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3 REFERENCIALTEÓRICO METODOLÓGICO
Percebe-se, no novo momento, que essa rede social possui potencial para suportar conteúdos de qualidade, educacionais, e pode ser usada por diversos tipos de produtores. É possível filtrar a informação ou existe a opção de receber diversos tipos de temas ao mesmo tempo.
Ao mesmo tempo, novos padrões de propriedade cruzada de meios de comunicação, que surgiram em meados da década de 1980, durante o que agora podemos enxergar como a primeira fase de um longo processo de concentração desses meios, estavam tornando mais desejável às empresas distribuir conteúdo através de vários canais, em vez de uma única plataforma de mídia. A digitalização estabeleceu as condições para a convergência; os conglomerados corporativos criaram seu imperativo (JENKINS, 2014, p. 39). Assim como Jenkins relatou no livro Cultura da Convergência (2006), hoje estamos vivendo em um mundo em que todos os dias surge algo novo em meio a internet, logo, a tecnologia nos auxilia a criar novas redes sociais, aplicativos e sites. Não somente canais de notícias, mas empresas de todos os ramos utilizam esse meio.
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3 REFERENCIALTEÓRICO-METODOLÓGICO
Esta pesquisa se aprofundou na linha de pensamento de Henry Jenkins (2006), avaliando como os meios de comunicação e disseminação de informação têm se diversificado. Novas mídias vêm surgindo, mas não anulam as antigas: complementam-nas. Isso acontece também com a rede social Tiktok, que se tornou popular com vários vídeos viralizados em outras redes sociais. Consequentemente, novos usuários são conquistados, e assim ela vem crescendo com muita força, chamando a atenção também de canais de notícias e informação. Segundo Jenkins (2006), os conteúdos passam pela convergência através das redes e em cada plataforma adotam uma linguagem e um público diferentes. Esta pesquisa procurou saber que tipo de linguagem estão usando nessa rede, com apoio do estudo do autor. Em seu trabalho mais recente, Jenkins (2015) fala sobre a cultura da conexão e a mídia propagável, cujo intuito é transformar e reformular a maneira como enxergamos a mídia. É exatamente isso que esta pesquisa tem como objetivo: expor como o Tiktok, uma nova mídia, vai além do entretenimento e, sim, é uma ferramenta dos novos tempos. É algo que está mais associado aos jovens, e isso é um bom caminho pois a informação e o conteúdo
noticioso podem chegar até eles. No livro, os autores Jekins, Ford & Green (2015, p. 30) usam a palavra propagabilidade ao se referir à viralização, e dizem que o conteúdo viral funciona como um vírus, que se espalha e entra em nossas mentes. Através deste estudo procuramos descobrir se os canais de notícias estão também usando isso para divulgar notícias. Segundo Raquel Recuero (2009), as “redes sociais, comunidades virtuais na internet, conversação e fluxos de informação e capital social no ciberespaço e jornalismo digital.” A internet virou uma sociedade virtual onde as pessoas são diferentes da vida real – a idade, aparência e até os gostos mudam. Recuero (2009, p. 8), em seu artigo “Redes sociais na internet, difusão de informações e jornalismo”, fala que, se não existissem as redes sociais, muitas pessoas não teriam acesso à fama se dependesse somente de TV ou rádio. As redes nos possibilitam conhecer mais pessoas e ter um alcance inimaginável, e com isso vem grandes “viralizações”. Com o Tiktok, pessoas anônimas tornaram-se conhecidas por muitos em um curto período de tempo. Pessoas que estavam em suas casas durante o período de pandemia estão mais famosas do que se tivessem saído de casa e vivido uma vida comum em sociedade. “As redes sociais, enquanto circuladoras de informações, são capazes de gerar mobilizações e conversações que podem ser de interesse jornalístico na medida em que essas discussões refletem anseios dos próprios grupos sociais” (RECUERO, 2009, p. 8).
Durante o período de pandemia, que começou em 2020, pessoas não puderam mais sair de casa para reunir-se. Recuero, portanto, fala nesse artigo sobre espaços públicos mediados, que são ambientes onde pessoas podem se reunir publicamente através da mediação da tecnologia. Trata-se de algo que se tornou comum, pois agora usamos as plataformas para reuniões online, para conter a sede de estar próximo a outras pessoas. Isso nos leva a buscar outros meios digitais. Recuero (2009) também diz que existem várias etapas de comunicação na internet: quando você só deseja ver as publicações; as que você comenta; e por fim aquelas em que você conversa. O Tiktok oferece todas essas opções, sendo um ambiente receptivo a diferentes conteúdos. Eis a razão pela qual grandes jornais estão se adaptando a essa nova rede. Nossa pesquisa utilizou entrevistas com fontes que estão diretamente ligadas a essa rede e esses produtores de conteúdo a fim de delimitar a razão e o modo pelo qual começaram a produzir nessa plataforma, gerando, assim, um relatório sobre o processo. Seguindo esse caminho, ela tornou-se qualitativa e exploratória. Também possui base documental, com análise de vídeos