a r q ui t e t u r a e g ê n e ro esp aço d e t ran sg ressão d a c ul t ura d e vio lên cia co n t ra a mu lh e r
Rena ta Caet an o Pereira
Universidade Federal de Pelotas | Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Trabalho final de graduação | Ênfase em espaços construídos Acad: Renata Caetano Pereira Orientador: Prof. Dr. André Torres de Oliveira Carrasco Pelotas | julho | 2019
“(...) para pensar e repensar, para criar novas visões, celebro um ensino que permita as transgressões - um movimento contra as fronteiras e para além delas. É esse movimento que transforma a educação.” HOOKS, 1994, p.
índice 6
premissas 1|TEMA
demanda social contexto histórico consequências na contemporaneidade
10 12 20
2|LUGAR
relação cidade e mulher contexto da cidade de pelotas escolha da área de intervenção levantamento fotográfico legislação análise do entorno análise bioclimática
28 29 33 36 42 44 52
3|REFERENCIAL
praça das artes centro cultural são paulo museu na memória e dos direitos humanos biblioteca parque villa lobos banheiros sem gênero instituto a cidade precisa de você
56 58 60 62 64 66
4|PROGRAMA
caracterização do programa usos e atividades pré-dimensionamento
70 72 74
5|PROPOSTA
perspectivas de transformação zoneamento funcional concepção formal volumetria e usos inserção urbana plantas cortes fachadas perspectivas próximas etapas
79 82 83 84 85 86 94 95 96 96
referências
100
p r em issas Este
trabalho
apresenta
um
conjunto
de
estudos
desenvolvidos ao longo do primeiro semestre de 2019, como requisito de avaliação para o Trabalho Final de Graduação I, com ênfase em espaços construídos, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas. A elaboração desse caderno tem como intenção construir bases fundamentais para o desenvolvimento do Trabalho Final de Graduação II, o qual consistirá em uma proposta de inserção de um objeto arquitetônico na cidade. O objetivo desse exercício é refletir sobre o papel da arquitetura no enfrentamento da violência contra a mulher e da desigualdade de gênero. O trabalho não visa solucionar problemas estruturais e já enraizados na sociedade, mas sim evidenciá-los e criar uma hipótese arquitetônica que seja capaz de materializar potenciais caminhos de transformação. A inquietação para escolha do tema surge a partir de um impulso pessoal e de emergência da sociedade contemporânea, para idealizar possibilidades de vivências mais justas para nós mulheres, que não sejam marcadas pela violência, pela opressão e pelo silenciamento.
A metodologia para desenvolvimento do trabalho foi dividida nas seguintes etapas: 1. Apresentação da demanda social; 2. Revisão bibliográfica sobre o tema; 3. Formulação do problema arquitetônico 4. Escolha e análise do sítio de intervenção; 5. Estudo de projetos referenciais; 5. Elaboração do programa de necessidades; 6. Proposta de intervenção através de espaço construído;
TEMA 1
“Eu não me vejo na palavra fêmea: alvo de caça, conformada, vítima. prefiro queimar o mapa traçar de novo a estrada ver cores nas cinzas e a vida reeinventar” Música “Triste, louca ou má” - Francisco El Hombre
1|tema
demanda social Ser mulher¹ é um desafio diário. Desde a infância, mulheres são alertadas dos perigos aos quais o corpo feminino está sujeito e dos inúmeros comportamentos que devem adotar, na tentativa ineficiente de evitar com que se tornem vítimas de violência. Mesmo com todos esses cuidados opressores e limitantes, as violências contra mulheres seguem acontecendo, seja nos espaços públicos, na família, no trabalho ou nos relacionamentos afetivos. Apesar da luta histórica do movimento feminista na reivindicação de direitos e de espaços de poder -ainda em processo de conquista e constantemente ameaçados- no Brasil a situação de violência contra a mulher atinge estado crítico. Os índices crescem apesar de avanços de políticas públicas de assistência e são potencializados quando interseccionados por fatores como classe, raça e sexualidade. Esse contexto existe por consequência de muitos fatores, pautados
pela
cultura
hierarquizada
de
gênero.
Esse
pensamento naturaliza o comportamento masculino como opressor e dominador, ao mesmo tempo em que o corpo feminino é passível de ser violado e dominado.
(1) Nesse trabalho compactua-se com a concepção de gênero não-obrigatoriamente associada ao sexo biológico. Então pretende-se englobar as pluralidades contidas no ser “mulher”, considerando a identificação
10
com o gênero mulher (cis ou trans), a raça, a classe social e a sexualidade.
1|tema
Fronteira Notícias 2, São Paulo - junho, 2019 G1, AP - Macapá - junho, 2019
Exame Abril, SP - março, 2019 TNOnline - junho de 2019
Exame Abril, Belo Horizonte - março, 2019 MSTV - MS, junho de 2019
R7- SP - junho, 2019 RBA - junho, 2018 TV Anhanguera - Tocantins, junho,2019
GNEWS, via IPG - junho de 2019
G1, Pará - junho,2019 GauchaZH, Porto Alegre - Agosto, 2019
Boa noite Paraná - Foz do Iguaçu - junho, 2019
g1 - DF - junho,2019
Recortes de manchetes sobre violência contra as mulheres no Brasil acessados em junho de 2019.
11
1|tema
C ONTE XTO HISTÓRIC O Considerando que o comportamento agressivo masculino é a principal causa da violência contra a mulher, é necessário analisar como as construções sociais de subordinação feminina foram acontecendo ao longo do tempo. Nesse capítulo, pretende-se abordar alguns eventos históricos que contribuíram para processo de eternização desses mecanismos de poder. Considerando que os fatos são complexos e acontecem de diferentes formas em cada cultura do mundo, será feito apenas o apontamento de alguns momentos históricos importantes para a construção do inconsciente coletivo presente na contemporaneidade. A partir de um legado androcêntrico, que coloca o homem como ser superior e como único ponto de vista a ser considerado em diversas áreas do conhecimento, a manutenção da posição de privilégios ainda é refletida nos dias atuais.
12
1|tema
Segundo Pierre Bordieu (1998), o princípio da dominação masculina é justificado e validado por muitos agentes na história a partir da diferenciação de características biológicas dos corpos, atribuindo supostas vantagens do corpo masculino para embasar principalmente a divisão sexual do trabalho. “construção arbitrária do biológico, e particularmente do corpo, masculino e feminino, de seus usos e suas funções, sobretudo na reprodução biológica, que dá fundamento aparentemente natural à visão androcêntrica da divisão do trabalho e, a partir daí, de todo o cosmos.” (BORDIEU, 1998 p. 33)
Simone de Beauvoir (1967) tratou da hierarquização biológica de uma forma crítica, abordando o conceito de ser mulher como uma construção social e não como legado biológico. “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade. é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino.” (BEAUVOIR, 1967, p. 9)
Se a diferença entre os corpos não é necessariamente de hierarquia, então por que um gênero ainda assume posição de superioridade ao outro?
13
1|tema
Surgimento da noção de propriedade privada Mulher sinônimo de status financeiro. Para manter as propriedades por mais tempo na família, torna-se relevante a geração de herdeiros. Mulher passa a ser propriedade e parte dos bens possuídos do marido. Casamento como acumulação de bens.
Período de revolução antifeudal Lutas do proletário medieval culminando na crise do Feudalismo. Surgimento do primeiro movimento de organização de
mulheres
que
reivindicavam
o
modelo
dominante
preestabelecido e lutavam para a construção de bases sociais mais igualitárias.
A construção desse breve contexto histórico foi baseado no estudo de três décadas desenvolvido por Silvia Federici, apresentado no livro o Calibã e a Bruxa (2017), aqui sistematizado e apontando resumidamente os principais eventos estudados que embasam a construção social de violência contra a mulher vivenciados nos
1 4 dias atuais. (FEDERICI, 2017)
1|tema
Construção de uma nova ordem patriarcal Domínio dos corpos femininos como máquina de produção de novos trabalhadores, demandando a destruição do poder exercido pelas mulheres sobre seus corpos e sua função reprodutiva. “Este processo demandou a transformação do corpo em uma máquina de trabalho e a sujeição das mulheres para a reprodução da força de trabalho. Principalmente, exigiu a destruição do poder das mulheres, que, tanto na Europa quanto na América, foi alcançada por meio do extermínio das “bruxas”. (FEDERICI, 2017. p 119)
Crise demográfica na Europa devido à Peste Negra Morte de cerca de 30% da
população
necessidade
de
europeia, reprodução
para acumulação capitalista.
15
1|tema
Colonização das populações do Novo Mundo Começo do tráfico de escravos e colonização do Brasil, América do Norte e Caribe; Período de grande violência contra mulheres negras e indígenas.
Caça às Bruxas na Europa e América Latina (séc. XVI e XVII) Perseguição e demonização de mulheres como controle social - fortificada pela influência da Igreja, aprofundando a divisão entre homens e mulheres e destruindo existências incompatíveis com o trabalho capitalista. A caça às bruxas foi levada à América para romper as resistências das populações locais, como uma justificativa para a colonização e tráfico de escravos.
Desenvolvimento da família nuclear na Europa. Dependência econômica das mulheres e expulsão dos postos de trabalho remunerados. Papéis sociais de gênero atribuídos, criando esteriótipos de homens e mulheres ideais.
16
1|tema
Desenvolvimento do capitalismo Sistema econômico-social está necessariamente relacionado com sexismo e racismo, que tem como cerne a exploração de mulheres, sujeitos coloniais, descendentes de escravos africanos e indígenas. Rede de desigualdade construída sobre o corpo do proletariado, na qual as mulheres pagam o preço mais alto.
Pós-revolução industrial Mulheres inseridas no mercado de trabalho, mais mãode-obra, função reprodutiva para gerar novos trabalhadores, jornada dupla (afazeres do lar e cuidado dos filhos como responsabilidade da mulher).
Raiz da exploração feminina: Divisão sexual do trabalho e trabalho doméstico não remunerado. Poder relacionado ao capital de domínio exclusivo do homem. Promoveu a dependência financeira das mulheres, permitindo que a falta de poder aquisitivo e de sustento dos filhos fosse o principal motivo para naturalização de violência doméstica.
17
1|tema
PRINCIPAIS CONQUISTAS DO MOVIMENTO FEMINISTA NO BRASIL 1871 - Lei do ventre livre - filhos de mulheres negras escravizadas nascem livres. 1879 - Mulheres passam a ser aceitas em universidades. 1888 - Lei Áurea - fim da escravidão no Brasil.
1919 - OIT aprovou resolução de salários iguais para homens e mulheres. 1928
-
brasileira
Primeira é
eleita
prefeita -
Alzira
Soriano de Souza da cidade de Lajes/RN.
1934 - Voto é regulamentado para todas as mulheres, independente do estado civil e renda.
1962 - Estatuto da Mulher Casada (Lei nº 4.212/1962) - mulheres casadas não precisam mais da autorização do marido para trabalhar.
1977: Lei do Divórcio (Lei nº 6.515) . 1979: Mulheres são autorizadas a praticar qualquer esporte. 18
1|tema 2018: STF (Supremo Tribunal Federal) aprovou que pessoas trans possam alterar seus nomes apenas em cartórios.
2015: Lei do Feminicídio (Lei nº 13.104) - classifica o feminicídio como crime de homicídio.
2010: Eleita a primeira mulher Presidente do Brasil - Dilma Rousseff.
2006: Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340) combate a violência contra a mulher.
2002: Retirado do Código Civil o artigo que dizia que um homem podia pedir a anulação do casamento caso descobrisse que a esposa não era virgem.
1996: Sistema de cotas para o Congresso Nacional institui 20% de vagas para mulheres nas chapas eleitorais.
1985: Em São Paulo, surge a primeira DEAM - Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher.
1980: Aceitação de mulheres para ocupar cargos nas Forças Armadas. 19
1|tema
C ONSEQUÊNCIAS NA C ONTEMPORANEIDADE A partir desse processo histórico de subordinação feminina, Bordieu (2008) esclarece os seus resquícios sociológicos nos dias de hoje. Entende-se que a atribuição de imperativos de gênero se colocam de maneira opressora na formação do ser mulher e ser homem atualmente, sendo presentes na mentalidade coletiva. “Se as mulheres, submetidas a um trabalho de socialização que tende a diminuí-las, a negá-las, fazem a aprendizagem das virtudes negativas da abnegação, da resignação e do silêncio, os homens também estão prisioneiros e, sem se aperceberem, vítimas da representação dominante.” (BORDIEU, 2017. p 63)
Tais comportamentos construídos pela cultura patriarcal têm sido referência para crianças e para jovens em formação. Ao mesmo tempo em que o papel social do homem lhe confere inúmeros privilégios e o coloca em uma posição de dominação, a atribuição desses pressupostos incitam o comportamento de violência, a partir da supressão de sentimentos, do reforço por virilidade e controle. “O privilégio masculino é também uma cilada e encontra sua contrapartida na tensão e contensão permanentes, levadas por vezes ao absurdo, que impõe a todo homem o dever de afirmar, em toda e qualquer circunstância, sua virilidade.” (BORDIEU, 1998. p 64)
Esses imperativos são legitimados e enraizados a partir de agentes como a Família, o Estado, a Escola e a Igreja, sendo de difícil desconstrução por muitas vezes se manifestarem inicialmente através de violências simbólicas, inconscientemente reproduzidas de maneira naturalizada. (BORDIEU, 1998) 20
1|tema
vítima culpada inferior
submissa
propriedade dominante viril
representação sexualizada
violento
sem emoções
agressivo
provedor sexualidade compulsiva
21
1|tema
Essas violências simbólicas e invisíveis são o ponto de partida para a manifestação de outras violências mais intensas, como o assédio, a violência fisica e a violência sexual, culminando no ápice que é o feminicídio. (figura 1)
estupro
agressão física
abuso sexual
assédio grito
INVISÍVEL
ameaça
insulto
humilhação
desvalorização
depreciação
patrimonial
culpabilização
chantagem emocional
humor sexista
controle
publicidade sexista
linguagem sexista
invisibilização
anulação
micromachismo
FORMAS SUTIS FORMAS EXPLÍCITAS VIOLÊNCIAS VIOLÊNCIAS VIOLÊNCIAS SIMBÓLICAS psicológicas físicas
VISÍVEL
feminicídio
Figura 1 - Escalas de violência contra a mulher
Segundo a ONU Mulheres (2016), o Brasil ocupa a 5ª
posição, num ranking de 83 países, de país mais violento para as mulheres. De acordo com o Atlas da Violência (IPEA, 2019) o Brasil registrou 13 mulheres assassinadas por dia em 2017, e no período de 2007 a 2017 apresentou um aumento de 29,9% na taxa de homicídios de mulheres negras e 4,5% de mulheres não-negras. Em relação ao estupro o levantamento revela que 51% dos casos em 2016 vitimaram crianças com menos de 13 anos de idade. 22
1|tema O Relógio da Violência apresenta dados acerca da violência contra a mulher no Brasil no período de 2017. Essas informações têm como referência pesquisa realizada pelo Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, onde foram ouvidas 2.073 pessoas, sendo 1.051 mulheres. A pesquisa foi realizada em 130 municípios (incluindo capitais e cidades do interior) em todas as regiões do Brasil.
A cada 1.4 segundo, uma mulher é vítima DE ASSÉDIO.
A cada 1.5 segundo, uma mulher é vítima DE ASSÉDIO NA RUA
A cada 6.1 segundos, uma mulher é vítima DE ASSÉDIO FÍSICO EM TRANSPORTE PÚBLICO.
A cada 22.5 segundos, uma mulher é vítima DE ESPANCAMENTO OU TENTATIVA DE ESTRANGULAMENTO.
A cada 2 segundos, uma mulher é vítima DE VIOLÊNCIA FÍSICA OU VERBAL.
A cada 2 minutos, uma mulher é vítima DE ARMA DE FOGO
23
1|tema
Outro dado importante é apresentado no Mapa da Violência (Flacso Brasil, 2015), o qual demonstra que 64,4% dos casos de violência ocorrem na própria residência da vítima, caracterizando o impacto da violência doméstica no Brasil. Além disso, foi levantado que 83,3% dos casos de feminicídio foram realizados por pessoas conhecidas e próximas das vítimas. (Figura 2)
outros 16,5%
parceiro ou ex-parceiro
33,2%
50,3%
familiar
Figura 2 - Gráfico dos percentuais de violência de conhecidos
24
1|tema
A partir desses dados gerais, também é importante ressaltar que essas violências são potencializadas quando interseccionadas¹ por outros tipos de opressão, direcionadas principalmente às discriminações de raça, classe e à comunidade LGBTI+. Isso se dá principalmente quando a condição de ser mulher é associada -ou pertencida- a outros grupos historicamente inferiorizados.
Crescimento de 237% dos casos de assassinato de mulheres lésbicas de 2014 à 2017. (Instituto Patrícia Galvão, 2018).
As taxas de homicídios de mulheres negras crescem em 54,2% no comparativo entre os anos de 2003 e 2013, totalizando 2.875 vítimas. (Mapa da violência, 2015)
Brasil é o país que mais mata transsexuais e travestis no mundo, registrando 171 vítimas em 2017, liderando o ranking entre pesquisa feita em 72 países. (ONG Transgender Europe, 2017)
[1]
A interseccionalidade é uma conceituação do problema que busca capturar as consequências
estruturais e dinâmicas da interação entre dois ou mais eixos da subordinação. Ela trata especificamente da forma pela qual o racismo, o patriarcalismo, a opressão de classe e outros sistemas discriminatórios criam desigualdades básicas que estruturam as posições relativas das mulheres, classes, raças, etnias e outras. (CRENSHAW, 2002 , p177)
25
lugar 2
“edifícios, bairros e cidades eram projetados para manter as mulheres no lar, constrangendo-as física, social e economicamente. O remédio para essa situação é desenvolver um novo paradigma do lar, do bairro e da cidade, que deverá dar suporte, mais do que restringir, as atividades das mulheres trabalhadoras e de suas famílias” MUXÍ e MONTANER, 2014. p201 apud Dolores Hayden
2|lugar
rel ação cidade e mulher A vivência da cidade sob a percepção das mulheres se difere na experiência dos homens, considerando que os espaços públicos se tornam ostensivos à presença feminina. Seja em função das longas distâncias enfrentadas pelas mulheres periféricas, pelos espaços inseguros e pelo medo da violência. “(...) pode-se afirmar que as mulheres trabalhadoras não vivem propriamente o espaço público, mas o atravessam para garantir a manutenção familiar. Essas travessias, embora sejam instrumentais para a sedimentação do espaço privado, carregam grandes significados em si; os espaços públicos que atravessam normalmente são aqueles em que mais se confirma a exclusão sexista. Frequentemente, praças ou bares são locais hostis à presença feminina, e suscitam o risco da violência física e sexual. Subjetivamente, essa exclusão alimenta o medo da rua, a apreensão do espaço público, sentido por muitas mulheres.” (FREITAS, 2013)
Essa exclusão silenciosa e naturalizada das mulheres dos espaços públicos, impedem a sua participação e exercício pleno do direito à cidade. Por isso, torna-se de extrema importância a criação de espaços de incentivo de engajamento das mulheres, permitindo ressignificar a presença do feminino nas cidades como agentes políticos de transformação .
28
2|lugar
c onte xto da cidade de pelotas Baseando-se nos estudos apresentados no capítulo 1, foi escolhida a cidade de Pelotas como local de estudo e proposta de intervenção arquitetônica. Nesse capítulo serão aproximadas as questões de violência dentro do contexto da cidade e aprofundadas as potencialidades e condicionantes sobre o sítio de intervenção. O município de Pelotas se localiza no sul do estado do Rio Grande do Sul, com área territorial de 1610,084km², possuindo população estimada de 343.651 habitantes segundo dados do IBGE 2016. Figura 3 - mapa do brasil
RS
Figura 4 - mapa do Rio grande do Sul
pelotas Figura 5 - mapa de pelotas
bairro centro
29
2|lugar
Segundo o Atlas da violência (2019) a taxa brasileira de mulheres mortas foi de 4,7 para cada 100 mil. Observando a situação de Pelotas, no mesmo ano, registrou uma taxa significativa, de 3,8. A tabela 1 apresenta os dados de violência durante o período de 2012 à 2018, classificados em ameaças lesão corporal, estupros, feminicídios consumados e feminicídios tentados. Os índices são alarmantes e demonstram um crescimento considerável no ano de 2016.
tabela 1 - dados de violência contra a mulher em pelotas de 2012 à 2018 ameaça lesão corporal estupros Feminicídio consumado Feminicídio tentado
2012 1.128 899 25 3 -
2013 1.098 822 36 2 5
2014 1.237 854 28 2 11
2015 988 708 28 4 10
2016 966 696 38 0 2
2017 1.131 811 54 1 6
2018 1011 670 51 7 9
total 7559 5460 260 19 43
Fonte: Secretaria de Segurança Públicas do Estado do RS - disponível em: https://www.ssp.rs.gov.br/indicadores-da-violencia-contra-a-mulher
Segundo os dados divulgados pela Secretaria Estadual de Segurança Públicas (RS), nos primeiros cinco meses do ano de 2019, Pelotas registrou 8 estupros e 230 casos de lesão corporal contra mulheres, ocupando a quinta posição no ranking das cidades mais violentas para mulheres, no período de janeiro a maio de 2019.
30
2|lugar
A rede de enfrentamento à violência contra a mulher apresenta diversas políticas públicas direcionadas à mulheres vítimas de violência, com o comprometimento da Prefeitura Municipal no combate à violência de gênero, segundo Plano Municipal de Políticas para as Mulheres (2008). Apesar dos esforços dos órgãos públicos e dos movimentos sociais presentes na cidade, nota-se a ausência de espaços construídos direcionados para a prevenção de violência. A DEAM, a Casa Acolhida Luciety e o Centro de Referência à mulher são os únicos espaços físicos, todos direcionados à situação de pós-trauma e de violência extrema As atividades de prevenção, educação e conscientização apresentam um importante papel na transformação da cultura de violência, sendo realizadas na cidade de maneira dispersa e pouco articulada. A existência de locais físicos de desenvolvimento de trabalhos populares, democráticos e contínuos poderiam ser catalisadores para o rompimento da naturalização de violências.
31
2|lugar
REDE DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER EM PELOTAS Casa de acolhida Luciety Secretaria de Assistência Social Coordenadoria da Mulher CONDIM - Conselho dos direitos da mulher
DEAM - Delegacia especializada no atendimento à Mulher
casa de acolhimento para mulheres vítimas de violência doméstica
Centro de Referência da Mulher atendimento psicológico e informativo de mulher vítimas de violência
Patrulha
Maria
da
Penha
fiscalização de medidas protetivas emitidas pelo Poder Judiciário.
Juizado especial de violência doméstica - implementação da Lei Maria da Penha no Judiciário
Outras instituição e movimentos que discutem violência de gênero na cidade NUGED - Núcleo de Gênero e Diversidade (IFSul) NUGEN - Núcleo de Gênero e Diversidade (UFPEL) Slam das minas - promoção de apresentações musicais e de poesia Minas em ação - evento cultural de fortalecimento à mulheres GAMP - Grupo Autônomo de Mulheres de Pelotas - Movimento social articulado que fiscaliza e reivindica pautas sobre os direitos das mulheres junto ao poder público. Ocupação Canto de Conexão - Centro Cultural realiza eventos musicais e culturais voltados à cultura negra. 32
2|lugar
E SC OLHA DA ÁREA DE INTERVENÇÃO A cidade é reconhecida por ser uma área de riqueza para o patrimônio histórico e cultural do estado, representada pela herança da arquitetura eclética preservadas em edifícios emblemáticos para a história da cidade, pelas tradições culturais, fatores que são motrizes para o desenvolvimento do turismo. Foi escolhida a área do centro histórico para intervenção, por ser uma região de fluxo intenso de pessoas, tais como comerciantes, estudantes, turistas e trabalhadores. “Locais de encontros e desencontros, divertimento e violência, as histórias das praças de Pelotas resumem a diversidade de sua vida urbana.” (MONQUELAT, 2015). As terras correspondentes à Praça Coronel Pedro Osório e seu entorno foram cedidas por Maria Eufrásia da Silveira em 1812, pertencentes ao segundo loteamento da cidade de Pelotas (GUTIERREZ, 2004). A praça, ao longo dos anos, mudou o nome, o uso e a importância para a cidade. No local onde antes se faziam castigos públicos e venda de escravos, foi construído um chafariz responsável por abastecer a cidade, tornando-se um dos locais mais utilizados pela população, inclusive para atividades de lazer.
33
2|lugar
No ano de 2003, a cidade de Pelotas foi selecionada pelo Programa Monumenta (Programa de Restauração do Patrimônio Cultural e Urbano Brasileiro), o qual permitiu a restauração dos edifícios pertencentes ao Centro Histórico. Assim, esse espaço passou a ser caracterizado como local de encontros, de eventos e de vida social em Pelotas. Considerando a importância dessa região para a cidade, foi escolhida uma área que hoje está subutilizada e não contribui para a paisagem e para os potenciais culturais da área. Parte dos lotes escolhidos estão sendo destinados ao estacionamento de veículos, criando espaços ociosos e zonas de insegurança à noite. Figura 6 - PLANTA da área de intervenção
praça cel. pedro osório
17.2
32.6
26.2
13.7
8.8
20.9
RUA xv de novembro
6.5
25.8
37.9
43.3
RUA anchieta
23.6
31.5
17.9
9.4
11.6
13.7
2.8
17.5
15.5
RUA TIRADENTES 34
escala 1:100
2|lugar
Figura 7 - vista aérea do sítio de intervenção
35
2|lugar
RUA
levantamento fotográfic o
7 DE
SETE
MBRO
Figura 8 - mapa do levantamento fotográfico
RUA
MARE
CHAL
FLOR
IANO
10 9
11
4 3
PRAÇ
16
A CO
ES
ADE N EV
01
17
14
02
RONE L PED
RO O
SÓRI O
7-8
VEMB RO
20
XV D E NO
19
RUA
18
13
12 RUA
TIRA
DENT
ES
9
vista de topo (drone)
36
RUA
RUA
ANCH IETA
vista da rua (observador
GEN.
TELE S
0
50
100
200
2|lugar
1. prédio (Figura 9)
2. prédio (Figura 10)
3. Secretaria das finanças (Figura 11)
4. Secretaria das finanças (Figura 12)
5. Mercado Central (Figura 13)
6. Mercado Central (Figura 14)
7. Grande Hotel (Figura 15) [1] Lorem ipsum
8. Grande Hotel (Figura 16)
37
2|lugar
9. Praça Coronel Pedro Osório (Figura 17)
10. Praça Coronel Pedro Osório (Figura 18)
11. Praça Coronel Pedro Osório (Figura 19)
38
2|lugar
14. Acesso Rua XV de Novembro (Figura 20)
12. Acesso Rua Anchieta (Figura 21)
13. Acesso Rua Tiradentes (Figura 22)
39
2|lugar
15. Acesso Praรงa Coronel Pedro Osรณrio (Figura 23)
16. Vista de topo - Acesso Praรงa Coronel Pedro Osรณrio (Figura 24)
40
2|lugar
17. Acesso Banco Itaú (Figura 25)
18. Estacionamento Banco Itaú (Figura 26)
19. Estacionamento Banco Itaú (Figura 27)
41
2|lugar
legisl ação - Plano Diretor de Pelotas Art. 152 - O Regime Urbanístico na Área Especial de Interesse do Ambiente Cultural da ZPPC observa os seguintes dispositivos: I - altura máxima de 10,00 (dez metros); CLX - Taxa de ocupação de 70% (setenta porcento); CLXI - Isenção de recuos de ajardinamento e laterais; CLXII - Recuo de fundos de no mínimo 3,00 (três metros); §1º Dentro da AEIAC - ZPPC, para a área correspondente ao Primeiro e Segundo Loteamentos, será permitida a ocupação de 100% (cem porcento) até a altura de 4,00 (quatro metros), mantendo-se a taxa de ocupação de 70% (setenta porcento) a partir dessa altura. - Inventário do Patrimônio Cultural de Pelotas - Lei N° 4.568/2000 Edificações inventariadas: Lotes 54, 44, 38, 36, 34 16, 2644, 2640, 2632, 2624; - Decreto DOU 2018 - Tombamento de 80 edificações do patrimônio de Pelotas Edificações tombadas: Lotes 51 (Grande Hotel), Fachada do lote 55 (Banco Itaú), Lote 61 e 61A, 63A e 63, 67 (Secretaria das Finanças)
42
2|lugar
Figura 28 - mapa de edificações pertencentes ao Patrimônio Histórico de Pelotas
PRAÇ
A CO
61
RONE
59
70
L PED
RO O
SÓRI
O
55 51
66 54
1619 1615
DENT
ES
1591
1583
1573
TIRA
2600 2592 2588 2582 257 25726
RUA
1603
RUA
38 34
ANCH IETA
44
2608
16
63
2644 2640 2632 2624 2620
RUA X
V DE
NOVE M
BRO
67
Edificaç õe s tombadas IPHAN Edificaç õe s pertencente s ao Inventário de Pelotas 50
NHA
25
A CU
Esse decreto recomenda a revitalização dos lotes 55 e 59,
RUA
GEN.
LIX D
incentivando a renovação da paisagem no interior da praça.
TELE
S
RUA FÉ
0
43
RUA
VOLU
NTÁR
IOS D
A PÁ
TRIA
2|lugar RUA
GENE
RAL N
ETO
análise do entorno RUA
RUA
MARE
CHAL
DEOD
A CO
RONE
L PED
RO O
SÓRIO
RO
RUA
TIRA
DENT
ES
AVES
UNHA
UZ A CR RUA
SANT
ALVE
S CH
DA C
RUA
S
GONÇ
TELE
FÉLIX
GEN.
RUA
RUA
RUA
ANCH
RUA
IETA
XV D
E NO
RUA
VEMB
ANDR
RUA
ADE N
EVES
GENE RAL O SÓRIO
MARE CHAL
MBRO
IANO
PRAÇ
RUA
SETE
FLOR
ORO
Figura 29 - mapa de transporte coletivo e ciclovias
7 DE
RUA
0
50
100
DOM
PEDR
O II
200
Transporte coletivo e ciclovias A região é atendida por diversas linhas de transporte coletivo, incluindo o transporte de apoio da UFPel. As ruas General Osório e Marechal Deodoro concentram maior fluxo de pessoas por serem pontos de chegada e de partida de linhas para os bairros. A ciclofaixa existente na rua Félix da Cunha conecta a área do Porto até a Av. Bento Gonçalves, passando pela Praça Coronel Pedro Osório. (Figura 27).
44
rotas de transporte coletivo ciclovia paradas de ônibus
RUA
RUA
RUA
7 DE
GENE
VOLU
NTÁR
IOS D
2|lugar
A PÁ
TRIA
RAL N
ETO
SETE
MBRO
Figura 30 - mapa de hierrquia viária MARE
CHAL
FLOR
IANO
ORO
RUA
PRAÇ
RONE
L PED
RO O
SÓRIO
EVES
RO
RUA
TIRA
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UNHA
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RUA
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GEN.
RUA
RUA
RUA
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IETA
XV D
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RUA
VEMB
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RUA
ADE N
GENE
RUA
RAL O
MARE
SÓRIO
CHAL
DEOD
A CO
RUA
0
50
100
200
DOM
ruas coletoras
PEDR
O II
Hierarquia viária O terreno será explorado a partir de quatro fachadas ativas e com quatro acessos. Esses acessos se darão por uma rua coletora (Rua Tiradentes) que apresenta maior fluxo de automóveis, e por três ruas locais, as quais possuem maior fluxo de pedestres por ser uma área de centro histórico. A partir dessa análise pretende-se explorar o fluxo do usuário de modo que a edficação seja permeável e crie novas rotas pelo interior da área construída.
45
IOS D
A PÁ
2|lugar
RUA
GENE
TRIA
RAL N
ETO
12
Figura 31 - mapa de pontos atrativos
RUA
7 DE
SETE
MBRO
legenda RUA
1. Mercado Central
MARE
CHAL
2. Secretaria das finanças
11
FLOR
IANO
3. Grande Hotel (UFPel)
10
4. Teatro Guarany 5. Casarão 02 (Secult)
16
8 PRAÇ
A CO
2
1
RONE
L PED
3
7 6
RO O
SÓRIO
RO
ADE N
11. Teatro Sete de Abril
ES
14. Prefeitura Municipal
RUA
DOM
UZ
17. Igreja Cabeluda
A CR
19
SANT
S CH ALVE
18
RUA
200
100
16. Mercosul (UFPel)
AVES
17
GONÇ
UNHA
15. MALG (UFPel)
RUA
S
FÉLIX
TELE
RUA
ANCH GEN.
RUA
RUA
DA C
IETA
XV D
50
13. Biblioteca Pública
DENT
RUA
16
0
12. Café Aquárius
E NO
RUA
VEMB
ANDR
RUA
TIRA
PEDR
O II
Pontos Atrativos 20
O terreno se localiza pousado no Centro Histórico de Pelotas, região que apresenta diversos atrativos consolidados na cidade. A decisão de implantar o edifício nessa região tem como objetivo aproveitar o fluxo de pessoas que já transitam por essa área, inserindo o programa no cotidiano dos usuários.
46
8. Senac 10. Clube Caixeiral
4 RUA
7.Casarão 08 (Museu do Doce) 9. Praça Cel. Pedro Osório
5
EVES
GENE RAL O SÓRIO
6. Casarão 06
9
13 14
O
15
18. Correios 19. UFPel 20. Odontologia UFPel
2|lugar
Figura 32 - mapa de demolição
PRAÇ
RONE
L PED
RO O
SÓRI
O
ANDR
IETA RUA
RUA
ADE N
ANCH
EVES
RUA
XV D E
NOVE
MBRO
A CO
TIRA
DENT
ES
RUA
construções a demolir 25
50
75
Propõe-se a supressão das edificações apresentadas na Figura 30, considerando que se
RU
ALVE
TELE
RUA FÉ
A Gárea pretende a renovação da EN. de modo a permitir a apropriação para uso público. Segundo
GONÇ
S recomenda a revitalização da região considerando a publicação do DOU 2018., o IPHAN
RUA
valorização do patrimônio histórico da área, renovando uma paisagem histórica importante para a cidade de Pelotas.
- Casa nº 66: situação de abandono, não apresenta valor patrimonial e histórico para a área (sem registro de inventário). - Banco Itaú e estacionamento (Praça Cel. Pedro Osório) e estacionamento (Rua Anchieta): considerando a relevância do tema e a intenção de direcionar o uso do RU espaço como uma extensão do espaço público, considerou-se pertinente a retirada
A DO
AVES
LIX D A
Construções Preexistentes
S CH
CUNH
A
0
da edificação M doPBanco ED Itaú, por não apresentar relevância arquitetônica na composição da
RO II
paisagem histórica (sem registro de inventário) e por possuir outra sede muito próxima, também na Praça Cel. Pedro Osório. 47
RUA
VOLU
NTÁR
IOS D
A PÁ
TRIA
2|lugar
Figura 33 - mapa de uso do solo
RUA
RUA
MARE
CHAL
RONE
L PED
MBRO
SÓRIO
Uso do Solo
ES
A CR
200 RUA
DOM
SANT S CH ALVE GONÇ
PEDR
O II
A figura 31 apresenta os usos do solo do entorno da praça, sendo caracterizado por edificações em grande maioria de uso comercial devido à proximidade com o centro comercial de Pelotas. A área também apresenta algumas edificações de uso residencial (unifamiliar e multifamiliar) e de uso institucional (edifícios de uso da UFPel, Prefeitura Municipal e culturais). Os lotes que estão em situação de abandono ou desocupados também foram marcados, salientando para a área escolhida para intervenção, que possui maior parte do solo sem uso ou utilizada como estacionamento.
RUA
AVES
UNHA
RUA
S
FÉLIX
TELE
RUA
ANCH RUA
GEN.
DA C
IETA
XV D RUA RUA
100
Residencial
DENT
E NO
RUA
TIRA
UZ
RO
RUA
VEMB
ANDR
RUA
ADE N
EVES
GENE RA
RUA
SETE
RO O
L OSÓ RIO
MARE CHAL
DEOD
A CO
50
ETO
IANO
PRAÇ
0
RAL N
FLOR
ORO
RUA
7 DE
GENE
Comércio/serviço Uso misto - Residencial e Comércio Institucional Estacionamentos Ocioso Sítio
2|lugar
Figura 34 - alturas das edificações
PRAÇ
RONE
L PED
RO O
SÓRI
O
ANCH IETA TIRA
DENT
ES
1 pavimento 2 pavimentos 50
75
3 ou mais pavimentos
UNHA
25
Com a análise das alturas das edificações vizinhas percebe-
TELseE os S
ALVE
GEN.
possíveis sombreamentos do lote, principalmente
GONÇ
RUA
S CH
DA C
AVES
Alturas das edificações lindeiras
FÉLIX
advindas da esquina da rua Anchieta com a Praça Coronel Pedro Osório.
RUA
DOM
RUA
0
RUA
RUA
ANDR
RUA
RUA
ADE N
EVES
RUA
XV D E
NOVE
MBRO
A CO
PEDR
O II
49
2|lugar
Figura 35 - Montagem face de quadra - Praรงa Coronel Pedro Osรณrio
Figura 36 - Montagem face de quadra - Rua Anchieta
50
2|lugar
Figura 37 - Montagem Face de quadra - Rua Tiradentes
Figura 38 - Montagem face de quadra - Rua XV de novembro
51
2|lugar
análise bioclimática As figuras a seguir demonstram a trajetória solar simulada¹ nos períodos de inverno (21/jun) e verão (22/dez) nos horários de 10h, 13h e 16h. Essa simulação permite a observação das principais áreas de insolação do terreno e quais as áreas sombreadas pelas edificações vizinhas, com a intenção de nortear as decisões posteriores de implantação do projeto arquitetônico. Além do conhecimento da trajetória solar é necessário compreender quais estratégias bioclimáticas podem ser adotadas no desenvolvimento do partido arquitetônico. De acordo com a NBR 15520/04, a cidade de Pelotas está localizada na Zona Bioclimática 2, a qual apresenta dois extremos climáticos nas estações de inverno e verão. As tabelas 4, 5 e 6 da NBR 15220/04 - Parte 3 apresentam as seguintes diretrizes construtivas para a área: - Aberturas para ventilação: médias; - Sombreamento das aberturas: permitir sol durante o inverno; -Vedações externas: Paredes leves e cobertura leve e isolada; -Estratégias de condicionamento térmico passivo: - Verão: ventilação cruzada - Inverno: aquecimento solar da edificação e vedações internas pesadas; [1] a simulação da trajetória solar foi realizada com o auxílio do software Autodesk Revit, a partir da
52
configuração dos dados de latitude e longitude de Pelotas e do Norte verdadeiro do terreno.
2|lugar
Figura 39 - solstício de inverno às 10h
Figura 42 - solstício de verão às 10h
Figura 40 - solstício de inverno às 13h
Figura 43 - solstício de verão às 13h
Figura 41 - solstício de inverno às 16h
Figura 44 - solstício de verão às 16h
ventos predominantes de inverno ventos predominantes de verão
53
r e f e r e n ci a l 3
“Relacionar é selecionar determinados aspectos e, assim selecionados,
interligá-los.
É
configurá-los
em
forma
significativa. É sempre dar forma a um conhecer.” OSTROWER (1987, p.106)
3|referencial
praça das arte s - são paulo/sp autor (a): Brasil Arquitetura data do projeto: 2012 cidade: São Paulo, SP - Brasil Figura 45
escala do pedestre - edifício permeável relação com preexistência
Figura 46
deslocamento
do
volume - permite melhor insolação
cobertura - espaço sem-público 56
3|referencial
Figura 47
percurso em desnível Figura 48
térreo livre permite fluidez no trânsito de pedestres espaços livres permitem a extensão da rua para o interior do lote
acesso
acesso
acesso
Figura 49
projeções nas fachadas- interação do edifício com a cidade 57
3|referencial
centro cultural são paulo autor (a): Eurico Prado Lopes e Luiz Telles data do projeto: 1979 cidade: São Paulo/SP - Brasil
maior capacidade de público
Figura 50
palco central estrutura metálica
terraço verde
Figura 51
térreo
subsolo - área externa de convivência “vazio” 58
3|referencial
nichos de exposições independentes flexibilidade de layout’s Figura 52
intervenções artísticas inseridas no percurso
circulação
exposições
Figura 53
vazio
rampa
exposições 59
3|referencial
museu da memória e dos direitos humanos autor (a): Mario Figueroa, Lucas Fehr e Carlos Dias data do projeto: 2009 cidade: Santiago, Chile. volume principal pousado sobre volumes laterais Figura 54
acesso em declive
Figura 55
60
praça seca livre - permite instalações temporárias
3|referencial vão livre sob bloco suspenso
Figura 56
exposições no percurso
declive
Figura 57
visibilização de vítimas Figura 58
exposições com espelhos
61
3|referencial
biblioteca parque vill a lobos autor (a): Décio Tozzi data do projeto: 2013 cidade: São Paulo, SP - Brasil
espaço infantil Figura 59
pé-direito duplo
62
ambientes laterais
3|referencial espaço de reuniões/encontros/descanso
Figura 60
estrutura pousada em planta livre
circulação vertical
Figura 61
nicho de recepção
átrio com diversos usos 63
3|referencial
banheiro sem gênero Grant High School autor (a): Mahlum data do projeto: 2013 cidade: Portland, EUA.
cabines fechadas até o forro + privacidade
Figura 62
+segurança sem mictório - evita o constrangimento
duplo acesso, evita enclausuramento +segurança e fluidez
64
3|referencial Escola primรกria Northwood autor (a): Mahlum data do projeto: 2013 cidade: Mercer Island, Washington - EUA.
poderia ter trocador + inclusivo para pais
Figura 63
lavatรณrio central compartilhado
65
3|referencial
instituto a cidade precisa de você
O instituto é formado por um coletivo de profissionais
de diversas áreas (arquitetura, engenharia, design, gestão e jornalismo) que atuam na ativação de espaços públicos da cidade de São Paulo.
A atuação se baseia na promoção de intervenções em
áreas urbanas subutilizadas, fazendo a articulação e conexão entre os atores urbanos - comunidade, movimentos civis organizados, empresas e poder público.
As ações são norteadas a partir de uma metodologia
de coprodução do espaço público, entendendo as demandas da comunidade e construindo projetos participativos e democráticos.
Os projetos incluem a construção de mobiliários urbanos,
workshops, seminários e revitalização de praças.
Apropria-se desse tipo de instituição sem fins lucrativos
para moldar a organização institucional da proposta do projeto (capítulo 5), que promova a integração entre poder público, empresas e comunidade. Essa referência também proporcionou o embasamento para a estruturação do programa de necessidades, refletindo sobre as atividades que poderiam fomentar a discussão de gênero.
66
3|referencial
Figura 64 - espaço de leitura parque da águia branca
Figura 65 -revitalização da praça da amizade
Figura 66 - mobiliário temporário
67
programa 4
“O desafio consiste em construir um espaço sem gênero nem ordem patriarcal; portanto, um espaço sem hierarquias, horizontal, um espaço que evidencie as diferenças, e não as desigualdades, um espaço de todos e de todas em igualdade de valoração de olhares, saberes e experiências. O objetivo é ressignificar a construção de nossas cidades a partir da experiência que os homens e as mulheres têm do mundo – duas maneiras de enunciar a realidade.” MUXÍ e MONTANER, 2014. p198
4|programa
caracterização do programa
A organização institucional do programa será em
formato de uma associação sem fins lucrativos, constituindo um instituto que produza iniciativas voltadas aos interesses sociais. A administração do complexo é realizada a partir de um conselho interdisciplinar de profissionais, com a intenção de abranger diversas áreas do conhecimento e de ação na cidade.
Para a realização das atividades, poderiam ser feitas
parcerias com profissionais autônomos, Prefeitura Municipal, Empresas, Universidades e movimentos sociais. A função do programa, além de visibilizar os eventos e a rede de enfrentamento de Pelotas, tem como premissa criar espaços com infraestrutura para surgimento de iniciativas e engajamento popular.
Esse formato de organização permitirá a democratização
e apropriação das ações, promovendo autonomia da comunidade na reivindicação de políticas direcionadas à mulher.
70
4|programa
articulação e encontro Espaços de convivência e articulação dos eventos da cidade, permitindo a difusão de iniciativas e o encontro de pessoas interessadas em contribuir para a diminuição de desigualdades.
formação e apoio Espaços de suporte e incentivo para que organizações, grupos, ONG’s e coletivos possam ter infraestrutura para desenvolver projetos
percurso sensível
que
promovam
a
equidade de gênero. Atividades Trajeto
de
despertar
de
que promovam a educação
consciência sobre as relações
e
de gênero e as consequências
conhecimentos.
o
compartilhamento
de
históricas dos comportamentos opressores. Percurso inserido no cotidiano do centro histórico pelotense, caracterizado por intervenções nos caminhos da edificação. A proposta é criar espaços expositivos
que
criem
tensionamentos e despertem reflexões nos sujeitos.
71
4|programa
usos e atividade s
refeições
convivência
apoio para atividades
bar/cafeteria vitalidade noturna
produção local
apresentações musicais audiências públicas
oficinas
descanso
praça
convivência
palestras
eventos
rodas de conversa
sem gênero
banheiro público
acessível
aulas públicas
inclusivo
seguro
programação
reservas
canal de informações direcionamento à rede de enfrentamento financeiro
comunicação
administração coordenação
72
atividades
jurídico
4|programa espaços de estudo oficinas
reuniões comunicação
estúdios de produção de rádio conteúdo trabalhos manuais
produção coletiva
cursos
interação com o usuário produções locais temporárias ou fixas
espaços expositivos
diversidade de dimensões
convivência
imersão
flexibilidade
sentidos
descanso
terraço permanência contemplativo
contemplação do centro histórico treinamentos formação de profissionais eventos reservados aulas multiuso cursos
grupos de apoio
banco de dados
literatura
biblioteca
estudo
feminista
leitura teses e dissertações
referencial teórico
73
4|programa
pré-dimensionamento
atendimento caixa
mesas público 100m²
cozinha/apoio 10m²
30m²²
bar/cafeteria
wc 10m²
praça área livre
arquibancada 100m²
150m²
área livre
lavatórios 20m²
sanitário pne 3m²
sanitário
terraço 200m² contemplativo trocador
banheiro público sem gênero
rampas
5m²
350m²
10m²
sala de reuniões 15m²
apoio 15m²
74
administração
estações de trabalho 40m²
canal de informações 30m²
4|programa estúdio de rádio
coworking
20m²
150m²
estúdios de produção de conteúdo
revista/editora 15m²
ateliê trabalhos manuais 30m²
gráfica digital 15m²
reuniões
apoio
15m²
20m²
exposições imersivas 200m²
exposições percurso 50m²
espaços expositivos
exposições móveis 30m²
salas multiuso 100m²
apoio
multiuso
10m²
hall
30m²
recepção 50m²
estudo
biblioteca
50m²
feminista
acervo 150m²
apoio 15m²
75
p r o p o sta 5
“É um convite para um mundo em que diferenças não signifiquem desigualdades. Um mundo onde existam outras possibilidades de existência que não sejam marcadas pela violência do silenciamento e da negação. Queremos coexistir, de modo a construir novas bases sociais.”. RIBEIRO, 2018, p. 27
5|proposta
c i da de
escala
i m ersão
percurso
e xperiência
f l u i de z
ef êm ero
perspecti va
c on f l i to
de sc onstrução r omp i mento i nf orm ação
enc ontro nú cl eo troca
articul ação i nterdisciplin ar
rede
f l e xí ve l
c oletivo c om u ni da de cu ltu ra
educação ac ol hi m e nto
re f erê nci a
transformação c onstru ção
l ib e r da d e 78
5 | p r o p o s ta
perspectivas de transformação As políticas públicas existentes hoje na cidade como as delegacias da mulher (DEAM’s), a Central de Atendimento à Mulher - disque 180, os centros de referência da mulher (CRM’s) e as casas de acolhimento, exercem um papel importante de atendimento e amparo de vítimas em situações de urgência e de trauma, mesmo que ainda de forma insuficiente considerando as demandas existentes. A Lei Maria da Penha - Lei Federal nº 11340/2006 – principal instrumento legal de proteção às vítimas de violência, prevê três pilares estruturantes: punir, proteger e prevenir. sendo que os dois primeiros são atendidos em programas arquitetônicos. Nesse contexto, esse trabalho se propõe a desenvolver um projeto de arquitetura no âmbito de prevenção, da conscientização e de transformação da cultura opressora, rompendo com o ciclo de naturalização e de silenciamento de violências. A proposta se baseia em uma abordagem nãoostensiva e com um viés educativo, que convide todas e todos a pensar em maneiras coletivas e individuais de existências mais saudáveis. A partir do estudo do tema, da análise do lugar, da pesquisa de projetos referenciais e do projeto do programa de necessidades, surge a proposta de pensar em um espaço que manifeste os conflitos e as contradições sociais. Inserido em um contexto urbano consolidado historicamente tem como objetivo criar um diálogo entre os sujeitos e a cidade, materializando o convite à reflexão.
79
1|tema
A proposta tem como intenção permitir novas significações de um espaço de potencial cultural no centro histórico da cidade, que hoje é subutilizado por automóveis e não por pessoas. Propõe-se a revitalização das quatro fachadas do lote e a ocupação do miolo de quadra, pensando que esse local poderia trazer mais segurança para as mulheres, movimento e vitalidade para a zona em que se insere, principalmente à noite. A intervenção tem como premissa a aproximação do usuário da edificação, a partir de uma escala compatível com a do pedestre e que permita fluidez. O objeto arquitetônico será um núcleo de construção e de criação de iniciativas, de troca de vivências plurais, de visibilização e sensibilização das pessoas que ainda estão adormecidas por essas opressões. A proposta é que a intervenção seja um articulador de ações na cidade, que através de esforços coletivos envolvendo agentes diversos (comunidade, prefeitura, universidades, movimentos sociais, empresas e ong’s) possam promover ações visando a equidade de gênero. A intenção não é imaginar a arquitetura como solução de um problema tão complexo, mas entender a importância de criar espaços que promovam encontros e viabilizem a transformação das estruturas sociais que nos cercam. A proposta será apresentada a seguir, unindo os estudos desenvolvidos nos capítulos anteriores.
80
1|tema
81
4|programa
zoneamento funcional e ace ssos - fluxo intenso de pedestres manhã/ tarde - calçada larga e com vegetações mais qualificada para o pedestre - pouca iluminação e vitalidade à noite -
trânsito
de
automóveis
com
velocidade reduzida’
praça coronel pedro osório - fluxo baixo de pedestres manhã/ tarde/noite
fluxo médio de pedestres manhã/tarde/ noite (dias de semana)
- zona de bares e turismo - grande visibilidade devido ao mercado - testada estreita
RUA XV DE NOVEMBRO
- iluminação e vitalidade à noite
RUA ANCHIETA
- maior público aos fins de semana
- baixa iluminação e vitalidade à noite trânsito de automóveis com velocidade reduzida - zona residencial - testada larga - pouca insolação
- pouca insolação
RUA TIRADENTES - fluxo médio de pedestres manhã/ tarde/noite (dias de semana) - público reduzido aos fins de semana - baixa iluminação e vitalidade à noite - trânsito intenso de automóveis - zona de comércio e serviço - testada estreita estúdios de produção biblioteca e multiuso administração
0 10
20
50
RUA GEN. TELES
wc e serviço praça/terraço bar/cafeteria
82
exposições
RUA 7 DE SETEMBRO RUA GENERAL NETO
4|programa
RUA VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA
C ONCEPÇÃO FORMAL RUA MARECHAL FLORIANO Praça
sob
terraço
contemplativo, cada vértice da
RUA GENERAL NETO RUA ANCHIETA
t e r r aç o / p r aç a
RUA XV DE NOVEMBRO
PRAÇA CORONEL PEDRO OSÓRIO RUA 7 DE SETEMBRO
cobertura forma um mirante, fazendo o enquadramento do Mercado Central, da Praça
Percurso elevado em rampas
e a criação de perspectivas para
o entorno e para as atividades que acontecerão no térreo.
RUA TIRADENTES
RUA DOM PEDRO II RUA GEN. TELES
RUA ANCHIETA
RUA XV DE NOVEMBRO
criando
novos
caminhos
de trânsito e estendendo o
passeio público para o interior da quadra.
RUA TIRADENTES
As
PRAÇA CORONEL PEDRO OSÓRIO
edificações
foram
implantadas a partir do melhor
aproveitamento da insolação e se adequam ao percurso.
RUA DOM PEDRO II RUA GEN. TELES
RUA ANCHIETA
ed if ic aç õ e s
Percurso no térreo permite o fluxo livre dos pedestres,
RUA XV DE NOVEMBRO
RUA ANDRADE NEVES
p e r c u r s o té r r e o
PRAÇA CORONEL PEDRO OSÓRIO
RUA FÉLIX DA CUNHA
RUA MARECHAL FLORIANO
RUA GONÇALVES CHAVES
RUA GEN. TELES
RUA ANCHIETA
RUA XV DE NOVEMBRO
permitindo o acesso ao terraço
RUA GONÇALVES CHAVES
RUA ANDRADE NEVES
p e r c u s o e m r a mpas
PRAÇA CORONEL PEDRO OSÓRIO RUA 7 DE SETEMBRO
RUA FÉLIX DA CUNHA
RUA MARECHAL FLORIANO
RUA GONÇALVES CHAVES
Igreja Cabeluda.
RUA TIRADENTES
RUA FÉLIX DA CUNHA
RUA ANDRADE NEVES
Coronel Pedro Osório e da
Também
foram
dispostas
no alinhamento predial para melhor legibilidade da quadra, vizinhas.
VES CHAVES
RUA TIRADENTES
A CUNHA
DE NEVES
acompanhando as construções
83
4|programa
volumetria e usos
mu lt i u so bi bl i ote ca a dm i ni stração e st ú d io s d e p r o d uç ão
rua t
irad
ente
s
e xposiç õe s
ieta
one
lp
edr
xv d
cor
oo
rua
pra ça
e no vemb
ro
rua
h anc
sór
io
t erraç o c o n te mp l at i vo p r aç a c o be rta
e x posi ç õe s
ba r /ca f eteri a
e xposi ç õe s m óvei s
84
wc e serv iç o
4|programa
inserção urbana
p r oposta p r aç a c e l . p e d r o o s ó r i o
g r a n d e h ot e l
m e rca do centra l
se c. das f i na nças
Figura 64 - montagem inserção urbana
85
5|proposta
impl antação e c obertura A
Conexão entre área verde da Praça com o terraço jardim
B
39.0
PRAÇA CORONEL PEDRO OSÓRIO
30.8
27.0
0,00
8%
1
29.1
9
grande hotel
8%
40.5
-1,50 +1,26 -1,00 8% 8%
11.6
Conexão entre a calçada do mercado e o piso do bar
0,00
0,00
9
8 9
7
6
8%
9
-1,50 -1,50
+2,71
+1,32
5 10% 8%
8%
+2,25
0,00
-1,50
3
2 47.3
RUA XV DE NOVEMBRO
8%
23.6
mercado central
8%
-1,50
37.4
RUA TIRADENTES
86
0
10
20
40
4
26.0
8%
0,00
15.5
A’
43.2
B’
RUA ANCHIETA
8%
1- estúdios de produção | A=252,95m² 2- biblioteca | A=377,57m² 3- multiuso | A=219,60m² 4- administração | A=146,06m² 5- wc e serviço | A=98,0m² 6- praça coberta | A=320,08m² 7- terraço | A=243,18m² 8- bar/cafeteria | A=407,94m² 9- exposições | A=230,0m²
5 | p r o p o s ta
pl anta baix a térreo A
B
39.0
PRAÇA CORONEL PEDRO OSÓRIO
30.8
27.0
0,00
8% 29.1
+0,15
grande hotel
1
8%
40.5
-1,50 -1,00
0,00
8
8%
-1,50
9
+0,15
8%
9
-1,50
EXPOSIÇÕES
9
0,00
6
+1,32
5
0,00
10%
-1,35
8%
-1,50
2
+0,15
0,00
47.3
9
EXPOSIÇÕES
RUA XV DE NOVEMBRO
0,00
A
WC
mercado central
8%
8%
23.6
11.6
9
8%
+0,15 -1,50
37.4
RUA TIRADENTES
0
10
20
40
0,00
15.5
A’
43.2
B’
RUA ANCHIETA
4 26.0
8%
1- estúdios de produção | A=252,95m² 2- biblioteca | A=377,57m² 4- administração | A=146,06m² 5- wc e serviço | A=98,0m² 6- praça coberta | A=320,08m² 8- bar/cafeteria | A=407,94m² 9- exposições | A=230,0m²
87
5|proposta
pl anta PAV. SUPERIOR
A
B
39.0
PRAÇA CORONEL PEDRO OSÓRIO
30.8
27.0
0,00
29.1
8%
grande hotel
8%
40.5
-1,50 +1,26 -1,00 8% 8%
8 8%
+3,40
-1,50 -1,50
+2,71
+1,32
mercado central
10% 8%
8%
+2,25
0,00
-1,50
3 +3,40
47.3
RUA XV DE NOVEMBRO
8%
8%
23.6
11.6
0,00 0,00
8%
-1,50
37.4
RUA TIRADENTES
0,00
15.5
A’
RUA ANCHIETA
26.0
8%
43.2
B’ 3- multiuso | A=219,60m² 7- terraço | A=243,18m² 8- bar/cafeteria | A=407,94m²
88
0
10
20
40
5 | p r o p o s ta
PRAÇA CORONEL PEDRO OSÓRIO
RUA ANCHIETA
RUA XV DE NOVEMBRO
bar /cafeteria
3,10 M²
11,60 M²
1.50
3.05
3.68
3.80
4.20 COZINHA/APOIO
WC PNE 3,10 M²
3.68
RUA GEN. TELES
1.50
3.05
74,10 M²
4.20
CIRCULAÇÃO
+0,15
0,00
11,60 M²
CIRCULAÇÃO
+0,15
0,00
WC PNE
COZINHA/APOIO
3.25
acesso RUA XV DE NOVEMBRO
9.29
RUA TIRADENTES
3.80
Paredes em steelframing
3.25
RUA GENERAL OSÓRIO
9.29
RUA ANDRADE NEVES
RUA MARECHAL DEODORO
térreo
74,10 M² MESAS - cap. 20 pessoas
EXPOSIÇÕES
41 M²
10,70 M² 5.10
8.06
1.50
15.48
MESAS - cap. 20 pessoas 41 M²
EXPOSIÇÕES
RUA DOM PEDRO II 10,70 M² 5.10
8.06
1.50
15.48
pav. s u p e r i o r 11.24
Paredes em steelframing
13.29
WC PNE
11.24
3,10M²
4.74
13.29
MESAS - cap. 60 pessoas
3,10M²
10.61
4.74
125,40 M²
10.61 WC PNE
+3,40
MESAS - cap. 60 pessoas 125,40 M²
10.61
0
1
16.98
2
5
10
3.25
10.61
16.98
3.25
+3,40
89
4|programa
PRAÇA CORONEL PEDRO OSÓRIO
RUA ANCHIETA
RUA XV DE NOVEMBRO
módulos sob trilhos
RUA TIRADENTES
2.10
RUA GENERAL OSÓRIO
e xp o s iç õ e s m óv e i s - t é r r e o
RUA ANDRADE NEVES
EXPOSIÇÕES 10,70 M²
10,70 M²
5.10
estrutura em steelframing
bar/cafeteria
5.10
RUA GEN. TELES
i=8%
10,70 M²
EXPOSIÇÕES 2.10
10,70 M²
paredes removíveis
10,70 M²
2.10
5.10 EXPOSIÇÕES
i=8%
2.10
EXPOSIÇÕES
2.10
EXPOSIÇÕES
2.10
RUA MARECHAL DEODORO
e xposiç õe s e wc/serviç o
EXPOSIÇÕES
5.10
5.10
10,70 M² 5.10
1.60
1.08
1.95
1.08
1.95
RUA DOM PEDRO II 1.60
2.10
wc/s e rv i ç o - té r r e o EXPOSIÇÕES 2.10
10,70 M² EXPOSIÇÕES
5.10
10,70 M² 5.10
paredes em steelframing
7.45
1.60
7.45
1.60
1.08
1.95
1.08
1.95
APOIO
WC S/ GÊNERO
17,95 M²
30,90 M² WC S/ GÊNERO
17,95 M²
30,90 M²
6.60
4.38
4.38
5.05 5.05
-1,50 -1,35
2.47
90
-1,50
-1,35
2.47
9.03
9.03
6.60
APOIO
4.56 4.56
0
1
2
5
10
4|programa
PRAÇA CORONEL PEDRO OSÓRIO
4.00
-1,50
RUA ANCHIETA
RUA XV DE NOVEMBRO
RUA TIRADENTES
rampa em estrutura metálica
RUA ANDRADE NEVES
RUA GENERAL OSÓRIO
térreo
RUA MARECHAL DEODORO
administração
SALA DE REUNIÕES 22 M²
RUA GEN. TELES
5.40 8.09
5.40
-1,50
paredes em steelframing
ADMNISTRAÇÃO 43,18 M²
RUA DOM PEDRO II
2.75
i=8%
4.75
5.28
COPA/APOIO 9,65 M²
CIRC.
3.51 WC PNE
10,22 M²
1.75
i=8%
3,8 M² 2.05 3.01 8.00
5.21
RECEPÇÃO 41 M² 0,00
5.09
8.11
+0,15
acesso rua tiradentes
0
1
2
5
10
91
4|programa
PRAÇA CORONEL PEDRO OSÓRIO
acesso praça coronel pedro osório
RUA ANCHIETA
RUA XV DE NOVEMBRO
RUA TIRADENTES
RUA ANDRADE NEVES
RUA GENERAL OSÓRIO
t érre o
RUA MARECHAL DEODORO
e stúdios de produção
paredes em steelframing
fachada preexistente em ruína
4.10
1.85
4.00
RUA GEN. TELES
DEPÓSITO
TRAB. MANUAIS
2.00
11,78 M²
32 M²
4 M²
8.15
1.95 RECEPÇÃO
WC PNE
RUA DOM 4 M²PEDRO II
+0,15
20 M²
2.00
2.00
10.25
0,00
COPA
2.00
3.50
8.15
SALA REUNIÕES 14 M²
4.00
4.10 COWORKING 186 M² REVISTA
8.48
i=8%
16,4 M²
4.00
4.10
GRÁFICA DIGITAL 16,4 M²
7.0
3.97
1
4.10 3.80
4 5.0
3.71
LAB. RÁDIO 24 M²
3.90
i=8%
92
0
1
2
5
10
5 | p r o p o s ta
biblioteca e multiuso RUA ANCHIETA
i=10% 17.89
2.10
9.67
+0,15
RECEPÇÃO
APOIO RECEPÇÃO
72 M²
6,80 M²
7.14
7.13
9.93
i=8%
RUA SANTA CRUZ
RUA FÉLIX DA CUNHA
RUA TIRADENTES
RUA GONÇALVES CHAVES
15.53
ACERVO
3.09
RUA XV DE NOVEMBRO
0,00
SALA DESCANSO/ESTUDO
127 M²
2.00
117 M²
RUA GEN. TELES paredes em steelframing
acesso rua anchieta
PRAÇA CORONEL PEDRO OSÓRIO
COPA 6,75 M²
8.09
3.38
0,00
4 M²
10.20
4.53
12.41
8.88
12.62
2.00
WC PNE
bi bl i oteca - térreo RUA DOM PEDRO II
7.13
paredes em steelframing
4.92
7.40 SALA 03 23 M²
SALA 02 8.95 3.28
36 M²
7.13
7.32
9.26
7.32 GIRAU 39 M²
6.45
+3,40
SALA 01
1.65
66 M²
APOIO 2,90 M² 2.60
0
1
2
5
10
WC PNE 3,0 M² 2.88
9.15
m u lti u so - pav. su pe ri or
7.16
93
5|proposta
0
c orte s
5
10
20
rampa em estrutura metálica i=8%
cobertura verde
+2,71
+2,25
-1,50
EXPOSIÇÕES
3.6
2.0
2.4
3.1
0,00
+1,65
EXPOSIÇÕES
WC
0,00 -1,00
corte aa’
cobertura em estrutura metálica
ANFITEATRO
3.6
0,00
ESTÚDIOS DE PRODUÇÃO
2.1
.5 .2 0.9
terraço jardim
-1,50
0,00
0,00 -1,50
corte bb’
[1] Os desenhos das fachadas do Grande Hotel e Secretaria das Finanças foram produzidos pela Secult - Pelotas e modificados pela autora. O desenho da fachada em
94
0
5
10
20
ruína foi produzido pela arquiteta Eulalia Anselmo, cedido pela Secretaria de Planejamento de Pelotas e modificado pela autora.
5 | p r o p o s ta
face s de quADRA
fachada praรงa coronel pedro osรณrioยน
fachada rua xv de novembro
fachada rua tiradentes
fachada rua anchieta 0
5
15
30
95
5|proposta
perspectivas
Figura 67 - acesso rua anchieta - vista para biblioteca
Figura 68 - rampa - acesso pela rua anchieta
96
5 | p r o p o s ta
Figura 69 - cobertura verde - vista para praรงa coronel pedro osรณrio
figura 70 - rampa - acesso pela praรงa coronel pedro osรณrio
97
5|proposta
figura 71 - praรงa coberta
98
5 | p r o p o s ta
próximas etapas
Este trabalho foi produzido como fundamentação teórica para o desenvolvimento do Trabalho Final de Graduação II. As etapas seguintes serão baseadas na continuação do projeto arquitetônico e no aprofundamento das soluções espaciais. Isso será refletido a partir do estudo dos materiais e das técnicas construtivas, da análise quanto à eficiência energética e da evolução formal das edificações. 99
r e f e r ĂŞ nci as
LIVROS BORDIEU, Pierre. A dominação masculina; tradução: Maria Helena Kühner 11ª ed. – Rio de Janeiro: Bertraud Brasil, 2012. 160p. FEDERI, Silvia. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Elefante, 2017. 464p. RIBEIRO, Djamila. Quem tem medo do feminismo negro. Edição – São Paulo: Companhia das Letras, 2018. 152p. BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo – experiência vivida. 2ª edição – São Paulo: Difusão Europeia do livro, 1967. 500p OSTROWER, Fayga. Criatividade e processos de criação. 15ª ed. – Rio de Janeiro: Vozes, 1987. 167p. MONTANER, J.M; MUXÍ, Z. Arquitetura e política: ensaios para mundos alternativos. – São Paulo: Gustavo Gili, 2014. 197246p. HOOKS, Bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática de liberdade. 1ª edição - São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013. 283p. MONQUELAT, Adão Fernando. As praças de Pelotas e suas histórias: século XIX. Pelotas: Editora Livraria Mundial, 2015. GUTIERREZ, Ester Judite Bendjouya. Barro e sangue. Mão-deobra, arquitetura e urbanismo em Pelotas (1777-1888). Pelotas: UFPelotas, 2004.
GONZAGA, Terezinha de Oliveira. A cidade e a arquitetura também mulher: Planejamento urbano, projetos arquitetônicos e gênero. 1ª ed. São Paulo: Editora Anna Blume, 2011. 337p. O’DOHERTY, Brian. No interior do cubo branco: a ideologia do espaço da arte. 1ª ed. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2002. 136p.
ARTIGOS PISCITELLI; A. Re-criando a (categoria) mulher?. Campinas, 2011.
Disponível
em
<http://www.culturaegenero.com.br/
download/praticafeminina.pdf>. Acesso em 7 de julho de 2019. FREITAS, Carolina. Terezas: As Sobrevivências Duras do Concreto. Carta Maior, 2013. Disponível em <https:// www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Cidades/Substantivosfemininos-mulher-moradia-e-luta/38/29500>. Acesso em 7 de julho de 2019. SEBALHOS, C; FLORES, A; COELHO, D. FLORES. Violência de gênero e urbanismo: aspectos intrínsecos da dominação masculina na organização das cidades. EICCMU - Anais do Encontro Internacional Cidade, Contemporaneidade e Morfologia Urbana 2018. 931-945p.
SITE S Mapa da Violência 2015. Homicídios de mulheres no Brasil. 1ªed. Brasília-DF. 2015. Disponível em: < https://www. mapadaviolencia.org.br/pdf2015/MapaViolencia_2015_ mulheres.pdf> Agência Patrícia Galvão <https://dossies.agenciapatriciagalvao. org.br/violencia-em-dados/> Instituto Maria da Penha - relógios da violência <https://www. relogiosdaviolencia.com.br/> A vitimação de mulheres no Brasil, 2ª ed. FBSP e Datafolha. <https://assets-dossies-ipg-v2.nyc3.digitaloceanspaces.com/ sites/3/2019/02/FBSP_2018_visivel-invisivel-vitimizacao-demulheres.pdf> Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - Atlas da violência 2019
<http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_
content&view=article&id=34784&Itemid=432> ONU Mulheres <http://www.onumulheres.org.br/> Secretaria de Segurança Públicas do Estado do RS - <https:// www.ssp.rs.gov.br/indicadores-da-violencia-contra-a-mulher> Escola Educação - As principais lutas e conquistas das mulheres ao longo da História. Disponível em <https://escolaeducacao. com.br/lutas-e-conquistas-das-mulheres/> Prefeitura de Pelotas < http://www.pelotas.com.br/cidade/ dados-gerais>
monografias ROSA, Isabella. A mulher e a cidade: Ensaios sobre igualdade. 2018. Trabalho final de graduação. Universidade Mackenzie Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. LYRA, Júlia de Freitas Correia. Impermanências e Inseguranças da mulher na cidade: pensando os espaços públicos a partir de uma perspectiva feminista no bairro da Jatiúca - Maceió/ AL. 2018. Trabalho FInal de Graduação. Universidade Federal do Alagoas - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - FAU.
FILME S E DOCUMENTÁ RIOS Chega de fiu-fiu. Direção: Amanda Kamanchek Lemos e Fernanda Frazão. Produção: Brodagem Filmes. São Paulo, 2018. The Mask you live in. Direção: Jennifer Siebel Newson. 2015.
lista de FIGU R AS Figura 1 – Escalas de violência contra a mulher – Fonte: Produção da autora a partir de gráfico da Amnistía Internacional España disponível em: https://twitter.com/amnistiaespana/ status/934084200638107649 Figura 2 - Gráfico dos percentuais de violência de conhecidos – Fonte: produção da autora a partir dos dados estatísticos do Mapa da Violência Figura 3 – Mapa do Brasil - Fonte: produção da autora Figura 4 – Mapa do Rio Grande do Sul - Fonte: produção da autora Figura 5 – Mapa de Pelotas - Fonte: produção da autora Figura 6 – Planta da Área de intervenção – Fonte: produção da autora Figura 7 – Vista aérea do sítio de intervenção – acervo da autora Figura 8 - mapa do levantamento fotográfico Figura 9 – Prédio – acervo da autora Figura 10 – Prédio – acervo da autora Figura 11 – Secretaria das Finanças – acervo da autora Figura 12 – Secretaria das Finanças – acervo da autora Figura 13 – Mercado Central – acervo da autora Figura 14 – Mercado Central – MANTELLI, Luísa (2019) Figura 15 – Grande Hotel – MANTELLI, Luísa (2019) Figura 16 – Grande Hotel – MANTELLI, Luísa (2019) Figura 17 – Praça Coronel Pedro Osório – acervo da autora Figura 18 – Praça Coronel Pedro Osório – MANTELLI, Luísa (2019) Figura 19 – Praça Coronel Pedro Osório – acervo da autora Figura 20 – Acesso rua XV de Novembro – acervo da autora
Figura 21 – Acesso rua Anchieta – acervo da autora Figura 22 – Acesso rua Tiradentes – acervo da autora Figura 23 – Acesso Praça Coronel Pedro Osório – acervo da autora Figura 24 – Vista de topo – Acesso Praça Coronel Pedro Osório – acervo da autora Figura 25 – Acesso Banco Itaú – acervo da autora Figura 26 – Estacionamento Banco Itaú – acervo da autora Figura 27 – Estacionamento Banco Itaú – acervo da autora Figura 28 - Mapa de edificações pertencentes ao Patrimônio Histórico de Pelotas – Produzido pela autora a partir de informações cedidas pela Secult – Secretaria de Cultura de Pelotas. Figura 29- Mapa de transporte coletivo e ciclovias – produção da autora Figura 30 – Mapa de hierarquia viária – Fonte: produção da autora a partir de informações do Plano Diretor de Pelotas – Lei Nº 5502, de 11 de setembro de 2008 – disponível em: https:// leismunicipais.com.br/plano-diretor-pelotas-rs Figura 31 – Mapa de pontos atrativos Fonte: produção da autora Figura 32 – Mapa de demolição – Fonte: produção da autora Figura 33 – Mapa de uso do solo – Fonte: produção da autora Figura 34 – Altura das edificações – Fonte: produção da autora Figura 35 – Montagem face de quadra – Praça Coronel Pedro Osório – Fonte: produção da autora Figura 36 – Montagem face de quadra – Rua Anchieta - Fonte: produção da autora Figura 37 – Montagem face de quadra – Rua Tiradentes - Fonte: produção da autora Figura 38 – Montagem face de quadra – Rua XV de Novembro – Fonte: produção da autora Figura 39 – Solstício de inverno às 10h – Fonte: produção da autora Figura 40 – Solstício de inverno às 13h - Fonte: produção da autora Figura 41 – Solstício de inverno às 16h - Fonte: produção da
autora Figura 42 – Solstício de verão às 10h – Fonte: produção da autora Figura 43 – Solstício de verão às 13h – Fonte: produção da autora Figura 44 – Solstício de verão às 16h – Fonte: produção da autora Figura 45 – Praça das Artes – Fonte: disponível em: Nelson Kon - disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/626025/ praca-das-artes-brasil-arquitetura Figura 46 – Praça das Artes – Fonte: disponível em: Nelson Kon - disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/626025/ praca-das-artes-brasil-arquitetura Figura 47 – Praça das Artes – Fonte: Nelson Kon - disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-dasartes-brasil-arquitetura Figura 48 – Praça das Artes – Fonte: disponível em: Nelson Kon - disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/626025/ praca-das-artes-brasil-arquitetura Figura 49 – Centro Cultural São Paulo – disponível em: https:// www.archdaily.com.br/br/872196/classicos-da-arquiteturacentro-cultural-sao-paulo-eurico-prado-lopes-e-luiz-telles Figura 50 – Centro Cultural São Paulo – disponível em: https:// www.archdaily.com.br/br/872196/classicos-da-arquiteturacentro-cultural-sao-paulo-eurico-prado-lopes-e-luiz-telles Figura 51 – Centro Cultural São Paulo – disponível em: https:// www.archdaily.com.br/br/872196/classicos-da-arquiteturacentro-cultural-sao-paulo-eurico-prado-lopes-e-luiz-telles Figura 52 – Centro Cultural São Paulo – disponível em: https:// www.archdaily.com.br/br/872196/classicos-da-arquiteturacentro-cultural-sao-paulo-eurico-prado-lopes-e-luiz-telles Figura 53 – Museu da Memória e dos Direitos Humanos – Fonte: Cristobal Palma disponível em: https://www.archdaily. com.br/br/01-715/museu-da-memoria-estudio-america Figura 54 – Museu da Memória e dos Direitos Humanos – Fonte: Cristobal Palma disponível em: https://www.archdaily. com.br/br/01-715/museu-da-memoria-estudio-america Figura 55 – Museu da Memória e dos Direitos Humanos – Fonte: Cristobal Palma disponível em: https://www.archdaily. com.br/br/01-715/museu-da-memoria-estudio-america
Figura 56 – Museu da Memória e dos Direitos Humanos Fonte: Cristobal Palma disponível em: https://www.archdaily.com.br/ br/01-715/museu-da-memoria-estudio-america Figura 57 – Museu da Memória e dos Direitos Humanos – Fonte: Cristobal Palma disponível em: https://www.archdaily. com.br/br/01-715/museu-da-memoria-estudio-america Figura 58 – Biblioteca Parque Villa Lobos – Fonte: BVL. Via Haus. disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/898207/ construida-em-antigo-lixao-biblioteca-brasileira-concorre-apremio-de-melhor-do-mundo Figura 59 – Biblioteca Parque Villa Lobos – Fonte: BVL. Via Haus. disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/898207/ construida-em-antigo-lixao-biblioteca-brasileira-concorre-apremio-de-melhor-do-mundo Figura 60 – Biblioteca Parque Villa Lobos – Fonte: BVL. Via Haus. disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/898207/ construida-em-antigo-lixao-biblioteca-brasileira-concorre-apremio-de-melhor-do-mundo Figura 61 - Grant High School - Fonte: Mahlum - disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/799840/como-projetarbanheiros-escolares-mais-seguros-confortaveis-e-inclusivos Figura 62 - Escola primária Northwood - Fonte: Mahlum disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/799840/comoprojetar-banheiros-escolares-mais-seguros-confortaveis-einclusivos Figura 63 – Espaço de Leitura Parque da Águia Branca Fonte: A cidade precisa de você. disponível em: https://www. acidadeprecisa.org/ Figura 64 – Revitalização da Praça da Amizade - Fonte: A cidade precisa de você. disponível em: https://www.acidadeprecisa. org/ Figura 65 – Mobiliário temporário - Fonte: A cidade precisa de você. disponível em: https://www.acidadeprecisa.org/ Figura 66 – Montagem inserção urbana – Fonte: produzida pela autora. Figura 67, 68 e 69, 70 e 71 – Perspectivas produzidas pela autora.
“You may write me down in history With your bitter, twisted lies, You may trod me in the very dirt But still, like dust, I’ll rise.
Does my sassiness upset you? Why are you beset with gloom? ’Cause I walk like I’ve got oil wells Pumping in my living room. Just like moons and like suns, With the certainty of tides, Just like hopes springing high, Still I’ll rise.
Did you want to see me broken? Bowed head and lowered eyes? Shoulders falling down like teardrops, Weakened by my soulful cries? Does my haughtiness offend you? Don’t you take it awful hard ’Cause I laugh like I’ve got gold mines Diggin’ in my own backyard.
You may shoot me with your words, You may cut me with your eyes, You may kill me with your hatefulness, But still, like air, I’ll rise.
Does my sexiness upset you? Does it come as a surprise That I dance like I’ve got diamonds At the meeting of my thighs?”
Maya Angelou “I Still rise”
“Você pode me escrever na história Com suas mentiras amargas e torcidas Você pode me piscar na própria sujeira Mas ainda assim, como poeira, eu vou me levantar.
Meu aborrecimento te incomoda? Por que você está envolvido com tristeza? Porque eu ando como se tivesse poços de petróleo Bombeando na minha sala de estar. Apenas como luas e como sóis, Com a certeza das marés, Assim como as esperanças se elevam, Ainda vou me levantar.
Você quer me ver quebrada? Cabeça curvada e olhos abaixados? Ombros caindo como lágrimas, Enfraquecida pelos meus gritos cheios de alma? minha arrogância te ofende? Você não leva muito a sério Porque eu rio como se eu tivesse minas de ouro Cavando no meu próprio quintal.
Você pode atirar em mim com suas palavras Você pode me cortar com seus olhos Você pode me matar com seu ódio, Mas ainda assim, como o ar, eu vou me levantar.
Minha sensualidade te incomoda? Será uma surpresa? Que eu danço como se tivesse diamantes No encontro das minhas coxas?
Maya Angelou “Eu vou me levantar” (Tradução livre)