3 minute read

REFERENCIAL TEÓRICO

podem ser outros fatores positivos para o desenvolvimento do vínculo criado entre emissor e receptor.

O poder que tem o rádio de envolver as pessoas em profundidade se manifesta no uso que os adolescentes fazem do aparelho de rádio, durante seus trabalhos de casa, bem como as pessoas que levam consigo seus transistores, que lhes propiciam um mundo particular próprio em meio às multidões. (MCLUHAN, 2003, p.334)

Advertisement

Além de ser um tema de agrado pessoal do pesquisador em questão, o rádio se faz presente há quase um século no cotidiano brasileiro, e desde então passou por diversas mudanças e adaptações, mas nunca abriu mão de ser uma referência comunicacional. Dessa forma, um estudo aprofundado deste veículo amplia o conhecimento para os fatores que colaboram para que essa longa permanência seja entendida e explorada no presente e futuro da sociedade.

REFERENCIAL TEÓRICO

Ao analisarmos a sociedade, podemos perceber que, com o passar dos anos, os sujeitos se transformam e evoluem em diversos sentidos ou aspectos. Diante disso, Stuart Hall, grande especialista e escritor dos estudos culturais, traz um exemplo do sujeito pós-moderno, que se modifica de acordo com pessoas, costumes e outros fatores.

As pessoas que moram em aldeias pequenas, aparentemente remotas, em países pobres, do "Terceiro Mundo", podem receber, na privacidade de suas casas, as mensagens e imagens das culturas ricas, consumistas, do Ocidente, fornecidas através de aparelhos de TV ou de rádios portáteis, que as prendem à "aldeia global" das novas redes de comunicação. (HALL, 2006,P. 74)

Dentro desta lógica, ao estudarmos o impacto do rádio no cotidiano das pessoas, se torna imprescindível a análise de sua estrutura, ou seja, de que forma o veículo se modificou, como isso ocorreu e em que ponto estamos atualmente. Além de detalhar mais profundamente o cotidiano e o processo de produção dos programas jornalísticos no rádio:

Dos Hertz a medir a potência de transmissão em ondas eletromagnéticas e, há até poucas décadas, exclusivamente analógicas aos bytes da informação digital na informática e nas telecomunicações, o conceito de rádio evoluiu de uma ideia associada à tecnologia para outra baseada na linguagem.(FERRARETO,2014,p.18)

Em simples pesquisa realizada com pessoas 52 da Zona Leste de São Paulo, entre 16 e 35 anos, 82% afirma acreditar nas informações que são transmitidas no veículo, outros44% dos entrevistados afirmam que já compraram ou realizaram algum

serviço que foi anunciado no rádio. Este é um pequeno termômetro do impacto causado pela interação, veículo e ouvinte, que mesmo sem um motivo específico, quase sempre, acreditam e interagem com o rádio por si só. Outra questão importante é relatada na obra de Felipe Pena, Teoria do Jornalismo. Em que o autor apresenta diversas teses presentes no jornalismo, incluindo a Teoria do Newsmaking, que mostra a estrutura da comunicação como a de uma empresa, em que cada ponto é parte de algo maior, uma engrenagem com funções estabelecidas em prol do desenvolvimento de um bem maior, neste caso, um programa jornalístico radiofônico. Esse detalhamento pode esclarecer como as informações são elaboradas desde o acontecimento de um fato, até que o conteúdo seja consumido pelo ouvinte.

Diante da imprevisibilidade dos acontecimentos, as empresas jornalísticas precisam colocar ordem no tempo e no espaço. Para isso, estabelecem determinadas práticas unificadas na produção de notícias. É dessas práticas que se ocupa a teoria do newsmaking (PENA, 2005, p. 130)

Nelson Traquina, em seu livro Teorias do Jornalismo, também evidencia e explica a função dos valores-notícia, ou seja, o que pode ser considerado ou não, uma notícia relevante. “Segundo a metáfora dominante no campo jornalístico, o jornalista é o espelho que reflete a realidade.” (TRAQUINA, 2005, p. 62) Como todo meio comunicacional e midiático, o rádio teve seu processo de evolução e precisou se reinventar para continuar com protagonismo no cotidiano da sociedade. A tecnologia trouxe diversas formas de interação com o ouvinte, o que torna o veículo cada vez mais parte presente na vida de quem o utiliza.

Hoje em dia, o rádio está presente não só em aparelhos convencionais, mas em celulares, MP3, MP4, tablets, etc., o que o torna, às vezes, mais presente e mais discreto ao mesmo tempo. Dos transistores, que permitiram a miniaturização do rádio e sua consequente mobilidade, chegamos ao extremo da individualização pelo rádio, acompanhante inseparável de seus ouvintes. (NEUBERGER, 2012, p.81)

Com foco no objeto de estudo, programa Manhã Bandeirantes, pode-se observar o Newsmaking e os Estudos Culturais na forma como cada informação é emitida ao público, seja em entrevistas, passagem de repórter e outros. Além disso, a recepção do público, que ao ser informado de algum fato, interage, concorda, discorda e/ou opina. Como reafirmam autores como Daniel Gambaro, que defende a tese que os ouvintes

This article is from: