Rosilene Miliotti
Ano V, No
51
março de 2014 - Maré, Rio de Janeiro - distribuição gratuita
CA R N AM ARÉ Francisco Valdean
Na Vila Olímpica e no Ciep Samora Machel Pág. 3
Cadê o píer Confira a animação dos blocos que desfilaram pelas ruas da Maré durante o carnaval, pelas fotos de Francisco Valdean, Rosana Rodrigues e Rosilene Miliotti. Pág. 8 e 9
Pescadores a ver navios no PU e Pinheiro Pág. 11
Seus Direitos
Como legalizar a guarda de criança ou adolescente Pág. 10 e 11
Cia. de dança
Nova temporada gratuita Pág. 15
Entrevista
Osmar Camelo, do Timbau Pág. 6 e 7
Centro de Artes e Lona da Maré Pág. 14 e 15
Pânico na passarela O tempo passa, o tempo voa e nada da prefeitura instalar uma passarela definitiva na Av. Brasil, no lugar da estrutura provisória, feita com tábuas de madeira. Segundo o administrador Regional da Maré, o Del, a prefeitura deverá resolver a situação somente durante as obras da Transbrasil, prometida para 2016. Moradores querem uma solução para já. Pág. 4 e 5
Teatro do Oprimido, em nova temporada, chama jovens da Maré Teatro do Oprimido realizará 20 oficinas na Maré e formará três grupos com jovens de 15 a 29 anos de idade. O projeto utiliza o teatro como instrumento de emancipação política e a ideia é apresentar alternativas para os problemas da juventude no Complexo da Maré, inclusive com propostas de políticas públicas. Pág. 12
Elisângela Leite
Elisângela Leite
Elisângela Leite
Hortas na Maré
Maré de Notícias No 51 - março / 2014
EDITORIAL
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HUMOR - André de Lucena: “Assim caminha a humanidade”
Editorial Diversão e arte A Maré é mesmo um mundo. Um mundo em ebulição, onde tudo acontece. É essa rica diversidade que a edição deste mês apresenta. A tranquilidade e dedicação de quem cuida de uma horta, a animação dos que curtem os blocos de carnaval, a concentração dos que participam dos projetos de teatro e dança e a criatividade dos que escrevem poesia. A vida que fervilha tem também muita luta, como a dos pedestres que reivindicam uma passarela segura, a dos pescadores que cobram a promessa de um novo píer e a dos presidentes de Associações de Moradores, que passam a vida cobrando melhorias na favela. Como diz a música dos Titãs: a gente não quer só comida. Nós queremos diversão e arte e, sobretudo, nossos direitos respeitados. Esse pulsar da Maré está presente em cada página. E cada nota pode ser um ponto de partida para novos fazeres. O leitor pode assistir a Lia Rodrigues Companhia de Danças, ler o livro sobre a história do Timbau e do Parque Maré, ingressar no Teatro do Oprimido, fazer aula de espanhol ou de balé, enfim, muitas possibilidades. A todas e todos, boa leitura
CARTAS Agradecimentos
Passarela provisória
A chegada do jornal pelas mãos de um parceiro é um cuidado ímpar, sobretudo por saber que o mesmo que o traz é quem muitas vezes assina as matérias. Nós do Futura, que trabalhamos com sensibilização e temos uma equipe de mobilização (da qual faço parte), que leva em suas mãos os conteúdos do Canal para nossos parceiros, admiramos e reconhecemos esse diferencial. Acreditamos na relevância desta distribuição e agradecemos por sermos contemplados por sua vinda! Carlos Humberto Filho, do Canal Futura
Associação de Moradores do Conjunto Marcílio Dias
Centro de Referência de Mulheres da Maré - Carminha Rosa
Instituição Proponente
Associação de Moradores do Conjunto Pinheiros
Conexão G Conjunto Habitacional Nova Maré
Diretoria
Associação de Moradores do Morro do Timbau
Conselho de Moradores da Vila dos Pinheiros
Expediente
Redes de Desenvolvimento da Maré Andréia Martins Eblin Joseph Farage (Licenciada) Eliana Sousa Silva Edson Diniz Nóbrega Júnior Helena Edir Patrícia Sales Vianna
Instituição Parceira
Observatório de Favelas
Apoio
Ação Comunitária do Brasil Administração do Piscinão de Ramos Associação Comunitária Roquete Pinto Associação de Moradores e Amigos do Conjunto Bento Ribeiro Dantas Associação dos Moradores e Amigos do Conjunto Esperança
Associação de Moradores do Parque Ecológico Associação de Moradores do Parque Habitacional da Praia de Ramos
Luta pela Paz União de Defesa e Melhoramentos do Parque Proletário da Baixa do Sapateiro União Esportiva Vila Olímpica da Maré
Associação de Moradores do Parque Maré Associação de Moradores do Parque Rubens Vaz
Editora executiva e jornalista responsável
Associação de Moradores do Parque União
Silvia Noronha (Mtb – 14.786/RJ)
Associação de Moradores da Vila do João
Hélio Euclides (Mtb – 29919/RJ)
Associação Pró-Desenvolvimento da Comunidade de Nova Holanda Biblioteca Comunitária Nélida Piñon
Leia o Maré e baixe o PDF em www.redesdamare.org.br
Editor assistente
Repórteres e redatores
Aramis Assis Beatriz Lindolfo (estagiária) Rosilene Miliotti
/redesdamare
Gostaria que vocês fizessem uma matéria sobre a passarela provisória (de madeira) que fica na Av. Brasil, próximo à passarela 6. É uma vergonha ter uma passarela assim, ainda mais numa avenida tão movimentada. A prefeitura ficou de fazer uma nova, após muita reclamação dos moradores da área, mas até hoje permanece a provisória. Esta semana (em fevereiro) estão até fazendo uma reforma nela, mas mesmo assim não podemos continuar com uma passarela tão perigosa e tão necessária como essa, após a mudança do ponto de ônibus em direção ao Centro. Ana Claudia Braga Resposta da Redação: Ana Claudia, a equipe agradece sua sugestão importantíssima. Leia a matéria nas páginas 4 e 5. Fabíola Loureiro (estagiária)
Fotógrafa
Elisângela Leite
Proj. gráfico e diagramação Pablo Ramos
Logomarca
Monica Soffiatti
Colaboradores
Anabela Paiva André de Lucena Aydano André Mota Diogo Santos Equipe Social da Redes da Maré Flávia Oliveira Numim/ Redes da Maré
Coordenadores de distribuição
Luiz Gonzaga Sirlene Correa da Silva
Impressão
Gráfica Jornal do Commercio
Tiragem
40.000 exemplares
@redesdamare
Redes de Desenvolvimento da Maré Rua Sargento Silva Nunes, 1012, Nova Holanda / Maré CEP: 21044-242 (21) 3104.3276 (21)3105.5531 www.redesdamare.org.br comunicacao@redesdamare.org.br Os artigos assinados não representam a opinião do jornal.
Parceiros:
Da horta para o prato
Maré de Notícias No 51 - março / 2014
Rosilene Miliotti
Bertália, alfavaca, cidreira, coentro, jabuticaba, maracujá – tudo cultivado aqui na Maré
Rosilene Miliotti
Produtos orgânicos são caros e não são encontrados na favela? Os moradores da Maré não têm mais desculpa e já podem se alimentar com produtos saudáveis. Maria Euzete da Costa Pequeno e Antonio Roberto Gomes da Rocha, ambos moradores da Baixa do Sapateiro, cuidam do projeto Hortas Cariocas da Vila Olímpica da Maré (VOM). Junto com a professora da oficina naturista, Débora Matos, eles recebem alunos do 1º ao 3º ano das escolas públicas da região e lhes apresentam o processo de cultivo das hortaliças. Para Débora, o contato das crianças com a horta já apresenta resultado. Algumas já trocam biscoitos por frutas e aprenderam que tomate não dá em árvore. A oficina naturalista é uma atividade do projeto Educar Pelo Esporte, parceria entre a Petrobras e a prefeitura do Rio de Janeiro. “Mostramos às crianças como lidar com a terra. Na horta a gente planta e colhe os frutos. Falamos sobre alimentação saudável, sobre os tipos de espécies e folhas. Estimulamos também que eles levem mudas para plantar em casa”, explica Débora. Maria Euzete diz que mexer com a terra é uma terapia. Ela sonha com uma horta grande para poder vender a preço de custo para o morador. “Uma vez, a professora Débora falou para as crianças me perguntarem
MEIO AMBIENTE
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Helio, Antonio e Maria Euzete: dedicação ao trabalho na
VOM
sobre a horta; me senti muito importante. No final, as crianças estavam me chamando de professora. Todo mundo me abraçou e me beijou”, conta, toda sorridente. Antonio, por sua vez, traz o conhecimento de quem trabalhou com a terra desde criança. “Na Paraíba (de onde veio) não tinha essas coisas de adubo orgânico, era esterco de vaca. Aqui tivemos que cercar porque as crianças pisam no canteiro, fica cheio de marca de pé na terra, sem contar que acabam arrancando as plantas”, revela ele, pedindo mais consciência para a garotada. Helio da Silva, morador da Vila do João, começou como encarregado da horta e hoje é jardineiro da VOM. Ele sente saudade de mexer com as frutas e verduras, mas cita a falta de material para melhorar a horta. “Precisamos do sombrite (tela de proteção) em cima da horta porque esse sol acaba com as plantas. Além disso, sementes, mudas, terra e garrafa pet também ajudam a acelerar o trabalho”, recomenda ele.
Gostou? Pode levar pra casa! O projeto da VOM existe há 3 anos, mas ainda não é uma horta comunitária, embora este seja o objetivo. Já a que funciona no Ciep Samora Machel, em frente à VOM, distribui o que produz para a escola, prefeitura e moradores. José Maria, que cuida da horta, não cobra nada, mas aceita ajuda de quem puder doar sementes, terra ou dinheiro para que ele possa comprar material.
(!)
O Hortas Cariocas é um projeto da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e está presente em 30 comunidades e na rede municipal de ensino. Parte do que é produzido é dividido entre as escolas, creches municipais e moradores, podendo ser comercializado. Parte do lucro é reinvestido na própria horta. Os alunos visitam o projeto e aprendem sobre alimentação saudável. Eles plantam e colhem o seu próprio alimento e levam algumas mudas com objetivo de iniciar uma pequena horta em casa.
Elisângela Leite
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POLÍTICAS PÚBLICAS
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Com quantas tábuas se faz uma passarela?
O que era para ser provisório virou permanente, pois a situação pode durar mais dois anos. Manutenção recente prendeu as madeiras que estavam frouxas, mas os pedestres querem solução definitiva Hélio Euclides
Elisângela Leite
As passarelas da Avenida Brasil são sempre tema do Maré de Notícias. O ponto de ônibus que fica em frente ao Conjunto Esperança, sentido Centro, já virou discussão duas vezes: nas edições 16, de abril de 2011, e 27, de março de 2012. O problema é que o ponto fica muito longe da passarela 6, o que causa um enorme transtorno. Para solucionar o problema, a prefeitura instalou uma passarela provisória, metálica com piso de madeira, próximo ao ponto. Porém, usuários da passarela reclamam porque a construção temporária virou permanente e a prefeitura ameaça solucioná-la somente durante as obras da Transbrasil, corredor de ônibus expresso prometido para 2016. “Essa passarela foi uma boa, mas precisa de melhorias. Vejo que as senhoras têm muito medo ao usar. Deveriam fazer igual à da Escola Bahia. Se olhar para baixo, dá para ver os carros, por isso fico com o olhar para frente”, comenta Daiana dos Santos. As opiniões são muito parecidas. “Sentimento de medo, pois sinto que posso cair a qualquer momento”, afirma Mário Moreno. Com o piso feito de tábuas de madeira, algumas pessoas passam mal quando estão no meio do caminho. “É péssima, dá muito medo, pois há madeiras soltas. Eu já passei mal, tive tontura”, conta Sueli Alves, entrevistada dias antes da manutenção realizada pela prefeitura em fins
de fevereiro, que fixou as tábuas. A solução está na ponta da língua dos pedestres. “É preciso fazer uma passagem com segurança”, ressalta Aline França. O diretor da Associação de Moradores do Conjunto Esperança, Waldir Francisco da Costa, revela que a passarela deve passar
por manutenção constante a partir de agora. “Estava a ponto de um acidente. A pedido das Associações de Moradores da Vila do João e do Conjunto Esperança, junto com a 30ª Região Administrativa (R.A.), a passarela passou por uma obra de manutenção, ao final de fevereiro. A promessa da prefeitura é de que toda sexta-feira haverá revisão”, conta ele.
Políticas Públicas
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Outra só depois do BRT Transbrasil
a boa, mas “Essa passarela foi um Vejo que s. ria precisa de melho medo ao ito mu as senhoras têm , dá para ixo ba ra usar. Se olhar pa o com o fic o iss r ver os carros, po ” nte fre ra olhar pa
Daiana dos Santos
A Secretaria Municipal de Obras reconhece que a passarela é provisória. Por ser de estrutura tubular com piso em madeira há a necessidade de manutenção constante, o que não vinha ocorrendo. Com isso, as madeiras estavam frouxas. Segundo representantes da secretaria, a estrutura vem sendo fiscalizada periodicamente e não há risco para os pedestres. A travessia só será substituída durante as obras da Transbrasil, que ainda estão no papel, conforme noticiamos na Ed. 49, de janeiro (leia em www.redesdamare.org.br). Os usuários pedem uma solução para já.
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O administrador da R.A., Hildebrando Gonçalves, o Del, destaca uma triste novidade: a solução vai demorar mais. “Segundo informações da Secretaria de Obras, não teremos uma (passarela) definitiva, até porque neste local será construído um dos maiores pontos de BRT da Transbrasil. Quanto à manutenção, todos os degraus foram reformados”, afirma ele.
Mário Moreno (de roupa pois sinto que posso ca preta):“Sentimento de medo, ir a qualquer momento”
Arquivo pessoal
Moradora grávida relata pânico na passarela “Sempre tive medo de ponte de madeira, desde a época em que tínhamos de passar em troncos sobre os valões da comunidade. Isso já faz tanto tempo... Contudo, em pleno 2013 eu ainda tinha a possibilidade de passar por uma passarela de madeira que fizeram como paliativo para uma obra mal planejada. Porém, mesmo grávida e tendo de andar muito mais para pegar um ônibus, eu me recusava a passar por aquela passarela. Até que um dia meu marido (o jornalista Hélio Euclides) me convenceu a passar por ela. Perdi meu dia. Já na subida, aqueles degraus muito espaçados e aquela estrutura toda à mostra foi me dando pânico. Quando cheguei na parte reta, aquelas madeiras moles e espaçadas que nos fazem ver a pista lá embaixo me fizeram paralisar. Minha voz sumiu e só a graça de Deus me fez chegar ao outro lado. Estava extremamente cansada. Parecia que tinha andado por horas e desatei a chorar. Só consegui voltar a conversar horas depois. Não estou contando essa história para que tirem essa passarela, mas para que eles façam uma passagem decente para nós moradores, pois precisamos dela agora e não quando um dia vier uma trans ou linha disso ou daquilo.” Viviane Couto, 34 anos, professora, moradora da Vila do Pinheiro, que nunca mais passou pela passarela de madeira
ENTREVISTA
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“A associação é do morador” Associações de Moradores da Maré se unem e tentam resgatar a confiança do morador
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Silvia Noronha
uma aproximação. A eleição aqui foi muito proveitosa. Num domingo chuvoso, as pessoas saíram de casa para votar. Foram mais de mil votantes. Fui reeleito e fiquei feliz de ver o esforço da comunidade para me manter. Na Maré, agora, acredito que todas as associações tenham eleição. O presidente tem que ficar pela vontade dos moradores.
Elisângela Leite
Os dirigentes das 16 Associações de Moradores locais se uniram para que a Maré tenha mais força na hora de reivindicar a prestação de serviços públicos de qualidade. Nesta entrevista, Osmar Camelo, presidente da Associação de Moradores do Morro do Timbau, conta as conquistas e dificuldades enfrentadas.
Maré: Ainda existe uma imagem ruim das associações como reflexo do passado?
Fala ainda sobre a importância de mais moradores se aproximarem. “Só o presidente não consegue sem a ajuda dos moradores. Isso eu falo sempre: a associação é de vocês”, afirma. Maré de Notícias: Como tem sido o trabalho coletivo? Osmar Camelo: Conquistamos muita coisa. Conseguimos falar com o prefeito, com o governador. Não sei se é um momento político (haverá eleições estaduais este ano), mas estamos conseguindo trazer mais os órgãos para atender a gente na Maré, como Cedae, Rioluz. Teve uma melhora. É uma integração para trazer mais qualidade de vida para a Maré. Também nos reunimos no projeto Maré que Queremos, da Redes da Maré, onde conseguimos muitas coisas também para a comunidade. Maré: Quais são as principais demandas das associações? Osmar: Nosso trabalho é em cima das necessidades dos moradores. É o atendimento no que diz respeito, por exemplo, ao abastecimento de água. Agora estamos com problema muito sério aqui no Timbau, porque só a parte de cima tem água. Há problemas com a Rioluz para iluminação das ruas, asfaltamento, lixo. Mas no lixo o problema também é causado pelo morador que não quer respeitar o horário. Às vezes, assim que o caminhão passa, eles vão lá e colocam o lixo (na rua). Domingo não tem coleta, mas as pessoas não cumprem essas regras.
Maré: Os moradores participam das associações? Osmar: Os moradores estão começando a ver a importância da associação, mas geralmente eles vêm quando têm algum problema e querem que a associação resolva. Mas estamos tentando conquistá-los. Eles reconhecem a importância, mas existe uma dificuldade de aproximação, para que eles ajudem a administrar a comunidade. Só o presidente não consegue sem a ajuda dos moradores. Isso eu falo sempre: a associação é de vocês.
Osmar: Acho que não existe essa imagem. Infelizmente, os moradores querem ser cidadãos no que diz respeito só aos direitos e não aos deveres. Só lembram da associação quando tem uma problema de luz, de esgoto. A associação cobra taxa de R$ 3 por mês e quase ninguém paga. Todos têm os mesmos direitos, pagando ou não, mas devemos nos conscientizar de que precisamos manter a associação, pagar as contas. Para trazer os órgãos públicos aqui precisamos usar o telefone, precisamos de uma secretária. Tudo o que foi feito aqui antigamente foi feito pelos moradores. Fica difícil a gente trabalhar se não tiver esse reconhecimento. Ao mesmo tempo, fico feliz de ver que os moradores estão se aproximando. Cada eleição vejo mais essa aproximação, que é importante para que a gente tenha mais força. Podíamos fazer projetos para associação, como reforço escolar, por exemplo.
“Dependemos única e exclusivamente dos moradores, que acham que a associação não é deles, é do presidente. Quando eles tiverem a consciência de que a associação é deles, aí vamos progredir muito. A associação vai crescer e a comunidade vai crescer mais ainda”
Maré: No Timbau teve eleição para a diretoria no final do ano. Como foi? Osmar: A eleição é muito importante, os moradores participam, votam, mesmo os que não são sócios. Temos um acordo escrito em ata e sempre abrimos para a comunidade toda votar. Isso causa
Maré: Nós do Maré de Notícias temos debatido o papel das associações em várias matérias. Com isso, ouvimos de alguns moradores que as associações já cobram para emitir documentos. Alguns reclamam da falta de uma tabela visível, pendurada, com o preço desses documentos.
Osmar: Eu tenho tabela sim e acredito que as demais associações tenham também. Aqui no Timbau é R$ 1 a declaração de residência para sócios e R$ 5 para os demais. E a declaração de propriedade e transferência de benfeitoria é R$ 200, mas é um dinheiro que não é sempre que entra. Há moradores que reclamam porque não gostam de pagar nada, nem tarifa social de água, luz. É muito fácil falar das associações. Agora mesmo estou lutando para resolver esse problema da falta d’água da Rua Capivari
“Cheguei no limite e estou orientando o morador a ir na justiça. Pela lei do consumidor, antes de colocar o morador no SPC, tem que mandar um aviso, mas eles (Cedae) não mandam a conta nem o aviso de débito” Maré: Há outro problema com a Cedae, que não entrega a conta. O que está havendo? Osmar: Num primeiro momento, ficamos felizes com o Água para Todos. Teve obra, a comunidade ficou feliz e não se importou de pagar a tarifa social de R$ 18, desde que recebessem a água. Mas o cadastramento que eles fizeram não foi muito legal, porque não cadastrou todo mundo, apenas um terço dos moradores. Então uns pagam e outros não. E os moradores que estão cadastrados e querem pagar, não conseguem porque eles não mandam a conta, que era para vir pelo correio e não vem; e está todo mundo no SPC. Eu já estive com o Marcelo Motta (diretor da Cedae) em novembro, ele falou que ia acertar essa situação e por enquanto nada. Tivemos reunião até com o presidente da Cedae. Para pagar a conta as pessoas têm que ir na lan house tirar o boleto. Tem gente que não tem essa facilidade e quando vai ver, está devendo. As pessoas acham que temos culpa, porque a porta de entrada desse projeto foi a associação de moradores. Mas o legado que ficou para gente foi só problema. Eu nem estou orientando ir à Cedae. Cheguei no limite e estou orientando o morador a ir na justiça. Pela lei do consumidor, antes de colocar o morador no SPC, tem que mandar um aviso, mas eles não mandam a carta de débito também.
Cartografia das escolas da Maré O Programa Criança Petrobras na Maré (PCP Maré), desenvolvido pela Redes da Maré, está realizando uma pesquisa nas 16 escolas da rede municipal de ensino que atendem moradores das comunidades que formam nosso bairro. O objetivo é realizar um levantamento de informações socioeducacionais das escolas. Nesta pesquisa estão sendo coletadas informações sobre a história das escolas e a situação atual de cada uma delas, como o perfil docente e discente (professores e alunos), avaliação de desempenho, jornada escolar, dentre outros. Os dados serão publicados em um catálogo escolar para que as informações sejam disseminadas. A primeira escola que participou da pesquisa foi também a primeira unidade da região: a Escola Municipal Bahia. Inaugurada em 12 de março de 1938 pelo prefeito Pedro Ernesto, a escola, para sua época, tinha o prédio considerado como sendo de arquitetura moderna, amplo, funcional, com auditório e refeitório e distribuído em dois andares, como permanece até os dias de hoje. Em 21 de junho de 1990, a escola foi tombada como patrimônio da cidade. Nessa unidade cheia de histórias e curiosidades estudaram e trabalharam personalidades famosas como a poetisa Cecília Meireles, ex-diretora da escola, e o cantor Naldo. Aguardem que em breve divulgaremos dados de outras escolas.
Curso grátis de espanhol Estão abertas as inscrições para o curso de espanhol a distância, oferecido pelo projeto Maré Latina, fundado pela moradora Aline Melo. As aulas online devem começar em 25 de março. Mais informações pelo e-mail: alinesepanhol@gmail.com ou pelos blogs: http://espanholaline.blogspot.com.br/ e www.marelatina.blogspot.com.br
Redes concorre a Prêmio de Cultura do Estado Os projetos culturais desenvolvidos pela Redes da Maré estão concorrendo ao Prêmio de Cultura do Governo do Rio de Janeiro 2012/2013, promovido pela Secretaria de Estado de Cultura. A grande novidade dessa edição é que o prêmio possibilita, pela primeira vez, a votação popular pelo hotsite www.cultura.rj.gov.br/premio-de-cultura. O nome da Redes aparece em: Metropolitana Rio de Janeiro. É possível votar até o dia 11 de abril. A indicação é um reconhecimento ao trabalho que a Redes vem promovendo no campo das artes nos últimos anos.
Baixe o livro sobre Timbau e Parque Maré Já está disponível para download o livro “Memória e Identidade dos Moradores do Morro do Timbau e do Parque Proletário da Maré”, produzido pelo Núcleo de Memória e Identidade da Maré (Numim / Redes). Baixe o pdf em www.redesdamare.org.br/memoria. Fique ligado no facebook: redesdamare para saber a data de lançamento do livro na Associação de Moradores do Morro do Timbau. Quem comparecer ganhará o livro impresso.
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Cobramos para poder manter a associação, comprar papel, tinta da impressora, para poder ligar para os órgãos, pagar a nossa conta de luz. As pessoas que não pagam acham que a associação tem que ser mantida por quem? É pelos moradores. Emitir um documento exige um gasto. Disseram que antigamente vinha dinheiro do governo para as associações; hoje em dia não vem mais nada. Dependemos única e exclusivamente dos moradores, que acham que a associação não é deles, é do presidente. Quando eles tiverem a consciência de que a associação é deles, aí vamos progredir muito. A associação vai crescer e a comunidade vai crescer mais ainda.
O que acontece e o que não deixa de acontecer por aqui Elisângela Leite
para baixo. Os que cobram mais a gente são os que não pagam (no mesmo dia da entrevista, dias antes do carnaval, Osmar conseguiu que a Cedae resolvesse o problema. A falta d’água ocorria havia anos).
NOTAS
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Valdean Francisco
I L G R A, A E Bloco das Piranhas do do Timbau: pura diversãoMorro
aixa iranhas, na eBlo P s a d o c lo B , puxado p do Sapateirnoey (à direita, de mestre Sydarela) peruca am
Rosilene Miliotti
iliotti Rosilene M
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CARNAVAL
Francisco Valdean
Francisc o Valdea n
o pé no bloc Samba noIlha, que agitou o Boca da nião Parque U circulou pelo O bloco Filhos do Parque imação an Parque União na maior
Seu Helin da Vila: aleho tocando cuíca n o gria de da r gosto
O tradicional sopão do Gargalo da Vila, da Vila do João
I , A LEG R A
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Moradores e amigos se divertem nos blocos que desfilaram pelas ruas da Maré. Confira as fotos de Francisco Valdean, Rosana Rodrigues e Rosilene Miliotti!
Bate-bola no desfi Gargalo da Vila le do
O Boca de Siri e o Gato de Bonsucesso desfilaram, respectivamente, nos Grupos C e D, na Av. Intendente Magalhães, Campinho. O Boca ficou em 9º lugar. Já o Gato em 11º, penúltimo lugar, o que infelizmente o força a voltar a ser bloco no carnaval de 2015. Ano que vem tem mais. Estamos na torcida! Rosana R odrigues
Rosilene Miliotti
Gargalo
Representantes da tradicional ala das piranhas do bloco Boca da Ilha
Bloco Tapa animou a N na Peteca ova Holand a
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Francisco Vald ean
Carnaval
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Francisco Valdean
SEUS DIREITOS
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Coluna especial
Oitavo tema:
SEUS DIREITOS
O mundo é nosso e o direito é de todos!
Guarda de menores Equipe Social da Redes da Maré - equipesocial@redesdamare.org.br
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Saiba o que é e como legalizar a guarda de uma criança ou adolescente
Neste artigo vamos conversar sobre o instituto da “guarda”, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, Lei nº 8.069). Muitas famílias, sem a decisão de um juiz, resolvem criar e educar uma criança ou um adolescente, integrando-o ao lar em que foi acolhido. Essa situação cria um vínculo chamado “guarda de fato”. Porém tal situação não garante direitos e deveres ao guardião, ou seja, a quem criou, nem ao menor sob sua guarda, mas cria um vínculo jurídico que somente poderá ser destruído por decisão de um juiz em benefício do menor. Este vínculo será estabelecido através do processo de guarda. Porém, antes de falarmos sobre o que é o processo de guarda, é importante definir alguns termos relacionados a esse tema.
Criança: É a pessoa com até 12 anos de idade incompletos (11 anos 11meses e 29 dias). Adolescente: Pessoa entre 12 e 18 anos de idade. Poder familiar: Conjunto de direitos e deveres atribuídos aos pais, no que se refere à pessoa e aos bens dos filhos menores de idade. Família substituta: É a família que passa a substituir a família biológica, quando esta não pode, não consegue ou não quer cuidar da criança. A família substituta pode ocupar o papel da biológica de forma efetiva e permanente (adoção) ou de forma eventual, transitória e não definitiva (guarda ou tutela).
Guarda de fato: É quem exerce a guarda diariamente, ou seja, com quem o menor reside. Não precisa de processo para ter a guarda de fato, pois esta situação é juridicamente aceita. Pode ser convertida em guarda de direito, quando uma definição judicial for requerida. Neste caso, enquanto o juiz não concede a guarda de direito definitiva, ele pode emitir uma liminar, a fim de que a parte não seja prejudicada pela demora do processo. Essa antecipação tem o nome de guarda provisória.
Mas afinal, o que é guarda? Segundo o ECA, crianças e adolescentes devem ser criados no seio de sua própria família ou, excepcionalmente, em família substituta. Há três formas de inserção de uma pessoa menor de idade em família substituta: guarda, tutela e adoção. Neste artigo estamos falando sobre a guarda, que tem como objetivo regularizar a posse de fato da criança ou do adolescente, ou seja, visa gerar um vínculo jurídico entre este e a família substituta. Muitas famílias não procuram a justiça com medo de perder a guarda de fato. Entretanto, a justiça somente desfaz uma situação dessas se ficar comprovado que a guarda é para outros fins diversos da proteção integral à criança ou adolescente ou se não estiver sendo oferecido a eles um ambiente familiar. A guarda não implica a suspensão ou a destituição do poder familiar, podendo as crianças e adolescentes, mesmo tendo pai e mãe, estarem sob a guarda de outra pessoa. O guardião pode ser qualquer pessoa maior de 18 anos, brasileiro, de qualquer estado civil e não precisa obrigatoriamente ter parentesco com a criança. A ele cabe o dever de prestar assistência material (financeira), moral e educacional à criança ou adolescente. A guarda não gera direito sucessório, ou seja, não dá direito a herança com a morte do guardião, mas garante o direito a pensão previdenciária. A guarda não é possível aos avós cujos pais da criança ou do adolescente vivam sob a dependência econômica deles, sob o mesmo teto. A guarda somente será concedida aos avós se estes detiverem a posse de seus netos, em detrimento dos pais biológicos.
Para solicitar a guarda, o guardião deverá procurar um advogado ou a Defensoria Pública. Optando pela Defensoria, ele deverá procurar a mais próxima de sua residência (informe-se pelo telefone: 129). Aos moradores da Maré, a Defensoria Pública competente está localizada na Rua Lucena, s/n - Olaria (atrás do Campo de Olaria). O atendimento é de segunda a quintafeira, no período de 8h às 15h. O guardião deverá levar os seguintes documentos: Do guardião - Identidade, CPF, certidão de nascimento ou de casamento, comprovante de renda, comprovante de residência, declaração de três testemunhas confirmando a idoneidade do guardião e o tempo em que este tem a guarda de fato do menor (original e cópia de todos esses documentos). Deve levar ainda a declaração dos pais biológicos concordando com a guarda. Nos casos em que os pais são falecidos ou desaparecidos não há necessidade desta declaração. Da criança ou adolescente - Certidão de nascimento, declaração escolar, atestado médico comprovando o estado de saúde do menor (original e cópia).
Tipos de guarda A guarda pode ser permanente ou temporária: É permanente (ou duradoura, definitiva) quando o guardião deseja a criança ou adolescente como membro da família substituta e com as obrigações e direitos, sem que o menor seja filho. Já a temporária (ou provisória) visa o atendimento de situação limitada, momentânea, para suprir a falta eventual dos pais ou do responsável, somente em um determinado período. Ex: guarda para matrícula em escola, para assinatura de contrato de trabalho de empregado menor de idade, para recebimento de benefício assistencial como o bolsa-família.
A ver navios Construção dos píers do PU e Pinheiro paralisada Hélio Euclides
Elisângela Leite
A Secretaria Estadual do Ambiente (SEA) ficou de instalar três píers aqui na região: na Vila do Pinheiro, Parque União e Vila Residencial, essa última no Fundão. A licitação foi vencida pela empresa Fleming, que deu início às obras em outubro, mas interrompeu o trabalho em seguida. No Pinheiro, a obra sequer começou. No Parque União, a situação é visivelmente desoladora. “Para piorar ainda quebraram nossa rampa que liga o mar à terra, para manutenção dos barcos”, denuncia o pescador do Parque União, Samuel dos Santos. “Já são cinco meses de pindaíba, pois quebraram rápido, mas não construíram nada. Abandonaram nossa rampa. E com ficam os barcos para reforma? Não sabemos como tirar do mar”, questiona o presidente da Colônia de Pescadores do Parque União, Reinaldo Coelho. A construção dos píers e reforma do entorno nas colônias teve o recurso do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano. A SEA informa que a construção do píer da Vila Residencial foi concluída em 11 de março e entregue aos pescadores. As obras do Parque União estão previstas para serem retomadas na segunda-feira, 17 de março. Já a construção do píer Vila Pinheiro está sendo reavaliada pela Secretaria.
BAÍA DE GUANABARA
Procedimento para obter a guarda
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Maré de Notícias No 51 - março / 2014
PESCADORES
Oprimido, eu ?! Teatro do Oprimido da Maré retorna com projeto voltado para jovens de 15 a 29 anos Os jovens da Maré estão convidados para participar das oficinas do Teatro do Oprimido, previstas para começar em abril em diversas comunidades do bairro. Para se inscrever basta ter entre 15 e 29 anos, ser morador ou ter algum vínculo local. O projeto tem como objetivo potencializar uma rede de parceiros que mobilize, debata e apresente alternativas para os problemas da juventude no Complexo da Maré, inclusive com propostas de políticas públicas. “A idéia desse projeto é se expandir pela Maré inteira. Estamos fazendo reu-
Como se inscrever e checar os locais das oficinas
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Ligue para: 2232-5826 / 22150503 ou envie e-mail para: producaotomare@gmail.com. Para saber mais sobre o Centro de Teatro do Oprimido, visite o site www.cto.org.br ou curta a página do projeto no Facebook: CentroTeatroOprimido.
Divulgação
Maré de Notícias No 51 - março / 2014
Beatriz Lindolfo
Fabíola Loureiro
CULTURA
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“Nossa proposta é mostrar que o teatro é um dom do ser humano, e que é essencial para a nossa compreensão no mundo, para entender onde estamos inseridos, porque, quando encenamos a nossa realidade, vemos de outro ângulo, do lado de fora” Helen Sarapeck
niões com as associações de moradores de várias comunidades da Maré, tentando chegar a lugares onde ainda não passamos, como Marcílio Dias e Piscinão de Ramos”, conta Helen Sarapeck, coordenadora artística do projeto e do Centro Teatro do Oprimido (CTO-Rio). Após a realização das oficinas (20 ao todo), serão formados três grupos de Teatro do Oprimido, com os participantes que se interessarem pela proposta. Cada grupo iniciará um processo de produção de espetáculo de teatro-fórum, técnica baseada em fatos reais, no qual personagens oprimidos entram em conflito. O oprimido fracassa e o público é convidado a entrar em cena, substituindo o
(!)
O diretor de teatro Augusto Boal, falecido em 2009, foi o fundador desta metodologia internacionalmente conhecida que entende o teatro como instrumento de emancipação política. Qualquer pessoa pode participar, porque a metodologia não se baseia no teatro como algo para quem tem dons especiais.
Augusto Boal é um nome conhecido na Maré, não apenas pelo projeto mas também porque ele foi homenageado pela Clínica de Saúde da Família que leva seu nome. Segundo o dicionário Houaiss, oprimido é aquele que se sente sufocado, sobrecarregado (com ônus, obrigações), onerado; torturado. protagonista e buscando alternativas para resolver o problema. O CTO iniciou oficinas na Maré em 1996, quando foi formado o MarÉarte e logo em seguida o Arte Vida, grupos compostos por jovens moradores que fizeram espetáculos dentro e fora da Maré. Atualmente continua a existir por aqui o Grupo Teatro do Oprimido (GTO-Maré). O novo projeto é patrocinado pela Petrobras. “Nossa proposta é mostrar que o teatro é um dom do ser humano, e que é essencial para a nossa compreensão no mundo, para entender onde estamos inseridos porque, quando encenamos a nossa realidade, vemos de outro ângulo, do lado de fora”, explica Helen.
Após o envio da reclamação dos moradores, a troca de cabos na Travessa 29, na Vila do Pinheiro, foi realizada pela Light. Na tarde de 13 de fevereiro, ou seja, na mesma semana do envio da reclamação pelo Maré de Notícias, os funcionários efetuaram o serviço. Ufa! Os cabos agora não apavoram mais (leiam a nota na pág. 16 da edição passada).
Site traz mil e uma dicas, também compartilhadas no facebook na página: /receita de hoje
Ingredientes: • 4 xícaras de açúcar • 4 xícaras de farinha • 4 ovos • 200 g de manteiga • 1 colher de sopa de fermento • 4 bananas • açúcar • canela Modo de preparo: • Adicione o açúcar, farinha, manteiga e ovos • Misture com as mãos até a massa ficar homogênea • Adicione o fermento e misture a massa • Pegue uma forma redonda desmontável e com as mãos molde a massa no fundo e laterais da forma • Corte as bananas em rodelas e coloque por cima da massa até completar a altura de sua torta, se necessário colocar mais bananas • Salpique açúcar e canela • Bote para assar em forno médio • Retire quando a massa ficar dourada
MIL COISAS
Torta de banana
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Elisângela Leite
Cabos da Light já não apavoram
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RECEITA
Reprodução
SERVIÇO PÚBLICO
Cultura
14 Elisângela Leite
Reprodução
!
ENTRADA GRATUITA Divu lgaçã o
Veja a programação em www.redesdamare.org.br
Lona cultural
Herbert Vianna
PROGRAME-SE ! Sessões infantis todas as quartas, às 16h Sessões juvenis todas as quintas, às 16h
PROGRAMAÇÃO ATÉ MAIO Jogo de Damas
Favela Rock Show
Sexta, 21/03, às 21h Bandas Canto Cego e El Efecto
Lona Música Livre Sexta, 04/04, às 20h Los Chivitos e Negro Léo ite Elisângela Le
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Cine Clube Rabiola
R. Ivanildo Alves, s/n Nova Maré Tels.: 3105-6815 / 7871-7692 lonadamare@gmail.com FACE: Lona da Maré / Twitter: @lonadamare
Div ulg aç ão
Blêfes Excêntricos
Espetáculo Circense Quarta, 09/04, às 15h Sexta, 11/04, às 19h
cultura
Espetáculo de dança Quarta, 09/04, às 15h Sexta, 11/04, às 19h
O Tempo do Meio Espetáculo de dança Sábado, 12/04, às 19h
Forró na Lona
Sexta, 09/05, às 21h Os Três Forrozeiros e Trio Estopim
Lona Música Livre Sexta, 16/05, às 20h Los Chivitos e Biltre
Urucuia Grande Sertão
Espetáculo infantil Sexta, 23/05, às 15h Sábado, 24/05, às 16h Domingo, 25/05, às 16h Inspirado no conto “A Princesa Adivinhona”, do livro “Contos Tradicionais do Brasil”, de Luís da Câmara Cascudo. Essa publicação é o resultado das pesquisas acerca da tradição oral brasileira na forma de contos do folclore. Ótima opção para crianças, jovens e adultos.
Biblioteca Popular Municipal Jorge Amado - Ao lado da Lona, atende a toda a Maré: Amplo acervo, brinquedoteca, gibiteca e empréstimo domiciliar
Cultura
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Dança de Rua Iniciante - 18h às 19h Intermediário - 19h às 20h30 Faixa etária: acima de 10 anos Introdução ao ballet (NOVA!) Iniciantes 17h às 18h (8 aos 12 anos)
Quarta feira
Dança Criativa 18h às 19h (acima de 12 anos) Dança contemporânea (iniciante) 19h às 20h
Oficinas
Terça-feira
Quinta-feira
Ballet 14h30 às 16h30 (acima de 12 anos) Dança contemporânea (intermediário) 16h às 18h (acima de 12 anos) Dança criativa (NOVA!) 18h às 19h (de 6 aos 12 anos) Com Tony Hewerton
Ballet 14h30 às 16h (acima de 12 anos) Dança contemporânea (intermediário) – 16h às 18h30 (acima de 12 anos) Consciência corporal 18h às 19h30 (acima de 16 anos) Percussão 19h às 21h (acima de 10 anos)
Sexta-feira
Dança de salão Iniciante - 18h às 19h Intermediário - 19h às 21h Faixa etária: acima de 16 anos OBS: No momento, inscrições para damas só com o seu cavalheiro.
Oficinas de música
Sábados, 15, 22 e 29 de março de 13h às 16h Faixa etária: a partir de 14 anos Resumo: Artistas-educadores do Grupo Roda Gigante criaram um núcleo de investigação pedagógica que desenvolve oficinas para jovens, profissionais de saúde e artistas interessados em conhecer a linguagem do palhaço. Não é necessário ter prática musical ou teatral. Inscrições no Centro de Artes da Maré, com Ivani Mais informações: 3105-7265
R. Bitencourt Sampaio, 181 Nova Holanda. Programação no local ou pelo tel. 3105-7265 De 2 a a 6a, de 14h às 21h30
Nova apresentação de Lia Rodrigues Pindorama é o nome indígena dado às terras brasileiras antes da chegada dos europeus. Significa “terra das palmeiras”. E é o nome da mais nova criação da Lia Rodrigues Companhia de Danças, que tem sua estréia nacional em 15 de março, no Centro de Artes da Maré (CAM). A apresentação fica em cartaz até o último final de semana do mês, com entrada franca. Pindorama convida o público a viver uma experiência intensa e inusitada junto com os 11 artistas da companhia que criam imagens de tempestades, ventanias, chuva e de corpos náufragos, envolvendo os espectadores num ambiente mágico e misterioso.
er Sammi Landwe
Temporada gratuita de Pindorama até o fim de março no CAM O espetáculo foi criado no galpão do CAM, sede da Companhia, onde a coreógrafa e seus colaboradores fizeram diversas experiências com grandes pedaços de plástico transparente e água, além de explorar várias possibilidades de incentivar a participação do público. Pindorama estreou em novembro de 2013 na França. Premiada internacionalmente, Lia estudou dança no Brasil e fez parte da companhia da coreógrafa francesa Maguy Marin. Fundou a Lia Rodrigues Companhia de Danças em 1990 e, desde 2003, desenvolve ações artísticas e pedagógicas na Maré, em parceria com a Redes de Desenvolvimento da Maré.
Pindorama
De 16 a 30 de março, de quarta a domingo Quarta, quinta e sexta, às 20h. Sáb, e dom., às 19h. Centro de Artes da Maré (CAM) Rua Bittencourt Sampaio, 181, Nova Holanda (3ª rua à direita após a passarela 9 da Av. Brasil, sentido Zona Oeste) Tel.: (21) 3105-7265 Duração: 80 min / Lotação: 120 pessoas Classificação etária: 16 anos Reservas na van que fará o trajeto Lagoa (Parque dos Patins)-Maré pelo e-mail: pindorama.mare@gmail.com Entrada franca
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Segunda-feira
16 ESPAÇO ABERTO
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Moradores
Envie seu desenho, foto, poesia, piada, receita ou sugestão de matéria. Rua Sargento Silva Nunes, 1.012 – Nova Holanda Tel.: 3104-3276 E-mail: comunicacao@redesdamare.org.br
Lembrança Mareense - Allan Phillip Ela vem vindo, Com o tamborete na cabeça, atravessando as palafitas. Ela vem de lá da Variante, trazendo água para banhar os filhos. Acostumada a pegar o mesmo peso, nem dá a mínima para o sofrimento. Ela vem vindo, com o sorriso no rosto, Às vezes canta uma música antiga, do tempo da sua avó... pra esquecer o cotidiano. Atenta, observa os barracos novos que surgiram: “Como isso aqui está crescendo”, pensa consigo, “isso vai virar um mundo”.
Dica útil
instagram Organiza Severina
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todos os meses!
Poemas
É Carnaval! - Sara Alves A vida é muito mais que conquista de bens materiais, muito mais que sucesso passageiro, muito mais que TER... Vida... É poder assistir e chorar vendo Édith Piaf numa terça-feira de carnaval...
É respirar suavemente cada instante de Graça Divina que fascina o Mundo com forças que só o Amor é capaz de construir...
É ter o prazer de receber um abraço quente e aconchegante que enche a boca d’água de felicidade apagando infinitos dias de amargura...
É saborear na alma os mais belos sentimentos emanados dos nossos irmãos, sejam eles sanguíneos ou não...
É saber que se é amada com todas as belezas de uma ”meia idade”, que embaraça a cabeça de qualquer mulher transformando-a numa enchente de lágrimas que lava toda razão...
É estar na Ciranda Cósmica de mãos dadas, fortalecidas pela Alegria de Existir, Ser e Viver incessantemente o Milagre da Vida ...
É acreditar que o Amor, somente o Amor pode transformar todas as dores em armas mágicas que encantam a luta diária de cada um de nós...
Organize-se Veja só que dica boa, útil, sem custo e ecologicamente correta! Podemos dar um destino para garrafas pet, utilizando-as como porta-sapatos. A sugestão foi “pescada” pela jornalista Rosilene Miliotti, que deu a ideia de compartilhar a foto com todos os leitores. A dica foi postada pela página Organiza, Severina. Bacana, né!
É acreditar que explodem cores lindas e irradiantes, mesmo com ansiedade angustiante,
)
Sem noção
É perceber que todos os momentos realmente passam, os que machucam ou não...
Rindo at o a
Uma menina vai para a escola pela primeira vez. Quando chega em casa, a mãe pergunta: Gostou? A garota responde: Sim, pena que não aprendi tudo. Vou ter que voltar outras vezes.
em cada manhã que sucede noite de tempestade e medo...
É ter a Liberdade para expressar emoções que se afloram nos instantes mais simples da vida e que fazem do nosso viver a mais linda melodia que exala um perfume envolvente e nos transporta para a doce ilusão da plena Felicidade... Numa terça-feira de Carnaval.
Hélio Euclides e Diogo Santos
Carta no hospício
Um louco estava no hospício e recebeu uma carta. Quando ele abriu, tinha dentro uma folha em branco. Aí um outro louco perguntou: De quem é essa carta? Por que está em branco? E ele respondeu: É do meu irmão e está em branco porque a gente não está se falando.