Maré de Notícias #36

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Elisângela Leite

Dezembro de 2012 - Maré, Rio de Janeiro - distribuição gratuita

Lugar de pai e mãe também é na escola

3 ANOS! No mês de aniversário do Maré, três professores contam sobre o uso do jornal em sala de aula, como material de apoio. pág. 8 e 9 Elisângela Leite

Programa Criança Petrobras na Maré (PCP-Maré) promove uma série de atividades em sete escolas e em uma creche local, com o objetivo de fortalecer o ensino público. Entre as ações estão os Grupos de Pais, que proporcionam a aproximação da escola com a família em prol do sucesso escolar dos alunos. Pág. 4 e 5

Educação Supletivo forma 305 jovens. Pág. 3

Internação obrigatória não é solução

Serviços - sugestão de uma leitora Pág. 2

Queremos ver seu Natal Envie as fotos de sua festa pág. 16 Centro de Artes da Maré Lona Cultural Herbert Vianna

Pág. 15

Tânia Rêgo / ABr.

Atenção, taxistas Espaço para a categoria no Guia de

Nosso Maré ouviu o que os especialistas têm a dizer sobre a internação compulsória de usuários de crack em situação de rua. Segundo especialistas, falta política pública adequada a essas pessoas e não apenas interessada em retirá-las das ruas com a ajuda da força policial. Pág. 6 e 7

De grão em grão...

a galera enche o porquinho Sobrou dinheiro no fim do mês? Guardar um pouquinho, nem que seja de moeda em moeda, pode ajudar a planejar melhor o orçamento da família. Pág. 10 a 12

Rovena Rosa

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Fabíola Loureiro

Rosilene Miliotti / Imagens do Povo - fotomontagem

Ano IV, No


Editorial

André de Lucena

Três anos de jornal Há três anos circulava pela primeira vez pelas nossas ruas o Maré de Notícias, veículo comunitário mensal de distribuição gratuita que, na verdade, nasceu sem nome (leia na pág. 9). Na reportagem de lançamento, na Ed. nº 1, resumimos os objetivos do novo jornal, entre eles mostrar notícias positivas da Maré e apresentar questões relativas ao cotidiano local, a partir da ótica do morador. O perfil editorial, portanto, respeitava o resultado de uma pesquisa feita com a população das 16 comunidades. Trinta e seis meses depois, sentimos nas ruas, nos e-mails e telefonemas o reconhecimento conquistado pelo Maré, mas sabemos que o jornal é um veículo eternamente em construção. Isto porque ele será cada vez mais autêntico quanto mais pessoas puderem participar dele sugerindo matérias, emitindo opinião, contando histórias, enviando poesia etc. Gostaríamos de agradecer a todos que já contribuem para isso e convidamos mais moradores e trabalhadores para ampliar esta rede de comunicação comunitária. Boas festas e feliz 2013 a todos e todas!

Expediente Instituição Proponente

Redes de Desenvolvimento da Maré

Diretoria

Andréia Martins Eblin Joseph Farage (Licenciada) Eliana Sousa Silva Edson Diniz Nóbrega Júnior Fernanda Gomes da Silva Helena Edir Patrícia Sales Vianna

Coordenação de Comunicação Mirella Domenich

Instituição Parceira

Observatório de Favelas

Apoio

Ação Comunitária do Brasil Administração do Piscinão de Ramos Associação Comunitária Roquete Pinto

A caminho da facul! Trezentos jovens da Maré festejam a conclusão do Ensino Médio, alguns já pensando na faculdade

Fabíola Loureiro

Cartas Alô alô taxistas da Maré!

Resposta da Redação:

Olá pessoal, tudo bem? Sou moradora da Nova Holanda e leitora do Maré de Notícias. Gostaria de sugerir uma matéria no jornal com alguns serviços, por exemplo, os telefones dos taxistas de nossa comunidade. Faço essa solicitação, pois nem sempre conseguimos profissionais dispostos a entrar em nossa comunidade tarde da noite. Também seria importante para emergências. Recentemente meu pai fez uma cirurgia e necessitava de repouso, porém precisava fazer a revisão e o taxista que costumamos contatar tinha outro compromisso. Tivemos que recorrer a uma amiga, que graças a Deus estava de folga naquele dia.

Marilene, excelente sugestão. Muitas dicas serão encontradas gratuitamente no Guia Comercial e de Serviços que a Redes está para lançar em breve. Quanto aos taxistas, vamos preparar uma relação para publicar na edição de janeiro. Faremos outras, certamente. Obrigadíssima!

Bem, taxista foi só um exemplo, mas existem vários outros serviços de que necessitamos. Um guia de serviço seria legal! Beijos e obrigada,

Associação de Moradores e Amigos do Conjunto Bento Ribeiro Dantas Associação dos Moradores e Amigos do Conjunto Esperança Associação de Moradores do Conjunto Marcílio Dias Associação de Moradores do Conjunto Pinheiros Associação de Moradores do Morro do Timbau Associação de Moradores do Parque Ecológico Associação de Moradores do Parque Habitacional da Praia de Ramos

Marilene Correia Associação Pró-Desenvolvimento da Comunidade de Nova Holanda Biblioteca Comunitária Nélida Piñon Centro de Referência de Mulheres da Maré - Carminha Rosa Conexão G Conjunto Habitacional Nova Maré Conselho de Moradores da Vila dos Pinheiros Luta pela Paz União de Defesa e Melhoramentos do Parque Proletário da Baixa do Sapateiro União Esportiva Vila Olímpica da Maré

Associação de Moradores do Parque Maré Associação de Moradores do Parque Rubens Vaz Associação de Moradores do Parque União Associação de Moradores da Vila do João

Atenção, Taxistas da Maré! O Maré de Notícias está preparando uma relação de taxistas que circulam pelas nossas comunidades e que possam atender aos chamados dos moradores. Entrem em contato com a Redação (tel: 3104-3276 / e-mail: comunicacao@redesdamare.org.br).

Repórteres e redatores

Hélio Euclides (Mtb – 29919/RJ) Rosilene Miliotti Fabíola Loureiro (Estagiária)

Fotógrafa

Elisângela Leite

Projeto gráfico e diagramação Pablo Ramos

Redes de Desenvolvimento da Maré Rua Sargento Silva Nunes, 1012, Nova Holanda / Maré CEP: 21044-242 (21) 3104.3276 (21)3105.5531 www.redesdamare.org.br comunicacao@redesdamare.org.br Os artigos assinados não representam a opinião do jornal.

O dia 1º de dezembro foi marcado pela emoção na formatura de aproximadamente 300 alunos do Supletivo Maré, que aconteceu no Auditório do Centro Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Este é o segundo ano do supletivo, que surgiu a partir de demandas levanta-

das pelo projeto A Maré que Queremos, que reúne associações de moradores e instituições locais com o objetivo de lutar por melhorias estruturantes para as comunidades. O ensino supletivo é uma modalidade educativa e tem como meta suprir os períodos não concluídos na escola por adolescentes ou adultos, por diversos motivos, entre eles questões familiares, profissionais e falta de tempo por causa do trabalho ou de perspectiva em relação aos estudos.

A manicure Eliane Barreto Pinheiro, também de 23 anos e moradora da Nova Holanda, não concluiu seus estudos porque se casou muito cedo, teve dois filhos e precisou trabalhar para sustentá-los. Voltou a estudar pela facilidade do horário (à noite e com aulas presenciais duas vezes na semana), permitindo que ela conciliasse com o trabalho.

“Fiz o 1° ano até chegar aos nove meses

de gravidez, mas minha filha nasceu e parei de estudar. Com essa oportunidade consegui terminar meus estudos e agora quero dar continuidade fazendo o curso Pré-Vestibular, pois tenho vontade de fazer faculdade de Informática ou de Estética. Na formatura fiquei muito emocionada e feliz, foi legal jogar o chapéu (capelo) pro alto no fim da cerimônia igual a gente vê nos filmes. Finalmente conclui meus estudos.” Eliane Barreto Pinheiro

Parceiros:

Logotipo

Monica Soffiatti

Colaboradores

Anabela Paiva Aydano André Mota Flávia Oliveira Observatório de Favelas

Impressão

Editora executiva e jornalista responsável Silvia Noronha (Mtb – 14.786/RJ)

Gráfica Jornal do Commércio

Tiragem

40.000 exemplares

Com a intenção de oferecer uma oportunidade de concluir os estudos, para depois cursar a universidade, o Supletivo Maré, organizado pela Redes, oferece o Ensino Fundamental e Médio para os moradores com idades entre 18 e 23 anos. Em 2011 houve 520 inscritos e 183 se formaram. Este ano foram 570 inscrições, chegando a 305 formandos. As turmas aconteceram em diferentes locais da comunidade, como nas associações de moradores, igrejas, Lona Cultural e na Ação Comunitária do Brasil.

O artista circense Jorge da Silva Lira, de 23 anos, disse que nunca teve problema para estudar, mesmo sendo de uma família pobre da periferia do Distrito Federal. Ele e seus irmãos estudavam e tiravam boas notas, mas aos 14 anos ele parou os estudos, pois começou a ter vários conflitos em casa, de onde acabou fugindo.

“Morei um tempo na rua, comecei

a trabalhar com malabares e circo e, aos 17 anos, comecei o supletivo mais não terminei. Antes eu estudava porque era obrigado pelo meu pai, que mesmo tendo estudado até a 4° série, queria ver todos os filhos formados no 2° grau. Com 18 anos comecei a me interessar por cursos e oficinas, devido ao gosto da arte circense e do teatro e, aos 20 anos vim para o Rio de Janeiro. Fiquei sabendo do curso na Maré por uma namorada que tive. Corri atrás dessa oportunidade e levei a sério, pois terminar o 2° grau era o primeiro objetivo de muitos outros que tenho. A formatura me emocionou. Não imaginava que teria uma formatura mesmo terminando os estudos tarde. E ainda ser escolhido para representar a turma sendo o Orador e ver minhas tias presentes na cerimônia me deixou muito feliz. Dificuldades a gente sempre vai ter e essa foi uma vitória que conquistamos.” Jorge da Silva Lira

Leia nosso Maré na internet e baixe o PDF: www.redesdamare.org.br. Turma que cursou o Supletivo na Ação Comunitária do Brasil, na Vila do João

3 EDUCAÇÃO

Humor: “Se beber não confunda” -

Maré de Notícias 36 - Dezembro / 2012

Maré de Notícias No 36 - Dezembro / 2012

EDITORIAL

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Maré de Notícias No 36 - Dezembro / 2012

Programa envolve pais, alunos, professores, diretores e equipes de apoio administrativo de sete escolas e uma creche local

Hélio Euclides

Elisângela Leite

A cada 15 dias, os Grupos de Pais, do Programa Criança Petrobras na Maré (PCP-Maré), reúnem em média 50 responsáveis, além de representantes dos diversos segmentos que compõem a comunidade escolar: professores, pessoal de apoio, diretores. A ideia é tratar de temas variados que busquem intensificar uma organização coletiva. A grande motivação da Equipe Social do PCP é a percepção de que para envolver a criança e o adolescente de forma integral é necessário trabalhar com a sua família. Não basta tornar a escola mais interessante para a criança; é imprescindível que seus responsáveis percebam a importância de sua permanência e contribuam para que isso aconteça.

“A proposta é trazer os pais para a vida escolar dos filhos. O grupo de pais quer mostrar a importância de estar lado a lado, com o desenvolvimento de temas do cotidiano que venham da escola e com continuidade em casa, aprofundando a participação dos responsáveis”, explica Maira Spilak, uma das coordenadoras do PCP-Maré, programa que atinge sete escolas públicas locais e uma creche comunitária. “Trata-se de uma oportunidade de todos debaterem temas sobre a realidade das famílias. É um processo para se chegar a um grupo participativo”, explica a assistente social do projeto, Alessandra Alves. Jussara Cosme, diretora do Ciep Elis Regina, entende que o trabalho se soma ao que é feito pelos professores. “É bom, pois não temos pernas para isso. Trabalhamos o pedagógico e aqui unimos ao temático”, observa.

O PCP-Maré é uma parceria do Programa Petrobras Desenvolvimento & Cidadania, da Secretaria Municipal de Educação e da Redes de Desenvolvimento da Maré, que propõe contribuir para a melhoria da qualidade da educação pública de ensino fundamental no conjunto de 16 favelas localizadas na Maré. A atuação é promovida a partir de quatro eixos: ensino-aprendizagem, mobilização social, articulação institucional, interações educativas e diagnóstico do cenário da educação. Os atores envolvidos são: alunos, pais, responsáveis, professores, diretores, coordenadores e apoio administrativo, além da equipe do programa. As atividades acontecem no 1º e 2º segmentos do ensino fundamental em sete escolas municipais: E. M. Bahia, E. M. Tenente General Napion, Ciep Elis Regina, E. M. Armando de Salles Oliveira, Ciep Ministro Gustavo Capanema, Ciep Leonel de Moura Brizola e Ciep Hélio Smidt. Nessas unidades são oferecidas oficinas de Artes Visuais, Grafite, Circo, Marefestação, Comunicação, Teoria e Prática Musical, Teoria Musical e Canto, Marecatu, Marebatuque, Iniciação Musical, Teatro, Contação de histórias, Hip hop Dance e Complementação Escolar. Na Creche Comunitária Cléia Santos de Oliveira, as oficinas lecionadas são Iniciação Musical e Contação de histórias. Na sede da Redes acontecem as oficinas de Artes Visuais, Arte sobre Azulejos, Grafite, Cordas Dedilhadas, Break, Hip Hop Dance, Maracatu, Contação e criação de histórias e Preparatório para 6º ano.

“É importante; sempre venho para discutir temas como bullying e violência doméstica. Recomendo a participação, pois aprendemos muito e podemos repassar a outros.” Núbia Marques, mãe de aluno

Encontros promovem troca A técnica de educação e saúde, Andrea Barbosa, elogia a iniciativa. Segundo ela, os temas são bem enfocados e o número de participantes possibilita a troca e a atenção de todos. “É melhor do que uma reunião de pais”, compara ela. Mas a bem da verdade as duas reuniões são importantes, cada uma com suas finalidades. “Um dos fundamentos do PCP é o trabalho com a comunidade escolar. Não atuamos só com as crianças e sim com todos os atores que compõem o ensino. Acreditamos que deva haver uma ação de todos, proporcionando

a aproximação da escola com a família em prol do sucesso escolar dos alunos; só assim existe a educação”, ressalta a também coordenadora do programa, Júlia Ventura. Os responsáveis envolvidos desenvolvem uma visão de formação, ação e mobilização. “É importante; sempre venho para discutir temas como bullying e violência doméstica. Recomendo a participação, pois aprendemos muito e podemos repassar a outros”, comenta uma das mães de aluno, Núbia Marques. As reuniões são uma motivação para o envolvimento na vida escolar, possibilitando transformações. Cláudia Conceição é mãe e avó de alunos. Para ela, os encontros favorecem a convivência. “Se aprende muito do que é necessário, nos orienta na vivência com as crianças”, relata.

Desenho de Andressa, uma das alunas do PCP

“Um dos fundamentos do PCP é o trabalho com a comunidade escolar. Não atuamos só com as crianças e sim com todos os atores que compõe o ensino. Acreditamos que deve haver uma ação de todos, proporcionando a aproximação da escola com a família em prol do sucesso escolar dos alunos.” Júlia Ventura, coordenadora do PCP-Maré

Educação

Todo mundo já pra escola!

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Conheça mais sobre o PCP-Maré

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Educação

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Internação compulsória é solução? Especialistas afirmam que política da prefeitura não é eficaz, pois falta a abordagem terapêutica dos usuários de crack Hélio Euclides

Tânia Rêgo/Abr

Na edição 20, de agosto de 2011, na reportagem intitulada “Gente pra baixo do tapete”, o Maré de Notícias relatava que a prefeitura do Rio utilizava em suas ações o recolhimento compulsório de moradores de rua com uso policial. De lá para cá a situação só piorou. O número de usuários de crack aumentou, espaços públicos de acolhimento adequados não foram preparados e nem se pensou na forma de tratamento específico. O assunto que hoje se encontra em evidência na sociedade é a internação compulsória. O usuário é internado em um local contra a sua vontade ou sob os seus protestos. Recentemente, o problema chegou bem próximo da Maré, com o crescimento do número de usuários de crack que se refugiaram na Avenida Brigadeiro Trompowski, em frente ao Parque União.

O tema da internação compulsória é polêmico e vem sendo defendido por veículos da mídia corporativa sem que seja promovida uma discussão sobre a eficácia dessa medida. De acordo com o psicólogo e pesquisador na vertente de Direitos Humanos do Observatório de Favelas, Rodrigo Nascimento, para ser bem sucedida, uma internação deve ser avaliada por uma equipe médica, que julgará, junto com o paciente – e se possível com sua família – a situação em que esta pessoa se encontra. “A internação compulsória, tal como vem sendo defendida, é feita no atacado e não se respeita a análise individual; não há um trabalho clínico bem feito. Já no acolhimento há uma abordagem terapêutica”, diferencia. Rodrigo defende ações que venham a contribuir para a localização das famílias e para inclusão desses indivíduos em programas que promovam condições de vida mais digna e de outros direitos garantidos em lei.

Falta política pública adequada A assistente social Débora Rodrigues defende investimentos em políticas públicas e o tratamento com respeito aos dependentes, o que para ela não está acontecendo no Rio. Débora explica que não existe uma rede de atenção que atenda as pessoas que desejam tratamento. “As pessoas que estão em situação de rua e são acolhidas nessas operações da prefeitura são levadas para um abrigo em Paciência, localizado em um território em que há venda de drogas nas proximidades do abrigo. A cidade do Rio de Janeiro possui um CAPSad (Centros de Atenção Psicossocial para usuários de álcool e outras drogas) para cada 1,2 milhão de habitantes, o que é muito pouco”, denuncia.

“A internação compulsória, tal como vem sendo defendida, é feita no atacado e não se respeita a análise individual; não há um trabalho clínico bem feito. Já no acolhimento há uma abordagem terapêutica.” Rodrigo Nascimento, psicólogo

Na próxima edição, em janeiro, o Maré de Notícias discutirá a superação de usuários de crack, que depois de receberem tratamento, ajudam outros dependentes.

“A política de recolhimento realizada pela prefeitura é direcionada a uma determinada classe social: aqueles mais atingidos pela desigualdade social e econômica; e tem como objetivo a limpeza das ruas da cidade com vistas aos grandes eventos.” Hilda Corrêa, do Cress/RJ

O Conselho Regional de Serviço Social do Rio de Janeiro (Cress/RJ), junto com várias entidades da sociedade e especialistas, tem se posicionado desde 2011 contrariamente à política de internação compulsória para crianças e adolescentes em situação de rua, que agora ocorre também com os adultos, todos supostamente usuários de crack. “A política de recolhimento realizada pela prefeitura do Rio de Janeiro é direcionada a uma determinada classe social: aqueles mais atingidos pela desigualdade social e econômica; e tem como objetivo a limpeza das ruas da cidade com vistas aos grandes eventos, favorecendo o lucro e a especulação imobiliária”, relata a conselheira do Cress/RJ, Hilda Corrêa. Sua colega, também conselheira, Silvia Calache, alerta que nem todas as pessoas que moram nas ruas usam drogas. São vários os fatores que levam as pessoas a viverem nas ruas: desemprego, desavenças familiares, direitos violados continuadamente.

“Defendemos que os volumosos recursos financeiros que são utilizados para esta política de internação devam ser redirecionados, com urgência, para a rede pública de políticas sociais”, ressalta. Para o Cress/RJ, o importante seria ampliar a rede de atenção psicossocial e de serviços que possam prover cuidados de urgência, emergência, atenção hospitalar, como as Residências Terapêuticas, Centros de Convivência e Unidades de Acolhimento Infanto-Juvenil e de Adultos. A Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) respondeu que todos os acolhidos são encaminhados para as unidades de abrigamento da Rede de Proteção Social, que eles passam por uma Central de Recepção onde inicialmente são entrevistados por assistentes sociais e psicólogos. Argumentou que em 30 de maio de 2011

começou a trabalhar com um novo Protocolo de Abordagem Social que determina o abrigamento compulsório de crianças e adolescentes com alto grau de dependência química. A SMAS informou ainda que a região do Parque União e adjacências tem merecido atenção especial das equipes de abordagem social, com 27 operações consecutivas e mais de 600 pessoas recolhidas. A SMAS não se pronunciou em relação à internação compulsória de adultos. A diretora da Redes da Maré, Patrícia Vianna, visitou o local conhecido como cracolândia, próximo ao Parque União, e ficou perplexa com a situação. “Fiquei mexida, pois estão largados lá. Senti neles uma falta de esperança”, desabafa.

“As pessoas que estão em situação de rua e são acolhidas nessas operações da prefeitura são levadas para um abrigo em Paciência, localizado em um território em que há venda de drogas nas proximidades.” Débora Rodrigues, assistente social

Três imagens de uma ação da Polícia Civil e da Secretaria Municipal de Assistência Social que recolheu adultos em Manguinhos

Políticas Públicas

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Maré de Notícias 36 - Dezembro / 2012

Maré de Notícias No 36 - Dezembro / 2012

POLÍTICAS PÚBLICAS

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Todo mês eu levo o jornal e realizo trabalhos em sala. Dar aulas de Biologia é falar da vida, do cotidiano. A forma como eu trabalho é respeitando o que os alunos acham interessante e o conhecimento prévio de cada um. Aqui na Maré utilizo o jornal desde sempre e na Babilônia e Chapéu-Mangueira desde o ano de 2011, sendo um meio de os alunos de Educação de Jovens e Adultos (EJA) conhecerem um pouco a Maré. Essa última matéria sobre a abordagem policial fez com que meus alunos do EJA ficassem admirados sobre o fato de existir uma campanha para mostrar ao morador os direitos que eles têm, e a forma correta de agir nesses casos. Já um pequeno texto sobre o Maré de Sabores rendeu um trabalho bem legal sobre as questões da alimentação saudável e pude também fazer uma relação com os inúmeros fast foods que têm pela cidade. O jornal é um recorte de algo que está acontecendo na cidade.

Eu sempre acreditei que trabalhar textos vivos, ou seja, a realidade do aluno é importante. Trabalhar o Maré de Notícias em sala de aula traz vários benefícios, como o incentivo à leitura e à informação sobre a comunidade, pois o jornal fala do morador que produz cultura e que busca melhorar sua qualidade de vida, ao contrário dos outros jornais nos quais a Maré é sempre citada como local de violência. O jornal introduz os vários gêneros textuais, como a charge, por exemplo. Meus alunos já produziram poesia, texto e desenho para o jornal. Eles ficam eufóricos quando suas produções são publicadas. Eles também gostam muito do humor no jornal, em especial das piadas, e dos enigmas, das palavras cruzadas, dos caça palavras. A partir dessa experiência do uso do jornal estou elaborando um projeto de mestrado que aborda o ensino da língua portuguesa por meio de textos vivos. O desafio é que o jornal não seja apenas um instrumento de recurso didático usado na sala de aula só para se obter uma boa nota, e sim um instrumento de interação e informação. Eu já vejo isso, e avalio como resultado positivo quando o aluno posta o jornal no Facebook, por exemplo

Elisângela Leite

Maré de Notícias No 36 - Dezembro / 2012

a Pr a béns!

s o otícia On N e d rsário; e v i Maré n a endo está faz ê, morador, c o v e u q s o n a já faz três são a e nossas 16 comunidades, notícia mais importante. É a Maré fazendo e contando a própria história

Fabíola Loureiro e Hélio Euclides

Neste mês de dezembro comemoramos três anos do Maré de Notícias. O jornal, que está em sua 36ª edição, foi idealizado para responder a uma demanda da população revelada por uma pesquisa implementada pela Redes da Maré: ao mesmo tempo em que os moradores e as moradoras têm o hábito de leitura de jornais, eles sentiam a necessidade de obter informações sobre a Maré.

Viviane Couto é professora do segundo segmento do Ensino Fundamental das escolas Teotônio Vilela, no Conjunto Esperança, e Ciep 476 - Elias Lazaroni, em Nova Campinas

Fábio Barglini é professor de Biologia e especialista em ensino de Ciências e Biologia. Ele utiliza o jornal em suas aulas do curso Preparatório para o Ensino Médio e para o Pré-Vestibular, ambos da Redes da Maré, e com uma turma de Educação de Jovens e Adultos no projeto do Sesi, nas comunidades Babilônia e Chapéu Mangueira, no Leme.

A primeira edição, publicada em dezembro de 2009, saiu sem nome, mas lançava o concurso “Por um jornal da Maré: Diga que nome você quer”, para a escolha da marca do jornal. Mais de 500 pessoas participaram, e oito sugeriram o nome selecionado pela comissão julgadora. Na terceira edição o Maré de Notícias já estava batizado.

Aluno se vê nas coisas boas da Maré

Fotomontagem sobre imagem do Coletivo Filé de Peixe no Projeto Travessias das Artes na Maré (nov./2011). Foto: Rosilene Miliotti / Imagens do Povo

Comecei a trabalhar com o jornal em sala de aula no Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA). A linguagem facilita o entendimento. Ele favorece a integração do aluno com a realidade. É uma fonte de informação de grande força. Aqui no Ciep trabalhamos o jornal com as crianças. Já fizemos até uma apostila para os professores sobre como devemos trabalhar o jornal na sala de aula. No jornal, o aluno se vê não nas coisas ruins, que são divulgadas em outros veículos, mas nas coisas boas da Maré. Temos um trabalho político pedagógico chamado ‘No meio da Maré’, do ambiente que temos ao que queremos. Nesse âmbito, o jornal é importante, pois nos fornece dados sobre o bairro. Em junho deste ano realizamos o evento ‘A atuação transforma’, braço do projeto político pedagógico Por uma escola sustentável. Para esse projeto, os alunos usaram o jornal como resgate de suas origens.

Carmem Lúcia Ferreira da Silva é diretora do Ciep Ministro Gustavo Capanema, da Vila do Pinheiro

Comunicação

Jornal na escola do Conjunto Esperança

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Hélio Euclides, jornalista, morador da Vila do Pinheiro, vencedor do Prêmio Visibilidade em 2011 e segundo lugar em 2012

Hoje o jornal tem uma tiragem de 40 mil exemplares, todos eles distribuídos nas residências das 16 comunidades, nas associações de moradores, instituições parceiras e em algumas escolas locais. Nesses três anos, o jornal também ganhou visibilidade fora da Maré, tendo sido premiado pelo Conselho Regional de Serviço Social (Cress/RJ), além de ter pautado veículos da grande imprensa, que se interessaram pelos temas tratados no nosso jornal comunitário. O Maré é disponibilizado ainda no site da Redes (www.redesdamare.org.br), podendo ser acessado por pessoas do mundo todo. Seu uso também tem ganhado as salas de aula. Conheça ao lado algumas iniciativas:

Maré de Notícias 36 - Dezembro / 2012

Na Maré, na Babilônia e no Chapéu Mangueira

sso

Viviane Couto

COMUNICAÇÃO

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De porqui nho i cheio

Maré de Notícias No 36 - Dezembro / 2012

Você sabe por que o porco virou símbolo de cofrinho? Descubra essa história curiosa e leia as dicas que preparamos para você encher o seu pote de moedas

Rosilene Miliotti

Elisângela Leite

A história do “porquinho”, como conhecemos, remonta ao século XV, quando os europeus guardavam suas economias em potes de argila laranja chamados de “pyggy banks” (no inglês arcaico, pygg denominava pote). Muito tempo depois, já no século XIX, oleiros receberam pedidos para a produção de “pyggy banks” e entenderam que deveriam fazer cofrinhos em forma de porco, porque em inglês porco se escreve “pig”. Os porquinhos agradaram principalmente as crianças e passaram a ser símbolo de economia em diversos países.

com a Gabi; outras vezes peço para ela inteirar nas compras. Assim, ela começa a ajudar nas contas de casa”, explica Antonia.

De moeda em moeda o cofrinho vai enchendo e realizando sonhos. Antonia de Sousa dos Santos, moradora da Vila do Pinheiro, conta que sua filha, Gabriela, de 10 anos, começou a guardar dinheiro aos 4 anos de idade, quando ganhou do padrinho o primeiro porquinho. “Quando quer comprar uma coisa, ela pega o dinheiro e compra. Não guarda durante muito tempo”, conta a mãe. Vaidosa, Gabi compra, por exemplo, maquiagem.

Flávia Oliveira, jornalista de economia do jornal O Globo e comentarista do Bom Dia Rio e da Globo News, explica que o cofrinho é uma brincadeira lúdica e o primeiro passo para a criança aprender a fazer economia. Essa é uma cultura que o brasileiro adotou nos anos 1970, mas que caiu em desuso nos anos 1980 por causa da inflação alta e da constante troca de moedas. Nessa época, os cofrinhos desapareceram. “A Gabi não deve ter ideia de que há 20 anos o brasileiro não podia juntar dinheiro porque não tinha uma moeda que durasse tanto tempo. Com o fim da inflação, voltou a fazer sentido ter um cofrinho”, afirma.

“A gente incentiva que ela pense antes de gastar. Eu nunca fiz porquinho, mas sei que é importante guardar dinheiro, principalmente no banco porque evita que a gente gaste com qualquer coisa. Às vezes preciso de dinheiro e faço um empréstimo

“A gente incentiva que ela pense antes de gastar. Eu nunca fiz porquinho, mas sei que é importante guardar dinheiro, principalmente no banco porque evita que a gente gaste com qualquer coisa.”

Antonia, mãe da Gabi

Poupar quando sobra dinheiro

“Poupar só é possível quando sobra dinheiro. Com o aumento do emprego, do salário mínimo e dos programas de transferência de

renda percebemos que o brasileiro está poupando mais, apesar de muitas famílias perderem o controle dos seus gastos para realizar sonhos e, com isso, estarem inadimplentes. Poupar e pagar à vista por um sonho é melhor do que se endividar com juros que vão acabar comprometendo a renda”, sugere Flávia.

“Poupar só é possível quando sobra dinheiro. Com o aumento do emprego, do salário mínimo e dos programas de transferência de renda percebemos que o brasileiro está poupando mais, apesar de muitas famílias perderam o controle dos seus gastos e estarem inadimplentes.”

Flávia Oliveira

(?)

O tal do dragão:

Para a garotada, inflação é que nem lenda. Afinal, a média de aumento de preço dos bens e serviços no Brasil gira em torno de 5% ao ano. Porém, nos anos 1980 e 1990, a alta de preço era sentida diariamente. No início de 1990, a inflação chegou a 81% em apenas um mês. Ou seja, é como se o litro de leite custasse R$ 2 no dia primeiro de dezembro e chegasse ao dia 30 sendo vendido a R$ 3,60. No mês seguinte, vinha um novo aumento e o leite passava a custar R$ 5, e assim sucessivamente. Naquela época, o salário minguava, porque o poder de compra do dinheiro diminuía um pouco a cada dia.

Economia

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ECONOMIA

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Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia, que é a taxa básica de juros do país, atualmente em 7,25% ao ano). A poupança pode ser aberta para pessoas a partir de 0 ano (desde que assistidas pelos pais). É necessário apresentar (original e cópia) do CPF, carteira de identidade e comprovante de residência, que pode ser uma conta vencida há no máximo 90 dias.

Aprovado o Plano de Direitos Humanos da Maré Centenas de pessoas estiveram envolvidas no processo de construção coletiva do texto do Plano Local de Direitos Humanos da Maré, que teve sua versão final aprovada no dia 28 de novembro no espaço Luta Pela Paz. A ideia é que o documento se desdobre, traga novas discussões e ações e seja entregue para o Poder Público.

Maré de Notícias 36 - Dezembro / 2012

Para a jornalista, o porquinho é um bom presente para crianças e adultos, mas vale a pena fazer uma experiência e abrir uma conta no banco. “Guardar dinheiro no banco é mais seguro do que em casa e a poupança é a melhor modalidade de aplicação para quem não ganha muito, pois não tem valor mínimo para depositar, nem taxa de administração e não desconta Imposto de Renda. A poupança rende 2% ao ano, mais 70% da variação da Taxa

NOTAS

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O projeto é uma iniciativa do Iser, Redes da Maré, Observatório de Favelas e Luta Pela Paz, em parceria com a ONU Habitat. Também são parceiros a Ação Comunitária do Brasil, o Centro de Referência de Mulheres da Maré, o coletivo Entre sem Bater, a Vila Olímpica e o Vida Real.

O encontro também se tornou um espaço de luto e discussão sobre os desdobramentos da tentativa de realização da Conferência em 1º de setembro, quando uma operação militar resultou na morte de dois jovens. (Texto: Aramis Assis)

Ilha do Catalão Arquivo /Roberto Vianna

Na Maré é fácil encontrar porquinhos e outros formatos de cofre, como bujãozinho e caixas de madeira com cadeado de cores variadas e também com as dos times de futebol. Os preços variam de R$ 3 (de plástico) a R$ 35 (caixa de madeira com cadeado)

O Plano é um projeto piloto, desenvolvido coletivamente pela comunidade ao longo de 2012, por meio de debates em encontros com diferentes grupos e organizações da Maré e também de oficinas com jovens. Foram estabelecidas diversas propostas de ação divididas em seis eixos temáticos: Espaços de Participação Popular; Grandes Empreendimentos, Moradia e Meio Ambiente; Garantir Direitos Respeitando as Diferenças; Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência; Educação em Direitos Humanos; Ditadura Civil-Militar e a Memória da Maré.

O ambientalista Roberto Vianna promoveu, em 24 de novembro, mais um passeio ecológico à bela Ilha do Catalão, situada na ponta da ilha do Fundão, juntamente com representantes de instituições da Maré, como o Grupo de Socorrista da Maré (Nusumar). No passeio, Roberto conta a verdadeira história de antigos moradores como o pai dele, dos tempos em que a ilha era um arquipélago. Segundo Roberto, outros passeios virão. Contato: robertol.vianna@gmail.com

Moradores antigos: Jair (è esqu.), Rubem (de camisa amarela) e Arnóbio (de azul)

Hélio Euclides

Maré de Notícias No 36 - Dezembro / 2012

Economia

12

Ponte reformada no Salsa e Merengue

Ação de Promoção da Saúde

Depois de reivindicações em duas edições do Maré de Notícias (ed. nº 28, de abril passado, e nº 33, de setembro) sobre a necessidade de restauração da ponte que liga o Salsa e Merengue à Vila do João, os moradores conquistaram a reforma. O piso da ponte era de compensado. Sob chuva, sol, e sendo utilizada por pedestres e também por motos, a passagem ficou deteriorada. A notícia boa é que o piso foi trocado. Agora é de metal, e a ponte foi toda reformada e pintada. (Texto: Hélio Euclides)

No dia 18 de dezembro, as Unidades CMS Samora Machel, CMS Nova Holanda e CMS Hélio Smidt estarão realizando uma ação de promoção da saúde, por meio de palestras e oficinas, das 9h às 15h. O objetivo é alertar a população sobre os riscos da tuberculose, para que moradores e trabalhadores locais possam buscar o tratamento adequado, que é público e gratuito.


15 PROGRAMAÇÃO

Há 14 anos, dois moradores da Rua Jorge Luiz (antiga Rua E), na Nova Holanda, pensaram em fazer algo para ajudar o próximo nas festas de fim de ano. Vino e Chicão se organizaram para recolher roupas e alimentos não perecíveis para doações em abrigos e orfanatos. Durante esse período, a campanha solidária de Natal foi crescendo e ganhando a confiança dos moradores da Nova Holanda. Algumas pessoas se juntaram a eles – filhos, sobrinhos, vizinhos e amigos – e se tornaram amigos desta campanha solidária. Na tragédia da Região Serrana e nas chuvas de verão, eles fizeram campanha S.O.S para os desabrigados. Foi um sucesso.

Lona cultural

Herbert Vianna

PROGRAME-SE !

TODA A PROGRAMAÇÃO É GRATUITA !

OFICINAS REGULARES Violão & Cavaquinho as 2 - 15h às 17h 3as - 18h às 20h

2as

Circoas

- 15 às 17h e 4 - 15 às 71h

Percussão

2as e 3as - 9h às 11h30

Gastronomia

4as - 9h às 12h e 13h às 16h

Gastronomia Cidadania as

Todos os anos este ato de solidariedade é animado com muita música, com participação de cantores e grupos de pagode da comunidade que vão prestigiar com suas doações. É um momento de lazer para todos. Um dos momentos especiais da festa é a chegada de Papai Noel, que encanta a todos com sua alegria e distribui brinquedos para as crianças da comunidade.

4

- 13h às 15h

Teatro

Sábados - 10h às 12h

Dança de salão

Sábados - 18h às 20h

Grafite & desenho

Sábados - 12h30 às 13h30

Construção de brinquedos Sábados - 13h30 às 14h30

Contação de história

Sábados - 14h30 às 15h30

Este ano, esta grande festa marcou o primeiro domingo de dezembro na esquina das ruas Sargento Silva Nunes e Jorge Luiz. Wania Dias Silva, Leitora do Maré de Notícias

A banda Korzus, de thrash metal, se apresentará na Lona da Maré pela primeira vez. O grupo paulista, famoso no Brasil e no mundo, fará um show de uma hora e meia, tempo normal de suas apresentações, com a grande diferença de por aqui a entrada ser gratuita. Bandas de abertura: Brutally Murdered, VodKaos, Severe Disgrace, Dartherium.

Divulgação

Stand-up Comedy

quinta, 20/12, às 20h Com o grupo Maré de Humor. Apresentando o espetáculo “Junto e Misturado” com vários personagens que fazem parte do cotidiano da Maré. Será o segundo show de humor da Lona, contando com a participação do colunista do Maré de Notícias, Diogo dos Santos, que assina a seção de piadas da página 16. O evento que aconteceu em 9/11 levou 300 pessoas até a Lona. Sucesso total! Gargalhada garantida com entrada gratuita! Participação Especial do grupo de pagode “Parabalar.”

Forró na Lona

sexta, 28/12, às 20h Venda de comidas nordestinas e muito forró e baião com o grupo “Os Três Forrozeiros” e convidados.

Henrique Gomes

Cineclube Rabiola

Toda sexta-feira, 16h30 O melhor do cinema para a garotada. 14/12: Bob Esponja 21/12: Rei Leão 28/12: Os Sem Floresta

Biblioteca Popular Municipal Jorge Amado De segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.

cultura

R. Ivanildo Alves, s/n - Nova Maré - Tels.: 3105-6815 / 7871-7692 lonadamare@gmail.com FACE: Lona da Maré - ORKUT: Lona Cultural da Maré - Twitter: @lonadamare

Consulte a programação em www.redesdamare.org.br

Temporada Maré de Artes Cênicas Encerrando o ano em grande estilo

Ceia criativa e gostosa

Entre os 219 blogs inscritos para o Troféu Rioeduca 2012, o desenvolvido por alunos do grêmio estudantil da Escola Municipal IV Centenário foi o premiado na categoria Blog do Aluno. A premiação é concedida pela Secretaria Municipal de Educação com o objetivo de reconhecer e valorizar as práticas pedagógicas das escolas da Prefeitura que ajudam no desenvolvimento dos alunos. São reconhecidos os blogs produzidos por alunos, professores e escolas que contribuem para o aprendizado e para a integração com a comunidade.

Concerto para o Sol com a Cia Trança de Folia

Divulgação

Premiação o para blog do IV Centenário

sexta, 14/12, às 20h IMPERDÍVEL: Show do Fim do Mundo!

Sábado, 15/12, às 18h O espetáculo, voltado para o público infantil, é delineado a partir de quatro contos populares, de diferentes lugares do mundo, que remetem a uma “época mítica” em que os bichos falavam. São histórias escolhidas pela sua beleza, simplicidade, humor e valores que estão nelas contidos.

OFICINAS REGULARES

Jongo da Serrinha

Domingo, 16/12, às 18h Em sua trajetória de resistência, o Jongo da Serrinha se transformou em uma das mais genuínas referências da cultura carioca e vem se apresentando em diversas cidades do Brasil e exterior divulgando e preservando o ritmo com espetáculos de alta qualidade. Programa para jovens, crianças e adultos!

Conheça o blog: www.geivcentenario.blogspot.com.br

O Natal está chegando. Veja só que criativo esse papai Noel feito de morangos, chantili e olhos de sementinha, postado no Facebook pela comunidade “Faça você mesmo”.

CULTURA

korzus na maré

Favela Rock

2as Dança contemporânea

3as Consciência corporal (a partir de 16 anos) 18h30-20h Percussão (Método O Passo) 20h-21h30

4

as

Recesso

Neste fim de ano, o Centro de Artes da Maré (CAM) e a Escola Livre de Dança da Maré (ELDM) estarão em recesso a partir de 22 de dezembro, retornando em 7 de janeiro. A ELDM volta em 21 de janeiro, com exceção das aulas de dança de salão, que retornam em 1º de fevereiro. Mas fique de olho, pois de 7 a 21 de janeiro haverá algumas atividades da escola livre de dança na Redes.

(12-18 anos) 18h30-20h

Dança de rua (Nível avançado) 20h-21h30 Cineclube Maré Cine sempre às 17h30

Introdução ao balé (a partir de 8 anos) 9h30-11h na Redes Dança de rua (a partir de 10 anos) 17h-18h30

5as Consciência Corporal (7-12 anos) 18h30-20h Dança criativa (7-12 anos) 18h30-20h Dança contemporânea 20h-21h30

R. Bitencourt Sampaio, 181 Nova olanda

(21) 3105-7265

6as Introdução ao Balé

(a partir de 8 anos) 17hs-18h30

Dança de salão (a partir de 16 anos) 18h30-20h e 20h-21h30

Confira a programação no local ou pelo telefone: 3105-7265 (de segunda a sexta, de 14h às 21h30)

Maré de Notícias 36 - Dezembro / 2012

Campanha de Natal mobiliza moradores

Reprodução

Maré de Notícias No 36 - Dezembro / 2012

Notas

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pra maré

al n r jo u e s o a t n a r

Ga

participar do maré

da sua todos os meses! Busque um exemplar na Associação de Moradores comunidade!

Mostre seu Natal aqui!

Maré de Notícias No 36 - Dezembro / 2012

ESPAÇO ABERTO

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Perguntaram ao Papai Noel se ele vai aparecer na edição de janeiro do Maré de Notícias. Sabe o que ele respondeu? “Vou, vou, vou!” Moradores, trabalhadores e amigos da Maré, façam como o bom velinho: enviem fotos do Natal na sua casa ou na rua para sair na edição de janeiro. Avisem aos vizinhos e mandem as fotos até quinta, 03 de janeiro. Email: comunicacao@redesdamare.org.br Ou deixe na Redes: Rua Sargento Silva Nunes, 1.012. Nova Holanda Qualquer coisa nos ligue: 3104-3276. Boas festas e feliz 2013!

Poesia: “Salve América” Ana Maria de Souza

Despertou para mundo O universo está em festa Tocou os tambores nos quatro Cantos do mundo, nos céus os clarins É tempo de acabar com horrores E semearmos somente amores O mundo está em comunhão Com ternura, paz e esperança. Preste atenção O olhar e o sorriso de uma criança E santidade! É lindo! lindo! O universo está em festa Não queremos pranto, nem choro nem agonia

Sim, Alegria, Amor, paz e poesia Arredando com carinho, as pedras Do caminho, expandindo as correntes Quão pétalas de rosa sob orvalho, perfumando A madrugada, prata e ouro se fundem Toda riqueza do mundo, elos eternos As nações em júbilo e contribuições Salve América! O servo do Senhor! O novo presidente Barack Obama O sol rege maestrinamente, a lua, As estrelas brilham no azul romântico Do firmamento

O esperando personagem que há muito América tinha em segredo, um homem Sempre iluminado, amado. Um alarido, um burburinho só, até a Majestade natureza ficou mais vaidosa Com acalanto dos pássaros Aleluia! Aleluia! “Barack Obama” O presidente dos Estados Unidos (O Brasil estende o coração)

Poema escrito em 07/11/2008, por ocasião da primeira eleição de Obama para presidente.

Diogo dos Santos

há vagas na entrevista de emprego perguntam ao candidato se há recomendação. - sim - responde - No antigo emprego me recomendaram procurar outra firma...

no ponto Duas pulgas esperam por cachorro. Uma diz a outra: vamos nessa! A outra responde: vou no próximo que esse está lotado.

)

Rindo at o a tratamento eficaz No hospital o doente recebe uma boa notícia: - Você vai voltar a andar! ... e ele teve que vender o carro para pagar a operação!

reza forte A mãe vê o garoto rezando, de joelhos. Não entende o motivo, mas Ele reza para que o Maracanã vá para Minas Gerais. Ele explica: É que escrevi isso na prova. Colaborou: Hélio Euclides


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