CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC
POCKET PARKS Pontos de respiro para a metrópole
RENATA FELIZOLA MALUF
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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC RENATA FELIZOLA MALUF
Trabalho de conclusão de curso apresentado no curso de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo ao Centro Universitário Senac Orientadora : Marcella Ocke
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M261p Maluf, Renata Felizola Pocket Parks - Pontos de respiro para a metrópole / Renata Felizola Maluf – São Paulo, 2014. 129 f.: il. color. Orientadora: Marcella Moraes Ocke Mussnich Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Arquitetura e Urbanismo) – Centro Universitário Senac, São Paulo, 2014. 1. Pocket parks 2. Áreas livres 3. Espaços públicos 4. Metrópole 5. Paisagismo I. Mussnich, Marcella Moraes Ocke (Orient.) II.Título CDD 720
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Agradecimentos Agradeço primeiramente aos meus pais, que foram pacientes e compreensivos durante esse ano de TCC. Sem eles não teria chegado onde estou hoje. Agradeço também á minha orientadora, Marcella Ocke, que durante esse ano me auxiliou e me fez perceber que não poderia ter tido orientação melhor para concluir este trabalho. Agradeço aos professores Ralf Flores, Ricardo Luis, Anarrita Buoro, Ricardo Dualde, Valéria Fialho, que de alguma forma participaram e colaboraram com a construção deste trabalho. Agradeço meus amigos Karine Herradon, Daniela Gabriel, Bruno Ribeiro, Carolina Markowski, Mariana Meccatti, Eduarda Galeazzo, Débora Sobral, Barbara Brauner, Rafael Zaia, Marcela Sant’Anna, e todos os outros que não só nesta época de TCC, mas ao longo do curso, me auxiliaram e se fizeram presentes.
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MERAKI (v.); em grego: Fazer algo com alma, criatividade ou amor. Colocar parte de si em algo que estรก a fazer.
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Resumo Elemento de importância para a vida urbana das grandes metrópoles. O pocket park vem com a proposta de proporcionar momentos de serenidade e relaxamento, em meio ao caos vivido hoje em dia nas cidades. A fim de trazer isso para São Paulo, este trabalho visa melhores maneiras de implantar essa tipologia de espaço público na malha urbana da cidade, como um conjunto de espaços livres, em dois corredores viários da cidade de São Paulo. Palavras chave: Pocket parks, espaços livres públicos, metrópole, paisagismo, urbanismo, desenho urbano.
Abstract Element of importance for urban living in the metropolis. The pocket park comes with the proposal to provide moments of relaxation and serenity amidst the chaos experienced today in cities. In order to bring this to São Paulo, this work aims at better ways to deploy this type of public space in the urban fabric of the city as a set of free, two road corridors in the city of São Paulo. Keywords: Pocket Parks, public spaces , metropolis, landscaping, urban planning, urban design.
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SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO ..........................................................................10
2.
ESPAÇOS PÚBLICOS.................................................................12
3.
POCKET PARKS .........................................................................19
4.
CASOS
5.
4.1
PALEY PARK .........................................................................23
4.2
GREENACRE PARK................................................................32
4.3
PRAÇA AMAURI…………………………………………….....40
4.4
PRACINHA OSCAR FREIRE….……………………………......51
4.5
PARKLETS...............................................................................59
INTRODUÇÃO DE POCKET PARKS NO BRASIL .....................64 8
6.
IMPLANTAÇÃO .......................................................................67
7.
CARACTERÍSTICAS..................................................................80
8.
METODOLOGIA DE PROJETO……………………………...….83
9.
PROJETO
9.1 POCKET PARK MATIAS VALADÃO..............................................89 9.2 POCKET PARK RIO CLARO.........................................................102
10.
CONSIDERAÇÕES FINAIS.....……………………………….....115
11.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......……………………....…118
12.
LISTA DE IMAGENS…................…………………………...…..122
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1 . INTRODUÇÃO 10
O desejo de buscar a sensação que se tem ao abrir a porta e perceber o movimento e os sons produzidos ao seu redor. Apreciar e sentir o que o entorno proporciona, dentro e fora do espaço que se habita. As árvores se movimentando, o vento batendo no rosto e sentindo prazer sincero. Os espaços livres como uma extensão da casa, onde existem gostos que influenciam o motivo por entrar e compartilhar o local. Para melhor definir essas questões, autores como Jan Gehl, Miranda Magnolli e Phillipe Panerai foram essenciais, auxiliando na construção e entendimento de que espaços públicos tem tanta importância quanto os edifícios que constituem a malha urbana das cidades, e que estes espaços devem estar devidamente entrelaçados com a cidade em que se encontram, não em algum canto afastado, dificultando o acesso de pessoas. O modelo de pocket park, a proposta de estímulo à frequentação desse espaço tanto para consumo como para ações instintivas, um local propício para se aquecer no inverno, com referências de casos como o Paley Park e o Greenacre, defendidos pelos ideais de Eduardo Barra, auxiliando no entendimento do espaço em si.
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2. ESPAÇOS PÚBLICOS 12
“O homem é a maior alegria do homem” Hávamál, Edda Poética. Começo esse capítulo com uma frase de Hávamál, citada no livro Cidades Para Pessoas, de Jan Gehl (2014), que talvez tenha aberto meus olhos em relação à questão dos espaços públicos. A maior atração das cidades são as pessoas. Elas saem de suas casas para ver outras pessoas. Normalmente, se reúnem onde já existem pessoas, e o ato de conhecer o outro acontece espontaneamente. Pessoas dão vida ao local, como mostram as imagens abaixo.
FIGURA 1: Pessoas no Paley Park FONTE: http://cidadequequeremos.wordpress.com/ca mpus-aberto/ EDIÇÃO: Autoral
FIGURA 2: Pessoas na praça da Amauri FONTE: Autoral EDIÇÃO: Autoral
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A cidade é lugar de encontro e esses espaços de convivência normalmente são parques, praças, boulevares, áreas ajardinadas com bancos, pocket parks, etc.
FIGURA 3 : Pessoas no Greenacre Park FONTE: http://www.sasaki.com/project/111/greenacre-park/ EDIÇÃO: Autoral
Os parques, segundo Rosa Kliass(1932: São Roque, SP), são espaços públicos que tem predominantemente elementos naturais, vegetações, e possuem áreas de significativas dimensões.
Segundo o site Helena Degras 1, as praças sempre foram considerados espaços para interação da vida pública, para exercitar a reunião de pessoas. As definições citadas, sobre os tipos de espaços públicos, também são definidas por Macedo (2010), podem estar em uma categoria mais ampla dos espaços livres públicos e os espaços livres privados. Os espaços livres públicos formam um subsistema dentro do sistema de espaços livres. O principal espaço livre é a rua, elemento fundamental de conexão na cidade, por onde ocorre grande parte da vida cotidiana da sociedade urbana. Parques, praças, mirantes, calçadões, promenades, florestas urbanas, reservas municipais e estaduais, lagoas, praias, etc. se constituem nos demais elementos
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http://helenadegreas.wordpress.com/2010/03/12/algumas-tiplogias-de-espacos-livres-publicos-pracasatrios-largos-patios/
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desse sistema. Os espaços livres privados são aqueles inseridos dentro das áreas particulares e cujo acesso não é, em geral, possibilitado ao público que só em casos especiais tem a permissão de usufruto de parcelas específicas de tais propriedades. Tais espaços também formam um subsistema inserido no SEL (Sistema de Espaços Livres) urbano, neles ocorrem inúmeras atividades ao ar livre do cotidiano da habitação e do trabalho, como descanso, recreação infantil, jogos, atividades do trabalho doméstico, estacionamento de veículos, etc. Jardins, quintais, estacionamentos, pátios de carga e descarga, florestas, etc. fazem parte deste sistema que ao contrário dos espaços públicos só raramente estão conectados fisicamente entre si, encontrando-se extremamente fragmentados e dispersos no tecido urbano. Seu papel ambiental, no sistema de espaços livres de uma cidade varia para cada forma do tecido urbano, sendo que evidentemente os espaços livres privados permeáveis, vegetados e arborizados prestam maiores serviços ambientais ao meio urbano.” Macedo, 2010
Percebe-se que nas cidades brasileiras não existe efetivamente a ideia de sistema onde todos os elementos estão conectados (piso, flora e fauna, articulações entre as áreas livres públicas). O que temos são fragmentos de áreas que às vezes podem estar conectadas pela malha viária. O pocket park seria um elemento deste sistema, no qual, a partir da definição desses espaços, deveriam ser criados como espaços acessíveis, onde a pessoa se sinta acolhida, confortável, e tenha vontade de estar. A cidade, no geral, deve proporcionar espaços voltados para o pedestre, estimulando a utilização do transporte público, de bicicletas, ou mesmo, criando ambientes mais agradáveis em relação ao estimulo a caminhadas. Dessa forma, as pessoas acabam criando um contato mais direto com o
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ambiente em que habita, conhecendo e vivenciando o espaço. Não é só de parques e praças que falo, mas também de empenas cegas, voltadas para calçadas, criando um corredor "inóspito", que não só não traz o estimulo de caminhar, como pode se tornar um local de certa forma, perigoso. Segundo Gehl (2014), a cidade deve oferecer um “convite” à permanência. É importante haver ruas que criem esse estímulo, com comércios e serviços que dão vida ao espaço, calçadas com bancos para atrair maior permanência, entre outros pontos. Até na questão da segurança há um ganho. Espaços vazios e sem vida atraem vândalos e aumentam a possibilidade de furtos e assaltos. A melhor segurança não é ter várias câmeras instaladas em um local, para ser monitorado a distância, e sim criar atrativos que estimulem visitantes a terem o hábito de gastar um tempo, por menor que seja, no espaço público. Seja para conversar, seja para comer algo, ou mesmo para relaxar, é importante sempre haver movimento, pois o movimento atrai pessoas para os locais. Outra questão importante, é criar espaços que estimulem a união, e não a segregação dos usuários. Espaços muito amplos, e em escalas exorbitantes em relação ao local que ocupam devem ser evitados. A relação das escalas deve ser medida proporcionalmente, para não criar espaços ociosos, vagos e sem vida. Ainda segundo Jan Gehl (2014), espaços com proporções
FIGURA 4: Desenho mostrando locais que promovem união e segregação dos usuários. FONTE: Autoral
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adequadas, permitem maior interação e estimulam pessoas a utilizarem e se instalarem no local. Os espaços livres devem parar de ser encarados como sobras ou áreas vazias, devem ser percebidos e devidamente valorizados. Segundo Magnoli (2006), o espaço público não pode ser pensado por último em relação ao projeto. Ele tem tanta importância quanto à edificação, por isso, devem ser pensados em conjunto, para que as áreas livres não se tornem meras sobras com um ar de abandono ou de espaço público privado que afugenta as pessoas por não ter um caráter de atrair, e sim expelir quem fique por perto. Completando o pensamento de Magnoli (2006), o espaço livre é visto como algo estrutural na questão da constituição da paisagem urbana, fazendo parte da imagem da cidade, sua história e a memória que ela traz. Nessa mesma linha de pensamentos, Philippe Panerai (1994), em seu texto “O Retorno á Cidade”, comenta sobre o incentivo aos espaços públicos de qualidade. Segundo ele, o espaço público deve ser pensado como um ponto positivo na cidade, e não como área residual a ser organizada por último, e em locais isolados da cidade. Essas áreas devem estar devidamente entrelaçadas com edifícios, residências, áreas de comércio, serviços, entre as outras coisas que compõem uma cidade. Ainda na linha de pensamento desses dois autores citados, é de extrema importância que haja a criação de espaços mais atraentes, que busquem provocar sensações e atrações que instiguem o pedestre a adentrar o local, e façam com que ele sinta vontade de gastar algum tempo no espaço, ou de
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até mesmo, voltar mais vezes. Para isso, o próprio desenho do espaço é muito importante. Tanto na questão da escala, já citada anteriormente, como na questão de espaços mais acolhedores e aconchegantes, como o exemplo do Greenacre Park, em Nova Iorque.
FIGURA 5: Diagrama mostrando espaços convidativos FONTE: http://newyork.cbslocal.com/top-lists/new-york-citys-bestlittle-known-parks/greenacre-park-flickr/ EDIÇÃO: Autoral
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O espaço abraça o visitante, proporcionando momentos mais agradáveis, e talvez até garantindo maior permanência do usuário, no local.
3. POCKET PARKS 19
O conceito Pocket Park nasceu a partir da criação destes espaços em Nova Iorque, e começou a se espalhar por vários lugares. Na definição literal são “parques de bolso”, mas basicamente, são pequenos parques, que se instalam em lotes urbanos, próximos a grandes avenidas e vias de fácil acesso, e movimento constante. Normalmente, os lotes escolhidos podem ser “sobras” de terrenos, pedaços que são resíduos de outros espaços, e que não tem uso pré estabelecido. Por isso o termo “pocket”, são espaços pequenos, mas projetados como espaços de lazer. Segundo o site “Cidades que queremos” 2, após a criação dos Pocket Parks, alguns “princípios” foram estabelecidos: - Localizado em ruas que exista movimento constante, para que as pessoas passem em frente, sintam vontade de conhecer e passar um tempo nele. - O local deve oferecer alimentação de qualidade e por um preço justo. - A existência de bancos, cadeiras e mesas com possibilidade de transporte, para o visitante ter a autonomia de locomover o objeto de acordo com suas preferências. - A utilização da água, como um elemento que acalma e que auxilia na produção de um espaço mais “isolado” da exaustiva e agitada vida das cidades grandes. Os sons que a água transmite tem a função de relaxar o visitante, fazendo com que ele tenha um momento de serenidade no dia. 2
http://cidadequequeremos.wordpress.com/campus-aberto/
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- Utilização de árvores esguias, com copas que se adequem as intempéries, obstruindo os raios solares nos dias quentes, e abrindo espaço para os mesmo serem absorvidos pelos visitantes, nos dias mais frios. Apesar da maioria dos pocket parks serem reconhecidos por essas características, pode haver algumas variações, de um lugar para o outro. Seja no formato dos bancos, ou na utilização ou não da água, cada cidade acaba dando uma característica diferente para seu pocket park.
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4. CASOS 22
4.1.
PALEY PARK
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Um dos mais populares e o mais antigo pocket park do mundo é o Paley Park. No coração de Manhattan, o Paley Park é considerado um tesouro da cidade de Nova Iorque, se mantendo sempre cheio de visitantes que buscam um momento de tranquilidade na agitada vida de uma das maiores metrópoles do mundo. Criado em 1967, esse pocket park surgiu por acaso. Segundo Eduardo Barra(2006), quando William Paley, então presidente da emissora de televisão CBS, decidiu prestar uma homenagem a seu pai, que havia falecido anos antes, comprou um terreno, onde pudesse ser feito um espaço, um memorial, que fosse utilizado por qualquer pessoa. Barra(2006), conta que para a criação do espaço, William contratou o escritório dos arquitetos e paisagistas Robert Zion e Harold Breen, que tinham ideais diferentes em relação a parques, com pensamentos que iam contra a ideia do governo, de que os parques deveriam ter pelo menos 12 mil m². FIGURA 6; Imagem do Paley Park antigamente FONTE: http://designenaction.gatech.edu/?p=59321
Um pequeno terreno na Avenida 53, onde antes se localizava uma casa noturna, foi o local escolhido para a implantação do Paley Park. Com apenas 13mx30m, ele mostrou que era possível sim, ter um espaço público, de serenidade e contemplação, que agradaria a milhares de pessoas.
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Vários são os pontos que o fizeram único na época de sua criação, o tornando um motivo de curiosidade. O pocket park possui elementos marcantes que o fazem característico. No projeto de Zion e Breen, foram utilizados bancos que fossem fáceis de transportar e tivessem a possibilidade de o usuário ter a autonomia em decidir a organização no espaço.
FIGURA 7; Imagem das mesas e cadeiras do Paley Park FONTE: http://www.yelp.com/biz_photos/paleypark-newyork?select=E822xUdwfN2KNEMhAjVEGQ#yERlK Zm9oE4IyIIMi9j-kQ
O mobiliário do Paley Park foi escolhido com o principal intuito de ser prático e de necessitar pouca manutenção, deixando assim, o espaço mais viável.
Para isso, foram utilizadas cadeiras Bertoia brancas, com uma estrutura de aço moldado. O material acaba deixando a cadeira leve e possível de locomoção por qualquer cidadão que desejar deslocá-la. Para acompanhar as cadeiras Bertoia, foram escolhidas pequenas mesas Saarinen, que assim como as cadeiras, ganham a possibilidade de transporte fácil pelo tamanho e pela sua materialidade.
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O conjunto preenche o Paley Park, juntamente com árvores esguias (acáciasmeleiras), que possuem uma função maior do que simplesmente contribuir com o paisagismo do local, mas principalmente servir de “cobertura” para o
FIGURA 8; Imagem dos canteiros de flores do Paley Park FIGURA 9; Imagem das flores dos canteiros FONTE: http://www.yelp.com/biz_photos/paley-park-new- FONTE: http://www.yelp.com/biz_photos/paleyyork?select=KeZHl7FSlZSjYInIAU3TkQ#Pnlx8Yu3vvoC9Ldk1KUz park-newGA york?select=KeZHl7FSlZSjYInIAU3TkQ#KeZHl7FSlZSj YInIAU3TkQ
espaço do parque. Ela coopera com espaços sombreados no verão, e no inverno, com sua copa menos espessa por causa da queda das folhas, possibilitando a entrada de luz do sol. Essas árvores são contornadas por três vasos redondos, com flores, que podem variar de acordo com as estações do ano. As paredes são tomadas por trepadeiras, deixando o ambiente mais agradável.
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Ao fundo, uma grande cascata, que vai de ponta a ponta da parede posterior do Paley Park, colaborando com a sensação de paz que o local trás.
FIGURA 10; Imagem da Queda d’água FONTE: http://thornyc.dreamwidth.org/tag/mudcub
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A queda d’água deságua em um singelo espelho d’água, que ajuda a produzir sons relaxantes, abafando o barulho da metrópole. Próximo aos portões de entrada, nas duas laterais, existem espaços destinados a venda de petiscos, para tornar o espaço mais agradável ainda, onde o usuário teria mais prazer em passar um tempo.
FIGURA 11: Imagem da Loja de Petiscos FONTE: http://www.yelp.com/biz_photos/paley-park-newyork?select=E822xUdwfN2KNEMhAjVEGQ#ANCdEwdPAp910Qh XQi3jZQ
A entrada do parque é muito democrática, possuindo uma escada e duas tímidas rampas nas laterais, para pessoas com deficiências e cadeirantes possam adentrar o espaço sem dificuldade.
Por ser um parque privado, o Paley Park possui portões, com horários prédefinidos durante o ano todo. Ele funciona das 8h00 horas até as 22h00 horas de 01/05 até 01/11, e das 8h00 horas até as 20h00 horas de 02/11 até 30/04.
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FIGURA 12: Imagem da entrada do Paley Park – Acesso e portões FONTE: http://blogstudiog.com/2013/10/01/pocket-parks-maketheir-mark/
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Quase 50 anos após sua inauguração, o Paley Park continua sendo muito frequentado, seja por moradores, pessoas que trabalham nas proximidades, ou mesmo turistas que tem a curiosidade de conhecer esse espaço tão diferenciado. Nem a proximidade com o Central Park consegue ofuscar o brilho que este tesouro Nova Iorquino tem.
Os diagramas a seguir vão mostrar a relação dos espaços com os elementos que o compõe. Em cada final de estudo de caso, existirá um conjunto de diagramas que terá a função de mostrar essa relação entre os elementos.
FIGURA 13 e 14 – Diagramas de áreas verdes e áreas com água FONTE: http://www.pinterest.com/pin/498421883734927927/ EDIÇÃO: Autoral
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FIGURA 15 e 16 – Diagramas de áreas cobertas ou elementos de sentar e fluxos FONTE: http://www.pinterest.com/pin/498421883734927927/ EDIÇÃO: Autoral
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4.2.
GREENACRE PARK
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Na mesma linha do Paley Park, o Greenacre também se encontra em Nova Iorque, á aproximadamente duas quadras do Paley Park, num terreno de 18m x 36m, cerca de 648m2. Segundo Eduardo Barra (2006), o Greenacre surgiu anos após a criação do Paley FIGURA 17: Imagem do Greenacre Park FONTE: http://www.sasaki.com/project/111/greenacre-park/
Fundação Greenacre, que foi criada pela de criar e de gerenciar parques públicos.
Park, em 1971, como um projeto bancado pela família Rockfeller, com a função
O projeto é do escritório SASAKI ASSOCIATES, feito pelos arquitetos Hideo Sasaki e Harmon Goldstone. “Alguns momentos de serenidade neste mundo ocupado", esse era o objetivo principal de sua criação, segundo o site Portal Arquitetônico 3. Assim como o Paley Park, o Greenacre também tem uma cascata ao fundo, cadeiras bertóia, mesas sarieen, e árvores espalhadas por seu terreno. Um diferencial dele para o Paley Park é a questão da implantação de 3
http://portalarquitetonico.com.br/pocket-parks/
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pergolados no espaço. Existe um pergolado, funcionando como um pórtico logo na entrada do Greenacre, e outro no lado esquerdo, bem próximo à cascata, com algumas mesas e cadeiras, dividindo com as árvores do local, a função de abrigar das intempéries, os visitantes. Esse pergolado lateral está em um dos patamares de FIGURA 18: Imagem mostrando os pergolados da entrada e da nível mais alto que a lateral FONTE: http://www.sasaki.com/project/111/greenacre-park/ calçada, funcionando como uma varanda do parque. Dentro dele também funciona um pequeno bar. Além desse patamar da “varanda”, existem mais dois níveis, dentro do espaço, que segundo Eduardo Barra (2006), marca diferentes índices de exposição solar.
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No corte a seguir, pode – se perceber essa relação entre os níveis.
Figura 19: Corte do Greenacre Park FONTE: http://www.sasaki.com/project/111/greenacre-park/
Nesse mesmo corte, é possível notar a relação da queda d’água com o Greenacre.
FIGURA 20: Imagem que mostra os níveis da Queda d’água FONTE: https://tclf.org/pioneer/hideo-sasaki/biography-hideo-sasaki
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Assim como o Paley Park, ela se encontra nos fundos do parque, porém, diferentemente, é trabalhada em níveis, até chegar ao espelho d’água no chão, que faz com que a água se dissolva até chegar aos pés dos visitantes que se sentam em
pequenas mesas. A principal função e foco da implantação dessa Queda d’água, segundo Eduardo Barra (2006), é abafar os sons caóticos das cidades, e a partir dos sons transmitidos pela água, trazer a paz e calma, aos visitantes. O visitante ainda tem a autonomia de puxar sua cadeira bertóia para perto da queda d’água, e molhar seus pés enquanto lê um bom livro, ou apreciar a paisagem, aumentando assim, a sensação de relaxamento. Além das cadeiras Bertóia, nas laterais, como uma divisão entre o espelho d’água e o piso, existem bancos de concreto, que hora funcionam como guarda corpo, e hora funcionam como bancos.
FIGURAS 21 E 22: Imagens mostrando o guarda corpo – banco, em dois pontos do Greenacre Park FONTE: http://www.sasaki.com/project/111/greenacre-park/
Nas paredes, há um misto de trepadeiras e paredes de pedra, com vários “níveis”, criando quase um mosaico rústico em sua extensão. 36
Além das árvores, que assim como no Paley Park, tem a função de servir como “sombra” no verão e no inverno criarem aberturas para a luz do sol aquecer os visitantes, possui grandes vasos ao longo do espaço, auxiliando no paisagismo do local. FIGURA 23: Imagem da entrada do Greenacre Park FONTE: http://www.roasterproject.com/2010/10/a-day-in-new-york-cityeating/
Já o acesso, não é tão “democrático” quanto o do Paley
Park. Ele é feito por uma escada que vai de ponta a ponta do pórtico de entrada, não tendo uma rampa ou algum tipo de acesso para cadeirantes, além do que, o parque em si é um desafio para deficientes, afinal é resolvido em níveis acessíveis por escadas, pequenas, mas ainda assim, não colaboram com pessoas que possuam alguma deficiência.
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FIGURAS 23 e 24 - Diagramas de áreas verdes e áreas com água.FONTE: http://www.sasaki.com/project/111/greenacrepark/ EDIÇÃO: Autoral
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FIGURAS 25 e 26 - Diagramas de áreas verdes e áreas com água.FONTE: http://www.sasaki.com/project/111/greenacrepark/ EDIÇÃO: Autoral
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4.3.
PRAÇA DA AMAURI 40
FIGURA 27: Pessoas almoçando na Praça Amauri FONTE: Autoral
O que poderia ser considerado um primeiro “exemplar” de um Pocket Park no Brasil, o escritório de Isay Weinfeld criou a Praça Amauri. Esse espaço de contemplação e relaxamento da Rua Amauri, com cerca de 200m². Como a maioria dos imóveis da Rua Amauri, o pocket park também pertence à família Diniz. A área tem um caráter mais voltado para pessoas de alto poder aquisitivo, empresários, entre outros, por isso, é rodeado de caros restaurantes, lojas de grife e empresas de importância, que é o caráter do local de sua implantação. Há alguns anos, o restaurante Forneria San Paolo, que tem sua filial em frente à
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Praça Amauri, instalou um quiosque no interior da Praça, criando uma extensão do próprio restaurante, e dando a opção aos clientes de comer em um local diferente do comum. Apesar de ser considerada essa “extensão”, ele também é frequentado por não clientes, e pessoas que desejam somente passar um tempo descansando.
FIGURA 28: Piso e espelho d’água FONTE : Autoral
A experiência de passar um tempo lá se torna mais agradável com os sons produzidos pela cortina d’água nas paredes laterais, que “deságuam” em espelhos d’água. Esse desenho feito por Isay Weinfeld acaba criando uma espécie de ilha, onde todo o programa do Pocket Park se resolve. Essas cortinas d’água acabam atraindo muitos passarinhos, que param para beber água e se banhar no topo das paredes, como o da foto ao lado. Nas laterais, existem bancos fixos, de concreto, que estão desde a inauguração da Praça Amauri.
FIGURA 29: Passarinho se banhando na cortina d’água FONTE : Autoral
Intercalado com os bancos, existem as mesas que foram instaladas pela 42
Forneria, com grandes guarda-sóis, e cadeiras de madeira e metal, o que é um grande diferencial para os pocket parks que existem em Nova Iorque. Outra coisa que diferencia o espaço dos criados em Nova Iorque é que essas mesas não são móveis. Somente as cadeiras podem ser movidas de um lugar para o outro. Além de mesas e bancos, o espaço é preenchido por longos Ipês amarelos, que formam um “teto verde” e alguns aquecedores para que mesmo em dias frios, os usuários não se sintam intimidados, e continuem frequentando o local.
FIGURA 30: Acesso á cozinha do quiosque FONTE: Autoral
No começo desse subcapítulo, comentei sobre a extensão da Forneria San Paolo.
Na parte posterior do Pocket Park, existe um pequeno quiosque, com duas grandes aberturas, que se fazem os balcões. Por dentro, uma sequência de garrafas faz a decoração e atrai os visitantes a provarem os drinks da casa. O acesso dos garçons para esse quiosque é inusitadamente feito pela lateral, através de duas pedras colocadas sob o espelho d’água.
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Por ser um quiosque pequeno, a maioria das coisas pedidas no espaço é feita no restaurante do outro lado da rua. Por isso, é muito comum ver os garçons do quiosque atravessando a Rua Amauri com grandes caixas de madeira nas mãos, contendo os pratos pedidos pelos clientes.
FIGURA 31: Garçom trazendo o pedido dos clientes FONTE: Autoral
Dessa forma, o quiosque acaba se limitando a produzir apenas alguns drinks e petiscos mais simples. Coisas que não precisam de uma cozinha mais sofisticada.
Outro ponto interessante do projeto de Isay Weinfeld é o portão da Praça Amauri. Diferentemente dos portões convencionais, esse, quando o espaço está aberto, fica subterrâneo. Existe um vão, em que ele se encontra, bem na entrada do espaço. Na hora de fechar, é elevado. Dessa forma, o espaço que seria ocupado pelo portão, é otimizado.
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FIGURA 32: Imagem ilustrando o mobiliário da Praça da Amauri FONTE: Autora – ILUSTRAÇÃO: Autoral
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Pude visitar a praça em dois dias diferentes, e obtive percepções sobre o local. No primeiro dia, visitei num sábado a tarde, aproximadamente às 16 horas. Apesar do céu azul e da temperatura agradável, o local se encontrava vazio, sem nenhuma pessoa usufruindo, nem mesmo os próprios garçons ou barman do local. Conforme fui me aproximando, percebi que os mesmos se encontravam na “sede” da Forneria San Paolo, em frente ao restaurante do outro lado da rua, apenas esperando que alguém adentrasse o ambiente. Na segunda visita, fui numa quarta- feira, aproximadamente às 14 horas, e o local estava cheio. O tempo também estava agradável, porém mais frio do que no primeiro dia. Todas as mesas com pessoas almoçando, comendo algum petisco, conversando e aproveitando o local. Até mesmo alguns bancos, tinham jovens conversando e puxando cadeiras para se juntarem aos outros. É perceptível que o uso é mais frequente na hora do almoço e em dias de semana, pois é uma área com muitos edifícios corporativos e empresas. Apesar disso, na quarta-feira que visitei, além de executivos, havia também um grupo de jovens, que passaram à tarde no local. Talvez se o local escolhido para a implantação desse pocket park fosse em uma rua mais movimentada, a frequência de usuários seria maior. Por ser uma rua de serviços, na maioria das vezes, restaurantes de alto nível,
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somente quem vai com o intuito de almoçar em algum desses restaurantes passa por lá. Talvez até para manter esse nível, não há divulgação do espaço nem incentivo do uso, e com isso, o pocket park perde o caráter de “espaço público”. Essa falta de uso desencadeia vários pontos. Um deles é a segurança. No caso da Praça Amauri, de cada lado dos muros, existem cerca de quatro câmeras.
FIGURAS 33 E 34: Imagem mostrando as câmeras da Praça da Amauri FONTE: Autoral
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Isso causa uma falsa sensação de segurança. Por mais que as câmeras estejam vigiando quem passa por lá, e talvez inibam alguma espécie de crime, não tem o poder de proteger, e muitos menos de zelar de perto, como em locais mais movimentados. Outra questão, baseada nas ideias de Jan Gehl (2014), é de que pessoas atraem mais pessoas e um número maior de usuários com atividades diferentes aumentam a segurança do local. Se tivessem algum tipo de incentivo ao uso desse espaço, talvez ele pudesse ser mais utilizado em outros dias e horas que não fossem os momentos em que os empresários e executivos estivessem saindo para almoçar ou indo tomar algum café, mas algo que trouxesse pessoas que estivessem passando pela área, para simplesmente “experimentar” a sensação de passar um tempo nesse local.
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FIGURAS 35 E 36 – Diagramas de áreas verdes e áreas cobertas ou elementos de sentar
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FIGURAS 37 e 38 – Diagramas de água e fluxos
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4.4.
PRACINHA OSCAR FREIRE 51
O projeto que nasceu da parceria entre a Zoom Urbanismo Arquitetura e Design e o Instituto Mobilidade Verde pode ser considerado como o tão aguardado primeiro pocket park de São Paulo. Segundo entrevista com Guilherme Ortenblad, arquiteto da Zoom, a incorporadora que é a dona do terreno do antigo estacionamento que entrou em contato com o escritório, apresentando a iniciativa de criar um espaço voltado para o público. O espaço foi inaugurado em 21/05, e já atraiu vários curiosos e pessoas que puderam contemplar o espaço. Segundo Guilherme, o espaço é temporário, porém a ideia do empreendimento que está para se instalar por lá posteriormente é FIGURA 39: Pessoas utilizando os espaços proporcionados pela Pracinha manter um térreo FONTE:http://institutomobilidadeverde.wordpress.com/2014/05/21/institutolivre, em umas áreas mobilidade-verde-e-reud-inauguram-1o-pocket-park-na-rua-oscar-freire-emde comércios e sao-paulo/ serviços, por isso o uso dessa área ainda seria público. As pessoas já se acostumariam com essa “apropriação” do espaço público, para se manter o uso do espaço, mesmo
52
que ele tiver mudado.
FIGURA 40: Placa de Implantação da praça no terreno do estacionamento. FONTE: Autoral
A área de cerca de 300m² acontece na rampa do estacionamento, e possui bancos e áreas como escadarias, que acabam servindo de banco, como mostra na imagem da página anterior. Segundo Kelly Amorim, do Portal PINIweb, o espaço também prevê eventos workshops, que serão divulgados na parede de lousa de cerca de 19 metros, que é uma instalação da artista Candy Chang. A intervenção recebe o nome de “Before I Die”, pois tem a frase repetida por várias vezes, com espaços para serem completados pelos usuários do espaço, buscando uma interatividade do usuário com o espaço em que ele se encontra. É interessante perceber que o projeto quebra os componentes que normalmente classificam os pocket parks como tais, porém da mesma forma que os projetos anteriores, dão autonomia ao visitante de escolher onde e como comer ou passar um tempo no espaço.
FIGURA 41: Mural de programações. FONTE: Autoral
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Não só na questão de mobiliário, mas na questão das comidas também é possível ver a diferença entre os outros. Com a proposta de ser algo bem democrático, o espaço tem a proposta de trazer os food trucks, que são pequenos caminhões restaurante com comidas diferenciadas, para dentro do pocket park, garantindo a questão de comidas rápidas e com preços mais baixos. Além disso, uma questão bem diferente do que foi visto antes é o WiFi gratuito que o espaço proporciona, que querendo ou não, acaba atraindo pessoas a permanência no local. Em visita ao espaço no sábado, dia 31/05/2014, pude perceber que o espaço está sendo bem utilizado pelas pessoas que frequentam a área. Todo o tempo, pessoas entravam e saíam curiosas para saber o que havia sido feito com o espaço sem vida que se encontrava ali.
FIGURA 42: Pessoas e os food trucks FONTE: Autoral
54
A grande atração que encantava olhares de todos era o painel de Candy, todo colorido pela interação dos que já haviam escrito com giz nela. Os food trucks aparentemente fizeram sucesso também, onde um deles vendia café e outro tinha vinho. Isso no frio acaba sendo um convite a mais a adentrar o espaço para se aquecer. Além disso, acaba auxiliando na questão da curiosidade. Por mais que a pessoa não coma ou não beba o que o menu traz, só pelo fato da pessoa entrar para conhecer já é uma questão que se pode considerar interessante, pois é um ponto que auxilia no estímulo da curiosidade do pedestre.
FIGURA 43: Mural da artista Candy Chang FONTE: Autoral
55
Apesar do Pocket Park estar cheio de pessoas, a ĂĄrea destinada a bicicletas estava vazia, como mostra a imagem ao lado.
FIGURA 44: Ă rea para bicicletas FONTE: Autoral
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FIGURA 45 e 46 : Diagramas de áreas verdes e áreas cobertas ou elementos de sentar. FONTE: Zoom Urbanismo Arquitetura e Design. EDIÇÃO: Autoral
57
FIGURA 47 : Diagramas de áreas verdes e áreas cobertas ou elementos de sentar. FONTE: Zoom Urbanismo Arquitetura e Design. EDIÇÃO: Autoral
58
4.5.
PARKLETS 59
Apesar de não serem como os pocket parks e terem o mesmo tipo de implantação na cidade, os parklets também foram motivo de estudo no decorrer do trabalho pelo fato de serem intervenções urbanas, que promovem a interação de pessoas com a cidade, e buscam aproximar a relação entre ambas as partes. Estimulam o uso do espaço público, e incentivam o “coletivo” na cidade. Diferentemente dos pocket parks, os parklets normalmente são intervenções temporárias, que se “apropriam” de áreas que antes seriam vagas de carros, próximas á calçada, contendo bancos onde o usuário pode descansar, conversar com os amigos, e desfrutar do espaço. A imagem a seguir mostra a forma de implantações dessas intervenções:
FIGURA 48 : Diagrama sobre os Parklets. FONTE: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/parklets/
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Segundo o site da Prefeitura de São Paulo, os parklets podem influenciar a qualidade de vida das pessoas, melhorando a infraestrutura urbana onde há precariedades, e identificando locais que tem um potencial não explorado antes.
FIGURA 49 : Diagrama sobre os Parklets. FONTE: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/parklets/
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Como mostra o diagrama da página anterior, os parklets tem objetivos claros, de promover e estimular a convivência na rua, trazendo espaços que antes não tinham um uso “coletivo”, de ampliar a oferta de espaços públicos, e estimular processor participativos, onde qualquer pessoa que se interessar pela inciativa pode propor um espaço para sua implantação. Enquanto o carro passa a maior parte do dia estacionado, o espaço por ele ocupado pode ser usado de forma qualitativa por pedestres e ciclistas. Para mudar esse paradigma é preciso pensar formas alternativas de uso do espaço público. Uma reflexão que começa na escala da própria rua, melhorando a convivência entre todos. Trata-se de uma reivindicação da rua como o primeiro espaço público da cidade, que busca o desenvolvimento de espaços de convivência nas ruas, que possam proporcionar aos cidadãos maior interação social
e
com
sua
comunidade.
URBANA,
<http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/parklets/> 29/10/14.
62
Gestão
Acesso
em
FIGURA 50 : Diagrama sobre os Parklets. FONTE: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/parklets/
63
5.
INTRODUÇÃO DE POCKET PARKS NO BRASIL
64
FIGURA 51: Ilustração de um pocket park localizado em São Paulo. FONTE: Autoral
Para a maioria das pessoas, os pocket parks são uma novidade, algo ainda desconhecido no cotidiano, porém isso talvez mude após o novo plano diretor, que incentiva áreas como essas. Segundo o diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie, Valter Caldana 4 (2014), São Paulo tem um enorme potencial para implantações como essa, e que a própria Lei do Parcelamento dos solos, pode auxiliar na questão legislativa do processo de implantação.
4
http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,plano-diretor-de-sp-incentiva-criacao-de-pocket-parksimp-,1150262
65
O vereador e relator do novo Plano Diretor, Nabil Bonduki 5 (2014), também acredita e incentiva essa iniciativa, comentando que tem expectativas que os pocket parks possam auxiliar na revitalização de espaços degradados, e em tornar a cidade mais agradável. No último mês de março, a câmara de vereadores aprovou o novo plano diretor, e com ele, a ementa que prevê os pocket parks. A partir disso, poderá haver essa brecha para poder implantar esses espaços, assim como vem acontecendo com os Parklets neste ano de 2014.
5 http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,plano-diretor-de-sp-incentiva-criacao-de-pocket-parksimp-,1150262
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6. IMPLANTAÇÃO 67
A partir dos estudos de caso e das ideias defendidas no primeiro capítulo, sobre Espaços Públicos, busquei encontrar na cidade de São Paulo, espaços que pudessem corresponder com as expectativas e tivessem as características de um espaço condizente com o que os pocket parks “pediam”. Com isso, alguns corredores foram selecionados, para que pudessem ser verificados se havia espaços ou “sobras” de terrenos que poderiam dar lugar a um projeto de pocket park. O primeiro corredor escolhido é a Avenida Brigadeiro Faria Lima, que foi concebida a partir do alargamento da Rua Iguatemi, entre a rua Amauri e a rua Teodoro Sampaio. A obra de expansão foi finalizada em 1970, e a partir desta época, a especulação imobiliária deu inicio. Um dos poucos locais que sobreviveu a essa transição foi a residência do Casal Fábio e Renata Prado, que hoje é o Museu da Casa Brasileira. No ano de 1994, foi dado inicio á ligação entre a extremidade da Avenida Pedroso de Morais com a Avenida dos Bandeirantes, porém ela acabou sendo modificada e não existe diretamente. Houve outra expansão também, que fez a avenida atingir o largo da Batata. Após o ano de 1997, que todas as expansões haviam sido finalizadas, vários edifícios começaram a surgir e em 2005, foi iniciada a obra da estação de metro Faria Lima, que só foi finalizada em maio de 2010. Por ser uma via extensa, tem um uso misto por longa parte de sua extensão, contando com serviços variados, edifícios residenciais, edifícios coorporativos, shoppings centers, linhas de metrô, etc. Esses pontos citados acima garantem um movimento de pessoas constante durante o dia e a noite, por isso, ele se encaixaria na questão de ser uma área
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da cidade em que o pocket park poderia ser facilmente acessado por qualquer tipo de pessoa, em qualquer hora do dia. Apesar de ser rica em relação à quantidade de serviços que ela fornece, a Avenida Faria Lima ainda está em processo de modificação de uso em alguns pontos, e em muitos lotes, acabam sobrando pequenas áreas que ficam sub utilizadas. A ideia era usar essas áreas que estão subutilizadas e fazê-las crescer junto com a via onde estão implantadas. O outro corredor escolhido é a Avenida Paulista. Inaugurada em 8 de dezembro de 1891, onde ainda não possuía uma única construção. Só era possível se ver terrenos, cercados por arames e duas pistas, por onde circulavam bondes puxados a burro, carruagens, etc. Foi a primeira avenida inteiramente planejada para ser “elegante”, segundo o site South American Project 6. Também era a avenida mais larga da cidade na época.
“A criação da Avenida Paulista partiu da ideia de se formar um eixo sofisticado, voltado para a burguesia endinheirada da cidade, capaz de enfrentar os altos preços dos terrenos e das construções. Nesta época São Paulo já contava com cem mil habitantes. O idealizador da avenida foi Joaquim Eugênio de Lima, um uruguaio, formado em agronomia na Alemanha, residente em São Paulo e casado com uma brasileira. O lugar escolhido foi o chamado espigão central, que corre em direção ao morro do Jaraguá e com boa parte recoberta por mata virgem, o Caaguaçú.” South American Project. “Uma cidade chamada
6
Avenida
Paulista”.
http://www.saproject.com.br/br/destaques/projeto-avpaulista
69
Disponível
em:
<http://www.saproject.com.br/br/destaques/projeto-avpaulista> Acesso em 24 de Agosto de 2014
Antes do final do século, Paul Villon foi incumbido de organizar o “Parque da Avenida” ( Parque Trianon). Ainda nessa época, a Paulista era utilizada para corridas de automóvel e o corso de carnaval. Muitas polêmicas foram levantadas, discutindo-se a legitimidade da arquitetura. Mas a verdade é que a Avenida Paulista foi vitrine fiel do seu tempo, espelhando gostos, culturas, influências, estilos e assimilações da sociedade vigente. Havia o kitsch despropositado, mas também se viu bom gosto com suas torres, terraços, varandas, colunatas, ferro rendilhado, vitrais, florões, telhados de ardósia, experimentações, adaptações e criatividade. Alguns dos mais importantes arquitetos do início do século atuaram na Avenida Paulista com uma legitimidade indiscutível: o marco que a avenida significou e o seu impacto. South American Project. “Uma cidade chamada Avenida Paulista”. Disponível em: <http://www.saproject.com.br/br/destaques/projeto-avpaulista> Acesso em 24 de Agosto de 2014.
Após os anos 30, algumas mudanças começaram a acontecer nela como a expansão da linha de bonde elétrico. Em meados dos anos 60 e 70, a Paulista foi alargada, surgindo uma proposta de “avenida subterrânea” que logo foi cancelada, e deu lugar posteriormente as obras do metro. Ainda na década de 60, a Paulista foi marcada com a construção do Museu de Arte de São Paulo (MASP), de Lina Bo Bardi, trazendo a arquitetura moderna.
70
Progressivamente os edifícios começam a surgir e constituir esse espaço que hoje é um dos cartões postais da cidade. Diferentemente da Avenida Faria Lima, a Paulista é uma avenida consolidada, com poucos espaços em transformação. Apesar disso, assim como a Faria Lima, a Paulista ainda possui alguns pontos que poderiam ser utilizados de melhor forma, e no caso, utilizando para a construção de Pocket Parks. A escolha destes “corredores” se deve pelo fato dela serem avenidas conhecidas de São Paulo, e abrigar usos diversos em sua extensão, garantindo assim, movimento constante de pedestres.
71
USO E OCUPAÇÃO AVENIDA BRIGADEIRO FARIA LIMA
COMERCIAL RESIDENCIAL SERVIÇO INSTITUCIONAL EDUCACIONAL ÁREA VERDE SEM USO
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USO E OCUPAÇÃO AVENIDA PAULISTA
COMERCIAL RESIDENCIAL SERVIÇO INSTITUCIONAL EDUCACIONAL ÁREAS VERDES SEM USO
73
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75
76
77
78
Conforme foi visto no mapa dos corredores selecionados, algumas áreas foram delimitadas para a possível implantação do pocket park. A ideia é tê-los como espaço de interesse de implantação, onde foi vista uma possibilidade da implantação do desses espaços. Por ser algo muito novo para o cotidiano do paulistano, implantar várias unidades em um mesmo corredor não seria o ideal no momento. Como objeto de experimentação, a ideia inicial é implantar, assim como os parklets, um projeto piloto, e a partir disso, estimular a propagação desses espaços em outras áreas da cidade, não só nas centrais.
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7. CARACTERÍSTICAS 80
Com as pesquisas e estudos de caso, puderam ser identificadas algumas características que permaneciam em todos os projetos de pocket parks. Alguns elementos que os tornam reconhecíveis e os fazem característicos, para qualquer um que os visite. Adaptando isso para a realidade paulistana, com base nas visitas e pesquisas no “pseudo-pocket park” da Rua Amauri, alguns pontos acabaram se tornando essenciais e por isso, não poderiam ser deixados de fora na seleção de características que comporiam o modelo que será seguido neste trabalho. Como mostra a imagem a seguir, existem alguns elementos marcantes ou importantes, que não poderiam ser eliminados. Elementos como áreas de sentar, que não necessariamente serão constituídas de bancos, mas poderá haver algumas variações, como o exemplo da Pracinha Oscar Freire, que são muito bem vindas. Além disso, a questão da locomoção é muito importante, por isso, espaços para permanência de bicicletas são importantes. A partir da seleção desses elementos, poderá haver variações em relação a disposição, de acordo com a área de implantação do pocket park. No caso, foi escolhido um terreno, na Avenida Faria Lima, citado no sexto capítulo, sobre implantação, para se exemplificar os elementos que poderão ser implantados nos espaços.
81
FIGURA 35: Diagrama de elementos de composição do espaço FONTE: Autoral
82
8. METODOLOGIA DE PROJETO 83
Como forma de auxilio no desenho do espaço, o método de produção de malhas de Grant W. Reid (2007) foi muito útil. Ele começa o desenho com uma planta esquemática, apenas apontando em bolhas, os espaços a serem ocupados por determinados usos. Em seguida, a partir desse diagrama conceitual de bolhas que foi criado, ele traça formas geométricas em cima do desenho repetidamente. Com essa junção dos processos, o próximo passo é a definição concreta dos espaços que cada elemento ocupará no terreno, partindo assim para a fase mais detalhada de projeto. Com base nos diagramas de Grant W. Reid (2007), os terrenos selecionados para o aprofundamento do estudo passaram pelo processo citado acima, primeiro com as bolhas contendo os elementos escolhidos para compor o espaço e posteriormente, mesclando com uma malha que poderia variar para criar novos desenhos no espaço. No caso do desenho dos espaços da Rua Matias Valadão e da Alameda Rio Claro, como mostram a imagens a seguir, foram definidos os elementos que poderiam se encaixar com o perfil das avenidas Paulista e Brigadeiro Faria Lima, mostrado em capítulos anteriores.
84
FIGURA 53: Diagrama de bolhas da Avenida Brigadeiro Faria Lima FONTE: Autoral
85
0
5 10
20
40
FIGURA 54: Diagrama de bolhas da Avenida Paulista FONTE: Autoral
86
Após a produção desses diagramas de bolhas, em cada caso foram testadas vários tipos de malhas, antes de selecionar a escolhida para o desenho final do espaço.
87
9.PROJETO 88
9.1.
POCKET PARK MATIAS VALADテグ 89
A partir dos desenhos formados no mapa de bolhas, uma grelha quadriculada foi inserida no desenho, para a partir da junção das duas, formar o desenho do espaço. Com esse processo, um desenho de espaço foi obtido. Foram criados espaços que buscassem abraçar o usuário, que pudessem proporcionar momentos de descanso e que fizessem com que a pessoa que o frequenta tivesse prazer em voltar e apreciar o local. Logo na entrada, localizado a direita, existe um espaço para guardar bicicletas, o que estimula o uso desse meio de locomoção até o pocket park. Do lado oposto, existe uma horta vertical, onde serão encontradas plantas e temperos que podem ser utilizados pelos food trucks que tem um espaço reservado, mais adentro do terreno. O lado direito do espaço é marcado por um misto de bancos e canteiros, que criam uma tipologia em níveis, onde existem elementos como os decks de madeira, os canteiros e os bancos, que nascem dos canteiros, abraçando e acolhendo quem adentra o local. O mesmo desenho de níveis se reflete no espelho d’agua e na cascata, que se encontram na parte posterior do terreno. O desenho dos níveis, a partir da malha quadriculada se mantém também no desenho da cobertura do pergolado, que abriga mesas e cadeiras para quem prefere apreciar o local sem a intervenção das intempéries.
90
C
B
3
1
8
A
5 7 4
2
C
B
6
1-BI CI CL ET ÁRI O 2-HORT AVERT I CAL RO EI 8-CANT 3-DECK 4-F OODT RUCK 5-BANCO
92
CORT EAA 93
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CORT EBB
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CORT ECC
91 97
98
99
100
Para o piso, foi escolhido um intertravado no modelo “raquete’, com a coloração avermelhada. Os bancos e os “níveis” no espelho d’água são de concreto, e os decks são feitos de madeira. Na iluminação do espaço, foi escolhida a luminária N8003, da Lumini, como pode ser visto na imagem ao lado. Essa luminária possui um design simples, que não interfere no desenho do espaço, e possui ainda um refletor, que otimiza a iluminação do espaço.
FIGURA 55: Luminária N8003. FONTE: https://www.lumini.com.br/ptBR/luz_e_arquitetura/n/produtos/n-8003slash-150-slash-1-slash-4m
101
102
9.2.
POCKET PARK RIO CLARO
103
No caso do Pocket Park da Alameda Rio Claro, o procedimento foi bem parecido com o da Rua Matias Valadão. Da mesma forma, em cima do diagrama de bolhas, uma malha foi inserida, porém, desta vez, foi escolhida uma malha quadriculada em 45°. A partir da junção das malhas citadas acima, foi adquirido um desenho, que foi se aprimorando, até chegar no desenho final do espaço. No acesso pela Avenida Paulista, existe uma área destinada á bicicletas, onde elas podem ser guardadas, e logo ao lado, uma horta vertical. Bem próximo á entrada, existe um espaço destinado á food trucks, com algumas mesas para que o público que usufruir o espaço possa se sentir mais a vontade. Ao lado da área dos food trucks, existe um respiro* do metro, que possui uma espécie de banco que o contorna, buscando trazer mais áreas onde o pedestre possa permanecer no local. No centro desse respiro existirão intervenções que poderão ser feitas por artistas, ou serem parte do acervo de algum museu ou centro cultural da região. Mais a frente, existe uma área destinada á exibição de filmes e documentários, que quando não estiver exercendo essa função, pode se tornar palco de apresentações e até o espaço para artistas de rua que se encontram no perímetro da Avenida Paulista. Marcando o meio do pocket park, existe um grande espelho d’água, feito em vários níveis, que produzem sons que abafam os carros e trazem calma para quem passa por lá. Uma escultura lúdica auxilia a marcar esse ponto central
104
do espaço, com esguichos de água, que fazem os dias quentes se tornarem mais agradáveis e até mesmo divertidos. Passando essa área, grandes canteiros com flores abraçam a banca de jornal, que antes ficava em frente ao pocket park. As pessoas que antes iam até a Avenida Paulista para comprar seu jornal ou revista, poderá ter um espaço mais agradável para leitura, criando assim, um estímulo ao uso dos espaços públicos. Logo em frente, existe uma área destinada á uma extensão dos museus e centros culturais que se encontram próximos á Avenida Paulista, onde podem ser ou não interativos com o público. Mais a frente, um espaço para equipamentos esportivos é inserido, para que as pessoas que moram no perímetro possam desfrutar e se exercitar. Logo em frente á essa área “esportiva”, existe um pergolado, que garante um abrigo das intempéries, ou um local agradável para passar um tempo.
105
B
C
8
10 11
A
1
9 13 3
2
4
5
C
7
1-BI CI CL ET ÁRI O 2-F OODT RUCKS 3-MES AS 4-CANT EI RO 5-T EL ÃO 6-BANCOS 7-DECK
ÁGUA HOSD’ PEL 8-ES URA T CUL 9-ES VA I T I 10-ÁREAEXPOS VA I PORT 11-ÁREAES ADO 12-PERGOL ORNAL 13-BANCADEJ CAL I AVERT 14-HORT
105
12
107
CORT EAA
107
109
CORT EBB
109
111
CORT ECC 111
113
114
115
10.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
116
Desde o princípio, o intuito do estudo da temática dos pocket parks foi buscar uma forma de tornar a implantação desses espaços mais viável possível na realidade paulistana. A partir desse ponto, foram levantados dados e informações que pudessem comprovar que o aproveitamento de espaços subutilizados com essas pequenas áreas verdes são importantes para o desenvolvimento da infraestrutura de lazer da cidade. Além disso, espaços como os pocket parks estimulam o coletivo e a utilização dos espaços públicos promovidos pela cidade. No decorrer do trabalho, vários terrenos foram encontrados e cogitados para a implantação dessas pequenas áreas, porém somente dois deles foram escolhidos para exemplificar e tentar sintetizar o que eles podem representar na malha urbana da cidade de São Paulo. Ambos foram escolhidos pela proximidade com o metrô, e a facilidade na questão do acesso. Pelo fato de serem grandes avenidas da cidade, tem um constante fluxo de pessoas, o que pode garantir um uso frequente de pessoas no espaço. Espaços como os pockets da Alameda Rio Claro e da Rua Matias Valadão trazem o indivíduo para o coletivo. Estimular o uso e criar um costume no dia a dia, de frequentar espaços que proporcionam uma aproximação das pessoas e um distanciamento do individual. Depois desse ano de pesquisas no assunto, acredito que a entrega desse trabalho será apenas o começo de algo que poderá se tornar parte do cotidiano dos paulistanos. Assim como os “Food parks” ou os “Parklets”, os Pocket parks podem estar cada vez mais próximos da nossa realidade.
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11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 118
AMORIM, Kelly. “Zoom Arquitetura assina projeto da Pracinha Oscar Freire, primeiro Pocket Park do país.” Disponível em: <http://au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/urbanismo/zoom-arquiteturaassina-projeto-da-pracinha-oscar-freire-primeiro-pocket-312861-1.aspx> Acesso em 27 de Maio de 2014.
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GEHL, Jan. Cidades para pessoas. São Paulo: Perspectiva, 2º Edição, 2014.
119
Gestão Urbano.“Parklets” <http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/parklets/> Acesso 01de Novembro de 2014 Instituto Mobilidade Verde. “Instituto Mobilidade Verde e Reud inauguram 1º Pocket Park na Rua Oscar Freire em São Paulo”. Disponível em: <http://institutomobilidadeverde.wordpress.com/2014/05/21/institutomobilidade-verde-e-reud-inauguram-1o-pocket-park-na-rua-oscar-freire-emsao-paulo/> Acesso em 27 de Maio de 2014. Lumini <https://www.lumini.com.br/pt-BR/luz_e_arquitetura/n/produtos/n-8003slash-150-slash-1-slash-4m> Acesso em 21 de Outubro de 2014 MARTINELLI,Miranda M. Em busca de "outros" espaços livres de edificação. 2006 Mobilize Brasil. “'Pocket park' é inaugurado nos Jardins, em São Paulo”. Disponível em: < http://www.mobilize.org.br/noticias/6396/pocket-park-einaugurado-na-oscar-freire-sp.html> Acesso em 27 de Maio de 2014. PANERAI, Phillippe. O Retorno à cidade. PROJETO, nº 173, abril 94, pp.78-82. PROCESS ARCHITECTURE. Pocket Parks. Tokyo: Process Architecture Co. Ltd, 1988, Nº 78. Sasaki. “Greenacre Park”. Disponível em: <http://www.sasaki.com/project/111/greenacre-park/> Acesso em 01 de Junho de 2014.
South American Project. “Uma cidade chamada Avenida Paulista”. Disponível em: <http://www.saproject.com.br/br/destaques/projeto-avpaulista> Acesso em 24 de Agosto de 2014
120
REID, Grant W.. From concept to form: in landscape design. New York: [s.n.], 1993. 162 p.
121
12 . LISTA DE IMAGENS 122
PÁGINA 12 FIGURA 1: Pessoas no Paley Park. FONTE: http://cidadequequeremos.wordpress.com/campus-aberto/ EDIÇÃO: Autoral FIGURA 2: Pessoas na praça da Amauri. FONTE: Autoral EDIÇÃO: Autoral PÁGINA 13 FIGURA 3 : Pessoas no Greenacre Park. FONTE: http://www.sasaki.com/project/111/greenacre-park/ EDIÇÃO: Autoral
PÁGINA 15 FIGURA 4: Desenho mostrando locais que promovem união e segregação dos usuários. FONTE: Autoral PÁGINA 17 FIGURA 5: Diagrama mostrando espaços convidativos. FONTE: http://newyork.cbslocal.com/top-lists/new-york-citys-best-little-knownparks/greenacre-park-flickr/ EDIÇÃO: Autoral PÁGINA 23 FIGURA 6; Imagem do Paley Park antigamente. FONTE: http://designenaction.gatech.edu/?p=59321
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PÁGINA 24 FIGURA 7; Imagem das mesas e cadeiras do Paley Park. FONTE: http://www.yelp.com/biz_photos/paley-park-newyork?select=E822xUdwfN2KNEMhAjVEGQ#yERlKZm9oE4IyIIMi9j-kQ PÁGINA 25 FIGURA 8: Imagem dos canteiros de flores do Paley Park. FONTE: http://www.yelp.com/biz_photos/paley-park-newyork?select=KeZHl7FSlZSjYInIAU3TkQ#Pnlx8Yu3vvoC9Ldk1KUzGA FIGURA 9: Imagem das flores dos canteiros FONTE: http://www.yelp.com/biz_photos/paley-park-newyork?select=KeZHl7FSlZSjYInIAU3TkQ#KeZHl7FSlZSjYInIAU3TkQ
PÁGINA 26 FIGURA 10; Imagem da Queda d’água. FONTE: http://thornyc.dreamwidth.org/tag/mudcub PÁGINA 27 FIGURA 11: Imagem da Loja de Petiscos. FONTE: http://www.yelp.com/biz_photos/paley-park-newyork?select=E822xUdwfN2KNEMhAjVEGQ#ANCdEwdPAp910QhXQi3jZQ PÁGINA 28 FIGURA 12: Imagem da entrada do Paley Park – Acesso e portões. FONTE: http://blogstudiog.com/2013/10/01/pocket-parks-make-their-mark/
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PÁGINA 29 FIGURA 13 e 14 – Diagramas de áreas verdes e áreas com água FONTE: http://www.pinterest.com/pin/498421883734927927/ PÁGINA 29 FIGURA 15 e 16 – Diagramas de áreas cobertas ou elementos de sentar e fluxos FONTE: http://www.pinterest.com/pin/498421883734927927/ EDIÇÃO: Autoral PÁGINA 32 FIGURA 17: Imagem do Greenacre Park. FONTE: http://www.sasaki.com/project/111/greenacre-park/ PÁGINA 33 FIGURA 18: Imagem mostrando os pergolados da entrada e da lateral. FONTE: http://www.sasaki.com/project/111/greenacre-park/ PÁGINA 34 Figura 19: Corte do Greenacre Park. FONTE: http://www.sasaki.com/project/111/greenacre-park/ FIGURA 20: Imagem que mostra os níveis da Queda d’água. FONTE: https://tclf.org/pioneer/hideo-sasaki/biography-hideo-sasaki PÁGINA 35 FIGURAS 21 E 22: Imagens mostrando o guarda corpo – banco, em dois pontos do Greenacre Park. FONTE: http://www.sasaki.com/project/111/greenacre-park/ 125
PÁGINA 36 FIGURA 23: Imagem da entrada do Greenacre Park. FONTE: http://www.roasterproject.com/2010/10/a-day-in-new-york-city-eating/ PÁGINA 37 FIGURAS 23 e 24 - Diagramas de áreas verdes e áreas com água.FONTE: http://www.sasaki.com/project/111/greenacre-park/ EDIÇÃO: Autoral PÁGINA 38 FIGURAS 25 e 26 - Diagramas de áreas verdes e áreas com água.FONTE: http://www.sasaki.com/project/111/greenacre-park/ EDIÇÃO: Autoral PÁGINA 40 FIGURA 27: Pessoas almoçando na Praça Amauri FONTE: Autoral PÁGINA 41 FIGURA 28: Piso e espelho d’água. FONTE : Autoral FIGURA 29: Passarinho se banhando na cortina d’água. FONTE : Autoral
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PÁGINA 42 FIGURA 30: Acesso á cozinha do quiosque. FONTE: Autoral PÁGINA 43 FIGURA 31: Garçom trazendo o pedido dos clientes. FONTE: Autoral PÁGINA 44 FIGURA 32: Imagem ilustrando o mobiliário da Praça da Amauri. FONTE: Autora – ILUSTRAÇÃO: Autoral PÁGINA 46 FIGURAS 33 E 34: Imagem mostrando as câmeras da Praça da Amauri. FONTE: Autoral PÁGINA 48 FIGURAS 35 E 36 – Diagramas de áreas verdes e áreas cobertas ou elementos de sentar PÁGINA 49 FIGURAS 37 e 38 – Diagramas de água e fluxos
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PÁGINA 51 FIGURA 39: Pessoas utilizando os espaços proporcionados pela Pracinha. FONTE:http://institutomobilidadeverde.wordpress.com/2014/05/21/institutomobilidade-verde-e-reud-inauguram-1o-pocket-park-na-rua-oscar-freire-emsao-paulo/ PÁGINA 52 FIGURA 40: Placa de Implantação da praça no terreno do estacionamento. FONTE: Autoral FIGURA 41: Mural de programações. FONTE: Autoral PÁGINA 53 FIGURA 42: Pessoas e os food trucks. FONTE: Autoral PÁGINA 54 FIGURA 43: Mural da artista Candy Chang. FONTE: Autoral PÁGINA 55 FIGURA 44: Área para bicicletas. FONTE: Autoral
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PÁGINA 56 FIGURA 45 e 46: Diagramas de áreas verdes e áreas cobertas ou elementos de sentar. FONTE: Zoom Urbanismo Arquitetura e Design. EDIÇÃO: Autoral PÁGINA 57 FIGURA 47: Diagramas de áreas verdes e áreas cobertas ou elementos de sentar. FONTE: Zoom Urbanismo Arquitetura e Design. EDIÇÃO: Autoral PÁGINA 59 FIGURA 48: Diagrama sobre os Parklets. FONTE: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/parklets/ PÁGINA 60 FIGURA 49 : Diagrama sobre os Parklets. FONTE: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/parklets/ PÁGINA 62 FIGURA 50 : Diagrama sobre os Parklets. FONTE: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/parklets/ PÁGINA 64 FIGURA 51: Ilustração de um pocket park localizado em São Paulo. FONTE: Autoral PÁGINA 78 FIGURA 52: Diagrama de elementos de composição do espaço. FONTE: Autoral 129
PÁGINA 81 FIGURA 53: Diagrama de bolhas na Avenida Brigadeiro Faria Lima. FONTE: Autoral PÁGINA 82 FIGURA 54: Diagrama de bolhas na Avenida Paulista. FONTE: Autoral PÁGINA 101 FIGURA 55: Luminária N8003. FONTE: https://www.lumini.com.br/pt-BR/luz_e_arquitetura/n/produtos/n-8003slash-150-slash-1-slash-4m
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