Maré de Notícias #42

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Rosilene Miliotti

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junho de 2013 - Maré, Rio de Janeiro -

Educação em debate

Maré Pré-UPP Chaveiros relatam demanda

em dias de incursão. Pág. 10

Professores, diretores de escola, coordenadores pedagógicos, profissionais da área, além de moradores e demais interessados participaram do III Seminário de Educação da Maré: Compartilhando Saberes e Vivências, em fins de maio. O objetivo comum dos participantes é contribuir para a valorização das escolas públicas locais. O próximo passo será atrair o interesse de mais professores para ampliar este debate. Pág. 8 e 9

Seus direitos

Nesta edição, Direitos das Mulheres. Pág. 6

Sexo?

Só com proteção! Pág. 7

Reprodução

Festa de bolinhas A última a chegar Sabe a música do Chico Buarque: “Estava à toa na vida, meu amor me chamou, para ver a banda passar”? Pois é o que acontece com a criançada quando passa pela rua o João da Bolinha. “Tem bolinha de sabão que entra pelas janelas das casas e já chama a atenção das crianças. Quando passo pelas ruas é uma correria”, conta, satisfeito, Seu João. Pág. 3

Lançamento

Centro de Artes e a volta da Lona! Pág. 15

Rosilene Miliotti

igues / foto AF Rodr Reprodução

Livro sobre saídas do tráfico Pág. 13

D. Maria Luiza, hoje aos 78 anos, construiu o último barraco do Parque Maré nos anos 1960, depois de ter passado por outras cidades, onde até escrava foi. Ela é uma das moradoras que conta a história de sua comunidade no livro sobre memória da Maré, a ser lançado pela Redes. Pág. 4 e 5

Fabíola Loureiro

MorgueFile

distribuição gratuita

Elisângela Leite

Ano IV, No


EDI Moacyr de Góes contesta informações

Vidas em movimento Esta edição está bem representativa da Maré, ao mostrar aspectos diversificados do nosso cotidiano. Somos assim: lutamos por educação de qualidade, brincamos nas ruas com as bolinhas de sabão do Seu João e ouvimos com prazer a história da comunidade contada pelos próprios moradores. Debatemos direito à segurança pública, problematizamos as UPPs, mas também nos divertimos em festas e eventos ouvindo rock, samba, funk. A Maré é vida – muita vida. É isso que o Maré de Notícias tenta passar, ao mostrar moradores e trabalhadores em situações distintas, que ilustram o rico cotidiano local. Sobre UPP, convidamos a todos para acompanhar também o facebook (/ redesdamare) e o site da Redes (www. redesdamare.org.br), onde temos postado reportagens e artigos sobre a chamada pacificação e as consequências das incursões policiais que vem ocorrendo neste primeiro semestre. Uma das últimas tirou a vida do mototaxista Bruno Silva da Cunha, de 27 anos, durante uma operação feita por um blindado (caveirão) que estacionou na Rua Principal e atirava em quem passasse pela rua, principalmente nos motoqueiros. Leia no site na aba “Maré Pré-UPP” e ajude a denunciar os abusos.

Na ed. nº 41, há um Box “Ações afetam pais e alunos” (pág. 10), cujo conteúdo está bastante equivocado. Logo no primeiro parágrafo, afirma-se que o Espaço de Desenvolvimento Infantil Professor Moacyr de Góes, do qual somos gestoras, permaneceu fechado e sem aulas durante duas semanas em abril. Esta informação é completamente equivocada. Por orientação da Secretaria Municipal de Educação, nossa unidade escolar não teve atendimento somente nos dias 18 e 19 de abril. O que se seguiu a estes dias foram fim de semana (dias 20 e 21), ponto facultativo (22) e feriado de São Jorge (23). Retornamos

nossas atividades no dia 24 de abril, como todas as outras unidades escolares da rede municipal. (...) Enfrentamos sim dificuldades em lotar nosso quadro de funcionários, em virtude dos inúmeros conflitos ocorridos nos últimos meses. No entanto, todos os funcionários aqui lotados são assíduos, pontuais e comprometidos. Mesmo com todos os riscos enfrentados nos dias de operação policial, nossa equipe comparece e cumpre seu papel. Samantha Lobo (diretora geral) e Cátia Arruda (diretora adjunta) - EDI Moacyr de Góes

Resposta da Redação: Pedimos desculpas se a reportagem deixou transparecer um tom de crítica aos profissionais lotados no EDI Moacyr de Góes. De modo algum era esta a intenção. Relendo a matéria, entendemos que as duas entrevistadas explicaram o transtorno de mães que trabalham fora e precisam encontrar alternativas para os dias sem aula. Relataram ainda a falta de pessoal na parte da tarde. No tocante à quantidade de dias, verificamos terem sido outros três sem aula, dois deles (dias 18 e 19) por determinação da Secretaria devido às incursões e um previamente agendado para Centro de Estudos (dia 17). Uma das mães, ouvida novamente na primeira semana de junho, disse que até aquele dia

sua filha estava tendo atividade apenas até o meio dia, quando o horário normal de funcionamento do EDI é até as 16h. De qualquer forma, pedimos desculpas pois não é intenção do jornal criticar uma unidade escolar, em particular; e sim trazer informações sobre o transtorno vivido pelos moradores em função das operações, o que, inclusive, é admitido pela Coordenadoria Regional de Educação (leia nesta edição, na pág. 8 e 9). Em outras reportagens, buscamos ouvir professores, compreendendo a dificuldade vivida por todos nos últimos meses. Gostaríamos de nos solidarizar e juntar esforços. Por isso, pedimos sinceras desculpas por não termos deixado isso claro.

Agora você pode baixar todas as edições do Maré de Notícias no site da Redes: www. redesdamare.org.br. Clique na imagem do jornal na página principal do site e veja mais abaixo as capas de todos os números! Boa leitura!

Boa leitura. Expediente

Associação dos Moradores e Amigos do Conjunto Esperança

Biblioteca Comunitária Nélida Piñon Centro de Referência de Mulheres da Maré - Carminha Rosa

Instituição Proponente

Associação de Moradores do Conjunto Marcílio Dias

Diretoria

Associação de Moradores do Conjunto Pinheiros

Conjunto Habitacional Nova Maré

Associação de Moradores do Morro do Timbau

Conselho de Moradores da Vila dos Pinheiros

Associação de Moradores do Parque Ecológico

Luta pela Paz

Redes de Desenvolvimento da Maré Andréia Martins Eblin Joseph Farage (Licenciada) Eliana Sousa Silva Edson Diniz Nóbrega Júnior Helena Edir Patrícia Sales Vianna

Coordenação de Comunicação Silvia Noronha

Instituição Parceira

Observatório de Favelas

Apoio

Ação Comunitária do Brasil Administração do Piscinão de Ramos Associação Comunitária Roquete Pinto Associação de Moradores e Amigos do Conjunto Bento Ribeiro Dantas

Associação de Moradores do Parque Habitacional da Praia de Ramos Associação de Moradores do Parque Maré Associação de Moradores do Parque Rubens Vaz Associação de Moradores do Parque União Associação de Moradores da Vila do João Associação Pró-Desenvolvimento da Comunidade de Nova Holanda

Conexão G

União de Defesa e Melhoramentos do Parque Proletário da Baixa do Sapateiro União Esportiva Vila Olímpica da Maré

Editora executiva e jornalista responsável Silvia Noronha (Mtb – 14.786/RJ)

Repórteres e redatores

Aramis Assis Hélio Euclides (Mtb – 29919/RJ)

Rosilene Miliotti Fabíola Loureiro (Estagiária) Mauricio Miranda (Estagiário)

Fotógrafa

Elisângela Leite

Projeto gráfico e diagramação Pablo Ramos

Logotipo

Monica Soffiatti

Colaboradores

Anabela Paiva André de Lucena Aydano André Mota Flávia Oliveira Thais Herdy / Anistia Internacional

Coord. de distribuição Givanildo Nascimento

Impressão

Gráfica Jornal do Commércio

Tiragem

40.000 exemplares

Leia nosso Maré na internet e baixe o PDF: www.redesdamare.org.br

Redes de Desenvolvimento da Maré Rua Sargento Silva Nunes, 1012, Nova Holanda / Maré CEP: 21044-242 (21) 3104.3276 (21)3105.5531 www.redesdamare.org.br comunicacao@redesdamare.org.br Os artigos assinados não representam a opinião do jornal.

Parceiros:

O homem das bolinhas de sabão

João Inácio Martins, mais conhecido com João da Bolinha, sobrevive de uma atividade muito diferente: é vendedor do brinquedo caseiro que faz bolinhas de sabão. Ele veio de Pernambuco, onde Quando ele passa, a criançada sai atrás e já vendia o material, e na Maré continuou o festa de bolinhas de sabão trabalho. O vendedor cria o brinquedo em casa e sai pelas ruas alegrando a garoTu d o tada. “Até os adultos sentem um prazer Hélio Euclides começou quando em fazer as bolinhas. Eles se tornam Rosilene Miliotti o filho de João veio ao Rio crianças, lembram da infância”, de Janeiro e aprendeu a técnica. relata o personagem. Quando voltou à terra natal, ensinou ao pai, que deu início à produção do brinquedo ainda no Nordeste. João da Bolinha conta que começou a vender na Maré na época do Plano Real, em 1994, mas que antes já tinha trabalhado em creche e com ferro velho. “No “A s tempo ganhava dinheiro, pois surgia muito minhas bolas cofre nos ferros velhos. Mas também perdi de sabão são maiores do muito dinheiro com jogo de relancinho que as feitas pelos industriais (jogo de cartas)”, relembra. Hoje, e ainda gasto pouco. Quanto aos 76 anos, ele está maior o brinquedo, maior a bolinha. aposentado. Vendo o brinquedo com um copinho de sabão por R$ 1”, detalha. Contudo, ele não ensina a fórmula de fazer o divertimento a ninguém. Afinal, a qualidade de seu produto é o diferencial que atrai a criançada. Pa r a João, um bom dia para as vendas é domingo. Uma vez, ele chegou a conseguir R$ 60. Ele consegue uma renda extra quando é contratado para trabalhar em festinha. Nesse caso são R$ 30 por duas horas, tempo em que fica fazendo as bolinhas e ainda vende os brinquedos. A sua rota de venda vai do Parque União Mas até a Vila do João. Por onde até os dias chupassa as pessoas já o reconhevosos são marcantes. cem como o vendedor das bolinhas. Certa vez, na Vila do Pinheiro, “Tem bolinha que entra pelas janelas caiu uma chuva forte e não dava das casas e já chama a atenção das para vender, mas uma moradora lhe crianças. Quando passo pelas ruas é deu uma capa de chuva. Isso, conta uma correria. Sinto-me bem fazenele, o emocionou. Por onde passa as do esse trabalho, em especial pessoas o recebem de braços abertos, quando está sol e fica tudo e são comuns os agrados. “Nas micolorido”, conta. nhas andanças consigo amizade das crianças e dos pais”, revela ele, feliz da vida.

3 PERFIL

CARTA

Editorial

a rua vira uma

Maré de Notícias No 42 - junho / 2013

Maré de Notícias No 42 - junho / 2013

EDITORIAL

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“Quando passo pelas ruas é uma correria. Sinto-me bem fazendo esse trabalho”


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Moradora conta vários episódios vividos por ela, até mesmo do tapa que levou do então marido. Ela revidou bravamente, mas acabou passando uns dias na cadeia

Fabíola Loureiro

Maria Luiza nos dias de hoje, folheando o álbum de fotos

Fabíola Loureiro

Maria Luiza Souza da Silva, de 78 anos, nasceu no Espírito Santo e veio para o Rio de Janeiro com dois anos de idade, indo morar em Pureza, distrito de São Fidélis, no norte do estado. A capixaba conta que já adulta morou um tempo em Manguinhos com o marido, Realino Lucas, e na década de 1960 mudou-se para a Maré. “Quando cheguei aqui, logo comecei a trabalhar como empregada em casa de família para ajudar na renda mensal. Aqui não tinha casa de tijolos, apenas barracos de madeira, uns maiores e outros menores, mas tinha bastante morador”.

undo marido, Maria Luiza e Antônio, seu seg dois momentos: com quem teve sete filhos, em amento (à direita) mais novos (acima) e no cas

Quem organizava a favela nessa época era o mineiro Manuel Virgílio, líder da Associação do Parque Maré, conhecido como Manuel da Foice por sempre estar com uma foice amarrada na cintura. Ele liberou um espaço para o casal construir um barraco de madeira. Segundo Maria Luiza, este barraco foi o último a ser erguido, pois logo em seguida começou a construção da Nova Holanda. Um episódio marcante na vida de Maria Luiza foi quando seu marido lhe deu um tapa no rosto e ela revidou, fazendo-lhe um pequeno corte com um canivete. Seu Realino foi para o hospital

“Tinha uma bica na Teixeira Ribeiro aonde todos os moradores iam com a lata para encher de água. Lembro que fui a primeira a receber a água (encanada). Foi num dia de sábado de Aleluia”

Maria Luiza com o segundo marido, Antônio, os filhos e familiares

e ela passou oito dias presa. Depois disso eles se separaram, o marido vendeu o barraco e foi embora levando seus dois filhos juntos. Passado algum tempo, Maria conheceu Antônio Pereira da Silva, que era cunhado de uma vizinha sua. Com ele teve sete filhos e se casou depois de estarem 24 anos juntos. Após o casamento ficaram mais oito anos juntos até Antônio falecer, em 1997. “Entre mortos e feridos, tive quase uns vinte filhos”, conta.

Mudança no nome Outra história curiosa é que, ao nascer, Maria Luiza, na verdade, recebeu o nome de Cionilia,

escolhido por sua mãe. Porém, ao crescer, ela não gostava desse nome porque as pessoas não conseguiam falar corretamente. Aos 8 anos, Maria Luiza perdeu sua mãe e conta que foi trabalhar como escrava numa fazenda em Campos dos Goytacazes, no norte do estado do Rio. Ela lavou louça e limpou o chão em troca de comida durante cinco anos, até conseguir fugir, recebendo abrigo na casa de um casal italiano. Já adolescente, gostava de sair para pescar com as amigas: “Na roça minha vida era pescar. Eu adorava e só pescava peixe grande!”. Como não tinha sido registrada quando criança, foi preciso

preparar a documentação para poder se casar com Antônio. Assim, ela teve a oportunidade de sugerir o nome que gostaria de ser chamada: Maria Luiza. Há 53 anos na Maré, ela conta que, ao chegar aqui, encontrou o problema da falta d’água. Somente na década de 1980 é que a água encanada chegou para todos. “Tinha uma bica na Teixeira Ribeiro aonde todos os moradores iam com a lata para encher de água. O presidente da associação responsável por providenciar isso foi o Manolo. Ele foi de casa em casa saber quem queria ter água encanada. Lembro que fui a primeira a receber a

água. Foi num dia de sábado de Aleluia”, lembra, orgulhosa. Maria Luiza é uma das entrevistadas pelo Núcleo Memória e Identidade da Maré (Numim), projeto da Redes que lançará em breve o segundo volume da Série Tecendo Redes de Histórias e Memórias da Maré. O primeiro foi sobre a Nova Holanda. Este será sobre o Parque Maré e sobre o Morro do Timbau. Um dos princípios do projeto é valorizar a história da comunidade a partir da vivência dos moradores (para saber a data do lançamento, acompanhe o facebook da Redes: /redesdamare ou o site: www.redesdamare.org.br).

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Nossa História

O último barraco construído no Parque Maré

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NOSSA HISTÓRIA

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SEXO

Direitos das Mulheres

A Equipe Social, desde sua origem na Redes, vem debatendo a questão de gênero, que possui uma demanda específica nos Grupos de Pais, onde a presença do público feminino é predominante. O Grupo de Pais é realizado em algumas escolas do bairro, onde acontece o Programa Criança Petrobras na Maré, e propõe a possibilidade de que pais e responsáveis cobrem, decidam, criem e acessem seus direitos, exerçam a cidadania e deem movimento a uma participação ativa no bairro. Ressaltamos que no desenvolvimento do Grupo de Pais, o trabalho com as famílias vai além das ações que possam transformar o universo escolar. O grupo tenta influir no processo de formação e consciência crítica. Assim, enfatiza discussões sobre aspectos que afetam a coletividade (educação, política, cultura, saúde, direitos humanos, entre outros) e também a criação de formas de organização, participação e mobilização. Para a busca pela garantia dos direitos das mulheres, em específico, listamos alguns lugares de referência: Conselho dos Direitos da Mulher RJ (Cedim): Rua Camerino, 51. Gamboa - Centro. Tel: (21) 2334-9513 / 2334-9508 Centro de Referência de Mulheres da Maré Carminha Rosa: Rua 17 s/nº. Vila do João - Maré. Tel: (21) 3104-9896 Delegacia de Atendimento a Mulher (Deam): Rua Visconde do Rio Branco, nº 12 – Centro. Tel (21) 2332-9994 VI Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher: Juiz titular: Alberto Fraga. Rua Filomena Nunes, 1071 Sala 106 Olaria - Fórum Regional da Leopoldina. Tel: (21) 3626-4000 / E-mail: leo06jvdfm@tjrj.jus.br Núcleo de Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem): Rua México, nº 168, 3º Andar - Centro. Tel: (21) 2332-6371 / E-mail: nudem@spge.rj.gov.br

Há ainda os serviços abaixo para buscar orientações em caso de violência: Disque Mulher: (21) 2332-8249 Disque SOS Mulher: (Alerj) - 08002820119 Central de Atendimento à Mulher: Ligue 180

Nas situações em que a menina ou mulher sofrer violência sexual, ela pode ser atendida em um hospital de emergência. Há, no entanto, algumas instituições de referência em caso, por exemplo, da necessidade de realização de aborto, quando este for permitido por lei. Para este tipo de atendimento, o Hospital Maternidade Fernando Magalhães pode ser procurado: R. General José Cristino, 87 - São Cristóvão. Tel: (21) 3878-2327. Algumas mulheres são vítimas de violência doméstica e têm suas vidas ameaçadas. Em todo o Brasil há abrigos que acolhem estas mulheres. No entanto, o endereço e telefone dos mesmos não são divulgados, como forma de proteger estas mulheres e mantê-las em segurança. Caso avalie que você ou alguém que você conheça precisa ser acolhida em um destes abrigos, o Disque 180 é um dos canais onde se pode falar a este respeito e receber orientações, além dos Centros de Referência de Atendimento às Mulheres, como o CRMM, na Vila do João.

Desenvolvido pelo Conexão G em parceria com o Ministério da Saúde, o projeto “Afirmando vozes e identidade” visa a reeducação da prática sexual com proteção

só co m pr ot eç ão Rosilene Miliotti

Os jovens têm se preocupado cada vez menos em usar camisinha na primeira relação sexual, principalmente os homossexuais. Muitos admitem que a primeira relação foi sem preservativo. Pensando nisso, o Ministério da Saúde importou dos Estados Unidos a metodologia “Muitos homens, muitas vozes”, uma intervenção em resposta a crescente contaminação de adolescentes homossexuais no Brasil. Na Maré, a metodologia ganhou o nome de “Afirmando Vozes e Identidade”, que tem como foco homens, negros, gays, bissexuais, maiores de 18 anos e moradores de favela. Uma das metas do projeto é que todos os participantes façam o teste de HIV.

Os Centros de Referência Especializado da Assistência Social (Creas) também devem estar preparados para identificar e acolher casos de violência contra as mulheres e realizar os devidos encaminhamentos. Os moradores da Maré são atendidos pelo Creas Stella Maris. Estrada dos Maracajás, nº 973 - Ilha do Governador. Tel: 3975-5478.

Segundo Lima, facilitador do projeto na Maré, uma das hipóteses para o aumento da propagação do HIV é que hoje as pessoas sabem que terão mais acesso aos medicamentos, o que muitas vezes as deixa despreocupadas. Com isso, elas mantêm uma vida sexual ativa sem proteção. “As pessoas não conhecem bem as formas de contaminação, nem os efeitos colaterais tanto dos remédios quanto da ação do vírus no organismo e abrem mão do uso do preservativo”, lamenta ele, que é vice-presidente do Conexão G, ONG que atua no campo dos direitos da população LGBT na Maré e desenvolve o projeto aqui na favela. Homofobia, racismo e situação de vulnerabilidade das doenças sexualmente transmissíveis (DST) são temas trabalhados nos grupos durante sete encontros, nos quais os participantes têm uma visão de como as demais DSTs aumentam o risco de contaminação pelo HIV. Mas o desafio é discutir a questão racial,

pois o projeto é voltado para negros. “Nos Estados Unidos, a comunidade negra tem seus próprios bairros e a população gay se incorpora nessas divisões de território. No Brasil, questões de raça e etnia não são claras e os moradores de favelas têm dificuldade de incorporar a negritude como identidade”, ressalta Mauro.

Não esqueça a camisinha: - Tenha camisinhas ao lado da cama. - Leve camisinhas com você. - Se for sair de carro, coloque algumas camisinhas no porta-luvas, mas ao sair não esqueça de tirar para que não fiquem expostas ao calor. - Evite beber demais. Mais informações e inscrição para as próximas turmas: debibrasil.conexaog@gmail.com facebook.com/conexaog Tel: 6972-4441

“As pessoas não conhecem bem as formas de contaminação, nem os efeitos colaterais tanto dos remédios quanto da ação do vírus no organismo e abrem mão do uso do preservativo”

DIVERSIDADE

Terceiro tema:

: r a m ir f a is a m e d é a Nunc

SEUS DIREITOS O mundo é nosso e o direito é de todos!

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Coluna especial

Reprodução

Maré de Notícias No 42 - junho / 2013

SEUS DIREITOS

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Aramis Assis

O seminário, que ocorre desde 2009, vem contribuindo para a ampliação de debates necessários para a construção do enfrentamento, de maneira partilhada, dos desafios presentes na nossa realidade educacional. Julia Ventura, uma das coordenadoras gerais do Programa Criança Petrobras na Maré (PCP Maré), que promoveu o evento, ressaltou como aspecto positivo a qualidade dos debates e o envolvimento dos participantes. “O seminário deixou claro que existe um forte potencial reflexivo e de ação entre os profissionais de educação atuantes na Maré. Este é um potencial que precisa ser constantemente incentivado e aproveitado, diante do desafio de construir uma educação pública de qualidade na região. Por isso, para as próximas edições do evento, precisamos

“Apesar de todas as dificuldades na Maré temos professores e alunos potentes, temos que aprender com o outro a construir práticas de reflexões cotidianas sobre o que é a alfabetização”

A troca de experiências e o contato entre os atores educacionais foram os aspectos mais valorizados pelos participantes, para que se possa construir uma escola preparada a pensar a educação, seus alunos, suas famílias e sua vizinhança – uma escola que pense o coletivo e o aluno como sujeito de sua história. Muitos dos presentes defenderam a continuidade de encontros que gerem novas possibilidades de ações e discussões, para que cada vez mais profissionais sejam envolvidos, juntamente com o apoio da IV CRE.

Educação

Julia Ventura

Janete Trajano

estabelecer estratégias que tornem possível a participação de um maior número de professores, num contínuo desenvolvimento deste processo da mobilização coletiva destes atores”, avaliou Julia. A programação contou com diversos profissionais convidados, entre eles Ana Maria Cavaliere (UFRJ) e Marcelo Burgos (PUC-Rio). Ana ampliou a concepção da educação integral ao explicar a sua não relação, necessariamente, com o tempo integral, já que o real significado desse termo está no preparo do aluno para todas as experiências socioculturais da vida.

Os professores Waldinéia, Edson Diniz e Janete Trajano

O seminário contou ainda com apresentações culturais, com o espetáculo Tempo Vago, da Cia de Teatro Balões, e do Marefestação, do PCP Maré. Professor há apenas três meses na Maré, pelo projeto Educação pela Paz, Maxwill Braga disse ter se sentido motivado com a apresentação do Tempo Vago, que expôs as frustrações dos alunos dentro de sala de aula. “O aluno deve ter espaço para construir a aula junto com o professor”, defendeu ele.

“O seminário deixou claro que existe um forte potencial reflexivo e de ação entre os profissionais de educação atuantes na Maré. Este é um potencial que precisa ser constantemente incentivado e aproveitados”

Eduardo Fernandes, coordenador da IV Coordenadoria Regional de Educação, (CRE), da Secretaria Municipal de Educação(SME), participou da abertura do seminário e falou sobre o problema de segurança pública nas escolas locais, que têm sofrido com a falta de aulas e incursões policiais abusivas devido às operações PréUPP. Eduardo afirmou que a CRE interfere

Livro “Vivências Educativas na Maré” O livro “Vivências Educativas na Maré: Desafios e Possibilidade”, editado pelo PCP e lançado durante o seminário, também foi tema de debate. As educadoras Janete Trajano (Ciep Min. Gustavo Capanema), Waldinéia Teles Pereira (Ciep Min. Gustavo Capanema) e Regina Albuquerque (Ciep Pres. Samora Machel) apresentaram seus artigos publicados na obra. A publicação dá visibilidade às práticas e vivências pedagógicas na Maré, com o objetivo de promover uma reflexão sobre o papel do professor na construção de uma educação pública de qualidade. Novas perspectivas sobre o universo do aluno e suas potencialidades a serem trabalhadas são assuntos tratados nos artigos do livro, bem como a complexidade, os desafios e encantos de ser profissional da educação na Maré, como enfatiza Janete Trajano: “Apesar de todas as dificuldades na Maré temos professores e alunos potentes, temos que aprender com o outro a construir práticas de reflexões cotidianas sobre o que é a alfabetização”, ressaltou.

Baixe gratuitamente o pdf do livro “Vivências Educativas na Maré: Desafios e Possibilidade” no site da Redes: www.redesdamare.org.br

Reprodução

Debates sobre qualidade do ensino, educação integral, segurança pública, além de muita troca de experiências, marcaram o III Seminário de Educação da Maré: Compartilhando Saberes e Vivências, que aconteceu em 25 de maio, no Campus da UFRJ (Ilha do Fundão). O evento reuniu professores, diretores, coordenadores pedagógicos, profissionais da área de educação, além de moradores e demais interessados. O objetivo comum dos 130 participantes é contribuir para a valorização da escola pública no conjunto de favelas da Maré.

RosileneMiliotti

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Seminário de Educação na Maré contribuiu para ampliar o debate pela valorização da escola pública nas 16 comunidades locais

quando as incursões policiais atrapalham o andamento das escolas. “Foi pedido para que as operações não acontecessem nas escolas ou pelo menos não no horário de aula. A polícia disse que atenderia nosso pedido e realmente durante um período não aconteceu, mas depois as operações voltaram a acontecer nas escolas e reincidiu a parada do caveirão na porta delas”, explicou.

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Troca de vivências

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Elisângela Leite

EDUCAÇÃO

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O lado A e o lado B da UPP Você sabe quem trabalha mais após as operações policiais? Entrevistamos chaveiros da Maré, que contam suas experiências Mauricio Miranda

Uma demanda indesejada. Um serviço se transformou frequente nos últimos meses. Com as constantes incursões na Maré, moradores da região sofrem com suas portas e fechaduras danificadas, por causa das chaves mestras (chaves que abrem todos os tipos de portas) usadas pelos policiais para a abertura de casas. Na verdade, essa prática ocorre há anos quando os policiais

desejam abrir uma casa, mesmo sem mandado judicial para isso, e seus moradores não estão no momento da ação. No último mês de maio, ao menos quatro residências da Nova Holanda tiveram prejuízos materiais e portas quebradas. Devido a essas operações, os chaveiros estão sendo bastante acionados. Conversamos com dois profissionais que contaram suas experiências. Em média, os chaveiros contam que são chamados entre cinco e sete casas nos dias de incursão da polícia. Um deles, que preferiu não

se identificar, explica os danos gerados. “Por causa do arrombamento, algumas peças da fechadura se quebram. Nesse caso, é necessária apenas a troca do miolo da fechadura”, explica. Na Maré, o miolo custa entre R$ 25 e R$ 40, mas o gasto pode ser mais elevado. “Dependendo da força utilizada na ação, o prejuízo pode ficar maior, porque se a porta fica empenada, o morador deve trocála. Se isso acontecer, o cliente vai ter que comprar uma porta nova no serralheiro e o gasto é entre R$ 300 e R$ 400”, conta o chaveiro.

De portas abertas Aos chaveiros, os moradores contam sobre os furtos que sofrem; alguns preferem nem sair de casa temendo os prejuízos em dia de operação policial. Outro profissional, que também pediu para não ser identificado, afirma que muitos moradores não têm recursos para consertar as portas e precisam deixar suas residências abertas. “Os moradores não têm condições de comprar um miolo, mas fazem por causa do abuso de autoridade. Conheço moradores que acabam ficando com as casas abertas, sem porta, porque eles não têm dinheiro para pagar o serviço”, lamenta. Além das situações vistas na casa dos clientes, os chaveiros também sofrem com a falta de segurança. “Trabalhar aqui é meio imprevisível. A insegurança é total. No meu trabalho eu fico exposto na rua. A polícia entra e você não sabe o que vai acontecer”, revela um dos chaveiros.

MorgueFile

Divulgação

Despesa indesejada

Pesquisador da Uerj avalia os aspectos positivos das UPPs e os muitos desafios existentes

“A polícia nas UPPs não faz mais operações nos moldes tradicionais, tanto é que, de todas as ocorrências, a que mais cai é justamente a morte por intervenção policial”

Thais Herdy / Anistia Internacional

O coordenador do Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e (LAV-Uerj), Ignacio Cano, tem uma ampla visão do processo de instalação das UPPs. Ao liderar a pesquisa “Os donos do morro: uma avaliação exploratória do impacto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio de Janeiro”, ele teve acesso aos índices que determinam sucessos e dificuldades, desafios e possibilidades, do que ele chama de “projeto” das UPPs. Para ele, o sucesso global do projeto passa pela transformação das políticas de segurança, saindo da visão de que estamos em uma “guerra” para uma visão da polícia como prestadora de serviços.

11 Maré Pré-UPP

ENTREVISTA

Maré de Notícias: Gostaria que o senhor destacasse os principais pontos do estudo? Ignacio Cano: Um fator a se destacar é que há uma redução muito importante no número de homicídios nas áreas onde as UPPs foram instaladas. Houve uma diminuição drástica das mortes violentas, uma redução dos roubos e um aumento dos registros de crimes não letais, como ameaças, lesões, estupros, desaparecimentos etc. Maré: E a que são atribuídos esses resultados? Ignacio: A diminuição das mortes a gente atribui ao fim da disputa pelo território. A própria polícia não faz mais operações nos moldes tradicionais, tanto é que, de todas as ocorrências, a que mais cai é justamente a morte por intervenção policial. O aumento do registro de outros crimes é atribuído a

Maré de Notícias No 42 - junho / 2013

Maré de Notícias No 42 - junho / 2013

MARÉ PRÉ-UPP

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Ignacio: Quando você avalia o projeto das UPPs em seu conjunto, você obviamente verifica muitos desafios a serem superados. O sucesso global do projeto passa por dois elementos: um é a possibilidade de transformar as políticas de segurança, mudar a tradição de “guerra ao crime” e “guerra ao tráfico” para uma política de polícia como serviço. É um desafio muito grande.

Maré: E a relação da polícia com os moradores?

A outra possibilidade, e é uma recomendação que fazemos em nosso relatório, é de que as próximas UPPs sejam criadas em áreas com alta letalidade. Mas não foi isso que aconteceu. As áreas mais violentas do

Ignacio: Nós detectamos que a relação entre polícia e comunidade em geral melhora com a instalação da UPP, mas há muita diferença entre uma e outra, não é linear. Em algumas UPPs a relação é boa, em muitas há certa distância

A saída do labirinto

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Livro questiona a ideia de que uma vez no tráfico, para sempre no tráfico e introduz um aspecto otimista num cenário em geral pessimista “Temos pouca produção sobre o que pode levar à saída (do crime). Assim instaura-se um ciclo perverso em que muitos meninos e meninas sofrem o descrédito da sociedade e também de si mesmos ao assumirem a perspectiva de que realmente não existem saídas para este labirinto”

Maré: E por que, em sua avaliação, a polícia continua agindo desta maneira? Ignacio: Existem setores dentro e fora da corporação que ainda acreditam que policiamento se faz trocando tiros, que tem que fortalecer a guerra contra o tráfico, contra o crime. Mudar isso é difícil. Os policiais em geral acham que o policiamento comunitário não é policiamento de verdade. Há resistência no mundo inteiro, muito mais aqui que nós temos esse histórico da polícia voltada para a guerra. A UPP ainda é um projeto de fora para dentro e de cima para baixo, e os moradores não sentem, com toda razão, que a UPP seja a polícia que eles desejam.

“O que mais me surpreendeu no estudo foi ver como a atuação de profissionais no atendimento direto desses meninos é capaz de mobilizá-los em direção à saída. O resultado mudou minha opinião a respeito da vida que esses meninos levam”

Jovens não são “casos perdidos” Andréa explica que estudos e ações voltadas para a criação de alternativas para aqueles que desejam abandonar essa atividade necessitam ainda de maior investimento. Segundo ela, é mais fácil encontrar estudos e pesquisas que se debruçam sobre os motivos que levam à entrada no tráfico, sobre o perfil e as práticas desses jovens, numa linha que prioriza as ações de prevenção. “Nesse aspecto o livro é inovador. Quando nos deparamos com a situação de quem já se encontra envolvido, o cenário é outro. Temos pouca produção sobre o que pode levar à saída. O resultado disso fortalece a ideia de que uma vez no tráfico, para sempre no tráfico. Assim instaura-se um ciclo perverso em que muitos meninos e meninas sofrem o descrédito da sociedade e também de si mesmos ao assumirem a perspectiva de que realmente não existem saídas para este labirinto”, lamenta. Para a psicóloga, o objetivo do livro é ampliar o debate e as visões existentes. “O que mais me surpreendeu no estudo foi ver como a atuação de profissionais no atendimento direto desses meninos é capaz de mobilizá-los em direção à saída. O resultado final mudou minha opinião a respeito da vida que esses meninos levam. São meninos e meninas, jovens, com sonhos e projetos como qualquer outro da mesma idade. A grande diferença é que ‘usam’ a violência como expressão principal e detêm um poder das armas e da intimidação que os fazem nem culpados pela violência urbana que vivemos, nem coitados pela situação em que se encontram. Na verdade, são responsáveis e vítimas num sentido e agressores em outro”, conclui.

Rosilene Miliotti

O livro “Labirintos do tráfico: vidas, práticas e intervenções em busca de saídas possíveis”, lançado neste mês de junho, é uma versão resumida da tese de doutorado da psicóloga social Andréa Rodriguez que, a partir da inserção no programa Rotas de Fuga, do Observatório de Favelas, entre 2005 e 2009, acompanhou diretamente os meninos que trabalhavam em grupos criminosos e desejavam sair, especialmente do tráfico de drogas.

Maré Pré-UPP

“No caso dos policiais, muitos deles ainda persistem num modelo onde o respeito é baseado no medo e na intimidação. Por outro lado, os moradores também falam que muitos policiais continuam tratandoos de forma agressiva e humilhante”

entre moradores e policiais e em algumas a relação é extremamente tensa. Em geral, os dois lados se acusam mutuamente, alegando falta de respeito. No caso dos policiais, muitos deles ainda persistem num modelo onde o respeito é baseado no medo e na intimidação. Então, quando eles acham que não estão sendo “obedecidos” pelos moradores, consideram-se desrespeitados. Por outro lado, os moradores também falam que muitos policiais continuam tratando-os de forma agressiva e humilhante.

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Maré: Ainda existem muitos desafios?

estado, como a Baixada Fluminense e a Zona Oeste, ficaram em segundo plano até agora. O projeto privilegiou as áreas centrais, de classe média alta.

O estudo aborda os caminhos que podem levar à saída desse tortuoso labirinto; opta por introduzir a dimensão do otimismo em um cenário geralmente pessimista e mostra que muitos fizeram e continuam a fazer o caminho de volta. O resultado reforça a importância de projetos, profissionais e organizações que atuam nesse campo. “O problema do tráfico de drogas é complexo e envolve vários segmentos sociais. As soluções existem, mas exigem articulação ampla entre as esferas do poder público e da sociedade civil”, afirma a autora. O livro custa R$ 28 e está à venda em livrarias e pelo site da Editora 7Letras

ão Reproduç

dois fatores. Primeiro, as pessoas que nunca denunciaram um crime na delegacia porque tinham medo, agora fazem isso. Segundo, a ausência da figura do “dono do morro”, que era uma autoridade violenta e que punia com a morte ou com expulsão qualquer pequeno crime, também pode estar contribuindo para o aumento desses outros crimes menos graves. Além disso, há um impacto na redução da criminalidade no entorno das comunidades.

Reprodução / foto AF Rodrigues

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Maré Pré-UPP

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Teatro nas ruas

O Projeto Lutando pelo Amanhã Melhor, que existe há 16 anos, oferece aulas de jiu-jitsu, muay thai, MMA e submission. O professor de jiu-jitsu e idealizador do projeto Wemberson Fernandes, conhecido como Ebinho, acredita que o esporte melhora a resistência física e traz bem-estar. As aulas são gratuitas e a renda do projeto vem de doações dos próprios alunos e professores, que se reúnem para manter o espaço. Doação de lanches e kimonos para os alunos são bem-vindas.

Divulgação

As aulas acontecem de 2ª a 6ª feira, de 18h às 20h para crianças de 6 a 15 anos, e de 20h às 22h para adultos. Funciona no prédio da antiga Quartzolit, na Rua Guilherme Maxwell, 260, 3° andar, Timbau; e também no Sobradinho, na Vila do Pinheiro, e na Praça da Dezoito, na antiga R.A, na Baixa do Sapateiro. Tel: 7855-3011. (Texto: Fabíola Loureiro)

Cultura

Programação

Favela Rock Show!

Dança de salão Sábados, de 18h30 às 20h

Sexta-Feira, 7 de junho, às 21h Com as bandas: A Dama e os Vagabundos e Eternyx “DJ Insano 22” nos intervalos

De segunda a sexta-feira, das 9h às 17h Ao lado da Lona Cultural Municipal Herbert Vianna e atende a toda a comunidade do Complexo da Maré. Além de um amplo acervo, a biblioteca oferece brinquedoteca, gibiteca e empréstimo domiciliar, além de diversas oficinas.

cultura

Moto Sensível

Sábado, 15 de junho, 18h Espetáculo hip hop /dança contemporânea. Duração: 60 minutos Classificação etária: 18 anos A premiada Cia Híbrida é formada por ex-alunos do projeto social Arte é o Melhor Remédio, nascido em 2007 no Complexo do Turano.

R. Ivanildo Alves, s/n - Nova Maré Tels.: 3105-6815 / 7871-7692 lonadamare@gmail.com FACE: Lona da Maré Twitter: @lonadamare

Rodrigo Buas /Divulgação

Exposição no Galpão Bela Maré Rua Bittencourt Sampaio, 169 (entre as passarelas 9 e 10 da Av. Brasil) - Nova Holanda. Quartas, sábados e domingos, das 10h às 18h - Quintas e sextas, das 10h às 20h

Sábado, 15 de junho, às 15h Com exercícios de aquecimento e alongamento, sequências técnicas, jogos pensados dentro de uma metodologia que visa o desenvolvimento progressivo e uma participação mais ativa do estudante nos processos de pesquisa do movimento. Inscrições: ciahibrida@gmail.com ou no CAM no dia da oficina

RECEITA - Enviada por Marilza Martins

Evento paralelo no sábado, 22 de junho Centro de Artes da Maré Rua Bittencourt Sampaio, 181 (ao lado do Bela Maré)

Bolo de laranja no microondas Ingredientes:

Programação: 16h - Mesa de encerramento com Fred Coelho, Luisa Duarte, Jailson de Souza, Felipe Scovino e Luiza Mello 18h - DJ Flora Mariah 19h - Show com a banda Dona Joana

1 laranja seleta média ou grande 1 copo de 200ml ou 1 xícara de óleo de soja 2 copos de farinha de trigo 1 colher de sopa de fermento Royal 1 copo de açúcar branco 2 ovos Meio copo de açúcar “mascavo” preto para untar o tabuleiro ou forma

Entrada gratuita; bebidas à parte! Ops! Falha nossa. Na edição nº 40, invertemos a identificação dos artistas Daniel Senise e Ernesto Neto, na pág. 12, na reportagem sobre o Travessias 2. Pedimos desculpas!

Modo de preparar:

Corte a laranja seleta com casca em quatro pedaços. Tire o caroço e coloque no liquidificador junto com o óleo de soja, os ovos e o açúcar. Depois peneire a farinha de trigo e o fermento. Misture tudo no liquidificador. Pegue uma forma redonda própria para microondas. Unte a forma com óleo e meio copo de açúcar mascavo. Coloque em torno de 25 minutos no microondas e pronto. Receita prática e nem precisa botar a mão na massa. É uma delícia e a garotada vai amar.

In.corpo.r.ações

Sexta, 21 de junho, às 18h Com a Cia. Mariana Muniz Este trabalho coreográfico envolve três criações anteriores Parangolés, Nucleares e Penteráveis -, todas elas com base na pesquisa de linguagem em arte/dança contemporânea, inspirada nos caminhos trilhados pelo artista plástico brasileiro Hélio Oiticica.

Oficinas Regulares Corpo e expressão

(nova oficina infantil)

Quartas, das 17h30 às 18h30 Sextas, das 17h30 às 18h30 Para crianças entre 04 e 08 anos Dança de salão a partir de 16 anos Sextas, das 18h30 às 19h30 Iniciante Sextas, das 19h30 às 20h30 Intermediário, salsa e samba de gafieira Sextas, das 20h30 às 21h30 Intermediário, forró e soltinho Dança criativa Quintas, das 18h30 às 20h Para crianças de 08 a 12 anos

Dança de rua Segundas, das 17h30 às 19h Iniciante, a partir de 8 anos Percussão

(a partir de 10 anos)

Terças, das 20h às 21h30 Consciência corporal Terças, das 18h30 às 20h Quintas, das 18h30 às 20h A partir de 16 anos Dança contemporânea Quartas, das 18h30 às 20h Quintas, das 20h às 21h30 A partir de 12 anos

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Oficina regular

Biblioteca Popular Municipal Jorge Amado

Moradores e trabalhadores da Maré têm até domingo, dia 23 deste mês de junho, para visitar o Travessias 2, exposição de arte contemporânea que acontece no Galpão Bela Maré, na Nova Holanda. Na véspera do encerramento, haverá uma festa com entrada gratuita.

Ratão Diniz, fotógrafo e morador participantes do Travessias

R. Bitencourt Sampaio, 181 Nova Holanda Programação no local ou pelo tel. 3105-7265 De 2 a a 6a, de 14h às 21h30

Oficina de Danças Urbanas Com a Cia Híbrida

Travessias até dia 23 e festa dia 22 Elisângela Leite

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entrada gratuita

Veja a programação completa em www.redesdamare.org.br

Além das oficinas, o Maré sem Fronteiras promove passeios de bicicleta pela Maré. Acompanhe a agenda no site da Redes (www. redesdamare.org.br).

Com a obra da Transcarioca, a prefeitura fez um muro debaixo do Viaduto Engenheiro Edno Machado, deixando uma passagem para os pedestres. Os moradores utilizam o viaduto como passarela, mas ao chegar em frente ao número 34, têm que driblar os carros que seguem no sentido Ilha do Governador, fazendo uma travessia perigosa devido à falta de sinalização. “Apesar de perigoso é mais perto para pegar o ônibus. Uma pena, mas acho que vão acabar fechando”, comentou Selma Bastos.

Aulas gratuitas no Timbau, Pinheiro e na Baixa

PROGRAME-SE !

08/06, às 11:30 - no Piscinão de Ramos 15/06, às 15h - Praça do Valão, Nova Holanda 22/06, às 15h - R. do IV Centenário, no Timbau 29/06, às 15h - Teleférico do Alemão

Pedestres em apuros no PU

Moradores e a Associação do Parque União pedem para a prefeitura aproveitar a passarela próxima. “Está desativada; poderia utilizá-la com uma ligação com o viaduto”, sugere o pedestre André Viana. “O muro tira a visão de quem passa de carro. Além do risco de atropelamento, existe também o de estupro. A passagem é perigosa, em especial para as crianças que vem e vão para o colégio. Entrei em contato com a prefeitura, que não tomou providência”, conta o presidente da associação, Francisco Braz. (Texto: Hélio Euclides)

Lona cultural

Herbert Vianna

Elisângela Leite

O que acontece e o que não deixa de acontecer por aqui

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A LONA VOLTOU!

O grupo da oficina de teatro do educador Wallace Lino, do projeto Maré sem Fronteiras, irá se apresentar aos sábados de junho na rua, para um público espontâneo. Anote as datas e participe:

Davi Marcos/Observatório de Favelas

CULTURA

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l os os meses! Garanta o seu jornatod pra Maré participar do Maré

Busque um exemplar na Associação de

Moradores da sua comunidade!

Mais desenho do Emanuel Publicamos mais desenho do Emanuel, de 12 anos. Morador da Nova Holanda, o garoto mostra que tem talento. Leite Elisângela

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ESPAÇO ABERTO

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VEM FAZER O MARÉ COM A GENTE ! Envie seu desenho, foto, poesia, piada ou sugestão de matéria.

Turma com diploma Vejam as fotos da formatura dos alunos do curso de alfabetização da Redes. São todos moradores da Maré, que receberam o certificado de conclusão no final de maio. Todos levaram o estudo a sério e estavam orgulhosos no dia cerimônia. Parabéns! Para saber mais sobre essa turma, leia a reportagem publicada na edição passada (pág. 3, Ed. 41). Inscrições abertas para nova turma de alfabetização que acontece na Redes. Informações: 3105-5531 Elisângela Leite

Rindo at o a

A professora pede que seus alunos tragam uma frase falando bem de sua mãe, mas no fim tinha que conter a frase: “mãe só tem uma”. E no dia seguinte ela pergunta: - Aninha, qual a sua frase ? - Minha mãe é linda, minha mãe me ama e é por isso que eu digo: mãe só tem uma. Professora: Muito bem. Pedrinho, agora a sua.

Pedrinho: Minha mãe gosta de mim, minha mãe é tudo para mim. E é por isso que eu digo: mãe só tem uma. Professora: Muito bem, Pedrinho. Agora você, Juninho. Juninho: Minha mãe estava com meu pai e meu tio. E falou assim pra mim: Juninho, vá até a geladeira e pegue duas cervejas, uma para seu pai e outra para seu tio. Eu fui e lá da geladeira gritei: MAAAÃEEEEEE, só tem umaaa.

Diogo dos Santos

)

Mãe só tem uma


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