PORTFOLIO ARTES VISUAIS rRENATA ALMEIDA
ÍIÍ´ Í NDICE 05, Apresentação
06, Exposição Coletiva
07, Surrealidade
13, (Eu) Rio
20, Mulheres
28, Haicais& Paisagens
40, Triangulares
46, Estudos
Renata Almeida Teixeira Artes Visuais e Design Grรกfico renaata23almeida@gmail.com www.behance.net/almeidarenata
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~ APRESENTAÇAÃO
O
portfolio que apresento contém os principais elementos de minha produção plástica dos últimos anos. Os trabalhos apresentados a seguir são experiências, muitas delas em estágio inicial, e foram expostas em poucas ocasiões até o presente momento.
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~ EXPOSIÇAO COLETIVA
I
lustra Porto - 1° Salão de Ilustração do Porto Iracema das Artes 19 de Novembro a 20 de Dezembro de 2014 Fortaleza - Ceará
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S
SURREALIDADE
ob influência surrealista aliada à imaginação e sensibilidade, as obras de “Surrealidade” propõem uma viagem através do subconsciente, trazendo, por vezes, questões que possuem relação com o que se poderia chamar de realidade. Na maior parte dos casos, trabalhou-se com desenhos em preto e branco, fugindo-se do abstrato e mostrando-se situações inusitadas. As combinações parecem convencionais à primeira vista, mas possuem um caráter surreal devido a realização de sobreposições; resultando em um mundo de fantasia e, concomitantemente, em uma visão contemporânea da sociedade.
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Precipício, 2015 Grafite, lápis de cor e colagem sobre canson, 21 x 29,7 cm Sem amor, uma pessoa torna-se vazia, podendo chegar a um precipício. Os recortes de jornal representam o fluxo (de informações, produtos, entre outros) do sistema capitalista.
Seca, 2015 Grafite e lápis de cor sobre canson, 21 x 29,7 cm Em terras áridas, é preciso encontrar abastecimento dentro de si.
Fome, 2014 Grafite sobre canson, 21 x 29,7 cm Os sonhos e as esperanças morrem (e fogem) se não são alimentados.
Fim, 2014 Grafite sobre canson, 20 x 20 cm Alguns afirmam que o fim dos tempos está próximo. 09
Sombras, 2015 Grafite e aquarela sobre canson, 10,5 x 6,6 cm Alguns artistas sรฃo como รณculos, traduzindo a vida embaรงada que, por vezes, levamos. 10
O Início, 2014 Grafite sobre canson, 21 x 29,7 cm As peças do quebra-cabeça simbolizam os acontecimentos da vida, os quais se moldam desde o nascimento de uma pessoa.
O Homer que tudo vê, 2014 Grafite e lápis de cor sobre canson, 21 x 29,7 cm Utilizou-se de três sobreposições (caveira,olho e Homer simpson) para se obter uma visão diferenciada de um personagem conhecido 11
Faces, 2014 Grafite sobre canson, 29,7 x 21 cm Representa as vรกrias faces (mรกscaras) que se usam, sendo a base (esqueleto) a principal delas. 12
(EU) RIO
T
oda imagem encarna um modo de ver. Inclusive a fotografia, pois as fotos não são, como se costuma supor, um mero registro mecânico. A cada vez que olhamos uma foto somos conscientes, mesmo que de maneira tênue, de que o fotógrafo escolheu aquela vista entre uma infinidade de outras possíveis. Partindo desse pressuposto, o (Eu) Rio é uma série de fotografias do Rio de Janeiro com o objetivo de enquadrar imagens da cidade, suas belezas e seu cotidiano.
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MULHERES
C
om início em 2013, a série Mulheres reúne retratos de personagens femininas que conheci. Além de retratar mulheres contemporâneas, a série permite visualizar o processo de aprimoramento das minhas técnicas de desenho e de pintura.
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Lara, 2013 Grafite sobre canson, 21 x 29,7 cm
Hyasmin&Vanessa, 2013 Grafite sobre canson, 21 x 29,7 cm 21
TaĂs&Salsicha, 2013 Grafite sobre canson, 21 x 29,7 cm
Priscila, 2013 Grafite sobre canson, 29,7 x 21 cm
Larissa&Tay, 2014 Grafite sobre canson, 21 x 29,7 cm
Cybelle, 2014 Grafite e carv達o sobre sulfite, 6,6 x 10,5 cm 23
Dhiow&Erica, 2013 Grafite e aquarela sobre sulfite, 6,6 x 10,5 cm
Ana Clara, 2014 Pintura digital com a tĂŠcnica low poly, 29,7 x 21 cm
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Priscila, 2015 Grafite sobre sulfite, 29,7 x 21 cm
Gabriela, 2015 Grafite sobre sulfite, 6,6 x 10 cm
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Andrezza, 2015 Grafite sobre sulfite, 21 x 21 cm
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H
HAICAIS& PAISAGENS
aikai é uma pequena composição poética japonesa, em que se cantam as variações da natureza e sua influência na alma do poeta. Assim, “Haikais&Paisagens” é uma tentativa de se recriar o haikai em outra forma artística: a fotografia. Para tal, interagiu-se fotografias de alguns lugares de Fortaleza e de Recife com alguns poemas de Leminski. Com a geração underground, veio a filosofia zen. E, para enveredar nos caminhos do zen, é preciso abrir os olhos para ler: ler o vazio, o silêncio, o nada. A filosofia zen utilizou-se do não-verbal, do indizível. O poema concreto, por exemplo, que se desvinculou da forma fixa, tomou liberdade. Já não está mais preso a versos e estrofes tais quais conhecemos na literatura, onde a poesia esteve aprisionada à forma clássica poética, como o soneto. As palavras e os versos soltaram-se, preenchendo todo o espaço da página em branco. A folha em branco concretista, por onde correm as palavras desvinculadas, nada mais é que o próprio vazio filosófico carregado de significado. A folha não-preenchida contém os silêncios, o vazio, o nada. Nela, as palavras permeiam o silêncio. Dentro da perspectiva da espacialidade visual sobre a página em branco, Haroldo de Campos empreende a discussão sobre o instrumento ideográfico dessa nova construção poética. O ideograma é um símbolo que, separadamente, tem sua interpretação, sua significação. Um ideograma pode ser uma frase, uma expressão, uma ideia. Na escrita chinesa, cada ideograma-imagem vai conter um significado. Ao observar a obra poética de Leminski, percebe-se que ele também fez ideogramas. A forma poética composta de ideogramas é o Haicai. Esses ideogramas são escritos de forma vertical. O haicai chama atenção, na sua composição poética, pela síntese, pelo dizer o muito no pouco, pela brevidade. Os haicaistas agem como observadores da natureza que está ao seu redor, do mundo em que estão inseridos. O haicai funciona como um recorte ou uma foto da natureza, uma metáfora visual. A lente do haicai fotografa um mundo exterior, um mundo de objetividade, do eu ausente. A fotografia também busca a objetividade com um eu ausente. 28
Grande angular para a zap as cidades do ocidente nas planícies na beira-mar do lado dos rios feras abatidas a tiro durante a noite de dia um motor mantém todas vivas e acesas LUCRO à noite fantasmas das coisas não ditas sombras das coisas não feitas vêm pé ante pé mexer em seus sonhos as cidades do ocidente gritam gritam demônios loucos por toda a madrugada o poema na página uma cortina na janela uma paisagem assassina ascensão apogeu e queda da vida paixão e morte do poeta enquanto ser que chora enquanto
chove lá fora e alguém canta a última esperança de chegar à estação da luz e pegar o primeiro trem para muito além das serras que azulam no horizonte e o separam da aurora da sua vida inverno primavera poeta é quem se considera nunca quis ser freguês distinto pedindo isso e aquilo vinho tinto obrigado hasta la vista queria entrar com os dois pés no peito dos porteiros dizendo pro espelho - cala a boca e pro relógio - abaixa os ponteiros à pureza com que sonha o compositor popular um dia poder compor uma canção de ninar it’s only life but i like it let’s go baby let’s go this is life it is not rock and roll
João Cabral de Melo Neto discutia, em 1952, a situação da poesia do segundo pós-guerra, com base na oposição entre dois tipos de poetas, o “inspirado” e o “construtivo”. Para o primeiro, a poesia seria algo que acontece, quase involutariamente; para o segundo, seria objeto de uma busca e resultado de uma construção. É uma oposição tradicional. Porém, a nota nova, no texto de Cabral, é a proposição da singularidade do tempo moderno. Diferentemente do que sucedia nas que ele denomina “épocas de equilíbrio”, na contemporaneidade já não há regras de composição explícitas e de consenso, nem exigências da sociedade em relação aos autores. Sem consenso nem público, o momento da criação se autonomiza e as duas famílias poéticas se extremam em oposição radical, exceto em um ponto: após o desenvolvimento completo da inclinação de cada uma, ambas se encontram no isolamento solipsista, decorrente da “morte da comunicação”. Na “morte da comunicação” na poesia moderna, continuava operando a oposição entre as “duas famílias de poetas”. Mas já agora o que importava era que nenhuma das famílias teria se empenhado em promover o “ajustamento do poema à sua possível função”, disso tendo resultado o caráter intransitivo e inócuo da poesia contemporânea em relação à necessidades do tempo presente. A tarefa urgente era buscar para o poema uma função na vida do leitor moderno, seja pela adaptação aos novos meios de comunicação (o rádio, o cinema e a televisão), seja pelo retorno a formas que pudessem aumentar a comunicação com o leitor. Cabral termina por conclamar os poetas a combater “o abismo que separa hoje em dia o poeta do seu leitor”, por meio do abandono dos temas intimistas e individualistas e pela conquista de formas mais funcionais, que permitam “levar a poesia à porta do homem moderno”. Uma primeira resposta se deu por meio de um amplo programa de intervenção na cultura literária brasileira que se denominou Poesia Concreta e que apresentava, de forma coerente com o tempo, um projeto de integração do poema à vida moderna. Para a Poesia Concreta, a disfuncionalidade do poema moderno se explicava pela inadaptação do verso aos novos tempos, pela marginalidade da poesia em relação aos problemas abordados pela ciência e à sua dessintonia com a evolução das demais artes. Por isso mesmo, à Poesia Concreta não mais atrai a dedicação artesanal. Reconhecendo a importância dos novos meios de comunicação, buscava a apropriação e o aproveitamento dos recursos tecnológicos disponíveis como único caminho para escapar ao solipsismo denunciado por Cabral e afirmar a poesia no mundo dos objetos industriais. Em linhas gerais, esse é o quadro no qual Paulo Leminski definiu sua poesia: uma síntese, centrada na consciência aguda da questão do público e da especificidade do tempo 38
aqui nesta pedra alguém sentou olhando o mar o mar não parou pra ser olhado foi mar pra tudo quanto é lado
TRIANGULARES
A
través de formas geométricas e cores brilhantes, essa série consiste em releituras de pinturas famosas, como a Monalisa ou a Criação de Adão, e ilustrações de filmes, como La Vie d’Adèle e Hoje Eu Quero Voltar Sozinho.
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Releitura de Monalisa, 2014 Pintura digital com a tĂŠcnica low poly, 21 x 29,7 cm
Releitura de O Grito, 2015 Pintura digital com a tĂŠcnica low poly, 21 x 29,7 cm 41
Releitura de A Criação de Adão, 2015 Pintura digital com a técnica low poly, 43,2 x 29,7 cm
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Releitura de um auto retrato de Van Gogh, 2015 Pintura digital com a tĂŠcnica low poly, 21 x 29,7 cm
Releitura de um retrato de Salvador Dali, 2014 Pintura digital com a tĂŠcnica low poly, 21 x 29,7 cm 43
“La Vie d’Adèle”, 2014 Pintura digital com a técnica low poly, 43,2 x 29,7 cm
Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, 2014 Pintura digital com a tĂŠcnica low poly, 43,2 x 29,7 cm
O
ESTUDOS
s desenhos e as pinturas apresentados a seguir correspondem a estudos, tanto pessoais como dos cursos de Artes Grรกficas e de Design Grรกfico, de linguagens visuais.
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Chaves, 2014 Carv達o sobre canson, 21 x 29,7 cm
Caveira, 2014 Grafite sobre canson, 21 x 29,7 cm 47
Sem título, 2014 Grafite e carvão sobre canson, 21 x 29,7 cm 48
Anorexia, 2015 Grafite sobre canson, 15 x 15 cm
Sem tĂtulo, 2014 Grafite sobre sulfite, 10,5 x 6,6 cm
Sem tĂtulo, 2014 Grafite e aquarela sobre canson, 21 x 29,7 cm 49
Sem título, 2014 Grafite e carvão sobre canson, 29,7 x 43,2 cm
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Adeus, 2014 Pastel oleoso sobre papel madeira, 21 x 29,7 cm
GĂŞmeos, 2014 Pastel oleoso sobre papel madeira, 21 x 29,7 cm 51
OBRIGADA