, convidada pelo jornalista Gilberto Conde para apresentar o programa 360º, do canal Top Sport – que mais tarde se tornaria o SporTV. Após mostrar potencial, a

Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

______________________________________________________________________ amante do surf foi para Rede Globo (1996) para começar apresentar o Esporte Espetacular e depois o Globo Esporte (São Paulo). Ficou responsável nas coberturas das Olimpíadas em Sydney (2000) e Pequim (2008) e da Copa do Mundo na África do Sul (2010).

Quando tratamos da mulher no jornalismo esportivo, é preciso voltar alguns anos. Desde o surgimento dos primeiros cadernos esportivos, das primeiras matérias sobre esportes, No Brasil, era impossibilitado ver mulheres nas redações ou até mesmo escrevendo sobre esportes, e quando havia, o preconceito era giganta a ponto de desconfiar da capacidade de trabalho que a mulher poderia exercer (PRADO, 2017, p. 3).

Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

______________________________________________________________________ O cenário do jornalismo esportivo em relação à figura feminina se modificou muito ao longo dos anos, porém ainda existe uma diferença gritante em relação aos homens. De acordo com Coelho (2003), 10% das mulheres trabalham nos editoriais de esporte pelo país. Se formos comparar com o início do jornalismo, perceberemos que a participação feminina era quase nula e que esse é um bom resultado para as mulheres que como os homens são amantes do esporte. Os jornalistas lidam com situações, com pressões no dia a dia e procuram não se refletirem na realidade, porém ajuda construí-la. “Dessa forma, é do trabalho na enunciação que os jornalistas produzem os discursos, que, submetidos a uma série de operações e pressões sociais, constituem o que o senso comum das redações chama de notícia.” (PENA, 2005, p. 129). Segundo Pena (2005), a teoria do Newsmaking usa a prática de noticiabilidade, e é como se fosse um conjunto de critérios podendo escolher entre fatos e uma quantidade limitada de notícias. (p. 131). Na lógica do Newsmaking, a notícia sempre é produzida como uma rotina industrial, ou seja, ela tem seus próprios procedimentos e um limite organizacional. Se o jornalista for um participante ativo na construção da realidade, ele não tem autonomia em sua prática profissional, mas fica submisso a um planejamento produtivo (PENA, 2005, p. 130). A comunicação esportiva é uma área que historicamente é dominada pelo sexo masculino, mas que no decorrer dos anos, as mulheres vêm gradualmente assumindo postos no cenário esportivo.

Considerando a questão de gênero (objeto deste estudo), o campo do jornalismo configurou-se historicamente como uma atividade profissional ocupada eminentemente por homens. Esta peculiaridade também caracterizou e ainda vem caracterizando inúmeras áreas e círculos sociais, no Brasil e em todo o mundo, e com o jornalismo esportivo não tem sido diferente. Entretanto, nas últimas quatro décadas, as mulheres acabaram por assumir postos e funções a que não tinham acesso anteriormente. No trabalho da comunicação social, esta tendência mantém-se, mas à mulher ainda está impedido o trabalho de comentador desportivo e de locutor de jogos e partidas. Basicamente, mulheres atuam em programas televisivos de esporte como repórteres e apresentadoras de programas de TV (BUENO; MARQUES, 2016, p. 355-356).

This article is from: