relvado #6
A virtude da inocência e o pragmatismo adulto Argentina | Por Jessica Miranda Como a ingenuidade infantil pode aguçar a curiosidade sobre ídolos ao passar das décadas
A
s câmeras focam no banco de reservas um homem de 34 anos. Num sinal de esperança, o técnico o chama. Passa instruções. A troca de olhares pode ser resumida como “Tévez, repita 2004”. O comandante do Boca Juniors, Guillermo Schelotto, rogava para que o atacante pudesse repetir a magia daquela semif inal de Libertadores, quando na casa do River Plate, aos 43’ do segundo tempo, Carlitos se antecipou a Fernandez e empatou a partida. Como o Boca vencera o primeiro conf ronto pela margem mínima, aquele gol, naquela altura do jogo, parecia ter sido o golpe fatal no River. Assim, Tévez se descontrolou e, ante um estádio somente com torcedores adversários, imitou brevemente uma galinha — termo pejorativo referente aos adeptos alvirrubros. A decisão do árbitro em expulsar o argentino foi tão rápida quanto a dança.
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