Mercado de Trabalho na Região Metropolitana da Baixada Santista

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EXPEDIENTE — Idealização do Projeto Baixada Santista 2021: Instituto Metropolitano de Pesquisas Acadêmicas e Consultoria Técnico-Operacional (Impacto) Produção de Conteúdo/Análise : R. Amaral & Associados — Consultoria, Pesquisas e Análise de Dados Equipe Técnica: Rodolfo Amaral e Verônica Mendrona (jornalistas); Rubens Mendrona Filho (administrador de empresas) Fontes de Informação: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério da Previdência Social; IBGE, Banco Central do Brasil; Secretaria de Estado da Fazenda de São Paulo e Fundação Seade


Í N D I C E

DESAFIOS & PERSPECTIVAS

04

CENÁRIOS APURADOS NA DÉCADA

06

SERVIÇOS LIDERAM O MERCADO

08

OCUPAÇÃO MANTÉM TAXA DE 3,7%

10

BAIXADA GERA PREJUÍZOS À PREVIDÊNCIA

12

ESCOLARIDADE FORTALECE RENDIMENTOS

14

INDÚSTRIA RETÉM NÍVEL DE CONSUMO

16

REGIÃO REVELA BOM NÍVEL DE POUPANÇA

18

POPULAÇÃO VAI EXIGIR MAIS VAGAS

20

JUVENTUDE AGUARDA PREPARAÇÃO

22


INTRODUÇÃO

DESAFIOS & PERSPECTIVAS Desafio será conciliar desenvolvimento organizado e demandas sociais

04


A Região Metropolitana da Baixada Santista iniciou uma nova década com uma forte expectativa de desenvolvimento econômico e de geração de oportunidades de trabalho. O anúncio das descobertas de petróleo e de gás na Bacia de Santos e a divulgação do Plano de Negócios da Petrobras para o período de 2010/2019 contribuíram de maneira decisiva para a formação deste cenário. Ao entusiasmo ligado à futura produção petrolífera ainda são somadas as perspectivas de expansão da atividade portuária na Área Continental de Santos, com o desenvolvimento do projeto denominado Barnabé/Bagres. Os cenários mencionados criaram um grau de apreensão com o tempo disponível para preparação de mão-de-obra , no primeiro estágio do planejamento regional; mas também existem outras preocupações ligadas à ocupação do solo urbano e com eventuais ciclos migratórios. De fato, há motivos de sobra para as autoridades regionais e à sociedade em geral ficarem vigilantes com os acontecimentos presentes e futuros vinculados à expansão dos segmentos produtivos em questão. Nem todas as intervenções socioeconômicas que envolvem uma forte pressão de desenvolvimento são diretamente controladas pelo poder público. A própria Região Metropolitana da Baixada Santista já vivenciou situações semelhantes, nas décadas de 50 e 60 e os resultados conjunturais não foram bem aproveitados sob a ótica do planejamento urbano. A instalação do parque industrial de Cubatão, a expansão do Porto de Santos e a produção imobiliária de veraneio registradas naquelas duas décadas produziram seqüelas com as quais a população regional convive até hoje. A ocupação desordenada de localidades nos municípios de Santos, São Vicente, Guarujá

e Cubatão deu enorme espaço para o surgimento de fortes ciclos migratórios de contingentes de baixa renda à procura de empregos. Este fato criou um enorme conjunto de demandas sociais e também dificultou a organização adequada dos espaços urbanos. Como os nove municípios da região dispõem de uma extensão territorial correspondente a apenas 0,97% do território paulista (2.405,9 km²), com ampla área de preservação ambiental, vários outros problemas estruturais surgiram do processo de ocupação desordenada. Do ponto de vista do uso e ocupação do solo, por exemplo, percebe-se cada vez mais os avanços dos níveis de adensamento, fato que reflete no custo do metro quadrado de terreno e desloca a população fixa de baixa renda para as áreas periféricas e impróprias à moradia. Além deste aspecto, a limitação territorial também inibe a instalação de empresas de grande porte para produção em escala em diferentes segmentos econômicos, pressionando o mercado local para as atividades do comércio varejista e de oferta de serviços. Desde a consolidação do perfil econômico gerado a partir da década de 50, a Região Metropolitana da Baixada Santista assumiu uma cotaparte da ordem de 4% na maioria dos indicadores sociais e econômicos do Estado de São Paulo, incluindo neste contexto o contingente vinculado ao mercado de trabalho. Sendo assim, cabe, neste momento, conhecer melhor cada segmento social e econômico da região, a fim de planejar com mais rigor as intervenções públicas que devem orientar esta nova e decisiva etapa do desenvolvimento regional. Por esta razão, iniciamos o processo de análise de conjuntura pela configuração do mercado de trabalho regional nas últimas décadas, para, a partir destes cenários, estabelecer metas para pôr em prática nos próximos anos.

05


MERCADO FORMAL

CENÁRIOS APURADOS NA DÉCADA O desempenho da economia reflete na geração do nível regional de empregos

06


O mercado formal de trabalho da Região Metropolitana da Baixada Santista registrou uma evolução percentual de 36,98%, no período compreendido entre 2001 e 2010. Este índice ficou abaixo do patamar apurado nas outras duas regiões metropolitanas paulistas: de Campinas (57,62%) e de São Paulo (46,22%). A expansão de empregos regionais, em termos percentuais, também ficou abaixo do desempenho verificado em todo o Estado de São Paulo (58,18%) e no território nacional (65,26%). Ao término do exercício de 2010, a região somava um contingente de trabalhadores formais de 364.366 pessoas, ou 98.364 trabalhadores com carteira assinada a mais do que o registrado ao final de 2000. Em idêntico período, o Estado de São Paulo totalizou um mercado formal de trabalho de 12.732.373 empregados. Isto representa dizer que, ao final da década passada, a Região Metropolitana da Baixada Santista representava apenas 2,86% do contingente de trabalhadores paulistas com carteira assinada. Considerando que, em termos populacioMunicípios

Empregos Formais 2000

nais, a participação regional é de 4,03%, concluise que a Baixada Santista está aquém do seu potencial de inserção de mão-de-obra nos meios de produção. Somente os municípios de Praia Grande (52,47%) e Bertioga (51,74%) acusaram avanço do seu mercado formal acima da faixa de 50%. Os municípios Guarujá (44,09%), Peruíbe (42,21%), São Vicente (40,94%) e Santos (37,23%) ultrapassaram a média regional 36,98%, mas ficaram bem abaixo do patamar médio estadual, de 58,18%. Em Santos, onde está concentrada quase metade de mão-de-obra regional com carteira assinada (45,44%), a taxa de crescimento praticamente determinou a média regional. Embora abrigue um dos parques industriais mais importantes do País, o Município de Cubatão apresentou uma evolução tímida de 17,01%, motivada, aliás, pelo processo de desaceleração da indústria no contexto paulista. A pior performance da década coube a Mongaguá, curiosamente município limítrofe de Praia Grande, ao qual coube o melhor desempenho.

Saldo Gerado 2001/2010

Total Geral

Em (%) Regional

Evolução na Década (%)

Bertioga

6.805

3.521

10.326

2,83

51,74

Cubatão

34.682

5.901

40.583

11,14

17,01

Guarujá

32.230

14.210

46.440

12,75

44,09

Itanhaém

7.993

2.605

10.598

2,91

32,59

Mongaguá

5.565

526

6.091

1,67

9,45

Peruíbe

5.558

2.346

7.904

2,17

42,21

24.549

12.881

37.430

10,27

52,47

120.643

44.920

165.563

45,44

37,23

27.977

11.454

39.431

10,82

40,94

266.002

98.364

364.366

100,00

36,98

Praia Grande Santos São Vicente Total Regional

07


SETOR DE SERVIÇOS

SERVIÇOS LIDERAM O MERCADO O segmento de serviços, em Santos, tem a representatividade de 63,96%

08


A atividade de serviços tem um papel preponderante na economia regional da Baixada Santista, com uma participação percentual média de 50,47%, no mercado formal de trabalho. Do total de 364.366 empregos registrados no mercado regional ao final de 2010, 183.907 ocupações estavam relacionadas com o setor de serviços; ficando o comércio com a segunda posição, com 80.902 empregos formais. Este índice de 50,47% está bem acima do patamar verificado em âmbito estadual (37,70%) e em nível federal (32,53%) e também se torna ainda mais marcante na verificação isolada do Município de Santos, onde representa 63,93%. Do acréscimo de 44.920 empregos no mercado formal de trabalho de Santos, entre 2001 e 2010, por exemplo, nada menos que 30.855 vagas foram geradas no setor de serviços (68,69%), com destaque para as áreas de comércio e administração de imóveis; valores mobiliários e serviços técnicos, com 11.743 oportunidades (ou 38,06%). Em Guarujá, outro município com atuação marcante do setor portuário, a atividade de servi-

ço responde por 54,44% do mercado formal de trabalho (25.281 postos), deixando de prevalecer com setor mais determinante apenas em Mongaguá (11,07%); Peruíbe (26,76%) e em Cubatão, município de perfil industrial (25,06%). O peso regional do comércio é de 22,20%, no contexto da oferta de empregos formais, contra uma taxa média estadual de 19,51% e nacional de 18,95%, o que revela um certo nível de equilíbrio na conjuntura econômica do País. Muito procurada nos últimos tempos como uma oportunidade de trabalho, a área da Administração Pública tem uma participação regional de 12,24%, contra 12,65% no Estado, e nada menos que 20,23% em âmbito nacional, índice evidentemente pressionado pelas regiões do Norte e Nordeste. Ao final de 2010, o salário médio de admissão da atividade de serviços na região ficou no patamar de R$ 910,00, abaixo do nível estadual (R$ 987,54), mas acima da remuneração nacional (R$ 887,34). A preponderância deste setor na região, aliás, ocorre desde a década de 1980.

Extrativa Mineral

Indústria de Transformação

Serv. Ind. Util. Pública

Bertioga

01

153

69

403

2.791

Cubatão

97

13.866

580

7.834

Guarujá

04

1.456

513

Itanhaém

0

286

Mongaguá

63

Peruíbe

Municípios

Praia Grande Santos São Vicente Total

Construção Civil Comércio Serviços

Adm. Pública

Agropecuária

5.378

1.500

31

3.469

10.172

4.417

148

1.722

11.441

25.281

5.744

279

198

321

3.343

3.910

2.354

186

140

34

1.625

1.560

1.173

1.483

13

03

151

66

835

2.990

2.115

1.685

59

0

1.296

327

2.463

11.782

12.628

8.930

04

917

7.597

863

4.413

31.874

105.893

13.625

381

38

1.607

1.431

2.467

11.652

17.357

4.859

20

1.123

26.552

4.081

22.083

80.902

183.907

44.597

1.121

09


POSIÇÃO HISTÓRICA

OCUPAÇÃO MANTÉM TAXA DE 3,7% A performance regional no contexto estadual ficou na faixa de 3,46 a 3,75%

10


A Região Metropolitana da Baixada Santista vem registrando uma evolução percentual tímida no contexto da chamada população ocupada, que envolve a mão-de-obra formal, informal e ainda autônomos, profissionais liberais e empregadores. No período entre 1970 e 2000, por exemplo, a participação regional neste universo de pessoal ocupado variou entre 3,46% e 3,75% do total estadual, índice muito próximo dos 4% de representatividade regional na economia do Estado. Os números relativos ao final da última década ainda não foram disponibilizados publicamente pelo IBGE, mas devem girar em torno desta mesma taxa. Em termos de mercado formal o índice apurado em 2010 ficou no patamar de 2,86%, porém ainda devem ser acrescidos a este percentual o mercado informal e de autônomos e profissionais liberais, com presença expressiva na região. A estabilização deste índice de pessoal Municípios Bertioga

ocupado também possui uma relativa vinculação com a automação de dois setores importantes na empregabilidade regional: o pólo industrial de Cubatão e a atividade portuária, além, evidentemente, da marcante presença de aposentados. Na comparação entre a evolução do pessoal ocupado com a expansão da população residente, observa-se uma variação de 36,92 pontos percentuais (ou de 29,21%) em favor da ocupação profissional. Esta suposta folga, no entanto, acaba sendo superada pela mudança do perfil etário, com o ingresso de um número maior habitantes na disputa por algum tipo de ocupação, outro tipo de preocupação que deve ser observado na leitura do mercado de trabalho. Os jovens de 16 a 24 anos têm uma participação de 18,50%, no mercado regional, índice próximo da média estadual (19,49%) e nacional (17,99%), mas o nível de escolaridade vai exigir ocupações mais nobres em curto período.

Década 1970

Década 1980

Década 1990

-0-

-0-

-0-

Década 2000 13.051

Evolução (%) 1970/2000

Variação (%) População

-0-

-0-

Cubatão

15.028

31.576

34.742

38.535

156,42

112,76

Guarujá

28.181

56.571

82.443

101.985

261,89

181,65

Itanhaém

5.158

9.833

17.759

26.025

404,56

396,00

Mongaguá

1.656

3.285

6.902

12.923

680,37

573,28

Peruíbe

1.999

6.009

12.796

17.447

772,79

638,60

Praia Grande

6.233

23.066

44.860

71.323

1.044,28

882,95

121.602

166.913

178.328

172.939

42,22

20,93

34.799

70.409

105.035

110.162

216,57

160,59

214.656

367.662

482.865

564.390

162,93

126,01

6.209.717

10.236.018

13.149.094

15.069.645

142,68

108,39

28.959.523

42.274.316

55.293.313

65.629.892

126,63

82,32

Santos São Vicente Total Regional Total do Estado/SP Total Brasil

11


PREVIDÊNCIA SOCIAL

PREJUÍZOS À PREVIDÊNCIA O déficit apurado na Previdência Social da região representa 7,47% do País

12


O sistema previdenciário brasileiro injetou na economia regional, nos últimos dez anos, em valores nominais, R$ 23 bilhões 460 milhões, e recebeu de empregadores e empregados contribuições de apenas R$ 8 bilhões 613 milhões. Este cenário gerou um déficit na Previdência Social de R$ 14 bilhões 847 milhões, o que representa dizer que os benefícios previdenciários, em termos médios, contribuíram com um aporte anual de quase R$ 1,5 bilhão no mercado regional ou cerca de 3% do Produto Interno Bruto da Baixada Santista. A marcante presença da circulação de recursos previdenciários na economia regional se dá por duas razões distintas: o perfil empresarial empregatício está muito vinculado às atividades de serviços e comércio, com baixo nível de remuneração; e há uma presença expressiva de aposentados e pensionistas na região. Embora neste momento os valores adicionais previdenciários sejam importantes para o Municípios

Benefícios Emitidos 2001/2010

consumo regional, em médio e longos prazos, com a expansão do déficit da Previdência Social no País, a tendência é que tal espécie de receita sofra uma desvalorização gradativa. O volume de benefícios previdenciários emitidos na região representou 4,46% do total estadual, índice superior à representatividade regional no mercado formal de trabalho. No tocante aos valores recebidos, esta participação percentual da região sobe para 5,24%, na comparação com o Estado, mas quando se trata da análise das contribuições de empregadores e empregados esta taxa diminui para 1,65%. Também neste universo de dez anos, a Previdência Social registrou um déficit — entre valores arrecadados e benefícios emitidos — de R$ 198 bilhões 734 milhões 785 mil. Isto significa que a Região Metropolitana da Baixada Santista contribui com 7,47% de prejuízo previdenciário nacional, embora do contexto do mercado formal de trabalho tenha só 0,84%.

Valor Recebido (R$) 2001/2010

Valor Arrecadado (R$) 2001/2010

Saldo (R$) 2001/2010

Bertioga

22.208

191.814.801

188.642.179

(3.172.622)

Cubatão

229.383

2.463.355.341

597.533.466

(1.865.821.875)

Guarujá

318.983

2.747.120.003

1.177.207.569

(1.569.912.434)

Itanhaém

108.658

834.521.332

199.659.216

(634.862.116)

Mongaguá

52.805

433.965.186

97.249.672

(336.715.514)

Peruíbe

71.979

566.616.291

126.785.084

(439.831.207)

Praia Grande

232.688

1.967.977.778

592.469.379

(1.375.508.399)

Santos

980.175

10.413.079.721

5.107.548.954

(5.305.530.767)

São Vicente

434.258

3.841.749.240

525.918.970

(3.315.830.270)

2.451.137

23.460.199.693

8.613.014.489

(14.847.185.204)

54.999.423

448.059.857.823

521.521.037.204

73.461.179.381

4,46

5,24

1,65

Total Regional Total do Estado/SP Em (%) do Estado

-0-

13


NÍVEL ESCOLAR

ESCOLARIDADE FORTALECE RENDIMENTOS A carência de cursos técnicos estimulou a ocupação de vagas administrativas

14


A ausência de universidade pública nos municípios da Baixada Santista ao longo de várias décadas contribuiu de forma decisiva para contenção dos níveis de desenvolvimento regional. As dificuldades de acesso ao conhecimento de nível superior e a extinção de cursos técnicos vinculados ao Ensino Médio geraram um universo de mão-de-obra limitado em suas aspirações profissionais. Isso provocou uma vinculação demasiada da força de trabalho regional nas áreas de comércio e de serviços administrativos, diminuindo durante décadas as potencialidades de ascensão para carreiras mais promissoras. Levantamentos feitos pelos últimos Censos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) revelam que apenas o Município de Santos conseguiu superar a marca média estadual, entre 1970 e 2000, no registro de pessoas com mais de 11 anos de estudos, entre os moradores

com faixa etária de 25 anos ou mais. Nos últimos anos, face às oportunidades geradas no Ensino Superior privado, esta realidade vem se modificando, mas ainda assim de forma muito tímida, quer na comparação com o universo paulista ou até mesmo com o cenário nacional. Os avanços mais expressivos vêm ocorrendo exatamente em Santos, com uma evolução percentual relevante, de 3,91%, em 1970 para 20,89%, em 2000. Os números relativos à última década ainda não foram disponibilizados e devem ter avanços importantes, diante da criação do Prouni e também da expansão de vagas públicas, porém o esforço na ampliação do conhecimento será determinante nos próximos dez anos. As descobertas do pré-sal vão impulsionar a economia regional, em áreas diretas e indiretas, sendo indispensável aprimorar o conhecimento.

Pessoas com 25 anos ou mais — com mais de 11 anos de estudos — ( Em %) Municípios

Censo 1970

Censo 1980

Censo 1991

Censo 2000

Evolução Pontos Percentuais

Bertioga

-0-

-0-

5,40

8,00

2,60

Cubatão

0,38

1,94

3,86

6,10

5,72

Guarujá

0,55

2,68

5,01

7,20

6,65

Itanhaém

2,74

3,78

7,08

7,10

4,36

Mongaguá

1,37

4,01

4,29

6,60

5,23

Peruíbe

1,54

2,93

6,86

9,50

7,96

Praia Grande

1,63

3,19

5,44

8,60

6,97

Santos

3,91

10,71

18,68

24,80

20,89

São Vicente

1,87

4,65

7,41

9,1

7,23

Total do Estado/SP

3,00

7,20

10,80

13,10

10,10

Total Brasil

2,00

5,00

7,50

9,30

7,30

15


CONSUMO REGIONAL

INDÚSTRIA RETÉM NÍVEL DE CONSUMO A Baixada apurou a menor variação regional do Valor Adicionado do ICMS

16


A expansão modesta do mercado de trabalho regional na última década também pode ser observada pelo comportamento do Valor Adicionado do ICMS, referencial que serve para medir o comportamento dos níveis de consumo. No período de 2001 a 2009 (os dados de 2010 serão divulgados pela Fazenda do Estado somente em julho) a variação nominal do Valor Adicionado regional foi de apenas 95,02%, contra uma taxa estadual de 125,24%. O índice obtido pela Baixada Santista também ficou abaixo das taxas verificadas nas regiões metropolitanas de São Paulo (119,11%) e de Campinas (127,77). É verdade que a taxa regional foi travada principalmente pelo baixo desempenho do Município de Cubatão, com uma variação nominal de apenas 47,14%, uma vez que o pólo industrial instalado neste município responde por quase 50% do Valor Adicionado Regional. Municípios

Valor Adicionado (R$) 2001

Os melhores desempenhos regionais neste período foram observados em Bertioga (277,32%), Mongaguá (260,29%) e Praia Grande (231,37%). Vale observar, ainda, que apenas Cubatão (47,14%) e Guarujá (120,22%) registraram índices abaixo da média estadual de 125,24%. A apuração de um Valor Adicionado expressivo denota o comportamento da economia, mas também serve para definir o percentual de repasse do ICMS para os municípios, pois este item tem um peso de 76% no critério de partilha. Quanto maior for o Valor Adicionado, mais significativo é o repasse de ICMS, ou seja, mais recursos os municípios dispõem para investimentos públicos e geração de empregos regionais. Em termos estaduais, no contexto das 15 regiões Administrativas do Estado de São Paulo, a Baixada Santista figura na quinta colocação, com um índice de 3,26% do total do Estado. Valor Adicionado (R$) 2009

Variação Em (%)

Bertioga

62.086.540

234.266.193

277,32

Cubatão

6.836.636.495

10.059.136.809

47,14

Guarujá

672.951.358

1.481.965.421

120,22

Itanhaém

83.726.353

220.131.323

162,92

Mongaguá

33.203.675

119.629.348

260,29

Peruíbe

62.048.404

183.392.028

195,56

276.828.288

917.313.635

231,37

2.142.642.127

6.291.473.536

193,63

378.345.582

1.064.134.416

181,26

10.548.468.822

20.571.442.709

95,02

Total do Estado/SP

279.938.077.367

630.536.862.531

125,24

RM de São Paulo

132.504.662.602

290.333.617.345

119,11

RM de Campinas

33.287.884.828

75.819.218.046

127,77

Praia Grande Santos São Vicente Total Regional

17


POUPANÇA E CRÉDITO

REGIÃO REVELA BOM NÍVEL DE POUPANÇA Performance da região é favorável à expansão de negócios e à oferta de vagas

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A população da Baixada Santista possui uma capacidade de poupança superior ao seu nível de endividamento, fato que cria um ambiente favorável à expansão de negócios e à geração de novos empregos. De acordo com dados do Banco Central do Brasil, em 31 de dezembro de 2010, entre depósitos em poupança e aplicações a prazo, a região somava R$ 8 bilhões 845 milhões, contra um volume de operações de crédito de R$ 7 bilhões 909 milhões. As reservas financeiras dos moradores da região, no curso da última década (entre 2001 e 2010) apresentaram um crescimento real de 40,14% ( medido pela na variação do IGP-M de idêntico período). A disposição da população em se endividar com o uso de financiamento em suas compras, na última década, também exibiu uma performance expressiva, com um avanço real de 116,74%, mas em nível ainda insuficiente para dar maior impulso à expansão de mão-de-obra. Em termos nominais, a expansão regional do volume de operações de crédito, na compara-

Municípios

Poupança R$/2010

ção entre 2001 e 2010, atingiu o patamar de 394,88%, índice aliás superior aos apurados nas regiões metropolitanas de Campinas (315,88%) e de São Paulo (260,54%). Também sob o aspecto nominal, os depósitos em poupança na Baixada Santista superaram a marca obtida na Região Metropolitana de São Paulo (185,73% contra 169,79%), mas ficaram abaixo da evolução observada na Região Metropolitana de Campinas (211,21%). Os chamados depósitos a prazo acusaram uma expansão menor na região (287,91%, em termos nominais), na comparação com as regiões de São Paulo (402,19%) e de Campinas (535,37%), uma vez que nestas duas localidades, neste tipo de aplicação financeira, prevalecem os investimentos de pessoas jurídicas. Para incrementar os negócios locais no curso desta nova década e assim contribuir com a ampliação da oferta de empregos, além das perspectivas inseridas no Pré-Sal, as empresas locais terão de investir mais em marketing. O acompanhamento do perfil de poupança e crédito pode ajudar nos planos de negócios.

Depósito a Prazo R$/2010

Investimento Total (R$)

Operações de Crédito (R$)/2010

Bertioga

56.469.090

39.825.965

96.295.055

67.310.857

Cubatão

408.801.496

314.303.507

723.105.003

291.249.463

Guarujá

526.588.211

273.295.501

799.883.712

444.034.845

Itanhaém

124.828.897

101.868.050

226.696.947

163.206.551

Mongaguá

80.640.651

19.977.162

100.617.813

98.584.196

Peruíbe

135.184.460

48.772.478

183.956.938

129.111.836

Praia Grande

416.640.238

167.899.079

584.539.317

471.697.389

2.858.175.811

2.395.265.275

5.253.441.086

5.685.742.125

642.704.439

233.830.366

876.534.805

558.512.084

5.250.033.293

3.595.037.383

8.845.070.676

7.909.449.346

Santos São Vicente Total Regional

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PERFIL POPULACIONAL

POPULAÇÃO VAI EXIGIR MAIS VAGAS O processo de expansão econômica pode gerar ocupação desordenada

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Outra preocupação que deve tomar a atenção das autoridades regionais na Baixada Santista com o mercado de trabalho diz respeito às mudanças do perfil populacional. De acordo com os levantamentos do último Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), há uma tendência do contingente habitacional da região avançar, no contexto estadual, na faixa etária com 15 anos ou mais. No Censo de 1991, por exemplo, este extrato populacional representava 3,91% da população estadual, porém para 2020 há uma tendência deste índice subir ao patamar de 4,08%. Tal situação poderá pressionar ainda mais a competição de vagas no mercado de trabalho nos próximos anos e isto é preocupante porque a expansão da oferta na última década ficou bem abaixo dos níveis apurados em todo o Estado.

Na faixa etária de 15 a 24 anos, a média regional igualmente é superior ao índice verificado no âmbito estadual, o que deve forçar também as pressões sociais em termos de oferta por cursos técnicos profissionalizantes ou de Ensino Superior. É importante observar que tais cenários foram projetados com base nas tendências das taxas de crescimento de período anteriores e não mediram, por exemplo, possibilidades do descontrole sobre processos migratórios. Em décadas passadas, quando ciclos econômicos impulsionaram a região com a instalação do pólo industrial de Cubatão, com a expansão do Porto de Santos e com o boom imobiliário, a migração gerou maior competição no mercado de trabalho e ocupação desordenada em diversos municípios.

População com 15 anos ou mais Municípios

Censo 1991

Censo 2000

Censo 2010

Projeção 2020

15/24 Anos 2020

15/24 Anos Em (%)

Bertioga

21.786

20.874

35.070

47.058

10.574

22,47

Cubatão

61.155

77.233

91.060

103.402

20.841

20,16

Guarujá

139.249

187.078

223.044

260.711

51.269

19,66

Itanhaém

30.409

51.196

66.968

81.185

15.792

19,45

Mongaguá

12.830

25.082

35.931

43.073

8.372

19,44

Peruíbe

21.361

36.131

46.176

48.178

10.734

22,28

Praia Grande

82.682

139.566

204.046

247.662

46.190

18,65

Santos

303.144

335.976

363.522

354.797

53.110

14,97

São Vicente

183.792

221.364

262.040

285.518

53.026

18,57

Total Regional

856.408

1.094.500

1.327.857

1.471.584

269.908

18,34

21.880.608

27.288.622

33.069.089

36.101.375

6.490.494

17,98

3,91

4,01

4,02

4,08

4,16

-0-

Total do Estado Região (Em %) do Estado

21


PRESSÃO JOVEM

JUVENTUDE AGUARDA PREPARAÇÃO Baixada Santista deve ter plano estratégico para absorver mão-de-obra jovem

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Estudos técnicos preliminares desenvolvidos nos últimos anos pelo Governo do Estado de São Paulo indicam que, até 2020, os negócios vinculação à exploração da Bacia de Gás e Petróleo de Santos podem gerar certa de 60 mil novos empregos diretos e indiretos. Esta estimativa é expressiva, caso comparada com os 98.364 empregos formais gerados no período de 2001 a 2010, mas ainda será insuficiente para abrigar uma legião de jovens que devem pleitear, ano a ano, uma vaga no mercado de trabalho regional. Os dados apurados pelo último Censo do IBGE revelaram, em 2010, que a Região Metropolitana da Baixada Santista possuía 265.712 jovens na faixa etária entre 15 e 24 anos e este universo representa a retaguarda produtiva que estará em preparação para a fase de exploração de petróleo e gás. Normalmente, esta faixa etária ocupa cerca de 20% do mercado formal de trabalho, em atividades auxiliares nos mais diversos segmentos econômicos, porém com o estímulo à formação

de mão-de-obra técnica a tendência é que a juventude venha a pressionar as novas oportunidades do mercado. Tal cenário recomenda às autoridades locais a produção de planos de negócios secundários para o desenvolvimento econômico regional, a fim de garantir oportunidades de empregos em setores desvinculados da cadeia de gás e petróleo da Bacia de Santos. Os estudos preliminares também indicam avanços populacionais migratórios à razão de um terço da expansão de moradores, até 2025, o que significa dizer que as pressões em torno de empregos também devem crescer. É de fundamental importância, igualmente, que a programação dos investimentos do Pré-Sal esteja adequadamente distribuída na região, de modo a evitar a excessiva concentração de oportunidades no Município de Santos. As carências estruturais no sistema de transporte dificultam e encarecem a locomoção de trabalhadores, assim como é indispensável elevar o nível de renda em toda a região.

População Por Faixa Etária

Brasil

São Paulo

Baixada Santista

Baixada Santista Em (%) do Estado

15 anos

3.574.928

683.010

27.172

3,98

16 anos

3.410.704

655.287

26.475

4,04

17 anos

3.372.242

651.950

26.188

4,02

18 anos

3.367.170

651.593

25.572

3,92

19 anos

3.265.826

662.068

25.743

3,89

20 anos

3.389.728

701.812

25.851

3,68

21 anos

3.421.736

715.015

27.140

3,80

22 anos

3.510.497

734.682

26.959

3,67

23 anos

3.420.252

728.069

26.762

3,68

24 anos

3.502.977

758.110

27.850

3,67

Totais

34.236.060

6.941.596

265.712

3,83

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