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+diário de bordo

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+pesquisa

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Tendo como partida um processo pessoal sobre término de ciclo, o agir do tempo e de uma espécie de ritual para dar fim essa passagem, me vem à tona os anúncios de trago seu amor de volta, penso então em um exercício oposto, um feitiço do fim, tragar como fazer o outro virar fumaça e sumir. Consumir de alguma forma e transformar em outra matéria, mesmo que o gosto continue na boca. Contaminada por feitiços infantis, ou não, de escrever o nome da pessoa que se ama e enterrar no jardim, ou sussurrar o nome do amor quando uma joaninha pousa em você. A performance surge como uma mistura de todas essas lembranças e desdobra-se na possibilidade de escrever um nome de amor em um cigarro e tragá-lo, algo que não se limita ao começo ou ao fim, mas mora na vontade de realizar um encanto.

Inicialmente a fotoperformance foi pensada para ter o público como gerador do discurso e do nome que seria escrito no cigarro, acabei percebendo que por razões subjetivas, o experimento poderia não ser tão objetivo como imaginei, podem fugir do registro de escrita, tragada e fumaça, acabei adaptando para um vídeo feito por webcam, com colchão ao fundo e eu como geradora da preposição. Acabo não escrevendo, mas mentalizando esse nome enquanto trago.

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Acredito que meu interesse maior foi no meu registro quase autobiográfico, de tempo, amor&feitiço, através de um ato mal visto e proibido, levanta questões contaminantes do ser mulher e se macular de alguma forma, expor a marca de uma relação.

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