intera.com.br Ano 01 | Junho/Julho
R$ 2,00
PLATINADOS
Banda retorna após seis anos
Incarceration Novo projeto de Daniel Silva (ex-Mortificy)
o movimento hip-hop em
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1 - Thiago Hermido > Editor Chefe @Hermido | 2 - Renata Paula >Editora @rent_paula | 3 - Romahs >Cartunista | 4 - Moysés de Carvalho > Articulista | 5 - Tayana > Revisora | 6 - Lane > Fotografia | 7 Allan > função | 8 - Markeetoo > Designer @markeetoo | 9 - Stéfanie Stefaisk > Articulista | 10 - Jorge Eduardo > Articulista @jeduardodantas | Wilson Prata >Designer/Ilustrador @wilsonprata
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EDITORIAL EXPEDIENTE Idealização: Paranoise Produções
Enfim, essa é a INTERA Por dias, desde que este projeto saiu do campo das ideias e passou a tomar vida, que palavras se enumeraram para apresentar aos primeiros leitores o melhor discurso de estreia para esta publicação. Porém, após alguns minutos à frente do computador, digitando e apagando possíveis frases de efeito, nada soou mais verdadeiro do que o famoso bordão: isso é a realização de um sonho! Sonho que foi se tornando real com a entrada de cada pessoa que acreditou que este projeto seria possível. Das reuniões aos sábados à noite, das discussões via Internet, na troca de ideia, de informação, na briga ou na diversão. A verdade é que nada, nem mesmo estas palavras podem descrever o que é ver a primeira edição em nossas mãos. Estamos aqui para compartilhar, para agregar, para somar, para fazer do nosso jeito, a nossa INTERA para a música alternativa e independente de Manaus. Não somos uma casa de shows ou uma grande gravadora que descobrirá o novo sucesso, mas somos um espaço que lutará para promover e difundir o cenário musical da cidade. Viemos preencher essa lacuna, até então inexistente. Nosso compromisso é mostrar que aqui se faz música de qualidade sim, que existem talentos e uma cena como em qualquer outro lugar do Brasil. Nadamos contra as adversidades, à distância, estamos longe dos grandes centros do país. Mas quem foi que disse que é para lá que queremos ir? O grande centro é aqui! Nossa cultura, nossa realidade, nossa identidade só é possível se partir de nós mesmos. Não estamos inventando a roda, mas fazendo ela rodar. Essa é a revista INTERA. É um prazer levar um conteúdo inédito e autoral. É um prazer aceitar esse desafio. É um prazer, fazer parte da cultura dessa região. Boa Leitura! Thiago Hermido
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Editores: Renata Paula Thiago Hermido Revisão: Tayana Martins Comercial/Publicidade & Marketing: Bruno Uchôa Samyra Mesquita Colaboradores: Allan Gomes (texto) - Carol Azulay (arte final) - Fábio Gomes (texto) - Jorge Eduardo Dantas (texto) Lane Lima (texto) - Luana Záu (fotografia) - Moysés de Carvalho (artigo) - Rodolfo Pongelupe (fotografia) - Rogério Mascarenhas (quadrinhos) Thiago Silva (texto) - Wilson Prata (ilustração) Diagramação / Design Editorial: Janaína Pongelupe Marcos Silva Circulação: Augusto Nunes Financeiro: Aline Castelo Branco
UIN DO RU DESCONSTR MUSICAL
A REALIDADE DEE Por Moysés Carvalho A NA.AAdeCCID DEE D AD ID Ex-baixistaNdas bandas Fábrica
Rock, Belladona, Soda Billy. Atual baixista da banda Mezatrio. Mestrando em Direito Ambiental e advogado atuante na área de Propriedade Intelectual. Desconstruindo a realidade musical na cidade de Manaus Fui convidado a participar desta interessante iniciativa que buscar Fui convidado discutir a música, ae participar suas dificuldesta dades, no interessante contexto da iniciativa capital do buscarbrasileiro discutir a–música e maiordeestado a cidade suas dificuldades, no de Manaus, ainda no início descontexto da capital do maior te ano. Posso dizer que, além de estado brasileiro – a cidade de amante da música, já vivi Manaus, ainda no iníciomuitas deste das ano. suas Posso facetas - que, sobrevivi de dizer além de música, tocando de bar em bar, diaamante da música, já vivi riamente, nadas banda muitas suasBelladona, facetas - nas música(prioritariatocando quaissobrevivi tocava de covers de pela bar em bar, diariamente, mente, demanda do mercado na banda Belladona, nas toe necessidade de satisfazê-lo); quei quais jazz etocava blues, covers além de músicas (prioritariamente, pela autorais com a Soda Billy; trabalhei demanda do mercado e na organização no All necessidadededeeventos satisfazê-lo). NightToquei (podendo as razões Jazzenxergar e Blues, além de do outro lado,autorais o do investidor) e em músicas com a Soda outras iniciativas próprias comnaparBilly. Também trabalhei ceirosorganização do cenário de alternativo; entre eventos no Alloutros Night (podendo enxergar muitos projetos paralelos. as razões do final outrodo lado - o do Contudo, na reta curso de investidor) e emaoutras direito fui obrigado tomar uma iniciativas próprias decisão pela qual passamcom a maioria parceiros do cenário alternados músicos da cidade: continuar tivo, entre outros projetos ralando de domingo a domingo, e paralelos. sem nenhuma estabilidade, atrás do sonho de viver dignamente Contudo, na reta final do da arte curso ou colocar os pés chão e de Direito fui no obrigado dedicar-se a uma decisão, carreira tradicioa tomar como acontece com a maioria dos nal, como a de advogado? Como músicos daoptei cidade: muitos amigos, pelacontinuar segunda, de domingo a certamuitoralando mais fácil e cômoda, domingo, sem nenhuma mente. estabilidade, atrás do sonho Assim, naquele momento, comecei de viver dignamente da arte a largar a noite,osmas largar ou colocar péssem no chão e a música. Como? Em meucarreira trabalho de dedicar-se a uma conclusão de curso tradicional, comoescrevi a de sobre as conexões entre a musicalidade advogado? Como muitos
e a dignidade da pessoa humana, a liberdade de expressão e possibilidade de proteção ao patrimônio cultural de grupos diferenciados da sociedade nacional através da proteção jurídica de sua musicalidade. Para encurtar a narrativa, acabei saindo da Belladona e da Soda Billy e me dedicando a advocacia, como modo de subsistência. Atualmente sou baixista da banda Mezatrio, que possui uma agenda de shows bem espaçada, e foca sua proAssim,em naquele momento, dução composições autorais. comecei a largartive a noite, mas de Como advogado, o prazer sem largar a música. Como? realizar um sonho que acompanhou Em meu trabalho de toda minha história como músico – conclusão de curso escrevi uma liminar que impede a OMB/AM sobre as conexões entre a (Ordem dos Músicos do Brasil secmusicalidade e a dignidade –da cional Amazonas) carteira pessoa humana, aa cobrar liberdade dedemúsico e/ou efiliação a todos os expressão possibilidade músicos do estado. É neste lado do de proteção ao patrimônio cultural gruposque diferenciacampo dade batalha espero ser dos da sociedade nacional útil agora. da proteção jurídicaacima Asatravés experiências narradas de sua musicalidade. auxiliarão os debates que serão propostos nesta coluna, onde a Para encurtar a narrativa, idéia principal analisar de forma acabei saindoéda Belladona e realista, a situação música, prinda Soda Billy e medadedicando cipalmente a autoral, em Manaus. a advocacia, como modo de Temas como direitos autorais, subsistência. Atualmente sou liberdade ordem dos baixistade daexpressão, banda Mezatrio, que possui uma agenda de refemúsicos, pirataria e mercado, shows na bem espaçada e foca renciais discussão sobre cultura produção em e sua musicalidade, serão discutidos a composições partir de umaautorais. abordagem crítica dos fatores que exercem pressão Como advogado, tive o prazer sobre a musicalidade, suas intede realizar um sonhoeque rações. acompanhou toda minha Questões jurídicas, história como músicoeconômicas, – uma geográficas, culturais,a Ordem políticas e liminar que impede artísticas entrelaçam-se dos Músicos do Brasil – e criam Amazonas a cobrar uma situação(OMB/AM) única e cheia de pecarteira de em músico e/oucidade. Só culiaridades nossa filiação a todos os músicos do poderemos vislumbrar mudanças estado.quando É nesteaslado do práticas descortinarmos, campo da batalha que espero sem inocência ou romantismo, atuser útil agora. ando de forma direta como atores desconstruindo, para em seguida reconstruir uma nova realidade.
Contato: twitter.com/moysesacarvalho POR MOYSÉS A. DE CARVALHO moysesdecarvalho@gmail.com Ex-baixista das bandas Fábrica Rock, Belladona, Soda Billy. Atual baixista da banda Mezatrio. Mestrando em Direito Ambiental e advogado atuante na área de Propriedade Intelectual
As experiências narradas neste texto auxiliarão os debates que serão propostos nesta coluna, onde a ideia principal é analisar, de forma realista, a situação da música, principalmente a autoral, em Manaus. Temas como direitos autorais, liberdade de expressão, ordem dos músicos, pirataria e mercado, referenciais na discussão sobre cultura e musicalidade, serão discutidos a partir de uma abordagem crítica dos fatores que exercem pressão sobre a musicalidade e suas interações. Questões jurídicas, econômicas, geográficas, culturais, políticas e artísticas entrelaçam-se e criam uma situação única e cheia de peculiaridades em nossa cidade. Só poderemos vislumbrar mudanças práticas quando as descortinarmos, sem inocência ou romantismo, atuando de forma direta como atores desconstruindo para em seguida reconstruir uma nova realidade.
CONTATO: twitter.com/moysesacarvalho moysesdecarvalho@gmail.com
amigos optei pela segunda, muito mais fácil e cômoda, certamente.
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FROM HELL
Desde 2000 que você toca e compõe com a Mortificy. O que te levou a criar um projeto inteiramente solo? Sem dúvidas minha necessidade de continuar me expressando musicalmente, independente das circunstâncias. No início, não pensei que seria um projeto solo. Fiz uma composição sozinho e apresentei para algumas pessoas na intenção de formar uma banda, mas percebi que não estávamos no mesmo clima. Optei por levar o Incarceration sozinho mesmo. O processo de criação/produção é completamente diferente, afinal não há ensaios, não há socialização nem troca de ideias. O Incarceration iniciou as atividades no início deste ano. Após dois meses de dedicação, finalizei a primeira composição intitulada “Sacrifice”. Com uma semana de divulgação, havia recebido proposta de gravadoras de três países diferentes. Estou na correria para finalizar mais composições e lançar a primeira demo com previsão para este segundo semestre. Anteriormente, o som da Mortificy era mais voltado para o chamado Brutal Death Metal. Na veia de bandas como Krisiun, Nephast, Suffocation, esse tipo de som reflete no Incarceration? Apesar de ambas serem bandas de Death Metal, a proposta, tanto musical quanto lírica, é bem diferente entre o Mortificy e o Incarceration. O som do Incarceration é o mais puro 6
Death Metal, se assemelha mais a bandas como Entombed, Malevolent Creation, Monstrosity, Unleashed, entre outras. Muitos riffs venenosos, passagens mórbidas, vocal ultra gutural e convites a bater cabeça do início ao fim. Qual a sua relação com a cena Brutal Death Metal atualmente? Essa nova abordagem sonora faz parte de um processo evolutivo? Estou bem ausente dessa cena. Na época das cartas sociais, mantive contato com todas as bandas nacionais que contribuíam com a cena: Mental Horror, Rebaelliun, Abhorrence, Krisiun, Nephasth, Queiron, Funeratus, entre outras. Hoje tenho me limitado aos contatos do Myspace, as amizades sólidas que construí no underground. Em 2007, fiz uma turnê como tour manager do Violator, passei por nove países da América do Sul e pude conhecer a cena underground latina. No meio deste ano, vou viajar com eles para Europa. Sobre a abordagem sonora, não sei se faz parte de um processo musical evolutivo, mas penso que não, afinal de contas as influências do Incarceration são principalmente de bandas que tiveram auge há duas décadas. Amadureci muito nestes últimos anos e isso se refletiu diretamente na música, principalmente nas letras. Sobre o conceito, Incarceration significa aprisionamento. As músicas são fruto da minha indignação em relação a este caótico cotidiano urbano suicida no qual estamos encarcerados e somos obrigados a nos submeter, se quisermos viver com dignidade e construir um futuro saudável. Na página do MySpace são citadas várias bandas de Death Metal Sueco. Tem alguma banda ou artista que influencie o Incarceration?
T. SILVA
Das profundesas dos vales incendiados do Amazonas Daniel Silva, um dos fundadores da Mortificy e responsável pela extinta produtora Amazon Blood, fala um pouco sobre seu mais novo projeto – o Incarceration.
Entre palhetadas e baquetadas um registro sobre o metal da região.
Entre projetos e sonhos
Sim, o Incarceration deixa bem explícito suas influências que vão desde as velhas grandes bandas de Death Metal sueco, passando pelas americanas e um pouco pelas brasileiras. Posso citar Entombed, Unleashed, Vomitory, Death Breath, Grave, Dismember, Kaamos, Interment, Uncanny, Headhunter DC, Sepultura (dos velhos tempos), Monstrosity e outras bandas clássicas do Metal da Morte.
www.myspace.com/incarcerationdeath incarcerationdeath@hotmail.com
T. Silva abril 2010
Lançamentos e dicas pra você ficar ligado no que ferve por aqui.
O Rock que o Brasil não Viu
ESPIA Com pouco tempo de estrada a
é um documentário local sobre o cenário musical da cidade. Direção de Bosco Leão e Caio De Biasi e co-direção de Clovis da Matta.
banda Insônia meteu a cara no estúdio e lançou este ano a primeira demo intitulada “Rua das Árvores”.
Sandro Nine, Paulo Shirokuma e Sandro Augusto lançaram o blog
“Melhor DeixarPra lá” é o título que
manifestorockunderground. blogspot.com, um
verdadeiro registro diário das atividades locais.
Na “Primeira Marcha” a banda Malbec
alavancou o trabalho para o público que já conhecia os músicos em shows nas casas noturnas da cidade.
Referência no rap local de qualidade,
“A ideia não morre”, é o nome do primeiro CD do grupo Cabanos.
O hard rock do projeto que usa curioso símbolo 00:00 poderá ser conferido no primeiro CD com registro das seis músicas idealizadas pelos músicos Elias Ferreira e Moisés Martins. Quer ver seu material aqui? Envie para Endereço que vai estar escrito aqui, 123 - Cachoeirinha ou revistaintera@gmail.com
marca a primeira demo da banda Tetris, que pousou em Manaus após shows pelo norte do país.
Oito músicas
curtas e diretas formam suficiente para compactar a realidade grunge do primeiro CD da banda Seaside.
Após dois anos de preparo e muito
ensaio, os membros da banda Ed Ondo tiraram do forno um EP com cinco músicas próprias.
Com temática totalmente regional o single “Filhos dos Manaós” da banda de Thrash Groove Metal Necroblood foi lançado em maio de 2010 com exclusividade para a Radio Vertical.
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POR CIMA
DA BATIDA
Um desafio: narrar a história do movimento hip hop em Manaus em apenas duas horas. O desafiado: DJ Marcos Tubarão.
NOME DO FOTÓGRAFO
Foi assim, em uma tarde de sábado, entre em evento e outro realizado pelo Coletivo Difusão, do qual o DJ é integrante, que tivemos uma conversa sobre o histórico e o desenvolvimento da cultura hip hop na cidade.
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A história do movimento hip hop em Manaus
Allan Gomes
Durante uma caminhada pelo Centro de Manaus, Marcos Tubarão, uma das figuras-chave da cultura de rua da capital amazonense, descreveu o embrião do movimento nos anos 80, seu fortalecimento e consolidação, nos 90, até o atual estágio de pulverização. Para compreender a consolidação do Hip Hop no Brasil é importante repensar a ideia de que do movimento surgiu em São Bento-SP. No início dos anos 80, jovens do Paraná, Amazonas e em diversos estados já dançavam break ao som de ritmos como miami, funk, eletro rock e rap. Influenciados pelo cinema como nos filmes “Wild Stile”, “Breaking” e “Beat Street” - o primeiro a trazer os quatro elementos da cultura, o hip hop surgiu principalmente como uma moda entre essa juventude, apresentando
um novo jeito de se vestir, de falar, e assim como o rock brasileiro, servia
Nos anos 80 o Rap era chamado de “break falado”. de válvula de escape para uma parcela da sociedade que necessitava de meios de expressão. Em Manaus, na metade dos anos 80, vários adolescentes embalados pela onda break, passaram a se reunir para ouvir o “break falado” (gíria da época) e compor coreografias para disputar concursos em casas noturnas. Os principais foram realizados no Sheik Club e no Bancrevea. No final dos anos 80 e início dos 90, foram organizados os primeiros bailes de rap na cidade, utilizando
A coletividade na independência Por Stéfanie Stefaisk Gostar de arte alternativa é uma questão árdua não somente para seus apreciadores, mas também para os artistas. Por falta de apoio e investimento das grandes produtoras, eventos nesta vertente ocorrem com pouca freqüência, limitando assim as ocasiões em que o público pode apreciar espetáculos independentes, não voltados para a grande massa.
produz grandes eventos, como o Grito Rock Manaus, já em sua terceira edição em 2010. Criado em Londrina (PR), hoje já conta com 46 unida2006, o coletivo iniciou com oito des em 23 estados, organizando 59 pessoas em seu núcleo durável,festivais, como o Grito Rock América do mas atualmente, outras 15 pesSul. Em 2010, o festival foi realizado em soas contribuem e participam do 74 cidades, sendo quatro deles em projeto, em ações específicas. As cidades da Argentina, Bolívia e Uruguai. atividades do Difusão conseguem São aproximadamente 500 grupos reunir atualmente mais de 50 ligados à organização, todos com o ideal artistas de diversos segmentos. de unir os pequenos, a fim de realizar grandes ações. Vale ainda ressaltar a web Segundo Caio Mota, membro do como grande aliada dos artistas nesta Coletivo Difusão, artes integradas empreitada. e comunicação/mídia são os dois
A fim de solucionar este problema, pontos específicos que norteiam E como grande centro, Manaus aderiu à artistas resolveram, literalmente, as atividades desenvolvidas pela “colocar a mão na massa”. Sem o organização. É o conceito basetendência. Apesar de existirem três coletivos na cidade, o mais atuante é o glamour dos holofotes, passaram de “arte para fomentar a cultura”. Difusão, que produz grandes eventos a distribuir entre si as funções dos Outro grande projeto do coletivo é como o Grito Rock Manaus, já em sua bastidores, incluindo as de roadie, o “Até o Tucupi”, uma ação de artes terceira edição em 2010. Criado em office boy, eletricista e bilheteria, integradas tendo a música como tudo para que o cenário indepenponto principal, já desenvolvido2006, o coletivo iniciou com oito pessoas em seu núcleo durável, mas atualmente, dente ganhasse nova vida e os há três anos. Este ano, o projeto outras 15 pessoas contribuem e particiespetáculos, enfim, sePOR tornasse transformará no “Festival Até o STÉFANIE STEFAISK sem eventos mais comuns. Assim Tucupi de Música Independente”, pam do projeto. As atividades do Difusão nasceu em 2005, no estado que segundo Caio, questem a expecGostar do de arte alternativa é uma conseguem reunir atualmente mais de 50 Mato Grosso, o primeiro de ser para inserido na rota dos tãocoletivo árdua nãotativa somente seus artistas de diversos segmentos. brasileiro, denominado Circuito circuitos de festivais independenapreciadores, mas também para os Acompanhe Fora do Eixo. O que começou Brasil. artistas.como Por faltates de do apoio e investimenSegundo Caio Mota, membro do Coletivo uma parceria entre ações de produtores tos das das grandes produtoras, eventos Difusão, artes integradas e cidades de Cuiabá (MT), Rio Branco o Difusão com não para por ai. comunicação/mídia são os dois pontos nesta vertente E ocorrem pouca (AC), coletivos Uberlândiapor (MG) freqüência, e Londrina limitando Os projetos de expansão, específicos que norteiam as atividades assim são as ocasiões (PR), hoje já conta com 46que uni-o públicotanto local quanto nacionalmente. em pode apreciar espetádesenvolvidas pela organização. É o meio do dades em 23 estados,culos organizando “Nosso maior desafio é expandir as independentes, não voltados para conceito base de “arte para fomentar a 59foradoeixo.org.br. festivais, como o Grito Rock ações para o interior do Amazonas a grande massa. cultura”. Outro grande projeto do coletivo América do Sul. Em 2010, o fese estamos trabalhando para isso é o “Até o Tucupi”, uma ação de artes tival foi realizado em A 74 fim cidades, ser umaeste realidade ainda este ano”, de solucionar problema, integradas tendo a música como ponto sendo quatro deles em cidades da afirma Caio. A sociedade alternaartistas resolveram, literalmente, “coloprincipal, já desenvolvido há três anos. Argentina, Bolívia e Uruguai. São tiva agradece. car a mão na massa”. Sem o glamour dos Este ano, o projeto se transformará no aproximadamente 500 grupos holofotes, passaram a distribuir entre si “Festival Até o Tucupi de Música Indepenligados à organização, todos com o SUGESTÃO DE BOX: as funções dos bastidores, incluindo as dente”, que segundo Caio, tem a expectaideal de unir os pequenos, a fim de de roadie, office boy, eletricista e realizar grandes ações. Vale ainda MACACO BONG E AUTORAMAStiva de ser inserido na rota dos circuitos bilheteria, tudo para SHOW que oNOcenário ressaltar a importância da web FAZEM FESTIVAL de festivais independentes do Brasil. independente ganhasse nova vida os BARCEcomo grande aliada dos artistas PRIMAVERA SOUND,e EM se (ES).(poderíamos tornassem even-fazer um E o Difusão não para por ai. Os projetos nesta empreitada. espetáculos, enfim, LONA tos mais comuns. Assimboxnasceu em estassão de expansão, tanto local quanto pequeno associando no estado do Mato Grosso, nacionalmente. “Nosso maior desafio é E como grande centro,2005, Manaus bandas que atuam nos ocoletivos e primeiro coletivo brasileiro, denominado expandir as ações para o interior do aderiu à tendência. Apesar de que agora estão participando de Circuito Fora do Eixo. Amazonas e estamos trabalhando para existirem três coletivos na cidade, festivais internacionais). isso ser uma realidade ainda este ano”, o mais atuante é o Difusão, que O que começou como uma parceria entre afirma Caio. A sociedade alternativa produtores das cidades de Cuiabá (MT), agradece. Rio Branco (AC), Uberlândia (MG) e abril 2010
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A platina vai colar novamente Após seis anos do término da Platinados, a banda volta ao cenário de música baré com nova formação, novas músicas, nova postura e com a certeza de um novo recomeço de trabalho.
anos só era possível assistir às performances iggypopianas de Clóvis Rodrigues, líder do grupo, em pequenas apresentações anuais, quando rolavam. Porém, há seis meses, desde o “Revival Platinados” em novembro do ano passado, Clóvis retomou a idéia de voltar aos palcos. Desta vez, não apenas para reviver uma época área para banda - como costumava fazer em reuniões de comemoração -, mas pensar em um recomeço, com novas músicas, novos integrantes e uma postura mais madura.
FOTOS: RODOLFO PONGELUPE
E é isso que um dos vocalistas mais conhecidos de Manaus contou em entrevista a INTERA, num, literalmente, bate-papo de mesa de bar, no Bar do Armando. Ele falou da volta da banda, de um novo disco e como será o futuro da Platinados. Com vocês, Clóvis Rodrigues: Por que voltar com a Platinados após seis anos, o que influenciou essa decisão?
Clóvis Rodrigues, Amauri Frazão e Augusto Nunes
O
que esperar de uma banda com o nome Platinados? Banda que por anos agitou um cenário de música autoral em Manaus, na década de 90, e que reuniu fãs fiéis, que cantavam todas as letras e faziam do Mactosh, um dos espaços mais nostálgicos do rock ‘n’ roll baré, a referência musical do que aconteceu nas noites da cidade.
A casa de show fechou, a banda acabou e durante longos seis
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Porque tinha que continuar com algum trabalho musical e, o que estava mais próximo, era a Platinados. Antes do fim da banda, em 2004, uma galera esperava o lançamento de novas músicas, o que não aconteceu. Não queria que esse trabalho fosse arquivado ou virassem apenas registros de uma época, então, tinha que ser a Platinados. Você pensou em voltar à música com uma nova banda, assim como foi a Tucumanos?
“
“
bate-papo com personalidades da cena cultural amazonense
Ninguém é mais menino que só quer saber de putaria
Na verdade, eu tenho um outro projeto musical chamado Churrasco de Gato, mas é uma daquelas bandas que só ficam em ensaio. Assim como a Platinados e a Tucumanos, tratase de um projeto com um repertório autoral formado com referências de samba. Mas nada tão concreto como a Platinados, que hoje tem 12 músicas gravadas por exemplo. Músicas novas? São músicas de várias épocas: do final da Platinados, do auge da banda e também canções mais recentes, gravadas no início do ano. Estamos em fase de pré-produção e, das 12 músicas, as que ficarem melhores irão compor o disco. Não quero voltar sem ter nada nas mãos e é esse disco que vai impulsionar o nosso retorno, até gravar um CD mais completo. E como é reunir músicas de diferentes épocas sem deixar a essência característica da Platinasdos de fora e, ao mesmo tempo, trazer novidades para o trabalho? Na verdade a forma de compor continua a mesma, mas para que o trabalho soe diferente, os músicos da banda são fundamentais, por isso conto muito com eles nesse processo. Um exemplo foi quando gravamos “Boemia nuclear”, pelo Valores da Terra. A música é um sambarock, mas na época a galera pirou: “Pô Clóvis, ta virando pagodeiro?!”, quando na real, apesar da batida diferente, a forma de cantar e se expressar era da Platinados. E essa diferença também será vista nas letras da banda?
No início a Platinados era discriminada porque as letras eram bem escrachadas, com muitos palavrões, mas se for contar quanto palavrões falamos numa mesa de bar... Eu só estava sendo natural na hora de cantar. Claro que as coisas mudam, agora estou mais brando, com novas propostas. Ninguém é mais um menino que só quer saber de putaria. Tem músicas do início da banda que parei tocar por que não fazem mais sentido, são muito imaturas. O que eu posso adiantar é que continuou falando o que eu vejo. Como anda o processo da banda com a entrada de novos músicos e o fato de que agora, só restou você da formação original? O Amauri Frazão (Underflow) já tocou em outras formações da Platinados, o Guto, como já tocava com ele, ficou mais fácil convidar. O Leo que foi difícil porque é um cara muito ocupado e toca em outras bandas. Mesmo assim, lancei o convite e fiquei no aguardo. Aí ele topou. A princípio, era apenas para o “Revival Platinados”, mas estamos aí com o cara, cozinhando ele em banho Maria. O que eu posso falar é que agora eu sou o cara mais “fanta” da banda, porque essa galera manda muito bem, a banda está bem entrosada, apesar da falta de tempo de cada.
no chão e o nosso principal instrumento para esse retorno é o legado que deixamos, meio que um knowhow que adquirimos. Por isso, estamos colhendo o que plantamos. Uma das coisas que despertou foi a Ilharga, comecei a ir para show de novo, ouvir bandas novas, até para sacar o que está rolando na cidade. Hoje vejo que a galera que produz show é mais organizada. No fundo só vamos saber do resultado com o tempo. A volta da Platinados é algo certo, CD pela frente, shows, o que esperar para o futuro da banda? Em primeiro lugar quero gravar esse disco e depois produzir alguns eventos para divulgar o novo material. Ainda não sei com qual nome batizar, pensar em um título a gente sempre pensa, mas ainda não bati o martelo. Lembro que em 2004, no último ano da banda, quando compomos a “Cafeína” e “Belle Epoque noise”, o disco ia se chamar ““Belle Epoque”, só que era um outro momento. No momento atual, encaro a volta da Platinados como um recomeço, um novo momento.
Hoje a Platinados volta em outro contexto, diferente da época em que fazia shows. O que muda na postura da banda para esse “novo cenário”, com novo público, novas bandas? Eu penso que a banda está mais pé
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PERFIL
conheça quem contribuiu e contribui para a cena independente de Manaus
FIGURA DO
ROCK
“A grande diferença é que hoje eu sou mais político que roqueiro”
É desse modo que Edílson Seta, 43, define seu momento atual. Vocalista da
Olhos Imaculados, uma das mais importantes bandas da cena rock amazonense desde 1998, nos últimos meses Seta se prepara para o desafio mais ambicioso de sua carreira: lançar os três livros, que está escrevendo simultaneamente: “O Vaticínio”, “Mafalda” e “O Desgosto Profundos dos Pais”. Os dois primeiros devem sair antes e tratam, respectivamente, de magia vermelha e tratados de magia para o amor; e o segundo, sobre os anjos que visitaram a cidade bíblica de Gomorra. “Todo mundo conhece os anjos que visitaram Sodoma, então resolvi falar daqueles das quais ninguém conhece”, disse o Seta-escritor, que já colaborou, em forma de texto e pinturas, para revistas literárias como a Sirrose. “O Desgosto...” será “sobre o cotidiano de um galeroso, viciado em pasta base de cocaína, que se mete com os que não tem nobreza”, explicou. Além da dedicação à literatura, Seta faz questão de ressaltar que tem ligações fortes com a política: um de seus grandes temas – a mobilização em prol da manifestação artística e cultural – é sua grande plataforma política na vida. “As pessoas têm que entender que se organizando em associações terão condições de reivindicar melhor os 12
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seus direitos”, explicou. Pode até não parecer, mas a Olhos Imaculados não acabou. O grupo, que da formação original mantém apenas, além de Seta, o bateirista Ciro Jamil, se apresenta apenas onde possa mostrar seu repertório autoral – local raro hoje em dia em Manaus. “As casas e bandas estão muito comerciais. As bandas só tocam o que a galera quer”, disse Edílson. Das novas bandas, ele destaca “Os Selvagens” e “Ilharga”, as quais lhe provocam comoção. “Sem elas, acho que o rock em Manaus estaria morto”, observou. Ele ainda sai para assistir bandas e não tem paciência para a Internet. “Ainda assisti a alguns vídeos da Hypnose no Youtube, mas foi só. Sou da época do DVD e acho que o grande lance está em cima do palco, com você tocar bem, cantar bem e ter boas músicas”, afirmou. Seta contou ainda que não tem renda fixa – faz bicos aqui e ali e volta e meia arranja algum emprego estável. Sua carteira de trabalho foi assinada pela última vez em julho de 2007, quando foi contratado pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) para ministrar aulas no curso de Filosofia. Dois anos depois, sairia da instituição após cumprir o tempo máximo de contribuição de um
professor temporário. Na mesma época, veio o corte dos famosíssimos dreads, que, pintados eventualmente de vermelho, lhe valeram fama nos áureos tempos do rock do estado. Assim que cortou o cabelo, Seta foi entrevistado por um programa de TV que popularizou seu novo look de cabelos mais comportados. “Já vinha pensando no corte e tirei sem crise nenhuma. Mas muita gente comentou” comentou. Planos para o ano que vem? “Se não estiver no meu próprio gabinete de deputado estadual, vou estar no gabinete de alguém, trabalhando com o que sempre fiz: a mobilização cultural e comunitária”, disse.
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Jorge Eduardo
VELUDO BRANCO = ROCK’N’ROLL
THIAGO HERMIDO
É
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Legenda da foto
SAULO OLIVEIRA
uma honra para mim o convite para ter uma coluna “Som do Norte” na INTERA, e também uma alegria atender ao pedido do Thiago Hermido para escrever sobre a banda Veludo Branco, de Roraima. Primeiro, porque assim a publicação mostra logo que não irá se restringir tematicamente ao Amazonas; segundo, porque a Veludo é até agora a única banda de rock do Norte que eu assisti em Porto Alegre - foi na capital gaúcha, por uma incrível coincidência, que iniciou a turnê do CD Veludo Branco Rock’n’Roll, apoiado pelo blog Som do Norte. O power trio formado por Mr. Gonzo (vocal e guitarra), Mirócem Beltrão (baixo) e Cesar Matuza (bateria) fez o show principal de Las Quartas Locas del Dr. Jekyll, num dos bares rockers mais tradicionais da cidade, em 17 de março deste ano. Também tocaram as bandas
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SAULO OLIVEIRA
Por Fabio Gomes r www.somdonorte.com.b
Monstro Motor e Robô Gigante (esta tendo por baixista um nome histórico do rock gaúcho, Flu, exDeFalla). Com toda certeza, posso dizer que a Veludo foi disparada a melhor da noite, fazendo o que defini como um senhor show de rock and roll!!, na resenha publicada em http://somdonorte.blogspot. com/2010/03/foi-show-veludobranco-em-porto-alegre.html. Menos de um mês depois, em 9 de abril, a Veludo tocou na abertura do show de Blaze Bayley na Cervejaria Fellice, em Manaus. Devido ao atraso na passagem de som, que não lhe foi compensado, a banda só teve 15 minutos de palco, o que deixou o público presente perplexo, segundo me contou Mr. Gonzo; muita gente depois foi elogiar e tirar fotos com a banda. O trio pretende voltar logo a Manaus para mostrar o novo show completo, e quem sabe repetir as memoráveis performances no Vitrola em 2007 e no Grito Rock Manaus 2008 - desta, Mr. Gonzo recorda como “Visceral demais”. A Veludo Branco estará no Festival Quebramar, em Macapá, em julho, quando também terá seu CD como “Disco do Mês” Som do Norte. Você já pode baixá-lo em www.palcomp3. com.br/veludobranco.
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Qua é a da Música Eletrônica? Por Lane Lima
A
cena de música eletrônica em Manaus está prestes a completar uma década de batidas fortes e aceleradas, assim como a evolução do estilo na cidade. O marco, ou o divisor de águas, aconteceu em 2001, com a Ecosystem 1.0 - uma criação de Carlos Soul Slinger (brasileiro radicado em Nova York) - que trouxe para a capital amazonense um festival lendário que rolou durante quatro memoráveis dias (2 a 5 de agosto), na Cachoeira Alta do Tarumã. Para DJ Kimo, na época vocalista da banda Scrum (atual Jarakillers) e conhecido por movimentar o cenário rock baré, o evento foi crucial para o desenvolvimento de um novo público mais atualizado com o que acontecia mundo afora. “Acredito que foi uma mudança de água para vinho em Manaus. Nessa época, nem sabia diferenciar techno de drum`n`bass e trance”, declara. “A Ecosystem trouxe esse sentimento para mim e acredito que para muita gente. Posso dividir minha vida em duas partes: antes e depois Ecosystem”, afirma o DJ. Ninguém acreditava que, no meio da Amazônia, aconteceria um festival que reuniria gente de todo o planeta, de todos os estilos, diferente culturas, mas com uma só ideia: Vivenciar, por meio de BPMs mais ou menos acelerados, uma contracultura contemporânea que muitos ansiavam por essas bandas do País. Grandes nomes deixaram sua marca no evento. Afrika Bambaataa (DJ e pai do Hip Hop), J.J. Frost, DJ Ken Ishi, e brasileiros consagrados como Renato Cohen, Renato Lopes, Drumagick e muitos outros nomes nacionais e internacionais estiveram presentes. Contudo, a festa também teve outra finalidade. Inserir um novo conceito unindo a modernidade da e-music com noções de sustentabilidade e direitos humanos. De lá para cá, a maioria das festas organizadas em Manaus tinha uma temática que ia além da diversão. Produtoras e núcleos foram surgindo, muitas festas open air e indoor passaram a acontecer com frequência, trazendo artistas de todo o mundo. A mudança aconteceu em diversos aspectos. O clube Hype, frequentado por todos os amantes da música eletrônica no início da década, era um exemplo de como a música transformou até mesmo a maneira como as pessoas se vestiam para a balada. Acessórios, muita cor e estilo eram 14
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predominantes. A casa teve grande parcela para esse intercâmbio cultural. DJs de diversas vertentes do trance, house, techno, drum’n’bass como Rica Amaral, Feio, Patife, Marky e Anderson Noise fizeram ferver a pista do clube. Cezar Dantas, DJ que atua desde o auge da dance music, afirma que de 2000 para cá houve grandes mudanças e todas para melhor. “O estilo teve crescente aceitação do público notívago e os tornaram até mais exigentes em todos os quesitos, principalmente na música. Hoje as pessoas conhecem mais e levam em consideração fatores como bar, estacionamentos, seguranças, produção geral”, declara Cezar. Em 2003 surgiu a Pororoka Music, uma das pioneiras em baladas open air, o Club OHM e a Amazontribe, que
existe até hoje e atua, principalmente, em eventos de trance. “A Amazontribe fez duas grandes festas em Presidente Figueiredo, trazendo os artistas israelenses, alemães. Em 2007 houve a ‘Amazontribe Festival’, cinco dias de festa sem parar numa fazenda na estrada para Balbina”, lembra Kimo. Sem esquecer de eventos como o Manaus Beats, promovido pela Fábrica de Eventos, responsável por, anualmente, fazer tremer as estruturas do Píer do Tropical Hotel. Em 2008 e 2009 foram criados mais dois núcleos de música eletrônica em Manaus, a Psy Plur e Psybrothers, que promovem baladas exclusivamente de psytrance, muito forte na cidade. E para quem curte outros estilos (isso mesmo, Manaus já tem até públicos diferentes para cada segmento!), surgiu a Seven Entertainment, que não
mede esforços para oferecer o máximo em produção. Esse ano a empresa trouxe para a cidade a renomada dupla Dnox & Beckers, Tocadisco, entre outros artistas que hoje incluem o Amazonas em suas turnês mundiais. Hoje, o manauense não tem desculpa para não sair de casa. Locais como Café Cancun, Cabaret, Eckolounge, Tropical Club e Music Nuit não deixam a desejar e buscam oferecer o que tem de novidade mundialmente. E se ficar atento, pode curtir labels como Pacha, Space Ibiza, Warung, as quais Manaus está no roteiro. Open air ou indoor, after hours ou ficar do começo ao fim, é só uma questão de escolha!
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MOSAICO
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