relvado #2 Antes de contar essa história bizarra que diz muito sobre a trajetória do Maradona pós-doping, é preciso conhecer o Mandiyú, um pequeno que teve seus quinze minutos de exposição, mas logo decaiu e foi adquirido por novos donos, em 1994. No fim da década de 1980, os alviverdes se transformaram em uma colônia para uruguaios e paraguaios, contando com muitos atletas desses países. Era um tempo sem limitações para atletas estrangeiros. Os paraguaios Pedro Barrios e Alfredo Mendoza, o uruguaio Ricardo Perdomo e o ídolo Julio Olarticoechea eram os pilares do período mais tenro do Mandiyú. O time escalou as dificuldades do cenário nacional e se estabilizou na primeira divisão. A tendência a montar planteis econômicos e eficientes premiou os alviverdes com uma excelente campanha no Clausura de 1991, deixando a equipe muito próxima de disputar a Libertadores de 1992. A campanha na Liguilla pré-Libertadores de 1991 acabou contra o River Plate, nas quartas de final, com duas derrotas por 2 a 0. Visando uma participação sul-americana, o Mandiyú voou alto e caiu vertiginosamente nos meses seguintes.
Em franca decadência A estrela dos algodoneros brilhou por pouco tempo. Do time surpreendente de 1991 não havia sobrado quase nada e a maré subiu, engolindo e devastando toda a sorte do clube. Sem dinheiro e com resultados medíocres, o Mandiyú pedia socorro para não fechar as portas, mesmo disputando a primeira divisão. Em 1993, reconhecendo a terra arrasada nos cofres alviverdes, a Associação de Futebol Argentino (AFA) concedeu uma permissão para que o clube se convertesse em uma sociedade anônima, atraindo investidores e diminuindo sua sangria financeira. Então, surgiram os salvadores da causa: o deputado Roberto Cruz e Roberto Navarro, cartola do San Lorenzo. A quantia investida pela dupla foi irrelevante, mesmo para a época: 2 milhões de dólares. Assim, em 1994, o pequeno time dava uma guinada para tentar se meter entre os grandes.
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