Fabíola Loureiro
março de 2013 - Maré, Rio de Janeiro -
Moradores exigem respeito Notícias sobre instalação de futura UPP na Maré geram debates sobre o direito do morador à segurança pública. Não cabe à polícia invadir casas sem mandado judicial nem ditar regras de conduta social. Para estimular o debate entre os moradores, a campanha “Somos da Maré e temos direitos” voltou às ruas com a distribuição, de casa em casa, de folder e adesivo explicativo sobre o papel da polícia. Pág. 8 e 9
Fabíola Lou reiro
Perfil
Jorginho de Bonsucesso Pág. 3
Nossa história
Estilo Marcílio Dias
Elisângela Leite
Marcílio Dias tem crescido mais para os lados do que para cima. As casas de um pavimento ainda são a maior parte, dando um estilo próprio à comunidade. Mas os espaços estão acabando e o crescimento vertical parece ser uma questão de tempo. Pág. 10 e 11
Carta de D. Mironeide de 1980 ajudou a evitar remoção de moradores Pág. 4 e 5
Centro de Artes Conheça as novas oficinas
Pág. 15
Elisângela Leite
Deliciosa e fácil Canjica a qualquer hora Pág. 15
distribuição gratuita
Elisângela Leite
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Roquete Pinto pede passagem Agora só há saída em direção à zona norte. Ir ao centro ou ao Hospital Federal de Bonsucesso só dando uma volta enorme. Estudantes penam para atravessar a rua e a Associação de Moradores de Roquete pede à prefeitura para rever a situação. Pág.12
Elisângela Leite
Ano IV, No
Maré de Notícias No 39 - Março / 2013
EDITORIAL
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COMO VOCÊ ESTÁ HOJE?
Editorial A história nos ensina Esta edição traz novamente um tema caro ao morador da Maré: o direito à segurança pública, que não se resume à entrada da polícia na favela. Vai muito além. Requer dos órgãos públicos o reconhecimento de que nós somos cidadãos com os mesmos direitos dos moradores de qualquer bairro do Rio de Janeiro. Cabe a nós lutar por esse reconhecimento. A história mostra que as conquistas sociais e políticas vêm a partir da mobilização coletiva. Foi assim com o direito ao voto (antes só os homens ricos votavam), com os direitos da mulher (parabéns a todas pelo dia 8 de março), entre muitos outros. Já temos muitas conquistas. Precisamos avançar mais. Nas próximas páginas, você vai ler sobre outras batalhas empreendidas pela população da Maré. Roquete Pinto pede passagem, as mães da Maré se unem e D. Mironeide e Jorginho de Bonsucesso relembram o passado, quando o governo ameaçou remover os moradores para Santa Cruz. Muitas pessoas se uniram naquela época para impedir a remoção. D. Mironeide também fez a sua parte. Boa leitura!
Expediente
Criação das Mães da Maré para sinalizar o humor de cada dia. Recorte e mostre ao mundo como você está se sentindo! Conheça mais sobre o grupo na pág. 6. O conjunto de imãs está à venda e vem com uma setinha para você apontar a cara do seu dia!
Cartas Parabéns pro Maré
Maré perderá kombis
Moro no Parque União e pela primeira vez tenho o prazer de conhecer o site de vocês (redesdamare.org.br). Sempre que possível leio o Maré de Notícias e quero parabenizar pelo bom trabalho; vocês são nota 10. Espero que continuem assim com ótima qualidade. Em nome de todos que leem o Maré de Noticias eu agradeço o empenho de vocês. Muito obrigado a todos.
Tive uma enorme surpresa (negativa) com a matéria sobre a retirada de linhas de Kombi na Maré. Como ficaremos? Que seja feita a regularização, mas que não deixem a população na mão, ou melhor, a pé. A gente que mora na Vila do João já tem a situação da passarela, que ficou muito mais distante de nossas casas. “Temos” os ônibus do Fundão (demoram pra caramba!) que passam na passarela da Linha Amarela, mas quem não tem essa alternativa precisa encarar a passarela da Av. Brasil e andar MUITO depois de um dia de trabalho. Agora, isso de retirar as kombis, sem fazer um planejamento que respeite e priorize a população, realmente não é justo.
Edson Mauro Resposta da Redação: Caro Mauro, a equipe agradece imensamente. Se quiser fazer uma visita ou sugerir pauta, a Redação fica no prédio da Redes, na Rua Sargento Silva Nunes, 1.012, na esquina com a Principal, em Nova Holanda. Tudo de bom para você!
Associação de Moradores e Amigos do Conjunto Bento Ribeiro Dantas Associação dos Moradores e Amigos do Conjunto Esperança
Instituição Proponente
Associação de Moradores do Conjunto Marcílio Dias
Diretoria
Associação de Moradores do Conjunto Pinheiros
Redes de Desenvolvimento da Maré Andréia Martins Eblin Joseph Farage (Licenciada) Eliana Sousa Silva Edson Diniz Nóbrega Júnior Helena Edir Patrícia Sales Vianna
Coordenação de Comunicação Silvia Noronha
Instituição Parceira
Observatório de Favelas
Apoio
Ação Comunitária do Brasil Administração do Piscinão de Ramos Associação Comunitária Roquete Pinto
Associação de Moradores do Morro do Timbau Associação de Moradores do Parque Ecológico Associação de Moradores do Parque Habitacional da Praia de Ramos
Associação Pró-Desenvolvimento da Comunidade de Nova Holanda Biblioteca Comunitária Nélida Piñon Centro de Referência de Mulheres da Maré - Carminha Rosa Conexão G
Associação de Moradores do Parque União Associação de Moradores da Vila do João
Repórteres e redatores
Aramis Assis Hélio Euclides (Mtb – 29919/RJ) Rosilene Miliotti Fabíola Loureiro (Estagiária)
Fotógrafa
Conjunto Habitacional Nova Maré
Elisângela Leite
Conselho de Moradores da Vila dos Pinheiros
Projeto gráfico e diagramação
Luta pela Paz União de Defesa e Melhoramentos do Parque Proletário da Baixa do Sapateiro União Esportiva Vila Olímpica da Maré
Associação de Moradores do Parque Maré Associação de Moradores do Parque Rubens Vaz
Ah! Minhas sobrinhas Marianna e Beatriz amaram a receita da Sula, iremos fazer, pois deu água na boca só de ver o bolo no jornal (pág. 15 da Ed. 38, de fevereiro) rsrsrs
Editora executiva e jornalista responsável Silvia Noronha (Mtb – 14.786/RJ)
Pablo Ramos
Logotipo
Monica Soffiatti
Colaboradores
Anabela Paiva André de Lucena Aydano André Mota Flávia Oliveira Imagens do Povo
Impressão
Gráfica Jornal do Commércio
Tiragem
40.000 exemplares
Leia nosso Maré na internet e baixe o PDF: www.redesdamare.org.br.
Sara Alves Redes de Desenvolvimento da Maré Rua Sargento Silva Nunes, 1012, Nova Holanda / Maré CEP: 21044-242 (21) 3104.3276 (21)3105.5531 www.redesdamare.org.br comunicacao@redesdamare.org.br Os artigos assinados não representam a opinião do jornal.
Parceiros:
Jorginho é bom e faz sucesso!
PERFIL
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Fabíola Loureiro
José Jorge Teixeira, de 57 anos, o Jorginho de Bonsucesso,é um sambista nato.Quando era pequeno, sua mãe cantava nos coretos das praças em Minas Gerais e Jorginho fazia paródias e poesias na escola, o que deixava sua antiga professora de Português admirada. Aos 12 anos, Jorginho veio para o Rio de Janeiro, onde morou em um barraco na Rua Almirante Tamandaré, no Parque Maré, e atualmente vive na Vila do João. Seu primeiro CD foi com o Grupo Comunicasamba e contou com a participação do pandeirista Merildo Peçanha e outros bambas do samba, todos moradores da Maré. Além de cantor, Jorginho toca cavaquinho e há 30 anos é compositor da GRES Estação Primeira de Mangueira. Durante a semana, o cantor trabalha como torneiro mecânico, mas nos fins de semana sempre faz shows. Costuma marcar presença nas rodas de samba dos grupos Já é e Lá Samba, na Maré, dando uma “canja”. Nas noites de quinta-feira canta no Sublime Relicário, que fica na Lapa; e às sextas, no restaurante Severina, em Laranjeiras. “Meu estilo musical é o samba e minhas músicas falam do dia-adia da população. Tenho feito show todas as sextas no Severina e lá são vendidos os meus CDs. Sambista eu sou desde sempre, mas com 13 anos eu comecei a escrever letras de músicas e não parei mais. O meu terceiro CD está bem eclético, com sambas homenageando a Mangueira, músicas que falam do nosso cotidiano e uma até que fala sobre a Região dos Lagos. Também já está sendo vendido, mas estou vendo um local para fazer o lançamento oficial”, conta o sambista.
nçado D recém-la Capa do C
Nossa Maré em letra e música A música “Querer o quê?” foi feita em 1977 em uma parceria com Ciro Luís, como uma forma de reivindicação para que os moradores da Nova Holanda e do Parque Maré não fossem removidos para Santa Cruz. O trecho dizia assim: “(...) Sou menino de favela, onde nasci e me criei Com muito esforço e trabalho, a Maré eu aterrei Tinha um barraco de zinco, ai meu Deus como eu sofria Hoje me sinto feliz, construí em alvenaria.” Em 1979, Jorginho fez um novo samba, em agradecimento às obras e moradias na Vila do João e por não terem sido removidos para Santa Cruz. “(...) Todos vão ganhar uma casa bonita Vão acabar com as palafitas Vai ter área de lazer pras crianças deitar e rolar Um jardim florido pras gatinhas passear (...)” Já a música “Vila colorida do João” foi feita assim que os moradores ganharam suas casas: “Eu vejo a alegria estampada, no rosto desta multidão São os ex-palafitados, que hoje residem na Vila do João. Cada família escolheu a casa e a cor preferida E foi assim que a Vila ficou colorida.”
Maré de Notícias 39 - março / 2013
Músico da Maré faz sucesso por todo o Rio
NOSSA HISTÓRIA
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Carta vitoriosa
Maré de Notícias No 39 - Março / 2013
Moradora envia mensagem ao presidente e contribui para mudar a história Hélio Euclides
Elisângela Leite
Imagine, num belo dia, você receber a notícia de que sua comunidade vai ser extinta e você deverá ser alocada em outro bairro distante. Isso foi o que ocorreu no Parque União, em 1980. O governo militar da época (o Brasil vivia uma ditadura, que durou de 1964 a 1985) já havia demarcado com números as casas que iriam ao chão. Mironeide Rezende Beleza não aceitou o fato de ter que ir morar em Santa Cruz e tomou uma decisão que iria contribuir para mudar o futuro de todos. Ela enviou uma carta ao então presidente da República, o general João Figueiredo. Para sua surpresa, recebeu a resposta de que não haveria mais remoção e ainda que os moradores seriam contemplados com obras de urbanização e legalização dos imóveis. Na época, existia uma articulação da população local para encontrar uma solução. Ocorriam reuniões no antigo Clube Bola Branca, no Parque União, mas ela achava que o grupo não chegava a um denominador comum. Mironeide, depois de uma visita como representante da Legião de Maria, viu uma moradora chorar por causa da remoção. E foi nesse momento que decidiu escrever a carta. “Ela não podia ir para longe, pois tinha filhos pequenos estudando na Escola Napion e um marido que bebia muito. Esse caso me fez tomar a iniciativa,
bati o pé e disse que não iríamos. Então fiz a carta para o presidente”, lembra ela. Mironeide nasceu no Maranhão, depois foi para Fortaleza e de lá veio direto para o Parque União. Ela acha que foi o destino que a colocou nesse momento na comunidade. “O governo tinha planos para esse espaço. Foi Deus que me deu coragem para enfrentar. Sabia que estava enviando a carta a um militar, mas acreditava que ele era diferente dos que estavam lá”, deduzia. Quando enviou a correspondência, tinha 51 anos, e confessa que não espalhou o que aconteceu.
Carta para Mironeide Ela conta que dois meses depois do envio da carta, aviões do exército sobrevoaram a Maré. Mais dois meses e veio a resposta do Palácio Guanabara. O representante do governo estadual informava que todos iriam ficar no mesmo lugar e ocorreria a urbanização. O outro passo veio por meio do ministro do Interior, Mário Andreazza, que chamou os moradores na sede do Banco Nacional de Habitação (BNH).
Lá cada um recebeu o título provisório; e depois a escritura, na sede da Caixa Econômica Federal. “O importante foi o resultado final, o que mostrou que sem luta não se chega ao progresso”, comenta Mironeide, que continua morando no Parque União. Depois de tudo isso, Mironeide recebeu proposta para apoiar um político, mas como ele não cumpriu com a palavra de trazer melhorias para a Maré, ela disse não. Trinta e três anos depois, ela acredita que o Parque União necessita de uma nova urbanização e que os políticos precisam olhar mais para a favela. “Nós de comunidade merecemos respeito, somos iguais em tudo, ou até melhores. É horrível as pessoas discriminarem quem mora nessas áreas. A imprensa de fora só mostra o lado ruim do Parque União”, desabafa. Para Mironeide foi muito importante as pessoas permanecerem no Parque União. Todos tinham suas vidas organizadas aqui, com as
“(...) somos humildes trabalhadores exaustivos de lutar para sobreviver. Esta área é ocupada a maioria por humildes nordestinos que vieram lutar com sua bravura e seu heroísmo de raça, para trabalhar e lutar por um lugar ao sol. Foi com muito sacrifício, com lágrimas de mulheres e crianças, muitas das quais até famintas de alimentos porque trocavam este por um caminhão de aterro para prepararem o solo em que iam habitar. Hoje as áreas prontas, suas casas com água, luz, esgotos, tudo feito com a cota de todos os moradores.”
vantagens de estarem perto de um hospital, das escolas e de condução. “Lembro das palafitas e das muitas necessidades da época. E por isso percebi que nós mulheres devemos nos interessar mais pela família e o redor”, conclui. O professor de história e diretor da Redes de Desenvolvimento da Maré, Edson Diniz, acha admirável quando não nos conformamos. “Muitos acham que o pessoal da favela é acomodado. A história mostra o contrário; há as atitudes coletivas e outras isoladas como esta. O barato nesse caso foi que, mesmo com medo dos militares, do governo ou sem saber ao certo o canal para reclamar, ela batalhou e correu atrás do direito. A carta ao presidente foi estratégica”, finaliza Edson. “A nossa área é semi-urbanizada. Nós não sabemos se o Sr. pode nos dar a honra de uma visita para ver de perto e sentir conosco a necessidade de ficar e desfrutar desta luta árdua de grande sacrifício, sem que tenhamos nenhum compromisso com o BNH, e sim com a prefeitura, cadastrando nossas casas. E que o Sr. dê o Título de Posse da Terra em que moramos e queremos a legalização da área na prefeitura e a Urbanização. E que o BNH fique com a área que ele vai aterrar e beneficie os moradores das palafitas, preparando novas moradias e não prejudicando o que já está feito.”
Resposta do governo do estado -- A área do Parque União, área de sua residência, será urbanizada, e mantidas as benfeitorias feitas pela população; -- A posse da terra será assegurada aos residentes pelo BNH, dentro das premissas do PROMORAR: repasse da terra aos moradores a preços mínimos, compatíveis com sua renda; -- A participação da população está sendo feita através da Associação de Moradores do Parque União, mediante reuniões já realizadas e programadas, de acordo com o andamento do Projeto; -- A legalização da área junto à Prefeitura do Rio de Janeiro faz parte dos estudos em desenvolvimento. Fawler de Melo Presidente interino da Fundação para o Desenvolvimento da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, 06 de outubro de 1980.
Maré de Notícias 38 - Fevereiro / 2013
Maré - RJ
Nossa História
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Mães artesãs da Maré
GERAÇÃO DE RENDA
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Conversas, trocas, risos e artesanato unem mulheres que aproveitam material reciclado para produzir peças criativas
Fabiola Loureiro
Com o objetivo de trabalhar a auto-estima das mulheres da Maré e proporcionar geração de renda para as participantes, foi criado em julho de 2010 o projeto Mães da Maré, que desenvolve técnicas artesanais para produzir bijuterias indígenas, crochê e peças com aproveitamento de garrafas pet e tampinhas de plástico. Atualmente o projeto é formado por oito mulheres. Este ano, o grupo foi o responsável por confeccionar os ornamentos (colares e cocares) da comissão de frente da Mangueira para a Sapucaí.
em depressão do an tr en e as qu a Estav lemas, mas ao vir por causa dos prob ei a ficar animada, para o grupo comec é muito boa pois a convivência , de Rubens Vaz
“
A coordenadora do projeto, Twry Pataxó, explica que o grupo não é apenas uma sala de artesanato, mas também um local de conversas, terapia e troca de experiências. “Muitas mulheres chegam sem saber nada e no grupo aprendem um pouco de cada técnica. Contamos piadas, rimos, choramos. Nos encontros as mulheres despertam para o mundo, como foi o caso da Kelly, que era apenas dona de casa, mas sentiu necessidade de voltar a estudar e foi fazer o Curso Pré Vestibular na Redes”, afirma.
“Estava quase entrando em depressão por causa dos problemas, mas ao vir para o grupo comecei a ficar animada, pois a convivência com as mulheres é muito boa, a gente brinca e se alguém pensa em desistir a gente ajuda a perseverar. O artesanato não dá muito lucro. A gente vai atrás de tecido, garrafa, tampa e tudo que pode ser reaproveitado. Tem que saber fazer direito, caprichado, pois artesanato é algo que dá trabalho de fazer”, disse Maria.
Fabiola Lourei ro
Quem quiser participar ou comprar os produtos pode entrar em contato com a Twry (pronuncia-se Turi) pelo telefone: (21) 8653-2190.
Patricia Santo s / Riotur
Onde encontrar
Maria Silvina de Oliveira, 58 anos, moradora do Parque Rubens Vaz, participa desde o início do projeto. Ela conta que na época estava desempregada, ficava em casa sem fazer nada e não achava trabalho por causa da idade. Não sabia fazer nada de artesanato, mas viu alguns trabalhos prontos e teve vontade de aprender.
Fabiola Loureiro
”
Elisangela Le ite
Maria Silvina
Elisangela Leite
Maré de Notícias No 39 - Março / 2013
Fabíola Loureiro
7 ARTE
Da lata ao livro
Fotografia e literatura são os fios condutores do projeto Mão na Lata, que lança seu segundo livro. A obra reúne fotos e textos produzidos por 15 jovens da Maré
Uma lata com um pequeno furo, fita isolante e histórias para ler e narrar. Fonte de inspiração, os contos de Machado de Assis serviram de base para compor o ensaio fotográfico e as narrativas próprias. O resultado é uma leitura particular do Rio de Janeiro de hoje e o Rio de Janeiro que um dia abrigou Machado e suas histórias no livro “Cada dia meu pensamento é diferente”. Jonas Willami Ferreira, 15 anos, responsável pela frase-título do livro, diz que “cada dia não sou eu, sou eus. Cada dia eu me sinto único.
Quando abro os olhos pela manhã, ouço o silêncio dos meus pensamentos”. “Queríamos um título capaz de ressaltar a qualidade cambiante do pensamento reflexivo, conquistado pelos alunos, após um prolongado processo de criação”, explica a fotógrafa e designer Tatiana Altberg, coordenadora do projeto Mão na Lata. Além de registrar em fotos os locais citados na obra de Machado de Assis, o projeto une literatura, fotografia, geografia urbana, história, pesquisa e arte, dando ao leitor a oportunidade de viajar no tempo e no espaço e conhecer a dinâmica de uma cidade e de uma sociedade que se desenvolvem em ritmo acelerado.
que a resistência em relação à leitura é quebrada aos pouquinhos, e nesse lugar nasce o gosto pela criação, ao invés do medo da prova”, comemora Tatiana. “Machado de Assis trabalha de um modo imperceptível, como uma formiguinha, não entrega tudo”, diz Juliana de Oliveira, 14 anos. Já Nicole Cristina da Silva, 12 anos, define sua experiência com a fotografia dizendo que “o bom da câmera é que a gente escolhe a nossa janela”.
Onde encontrar o livro: Nas bibliotecas da Redes, no Centro de Artes da Maré e nas escolas públicas da Maré.
Jonas W illami F erreira
z Pedro Vasque
“Os meninos vão aprendendo a pensar as histórias e a gostar de seus personagens, sem se dar conta disso. Construir imagens faz com que eles se envolvam de tal maneira
Foto escolhida para a capa do livro, do aluno Jailton Nunes
Maré de Notícias 39 - março / 2013
Rosilene Miliotti
CARNAVAL
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Exigimos respeito Silvia Noronha
Elisângela Leite
A campanha “Somos da Maré e temos diretos” voltou às ruas em março, com a distribuição de folders informativos e também adesivos para serem colados na porta das casas e de estabelecimentos comerciais. A ideia é estimular um debate na Maré do ponto de vista do direito do morador à segurança pública. E isso inclui dizer “Não!” às práticas desrespeitosas dos policiais civis e militares na favela. A campanha é uma iniciativa inédita da Redes da Maré, do Observatório de Favelas e da Anistia Internacional. Eliana Sousa Silva, diretora da Redes, sabe que muitos moradores têm receio de afirmar seus direitos diante dos policiais. “Isso acontece porque as ações policiais sempre ocorreram de modo autoritário. Desejamos justamente mudar essa realidade. Aqui não existe cidadão de segunda classe”, enfatiza. Segundo reportagens publicadas na imprensa corporativa, a Maré estaria prestes a receber uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). A campanha “Somos da Maré e temos diretos”, lançada em novembro passado, visa contribuir para a percepção dos moradores sobre esse processo e, de certa maneira, garantir o protagonismo da população no controle e ação das forças policiais. “É hora de focar nos moradores, pois a compreensão deve ser a de que o direito
tardio à segurança precisa chegar às populações de favelas”. O entendimento maior é que a polícia não tem a missão de ordenar o território em diferentes dimensões e demandas. Ou seja, existem órgãos públicos para atuar em outras áreas. As forças policiais atuam na área de segurança pública. Os policiais não têm que atuar na área social e interferir na vida do cidadão, dizendo, por exemplo, o que pode ou não acontecer em cada uma das favelas. “Pensamos que a ideia condutora deveria ser a do reconhecimento dos direitos dos moradores em todas as suas extensões e que se a escola ou posto de saúde pública pode funcionar com qualidade em outras partes da cidade, por que não garantir os mesmos princípios onde moram os pobres?”, questiona Eliana. Ela observa que essa tentativa de ordenamento da vida social por parte da polícia militar tem gerado muitos conflitos nas favelas com UPP. Algumas enfrentam até mesmo toque de recolher, ou seja, o morador é proibido de ficar na rua à noite e os bares são obrigados a fechar cedo. O objetivo da campanha é que os moradores se organizem e se fortaleçam para impedir esse tipo de interferência na vida social da Maré. O que deve ser considerado no momento da entrada da polícia, via UPP, é justamente a construção da agenda pública no campo da segurança
pública. A UPP deveria chegar com o paradigma da garantia de um direito básico a uma população que não se viu historicamente reconhecida nesse campo, explica Eliana. As 16 associações de moradores locais participam desse debate por meio do projeto “A Maré que queremos”, lançado em fevereiro de 2010, voltado para a busca de ações estruturantes para o bairro. O grupo vem discutindo, com os diferentes órgãos públicos, como garantir qualidade e ampliação dos serviços e direitos básicos para a região.
o Ramos Felipe Reis e Pabl
Maré de Notícias No 39 - Março / 2013
Notícias sobre futura instalação de UPP na Maré reavivam discussão sobre segurança pública do ponto de vista do morador
Não assistiremos de forma passiva à ação das forças de segurança. Elas devem representar a chegada efetiva de uma perspectiva de presença republicana do Estado e não funcionar como um ‘Exército de Ocupação’, considerando que está em um território de guerra e com seus moradores sendo considerada a ‘população civil do exército inimigo’. Como cidadãos, o reconhecimento do direito à segurança pública dos moradores da Maré, dentre todos os outros, deve ser o ponto de partida. E essa é a nossa perspectiva diante da possibilidade de chegada da nova estratégia de segurança pública que vem sendo construída pelo governo estadual. Eliana Sousa Silva
”
(trecho do artigo “Clima de apreensão na maior favela do Rio”, publicado em O Globo, em 23/02/2013)
Denuncie os abusos da polícia Identifique o policial responsável pela prática abusiva e ligue para: Corregedoria da Polícia Militar Telefone: 2725-9098 Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa (Alerj) Telefones: 2588-1555 ou 2588-1660 Redes da Maré Telefone: 3105-5531
Maré de Notícias 39 - março / 2013
“
Carnaval
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Crescendo para os Marcílio dias, ao contrário do restante da Maré, não tem prédios.
Maré de Notícias No 39 - Março / 2013
COMUNIDADE
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à direita e algumas já Casas de um pavimento ro lado da rua com dois andares do out
Hélio Euclides
Elisângela Leite
Casas com a laje no ponto para a expansão
A Rua Mar cílio Dias oc upada pel a expansã o das casa s
Na edição 27, de março de 2012, o Maré de Notícias mostrou a verticalização da Maré. A matéria relatou que cada vez mais encontramos nas comunidades casas de três ou até quatro andares. Já em Marcílio Dias o crescimento habitacional toma outros rumos: as obras se espalham horizontalmente. Isso ocorre pela existência de espaços vazios, e dessa forma, o morador faz a ampliação de seu lar em apenas um pavimento. Contudo, esse movimento trouxe problemas, como a extinção de quintais, de árvores e até dos espaços públicos. Marcílio cresceu para o lado. Tudo começou no passado quando havia oferta de barraco e de terreno na fábrica de bolsa e couro. Na época a comunidade era mais arborizada. “A expansão horizontal se deu porque tinha espaço; se fosse ao contrário iriam subir. Comparando com o passado, Marcílio Dias cresceu muito, principalmente no terreno da Kelson’s. Alguns fizeram suas casas ao lado dos galpões e aproveitaram até a parede”, observa o morador João Carlos Alves. Na comunidade começam a surgir habitações de dois andares, que se dividem em sala, cozinha e banheiro no térreo, e três quartos na parte de cima. Outras têm laje com churrasqueira e varal. Os barracos de madeira ainda existem, mas são
poucos, pois estão sendo substituídos por casas de alvenaria, devido à facilidade de espaço para construção.
Casas estreitaram até a rua O poder público não utilizou os espaços e a população foi tomando posse, o que atrapalhou inclusive a criação de um Ciep na comunidade, segundo contam moradores. A presidente da Associação de Moradores, Jupira de Carvalho dos Santos, lembra da Rua Marcílio Dias no tempo em que era larga. Hoje se transformou praticamente em um beco, com passagem apenas para carros pequenos. Os moradores foram construindo e estreitaram a via. Ela conta que certa vez a empresa de energia enviou uma equipe para troca de um transformador queimado, mas não foi possível chegar ao poste e outro acabou sendo instalado na entrada da rua para solucionar o problema.
vertical
Maré de Notícias 39 - março / 2013
A maior parte das construções ainda tem apenas um pavimento
Comunidade
lados
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Os barracos hoje
são poucos
Pessoas da terceira idade não pensam em dois andares
Outra explicação para a não expansão vertical é a presença de pessoas idosas que moram sozinhas e não sentem a necessidade de expandir os domicílios. Há ainda quem desconfie dos terrenos, que não seriam tão firmes como os que passaram pelo Projeto Rio, conjunto de obras desenvolvidas pelo governo federal em outras favelas da Maré no início dos anos 1980. Marcílio também era mangue e as casas ficavam sobre palafitas. “O pessoal deve ter medo de casa pesada. Mas acredito que casas baixas são até mais bonitas”, opina o vice-presidente da Associação de Moradores de Marcílio Dias, Luciano Aragão. Assim, os terrenos vazios foram desaparecendo enquanto novas casas iam surgindo. Um exemplo foi Mandacaru, que aumentou em grande proporção até sua extinção por ter chegado muito perto do Mercado São Sebastião. Os moradores foram reassentados no ano passado na Zona Oeste.
radores aproveitadas pelos mo pão, com as paredes gal ao s ada col sas Ca
Marcílio reivindica obras da Cedae Um problema crítico de Marcílio é o sistema de esgoto, que foi feito há 30 anos para um número de moradores bem inferior ao verificado atualmente. Ao andar pelas ruas é possível perceber habitações novas e com isso o aumento da gravidade do saneamento precário. “Quando fizemos a nossa casa não existia rede de esgoto e tivemos que improvisar uma caixa coletora. Os vizinhos jogaram a encanação para ela. De 15 em 15 dias temos que limpar para evitar vazamentos”, conta a moradora Elisângela Santos. A associação luta por obras da Cedae, pois as intervenções da companhia previstas para este ano excluem Marcílio Dias. “Também somos Maré, pois estamos à margem da Baía, e precisamos entrar no pacote de obras das outras comunidades. Aqui é super urgente”, reivindica Luciano. Em Marcílio, a exemplo das demais favelas da Maré e da Zona Norte, todo o esgoto, sem tratamento, cai na Baía de Guanabara. Para piorar a situação, a maioria das ruas não tem galeria de águas pluviais, o que causa inundações quando chove. Para o futuro, Luciano acredita que a mesma coisa que acontece no restante da Maré vai acontecer em Marcílio, pois não há mais espaço. “Ainda temos casa de telhas. É só bater uma laje e criar outro andar em cima, que pode ser até alugado. Algumas casas estão no ponto para continuar para cima, só falta o dinheiro”, expõe.
Maré de Notícias No 39 - Março / 2013
Sem saída Roquete Pinto pede passagem em direção ao centro da cidade
Silvia Noronha
Elisângela Leite
Roquete Pinto perdeu uma importante via de saída, que dava acesso rápido à Avenida Brasil em direção ao centro. É que a Rua Santo Adalardo, que contorna a comunidade, virou mão única, servindo somente a quem vem da Ilha do Governador em direção à zona norte. O contrário não é mais permitido desde outubro, quando a prefeitura revitalizou a via. Com o asfalto liso e o trânsito em mão única, os veículos passaram a trafegar pelo local em alta velocidade. Para piorar a situação, não há como chegar à Escola Municipal Tenente General Napion sem atravessar a rua, que não tem sinal o u quebramolas em toda a sua extensão. “Tem gente que se arrisca. Às vezes vem um caminhão atrás do outro, fico até 10 minutos esperando. Depende do dia. Os carros correm muito”, conta o adolescente Rodrigo Jhallys, estudante da General Napion. Seu colega Vanderson Simão da Silva também não gosta de enfrentar o trânsito. “Mas não tem como escapar. Tenho que atravessar”, conta ele.
Guia de Ruas da Maré
Comunidade
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Altemir Cardoso, presidente da Associação de Moradores de Roquete Pinto, faz um apelo à prefeitura para que, ao menos, instale sinal de trânsito na via. Mas o que ele reivindica mesmo é uma via de acesso rápido à pista da Av. Brasil em direção ao centro. “Peço à prefeitura que analise a situação, pois atualmente damos uma volta enorme. Precisamos sair em direção à zona norte, pegar o elevado da Penha e a Av. Lobo Júnior para então acessar o outro lado da Av. Brasil. Não tem outro caminho. Além disso ficou impossível chegar rapidamente ao Hospital Federal de Bonsucesso”, preocupa-se ele. No final do ano, os m o r a d o re s tiveram
q u e implorar aos policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) para passar por dentro do antigo 24° Batalhão de Infantaria Blindada (BIP). É que duas crianças haviam sido atropeladas dentro da comunidade e os moradores queriam chegar rápido ao hospital para socorrer as meninas. Por falar em Bope, o batalhão deve migrar totalmente para Roquete Pinto no meio do ano. Com isso, moradores que estavam construindo casas de alvenaria coladas ao muro da unidade foram impedidos de continuar suas obras. São 32 casas ameaçadas de demolição. “Estamos lutando pela permanência de todas as casas”, defende Altemir.
Alunos do futsal treinam durante a tarde
Cursos no Parque Roquete Pinto Estão abertas as inscrições para os cursos de futebol de salão, futebol de campo, balé, capoeira, jiu jtsu, street dance, informática e supletivo. A maior parte dos cursos deve recomeçar neste mês de março. E a Vila Olímpica está investindo na infraestrutura do local onde as atividades acontecem, além de pagar os professores. Inscrições na Associação de Moradores: Rua Ouricuri, 137 (rua da concessionária Miriam, atualmente o único acesso a Roquete Pinto para quem vem da Av. Brasil, pista lateral em direção à zona norte).
13 NOTAS
O que acontece e o que não deixa de acontecer por aqui Cursos de grafite
Elisângela Leite
Elisângela Leite
E a oficina de Graffiti do Programa Criança Petrobras na Maré (PCP Maré) ainda tem vagas. Aulas às 2ª e 4ª, de 18h às 19h30 (a partir de 12 anos). Inscrições na Redes.
O comerciante Edson Souza, da Nova Holanda, não aguenta mais conviver com o esgoto que mina de um beco e invade a sua loja. O problema ocorre há 12 anos. “Quero fazer obra aqui, mas não posso. Como vou quebrar o piso se o esgoto está por baixo? A Cedae vem, desentope, mas o problema volta em poucos dias. Isso traz baratas, ratos, doenças e um cheiro insuportável”, afirma Edson. A Maré precisa de obras estruturais no sistema de esgoto sanitário. As intervenções estão prometidas pela Cedae para este ano, mas ainda faltam informações detalhadas.
Maré de Notícias 39 - março / 2013
Esgoto, sempre ele
O Grafitarte, curso de grafite oferecido na Associação de Moradores de Bento Ribeiro Dantas, está com inscrições abertas neste mês de março. As aulas passarão a ser aos sábados para jovens e adultos. O projeto, mantido pela Lamsa, tem como instrutores os irmãos Wellington e Adalberto Vicente de Melo, moradores da comunidade que participaram do grupo que grafitou as passarelas da Vila do João e do Pinheiro. Como se vê na foto, eles também têm espalhado a arte pelas ruas de Bento Ribeiro Dantas. Informações pelo telefone: 2005-5980.
do Povo Rosilene Miliotti / Im agens
No Travessias de 2011, Marcos Chaves criou o jogo de palavras Amarésimples e Amarécomplexo Rosilene Miliotti - Imagens do Povo
Maré de Notícias No 39 - Março / 2013
Notas
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Segunda edição do Travessias De 13 de abril a 23 de junho, a Maré recebe a segunda edição do projeto Travessias da Arte Contemporânea, uma realização do Observatório de Favelas e da Automática, em parceria com a Redes da Maré, apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro e patrocínio da Petrobras. Esta edição conta com exposição de arte, oficinas de arquitetura e design e
Supletivo Maré O curso supletivo do ensino médio da Maré, realizado pelas associações de moradores com apoio da Redes, está com inscrições
encontros que discutirão arte, cultura e vida contemporânea. Com curadoria de Felipe Scovino e Raul Mourão, a mostra contará com a participação de 10 artistas contemporâneos brasileiros, entre eles o fotógrafo e morador da Maré Ratão Diniz.
O evento acontecerá no Galpão Bela Maré, na Rua Bittencourt Sampaio, 169 (entre as passarelas 9 e 10 da Av. Brasil), às quartas, sábados e domingos, das 10h às 18h, e quintas e sextas, das 10h às 20h. Mais informações: www.travessias.org.br
abertas até 29 de março. Para se inscrever, é preciso ter entre 18 e 21 anos, ser morador da Maré e ter concluído o ensino fundamental. Este ano, o curso é destinado a pessoas beneficiadas pelo programa Bolsa
Família. Basta ter algum membro da família inscrito no programa. As inscrições podem ser feitas na Redes da Maré, na Lona Cultural Herbert Vianna e nas associações de moradores. Informações: 3105-5531.
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Ingredientes 20 gotas de baunilha 13 colheres de sopa de açúcar 10 colheres de sopa de leite em pó Cravo/ canela a gosto.
Maré de Notícias 39 - março / 2013
500g de canjica 1 caixa de leite 1 lata de leite condensado 1 garrafinha 200ml de leite de coco 150g de coco ralado
AF Rodrigues
Receita enviada pela Elisângela Leite, fotógrafa do Maré de Notícias que adora preparar esta delícia
CULTURA
Canjica-maravilha
Depois da canjica cozida, misture tudo. Quando ferver, está pronto!
Fotos: Elisângela Leite
ESCOLA LIVRE DE DANÇA DA MARÉ oficinas regulares
Corpo e expressão (nova oficina infantil) Quartas-feiras, das 17h30 às 18h30 Sextas-feiras, das 17h30 às 18h30 Para crianças entre 04 e 08 anos Dança criativa Quintas-feiras, das 18h30 às 20h Para crianças de 08 a 12 anos Dança de salão a partir de 16 anos Sextas-feiras, das 18h30 às 19h30 Iniciante Sextas-feiras, das 19h30 às 20h30 Intermediário, salsa e samba de gafieira Sextas-feiras, das 20h30 às 21h30 Intermediário, forró e soltinho
Dança de rua Segundas-feiras, das 17h30 às 19h Iniciante, a partir de 8 anos
Temporada Maré de Artes Cênicas
Percussão (a partir de 10 anos) Terças-feiras, das 20h às 21h30
Cia Urbana de Dança 23 de março, sábado, às 18h Com o espetáculo Eu danço - 8 Solos no geral Direção: Sônia Destri Li
Consciência corporal Terças-feiras, das 18h30 às 20h Quintas-feiras, das 18h30 às 20h A partir de 16 anos
No mesmo dia, às 15h - Oficina com os bailarinos da Cia Urbana de Dança aberto ao público interessado em dança de rua!
Dança contemporânea Quartas-feiras, das 18h30 às 20h Quintas-feiras, das 20h às 21h30 A partir de 12 anos
Cia Trança de Folia 24 de março, domingo, às 18h Espetáculo de teatro infantil com Cortejo Mineiro
Veja os novos horários, níveis e faixa etária e as novas oficinas gratuitas abertas R. Bitencourt Sampaio, 181 Nova Holanda (21) 3105-7265 Programação no local ou pelo tel. 3105-7265 2 a a 6a, de 14h às 21h30
Programação suspensa
Lona cultural
Herbert Vianna
A Lona da Maré está temporariamente fechada, desde 1º de fevereiro, por determinação da prefeitura. A decisão se estende a todos os equipamentos públicos de cultura pertencentes ao município, até que esses espaços tenham suas condições de segurança atestadas pelo Corpo de Bombeiros. A medida foi tomada por precaução, após o grave incêndio ocorrido em Santa Maria (RS).
cultura
ESPAÇO ABERTO
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pra Maré participar do Maré
al n r jo u e s o a t n a r
Maré de Notícias No 39 - Março / 2013
Ga
da sua todos os meses! Busque um exemplar na Associação de Moradores comunidade!
Maré cheia
Maré verde
Todo verão a história se repete. Vem a chuva e os moradores são obrigados a ultrapassar os mesmos pontos de alagamento. Entre os locais já conhecidos está a Rua Bittencourt Sampaio (veja foto tirada este ano), na Nova Holanda.
Mas a Maré resiste bravamente. Um ponto positivo são as plantas cultivadas por alguns moradores, como D. Estelita Morais, que deixa esta esquina de Rubens Vaz, na Rua 17, um espetáculo verde, saca só. Na foto, ela aparece com sua vizinha, D. Maria do Rosário.
Elisângela Leite
Rosilene Miliotti
Mas podemos citar outros, como o valão/Rua do Canal, na Baixa do Sapateiro; as Travessas 55, 56, 57 e Via B/4 na Vila do Pinheiro; a Via A/1 próximo ao Ciep Ministro Gustavo Capanema, também no Pinheiro; a saída de Marcílio Dias, na Avenida Lobo Junior; e a Rua Sargento Silva Nunes, próximo ao Campo da Paty.
O dentista dá o veredito: -- Seu dente está morto! O paciente decide arrancar, mas O doutor tem uma brilhante ideia: -- Posso colocar uma coroa nele. O paciente discorda: -- Já está morto, pode arrancar e enterrar sem cerimônia!
Pulmão O amigo vê o outro triste no canto e pergunta: O que houve, meu amigo? Por que está triste? Fui ao hospital fazer um check up e descobri que só tenho um pulmão direito. O amigo entra em desespero e pergunta: Mas como assim só um pulmão direito? O amigo responde: Sim, só um direito; o outro é Esquerdo kkkkk...
Diogo dos Santos e convidados
)
Coroa nele
Rin do at o a Burro roubado
Um rapaz vai preso acusado de roubar um burro. Ele nega. O policial diz que no animal tinha as iniciais ASD. O preso contesta: Levei porque entendi que era Animal Sem Dono