UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE ARTES DEPARTAMENTO DE ARTES PLÁSTICAS
RENAN ANDRADE SILVA
A FORMAÇÃO DE ACERVOS ARTÍSTICOS: A CONSTITUIÇÃO DO ACERVO DO MUSEU DE ARTE DO ESPÍRITO SANTO DIONÍSIO DEL SANTO
VITÓRIA 2013
RENAN ANDRADE SILVA
A FORMAÇÃO DE ACERVOS ARTÍSTICOS: A CONSTITUIÇÃO DO ACERVO DO MUSEU DE ARTE DO ESPÍRITO SANTO DIONÍSIO DEL SANTO
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Programa de Graduação em Artes Plásticas do Departamento de Artes Plásticas da Universidade Federal do Espírito Santo como requisto parcial para obtenção do título de Bacharel em Artes Plásticas. Orientador: Profª Me. Gilca Flores de Medeiros.
VITÓRIA 2013
RENAN ANDRADE SILVA
A FORMAÇÃO DE ACERVOS ARTÍSTICOS: A CONSTITUIÇÃO DO ACERVO DO MUSEU DE ARTE DO ESPÍRITO SANTO DIONÍSIO DEL SANTO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Programa de Graduação em Artes Plásticas do Departamento de Artes Plásticas da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Artes Plásticas.
Aprovada em ____ de ________ de 2013
COMISSÃO EXAMINADORA
________________________________________ Profª Me. Gilca Flores de Medeiros. Universidade Federal do Espírito Santo Orientador
_______________________________________ Prof. Me. Attilio Colnago Filho Universidade Federal do Espírito Santo
_______________________________________ Prof. Dr. Aparecido José Cirillo Universidade Federal do Espírito Santo
DEDICATÓRIA
Aos meus pais e irmã, que tanto me apoiam em minha trajetória acadêmica. Aos amigos, professores e equipe de trabalho que são parte crucial para minha formação.
AGRADECIMENTOS
A afinidade com nossa história e com o mundo da arte sempre me instigou a pensar nossa relação espaço-tempo com o mundo. A graduação em Artes Plásticas veio subitamente, sem imaginar as possibilidades teóricas e práticas em que eu poderia imergir. Após ter realizado cinco períodos do curso de Direito em outra Universidade, iniciar minha carreira em um curso de artes não parecia muito promissor. Nas aulas de história da arte um grande campo de pensamento se abriu para mim, determinando que a história da produção artística do homem me levaria a entender um pouco sobre mim, sobre a sociedade, e um pouco mais da própria relação que a história possui com nosso presente. Agradeço a Deus, aos meus pais e familiares, que sempre me acompanham em cada caminho escolhido. Ao Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo - MAES, por me escolher no acaso e me ensinar e me proporcionar uma experiência única, seja pelas relações humanas, seja na minha formação profissional. À professora Gilca Flores, que generosamente me acompanhou e indicou os melhores caminhos e abordagens dentro do pensamento do patrimônio cultural. Enfim, à vida, que planejou, sem que eu soubesse, que a relação com a arte conta nossa própria experiência, nos mostra o mundo como não sabemos, nos emociona e, se quisermos, nos impulsiona.
"Colecionar
é
eleger
o
que
deverá
permanecer para o futuro" Catálogo EXPOMUS.
RESUMO
Este trabalho visa analisar a formação de acervos artísticos, pensando que o que motiva o ato de colecionar ou o surgimento de coleções de arte públicas engloba certa complexidade de processos. Esse fato é determinante para que os objetos que compõem acervos produzam sentido e significados, garantindo inclusive sua permanência e continuidade. Partindo dos conceitos primordiais no tocante a acervos e coleções, apresentam-se justificativas que fortalecem a vocação dos objetos artísticos para a fruição e reflexão da nossa história e contemporaneidade. Para relatar essa experiência a partir do acervo constituído do Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo – MAES, foi necessário um resgate da história da arte capixaba, traçando a linha que construiu o circuito das artes no estado, bem como a possibilidade de formação de acervo. A situação histórica do estado do Espírito Santo foi crucial para a existência do acervo localizado no MAES e em diversos outros órgãos culturais e públicos da região. Por meio de uma análise museológica das características fundamentais desse acervo, será possível apresentar o seu perfil, indicando também outros olhares para a gestão museal no Brasil. Presume-se fortalecer a ideia da implantação de uma política de acervos, que orientará na reflexão sobre importantes questões que envolvem a aquisição de obras de arte para o acervo do museu.
Palavras-chave: Acervo. Coleção. Museu. Obra de arte. Política de aquisição.
ABSTRACT
This work aims at analyzing the formation of artistic collections, bearing in mind that what motivates the acts of collecting art or the existence of public art collections involve a certain complexity of processes. They are determinant so that the works of art compiling a collection may have sense and meaning reassuring their growth and permanence. Starting off from core concepts in relation to art collecting, one presents grounds which strengthen the works of art vocation to make people consider their history and contemporaneity. In order to describe such experience based on the collection of the Museum of Art of Espirito Santo Dionísio Del Santo - MAES it was necessary to recover history of art in Espírito Santo, tracing the lines which built the artistic atmosphere in Espírito Santo as well as the possibility of forming public collections. The historical conditions in Espirito Santo were of absolute importance to the existence of the collection placed at MAES and several other public and cultural institutions. It will be possible, through a museological analysis of the fundamental characteristics of the referred collections, to present their outlines indicating as well varied views on museal management in Brazil. This work attempts also on strengthening the ideals of art-attaining policies which may lead to reconsider important concerns on the acquisition of works of art to MAES collection.
Key-words: Collection. Museum. Work of art. Acquisition policies.
SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO – OBJETO DE ESTUDO ..................................................................................... 8 2 - DELIMITANDO CONCEITOS. .................................................................................................. 10 2.1. Acervo e coleção. ....................................................................................................................... 10 2.2. Acervos artísticos e museus de arte no Brasil. ........................................................................... 12 3 - ACERVOS ARTÍSTICOS NO ESPÍRITO SANTO................................................................... 17 3.1. O percurso da arte no Espírito Santo. ......................................................................................... 17 3.2. A constituição de um acervo: a fundação do Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo – MAES................................................................................................................................... 21 3.3. Um nome para o museu. ............................................................................................................. 30 4 - O ACERVO MAES: SIGNIFICADO E REPRESENTATIVIDADE. ...................................... 32 4.1. A convivência das coleções........................................................................................................ 32 4.2. Encontros e representações. ....................................................................................................... 38 4.2.1. Catálogo do Acervo do Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo, 2013. ........ 42 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................ 79 6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................... 81 7 - ANEXOS ......................................................................................................................................... 84 7.1. ANEXO A – Inventário de obras ............................................................................................... 84 7.2. ANEXO B – Reportagens de época sobre a fundação do MAES. ............................................. 94 7.3. ANEXO C – Entrevista com Bernadette Rubim ...................................................................... 100
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1. INTRODUÇÃO – OBJETO DE ESTUDO
Perceptos não são percepções de objetos, mas a própria composição da obra, que dura enquanto o material durar, mesmo que seja um lapso de tempo, mas por outro lado o percepto não se confunde com o material. São os afetos que produzem a sensação, eles que são colorantes, são texturantes, são solidificantes ou liqueficantes… que fazem as passagens de estados de sensações. A obra de arte não reproduz, não representa os seres e as coisas do mundo, ela os faz vir, sejam eles o que for, diante de quem a experimenta em tal momento. Pura sensação. É o devir (PESCUMA, 2012).
A intenção que insere o presente trabalho é desvelada no pensamento acerca de como se formam acervos. Em nosso ambiente doméstico ou nas memórias de nossa infância, vivemos e convivemos com objetos que, se contam nossa história, compartilham também todos os motivos de sua existência. A nossa percepção é aguçada todo tempo, amparada pela sensibilidade estética, ou simplesmente, pela sensibilidade. O homem, ser sensível e racionalizado numa infinidade de indagações, não somente pensa, mas principalmente percebe, por qualquer dos seus sentidos. Essa realidade faz do homem um ser afetivo. Pois ele sente ao mesmo tempo que pensa, e é esse enlace que constrói nossa experiência existencial. Colecionar engloba determinadas motivações, mas nenhuma delas interpreta a fluência do afeto. Indiscutivelmente os objetos, sem categorizar a história social e os sistemas que operam o materialismo, funcionam como partes integrantes da vida humana. Contudo, quando se pensa o colecionismo público, a entidade que estabelece essa afetividade se transfigura. Acervo público se define como acervo de todos. Incorporar a coletividade se desenvolve como premissa. Essa contraposição à individualidade define a principal reflexão que se deseja obter em relação aos acervos de arte públicos. Ao passo que representa parte da produção de diversificados artistas e toda sua idiossincrasia, sua existência no museu o torna fato histórico, documento social. De que forma então esses objetos, acondicionados no tempo e deslocados de sua origem, fazem sentido entre si e para cada aspecto da vida social? Responder a essa pergunta implica no desdobramento dessa pesquisa, que pretende explorar o convívio de coleções de arte, examinando seus significados e simbologias, auxiliando na necessidade de se pensar acervos em sua produção de sentidos e na prioridade de gerir sua constituição.
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Partindo das terminologias que envolvem acervo, introduz-se um discurso conceitual acerca da existência da cultura material na vida humana. Atenta-se para a capacidade de formulação de sentidos a partir da visualidade que os objetos produzidos pelo homem possuem, principalmente, quando deslocados para o ambiente do museu. A partir disso, pretende-se demonstrar um breve panorama da conjuntura brasileira no tocante a acervos artísticos e a sua formação, baseando-se nas experiências dos museus públicos. Para especificar a contextualização a partir de um museu de arte do estado, o capítulo três apresenta alguns registros da história das artes visuais no Espírito Santo. Nessa linha, chega-se aos processos para implantação de um Museu de Arte do estado, que culminou na fundação, em 1998, do Museu de Arte do Espírito Santo, nomeado posteriormente Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo. Com a instituição do museu, a presente pesquisa busca analisar a história da formação do seu acervo, pautando-se nas formas de aquisição e em como o mesmo se constituiu até a atualidade. O capítulo final almeja destrinchar os elementos que compõem as coleções do acervo do museu, desenvolvendo análises quantitativas e qualitativas, buscando compreender a representatividade desse conjunto. Dessa forma, define-se como uma política para aquisição de acervo torna-se de suma importância para se pensar o papel das instituições museológicas enquanto espaço para preservação, comunicação e fruição do bem cultural produzido no espaço-tempo.
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2 - DELIMITANDO CONCEITOS.
2.1. Acervo e coleção. Para uma compreensão mais aprofundada dos elementos que integram as definições de acervo e coleção, torna-se imprescindível percorrermos a noção de cultura material. Desde os primórdios da humanidade o homem desenvolve sua própria relação com a natureza. A partir desse contato visual e sensitivo para com o espaço a sua volta, a relação com os objetos é essencial para uma decodificação do mundo, para o aguçamento da percepção e apreensão da realidade. Dessa forma, o ser humano se referencia como ser cultural, produtor de significados e relações no meio físico. A cultura material, portanto, define-se na relação do homem com os objetos, revelando, assim, a natureza relacional dos mesmos. São portadores de uma significação que estará ligada à sociedade que os produziu (MENESES,1983, p. 107 - 108). O historiador e filósofo polonês Krzysztof Pomian define que a partir de determinado momento da história o homem passa a distinguir duas categorias de objetos: as coisas úteis, dotadas de serventia, consumíveis, e os objetos semióforos, "dotados de significado", que são apenas expostos ao olhar (POMIAN, 1984, p. 51 - 86). Nesse sentido, o objeto se apresenta como suporte de informação, traduzindo-se na ideia de documento.
O então objeto-
documento existe como um ativador do reconhecimento e formulação de sentidos para o cotidiano e processo transformador da cultura. No entanto, o discurso acerca dos objetos reveladores de significados será mais preciso com o desenvolvimento das coleções, possíveis por meio do instinto e propensão ao acúmulo material das sociedades ocidentais. Privilégio da Igreja e dos nobres na Europa do século XV, o colecionismo tornou-se símbolo de poderio econômico e político das famílias reais e da aristocracia, inserindo-se também no sistema de pesquisa científica, por meio da reunião e catalogação de objetos nos gabinetes de curiosidade (BRASIL, 2006). Alia-se a isso a intensa movimentação cultural e científica permeada pelos questionamentos levantados pelos ideais humanistas, justificando a ampliação dos limites do conhecimento. Atribuídos de valores, os termos acervo e coleção compreendem a reunião de bens que integram um patrimônio. No entanto, apesar de usados como sinônimos, ambos termos possuem sentidos distintos (LOURENÇO, 1999, p.13).
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Coleção apresenta a ideia de conjunto de objetos eleitos, sendo conduzidos pelo gosto pessoal e valor afetivo, e que perderam sua função de uso e são acumulados no tempo. Walter Benjamin, em sua obra "Passagem", cita a relação de uso nos objetos quando parte de uma coleção:
É decisivo na arte de colecionar que o objeto seja desligado de todas as suas funções primitivas, a fim de travar a relação mais íntima que se possa imaginar com aquilo que lhe é semelhante. Esta relação é diametralmente oposta á utilidade e situa-se sob a categoria singular da completude. O que é esta "completude" <?> É uma grandiosa tentativa de superar o caráter totalmente irracional de sua mera existência através da integração em um sistema histórico novo, criado especialmente para este fim: a coleção. [...] - Colecionar é uma forma de recordação prática e de todas as manifestações profanas da "proximidade", a mais resumida (BENJAMIN, 2006, p. 239).
Para além das coleções, acervo permeia o campo do conhecimento e produz novos sentidos e significados aos objetos, dado ao que representam. Conduzem a experiências e a valores históricos e ideológicos, acompanhados por sua função estética e contextualização. Sob a ideia de objeto como âmbito documental inserido no acervo, sua capacidade reside em evocar determinados aspectos e memórias, ultrapassando simplesmente sua materialidade e funcionalidade. Dessa forma, como define K. Pomian, tais objetos exercem a função de mediadores entre o mundo visível, o espectador que olha, e o invisível, o significado, memória e a informação que representam. O acervo se revela como veículo de informação, sendo a base para a produção e disseminação de informações para a sociedade. Indicando a continuidade da memória, se presentifica como exemplar circunstancial de determinada época e grupo social. Desse modo, o acervo cumpre o interesse de preservação, pesquisa e comunicação das finalidades museológicas. Se o acervo é próprio documento, suas peças integrantes são fontes de pesquisa científica e comunicação, dotadas de inquestionável valor histórico. Pode-se considerar, portanto, que um acervo pode reunir em si diversas coleções, que registram determinados aspectos da cultura material e imaterial, apresentando suas especificidades e informações como documentos históricos constituintes do patrimônio cultural.
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2.2. Acervos artísticos e museus de arte no Brasil. "A existência de poucas coleções privadas é uma das carências do nosso circuito de arte. Os museus, por sua vez, sofrem com acervos pouco abrangentes e sem uma política de aquisição sistemática (OSÒRIO, 2003)."
Em diversas definições contemporâneas sobre museus, a existência de acervos é característica indissociável. Baseando-se nas conceituações normativas do Comitê Internacional de Museus (ICOM) e do Ministério da Cultura (MinC), e também nas políticas públicas do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), percebe-se a definição de museu como o espaço destinado à permanência dos registros da cultura humana, e também a sua salvaguarda e comunicação. Museu como um órgão que deve adquirir, conservar, investigar, expor e comunicar os testemunhos do homem e seu meio. No entanto, o que se impõe como premissa para a existência de um museu parece não equivaler à realidade de diversas instituições. Além disso, pergunta-se: todo museu deve ter acervo físico? A investigação acerca das tipologias de acervo insere novas formas de se pensar o espaço museológico e em como ser e se constituir uma coleção. Museus como o Museu da Pessoa, com sede em São Paulo, mas coexistindo na virtualidade da internet, ampliam as designações de acervo vivo como patrimônio imaterial. Ou ainda o Instituto Inhotim, em Brumadinho, Minas Gerais, que possui um acervo artístico que abriga mais de 500 obras de artistas de renome nacional e internacional. Sua peculiaridade reside em serem expostas a céu aberto ou em galerias temporárias e permanentes, constituindo uma vasta reserva técnica que se desmembra pelo Jardim Botânico da instituição. Ainda que a ideia de obra de arte e de sua materialidade tenha se expandido com a arte conceitual, a representação visual nas artes engloba, quase sempre, a existência de um objeto, ou ainda, de vários, como no caso das instalações.
Por isso é imprescindível que as
instituições de arte priorizem a estrutura física de suas reservas técnicas e espaço expositivo, adequando o museu à execução de exposições e pesquisa do acervo. Desenvolvendo o pensamento sobre acervo e sua formação, é importante traçar a representatividade dessas coleções, alinhavar suas conexões com a produção artística local e mundial, priorizando construir conjuntos que reflitam e testemunhem criticamente a história estética social. Sobre essas questões, em entrevista de Fernando Boppré a Gaudêncio Fidelis, diretor do Museu de Arte do Rio Grande do Sul, é possível identificar boas perspectivas para as diretrizes do colecionismo em museus:
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Acervos são a própria razão de ser dos museus. Preservar e exibir seus acervos faz parte da missão de todas as instituições museológicas ao redor do mundo. Por alguma razão, muitos dos diretores de museus brasileiros, especialmente, perderam essa perspectiva de vista e tais instituições foram transformadas em espaços de exposições temporárias, mais próximo muitas vezes de galerias de arte. Retomar o sentido de colecionar, conservar e exibir acervos de forma adequada e criteriosa é a principal tarefa que precisamos empreender dentro dos museus brasileiros. Os diretores das instituições que se esqueceram dessa missão precisam de imediato de lembrar-se dela e colocá-la em prática (BOPPRÉ, 2012).
E continua:
Quando se trata de acervos é preciso não só conhecer as obras individualmente, mas a coleção como um todo, pois a história de sua formação, o sentido de conjunto, é o que é capaz de demonstrar sua riqueza e seu potencial para a realização de exposições. Mas é a partir deste contato profundo, verificando inclusive suas lacunas, que podemos vislumbrar a continuidade de um acervo e seu crescimento. No caso do acervo do MARGS temos feito um esforço enorme para que este represente o Brasil como um todo, além de abrir algumas oportunidades para termos obras de artistas estrangeiros (BOPPRÉ, 2012).
Mesmo com a existência de adversidades, instituições como o próprio MARGS, o Inhotim, o Museu de Arte Moderna de São Paulo, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, o Museu de Arte Contemporânea de Niterói e o recente Museu de Arte do Rio tem desenvolvido uma política mais constante de aquisição de obras e valorização de seu acervo. Aliado a isso, tem-se discutido o potencial significativo das coleções através de curadorias que tracem uma percepção do acervo enquanto conjunto e não privilegiando leituras individuais das obras em exposição. No entanto, percebe-se que quando não se pensa uma política de aquisição, aliando à inexistência de pessoal capacitado ou de cargos definidos para o funcionamento de espaços museológicos, acaba-se por gerar um acervo incipiente. Sem planos gestores, políticas governamentais de incentivo a aquisição e sobrevivendo à precariedade orçamentária, os museus funcionam como galerias, sem fruir seu acervo e se identificar com a sociedade e, mesmo, estabelecer seu perfil institucional. Por isso, indiscutível importância deve ser dada a eleição de conselhos consultivos ou conselhos curatoriais, que apoiam e auxiliam nas diretrizes gestoras da instituição, principalmente na discussão sobre a aquisição de obras. É visível também que grande parte dos museus brasileiros acumula doações e transferências, sem análise ou parâmetros definidos para a incorporação. Assim, a expansão do acervo não se coloca como uma categoria a ser estudada, reverberando em novos desafios. Se ocorre a falta de estrutura e mobiliário adequado aos padrões para uma conservação
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preventiva, os museus ficam impossibilitados de realizarem novas aquisições que fortaleçam as coleções e a própria instituição. Já se a pesquisa não se efetiva e se vale das curadorias blockbusters, oferta de exposições com financiamento, quase sempre, garantido, o acervo mantido no museu não é investigado e nem a prática da pesquisa em si acontece. As ações educativas, porém, parecem ser mais privilegiadas nesse campo de batalha. Tem-se valorizado cada vez mais a parceria entre museus e Secretarias de Educação, visando a formação de professores e de educadores de arte, além de efetivar a visita dos alunos às exposições. Porém, se não possuem um corpo formado para suas ações, que são a porta da frente dos museus, pensando o envolvimento e acolhimento do público, dependem da sorte e negociações do modelo de financiamento de cultura baseado na renúncia fiscal de empresas privadas. Certamente por isso fala-se, nos últimos dez anos, em crise dos museus brasileiros. Talvez uma crise de identidade dos museus brasileiros. Como se pode observar na fala de Moacir dos Anjos, perante as discussões acerca dos "Desafios para museus de arte no Brasil no século XXI":
É preciso contextualizar essa discussão da crise diante de transformações pelas quais o sistema de arte passou nos últimos quinze anos. Porque, em vários sentidos, esse sistema se desenvolveu muito nesse período. [...] existem hoje muito mais museus e centros culturais espalhados por todo país, vários deles pelo menos razoavelmente adequados e aparelhados em termos museológicos. [...] O problema, para ir direto ao ponto, é que esse modelo (de capitação de recursos), muito frequentemente, compromete a liberdade dos museus de se estabelecerem como lugares de anunciação de um discurso crítico e educativo, onde, idealmente, as exposições que os museus fazem, expõem e suas outras ações, se articulam para confrontar e desafiar o olhar e a inteligência do público, e não apenas para mostrar aquilo que já é conhecido, estabelecido, o que é convencional, o que é fácil de ser entendido (GROSSMANN, 2011, p. 143).
O desafio que se coloca, então, é a personalidade das instituições para enunciarem seu próprio discurso crítico, de acordo com suas próprias atividades relacionadas com o que expõem e adquirem. Como continua Moacir "...não há mal algum em acolher exposições temporárias já formatadas por terceiros, seja pra outros museus, por entidades privadas, principalmente com patrocínio garantido. " (GROSSMANN, 2011, p. 147) O museu enquanto instituição, pública ou privada, deve pensar seriamente em como expor, o que expor, resvalando na formação do olhar dos seus visitantes. Para isso é de suma
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importância o processo reflexivo e consistente das ações culturais promovidas pelo museu, por meio de seu atendimento e mediação de visitantes, suas palestras, seminários, cursos e oficinas. Ainda, no tocante às formações, são imprescindíveis ações de capacitação da equipe do museu. Pensar a profissionalização e formação da equipe como parte do processo educativo da instituição para com a sociedade, garantindo capacidade para uma gestão mais reflexiva enquanto espaço público de educação não formal da cultura visual. O museu deve propor um pensamento crítico a partir de suas mostras, instigando o processo educativo por meio de novos olhares e abordagens sobre questões do mundo contemporâneo. Imprescindível é estabelecer condições de desenvolver um processo de pesquisa para o acervo e adequação do mesmo para tal, garantindo o acesso às coleções públicas não somente por meio de exposições mas também via mídia digital. Historicamente, essa realidade não é exclusiva dos museus públicos. Assim se pode notar na trajetória do MAM-SP, museu privado sem fins lucrativos. Apresentava-se na década de 60 sob os moldes de uma galeria pública, reservada a exposições temporárias, negligenciando a função primordial de qualquer museu, que é preservar, ampliar e exibir seu acervo (CHIARELLI, 1998, p. 08). Mesmo seu espaço físico condicionava esse sistema. O projeto de intervenção ocorrido em 1982, pela arquiteta Lina Bo Bardi, concebia a instituição como galeria destinada a exposições temporárias, já que não contemplava a reestruturação da precária reserva técnica. Embora privilegiasse o espaço expositivo, esse não estava preparado para a recepção de obras de valor museológico (CHIARELLI, 1998, p. 10). Contudo, a década de 90 no MAM-SP apresentou duas iniciativas que cumpriram a preocupação com seu acervo e com sua fruição por um público mais amplo. A criação do Jardim de Esculturas e a reforma da reserva técnica que garantiu as bases técnicas e científicas para a armazenagem e preservação de seu acervo. Ambos projetos foram realizados pela Diretoria durante a gestão de Maria Alice Milliet, de 1993 a 1994. A partir daí, mostras permanentes valorizando o acervo deram mais sentido a existência da instituição como espaço museológico. A constituição do acervo do MAM-SP também caracteriza uma situação recorrente em diversos museus brasileiros, apesar de estar à frente em se tratando da representatividade dos artistas e obras perante a história da arte brasileira. Em 1963 seu acervo foi doado para a Universidade de São Paulo, o que originou uma disputa pelos diretores subsequentes para a recuperação do mesmo. Mas só em 1967 que o núcleo inicial do novo acervo começaria a se formar, com a doação da família de Carlo Tamagni, composta por obras representantes da
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estética dominante na primeira metade do século XX do ambiente paulistano. Ainda assim, era impossível prever alguma política aliada a algum incentivo para a ampliação do seu acervo. Foi a partir de 1969, com a instituição dos "Panoramas do mam"(CHIARELLI, 1998, p. 12), que se instituiu as doações por premiação, firmadas após uma exposição anual. Ao passo que tais ações permitiram a aquisição de peças bastante significativas de artistas essenciais para a arte brasileira, passaram a integrar também à coleção trabalhos de artistas que desapareceram do cenário artístico, seja por terem interrompido ou não desenvolvido sua produção, seja por terem se afastado do circuito das artes. Por isso, é de extrema necessidade a implantação de uma política de aquisições autônoma dos museus, garantindo uma estratégia coerente que estabeleça o perfil e os valores do seus acervos enquanto integrantes fundamentais do patrimônio brasileiro. O museu acaba por depender, em toda sua história e que é a história da formação de seu acervo, de doações voluntárias de artistas, colecionadores e empresários, tornando-se reféns do gosto estético dos doadores. Se o acervo não disponibiliza representatividade, relações e contextos sólidos para uma reflexão artística e cultural, tão pouco as instituições poderão se valer de exposições que divulguem de fato suas coleções e cumpram uma reflexão sobre os conceitos da história da arte e da cultura. O museu deve inserir-se socialmente e estabelecer-se como espaço fundamental para a educação e cidadania, contribuindo para a formação do indivíduo enquanto crítico e pensante acerca do seu papel e lugar no mundo. Torna-se fato, portanto, que os museus de arte devem estabelecer gestões de acervo que primem por metodologias de pesquisa para suas coleções, recolhendo material teórico e documental referentes às linguagens artísticas predominantes na contemporaneidade e que compõem seu acervo. As coleções de museus públicos devem estar ao alcance da sociedade, sem restrições, não somente por exposições permanentes no espaço sede do museu. É fundamental que a instituição se comunique pelos diversos veículos da comunicação, disponibilizando seu acervo virtualmente, bem como material referente ao seu conteúdo informacional. Dessa forma é possível discutir o patrimônio material em busca de seus significados e possibilidades de relações, compreendendo seu sentido simbólico e valor documental para a sociedade.
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3 - ACERVOS ARTÍSTICOS NO ESPÍRITO SANTO.
3.1. O percurso da arte no Espírito Santo. A fim de contextualizar a formação dos acervos artísticos capixabas, é fundamental percorrermos a recente história da arte aqui produzida. Até o século XIX não se observa uma tradição e produção artística de fato, no Espírito Santo. O crescimento da população através do processo de colonização com a vinda de imigrantes europeus, além do incentivo ao cultivo do café, que gerou a consolidação de uma elite agrária no sul do estado, não foi suficiente para o desenvolvimento das artes. Ainda que alguns dos colonos viessem da Itália ou Alemanha como artistas e artífices, a maioria abandonou seu ofício pela falta de um ambiente propício para a subsistência por meio da atividade artística. No entanto, em se tratando da fotografia, o contexto capixaba foi diferenciado, como observa Almerinda Lopes:
Exceção deve ser feita à produção de imagens fotográficas. A novidade que representava a elaboração de retratos: a crença de que a fotografia gerava imagens verossímeis e a condição de reprodutibilidade que lhe é inerente, faziam com que os retratos fotográficos não só desfrutassem de grande aceitação, mas atingissem preços mais acessíveis à pequena burguesia, se comparados ao custo de um único retrato pintado (ESPÍRITO SANTO, p. 43).
A partir do governo de Jerônimo de Souza Monteiro (1908-1912), se observa uma primeira empreitada e política pública para a existência de um sistema artístico em Vitória. Ele cria, em 11 de dezembro de 1909, o Instituto de Belas Artes de Vitória, atendendo antiga solicitação da elite capixaba. Importante destacar que o Instituto funcionou com aproximadamente 200 alunos matriculados, número bastante significativo para a época. Infelizmente o mesmo espaço, que pretendia garantir uma produção mais concisa e ampliada das artes no Espírito Santo, esteve funcionando somente até meados de 1913, quando o próprio governo o anexa a Escola Normal, alegando que economizaria certo valor para os cofres públicos. Dessa forma, a produção e circulação das artes plásticas se desenvolveram paulatinamente, não gerando acervos que circulassem ou fossem expostos, seja no estado, seja em âmbito nacional.
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Se haviam encomendas e futuras aquisições de pinturas ou esculturas, eram provenientes do Rio de Janeiro, como uma tela Crepúsculo, de Levino Fanzeres, adquirida em 1912 pelo Governo do Estado. Ainda assim, as aquisições públicas e o número de colecionadores e de espaços para exposições eram demasiado restritos. A produção acadêmica de pinturas e de monumentos públicos ficou por muito tempo delegada a professores da Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Oriundos dessa mesma instituição, o mineiro Homero Alfredo Massena e o capixaba Levino de Araújo Vasconcelos Fânzeres se destacariam mais tarde no meio artístico capixaba. A falta de um ambiente que proporcionasse um sistema de arte capixaba e espaços que permitissem a atualização de linguagens e a educação estética do público, fez com que a produção local não se desenvolvesse conforme as mudanças alavancadas pelas vanguardas artísticas do início do século XX. Soma-se a isso a construção identitária da população espírito-santense, que contribuiu igualmente para a perpetuação da pintura de paisagens no estado, característica pertinente também em outras regiões do Brasil. Apresenta uma vontade governamental de se vislumbrar a projeção de uma identidade e realidade social que se alicerçam em suas qualidades ou grandiosidades territoriais e urbanas. Em 1938, a Casa do Estudante Capixaba protagonizou certa movimentação na vida cultural de Vitória, com a realização do I Salão de Arte Capixaba (LOPES, 2012, p. 46). Porém, o evento não chegaria a sua terceira edição, dados os ataques de alguns articulistas e da falta de apoio do poder público. O crescimento urbano e as transformações econômicas e sociais, ocorridas nas décadas subsequentes, além da reivindicação de artistas locais, semearam a criação, em 1952, da Escola de Belas Artes do Espírito Santo (LOPES, 2012, p. 73). Em 1961 ocorre a federalização da Escola de Belas Artes, o que certamente contribui para sua reestruturação. Nesse contexto, o incentivo e a realização de exposições acabam sediando espaços alternativos:
Considerando que Vitória não dispunha de um sistema artístico constituído: museus, galerias, críticos, historiadores da arte, "marchands" (entre outros), era na Associação Espírito-santense de Imprensa (AEI) que se realizavam as mostras e outros eventos a elas relacionados. Além de acolher as exposições na sua sede, anexa ao Teatro Carlos Gomes, paralelamente a esses eventos a entidade promoveu também palestras e cursos [...] (LOPES, 2012, p. 197)
O ainda principiante ambiente cultural de Vitória nessa década motiva o artista plástico Roberto Newman Westmor-Nuffield a criar, em 1965, o Museu de Arte Moderna.
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Funcionou em espaço improvisado no Centro de Vitória, à Rua Barão de Monjardim. Mas a ausência de apoio dos governos municipal e estadual, como também a falta de recursos para o estabelecimento de uma sede e de sua manutenção, fez com que o museu fosse transferido para a própria residência de Roberto Newman. Três salões nacionais de artes plásticas foram realizados pelo MAM, mas a contínua falta de amparo financeiro, seja privado ou público, reservara seu fechamento, em 1970. Tal fato reverberou não somente no abalo da estrutura cultural capixaba que começava a se firmar, mas também no desaparecimento do acervo constituído pela doação de artistas locais e nacionais. O destino de tal acervo não foi bem esclarecido, havendo especulações em que Roberto Newman possa ter ficado com as obras, ao passo que o próprio redigiu uma carta transferindo a coleção e aparelhos de projeção pertencentes ao museu para o governo do Estado do Espírito Santo. Em 1977, a Fundação Cultural do Espírito Santo inaugura novo espaço destinado à realização de exposições de artes visuais, a Galeria Homero Massena, que mantém seu funcionamento até os dias atuais (LOPES, O Acervo da Galeria Homero Massena, 2007). Parte de seu acervo deve sua existência à extinção da Galeria de Arte Álvaro Conde, bastante atuante em fins da década de 80, em Vitória. Além de reconhecidamente ser importante espaço de discussão e acesso por jovens artistas locais, seu acervo reflete parte da trajetória das coleções públicas no estado do Espírito Santo. Voltando-se para a produção de artistas iniciantes e, muitas vezes, estreantes no sistema das artes, a Galeria Homero Massena sediou exposições que resultaram no já conhecido sistema de aquisição de acervo de outras tantas instituições culturais, nacionais ou estrangeiras: a premiação por aquisições para o acervo. De certo modo, se tal política constrói um acervo que documenta a produção local e de determinado momento histórico, deixa a desejar quanto à eleição de trabalhos mais resolvidos e significantes. É importante observar que a formação de um acervo engloba a eleição de objetos para serem guardados e preservados e, para isso, devem contextualizar a complexidade da nossa história e contemporaneidade. As décadas de 80 e 90 abarcaram a Galeria Usina Arte Contemporânea e a Itaugaleria, que trouxeram o circuito artístico nacional para a capital capixaba, apresentando nomes já consolidados e jovens artistas do cenário local. Desse modo e, finalmente, a ampliação e consolidação de um sistema de arte propício ao desenvolvimento efetivo das artes visuais no e do estado se deu em fins da década de 90, com a criação do Museu Ferroviário Vale do Rio Doce, da Casa Porto das Artes Plásticas e do Museu de Arte do Espírito Santo. O primeiro, de iniciativa privada, garantiu um espaço anexado que permite a realização de exposições temporárias de arte, muitas de grande porte,
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e que inserem a comunidade artística e escolar do estado no campo de fruição e acesso a arte contemporânea. Já a Casa Porto estabeleceu, principalmente nos anos 2000, importante estímulo a produção local, por meio da realização das edições do Salão do Mar. Tal evento garantiu a formação de seu acervo por meio de premiações aos artistas participantes, além das obras incorporadas ao acervo após exposições realizadas na sede. O espaço é responsável, ainda, pelo acervo artístico da prefeitura de Vitória, composto por mais de 200 obras. Inclui trabalhos de importantes artistas do modernismo brasileiro, como Tarsila do Amaral, Alfredo Volpi e Cícero Dias, doados pelo Banco Central do Brasil à Secretaria de Estado da Cultura (VITÓRIA, Conservação do acervo da Prefeitura). Acerca do Museu de Arte do Espírito Santo, será apresentado mais a frente seu contexto a partir de seu surgimento e a consequente formação de seu acervo.
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3.2. A constituição de um acervo: a fundação do Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo – MAES. Como se pode observar, a formação de um acervo artístico no estado do Espírito Santo encontrou diversos caminhos. Igualmente, a falta de registro e controle por conta de órgãos públicos não revela claramente a completude dos destinos desse mesmo acervo. A criação de um museu e, mais especificamente, de um museu de arte na capital capixaba, se deu no decorrer do tempo e das possibilidades governamentais, como se vê na reportagem do ano de inauguração do Museu de Arte do Espírito Santo - MAES, em 1998: Há dez anos as artes plásticas sofrem um longo e interminável processo no Espírito Santo: o da instalação do Museu de Artes Plásticas. [...] O objetivo, desde o longínquo 1988, era e ainda é o de criar um espaço atendido por uma equipe de profissionais competentes e adequadamente preparado para abrigar acervos, promover exposições locais, realizar intercâmbios com outros museus, entrar no circuito nacional de exposições, [...], promover a discussão e a pesquisa artística, contribuir para o aprimoramento geral da educação e do conhecimento da arte e ampliar a consciência em favor da preservação dos bens culturais. Contudo, vários incidentes, muitos deles de caráter político, têm impedido a transformação deste objetivo em realidade [...] (A GAZETA, 1998).
Insatisfeitos com a morosidade para abertura do museu, a sociedade civil capixaba se mobilizou e elaborou uma moção com abaixo-assinado e uma carta/petição encaminhadas ao Governador do Estado, em 02 de junho de 1998, a fim de que o museu fosse inaugurado, com todas as condições técnicas necessárias. Em dezembro do mesmo ano o MAES abriu suas portas com uma exposição retrospectiva do artista capixaba Dionísio Del Santo. A criação do Museu de Artes Plásticas vinha desde 1988, com a elaboração de uma primeira proposta pela Secretaria de Estado de Cultura e Esportes. Em abril de 1990 define-se como sede para o museu o prédio do arquiteto tcheco Joseph Pitilick, concluído em 1925 e localizado na Avenida Jerônimo Monteiro, no Centro de Vitória, sediando o museu até os dias atuais. No mesmo ano o capixaba e curador Paulo Herkenhof e a museóloga Margareth de Moraes foram convidados pela Secretaria para prestar-lhe assessoria no planejamento do museu, assinando o contrato somente em 1994. Essa fase se estendeu até 1996 com a conclusão da restauração do prédio. No entanto, a falta de verbas impediu o funcionamento do espaço como museu por falta de mobiliário e equipamento necessário. Assinado o convênio com o Ministério da Cultura, o orçamento da verba cedida é desbloqueado em maio de 1997, possibilitando a compra de equipamentos para o funcionamento do museu. A finalização da
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adaptação do prédio continua por mais um ano por consequente atraso nas obras e artistas pedem a abertura imediata do MAES, que só ocorre em 18 de dezembro de 1998.
Foto de Ivo Godoy: vista atual do MAES na Av. Jerônimo Monteiro, Centro, Vitória, ES.
O projeto escrito, sob responsabilidade de Maria Helena Lindenberg, a época Coordenadora da Divisão de Artes Plásticas do Departamento Estadual de Cultura, data de 13 de setembro de 1995. Prevê a aquisição de acervo de obras de arte, livros, catálogos e vídeos. Por isso,
mais duas tipologias de acervo: o bibliográfico e o videográfico, conforme
entrevista de Maria Helena Lindenberg para o Caderno Dois em janeiro de 1995,
Uma pequena biblioteca com 5 mil títulos sobre artes plásticas e uma videoteca com 45 assentos, onde serão exibidos vídeos sobre assuntos variados [...]. Haverá espaço para trabalhos na linha acadêmica e contemporânea. Nomes como Homero Massena, Levino Fanzeres, Álvaro Conde e Celina Rodrigues [...]. O Governo do Estado possui, em seu acervo, obras desses artistas. As obras de tendência contemporânea deverão ser adquiridas através de doações ao Museu por artistas ou empresas (A GAZETA, 04 de janeiro de 1995).
Na discriminação dos serviços a serem prestados por Paulo Herkenhof e Margareth de Moraes, percebe-se:
[...] planejamento da política patrimonial (acervo de arte, vídeo, biblioteca e documentação); planejamento do perfil patrimonial (acervo, videoteca e biblioteca);
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implantação da política de captação de acervo de arte; definição do sistema técnico de catalogação do acervo, elaboração de termos de empréstimo, propostas de doação, fichas técnicas, laudos de conservação, recibos, etc. (Projeto Museu de Arte do Espírito Santo - MAES, Tarefa nº 5, 1995)
É visível uma definição, ao menos, inicial de uma política de aquisição de acervo, com a busca de nomes da historiografia da arte capixaba. No cronograma físico do projeto encontramos “... após a definição do acervo, pretende-se transferir para o MAES algumas obras de boa qualidade pertencentes ao Governo Estadual, às quais o público não tem acesso atualmente [...] (Projeto Museu de Arte do Espírito Santo - MAES, 1995)". Mais a frente, é possível delinear-se um perfil para o museu, tanto a partir de seu nome, quanto a partir da formação
do acervo artístico. MAES ou MAPES são siglas
provisórias, sendo escolhidas após a determinação do perfil institucional. Estipula-se que a instituição não poderá restringir suas exposições temporárias às artes plásticas, mas também ao design, Arte Decorativa e Fotografia. Nas informações sobre os trabalhos de instalação do museu, "[...] apenas o acervo será restrito, devido [...] ao pequeno porte do MAES, se comparado a outras instituições similares. Inicialmente, deverá ser composto apenas por obras de arte nacionais (Projeto Museu de Arte do Espírito Santo - MAES, 1995)". Claramente, a seleção e coleta para a reserva técnica do museu estava prevista transferindo-se parte do acervo já patrimônio do Estado para o novo museu de arte:
Foi realizado um primeiro levantamento em 1990, quando Paulo Herkenhof e Margareth de Moraes relacionaram algumas pinturas de qualidade pertencentes ao Palácio Anchieta, Assembléia Legislativa, Galeria Homero Massena e Galeria Álvaro Conde e também do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo e da Universidade Federal do Espírito Santo, estes últimos para cessão em comodato.[...] No momento, já estão destinadas ao acervo de arte sete obras do escultor capixaba residente no Rio de Janeiro, Maurício Salgueiro, doadas pelo mesmo, e alguns livros específicos doados por diversas entidades. (Projeto Museu de Arte do Espírito Santo - MAES, 1995)
Em Termo Aditivo do projeto, de 26 de janeiro de 1996, percebe-se uma abrangência na descrição da proposta museológica, definindo o acervo do MAES como constituído, preferencialmente, de obras de arte brasileiras do século XX:
1: O acervo será composto, preferencialmente, de obras de arte representativas do século XX no Brasil. O Governo do Estado do Espírito Santo já possui algumas obras importantes de artistas brasileiros, inclusive de capixabas, que datam da primeira metade deste século e que serão transferidos para o MAES a fim
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de que o público tenha acesso às mesmas. No caso da produção mais recente, o MAES já dispõe de 07 obras doadas pelo escultor capixaba Maurício Salgueiro. Pretende-se conseguir, por cessão através de termo de comodato, as obras pertencentes ao acervo da Universidade Federal do Espírito Santo enquanto esta não constrói seu próprio Museu. Para que o MAES adquira seu próprio acervo de obras recentes, [...], faz-se necessária a aquisição de pinturas, esculturas, desenhos, gravuras, objetos, etc, de artistas brasileiros representativos dos movimentos artísticos mais recentes. (Projeto Museu de Arte do Espírito Santo - MAES, Termo Aditivo, 1995)
O acervo do MAES começou, então, a ser formado. Pensado conforme as práticas museológicas em favor de um reconhecimento e identidade com a produção histórica e local, perdeu os nuances de sua definição por uma realidade crítica das instituições públicas de arte: a falta de dotação orçamentária. A solução, segundo Herkenhof em entrevista para A GAZETA em julho de 1997, seria o museu trabalhar com os acervos já existentes no Estado:
Seria um museu que trabalharia com um acervo que não é de sua propriedade, mas articularia os acervos existentes no Espírito Santo, trabalhando com eles alternadamente. [...], esse mecanismo levaria ao conhecimento público o acervo artístico do Estado, ao mesmo tempo que daria mais leveza ao museu, que não tem uma área muito grande para abrigar um acervo representativo próprio. [...], a principal preocupação era dar destinação a este acervo que existe no Estado. Colocá-lo à disposição da comunidade com um caráter educativo [...] (FRIZZERA, 1997).
Após esses últimos anos de discussões, tentativas e projeções, o Museu de Arte do Espírito Santo é inaugurado em 18 de dezembro de 1998. A escolha para exposição inaugural homenageou o artista capixaba Dionísio Del Santo, em uma mostra individual que contemplava todas as salas expositivas do museu. Reuniu 85 obras apresentando todas as fases e percursos do artista, da década de 50 aos anos 90. Dionísio foi, sem dúvida, um dos principais entusiastas para a abertura, enfim, de um museu de arte na capital do estado. Participou ativamente dos processos de produção e montagem de sua exposição, como se observa em cartas trocadas com Tereza Giuberti, à época coordenadora de Artes Visuais da Secretaria de Estado da Cultura e Esporte, responsável pelo museu. Porém, dois dias antes da abertura do museu e de sua exposição o artista adoece. No hospital, deixa claro seu desejo de doar as obras que inauguraram a primeira exposição do MAES, conforme depoimento de José Augusto Nunes Loureiro, funcionário da Galeria Homero Massena e que esteve presente junto a Dionísio na montagem de sua exposição. O artista falece, vítima de câncer na bexiga, em 20 de janeiro de 1999.
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Dessa forma, foi lavrada uma escritura de intenção de doação, culminando na própria escritura de doação, em 22 de janeiro de 1999, de 75 obras de Dionísio ao acervo do MAES. Antes dessa aquisição, que deu volume e consistência ao estreante acervo, alguns artistas já listavam a ocupação do espaço que comporia a reserva técnica do MAES. Em meados da década de 90 o Departamento Estadual de Cultura adquiriu uma tela da consagrada pintora retratista capixaba Nair Vervloet. Da mesma forma, a Coordenadora da Divisão de Artes Plásticas do DEC Maria H. Lindenberg assina em 29 de julho de 1994 o termo de recebimento de doação de 07 obras do artista capixaba Maurício Salgueiro, após a realização da exposição "Sólido Insólito", em diversos espaços em Vitória. Como vimos o museu só abriu as portas quatro anos mais tarde, ficando as demais obras alocadas na Galeria Homero Massena e no Centro Cultural Carmélia. Com a inauguração, a Coordenação de Artes Visuais da Secretaria de Estado da Cultura e Esportes – SECES articulava aquisições para a ampliação do acervo. Só no ano de 1999, temos a doação de uma tela de Fernando Accarino, outra de Lucy Dall’Orto e a pintura “Montanhas verdes”, de Heinz Rolf Steiner, todas doadas pelos próprios artistas. Em uma carta de 19 de novembro, Uiara Bartira deixa expresso que doará – e assim o faz – um tríptico composto por três xilogravuras ao MAES, após exposição em Vitória. "Celo e Partituras", de Fausto Aguiar, é comprada no mesmo ano. Em 2000, são compradas pela SECES mais 04 telas de Dionísio, a saber, “Viagem a Cavalo”, “Matadouro”, “Busto de Mulher” e “o Lenhador”. No mesmo ano são integradas ao acervo do MAES a tela “Francisco Pinto Homem de Azevedo” e uma paisagem de Levino Fanzeres. De 28 de julho a 29 de outubro de 2000, uma exposição retrospectiva da artista capixaba Nice foi realizada no MAES, em virtude do seu falecimento um ano antes. Com a mostra, 05 obras foram compradas pela SECES, sendo que posteriormente foram doadas mais 06 obras de sua autoria. Compra-se também a tela "Vale de Canaã", de Celina Rodrigues, tendo a mesma doado outra tela no mesmo ano. Em carta à Tereza Giuberti em outubro, o empresário Paulo Leuzzi confirma a doação de uma tela de Moacyr Alves, intitulada “Manhã de julho em Guarapari”, destinada à SECES para ocupar o acervo do MAES. Da mesma forma Delton Souza realiza doação de uma obra do pintor Coaracy Coelho Leal, em 31 de janeiro de 2001. Da exposição “Árvores frutíferas”, realizada em 1999 na Galeria Homero Massena, o artista plástico Rômulo Cardoso doa ao museu, em maio de 2001, a tela “Grã-duquesa Frau da Mangueira”. No mesmo ano Nele Azevedo doa uma escultura em ferro fundido.
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De 24 de setembro de 2001 a 28 de fevereiro de 2002, o MAES realiza a exposição “Raphael Samú: A Essência e os Fragmentos”, resultando em 01 de março de 2002 na carta de doação de 09 trabalhos do artista, no caso 03 desenhos, 01 gravura em metal, 01 litografia, 02 serigrafias e 02 xilografias. Contudo, encontram-se atualmente na reserva técnica mais um tríptico e 02 objetos em mosaico do mesmo artista. Uma paisagem datada de 1915, de Mayse, é recebida em 2003, sendo possivelmente a obra mais antiga pertencente ao museu. A doação feita diretamente pelos artistas reúne grande parte das aquisições do acervo. Em 2004, Enéas de Medeiros Valle doa uma aquarela. O museu recebe também, em agosto de 2008, um trabalho de Raquel Baelles, 02 pinturas de Gilbert Chaudanne e 02 trabalhos de Cláudio Tozzi. Convivem na mesma reserva técnica, ainda hoje, o acervo do MAES e parte do acervo da GHM. Algumas das obras não possuem documento que norteiem sua proveniência. Temos então três possibilidades: a integração ao acervo sem termo de doação, a mobilidade dentre o acervo artístico geral do Estado que muitas vezes não é registrada, ou a incorporação de obras que faziam parte do acervo da Galeria Homero Massena e que foram transferidas para o MAES, durante a gestão de Tereza Giuberti, em virtude das más condições de guarda em que o acervo se encontrava na Galeria. Importante destacar, ainda, o fechamento da Galeria Álvaro Conde pelo DEC, no início da década de 90, e a transferência do seu acervo para a Homero Massena. Alia-se a isso o fato de muitas obras de mesmo artista integrarem, ao mesmo tempo, o acervo da GHM e o acervo do MAES. Ainda que o registro das obras diferencie as guardas da galeria e do museu, algumas são imprecisas dada a ausência de informação. Esse é o caso também de um óleo de Francisco Shuwarz, um trabalho de José Augusto Loureiro e um desenho em grafite e bico de pena, de autoria e data desconhecidas, todos porém com número de registro do museu. Por motivos de inadequação climática dos espaços originais, encontram sob guarda na reserva técnica do museu uma reprodução do aquarelista Rugendas e uma tela de autoria desconhecida, nomeada “Carro de Boi”, pertencentes originalmente ao Museu do Colono, em Santa Leopoldina. Na mesma situação, mais 04 telas da artista naif Nice, pertencentes à Galeria Homero Massena. Em 2009, o museu recebeu a doação da coleção Cia. Bozano. Por ocasião da II Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, foi organizada por Julio Bozano, presidente do Banco Bozano Simonsen, a exposição ECO ART, realizada
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no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1992. O projeto educativo incluiu a doação de um conjunto de 25 gravuras a museus de todo o Brasil, e o MAES foi um dos contemplados. Na publicação PALCO, órgão informativo da Pró-reitoria de Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora, observa-se o perfil da coleção:
Um dos princípios para a escolha dos museus contemplados com as serigrafias é o funcionamento de projetos educacionais e a estrutura física dos espaços. [...] Produzidas especialmente para a ECO ART, as 120 obras dividiram-se entre 50 pintores brasileiros e outros 70 das Américas, desde Chile, Venezuela e Argentina, até Canadá, México e Estados Unidos. Todos os trabalhos foram inspirados na ecologia e na preservação do meio ambiente e trouxeram para o cenário artístico a discussão de conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a conservação e a proteção dos ecossistemas. Em cartaz durante o ano de 1992, a exposição percorreu o mundo nos anos seguintes, e as obras expostas foram adquiridas pelo Banco Bozano Simonsen, que, desde a década de 70, já acumulava uma representativa coleção de artistas nacionais com mais de 500 trabalhos, além de ter editado uma série de livros de arte. (PALCO, órgão informativo da Pró-reitoria de Cultura, fevereiro, 2012, p 01)
Em 10 de julho de 2009, o Instrumento Particular de Doação é assinado entre o diretor executivo da Cia. Bozano, Oswaldo Prado Sanches, e a Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo. Após a incorporação dessa série de gravuras, somente em 2012 que o museu oportuniza mais aquisições para o acervo. Em março desse mesmo ano o colecionador Fernando Neyder doou uma serigrafia sobre papel de Dionísio Del Santo, denominada “Sombra projetada”, de 1976. Percebe-se, nesse caso, alguma estruturação para o pensamento de uma política de aquisição voltada para o acervo já existente, dada a aquisição de uma peça que se relaciona com a coleção e se adéqua ao perfil inicial. Com a produção, pelo próprio museu, da exposição individual do artista capixaba Nenna, “Meditações Extravagantes”, ocorrida entre abril e julho de 2012, o artista decide pela doação da instalação “Mundo”, composta por 28 impressões a jato de tinta sobre papel, representando o mapa-múndi. Apesar da oficialização e incorporação física dessas duas obras à reserva técnica do MAES, até a presente data os termos de doação já lavrados e firmados entre os doadores e a Secretaria de Cultura não foram assinados. Por fim, em 06 de dezembro de 2012, o museu recebeu 446 obras do artista naif Elpídio Malaquias, sendo 415 desenhos de tamanhos variados e 31 pinturas. A coleção foi adquirida pelo Instituto de Ação Social e Cultural Sincades, que doou a mesma para o MAES.
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A motivação para a aquisição desse conjunto veio não só pela representatividade que tal artista possui para a produção naif, da década de 90, no Espírito Santo, mas principalmente pelas más condições de guarda e conservação em que o acervo se encontrava em propriedade particular. Apesar da documentação legitimando o ato de doação, diversas das doações ao museu acabam por não possuir, efetivamente, validade jurídica. Sendo o museu um espaço cultural da Secretaria de Estado da Cultura, não possui personalidade jurídica própria. Se o termo de doação descreve como donatário o próprio MAES, que não possui capacidade e legitimidade para firmar tal contrato, a doação e incorporação do objeto ao acervo não se valida juridicamente. Conforme relatório da advogada Flávia Dalla Bernardina, de janeiro de 2010, para uma análise jurídica do acervo, a partir da sua documentação, deve-se observar três pontos principais:
1.
Pessoa jurídica legítima para compor os contratos de doação e cessão de direitos sobre
as obras do acervo; 2.
A ausência de instrumentos de cessão de direitos patrimoniais sobre as obras de arte
do acervo; 3.
A necessidade de regulamentação contratual das obras doadas ou adquiridas.
Dessa forma observa-se a nulidade desses contratos de doação firmados com o MAES, visto que o museu não possui capacidade jurídica para firmar contratos, nos termos do artigo 166, inciso IV do Código Civil Brasileiro: “Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: [...] IV - não revestir a forma prescrita em lei;”.
Nesse caso, então, somente a Secretaria de Estado da Cultura, na qualidade de órgão da administração pública direta, é a pessoa jurídica competente e com capacidade perante a lei para praticar os atos formais em nome do museu. Por meio da análise documental, chega-se a seguinte listagem de obras em que seus termos de doação nomeiam como donatário o próprio museu: 1. Claudio Tozzi, “Transparência”, técnica mista, 2002; 2. Claudio Tozzi, “Módulo Lunar”, serigrafia sobre papel, 1970;
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3. Enéas Valle , “Caverna”, aquarela sobre papel, 1993; 4. Fernando Accarino, “Black”, óleo e acrílica sobre tela, 1997; 5. Gilbert Chaudanne, “Portrait of the artist as a Young monk”, acrílica sobre aglomerado, 1986; 6. Gilbert Chaudanne, “Sem título”, acrílica sobre aglomerado, sem data; 7. Heinz Rolf Steiner, “Montanhas Verdes”, acrílica sobre tela, sem data; 8. Raquel Baelles, “Amar La Zulo”, técnica mista sobre tela, 1995; 9. Rômulo Cardoso, “Grã-duquesa Frau da Mangueira” acrílica sobre tela, 1998; 10. Uiara Bartira, “Sem título”, xilogravura sobre tecido, 1999.
No Relatório de Doações também constam as quatro obras de Dionísio Del Santo compradas em 2000 pela Secretaria de Estado da Cultura, como doações da SECES ao MAES. Portanto, para a validade jurídica de tais doações, o termo de doação deve identificar como donatária somente a Secretaria de Estado da Cultura, por ser o ente de direito público, com capacidade e legitimidade para firmar o contrato de aquisição. O MAES abriga, ainda assim, 603 obras em seu acervo artístico, se ocupando majoritariamente por representantes da arte capixaba e brasileira, além de alguns nomes americanos e sul americanos. Apesar de não conferir, ao longo dos anos, uma pesquisa, identificação e gestão do seu acervo, a linha de formação por artistas nacionais foi respeitada conforme o projeto inicial de política de acervo. No entanto um perfil institucional que discuta uma linha curatorial e uma política de aquisição ainda não são aplicados no museu. Nota-se, entretanto, o crescimento de uma discussão e preocupação do acervo como patrimônio artístico material, recaindo na necessidade de pensá-lo e pesquisá-lo. O que é decisivo, atualmente, é a necessidade de os museus pensarem a concepção de arte contemporânea como acervo imaterial, que é parte integrante da concepção de acervos em museus na contemporaneidade. Desse modo o museu pode ampliar seu campo de relações e diálogo entre as linguagens artísticas, aumentando sua possibilidade de aquisição de obras, como no caso de trabalhos de arte conceitual, de vídeos ou som.
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3.3. Um nome para o museu. "Museu de Artes do Espírito Santo pode vir a se chamar Dionísio Del Santo, em homenagem ao artista."(A TRIBUNA, 1999).
Um mês após a abertura do MAES e com o recente falecimento de Dionísio Del Santo, que ocupara as salas do museu com obras que delineavam toda sua trajetória, o Secretário de Cultura Maciel de Aguiar declara sua proposta. Não só engendrou a aquisição de parte da coleção exposta, como também dar ao museu o nome do consagrado artista capixaba. Em 07 de junho de 1999 a Assembléia Legislativa do Estado do Espírito Santo decreta a denominação do MAES para Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo. Até então, o maior número nessa constituição inicial do acervo era o da coleção de Dionísio. No entanto, no próprio projeto de fundação do museu previa-se que o acervo se expandisse pra uma produção brasileira a partir do século XX. O nome do artista apenas homenageia a instituição, mantendo uma aproximação histórica com o contexto de sua inauguração. Não define, aí, o perfil para a constituição do acervo. Essa característica de uma relação intrínseca da história do acervo com a história do museu reflete nomes de outros museus de arte brasileiros. No caso do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, percebe-se seu acervo formado por obras do estado do Rio Grande do Sul, composto basicamente por arte gaúcha do século XX, bem como exemplares de arte brasileira e internacional. O nome do museu pertence ao professor e artista paulista Ado Malagoli, primeiro diretor do MARGS. Em sua gestão adquiriu, entre 1954 e 1959, um lote de obras de autores nacionais e estrangeiros do fim do século XIX e início do século XX, além de algumas peças da nascente arte contemporânea. O nome do museu não define seu acervo e apenas homenageia um fato histórico da instituição. Segue também essa linha o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, o MASP. Idealizado por Assis Chateaubriand, empresário e jornalista, e Pietro Maria Bardi, jornalista e crítico de arte italiano, instalou-se inicialmente em quatro andares do prédio dos Diários Associados, em São Paulo do final dos anos 40. As primeiras aquisições do museu foram selecionadas pessoalmente por Pietro Maria Bardi em viagens a Europa com Chateaubriand. Além de nomes da arte europeia, integra artistas das Américas e os principais representantes do modernismo brasileiro. O acervo é classificado em núcleos por Arqueologia, Esculturas, Desenhos, Gravuras, Fotografias, Maiólicas (cerâmicas italianas dos séculos XIV ao XI), além de Tapeçarias, Vestuário e Design. Em 2008, a convite do Musèe
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d’Orsay, o MASP participa do “Clube dos 19”, que reúne os 19 museus cujos acervos são considerados os mais representativos da arte europeia do século XIX, como o próprio Musèe d´Orsay, The Art Institute de Chicago, Metropolitan Museum de Nova York, entre outros. Tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, o acervo do museu vem sendo ampliado por meio de doações de pessoas físicas e de parcerias com empresas e instituições (ACERVO, 2009). Já o Museu de Arte Murilo Mendes, o MAMM, localizado em Juiz de Fora, Minas Gerais, tem por missão pesquisar e expor estudos relacionados ao acervo do poeta Murilo Mendes. Foi criado em 2005 e é vinculado à Reitoria da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Da mesma forma, em Belo Horizonte, o Museu Inimá de Paula é destinado à exposição e guarda de parte das obras pertencentes à Fundação Inimá de Paula. O museu trabalha na divulgação e preservação da obra do pintor mineiro, mas também expõe artistas consagrados e jovens artistas. Percebe-se, assim, que são muito particulares à história de cada instituição as relações entre o nome do museu e uma definição para o perfil de seu acervo. Não havendo comissão responsável que determine as diretrizes mais favoráveis para que o museu forme coleções, as incorporações se dão conforme as gestões e oportunidades financeiras. O detalhamento das considerações para uma política de acervo se torna de extrema importância para reger todo processo de aquisição de obras. A partir de proposição dirigida a uma Comissão de Política de Acervo, a análise da pertinência define tanto as prerrogativas para que o museu tenha capacidade de produzir suas próprias exposições, como também fortalecer sua missão de preservar e difundir a produção artística produzida no contexto em que o museu se insere. O museu pode, assim, potencializar seu campo para a pesquisa científica e explorar definitivamente sua capacidade educativa para com a sociedade.
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4 - O ACERVO MAES: SIGNIFICADO E REPRESENTATIVIDADE.
4.1. A convivência das coleções. "Um museu não existe sem um acervo que defina seu perfil e sem um público que justifique, de fato, sua existência."(CHIARELLI, MAM-SP, p. 11).
No tocante à aquisição, como nos indica Maria Inês Cândido (BRASIL, 2006), os acervos são normalmente formados por: 1. compra; 2. doação - aquisições de particulares, pessoas físicas ou jurídicas e instituições públicas de instâncias diferentes; 3. produto de oficina - acervos provenientes de oficinas culturais realizadas pelo Museu; 4. recolhimento - acervos provenientes de políticas de aquisição específicas; 5. transferência - aquisições provenientes de outros órgãos do Poder Público (Executivo, Legislativo, Judiciário), da mesma instância; 6. permuta - aquisições provenientes de trocas com outros órgãos públicos. (BRASIL, Modo de aquisição, 2006, p. 56)
A partir da incorporação de um novo objeto ao acervo, é importante dar procedimento aos sistemas de documentação museológica. Considerando o museu como espaço para a produção e reprodução de conhecimento, a investigação e a coleta de dados de tais objetos define toda a capacidade de informação que o acervo pode fornecer. Segundo Cândido (BRASIL, 2006), se "objetos / documentos são suportes de informação, o grande desafio de um museu é preservar o objeto e a possibilidade de informação que ele contém e que o qualifica como documento". Dessa forma, a documentação e a conservação são etapas primordiais para que os objetos museológicos sejam veículos de informação, transformando-se em fontes de pesquisa científica e de comunicação. Para que esses objetos, testemunhos culturais, possam conferir sentidos no presente e no futuro, a reflexão crítica do acervo torna-se crucial, se respaldando na missão a que o museu se propõe.
Neste sentido, o objeto incorporado a um museu, ao ser retirado do contexto original e transferido para um local de domínio público [...], perde seu valor de uso / função e assume o papel de bem museal, cuja "preciosidade" é balizada por sua carga documental e simbólica, que o distingue da condição anterior. Assim, o objeto
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museológico sai do circuito material para o qual foi concebido, para ser índice de si mesmo, ou de sua categoria. (BRASIL, 2006, p. 43).
O sistema de documentação irá designar as categorias de acervo, conferindo características e tipologia ao mesmo, que de forma interpretativa fornecerá uma identidade ao objeto, entremeando o contexto de suas relações. Por isso, a definição de diretrizes para uma política de aquisição vem dinamizar a constituição das coleções. A partir da construção de um perfil identitário do museu, o recolhimento e provável incorporação dos objetos devem se ajustar aos princípios estabelecidos pelo museu.
Em contraposição, a política de aquisição de acervo pressupõe a política de descarte de acervo, procedimento necessário em decorrência de recolhimentos e incorporações indevidos realizados ao longo do tempo. O descarte de acervo no museu deve ser orientado pelos mesmos critérios que justificam a aquisição, sendo necessária a instituição de uma comissão técnica, especialmente designada, com poder de decidir pelo descarte do bem, o que pode significar transferência para uma outra instituição ou permuta por outro bem. (CULTURA, Glossário Caderno, p. 150)
O agrupamento conforme as analogias e características comuns dos objetos, definindo uma classificação sistemática em diversas categorias, não é visível no acervo do MAES. O que é observado conforme sua formação no decorrer do tempo é a diferenciação por coleções, que são identificadas conforme o artista ou projeto que as produziu ou representa. Dessa forma, fazem parte do acervo do MAES a Coleção Maurício Salgueiro, a Coleção Dionísio Del Santo, a Coleção Nice Avanza, a Coleção Raphael Samú, a Coleção ECO ART e a recente Coleção Elpídio Malaquias. As demais obras e artistas não são classificados, estando dispostos na reserva técnica de forma dispersa, observando-se organização apenas nas mapotecas. A sequência de aquisição define o número de registro das obras por ordem numérica seguida pela letra "m", que se diferencia dos números de registro finalizados por "g", terminologia conferida ao acervo proveniente da Galeria Homero Massena, que continua sobre guarda do museu. Assim sendo, partiremos para uma análise quantitativa (número de objetos, número de artistas, número por técnicas) e qualitativa (temática, estado de conservação, documentação).
34
A. Análise Quantitativa
Tipologia por quantidade
OBRAS
Acervo artístico geral
603
TOTAL
603
Tipologia por autoria
OBRAS
Antônio H. Amaral
01
Arcângelo Ianelli
01
Arnaldo Roche-Label
01
Autor desconhecido
02
Beatriz Milhazes
01
Carlos Vergara
01
Celina Rodrigues
02
Cláudio Tozzi
02
Coracy Coelho Leal
01
Daniel Senise
01
David Manzur
01
Dionísio Del Santo
80
Elpídio Malaquias
446
Enéas Vale
01
Fausto Aguiar
01
Fernando Acarino
01
Fernando Szyszlo
01
Flávio-Shiró
01
Francisco Schwarz
01
Geoff Rees
01
Gonçalo Ivo
01
Heimz Rolf Steiner
01
Jorge Tacla
01
José Augusto Loureiro
01
35
Kenneth Kemble
01
Laura Anderson
01
Levino Fanzeres
01
Lucy D'allorto
01
Maurício Salgueiro
07
Mayse
01
Miguel Angel Rojas
01
Miguel Castro Leñero
01
Miguel Von Dangel
01
Moacyr Alves
01
Nair Vervloet
01
Nelé Azevedo
01
Nelson Ramos
01
Nenna
01
Nice Nascimento
11
Rafael Soriano
01
Raphael Samú
11
Reynaldo Fonseca
01
Robert Goodnough
01
Rômulo Cardoso
01
Santiago Cardena
01
Siron Franco
02
Tomie Ohtake
01
Uiara Bartira
01
Victor Hugo Irazabal
01
TOTAL
ARTISTAS
OBRAS
49
603
36
Tipologia por técnicas
OBRAS
Desenhos
425
Esculturas
01
Gravuras
76
Instalações
01
Mista
13
Mosaico
01
Pinturas
86
TOTAL
603
B. Análise Qualitativa
Tipologia por temática
OBRAS
Abstração
56
Figurativo
521
Naif
458
Natureza morta
0
Paisagem
15
Retrato
09
TOTAL
603
Para tipologia por temática, consideram-se algumas linhas de identificação do acervo artístico. Ainda que a arte naif abarque diversas outras temáticas figurativas, se apresenta como item individual na classificação e se entremeia à temática “Figurativo”. Da mesma forma ocorre na temática “Retrato”.
37
Tipologia por documentação
OBRAS
Obras que possuem documentação
592
Obras que não possuem documentação
11
TOTAL
603
Tipologia por estado de conservação*
OBRAS
A = Bom (obras que necessitam de limpeza mecânica)
103
B = Regular (obras de necessitam de limpeza química)
50
C = Ruim (obras que necessitam de restauração)
04
TOTAL
157
* Para análise por estado de conservação não foi incluída a Coleção Elpídio Malaquias, dada sua recente incorporação, não havendo tempo hábil para análise do mesmo.
38
4.2. Encontros e representações. Partindo dos dados encontrados por meio de análise documental e classificação possuímos uma gama de informações que auxiliam na compreensão e identificação geral do acervo. Como processo integrante da presente pesquisa, apresenta-se ao final desse capítulo a catalogação do acervo do MAES, conforme as normas internacionais de museologia. A análise a partir da história de sua formação garante o entendimento tanto das relações institucionais e políticas da época abrangida, quanto da origem dessas obras. Além disso, a formação de acervo registra determinada conjuntura da produção artística, seja local, nacional ou internacional. Considerando uma média das análises quantitativas e qualitativas, é possível relatar um perfil a partir da própria representatividade dos objetos, seja histórica, estética ou simplesmente formalista. Percebe-se que com a recente incorporação da coleção de 446 obras de Elpídio Malaquias, o acervo triplica em quantidade. Tal coleção caracteriza uma produção bastante intimista da vida do artista e apresenta um imaginário vívido do mundo e poética explorados por Elpídio. Sem dúvida esse é um elemento crucial a ser analisado para fins de política de aquisição, dada a importância da obra do artista para o contexto local. Dessa forma, somando as 11 obras da artista capixaba Nice, Elpídio confere o maior peso para a temática Naif no acervo. Na tipologia por técnicas, essa recente aquisição também direciona para outro destaque: a constituição majoritária pela técnica de desenho. Segue, em quantidade decrescente de obras, a técnica de pintura, seguida pela de gravura, composta majoritariamente pelas serigrafias da coleção Dionísio Del Santo e da ECO ART. Na classificação por temáticas, encontra-se a maior parte do acervo formado por representantes da arte naif capixaba, seguida de uma importante representação de gravuras abstratas e, por fim, um pequeno número de paisagem e retratos. Limitando a definição por data de produção das obras, observa-se que a grande maioria do acervo é formada por trabalhos feitos a partir da década de 60, restando poucos exemplares de obras da primeira metade do século XX. Há de se considerar também a peculiaridade e representatividade dos trabalhos do homenageado artista Dionísio Del Santo. A coleção do MAES abarca quase toda a abrangência da obra do artista, desde suas xilogravuras figurativas iniciais, até sua
39
consolidação na abstração e nos processos serigráficos. Com uma visualidade que tende inicialmente pra o expressionismo e posteriormente para a Arte Ótica, o Concretismo e Neoconcretismo, o capixaba Dionísio não adere a nenhum movimento artístico durante sua trajetória. A crítica muitas vezes não confia certeza à denominação do artista, se modernista ou contemporâneo. Ainda que apresente uma relação histórica concomitante à produção abstrata do circuito brasileiro das décadas de 60, 70 e 80, sua obra explora as particularidades do próprio artista. Del Santo produziu as primeiras composições de tendência geométrica por volta de 1957. Anos depois se interessou pelas bases teóricas do concretismo, mas executou pinturas geométricas sem romper definitivamente com a figuração, mencionando ser sua obra menos radical que a dos integrantes do neoconcretismo. De forma sintética, Almerinda Lopes (2008) apresenta texto de Mário Pedrosa que perpassa os trabalhos de Dionísio, revelando esse mundo particular inerente a sua produção:
Seu desenho a nanquim, seu lápis, tinta plásticas são um traçado de linhas paralelas inexoráveis, que jamais se encontram porque o arquiteto desse universo não o que infinito, mas rigorosamente acabado e definido. Na trama dessas linhas, edifica-se uma imaginária para a qual a geometria é a substância. Tudo é mental, mas os velhos temas continuam acontecendo, embora uns poucos novos apareçam, já não mais da vida rural nordestina, embora eterna, mas da civilização urbana moderníssima, como O Fuzilamento, Combate. [...] Suas telas pintadas intensificam os planos, por meio de áreas monocordes mais claras o menos claras em que as cores chapadas dão densidade às formas que a linha constrói, fazendo ou desfazendo contornos, criando perfis secretos, máscaras, figuras de pura frontalidade, a lembrarem o hieratismo egípcio (LOPES, 2008, p. 91-92).
Apesar de ainda pouco conhecido no estado capixaba, o artista é reconhecido internacionalmente e compõe
importantes acervos públicos do país. Além do MAES,
Dionísio é encontrado nos acervos de arte da Universidade Federal do Espírito Santo, do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, do Museu de Arte Moderna de São Paulo, do Museu de Arte Moderna do Rio, do Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte e de coleções particulares de São Paulo, Rio de Janeiro e Vitória. No entanto, o que se pretende estabelecer no presente discurso não é especificamente uma crítica de arte ou uma crítica dos objetos de arte inseridos em sociedade. É claro que a abordagem sobre a ontologia das obras de arte é caminho para se estabelecer as relações internas do acervo, seus encontros e disparidades, como também perceber qual a fruição desse a partir do museu para com a sociedade ao seu alcance.
40
A obra de arte é, antes de mais nada, um objeto, um corpo (HAAR, 2007, p. 03). É auto-referência, mostrando a si mesma como corpo e espaço-tempo. Ao mesmo passo que é também um mundo, um conjunto de possibilidades de existência e de "tonalidades afetivas". Nesse contexto, uma obra de arte é um objeto estético intencional. É um artefato, ou seja, um produto humano, com uma função estética (GENETTE, 2001, p. 10). Temos aí duas distinções: a noção de artefato e a noção de função estética. Nesse discurso, as obras de arte vão se constituir tanto em artefatos quanto em objetos estéticos. A função estética é a finalidade principal da obra de arte, ainda que se opere sobre ela alguma finalidade que não seja a relação visual, sensitiva ou conceitual. Considerando o uso do objeto artístico socialmente e o espaço do museu como abrigo para tais objetos eleitos, coloca-se a questão: é possível traçar alguma identidade entre acervo e sociedade? Ainda que a arte, sendo histórica, reflita o pensamento estético predominante da época em que se encontra inserida, são diversas as motivações da produção artística. Assim, as relações que se estabelecem entre os objetos dispostos numa reserva técnica do museu correspondem a sua história e contextos imanentes, que servirão indubitavelmente de mediadores entre a história da arte e da sociedade, suas formas e narrativas, bem como seus aspectos estéticos e ideologias. Tais características estão disponíveis no encontro do espectador com a obra de arte. É fato que o repertório individual de cada visitante do museu - amparado pelo serviço educativo da instituição - construirá a identificação e comunicação visual que o objeto reside em potência. Porém, a forma como o objeto artístico e museológico se apresenta e se representa conduz o olhar, "educado" ou não, do espectador a diversas outras formas de pensar a si mesmo, de olhar a arte e olhar o mundo. Nesse contexto, gerir o acervo de um museu para que ele faça sentido entre si e para a sociedade, requer muita atenção da instituição para a realidade a sua volta. Se o museu, como órgão público a serviço da sociedade, deve contribuir para a formação do olhar do cidadão que o vive, deve também enxergar qual é o olhar do seu espectador. Que realidades são deveras condizentes com o cotidiano das pessoas que habitam o entorno do museu, ou a sua cidade, ou o seu país, e porque não, o seu mundo? Integrar novas obras a um acervo deve, além de questionar e reconstruir a história da arte, buscar não somente as referências que dão sentido ao percurso das artes visuais, mas as referências vívidas do que somos, dos nossos encontros, desencontros, das nossas incertezas,
41
das nossas felicidades, dos prazeres que n達o se explicam, das sensibilidades que n達o se falam, das que apenas se olham. .
42
4.2.1. Catálogo do Acervo do Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo, 2013.
1m Maurício Salgueiro
2m
Escultura II
Maurício Salgueiro
1963 - 1964
Paisagem – detalhe II,
Mista
da série Urbis
Lâmpada fluorescente, socorro elétrico e
1975
caixa de madeira 170
x
57
Mista x
57
cm (suporte)
Metal, concreto e água
Coleção MAES
95
Doação 1994
Foto 1 - lateral
90
Coleção MAES Doação 1994
Foto 2 - face superior
x
x
90
cm
43
3m
4m Maurício Salgueiro
Maurício Salgueiro
Lâmina III
Ordinário Marche
1971
1993
Mista
Mista
Alumínio, ferro e engrenagens
Acrílico e metal
310
x
120
x
120
cm
93
x
78
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1994
1994
x
68
cm
44
5m
6m Maurício Salgueiro
Maurício Salgueiro
Polivisão XLI x 4
Polivisão XLIV x 4
1994
1994
Mista
Mista
Fotografia e latão
Fotografia e latão
84
7m
Díptico A
x
79
cm
84
x
85
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1994
1994
8m
Díptico B Maurício Salgueiro
Nair Vervloet
Polivisão XLIV x 4
Sem título
1994
1952
Mista
Pintura
Fotografia e latão
Óleo sobre tela
84
x
cm
85
cm
97
x
81
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Compra
1994
1997
cm (suporte)
45
9m
10 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Menino e Gato
Figuras Unidas
1957
1958
Desenho
Desenho
Lápis e crayon sobre papel
Grafite sobre papel
50
x
70
cm (suporte)
64
x
42
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
cm (suporte)
12 m 11 m
Dionísio Del Santo Dionísio Del Santo A Fera e a Vítima
1958
1959
Desenho
Desenho
Grafite sobre papel
Grafite e nanquim sobre papel 47,5
x
65
Coleção MAES Doação 1999
Menino e Cabra
cm (suporte)
50
x
49
Coleção MAES Doação 1999
cm (suporte)
46
13 m
14 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Boiadeiro
Matadouro
1960
1961
Desenho
Desenho
Lápis e crayon sobre papel
Grafite e nanquim sobre papel
50
x
70
cm (suporte)
58
x
41
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
15 m
cm (suporte)
16 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Vaqueiro
Mulher deitada
1978
1978
Desenho
Desenho
Nanquim sobre papel
Grafite e nanquim sobre papel
45
x
60
cm (suporte)
50
x
70
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
cm (suporte)
47
17 m
18 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Boiada na estrada
Fuzilamento
1978
1978
Desenho
Desenho
Grafite e nanquim sobre papel
Grafite e nanquim sobre papel
50
x
70
cm (suporte)
50
x
70
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
19 m
cm (suporte)
20 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Figura adormecida
Sem Título
1970
1973
Gravura
Gravura
Serigrafia sobre papel
Serigrafia sobre papel
40
x
57
cm (suporte)
70
x
50
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
cm (suporte)
48
21 m
22 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Permuta B 1/2
Sem Título
1975
1982
Gravura
Gravura
Serigrafia sobre papel
Serigrafia sobre papel
50
x
70
cm (suporte)
50
x
70
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
cm (suporte)
24 m
23 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Sem Título
Sem Título
1983
1974
Gravura
Gravura
Serigrafia sobre papel
Serigrafia sobre papel
50
x
70
cm (suporte)
70
x
50
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
cm (suporte)
49
25 m
26 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Sem Título
Losango Espaço - Mutação B
1984
1970
Gravura
Gravura
Serigrafia sobre papel
Serigrafia sobre papel
44,5
x 44,5
cm (suporte)
70
x
50
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
cm (suporte)
28 m
27 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Sem Título
Espaço Plano Permuta XXXIII
1970
1970
Gravura
Gravura
Serigrafia sobre papel
Serigrafia sobre papel
70
x
50
cm (suporte)
70
x
50
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
cm (suporte)
50
29 m
30 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Sem Título
Moça regando Flores
1970
1970
Gravura
Gravura
Serigrafia sobre papel
Serigrafia sobre papel
70
x
50
cm (suporte)
54
x 38,5
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
cm (suporte)
32 m
31 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Cena Silvestre
Sem Título
1970
1978
Gravura
Gravura
Serigrafia sobre papel
Serigrafia sobre papel
81,5
81,5
x 61,5
cm (suporte)
x 61,5
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
cm (suporte)
51
33 m
34 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Sem Título
Sem Título
1975
1989
Gravura
Gravura
Serigrafia sobre papel
Serigrafia sobre papel
81,5
81,5
x 61,5
cm (suporte)
x 61,5
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
cm (suporte)
36 m
35 m Dionísio Del Santo
Sem Título
Sem Título
1990
1990
Gravura
Gravura Serigrafia sobre papel 81,5
x 61,5
Coleção MAES Doação 1999
Dionísio Del Santo
cm (suporte)
Serigrafia sobre papel 81,5
x 61,5
Coleção MAES Doação 1999
cm (suporte)
52
37 m
38 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Sem Título
Sem Título
1993
1993
Gravura
Gravura
Serigrafia sobre papel
Serigrafia sobre papel
70
x
50
cm (suporte)
70
x
50
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
cm (suporte)
40 m
39 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Sem Título
Sem Título
1994
1994
Gravura
Gravura
Serigrafia sobre papel
Serigrafia sobre papel
81,5
x 61,5
cm (suporte)
70
x
50
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
cm (suporte)
53
41 m
42 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Sem Título
Sem Título
1994
1997
Gravura
Gravura
Serigrafia sobre papel
Serigrafia sobre papel
81,5
81,5
x 61,5
cm (suporte)
x 61,5
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
43 m
cm (suporte)
44 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Sem Título
Sem Título
1997
1997
Gravura
Gravura
Serigrafia sobre papel
Serigrafia sobre papel
70
x
50
cm (suporte)
70
x
50
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
cm (suporte)
54
45 m
46 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Sem Título
Matadouro
1997
1953
Gravura
Gravura
Xilogravura sobre papel
Xilogravura sobre papel
70
x
50
cm (suporte)
81,5
x 61,5
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
cm (suporte)
48 m
47 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Desastre
Urubu e vaca morta
1955
1953
Gravura
Gravura
Xilogravura sobre papel
Xilogravura sobre papel
61,5
61,5
x 81,5
cm (suporte)
x 81,5
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
cm (suporte)
55
49 m
50 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
O caçador
Suicídio
1959
1959
Gravura
Gravura
Xilogravura sobre papel
Xilogravura sobre papel
32,5
36,5
x 45,4
cm (suporte)
x
33
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
51 m
cm (suporte)
52 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
A fera e a vítima
Cachorro morto
1959
1959
Gravura
Gravura
Xilogravura sobre papel 61,5
x 81,5
cm (suporte)
Xilogravura sobre papel 27
x
35
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
cm (suporte)
56
53 m
54 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Voraz
Antiga mãe
1959
1959
Gravura
Gravura
Xilogravura sobre papel
Xilogravura sobre papel
61,5
x 81,5
cm (suporte)
34
x
28
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
55 m
cm (suporte)
56 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Sem Título
Matança
1959
1959
Gravura
Gravura
Xilogravura sobre papel
Xilogravura sobre papel
27
x
36
cm (suporte)
81,5
x 61,5
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
cm (suporte)
57
57 m
58 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Vaca adormecida e pássaro
Composição de signos
1969
1989
Pintura
Pintura
Óleo sobre tela
Óleo sobre tela
106
x
137
cm (suporte)
120
x
162
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
59 m
cm (suporte)
60 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Duas máscaras complementares
Cabeça
1986
1987
Pintura
Pintura
Óleo sobre tela
Óleo sobre tela
97
x
97
cm (suporte)
108
x
71
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
cm (suporte)
58
61 m
62 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Signos em campo verde
Signos em campo verde
1989
1988
Pintura
Pintura
Óleo sobre tela
Óleo sobre tela
83
x
102
cm (suporte)
106
x
80
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
63 m
cm (suporte)
64 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Signos
Lenhador
1988
1987
Pintura
Pintura
Óleo sobre tela 106
x
80
Óleo sobre tela cm (suporte)
81,5
x
102
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
cm (suporte)
59
65 m
66 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Signos campestres
Composição
1989
1989
Pintura
Pintura
Óleo sobre tela
Óleo sobre tela
83
x
102
cm (suporte)
x
102
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
67 m Sem fotografia
83
cm (suporte)
68 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Paisagem campestre
Adormecida e fera
1981
1982
Pintura
Pintura
Óleo sobre tela
Óleo sobre tela 56
x
74
Coleção MAES - não localizada
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
cm (suporte)
60
69 m
70 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Sem Título - Série Fragmentos rítmicos
Sem Título - Série Fragmentos rítmicos
1998
1997
Pintura
Pintura
Óleo sobre tela
Óleo sobre tela
133
x
102
cm (suporte)
102
x
102
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
cm (suporte)
72 m
71 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Sem Título - Série Fragmentos rítmicos
Sem Título - Série Fragmentos rítmicos
1993
1994
Pintura
Pintura
Óleo sobre tela
Óleo sobre tela
82
x
67
cm (suporte)
80
x
80
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
cm (suporte)
61
73 m
74 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Sem Título - Série Fragmentos rítmicos
Sem Título - Série Fragmentos rítmicos
1998
1995
Pintura
Pintura
Óleo sobre tela
Óleo sobre tela
92
x
92
cm (suporte)
92
x
92
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
75 m
cm (suporte)
76 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Sem Título - Série Fragmentos rítmicos
Sem Título - Série Fragmentos rítmicos
1993
1996
Pintura
Pintura
Óleo sobre tela
Óleo sobre tela
92
x
92
cm (suporte)
142
x
102
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
cm (suporte)
62
77 m
78 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Sem Título - Série Fragmentos rítmicos
Sem Título - Série Fragmentos rítmicos
1995
1995
Pintura
Pintura
Óleo sobre tela
Óleo sobre tela
102
x
142
cm (suporte)
102
x
102
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
79 m
cm (suporte)
80 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Sem Título - Série Fragmentos rítmicos
Sem Título - Série Fragmentos rítmicos
1996
1995
Pintura
Pintura
Óleo sobre tela
Óleo sobre tela
102
x
102
cm (suporte)
94
x
112
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
cm (suporte)
63
81 m
82 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Sem Título - Série Fragmentos rítmicos
Sem Título - Série Fragmentos rítmicos
1993
1994
Pintura
Pintura
Óleo sobre tela
Óleo sobre tela
92
x
111
cm (suporte)
102
x
72
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
83 m
cm (suporte)
84 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Sem Título - Série Fragmentos rítmicos
Campestre
1994
1989
Pintura
Pintura
Óleo sobre tela
Óleo sobre tela
102
x
72
cm (suporte)
62
x
82
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
1999
cm (suporte)
64
85 m
86 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Viagem a cavalo
Matadouro
1980
1980
Pintura
Pintura
Óleo sobre tela
Óleo sobre tela
61
x 61,5
cm (suporte)
87,5
x
67
Coleção MAES
Coleção MAES
Compra
Compra
2000
2000
87 m
cm (suporte)
88 m / 431 m Dionísio Del Santo
Dionísio Del Santo
Busto de Mulher (SHIVA: O PRINCÍPIO
O Lenhador
TRANSFORMADOR)
1981
1979
Pintura
Pintura
Óleo sobre tela
Óleo sobre tela 87
x
65
76 cm (suporte)
101
Coleção MAES
Coleção MAES
Compra
Compra
2000
2000
x
cm (suporte)
65
88 m
89 m Levino Fanzeres
Heimz Rolf Steiner
Sem Título
Montanhas verdes
Sem data
1998
Pintura
Pintura
Óleo sobre aglomerado
Acrílica sobre tela
29
x
47
cm (suporte)
92
x
103
Coleção MAES
Coleção MAES
Compra
Doação
1999
1999
90 m
cm (suporte)
91 m Moacyr Alves
Fausto Aguiar
Manhã de junho em Guarapari
Celo e partituras
1957
1981
Pintura
Pintura
Óleo sobre tela
Óleo sobre tela
112
x
139
cm (suporte)
65
x
92
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Compra
1999
1999
cm (suporte)
66
92 m
93 m Lucy D'allorto
Autor desconhecido
Geométrica estrutural
Francisco Pinto Homem de Azevedo
1988
1982
Pintura
Pintura
Mista sobre tela
Óleo sobre tela
120
x
110
cm (suporte)
91
x
80
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Compra
1999
1999
cm (suporte)
94 m Fernando Acarino Black
Celina Rodrigues
1997
Vale de Canaã
Pintura
1984
Mista sobre tela 119
x
145
Coleção MAES Doação 1999
95 m
Pintura cm (suporte)
Óleo sobre tela 40
x 56,5
Coleção MAES Compra 2000
cm (suporte)
67
96 m
Tríptico
98 m
Uiara Bartira
Celina Rodrigues
Anjos da guarda
Sem título
1988
Sem data
Gravura
Pintura
Xilografia sobre papel
Óleo sobre tela
21
x
21
cm (suporte)
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
1999
2000
99 m
100 m Nice Avanza
Nice Avanza
Sem Título
Cavalos
1987
1973
Pintura
Pintura
Óleo sobre tela
Óleo sobre tela
90
x
72
cm (suporte)
30
x
80
Coleção MAES
Coleção MAES
Compra
Compra
2000
2000
cm (suporte)
68
101 m
102 m Nice Avanza
Nice Avanza
Bois
Cacau
1977
1988
Pintura
Pintura
Óleo sobre tela
Óleo sobre tela
61
x
82
cm (suporte)
71,5
x
91
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Compra
2000
2000
103 m
cm (suporte)
104 m Nice Avanza
Nice Avanza
Casamento na roça
Colhendo cacau
1980
1971
Pintura
Pintura
Óleo sobre tela
Óleo sobre tela
68,5
x
67
cm (suporte)
69,5
x 59,5
Coleção MAES
Coleção MAES
Compra
Compra
2000
2000
cm (suporte)
69
105 m
106 m Nice Avanza
Nice Avanza
Sem Título
Sem Título
1982
1998
Pintura
Pintura
Óleo sobre tela
Óleo sobre tela
92
x
79
cm (suporte)
99
x
80
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
2000
2000
cm (suporte)
109 m
107 m Nice Avanza
Nice Avanza
Ceia de Cristo
Sem Título
1999
1997
Pintura
Pintura
Óleo sobre tela
Óleo sobre tela
70
x
90
cm (suporte)
91
x
75
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
2000
2000
cm (suporte)
70
110 m
111 m Nice Avanza
Raphael Samú
Sem Título
Sem Título
1999
1966
Pintura
Gravura
Óleo sobre tela
Xilogravura sobre papel
70
x
90
cm (suporte)
66
x
48
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
2000
2002
112 m
cm (suporte)
113 m Rômulo Cardoso
Nelé Azevedo
Grã Duqueza Frau da Mangueira
Sem Título
1998
2001
Pintura
Escultura
Acrílica sobre tela
Ferro fundido
50
x 40,5
cm (suporte)
11
x
08
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
2001
2001
x 38
cm (suporte)
71
114 m
115 m Coaracy Coelho Leal
Raphael Samú
Sem Título
Sem Título
Sem data
1955
Pintura
Gravura
Acrílica sobre aglomerado
Xilogravura sobre papel
79
x
70
cm (suporte)
31,5
x 48,5
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
2001
2002
cm (suporte)
117 m
116 m Raphael Samú
Raphael Samú
Ponte Seca
Sem Título
1963
1962
Desenho
Desenho
Nanquim sobre papel
Nanquim sobre papel
46
x
66
cm (suporte)
79
x 50,5
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
2002
2002
cm (suporte)
72
118 m
119 m Raphael Samú
Raphael Samú
Sem Título
Sem Título
1962
1971
Desenho
Gravura
Nanquim sobre papel
Litogravura sobre papel
33,5
40,5
x 43,5
cm (suporte)
x 50,5
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
2002
2002
cm (suporte)
120 m 121 m
Raphael Samú
Raphael Samú
Sem Título
Permuta I - Vitória 18,35 Horas
1980
Sem data
Gravura
Gravura
Gravura em metal 44
x
32
Coleção MAES Doação 2002
cm (suporte)
Serigrafia sobre papel 45,5
x 63,5
Coleção MAES Doação 2002
cm (suporte)
73
122 m
123 m
Tríptico
Raphael Samú
Raphael Samú
Permuta I - Escadaria Maria Ortiz
Tornado
1981
2001
Gravura
Mosaico
Serigrafia sobre papel
Cimento, pastilhas de vidro e pedra-pomes
62,5
x 50,5
cm (suporte)
31
x
70
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
cm (suporte)
2002
126 m 125 m
Autor desconhecido Francisco Schwarz Sem Título
Sem data
1979
Desenho
Pintura
Grafite e bico de pena sobre papel
Óleo sobre tela 52
Sem título
x
61
Coleção MAES
25 cm (suporte)
x
25
Coleção MAES Doação
cm (suporte)
74
127 m
129 m Enéas Vale
Siron Franco
Sem Título - Série Caverna
Salvai nossas almas II
1993
1999
Pintura
Mista
Aquarela sobre papel
Retalhos de tecidos e radiografias
38
x
72
cm (suporte)
215
x
292
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
cm (suporte)
2004
131 m Mayse 130 m
Sem Título Raphael Samú
1915
Sem Título
Pintura Óleo sobre aglomerado
Mosaico
30
x
31
Coleção MAES Doação Coleção MAES
2003
cm (suporte)
75
139 m / 454 m
451 m / 497 g Cláudio Tozzi
José Augusto Loureiro
Módulo lunar
Paixão 2000
Gravura
Mista
Serigrafia sobre papel
Mista sobre mdf
65
x
110
cm (suporte)
x
70
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
2008
2004
452 m Sem fotografia
90
Cláudio Tozzi Transparência - Objeto 2002 Mista Laser-xerox e gliceé sobre voal e mdf 38
x
72
Coleção MAES Doação 2008
cm (suporte)
cm (suporte)
76
Segue a baixo a sequência de obras por ordem de número de registro que não apresentam registro fotográfico. Coleção ECO ART - Cia. Bozano
455m
Antônio H. Amaral
Ameaça
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
456m
Arcângelo Ianelli Arnaldo RocheLabel
No silêncio da mata
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
Mene, Tekel, Peres
1993
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
1993
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
1993
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
457m
Você me olha por quê? / Por que você está me olhando? Forno
458m
Beatriz Milhazes
459m
Carlos Vergara
460m
Daniel Senise
461m
David Manzur
462m
Fernando Szyszlo
Fogo-fátuo Requiem para uma Paisagem Amazônica El Canto de la Tierra
463m
Flávio-Shiró
O Canto de Terra
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
464m
Geoff Rees
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
465m
Gonçalo Ivo
1993
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
466m
Jorge Tacla
Beneath the Reef Rio S. Francisco - Vista de Iboitirama, BA Representavión y Apuntes
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
467m
Kenneth Kemble
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
468m
Laura Anderson
1993
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
469m
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
Sem título
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
471m
Miguel Angel Rojas Miguel Castro Leñero Miguel Von Dangel
El sofá de mi Abuela Los frutos pasaran la promesa de las flores Sem título
Sem título
1993
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
472m
Nelson Ramos
Alerta
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
473m
Rafael Soriano
Tramas del Horizonte
1993
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
470m
77
474m
Reynaldo Fonseca
Pastoral
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
475m
Robert Goodnough
Autumn leaves always
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
476m
Santiago Cardena
Amazona
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
477m
Siron Franco
Peles e tripas do Brasil
1993
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
478m
Tomie Ohtake
Sem título
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
479m
Victor Hugo Irazabal
Amazônia
1993
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
Segue a baixo a sequência de obras por ordem de aquisição. Dada a recente incorporação ao acervo não possuem número de registro e fotografia individual.
Instalação - 28 quadros (4 x 7) Nenna
Dionísio Del Santo
Mundo
Sombra projetada
2012
1976
Impressão
Impressão a jato de tinta sobre papel
Impressão a jato de tinta sobre papel 75
x
66
Gravurra Serigrafia sobre papel
cm (suporte) cada
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
2012
2012
78
Coleção Elpídio Malaquias
Elpídio Malaquias
Elpídio Malaquias
Década de 90
Década de 90
415 desenhos
31 pinturas
Caneta esferográfica sobre papel
Esmalte sintético sobre eucatex
Coleção MAES
Coleção MAES
Doação
Doação
2012
2012
Foto: "A vaca que rafejou ô menino no qolo da mae", caneta esferográfica sobre papel, 22 x 32,7 cm ,1998. Foto: "O pavão e. argentino. ele. aparesseo. en 1994", esmalte sintético sobre eucatex, 59 x 59 cm, 1994.
79
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS O colecionismo se refere mais ao ato de colecionar que ao objeto adquirido. No caso dos museus e, mais especificamente, dos museus públicos, a política de acervo deve estar em conformidade com a missão do museu, devendo prevê-lo como um espaço de sociabilização, reflexão e discussão artística e cultural. O potencial educador dos espaços museais como espaços não formais de ensino deve ser levado tão a sério quanto a definição de requisitos para formação de acervo, ou quanto a própria sobrevivência do museu. Torna-se importante que a instituição estimule o pensamento crítico perante o mundo e a contemporaneidade de sua existência, garantindo assim a possibilidade do conhecimento acerca dos aspectos da vida humana em sociedade e das realidades construídas historicamente. A pesquisa histórica que investigou a formação do acervo do MAES relata uma realidade problemática de diversas instituições museológicas no mundo todo. No entanto, percebe-se que apesar dos problemas técnicos e estruturais, que ferem até mesmo a preservação dos objetos em um espaço que nasceu para conservá-los, a formação de acervos artísticos documentam realidades e formas de ver o mundo. Formas que apresentam linguagens que possuem a especificidade de representar um olhar em meio a uma universalidade de encontros, ou diversos olhares que traduzem outras tantas percepções de mundo. A qualificação dos objetos artísticos para fins de uma política de aquisição muitas vezes permeia uma mercantilização do objeto em um mercado que abarca uma produção contemporânea cada vez mais experimental, o que acaba por redefinir sua qualidade e representatividade plástica ou conceitual. Os museus devem repensar e delinear tanto as bases justificadoras de sua qualidade estética, quanto de sua representatividade artística. Sobre representações, é interessante pensar que a escolha de artistas ou obras para composição de coleções públicas deve presumir um discurso e pensamento poético que vai ao encontro da criação como pesquisa, e a pesquisa como criação de linguagens artísticas e formas de olhar e pensar a existência do homem. O valor histórico bem como a contemporaneidade e abordagem temática da obra de arte constrói sua potencialidade de comunicação. O acervo deve ser comunicado e comunicável para a comunidade que o acessa, valendo-se da universalidade do pensamento humano. O que um trabalho artístico pode representar somente o repertório e experiência individuais do espectador poderão definir. Mas é aceitável que um acervo formado por
80
coleções estruturadas e numerosas dizem mais de um artista e de seu tempo que registros únicos e isolados. Portanto, o acervo do Museu de Arte do Espírito Santo conversa sobre artistas e histórias da arte produzidas a partir da vivência em terras capixabas, brasileiras e estrangeiras. Dialoga seus questionamentos em torno do objeto artístico e sobre a realidade que os cerca. Desenha suas experiências, seus intercâmbios, suas intenções e vontades de expressão, seus desejos de comunicação. Composta por artistas capixabas, nacionais, norte e sul-americanos, apresenta a complexidade de destinos que a arte tomou a partir do modernismo e no desenrolar da pósmodernidade. Maurício Salgueiro traduz as condições da vida urbana e industrial, além dos questionamentos da visualidade na pintura. Dionísio Del Santo constrói em planos de cor geometrizados e linhas estruturantes a vida do homem no campo, propõe o convívio das formas, cores e linhas, perpassando em signos gráficos as simbologias que a vida terrena pode observar. Raphael Samú reúne em mosaico, nanquim e gravura os fragmentos, paisagens e pigmentos do ambiente urbano. Nice Avanza, Rômulo Cardoso e Elpídio Malaquias contam suas próprias histórias, apresentando em cores puras a natureza e seus mistérios, as religiões e o imaginário poético da vida pacata de um habitante campestre. Cláudio Tozzi representa em cores a reprodutibilidade na arte e os questionamentos políticos da Pop Art brasileira. A coleção ECO ART presumiu certa linha com nomes consolidados da arte produzida nas Américas nos anos 2000. Nenna elabora questionamentos conceituais que rodeiam o mundo, a paisagem e a cultura capixaba. A complexidade de significados e informações que um acervo de arte pode transmitir representa a mesma complexidade dos processos históricos e interpretativos vividos em sociedade. Pensar acervos incorre em vislumbrar as afinidades em um conjunto, conduzindo a percepção conforme o convívio dos objetos que o compõem, bem como a sua produção de sentidos. É eternizar nomes, documentar ideias, transmitir experiências e proporcionar personalidade e identificações culturais em torno da história das sociedades. O pensamento de um acervo como extensa fonte de informação e fruição estética direciona a necessidade dos museus realizarem aquisições ou permutas, discursando e expondo suas coleções de arte, estabelecendo finalmente um campo de estímulo ao conhecimento e a liberdade de expressão.
81
6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACERVO, A Coleção do MASP, 2009. Disponível em: <http://masp.art.br/masp2010/acervo_sobre_o_acervo_do_masp.php>. Acesso em: 05 de Abril de 2013.
A GAZETA, Caderno Dois, Vitória, 04 de janeiro de 1995.
BENJAMIN, Walter. Passagens. Belo Horizonte : Editora UFMG, 2006, p. 239.
BEZERRA DE MENESES, Ulpiano. A cultura material no estudo das sociedades antigas. Revista de História, 115 (Nova Série), p.103-117, 1983.
BOPPRÉ, Fernando. Cromomuseu e a Política de Acervo. Entrevista com Gaudêncio Fidelis. Disponível
em:
<http://www.margs.rs.gov.br/acontece_expo_aberta.php?par_id=252>.
Acesso em: 07 de Abril de 2013.
BRASIL, Ministério da Cultura. Caderno de diretrizes museológicas. I. Brasília: Ministério da Cultura/ Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/ Departamento de Museus e Centros Culturais, Belo Horizonte: Secretaria de Estado da Cultura/ Superintedência de Museus, 2006. 2º Edição.
________.Projeto Museu de Arte do Espírito Santo, 1995.
CHIARELLI, Tadeu (ed.). O Museu de Arte Moderna de São Paulo: série museus brasileiros. São Paulo : Banco Safra, 1998, p. 08.
ESPÍRITO SANTO (Estado). Secretaria de Estado da Cultura e Esporte: Espírito Santo: um painel da nossa história. Texto de Almerinda Lopes. Vitória : EDIT, p 43.
FRIZZERA, Rose. Museu de Artes já tem perfil. A GAZETA, Vitória, 09 de julho de 1997.
82
GENETTE, Gérard. A obra de arte I; tradução de Valter Lellis Siqueira. São Paulo : Littera Mundi, 2001.
GROSSMANN, Martin, Org. Mariotti, Gilberto, Org. Museum art today. Museu arte hoje. São Paulo : Hedra, 2011, p. 143.
HAAR, Michel. A obra de arte: ensaio sobre a ontologia das obras; tradução de Maria Helena Kühner. - 2ª ed. - Rio de Janeiro: DIFEL, 2007.
LOPES, Almerinda da Silva. Artes Plásticas no Espírito Santo (1940-1969): produção, instituições, ensino e crítica. - Vitória : EDUFES, 2012, p. 46.
________.Dionísio Del Santo / texto Almerinda Lopes, Dionísio Del Santo, Mário Pedrosa;
curadoria Almerinda Lopes - Vitória : Artviva, 2008.
_________. O
Acervo da Galeria Homero Massena: 1977-2007. Texto de Almerinda Lopes,
2007. Disponível em: <http://www.secult.es.gov.br/?id=/espacos_culturais/galeria_homero_massena#>. Acesso em: 10 de Fevereiro de 2013.
LOURENÇO, Maria Cecília França. Museus acolhem o moderno. São Paulo : Editora da Universidade de São Paulo, 1999, p. 13.
OSORIO, Luiz Camillo. História de uma coleção: arte brasileira entre os anos 1960-1980 no acervo do Banco JPMorganChase - Rio de janeiro : Andrea Jakobson Estúdio, 2003.
PALCO, órgão informativo da Pró-reitoria de Cultura. ECO ART 1992 - 2012, Juiz de Fora, fevereiro. 2012. Ano IV. N° 24
PESCUMA,
Cristina.
Introdução
ao
tema.
São
Paulo,
2012.
Disponível
em:
<http://www.isso.art.br/#!curso/c10ue>. Acesso em: 12 de Fevereiro de 2013.
POMIAN, Krzysztof. Coleção, in Enciclopedia Einaudi, Lisboa: Imprensa Nacional, Casa da Moeda, pp. 51-86, 1984.
83
VERAS, Quem tem medo da arte contemporânea?, 2009. <http://novo.itaucultural.org.br/materiacontinuum/marco-abril-2009-quem-tem-medo-da-artecontemporanea/>. Acesso em: 26 de Fevereiro de 2013.
VITÓRIA, Prefeitura de. Conservação do acervo da Prefeitura. Disponível em: <http://www.vitoria.es.gov.br/semc.php?pagina=exposicoeseacervo>. Acesso em: 03 de Fevereiro de 2013.
84
7 - ANEXOS 7.1. ANEXO A – Inventário de obras Lista de obras do acervo do Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo, 2013.
Nº de Registro
Autor
Título / Nome
Data
Dimensões
Técnica / Material
Aquisição
1.
11M
Maurício Salgueiro
Escultura II
1963 - 1964
170 x 57 x 57 cm
Mista [ Lâmpada fluorescente, socorro elétrico e caixa de madeira]
doação - 1994
2.
22M
Maurício Salgueiro
Paisagem – detalhe II, da série Urbis
1975
95 x 90 x 90 cm
Mista [Metal, concreto e água]
doação - 1994
3.
33M
Maurício Salgueiro
Lâmina III
1971
4.
4M
Maurício Salgueiro
Ordinário Marche I
1993
310 x 120 x 120 cm 93 x 78 x 68 cm
Mista [Alumínio, ferro e engrenagens] Mista [Acrílico e metal]
5.
5M
Maurício Salgueiro
Polivisão XLI x 4
1994
84 x 79 cm
Mista [Fotografia e latão]
doação - 1994
6.
6M
Maurício Salgueiro
1994
84 x 85 cm
Mista [Fotografia e latão]
doação - 1994
7.
7M
Maurício Salgueiro
1994
84 x 85 cm
Mista [Fotografia e latão]
doação - 1994
Óleo sobre tela
compra - 1997
Nº
Polivisão XLIV x 4 díptico A Polivisão XLIV x 4 díptico B
doação - 1994 doação - 1994
8.
8M
Nair Vervloet
Sem título
1952
Moldura: 97,0 x 81,0 cm Exposto: 74,5 x 59,0 cm
9.
9M
Dionísio Del Santo
Menino e gato
1958
Suporte: 70,0 x 50,0 Mancha:
Grafite e crayon sobre papel
doação - 1999
10.
10M
Dionísio Del Santo
Figuras unidas
1958
Suporte: 70,0 x 50,0 Mancha: 42,0 x 59,0
Grafite sobre papel
doação - 1999
85
11.
11M
Dionísio Del Santo
A Fera e a Vítima
1959
47,5 x 64,3 cm
Grafite e nanquim sobre papel
doação - 1999
12.
12M
Dionísio Del Santo
Menino e cabra
1958
Suporte: 70,0 x 50,0 Mancha: 50,0 x 50,0
Grafite sobre papel
doação - 1999
13.
13M
Dionísio Del Santo
Boiadeiro
69,5 x 40,5 cm
Grafite e crayon sobre papel
doação - 1999
14.
14M
Dionísio Del Santo
Matadouro
1961
Grafite e nanquim sobre papel
doação - 1999
15.
15M
Dionísio Del Santo
Vaqueiro
1978
Nanquim sobre papel
doação - 1999
16.
16M
Dionísio Del Santo
Mulher deitada
1958
Suporte: 65,5 x 46,5 Mancha: 58,0 x 41,0 Suporte: 70,0 x 50,0 Mancha: 59,3 x 44,8 69,5 x 49,5 cm
Nanquim sobre papel
doação - 1999
17.
17M
Dionísio Del Santo
Boiada na estrada
1959
51 x 63 cm
Nanquim sobre papel
doação - 1999
18.
18M
Dionísio Del Santo
Fuzilamento
1959
73 x 51 cm
Nanquim sobre papel
doação - 1999
19.
19M
Dionísio Del Santo
Figura adormecida
1974
70 x 50 cm
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
20.
20M
Dionísio Del Santo
Sem título
1973
70 x 50 cm
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
21.
21M
Dionísio Del Santo
Permuta B 1/2
1975
70 x 50 cm
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
22.
22M
Dionísio Del Santo
Sem título
1982
65 x 45 cm
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
23.
23M
Dionísio Del Santo
Sem título
1983
70 x 50 cm
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
24.
24M
Dionísio Del Santo
Sem título
1984
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
25.
25M
Dionísio Del Santo
Sem título
1984
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
26.
26M
Dionísio Del Santo
Losango espaço - Mutação B
1970
70 x 50 cm Suporte: 70,0 x 50,0 Mancha: 44,5 x 44,5 70 x 50 cm
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
27.
27M
Dionísio Del Santo
1970
70 x 50 cm
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
28.
28M
Dionísio Del Santo
1977
70 x 50 cm
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
29.
29M
Dionísio Del Santo
Sem título Espaço plano - Permuta XXXIII Sem título
1970
70 x 50 cm
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
30.
30M
Dionísio Del Santo
Moça regando flores
1970
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
86
31.
31M
Dionísio Del Santo
Cena silvestre
1970
32.
32M
Dionísio Del Santo
1978
33.
33M
Dionísio Del Santo
1975
34.
34M
Dionísio Del Santo
35.
35M
Dionísio Del Santo
Sem título Fragmentos lineares - Permuta XLVI Sem título [da série Fragmentos rítmicos] Sem título
Suporte: 70,0 x 50,0 Mancha: 50,0 x 37.0 70 x 50 cm
36.
36M
Dionísio Del Santo
37.
37M
38.
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
70 x 50 cm
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
1989
70 x 50 cm
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
1990
70 x 50 cm
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
Sem título
1990
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
Dionísio Del Santo
Sem título
1993
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
38M
Dionísio Del Santo
Sem título
1993
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
39.
39M
Dionísio Del Santo
Sem título
1994
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
40.
40M
Dionísio Del Santo
Sem título
1994
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
41.
41M
Dionísio Del Santo
Sem título
1994
70 x 50 cm Suporte: 70,0 x 50,0 Mancha 45,0 x 45,0 Suporte: 70,0 x 50,0 Mancha 45,0 x 45,0 70 x 50 cm Suporte: 70,0 x 50,0 Mancha: 45,0 x 45,0 70 x 50 cm
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
42.
42M
Dionísio Del Santo
Sem título
1997
70 x 50 cm
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
43.
43M
Dionísio Del Santo
Sem título
1997
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
44.
44M
Dionísio Del Santo
Sem título
1997
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
45.
45M
Dionísio Del Santo
Sem título
1997
Serigrafia sobre papel
doação - 1999
46.
46M
Dionísio Del Santo
Matadouro
1956
70 x 50 cm Suporte: 70,0 x 50,0 Mancha: 45,0 x 45,0 Suporte: 70,0 x 50,0 Mancha: 45,0 x 45,0 37 x 29 cm
Xilografia sobre papel
doação - 1999
47.
47M
Dionísio Del Santo
Desastre
1955
30 x 41 cm
Xilografia sobre papel
doação - 1999
48.
48M
Dionísio Del Santo
Urubu e Vaca Morta
1953
29 x 37 cm
Xilografia sobre papel
doação - 1999
87
49.
49M
Dionísio Del Santo
O Caçador
1959
50.
50M
Dionísio Del Santo
Suicídio
1959
51.
51M
Dionísio Del Santo
A fera e a vítima
1959
52.
52M
Dionísio Del Santo
Cachorro morto
1959
53.
53M
Dionísio Del Santo
Voraz
1959
54.
54M
Dionísio Del Santo
Antiga mãe
1959
55.
55M
Dionísio Del Santo
Sem título
1959
56.
56M
Dionísio Del Santo
Matança
1959
57.
57M
Dionísio Del Santo
Vaca adormecida e pássaro
1969
58.
58M
Dionísio Del Santo
Composição de signos
1989
59.
59M
Dionísio Del Santo
60.
60M
Dionísio Del Santo
Duas máscaras complementares Cabeça
61.
61M
Dionísio Del Santo
Signos pastoris
Suporte: 40,8 x 56,0 Mancha: 32,8 x 41,3 37 x 33 cm
Xilografia sobre papel
doação - 1999
Xilografia sobre papel
doação - 1999
Xilografia sobre papel
doação - 1999
Xilografia sobre papel
doação - 1999
Xilografia sobre papel
doação - 1999
Xilografia sobre papel
doação - 1999
Xilografia sobre papel
doação - 1999
Xilografia sobre papel
doação - 1999
Óleo sobre tela
doação - 1999
Têmpera Óleo sobre Tela
doação - 1999
1986
Óleo sobre tela
doação -1999
1987
Óleo sobre tela
doação - 1999
Óleo sobre tela
doação - 1999
Óleo sobre tela
doação - 1999
26 x 34 cm Suporte: 40,8 x 56,0 Mancha: 23,5 x 31,3 29 x 37 cm Suporte: 40,8 x 56,0 Mancha: 25,5 x 31,0 Suporte: 40,8 x 52,8 Mancha: 23,0 x 30,0 37 x 29 cm Moldura: 120,0 x 162,5 Exposto: 118,0 x 160,0
1989 Moldura: 80,0 x 106,0 Exposto: 78,0 x 104,0
62.
62M
Dionísio Del Santo
Signos em campos verdes
1988
63.
63M
Dionísio Del Santo
Signos
1988
Óleo sobre tela
doação - 1999
64.
64M
Dionísio Del Santo
O Lenhador
1987
Têmpera Óleo sobre Tela
doação - 1999
65.
65M
Dionísio Del Santo
Signos campestres
1989
Têmpera Óleo sobre Tela
doação - 1999
Moldura: 83,5 x 102.5 Exposto: 81,0 x 100,0
88
66.
66M
Dionísio Del Santo
Composição
1989
67.
68M
Dionísio Del Santo
68.
69M
Dionísio Del Santo
Adormecida e fera Sem título [da série Fragmentos rítmicos]
69.
70M
Dionísio Del Santo
Sem título [da série Fragmentos rítmicos]
1997
70.
71M
Dionísio Del Santo
Sem título [da série Fragmentos rítmicos]
1993
71.
72M
Dionísio Del Santo
Sem título [da série Fragmentos rítmicos]
1994
72.
73M
Dionísio Del Santo
Sem título [da série Fragmentos rítmicos]
1998
73.
74M
Dionísio Del Santo
Sem título [da série Fragmentos rítmicos]
1995
74.
75M
Dionísio Del Santo
Sem título [da série Fragmentos rítmicos]
1993
75.
76M
Dionísio Del Santo
Sem título [da série Fragmentos rítmicos]
1995
76.
77M
Dionísio Del Santo
Sem título [da série Fragmentos rítmicos]
1996
77.
78M
Dionísio Del Santo
Sem título [da série Fragmentos rítmicos]
1995
78.
79M
Dionísio Del Santo
Sem título [da série Fragmentos rítmicos]
1998
Moldura: 102,0 x 83,0 Exposto: 100,0 x 81,0
Óleo sobre tela
doação - 1999
1982
Óleo sobre tela
doação - 1999
1996
Óleo sobre tela
doação - 1999
Óleo sobre tela
doação - 1999
Têmpera Óleo sobre Tela
doação - 1999
Óleo sobre tela
doação - 1999
Óleo sobre tela
doação - 1999
Óleo sobre tela
doação - 1999
Óleo sobre tela
doação - 1999
Óleo sobre tela
doação - 1999
Óleo sobre tela
doação - 1999
Óleo sobre tela
doação - 1999
Óleo sobre tela
doação - 1999
Moldura: 102,0 x 100,2 Exposto: 100,0 x 100,0 Moldura: 62,5 x 67,5 Exposto: 80,0 x 65,0
Moldura: 92,0 x 92,0 Exposto: 90,0 x 90,0 Moldura: 92,0 x 92,0 Exposto: 90,0 x 90,0 Moldura: 92,0 x 92,0 Exposto: 90,0 x 90,0 Moldura: 102,0 x 102,0 Exposto: 100,0 x 100,0 Moldura: 102,0 x 142,0 Exposto: 100,0 x 140,0
Moldura: 102,0 x 132,0 Exposto: 100,0 x 130,0
89
79.
80M
Dionísio Del Santo
Sem título [da série Fragmentos rítmicos]
1995
80.
81M
Dionísio Del Santo
Sem título [da série Fragmentos rítmicos]
1993
81.
82M
Dionísio Del Santo
Sem título [da série Fragmentos rítmicos]
1994
82.
83M
Dionísio Del Santo
Sem título [da série Fragmentos rítmicos]
1994
83.
84M
Dionísio Del Santo
Campestre
1989
Moldura: 102,0 x 92,0 Exposto: 100,0 x 90,0 Moldura: 92,0 x 92,0 Exposto: 90,0 x 90,0 Moldura: 102,5 x 72,5 Exposto: 100,0 x 70,0 Moldura: 102,5 x 72,5 Exposto: 100,0 x 70,0 Moldura: 92,0 x 62,0 Exposto: 90,0 x 60,0 Moldura: 88,0 x 68 Exposto: 86,0 x 66,0 Moldura: 86,0 x 66,0 Exposto: 84,0 x 64,0
84.
85M
Dionísio Del Santo
Viagem a cavalo
1980
85.
86M
Dionísio Del Santo
Matadouro
1980
86.
87M
Dionísio Del Santo
Busto de Mulher: Shiva, O princípio Transformador
1979
87.
88 M / 431 M
Dionísio Del Santo
O Lenhador
1981
88.
88M
Levino Fanzeres
Sem título
Sem data
89.
89M
Heimz Rolf Steiner
Montanhas verdes
1998
90.
90M
Moacyr Alves
Manhã de julho / Manhã de junho em Guarapari
1957
91.
91M
Fausto Aguiar
Celo e partituras
1981
Moldura: 45,6 x 65,1 Exposto: 29,1 x 46,6 Moldura: 92,0 x 103,0 Exposto: 90,0 x 100,0 Moldura: 112,0 x 139,0 Exposto: 89,0 x 115,0 65 x 92 cm
92.
92M
Lucy D'allorto
Geométrica estrutural
1988
120,0 x 110,0 cm
76 x 101 cm
Óleo sobre tela
doação - 1999
Óleo sobre tela
doação - 1999
Têmpera Óleo sobre Tela
doação - 1999
Têmpera Óleo sobre Tela
doação - 1999
Óleo sobre tela
doação- 1999
Têmpera Óleo sobre Tela
compra - 2000
Têmpera Óleo sobre Tela
compra - 2000
Têmpera Óleo sobre Tela
compra - 2000
Têmpera Óleo sobre Tela
compra - 2000
Óleo sobre aglomerado
compra - 1999
Acrílica sobre tela
doação - 1999
Óleo sobre tela
doação - 1999
Óleo sobre tela
compra - 1999
Mista sobre tela
doação- 1999
90
Moldura: 91,4 x 80,1 Exposto: 64,3 x 53,5 119,0 x 145,0 cm Moldura: 62,5 x 79,2 Exposto: 40,1 x 56,5 Suporte: 21,0 x 21,0 Mancha: 11,6 x 9,5
93.
93M
Autor desconhecido
Francisco Pinto Homem de Azevedo
Sem data
94.
94M
Fernando Acarino
Black
1997
95.
95M
Celina Rodrigues
Vale de Canaã
1984
96.
96M
Uiara Bartira
Anjos da guarda (tríptico)
1999
97.
98M
Celina Rodrigues
Sem título
98.
99M
Nice Nascimento
Sem título
1987
99.
100M
Nice Nascimento
Cavalos
1973
Moldura: 90,5 x 72,0 Exposto: 64,0 x 45.5 30 x 80 cm
100.
101M
Nice Nascimento
Bois
1977
61 x 82 cm
101.
102M
Nice Nascimento
Cacau
1988
102.
103M
Nice Nascimento
Casamento na roça
1980
103.
104M
Nice Nascimento
Colhendo cacau
1971
104.
105M
Nice Nascimento
Sem título
1982
105.
106M
Nice Nascimento
Sem título
1998
106.
107M
Nice Nascimento
Ceia de Cristo
1999
107.
109M
Nice Nascimento
Sem título
1997
108.
110M
Nice Nascimento
Sem título
1999
109.
111M
Raphael Samú
Sem título
1966
Óleo sobre tela
compra
Mista sobre tela
doação - 1999
Óleo sobre tela
compra - 2000
Xilografia sobre papel
doação
Óleo sobre tela
doação - 2000
Óleo sobre tela
compra - 2000
Óleo sobre tela
compra - 2000
Óleo sobre tela
doação - 2000
Óleo sobre tela
compra - 2000
68,2 x 69 cm
Óleo sobre tela
compra - 2000
69 x 59,1 cm
Óleo sobre tela
compra - 2000
Óleo sobre tela
2000
Óleo sobre tela
doação - 2000
Óleo sobre tela
doação - 2000
Óleo sobre tela
doação - 2000
Óleo sobre tela
doação - 2000
Xilografia sobre papel
doação - 2002
Moldura: 98,0 x 79,5 Exposto: 76,5 x 57,5 Moldura: 90,0 x 74,0 Exposto: 79,0 x 63,0 Moldura: 70,0 x 90,0 Exposto: 58,0 x 78,0 Suporte: 66,0 x 48,0 Mancha: 37,0 x 37,0
91
110.
112M
Rômulo Cardoso
111.
113M
Nelé Azevedo
Grã Duqueza Frau da Mangueira Sem título
112.
114M
Coracy Coelho Leal
113.
115M
114.
1998
50 x 40,5 cm
Acrílica sobre tela
doação - 2001
2001
11,4 x 8 x 38,4 cm
Escultura - Ferro fundido
doação - 2001
Sem título
Sem data
79 x 69,7 cm
Acrílica sobre aglomerado
doação - 2001
Raphael Samú
Sem título
1955
Suporte: 31,5 x 48,5 Mancha: 24,3 x 29,0
Xilografia sobre papel
doação - 2002
116M
Raphael Samú
Ponte seca
1963
46 x 66,3 cm
Nanquim e ecoline sobre papel
doação - 2002
115.
117M
Raphael Samú
Sem título
1962
79 x 50,5 cm
Nanquim sobre papel
doação - 2002
116.
118M
Raphael Samú
Sem Título
1962
Nanquim sobre papel
doação - 2002
117.
119M
Raphael Samú
Sem Título
1971
Litografia sobre papel
doação - 2002
118.
120M
Raphael Samú
Sem título
1980
Gravura em metal
doação - 2002
119.
121M
Raphael Samú
Permuta I - Vitória 18,35 Horas
Sem data
Serigrafia sobre papel
doação - 2002
120.
122M
Raphael Samú
Permuta I - Escadaria Maria Ortiz
1981
33,5 x 43,5 cm Suporte: 40,5 x 50,5 Mancha: 34,5 x 25,7 Suporte: 44,0 x 31,7 Mancha: 19,0 x 12,0 Suporte: 45,5 x 63,5 Mancha: 30,2 x 45,2 Suporte: 62,5 x 50,5 Mancha: 50,0 x 36,2
Serigrafia sobre papel
doação - 2002
121.
123M
Raphael Samú
Tornado (tríptico)
2001
31 x 70 cm
Mista [cimento, pastilhas de vidro e pedra pomer]
doação - 2002
122.
125M
Francisco Schwarz
Sem título
1979
Moldura: 52,3 x 61,0 Exposto: 37,0 x 45,4
Óleo sobre tela
123.
126M
Autor desconhecido
Sem título
Sem data
25,4 x 25,2 cm
Grafite e bico de pena sobre papel
doação
92
124.
127M
Enéas Vale
[Série Caverna] Sem Título
1993
47,5 x 36,0 cm / 38,0 x 72,0 cm
Aquarela sobre papel
doação - 2004
125.
129M
Siron Franco
Salvai nossas almas II
1999
215 x 292 cm
Mista [retalhos de tecidos, roupas e radiografias] sobre suporte
doação
126.
130M
Raphael Samú
Sem título 1915
Moldura: 30,0 x 31,0 Exposto: 21,0 x 22,0
Óleo sobre aglomerado
doação - 2003
65 x 110 cm
Serigrafia sobre papel
doação - 2008
Objeto Mosaico
127.
131M
Mayse
Sem título
128.
139 M / 454M
Cláudio Tozzi
Módulo lunar
129.
451M / 497 G
José Augusto Loureiro
Paixão
2000
90 x 70 cm
Mista sobre mdf
130.
452M
Cláudio Tozzi
[objeto] Transparência
2002
34 x 34 cm
Mista (lazer-xerox e gliceé sobre voal sobre MDF)
doação - 2008
131.
455M
Antônio H. Amaral
Ameaça
1992
Serigrafia sobre papel / Serigrafias Eco Art
doação - 2010
132.
456M
No silêncio da mata
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
133.
457M
Arcângelo Ianelli Arnaldo RocheLabel
Mene, Tekel, Peres
1993
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
134.
458M
Beatriz Milhazes
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
135.
459M
Carlos Vergara
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
136.
460M
Daniel Senise
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
137.
461M
David Manzur
1993
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
138.
462M
Fernando Szyszlo
Fogo-fátuo Requiem para uma Paisagem Amazônica El Canto de la Tierra
1993
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
139.
463M
Flávio-Shiró
O Canto de Terra
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
140.
464M
Geoff Rees
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
141.
465M
Gonçalo Ivo
1993
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
142.
466M
Jorge Tacla
Beneath the Reef Rio S. Francisco - Vista de Iboitirama, BA Representavión y Apuntes
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
Você me olha por quê? / Por que você está me olhando? Forno
93
143.
467M
Kenneth Kemble
El sofá de mi Abuela Los frutos pasaran la promesa de las flores Sem título
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
144.
468M
Laura Anderson
1993
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
145.
469M
146.
470M
147.
471M
Miguel Angel Rojas Miguel Castro Leñero Miguel Von Dangel
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
Sem título
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
Sem título
1993
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
148.
472M
Nelson Ramos
Alerta
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
149.
473M
Rafael Soriano
Tramas del Horizonte
1993
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
150.
474M
Reynaldo Fonseca
Pastoral
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
151.
475M
Robert Goodnough
Autumn leaves always
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
152.
476M
Santiago Cardena
Amazona
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
153.
477M
Siron Franco
Peles e tripas do Brasil
1993
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
154.
478M
Sem título
1992
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
155.
479M
Tomie Ohtake Victor Hugo Irazabal
Amazônia
1993
Serigrafia sobre papel
doação - 2010
156.
Nenna
Mundo
2012
157.
Dionísio Del Santo
Sombra projetada
1976
Elpídio Malaquias
400 desenhos
tamanhos variados
Caneta esferográfica sobre papel
doação - 2012
Elpídio Malaquias
15 desenhos
18 x 33 cm
Caneta esferográfica sobre papel
doação - 2012
Elpídio Malaquias
31 pinturas
Esmalte sintético sobre eucatex
doação - 2012
603
28 impressões de 66 x 75 cm
Número total de obras: 603
Instalação - Impressão a jato de tinta sobre papel Serigrafia sobre papel
doação - 2012 doação - 2012
94
7.2. ANEXO B – Reportagens de época sobre a fundação do MAES.
95
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7.3. ANEXO C – Entrevista com Bernadette Rubim Entrevista realizada via- e-mail à ex-diretora da Galeria Homero Massena, Bernadette Rubim, em 20 de fevereiro de 2013.
"O acervo do Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo se compõe por obras pertencentes ao Governo do Estado, já que o MAES não possui personalidade jurídica e a aquisição pode ser realizada somente dirigida à Secretaria de Estado da Cultura. O projeto básico para criação do MAES, de 1995, e seu Termo Aditivo de 1996, preveem que após a definição do acervo pretendia-se transferir para o MAES algumas obras do Governo do Estado. Entre elas, autorias de Levino Fanzeres, Inimá de Paula, dentre outros, além de 07 obras já doadas por Maurício Salgueiro em 1994. Posteriormente houve as doações das 75 obras de Dionísio, compra de 4 telas em 2000 do mesmo artista e doação em 2002 de 08 obras de Raphael Samú. 1 – O MAES expõe, em sua inauguração em dezembro de 1998, uma retrospectiva de Dionísio. As obras expostas seriam as mesmas doadas no mês seguinte? 2 – O MAES leva o nome do artista Dionísio Del Santo. Seria apenas uma homenagem por sua doação e destaque no cenário artístico nacional, sendo ele um artista capixaba ou seria uma possível definição da linha do Acervo? 3 – Com a abertura do museu, a Reserva Técnica já estava devidamente montada e com as obras de Maurício Salgueiro? 4 – Como se deu a aquisição das 15 obras de Nice Avanza? Dessas, 04 são identificadas com números de tombo relativos à Galeria Homero Massena. 5 – No projeto básico do MAES, defini-se que a linha para política de aquisição do acervo seja, preferencialmente, de obras de arte brasileiras do século XX. No entanto, por falta de pessoal especializado e um museólogo exclusivo para a instituição, o acervo se valeu de doações dispersas e de artistas locais, sem uma política mais precisa de formação de acervo ou análise. Como se deu a transferência de obras do Governo do Estado para a Reserva Técnica e posse do MAES? Seriam obras do Palácio Anchieta? E ainda, seria possível constar nesse acervo alguma peça proveniente do acervo perdido do Museu de Arte Moderna do Espírito Santo, criado na década de 60 e fechado em 1970?
101
6 – Como se deu a transferência para o MAES das aquisições da Galeria Homero Massena em sua política de aquisição por exposição realizada? Quando se deu? O que poderia representar e registrar tal coleção perante a história da arte capixaba?" Bernadette Rubim: "Quanto ao acervo da Galeria Homero Massena, sei que na gestão de Tereza Giuberti muitas obras da Galeria foram levadas para a reserva técnica do MAES, pois a da Homero estava em más condições, podendo causar prejuízo às obras. Esta é a versão que sei, mas talvez houvesse, além disso, uma intenção de acrescê-las ao acervo do MAES, considerado incipiente. Sobre a importância do acervo da GHM, considero que representa parte da produção capixaba em Artes Visuais durante mais de 30 anos, uma vez que, além da GAEU-Galeria do Espaço Universitário, é o único espaço que guarda obras produzidas e/ou expostas aqui durante essa época. Deve-se considerar também, que a Galeria Homero Massena, como espaço expositivo criado pela Fundação Cultural do Espírito Santo, herdou todo o acervo de obras doadas em virtude das exposições realizadas pela Fundação no Teatro Carlos Gomes desde o início da década de sessenta, bem como assumiu todo o acervo documental e de obras da extinta Galeria Álvaro Conde."