NO.2 | 2013
LE MAGAZINE
Marseille Provence Capital Europeia
Agenda
O novo LOUVRE
Circuitos
Paris FASHIONISTA A G E N D A | C I R C U I T O S | C U LT U R A | G A S T R O N O M I A | E S T I L O D E V I D A |
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Editorial QUALQUER QUE SEJA A SUA PRÓXIMA IDEIA DE VIAGEM,
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ESPERAMOS QUE ENCONTRE NESSAS PÁGINAS SUGESTÕES, ROTEIROS OU EVENTOS QUE AJUDARÃO A PROGRAMAR MOMENTOS ÚNICOS
ascida grega, depois romana, hoje francesa mas aberta a mil diversidades, Marselha merecia mesmo ser a capital
E INESQUECÍVEIS.
europeia da cultura. E se preparou muito para isso.
Começando no “grande grito” (La grande clameur), no último dia 12 de janeiro, os eventos já estão se espalhando pela Provence, onde irão perdurar por quatro estações de criatividade e simpatia. A França inteira vai em 2013 oferecer novidades a seus visitantes, em recantos conhecidos ou às vezes escondidos. Para esse magazine, jornalistas brasileiros escolheram Ceret, refúgio de grandes pintores, a Martinica, pátria do Zouk, ou foram simplesmente “picnicar” em Paris. Mas muitos outros lugares estão também querendo seduzir os viajantes brasileiros. É Lens e seu novo Louvre, é a Loire e suas grutas misteriosas, é o Médoc e sua maratona pouco convencional, é o Languedoc e seu espumante alegre, ou os vulcões da Auvergne e seus caminhos das águas. Qualquer que seja a sua próxima ideia de viagem, esperamos que encontre nessas páginas sugestões, roteiros ou eventos que ajudarão a programar momentos únicos e inesquecíveis. Em 2013, a França é sua!
Jean-Philippe Pérol Diretor Américas Atout France
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© Micaleff
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30 Diretor de Publicações Christian Mantei Editorial, Produção e Vendas Beata Aldridge, Stéphanie Bocchino, Jean-Bruno Gillot, Ricardo Hida, Daniela Jorge-Rouault, Hugo Kournwsky, Mélanie Paul-Hus, Marguerite Richards Projeto Gráfico CGCOM.COM
17 Viagem a Nantes
16 Guia Fashionista
Criando
Um percurso aos limites do imaginável
18 Museu do Momento
Tradução Liana Amaral, Carlos Bozzo Jr, Cristina Casagrande, Ana Maria F. Tavares, Rodrigo Leite, Henrique Mendes, João Novaes ATOUT FRANCE Agência de Desenvolvimento Turístico da França Jean-Philippe Pérol Diretor Américas Av. Paulista, 509 Cj 1008 01311-000 – São Paulo – SP
A institução de Paris abre sua primeira “filial”
Desbravando
10 Tour de France Conheça todo o país... em alta velocidade!
Encontrando
12 Todas as Estradas
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Levam a Marselha
Foto de capa por P.Leroux Copyright © Atout France, 2013. Os anunciantes são os únicos responsáveis pelos produtos e serviços divulgados. As ofertas estão sujeitas aos termos e condições anunciadas e algumas podem ser limitadas de acordo com prazos, localização e disponibilidade. Referências aqui mencionadas à Atout France não implicam em nenhuma responsabilidade de sua parte, bem como a responsabilidade por eventual erro. Ao que saibamos, as informações estavam corretas por ocasião da data publicação.
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Impressão IPSIS
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A Capital Europeia da Cultura em 2013
Comprando
em Paris
Quatro etapas para os apaixonados por moda
Relaxando
18 Vulcão Amigo Rejuvenescimento nas montanhas de Auvergne
Percorrendo
20 As Calanques Agrestes
Novo parque nacional entre a cidade e o mar
Sobrevoando
22 Megève Vista do Céu
A estação de esqui nas nuvens
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24 A Maratona
© Andrea Solter
Office de Tourisme de Saint-Martin © Laurent Benoit
© Micaleff
Correndo
Sumá rio
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do Médoc
Celebração da temporada das colheitas de uva
Sorrindo
26 Brincar na Areia A França com crianças em La Baule e Le Touquet
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Descobrindo
28 Na Trilha dos Celtas Itinerário para amantes de lendas
Inspirando
30 Refúgio dos Mestres
Ceret, fonte de inspiração dos artistas
Renascendo
32 A Volta da Sanfona O instrumento retrô passa por um renascimento
Colorindo
34 Reflorescimento do Pastel
O ouro azul do Midi-Pyrénés
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Borbulhando
36 Um Mundo de
Pequenas Bolhas A origem lendária do vinho espumante
Afinando 38 Roquefort,
Rei dos Queijos Um queijo azul com personalidade forte
Degustando
40 Nota do Subsolo As raízes dos vinhedos do Saumur-Champigny
Provando
42 Querida Fruta Nativa Guavaberry, a tradição local de St. Martin
| ESTILO DE VIDA |
Compartilhando
44 Piqueniquer,
Surpreendendo
49 Bares com Vista Paisagens que combinam perfeitamente com o menu
Encantando
52 Estilo de Vida Luminoso
Relaxamento e glamour na costa Normanda
Remexendo
53 Nas Curvas do Zouk Dançando com rosto colado na Martinica
Cuidando
56 Santé! Saúde! A tradição de uma vida saudável para longevidade
Iluminando
57 Jardins
do Impressionismo Um olhar sobre os canteiros de dois mestres da jardinagem
um Verbo Parisiense Parque, toalha grande, sol e boa companhia
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© Le Jardin d’eau, Giverny - Pierre Jeanson
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Notre Dame de Pontmain Uma misteriosa aparição
Normandia Viva Festivais para todos os gostos em cada época do ano
Decolar Para Marte! Explore o planeta vermelho passando por Toulouse
O Mundo Segundo Garnier Um museu a céu aberto em Lyon
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Adrenalina no GR20 Caminhadas na Córsega
Esqui Joëring nos Alpes Franceses Novo jeito de esquiar
Prazer Para Todos os Sentidos Promessa exuberante e tropical da Guadalupe
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Descubra Martinica A ilha através do olhar dos locais
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Criando
VIAGEM a Nantes Por Claude Bédard
DE BICICLETA, DE CARRO, DE BARCO OU A PÉ: UM PERCURSO AOS LIMITES DO IMAGINÁVEL.
© Claude Bedard
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cidade de Nantes, metrópole do oeste francês, vem demonstrando ousadia há alguns anos, e não parece querer parar. No dia 15 de junho de 2011, a cidade inaugurou um percurso urbano de quase 8,5 quilômetros (traçado com uma linha rosa no chão), nos dois lados da foz do Loire até Saint-Nazaire, convidando visitantes e cidadãos a caminhar por uns trinta percursos originais ou completamente malucos. De forma atrevida e alegre, acima de tudo chamativa, o evento Viagem a Nantes proporciona dois meses de atrações espetaculares, instalações lúdicas e aventuras artísticas. Mais de 600 mil visitantes invadiram a capital do País do Loire, e essa espécie de jogo de caça ao tesouro em busca de arte será renovado no verão de 2013. Foi criada, por exemplo, a maior creperia do mundo, Crêpetown, no interior de um imenso salão desativado, lugar de encontros noturnos para os jovens. Churrascos entre amigos também têm sido organizados às margens do rio. Durante o evento, concertos improvisados nas esquinas da cidade convidam os espectadores a entrar na música. No centro de Nantes, na passagem coberta de Pommeraye, classificada como monumento histórico, a cineasta Agnès Varda recriou a butique de Michel Piccoli em Une chambre en ville. E na praça Real, a famosa fonte, um dos lugares mais populares de Nantes, desaparecia sob um “monte real” convidando jovens à escalada e à exploração.
Viaje entre o passado e o futuro pelos anéis de Daniel Buren e Patrick Bouchain.
Além disso, para o prazer dos jovens e dos mais velhos, um rodeio à moda do “velho oeste” invadia a cada dia o pátio interior do castelo dos duques da Bretanha, local pouco comum a esse tipo de evento. No local, agora renovado, onde funcionavam antigos estaleiros navais, no centro da ilha de Nantes, um elefante de 50 toneladas e altura de quatro andares, símbolo dessas grandes máquinas incríveis feitas por artesãos meio malucos, desfilava diariamente, transportando cerca de 40 pessoas e molhando os visitantes com sua tromba. Na Praia do Bouffay, ironizando um pouco o vasto canteiro de obras que existe no local, uma espécie de fachada suspensa a 10 metros parecia desafiar as leis
da gravidade. Em outro ponto, em torno da vila de Couëron, uma casa de pedra de três andares parecia se banhar no rio, como se estivesse flutuando. Por fim, o público era convidado a embarcar em um cruzeiro gastronômico, a fim de contemplar as obras do litoral da região do Loire e, assim, prolongar a descoberta até Trentemoult, onde se encontra uma tradicional vila de pescadores, com casas coloridas e uma famosa feira de produtos orgânicos. Nantes aposta, com este evento inspirador, destacar-se na categoria de destinos imperdíveis. Longe de ofuscar o patrimônio dessa grande cidade francesa, ele a ilumina com uma aura de liberdade artística e de alegria de viver tipicamente francesas. Confira a programação para 2013 e aproveite a viagem! n ENDEREÇOS nantes-tourisme.com levoyageanantes.fr enpaysdelaloire.com
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MUSEU do Momento Por Bree Sposato
MAIS DO QUE QUALQUER OUTRA INSTITUIÇÃO DE ARTE NO MUNDO, O LOUVRE É UM DESTINO POR SI SÓ, AO ATRAIR MILHÕES DE VIAJANTES PARA SUAS PORTAS. EM 2012, ELE FEZ HISTÓRIA AO ABRIR SUA PRIMEIRA E, ATÉ O MOMENTO, ÚNICA “FILIAL”, O LOUVRE-LENS, NO NORTE DA FRANÇA, UM PASSO OUSADO QUE VAI TRANSFORMAR TODA UMA REGIÃO E MUDAR O INTERCÂMBIO DAS COLEÇÕES.
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m braço esticado, segurando a bandeira francesa, a jovem de torso nu lidera a multidão de homens brandindo armas que passam sobre corpos caídos, rumo a uma vitória revolucionária sangrenta. A tela – Liberdade Guiando o Povo, de Eugène Delacroix – é familiar e ocupa as paredes do Louvre há décadas. No Louvre-Lens, aberto dia 4 de dezembro de 2012 na cidade que dista de Paris uma hora e dez minutos de trem de alta velocidade, este quadro romântico terá, por um período, contexto e audiência completamente diferentes. E não será o único. O museu-satélite abrigará 300 obras-primas, que datam desde o quarto milênio antes de Cristo até 1850, todas emprestadas do Louvre parisiense.
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O braço do museu de 226 milhões de dólares certamente não será o primeiro bastião de arte fora da capital – museus nacionais têm emprestado peças e garantido assistência científica a instituições regionais há séculos. Esta inauguração, porém, representa um esforço mais sistemático e acelerado de usar a arte como um meio de investimento no interior, com o apelo de transformar cidades de baixo orçamento em destinos economicamente tão atraentes como fez o Museu Gehry Guggenheim com a cidade industrial de Bilbao, na Espanha, e o Centre Pompidou, em Metz, na região da Lorena. Escolher o segundo lar do Louvre foi um trabalho de amor. Lens foi eleita por três motivos: não tem nenhum outro museu notável por perto; a cidade de
atividade mineradora, bastante destruída pelos bombardeios da I Guerra Mundial, tem sofrido economicamente desde a crise do petróleo de 1970; e a área abrigou uma mina abandonada de carvão com mais de 200 mil metros quadrados, cuja utilização precisava ser requalificada. A empresa japonesa de arquitetura SANNA, vencedora do Pritzker Prize, o mais prestigiado prêmio da arquitetura mundial, por sua simplicidade estética (evidente também no New Museum de Nova York e no Museu de Arte de Toledo), cuidou do projeto. O diretor do Louvre-Lens, Xavier Dectot, soube do acerto desde o começo: “A SANNA propôs um museu que refletisse a arquitetura do terreno ao redor, não uma mera arquitetura de playground”. Hoje, um prédio principal, similar às duas alas
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© Musée du Louvre-Lens / Philippe Chancel
A Renascença faz parte de diferentes perspectivas cronológicas expostas no museu, objetivando a evolução da arte no tempo.
© SANAA / Kazuyo Sejima et Ryue Nishizawa
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estendidas do Louvre, mais quatro prédios retangulares – todos feitos de vidro e alumínio – situam-se no terreno maravilhosamente ajardinado e reflorestado. As entradas das minas permanecem, referência ao passado industrial da cidade. Um elemento em particular sugere que a separação entre os dois complexos não é só física, mas também filosófica. “Um museu é um lugar vivo”, frisa Dectot. “E queremos mostrar o que há nos bastidores.” Grupos de 17 visitantes com reservas feitas antecipadamente serão conduzidos aos porões para conhecer as áreas de restauro, reserva técnica e poderão testemunhar – na mesma sala, não só espiando por uma janela – esculturas gregas sendo cautelosamente recuperadas para a glória. E glória não é uma palavra forte demais quando se trata de programa de arte. A maioria dos museus divide as salas em temas (Egito, Renascença e outros), mas a ideia aqui é algo mais inovador: não haverá coleção permanente. “Estamos habituados à estabilidade dos museus”, pontua Dectot. “Portanto é
mais interessante mudar a conversa.” Em vez disso, o museu abrigará duas exibições multidisciplinares por ano (uma no verão e outra no inverno) que mostrarão peças recolhidas dos oito departamentos do Louvre: Antiguidades do Oriente Próximo, Antiguidades Egípcias, Gregas, Etruscas e Romanas, Arte Islâmica, Artes Decorativas, Impressões e Desenhos, Esculturas e Pinturas. As exibições na habilmente batizada Galeria do Tempo serão supervisionadas por curadores do Louvre e organizadas cronologicamente, o que significa que peças que nunca apareceriam lado a lado em Paris estarão aqui. Desta maneira, trabalhos de arte de diversas civilizações poderão “conversar” entre si, formando um tipo de linha do tempo da história da arte.
Mudar o contexto da arte, mudar a forma como as pessoas interagem com as obras e mudar a cultura e a percepção do interior – é disso que se trata. “Espero que o Louvre-Lens promova o trabalho de transformação da área num destino”, filosofa Dectot. “E que a metamorfose, em 5 ou 10 anos, ganhe seu momento próprio.” É a arte em ação. n ENDEREÇOS louvrelens.fr pas-de-calais.com
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Desbravando
Um país
duas rodas 23 DIAS Por Marguerite Richards
EM 2013, O TOUR DE FRANCE COMEMORA SUA 100a EDIÇÃO. PELA PRIMEIRA VEZ EM DEZ ANOS, A CORRIDA DESTINA-SE APENAS À FRANÇA METROPOLITANA. UMA GRANDE OPORTUNIDADE DE CONHECER TODO O PAÍS...EM ALTA VELOCIDADE!
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PARA NÃO SE PERDER
our de France é uma oportunidade de observar vistas panorâmicas de quase todo o país. Você se lembra de que se ficar em casa e assistir a competição pela televisão, vai observar relances da vida de franceses em seus vilarejos, preparando-se, felizes, para o momento em que os ciclistas passarem por eles. Ou se você estiver assistindo a corrida ao vivo em algum ponto, vai comemorar da maneira que os franceses fazem: brindando com seu copo. Para os fãs de viagens pela Europa – mesmo aqueles que o fazem numa poltrona – a competição desse ano não pode ser perdida.
A GRANDE LARGADA NA CÓRSEGA A largada do centenário do Tour de France acontece num lugar inédito, a ilha de Córsega, onde os dois principais departamentos, Haute-Corse e Corsedu-Sud, são os únicos na França metropolitana que nunca sediaram a competição. Literalmente, uma montanha no mar, a Córsega é formada por paisagens rochosas à beira de águas azuis, atração suficiente para fazer com que o participante amador diminua a velocidade para apreciar cenários deslumbrantes. A população local tem muito orgulho dessas paisagens e está pronta para mostrar ao mundo as belezas desse destino.
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SUBIDA PARA A GLÓRIA De fato, a corrida é lendária, especialmente em áreas montanhosas. Os ciclistas competem pela vitória enfrentando calor e cansaço, desidratação, tornozelos machucados e mesmo uma perna ou braço quebrados. Eles também são recompensados pelo encorajamento de seus fãs leais, em cada etapa da corrida. O topo do monte Ventoux, também conhecido como “Fera da Provença”, é exemplo de uma façanha quase impossível. Esta montanha, batida por fortes ventos, tem uma subida de 20,8 quilômetros com uma inclinação média de 7,5% e provou ser demasiada para o ciclista Tom Simpson. Ele se negou a desistir do caminho até o fim, supostamente implorando para ser colocado de volta em sua bicicleta após uma queda. Os fanáticos pela corrida concordam que as etapas de montanha são os melhores lugares para assistir a corrida ao vivo; nas áreas mais planas, as fotos dos corredores saem apenas como borrões coloridos. Sendo assim, empacote sua barraca e botas de caminhada e prepare-se para a aventura, pois nem chuva, nem neve, sol ou tempestade farão com que você desista do seu Tour de France. n
> Quando
De 29 de junho a 21 de julho
> Percurso Total 3.360 km
> 21 Etapas
• 7 em terrenos planos • 5 em terrenos acidentados • 6 etapas em montanhas • 2 testes individuais de tempo • 1 teste de equipe de tempo • 2 dias de descanso
> Camisetas
Amarela para o vencedor individual na classificação por tempo Verde para o vencedor com o maior número de pontos Com bolas vermelhas para o ciclista que executa a melhor subida Branca para o melhor jovem corredor individual na classificação por tempo
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“TUDO AINDA É POSSÍVEL EM MARSELHA”, DIZ ALEXANDRA BLANC VÉA, UMA ESPECIALISTA EM ARTE E GUIA TURÍSTICA NO ARTVISITPROVENCE. “HÁ UMA LIBERDADE DE EXPERIMENTAÇÃO CRIATIVA NUNCA ANTES VISTA EM OUTRAS CIDADES GLOBAIS.”
© OTCM
© Laurence Ravoux et Lionel Roux
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magine, enquanto você bebe um pastis em uma mesa de calçada de um café, observar milhares de cavalos marchar para o centro de Marselha. Sob o olhar vigilante da imagem de Notre Dame de la Garde, rebanhos de ovelhas e de gado dirigemse ao Velho Porto. Esta migração em massa de homens e animais se originou em três locais diferentes — Marrocos, Itália e a própria Camargue francesa — fundindo-se na planície do Crau, próxima a Arles, antes de invadir a segunda maior cidade da França. Não se trata de fantasia ou ficção. Este evento, chamado de TransHumance (trans-migração, em tradução livre), será um dos principais atrativos do grande evento MarselhaProvença 2013, quando o olhar do mundo todo irá se voltar para o sul da França, para a cidade que será a próxima Capital Europeia da Cultura. Por séculos, os pastores migraram com seus rebanhos pelos pastos da Provença, de acordo com as mudanças das estações. Ecoando este fenômeno atemporal, a TransHumance é uma aventura coletiva, aberta para que o público geral participe. É a obra-prima do Théâtre
du Centaure, uma trupe de teatro sediada em Marselha, que encena empolgantes produções com cavalos altamente treinados. (Os garanhões líderes, Darwin e Graal, encantam o público de toda a França como Macbeth e Lady Macbeth, no clássico de Shakespeare.) Acontecendo entre 17 de maio e 9 de junho de 2013, a TransHumance tem um objetivo poético: a união do natural com o urbano. Pelo caminho, fotografias aéreas e vídeos irão projetar a migração em uma obra de arte de grande escala – um mosaico humano e animal que lembra as pinturas rupestres encontradas nas cavernas pré-históricas da região. À noite, a caravana descansará em festivos acampamentos sob as estrelas, com convidados especiais (poetas, astrofísicos, biólogos). Delícias culinárias serão servidas ao redor de fogueiras. “A TransHumance se desdobrará como uma cartografia enraizada na malha Euro-Mediterrânea. Do Marrocos, o grupo 4 T’bourida viajará sobre 60 cavalos, representando Fantasia (a performance equestre tradicional do Magreb). Um grande grupo de cavaleiros da Itália irá liderar um rebanho de vacas Maremma,
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seguindo uma longa rota de migração até a Provença. A pé ou a cavalo, os participantes virão de toda Europa”, explicam Camille e Manolo, diretores do Théâtre du Centaure. Assim, o TransHumance representa a verdadeira natureza heterogênea de Marselha, a cidade mais velha da França e seu mais importante porto mediterrâneo. De fato, o MP-2013 está centrado em Marselha como forma de proporcionar um intercâmbio estratégico entre as costas mediterrâneas, alimentando o diálogo entre a Europa e o Norte da África. O calendário de 2013 é decididamente ambicioso. Mesmo apenas uma das 400 atrações seria digna de uma viagem. Veja, por exemplo, Le Grand Atelier du Midi, uma exibição arrebatadora que acontecerá tanto em Marselha (Musée des Beaux-Arts), como em Aix-enProvence (Musée Granet), numa colaboração inédita. Mais de 200 pinturas famosas de artistas como Van Gogh, Cézanne, Matisse e Picasso irão ilustrar como as paisagens do Midi inspiraram a criação artística de ponta. Uma exibição do grande arquiteto Le Corbusier, cuja icônica Cité Radieuse, em Marselha, oferece uma resposta modernista à crise urbana da habitação, acontecerá no J1, um hangar de barcos no Velho Porto de Marselha convertido em um ponto de destaque para o MP-2013. Aix-en-Provence festejará o centésimo aniversário de Albert Camus, uma figura simbólica apropriada para este ano centrado no Mediterrâneo, já que ele viveu em ambas as costas do mar. E o MP-2013 inaugurará uma trilha de escalada urbana inovadora, chamada GR2013 em referência às famosas rotas Grande Randonnée (GR, ou Grande Caminhada) da França. Cobrindo 360 quilômetros, ela passará tanto por áreas naturais, quanto por zonas urbanas. Haverá performances de circo, concertos musicais, oficinas de culinária, arte de rua e filmes no renovado Teatro Eden de La Ciotat, onde os famosos irmãos Lumière rodaram alguns de seus filmes. Em conjunto com o programa original, a Provença também sediará eventos já estabelecidos como Les Rencontres d’Arles, que tem papel decisivo na fotografia do mundo todo, e o Festival d’Aix-enProvence, onde o teatro Grand Saint-Jean irá exibir a ópera Elena, de Francesco Cavalli, pela primeira vez desde que foi criada em Veneza, no século 17.
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© Agence Rudy Ricciotti
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Um novo ponto cultural para Marselha, o Museu das Civilizações Europeia e Mediterrânea (MuCEM).
O MP-2013 coincide com a transformação urbana faraônica de Marselha. O celebrado arquiteto Norman Foster foi recrutado para tornar o Velho Porto mais acessível aos pedestres, enquanto o Euro-Méditerranée — o maior programa de renovação urbana que a Europa já testemunhou — reformará a velha área portuária Joliette com um calçadão esplendoroso ancorado pelo novo arranha-céu concebido por Zaha Hadid. Chame-o de efeito Bilbao (a cidade espanhola experimentou uma renascença com a abertura do museu Guggenheim). Mas Marselha está revelando não só uma referência arquitetônica, mas múltiplas atrações culturais desenhadas por arquitetos mundialmente reconhecidos: o Museu das Civilizações Europeia e Mediterrânea (MuCEM), de Rudy Ricciotti; o FRAC, Museu de Arte Comtemporânea, de Kengo Kuma; e o Tour-Panorama, no Friche la Belle de Mai, de Matthieu Poitevin e Pascal Reynaud. “Tudo ainda é possível em Marselha”, diz Alexandra Blanc Véa, uma especialista em arte e guia turística no ArtVisitProvence. “Há uma liberdade de experimentação criativa nunca antes vista em outras cidades globais.” Fora de Paris, Marselha tem a maior comunidade de artistas da França. E para ver o que está acontecendo agora com a cena artística contemporânea, o Friche é um destino imperdível. Ocupando uma antiga fábrica de tabaco, o Friche é um centro cultural
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descolado que abriga estúdios de arte, um espaço de escritórios para associações, salões de shows e até mesmo uma pista de skate. A novidade — adequadamente nomeada Panorama, por conta de sua vista panorâmica — foi desenhada como um cubo branco posicionado no teto do edifício. (Para o MP-2013, ela irá abrigar os trabalhos de 40 artistas internacionalmente reconhecidos do Mediterrâneo.) Durante sua construção, o artista local Pascal Martinez foi chamado para fotografar o processo, capturando-o por meio de lentes artísticas. “Eu tive a mais absoluta liberdade para fotografar o que quisesse. Eu não escolhi visualizar as transformações espetaculares no edifício, mas os detalhes pequenos dentro da estrutura, como os processos que ocorrem no corpo humano”, diz Martinez, que se mudou de Paris para Marselha em 2000 e obteve muito reconhecimento por seu trabalho. “É adequado, simbólico que um artista, e não um fotógrafo profissional, seja chamado para seguir os trabalhos de construção do Friche. Pascal foi três vezes por semana ao local e tirou milhares de fotos”, diz Lydie Marchi, cuja Saffir Galerie Nomade promove os artistas emergentes da cidade. Nascida em Marselha, Marchi fala do dinamismo da cidade: “Nos últimos dois anos, Marselha mudou muito. Novas galerias abriram, artistas vêm para cá por causa dos aluguéis baratos. Dê uma
olhada em como ficou badalado o bairro do Vieux Panier. E com a chegada do InterContinental, o primeiro verdadeiro hotel cinco estrelas da cidade, uma população totalmente diferente será atraída para o local.” “Marselha é uma cidade com futuro”, afirma Maxime Tissot, diretor geral do Escritório de Turismo de Marselha. “O MP-2013 é uma vitrine para mostrar a incrível riqueza cultural da região, e um fértil terreno para o crescimento continuado.” n ENDEREÇOS mp2013.fr theatreducentaure.com euromediterranee.fr artvisitprovence.com saffirgalerienomade.com pascalz.net marseille-tourisme.com visitprovence.com
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de 45 minutos de Paris, há oportunidades em cada uma das 90 lojas que oferecem marcas como Givenchy, Armani, Diane von Furstenberg, Jimmy Choo, Lacoste e Valentino. Menos preocupada em economizar? Acha que sua carteira está gorda demais? Gaste seus euros numa caminhada pelo triângulo dourado (talvez fosse melhor defini-lo como platinado) formado pela Champs Elysée, avenue George V e avenue Montaigne. Em alguns glamourosos quarteirões você encontrará templos como Louis Vuitton, Pucci, Gucci, Dolce & Gabbana, Chanel e Dior, nos quais aquela carteira pesada ficará levinha rapidamente. Por 250 euros você pode contratar um especialista em compras que irá ajudá-la nas escolhas certas e acompanhá-la até lojas que combinem com seu gosto e orçamento, das mais simples às boutiques mais sofisticadas (www.your-private-shopper.com).
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DORMIR
JANTAR Encante seu olhar na maratona de estilos, provando um petisco da moda, enquanto modelos desfilam suas roupas de passarela rumo ao bar do Hotel Le Bristol para degustar o Fashion High Tea (55 euros), uma serviço de chá completo que normalmente acontece uma vez por mês. Entre as grifes que participam do evento estão Versace, Chloé, Christian Lacroix e La Perla. www.lebristolparis.com.
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Relaxando
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Por Felicity Long
EXPLORANDO AUVERGNE ACIMA DAS NUVENS
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ada um de nós tem uma definição diferente para sapatos confortáveis. Para mim, significa qualquer modelo sem salto, com cadarço, que não seja o que carrego em minha bolsa da academia. Não tenho muitos. Entretanto, para os outros escaladores que encontramos andando em fila indiana ao longo do estreito cume de Puy de Sancy, em Auvergne, essa noção é sinônimo de botas de alpinista combinadas com bastões de caminhada – às vezes um em cada mão – e expressões sérias. A verdade é que meu interesse pela cidadezinha de Le Mont-Dore, a cerca de 8 quilômetros da montanha, tinha mais a ver com spas, jantares e compras do que com me equilibrar sobre rochas escorregadias no topo de um pico vulcânico a 1,8 mil metros de altura. A “pequena caminhada”, que durou quase metade de um dia, foi nada menos que fabulosa e se tornou, junto com os mencionados spas e restaurantes, uma das melhores atividades de férias de todos os tempos. É preciso somente um preparo físico normal para a escalada, isso graças a um funicular que fica na base da montanha e conduz os alpinistas até uma trilha cênica estreita, onde só é possível caminhar em fila indiana. Uma vez lá, a vista acima das nuvens é estonteante, assim como a caminhada sobre um tapete verde aveludado salpicado de flores silvestres e sem nenhuma trilha vertical. Eventualmente, o caminho se alarga e
desce até um campo pitoresco com cavalos e gado e foi aqui que meu calçado impróprio, escorregadio no contato com a rocha, tornou-se um problema menor, mas que, admito, eu mesma criei. Uma das melhores coisas em encarar um desafio físico é a recompensa e logo descobrimos que a região era repleta de possibilidades. Uma forma de homenagear a cultura de spas que floresce na região desde que os romanos descobriram fontes termais por ali há séculos é explorar o Old World SPA Thermal du Mont-Dore, situado num monumento histórico. Visitantes podem fazer tours guiados para conhecer o prédio decorado ou optar por alguns dos tratamentos de saúde, todos baseados nas águas vulcânicas com poderes curativos existentes na região. Em La Bourboule, a cerca de 5 quilômetros de distância, as GrandsThermes de La Bourboule produzem água com propriedades de recuperação de problemas respiratórios, asma e afecções de pele. A maioria dos hotéis da área oferece pacotes de spa, incluindo o charmoso Belle Epoque Le Parc des Fées, em La Bourboule, com 42 quartos. Como estamos na França, claro que investigamos o cenário gastronômico local, prestando atenção especial aos queijos regionais, notavelmente os Saint-Nectaire, Blue d’Auvergne e Cantal, combinados às variedades locais de vinhos, chardonnay e gamay.
O L’Amuse Bouche, também em La Bourboule, serve a cozinha tradicional como foie gras e camarão ao preço de 30 a 60 euros por pessoa, enquanto o Auberge des Skieurs foca em especialidades gastronômicas regionais pela bagatela de 15 a 30 euros. Infelizmente, não tivemos tempo de ir às compras, mas todos sabem que o item número um da minha lista seria um par de sapatos novos. n
ENDEREÇOS Hôtel Le Parc des Fées +33 4 73.81.01.77 parcdesfees.com
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As “CALANQUES” Agrestes Por Mary Winston Nicklin
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arselha é famosa por muitas coisas – bouillabaisse, a vitalidade do hip hop, um time combativo de futebol (com fãs ainda mais combativos) –, mas paz e calmaria não é uma delas. Localizado às portas da segunda maior cidade da França, o Maciço das Calangues é uma espetacular área erma situada ao longo de 20 quilômetros da costa mediterrânea: aqui, passagens semelhantes a fiordes são conhecidas
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como calanques, estruturas escavadas em despenhadeiros de calcário que se debruçam sobre o mar turquesa. Declarado oficialmente parque nacional em 18 de agosto de 2012, Calanques é o mais novo parque nacional da França desde 1979. O décimo parque nacional francês é fabulosamente selvagem . Nas cercanias da cidade, mas longe do ritmo metropolitano de Marselha, esta paisagem rugosa a princípio parece hostil à vida silvestre.
Pinheiros agarram-se aos declives banhados pelo sol, dobrados em ângulos caprichosos esculpidos pelos ventos. A flora e a fauna são férteis e aqui nascem algumas espécies raras – como uma orquídea chamada Ophrys massiliensis, existentes apenas aqui. A região abriga o ninho da águia bonelli, do falcãoperegrino e da grande coruja-de- chifres, cujo chamado pode ser ouvido a ecoar pelos despenhadeiros durante o pôr do sol no inverno. O ameaçado Lézard
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ocellé, o maior lagarto da França, escondese entre os seixos rolados; javalis e raposas são vistos em meio aos arbustos. Ao todo, 140 espécies de plantas e animais ameaçados de extinção contam com proteção em terra, junto com 60 espécies marinhas. Mesmo com 1,3 milhão de visitantes que desembarcam na região durante o todo ano, ainda assim ela oferece descanso da agitação da cidade. Alpinistas seguem a trilha GR98 que vai de Les Goudes, cidadezinha a sudoeste de Marselha, até Cassis. O arquipélago de Riou tem vistas divinas – atenção apenas à necessidade de levar água (não há nascentes ao longo do solo árido). Além da emoção do surfe, viciados em adrenalina escalam os despenhadeiros de um dos destinos mais procurados da Europa. Adoradores do sol bronzeiam-se nas praias localizadas em abrigos onde barcos flutuam presos por âncoras. Você não é exatamente do tipo marinheiro? Então pode partir em um cruzeiro de Marselha ou alugar um caiaque para explorar os recantos e fendas. Esta é uma Côte d’Azur bem diferente da imaginada pela maioria das pessoas. É um lugar distante da glamourosa Riviera dos iates atracados em Antibes, dos clubes noturnos de celebridades de St. Tropez e dos cobiçados recantos praianos de Cannes. Mas o Maciço das Calanques tem sido louvado como local de moradia há milênios. Evidências da presença humana remontam a 27 mil anos na soberba gruta Henri Cosquer, uma caverna submarina decorada com pinturas pré-históricas que exibem pinguins e focas, frequentadores da área em tempos de clima mais frio. Já as singulares cabanas de pescadores (cabanons), que se tornaram famosas em diversas canções pop dos anos 1950, são parte da cultura de Marselha. O objetivo do parque nacional é proteger este patrimônio humano, que conta com 8.500 hectares terrestre e 43.500 hectares marinhos, juntamente com seus habitantes silvestres.Dentro do parque, os visitantes podem colher cogumelos e ervas aromáticas como tomilho, erva-doce e alecrim para uso doméstico. E assim, por meio do turismo sustentável, a coabitação pacífica pode continuar. n
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Sobrevoando
Megève, vista do CÉU Por Andréa del Rio
O AVIÃO LEVE, UM JODEL D-140 MOUSQUETAIRE, TAXEIA PELA PISTA DE AÉROCIME, O AEROPORTO DE MEGÈVE, UM CHARMOSO VILAREJO ALPINO DA REGIÃO DE RHÔNE-ALPES.
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os fones integrados ao meu capacete, a voz levemente anasalada do piloto repete as últimas verificações de rotina: tempo previsto do voo, 40 minutos; altitude máxima, 3.000 metros; destino final, o maciço do Mont Blanc. Quando o avião finalmente decola, meu coração começa a bater no ritmo das vibrações do motor. Do alto, a estação de esqui surge como uma linda maquete, o cenário perfeito para um conto de fadas: os chalés de madeira e pedra, com telhados em ponta, os jardins e varandas cobertos de flores no verão e de neve no inverno, trilhas para caminhadas ou esqui que se perdem nas profundezas da floresta, e os campanários que comovem pela sua simplicidade. Conforme ganhamos altitude, o cartão postal é impresso na minha memória como um ícone da serenidade inabalável da vida no alto da montanha. Logo o vale desaparece sob a cabine, mas meu devaneio prossegue, alimentado por muralhas de granito, por glaciares caóticos e pelo Mont Blanc, o pico mais alto dos Alpes. Diante dessa vista, com seus sentidos cativados, o turista frequentemente se esquece da máquina fotográfica cuidadosamente preparada antes da decolagem. Megève, uma luxuosa estância de esportes de inverno, a escolhida desde o começo do século 20 pelo influente clã dos Rothschild – tornando-se assim concorrente direta de Saint-Moritz, até então
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inquestionável no segmento –, transformouse em um símbolo da altitude saudável. Essa estação mítica deve seu sucesso tanto às iniciativas do governo para proteger o seu entorno, quanto à abundância de balneários, salões de beleza e outros estabelecimentos locais que oferecem programas de relaxamento e bem-estar, aproveitando as águas das fontes primaveris. Mas o lugar se beneficia também de oferecer algo que poucos outros destinos deste tipo possuem: uma bela variedade de atividades aéreas. Além de sobrevoar os glaciares em aviõezinhos, pode-se também organizar passeios personalizados de helicóptero, de um tour dos grão-duques a um safári fotográfico ou videográfico profissional, passando por voos particulares de luxo e por inocentes batismos aéreos. Para quem quer uma injeção de adrenalina, o cardápio inclui voos de parapente e asa-delta, com saltos gratuitos e voos em dupla. Diversos clubes ensinam os rudimentos para que você possa voar feito um Ícaro, seja por puro prazer ou como último treino antes de uma competição. Finalmente, divirta-se viajando no ar e no tempo a bordo de um balão de observação. A cerimônia começa com a preparação e enchimento do balão. Uma vez dentro do cesto, cada metro ganho é um desafio às leis da gravidade (você vai voar a uma altura de 1.500 a 2.500 metros), o que vai lhe proporcionar uma vista única de Megève. E eis que surgem novos detalhes – a simetria de um grupo de casas, as bifurcações espontâneas das trilhas, a coerência das correntes naturais – que, vistos com seus próprios olhos, ficarão gravados para sempre na sua memória. n ENDEREÇOS megeve.com fr.rhonealpes-tourisme.com
www.rendezvousenfrance.com/magazine Uma outra maneira de se deslizar Compartilhe sua opinião sobre este artigo
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Correndo
A MARATONA do Médoc MAIS INFORMAÇÕES PARA PARTICIPAR
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Por Allan Lynch
MUITO ALÉM DE UMA SIMPLES COMPETIÇÃO ESPORTIVA, A MARATONA DO MÉDOC É UM EVENTO COM “E” MAIÚSCULO QUE COROA AS CELEBRAÇÕES DA TEMPORADA DAS COLHEITAS DE UVA.
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a França, as colheitas de uva estão entre as mais esperadas no ano. Este país, que ofereceu ao mundo os conceitos do élan (força vital) e a joie de vivre (alegria de viver), encara esse tipo de celebração de maneira apaixonada. Esse sentimento é levado à tona em eventos como a Maratona do Médoc, realizada anualmente na Aquitânia, no sudoeste francês. Se a maioria dessas provas de longa distância oferece atrativos apenas medianos aos espectadores, já que os competidores, todos uniformizados, passam rapidamente por eles, a Maratona do Médoc é um espetáculo rico em cores, pois a maioria dos 8.500 participantes corre fantasiada, em uma espécie de encontro entre o Dia das Bruxas e o Carnaval. Os maratonistas instigam ainda mais a imaginação quando é chegada a hora de formar duplas e grupos para disputar a prova. Ao me aproximar da linha de partida da edição de 2011, percebi participantes oriundos dos quatro cantos da Europa, África, Ásia e América do Norte, ajudando uns aos outros a colocarem faixas amarelas e negras em suas costas para, assim, concluírem a decoração das fantasias de abelhas. Outros ajustavam a cauda e as asas dos parceiros, além do bico e das orelhas. Estavam competindo também flamingos rosas, enxames de joaninhas, rebanhos bovinos, e quase 101 dálmatas
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fugindo de um punhado de Cruelas Cruéis. Podíamos encontrar ainda gatos siameses, gorilas, cisnes, pinguins, carneiros, as Tartarugas Ninja e os Três Porquinhos. ‘‘Nós não criamos os porquinhos juntos’’, dizem os franceses, para deixar claro que não existe qualquer intimidade entre eles. Bem, mesmo se vários participantes nunca criaram suínos, eles correram juntos parecendo uma vara de porcos. Os que aderem a esse tipo de fantasia se inspiram muito na vida cotidiana, como os padeiros com suas baguetes ou os açogueiros com aventais banhados de sangue levantando suas facas em direção aos que estão fantasiados de animais da fazenda. Eu vi mosqueteiros, um Napoleão vestindo um sobretudo de veludo verde e com uma calcinha de seda correndo com a mão direita para dentro do casaco ou nas costas , e ainda uma quantidade surpreendente de homens fantasiados de empregadas domésticas em diferentes estágios de strip-tease. Julia Child percebeu que, na França, a cozinha é uma nobre arte e um esporte nacional, o que provoca uma relação perfeita com a Maratona do Médoc. De uma maneira tipicamente francesa, o esporte aqui foi elevado ao status de evento culinário. O percurso traçado faz com que os corredores passem por 50 châteaux e caves (como o château Lafite Rothschild) e 21 paradas gastronômicas.
A Maratona do Médoc recebe cerca de 15.000 inscrições por edição, mas limita o número de participantes a 8.500. A festa vai de sexta-feira a domingo, e a próxima maratona será disputada no dia 7 de setembro de 2013, um sábado.
Os participantes recebem muito mais do que as frutas tradicionais e garrafas d’água: a eles é oferecido vinho tinto ou branco – em geral, a especialidade da casa –, além do queijo local, ostras e um fois gras, servido em pedaços de pão recém-saídos do forno. É a versão “occitana” do fast food. A maratona começa e termina no cais de Pauillac, uma pequena cidade na região da Gironda, a meio caminho entre Bordeaux e o Oceano Atlântico. Após a passagem da linha de chegada, os corredores começam a pular e dançar na rua com a promessa de receberem uma ducha redentora, uma massagem reconfortante e uma garrafa de vinho. Os vencedores das categorias masculina e feminina recebem todo o seu prêmio em vinho! Durante essa maratona, os que preferirem não correr poderão desfrutar com prazer uma jornada em Pauillac, admirando os trajes típicos, a degustação dos produtos locais e os vinhos de Bordeaux, enquanto os corredores transpiram em suas fantasias. n ENDEREÇOS marathondumedoc.com tourisme-aquitaine.fr
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Brincar na areia
Por Isabelle-Marjorie Tremblay
ESTÁ À PROCURA DOS BALNEÁRIOS MAIS ACOLHEDORES DA EUROPA PARA SUAS FÉRIAS COM A CRIANÇADA? A COSTA ATLÂNTICA DO NORTE DA FRANÇA TEM MUITO A OFERECER PARA AS FAMÍLIAS. FOCO EM DOIS BALNEÁRIOS: LE TOUQUET PARIS-PLAGE, NO NORD-PAS-DE-CALAIS, E LA BAULE, NA PENÍNSULA DE GUÉRANDE, NO SUL DA BRETANHA, ONDE UM ARCO DE AREIA FINA SE ESTENDE POR NOVE QUILÔMETROS...
LA BAULE SUL DA BRETANHA “Nosso prazer é dar prazer!” Este é o sedutor lema dos habitantes de Baule, que recebem e entretêm os turistas desde o fim do século 19. Com muito espaço para diversão na areia, junto à chamada Côte de l’Amour (Costa do Amor), era aqui que o compositor Jacques Brel passava suas férias em família. Cuidado! É possível que você esbarre em alguns famosos... enterrados na areia pelos seus filhos, felizes como reis!
IDEAL PARA AS FAMÍLIAS Um verdadeiro reino para as crianças, La Baule possui uma dezena de clubes náuticos certificados. O Club des Dauphins, por exemplo, oferece a possibilidade de inscrever seu filho por meio período, o dia inteiro ou por toda a semana. Para os mais novos, existem as brincadeiras na praia (cama elástica, frescobol, natação); os mais velhos podem ser iniciados na prática da vela.
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Quer ficar com as crianças? O passeio de veleiro é uma opção que pode ser organizada num piscar de olhos. Observe que em La Baule vários trechos da praia, que é pouco acidentada, estão monitorados e permitem fácil acesso para os carrinhos. Perfeito para os bebês!
ACOMODAÇÕES Dois critérios devem ser considerados quando viajamos com crianças: sentir que elas são bem vindas aonde vão, e ter o mar bem à vista! Além de imóveis modernos e bem preparados para receber famílias, você também poderá se alojar em magníficos casarões do século 20. É o caso do Hôtel Saint-Pierre, um charmoso estabelecimento da década de 1930, acolhedor e confortável, a apenas NÃO PERCA 150 metros da praia. Ainda Visite Le Touquet a bordo de um trenzinho nas proximidades, consilepetittraindutouquet.com/accueil.htm dere também o Hôtel Villa Cap d’Ail, com magníficos Exploração das salinas de Guérande, jardins, suítes familiares e a de charrete. ot-guerande.fr cerca de dez minutos a pé do mercado de La Baule.
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Le Touquet Paris-plage NORD PAS DE CALAIS Sem relação com a Paris Plage (praia de Paris) da Cidade-Luz, Le Touquet Paris-Plage é um elegante balneário localizado na região mais setentrional da França, o Nord-Pas-de-Calais. Frequentado pela alta burguesia na década de 1920, Le Touquet Paris-Plage tem há décadas a certificação “Famille Plus”, o que garante às famílias uma estada agradável.
Quanto à hospedagem, você será muito mimado! Construído em 1927, e com cerca de 50 quartos, o Hôtel Le Bristol convida as famílias a ficarem sob seu teto. Diversas suítes possuem dois quartos e dois banheiros; é possível acrescentar um berço e uma banheira infantil, o que garantirá a todos relaxantes momentos espumantes após dias tão ativos. n ENDEREÇOS La Baule
O PARAÍSO DOS ESPORTES A maré baixa que revela mais de um quilômetro de terreno arenoso é sem dúvida o que distingue Le Touquet e lhe permite reivindicar o título de Paraíso dos Esportes. A prática de vela sobre rodas, por exemplo, é uma atividade original que qualquer um, desde que tenha mais de oito anos, pode praticar. Bastam duas horas para dominar esse esporte e velejar suavemente entre as dunas e o mar. Cursos de cinco dias, com aulas de duas horas diárias, são oferecidos às crianças, e as famílias podem desfrutar de lindos passeios. Prefere as rédeas de um cavalo aos cabos de um veleiro? A equitação também é uma maneira espetacular de descobrir um lugar. Os maiores poderão participar de uma expedição equestre pelas dunas, ao passo que os pequenos – a partir dos dois anos –poderão acompanhá-los montados em pôneis.
clubdesdauphins.com hotel-saint-pierre.com villacapdail.com labaule-guerande.com Le Touquet-Paris-Plage familleplus.fr bleriotclub.com centre-equestre-letouquet.ffe.com hotelbristol.fr letouquet.com
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Descobrindo
Na TRILHA dos celtas Por Julien Bisson
OS CELTAS REINARAM SOBRE ARMÓRICA, O ANTIGO NOME DA REGIÃO DA GÁLIA, DURANTE ERAS, LUTANDO COMO O FAMOSO ASTERIX PELA INDEPENDÊNCIA DAS TROPAS DE JULIO CÉSAR E CLOVIS. HOJE, A CULTURA CELTA AINDA PULSA AO SOM DO BINIOU, OU GAITA DE FOLES EM BRETÃO, JUNTAMENTE COM A DE SEUS PRIMOS IRLANDESES E ESCOCESES. SUA IDENTIDADE MÍTICA SOBREVIVEU A SÉCULOS, COM MARCOS E LENDAS DEIXADOS PELAS TRIBOS CELTAS, REMANESCENTES DE UMA ERA REGIDA POR DRUIDAS E PELA MAGIA.
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OS MENIRES DE CARNAC Os mais populares locais celtas da Bretanha são também os mais enigmáticos. Por que os moradores de Menhir ergueram cerca de 4 mil menires, alguns com 4 metros de altura? De acordo com a lenda medieval, estas pedras são vestígios de uma armada romana, cujos soldados foram petrificados em batalha por São Cornélio. Arqueólogos, por sua vez, ainda discutem o significado desta empreitada titânica, e hesitam entre hipóteses de ritos fúnebres e observação astronômica. Como a Bretanha fica numa região sísmica, alguns dizem até
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Dólmen de Manékerioned
que esses menires foram usados para detectar terremotos. Acima e além do mistério, entretanto, encontra-se um espaço poético onde o tempo parece ter parado, um espaço onde a intimidade entre o homem e seus elementos prevalece.
FLORESTA DE PAIMPONT A floresta de Paimpont, perto de Rennes, está no centro da lenda do rei Artur, a qual tem raízes profundas na cultura celta. Na verdade, a região é associada à mítica floresta de Brocéliande, lar de Merlin, o Mago. A tradição resiste hoje em sítios neolíticos de belos nomes como Fonte da Juventude, Casa de Viviane e Tumba de Merlin. A área mais famosa da floresta é, sem dúvida, o Vale Sem Retorno, terra encantada onde a fada Morgana aprisionou amantes infiéis, antes de ser vencida por Lancelot. O Espelho das Fadas é um lago hipnotizador que fica na entrada do vale e que recebeu este nome em homenagem aos seres que dormem em suas águas profundas.
Vinte metros de comprimento e pedras de até 40 toneladas, o que deve ter exigido o trabalho de ao menos 300 homens! Ainda hoje o dólmen das Rochas das Fadas inspira quem neles acredita, especialmente recém-casados, que vão até o local para serem abençoados.
VILAREJO DE LOCRONAN Um dos mais belos vilarejos da França, Locronan fica perto da região de Finistère e foi a meca da cultura druida. Doze menires representam cada mês do ano e cada um é dedicado a uma divindade do panteão celta. Mais tarde cristianizada por são Ronan, a cidade tem sido desde então perfeitamente preservada e orgulhase de sua arquitetura medieval. Em 2013, Locronan sediará a Grande Troménie, uma grande procissão católica inspirada na tradição celta. n ENDEREÇOS bretagne-celtic.com brittanytourism.com
DÓLMEN DAS ROCHA DAS FADA
Menires de Carnac
Fadas também inspiraram a lenda deste suntuoso dólmen, situado ao sul de Rennes. As 40 pedras que compõem o monumento, cujo formato se assemelha a um corredor estreito, teriam sido transportadas por essas criaturas mágicas, reza o folclore. Verdade ou não, o que se fez aqui é inegavelmente admirável.
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Inspirando
Ceret, o REFÚGIO dos Mestres Por Liane Alves
PORTA DA FRANÇA PARA AS SOLARES TERRAS DA CATALUNHA, NA VIZINHA ESPANHA, ESSA CIDADE MEDIEVAL BANHADA PELO PERFUME DE MIMOSAS E FLORES DE CEREJEIRAS TORNOU-SE O BERÇO DOS MAIS IMPORTANTES MOVIMENTOS DA PINTURA MODERNA DO SÉCULO XX.
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uando chegou em Ceret, em 1911, Picasso ja colhia os primeiros frutos do seu trabalho. Os tempos de fome e frio no seu estudio em Montmartre, em Paris, quando era obrigado a queimar os papeis dos seus croquis na lareira para poder se esquentar, ja tinham ficado para tras. Ele vinha morar no vilarejo cheio de novos planos e vigor, a convite do pintor e escultor catalão Manolo Hugué. Logo depois, aportariam na cidade os pintores
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Henri Matisse, Georges Braque e Juan Gris. Formou-se ali entao uma pequena comunidade de jovens artistas de vanguarda, da pintura à escultura, da poesia à música. Ceret passou a ser conhecida como “a Meca dos cubistas”. As primeiras colagens como expressão artística também surgiram ali. Em 1919, após a Primeira Guerra Mundial, uma segunda onda de artistas viria diretamente de Montparnasse, em Paris, em direção a Ceret, com pintores como Chaim Soutine,
Raoul Dufy e o poeta Jean Cocteau. A terceira leva de artistas lançaria suas bases no vilarejo durante a Segunda Guerra Mundial, com Marc Chagall, Jean Dubuffet e Tristan Tzara fugindo do nazismo. Esse rico passado cultural é celebrado no Museu de Arte Moderna dessa pequena cidade de 7 500 habitantes no sudoeste da França na região dos Pirineus Orientais. O museu, que exibe obras doadas por Picasso e Matissse, entre outros artistas que moraram ali, foi criado
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MIMOSAS E CEREJAS O clima ameno e a luz dourada que agradavam tanto aos pintores tornaram a cidade também propícia ao cultivo de mimosas, que inundam o ar com o perfume de sua floração, quando recobrem as colinas com suas flores amarelas e brancas. Ceret também é famosa pelas cerejeiras que se espalham em seus campos verdejantes. Pela sua localização geográfica, clima e solo, ali amadurecem as primeiras cerejas da França, as primícias, que no passado eram sempre ofertadas aos reis. Hoje, no final de maio, acontece o Festival da Cereja de Ceret. Existe todo
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em 1950 com o apoio dos pintores Pierre Brune e Frank Burty Haviland, herdeiro da fábrica de porcelanas Limoges, com a ajuda da municipalidade local. E toda Ciret respira arte e cultura. Tradicionalmente são feitas boas exposições ligadas as artes plásticas na antiga igreja La Capelleta, na Salle Manolo, ao lado do Escritório de Turismo, e nas suas galerias de arte.
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um patrimônio gastronômico local ligado à fruta, usada em tortas, doces, geléias, numa deliciosa aguardente e até em cervejas e licores. Além dessas especialidades, nas mesas dos restaurantes e cafés do vilarejo sao oferecidos vários tipos de presunto, linguiças e embutidos, que podem ser saboreados com o vinho marcante da região. Outro bom programa gastronômico é a feira livre do vilarejo aos sábados de manhã, e a feira noturna de terça à noite, durante o verão. Em junho, a atenção pode se voltar para as exibições de dança flamenca (as querências) ou para os shows musicais de habaneras, música tradicional regional. As corridas de touros também fazem parte da cultura da cidade, e elas tem um calendário especial de apresentações para isso. Pela sua força, beleza e magia, até hoje Ceret continua a fascinar a todos que a visitam. n ENDEREÇOS ot-ceret.fr musee-ceret.com
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Renascendo
A volta da SANFONA Por Mary Winston Nicklin
O INSTRUMENTO CLÁSSICO, RETRÔ, PASSA POR UM RENASCIMENTO
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u tenho uma confissão a fazer: nem sempre amei o acordeão. Com certeza foi romântico quando meu marido, Pierre, tocou amadoristicamente o instrumento em uma loja de música do Panamá (sob o pretexto de comprá-lo), durante nossas andanças turísticas. Ou quando ele me encontrou na estação de trem de Angers, depois de um vôo transatlântico (daqueles com partida à noite e chegada cedo na manhã seguinte) com o acordeão amarrado ao pescoço, surpreendendo os passageiros matutinos com algumas canções. Mas, durante o nosso período de dois anos em Limoges, eu vivia com medo dos vizinhos, possivelmente descontentes com o modo como Pierre ganhava a vida, tocando canções folclóricas conhecidas em seu acordeão diatónico (Eles gentilmente deram a entender que Pierre poderia ter aulas na academia de música local). O acordeão não é um instrumento francês em si (seu local de nascimento foi na Alemanha), mas tem sido um símbolo clichê da França. (A clássica imagem do cartão postal: Um cavalheiro de bigode usando boina e tocando melodias sobre as pontes de Paris, a poucos passos de Montmartre, ou em meio ao barulho dos trens de metrô da cidade). Canções como a interpretação de Patrick Bruel de Mon Amant de Saint Jean tornaram-se parte do léxico cultural do país. No entanto, de repente, nos últimos anos, o instrumento do velho mundo tornou-se decididamente cool, infiltrandose no pop e nas bandas de rock como Têtes Raides e Sanseverino (e fora da França, Beirute, Bruce Springsteen Street Band, Green Day, Gotan Project e os
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Counting Crows, para citar alguns entre tantos que o utilizam). Como o movimento nas questões de alimentação, o mundo da música tem assistido a uma tendência para o local e tradicional, celebrando as raízes. Como exemplo, tem-se a popularidade da estrela de TV e cantora bretã, Nolwenn Leroy, que canta baladas celtas em seu dialeto nativo. Eu também credito ao filme O fabuloso destino de Amelie Poulain o sucesso do renascimento do acordeão. Quando o filme chegou aos cinemas, em 2001, foi um grande sucesso, e sua trilha sonora usando acordeão, criada por Yann Tiersen, tornou-se um hit mundial. Mas meu despertar veio mais tarde. Um dia de outono sem nuvens, em Limousin, acompanhei Pierre em peregrinação a Tulle, a capital não oficial do acordeão da França, para o festival anual Nuits de Nacre. Paramos para visitar a famosa fábrica de acordeões Maugein, a mais antiga marca na França. Lá os instrumentos são montados por inteiro (exceto os botões). A maioria das peças são fabricadas na França: as notas de capa esculpidas em Limousin; as peças de porcelana produzidas na Haute-Vienne; os componentes de metal minúsculo da Savoia. O processo é longo e meticulosamente complicado. São de 4.000 a 8.000 peças num único acordeão, cuja montagem, feita a mão, pode requerer cerca de 200 horas. Apenas 600 acordeões são produzidos a cada ano, a maioria é personalizada para músicos profissionais ávidos pelo instrumento. Ao testemunhar esses artesãos no trabalho, percebi que o acordeão em si é uma obra de arte notável.
Naquela noite, o festival fervia, transbordando multidões pelas ruas. Palcos pipocavam nas esquinas; performances de improviso tiveram lugar nas pontes e passarelas do rio que atravessa Tulle. As salas de concerto estavam lotadas com fãs. O tema era “Quand la femme porte les bretelles” (“quando a mulher usa ligas”) e fiquei boquiaberta com as lindas meninas, cantando as músicas e tocando seus acordeões, sozinhas, segurando a atenção da multidão extasiada. Eu testemunhei uma nova onda de jovens músicos que contribuem para a revitalização do acordeão. “A música tradicional, como a do acordeão, mistura-se bem com outros instrumentos e novos sons. Artistas de hoje surfam esta onda, encabeçam esta tendência. Em um mundo globalizado, há uma necessidade de raízes para tomarmos como referência”, diz Antoine Turpault, 27 anos, um premiado acordeonista do departamento de Deux-Sèvres, que toca há 19 anos. Esta “nova escola” de entusiastas do acordeão ressuscitou a alma deste instrumento da “velha guarda”, dando-lhe nova vida. n ENDEREÇOS accordeons-maugein.com accordeon.org ville-tulle.fr yanntiersen.com nolwenn.org tourismelimousin.com
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Colorindo
pastel
O reflorescimento do
Por Diane Précourt
ELE TEM A HISTÓRIA À FLOR DA PELE, O OURO AZUL DO MIDI-PYRÉNÉES. QUANTAS REVIRAVOLTAS JÁ VIVEU O PASTEL, PLANTA MÍTICA DESSA REGIÃO DO SUDOESTE DA FRANÇA, HOJE REABILITADA DEPOIS DE TER VEGETADO NOS MEANDROS DO ESQUECIMENTO DURANTE MAIS DE 400 ANOS – LOGO ELE, QUE HAVIA SEMEADO RIQUEZA E TRADIÇÃO NO SEU SOLO.
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ssa planta de floração amarela fornece uma pigmentação de um azul suave, capaz de ruborizar de admiração os maiores pintores. Cultivada desde o século 15 nos arredores de Toulouse, no Midi, ela logo passou a ser apreciada pelas virtudes para coloração de suas folhas verdes, embora suas propriedades medicinais e cicatrizantes já fossem conhecidas havia muito tempo. Mas o lado romântico deste lindo vegetal da família das crucíferas contrasta alegremente com o comércio florescente que ela conseguiu despertar, tornando-se de repente a coqueluche do “triângulo de ouro do pastel” formado pelas cidades de Toulouse, Albi e Carcassonne. Um processo extraordinário, originário da preciosa pasta produzida a partir da planta, deu origem a pequenas fortunas para os pastelliers, cujos negócios prontamente se espalharam por toda a Europa. Fala-se em 30 a 40 mil toneladas de exportação de pastel, então no ápice de sua produção. A prosperidade desses comerciantes abastados os estimulou a construir verdadeiros palácios, competindo em prestígio e estética entre si, e desenvolvendo assim um patrimônio arquitetônico inestimável na região conhecida como Pays de Cocagne. Mas as guerras religiosas e, acima de tudo, a concorrência impiedosa do índigo americano no século 17 fizeram com que a fina flor dessa economia acabasse por murchar, para em seguida desaparecer, exceto durante um curtíssimo período em que Napoleão a fez germinar novamente... para tingir de azul os uniformes dos seus soldados. Seria preciso esperar até o inicio da década de 1990 para que o pastel tornasse a desabrochar no espírito de alguns apaixonados, os quais contribuíram para o seu novo florescimento. Tanto é assim que em 2004 foi recriada a Academia de
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Artes e Ciências do Pastel, para torná-lo mais conhecido e garantir a sua retomada sob todos os aspectos. Pesquisas foram então realizadas com o objetivo de desenvolver um novo método de extração do pigmento da folha, sem passar pelas trabalhosas etapas tradicionais da putrefação, da fabricação da bola de pasta chamada cocagne, da secagem e da trituração, estabelecendo um ciclo de produção mais rápido do que aquele utilizado durante o Renascimento. Hoje, a planta está no centro de um turbilhão de novos campos de interesse, empurrada na direção a um florescimento que jamais pareceu ter perdido o viço. Dessa tintura vegetal, 100% natural, derivam diversos produtos têxteis, artísticos, decorativos, de higiene ou mesmo cosméticos... e até produtos para massagens, criados recentemente a partir da semente. Afinal, não havíamos descoberto desde a Idade Média seus benefícios dermatológicos? Existem diversas nuances de pastel, do “azul nascente”, um branco azulado, ao “azul inferno”, o mais escuro. A própria palavra se impôs na linguagem cotidiana através dos séculos, indicando agora bem mais do que apenas uma tintura dentro da paleta de cores. Se certas partes da Isatis tinctoria, como a planta é chamada cientificamente, precisam ser esmagadas para que se extraia o material para a sua transformação, o fato é que o astuto pastel, pelo visto, não iria ficar se remoendo, nem se deixará pulverizar pela história. n ENDEREÇOS tourisme-midi-pyrenees.com midipyrenees.fr/Le-pastel
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Borbulhando
Um mundo de PEQUENAS
bolhas
Por Matthew Wexler
DESISTA DE TENTAR IMAGINAR COMO AS PIRÂMIDES DO EGITO FORAM CONSTRUÍDAS...UM DOS MAIORES MISTÉRIOS DE TODOS OS TEMPOS É A ORIGEM DO VINHO ESPUMANTE, QUE MUITOS ACREDITAM TER COMEÇADO NO LANGUEDOC, NA ABADIA DE SAINT-HILAIRE. COLOQUE A REGIÃO NA LISTA DOS DESTINOS QUE UM AMANTE DE VINHOS NÃO PODE DEIXAR DE CONHECER E VOCÊ DESCOBRIRÁ UM PASSADO ÚNICO E EFERVESCENTE DO SUL DA FRANÇA.
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As três categorias de espumante do Languedoc, cada uma delas com características próprias, podem ser adquiridas por preços bastante razoáveis. O moderno Blanquette de Limoux contém um mínimo de 90% de uvas mauzac (variedade do sudeste da França) com colheitas recentes que exibem robustez, efervescência e uma linda cor de palha. O Crémant de Limoux, um vinho espumante brut ou démi-sec, é composto por uvas chardonnay e chenin blanc e deve ser bebido após dois anos engarrafado. O Blanquette de Limoux Methode Ancestrale usa um processo em que os sedimentos da fermentação secundária são deixados na garrafa, o que cria um vinho borbulhante mais doce, levemente mais turvo, com paleta de notas florais e frutadas. A maneira mais autêntica de experimentar esses vinhos é planejar uma viagem ao Languedoc-Rousillon, onde seus olhos também brilharão tanto quanto os vinhos que saem das garrafas. Você vai descobrir uma região exuberante dotada de dedicados produtores de vinho, salas de degustação e de uma particular cultura local e se perguntará por que Dom Pérignon partiu.
EXPERIMENTE
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om Pérignon frequentemente é creditado pelo método champenoise, a hoje lendária segunda fermentação que ocorre na garrafa no processo de preparação da champanhe. Cerca de 150 anos antes de Pérignon chegar à Abadia de Hautvillers, os monges de SaintHillaire escreveram sobre o Blanquette de Limoux – o que na época ( 1531 )era um vinho espumante. É possível que Pérignon tenha visitado a abadia durante uma peregrinação, aprendido a técnica e a aplicado e aperfeiçoado na região de Champagne. Nunca saberemos ao certo, mas Languedoc-Rousillon continua a abraçar a tradição do vinho borbulhante.
Antech, Blanquette de Limoux, Réserve Brut – Produzido numa propriedade familiar há mais de seis gerações, este vinho cintilante apresenta aromas florais com um tom dourado e termina com delicadas borbulhas. Gilles Louvet, Esprit du Sud — Pertencente à categoria de vinhos orgânicos desde 1993, o Blanquette de Limoux exibe notas de mel e mentol. Gérard Bertrand Crémant de Limoux — Ex-capitão do time de rúgbi do Stade Français, Bertrand hoje é dono de oito propriedades vinícolas e foi eleito Produtor Europeu de Vinhos de 2011 pela publicação Wine Enthusiast. Seu vinho Crémant apresenta efervescência com sabor de avelã e finalização mineral.
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charmosa hospedaria onde uma adega subterrânea e um bar permitem saborear os produtos locais sem pressa. Crie sua própria experiência enológica em termos de vinho com o especialista Matthew Stubbs na Vinécole, um centro especializado em estudos sobre vinho no Languedoc-Rousillon. Escolha um workshop de duas horas, um fim de semana com guia ou leve ainda mais a sério e faça o curso profissional WSET (Wine & Spirit Education Trust). Tire uma folga da garrafa e se solte no Carnaval de Limoux, tradição da cidade desde o século 16, que tem lugar na Place de La République nos fins de semana de Janeiro a Março.
A MAIS FAMOSA GARRAFA DO MUNDO Originalmente utilizada pelo famoso comandante militar Hannibal para revitalizar suas tropas, Perrier – a mais famosa água com gás natural do mundo – vem de uma fonte de Vergèze, no LanguedocRousillon. A propriedade recebeu este nome em 1898, quando Louis-Eugène Perrier a comprou e decidiu desenvolver uma garrafa capaz de manter o frescor da água que contém três vezes seu volume em forma de gás. Hoje a Perrier está em 150 países, mas você pode ter uma experiência direta visitando a fonte e o museu Perrier. n ENDEREÇOS antech-limoux.fr vignobles-gilleslouvet.com gerard-bertrand.com garrigae-resorts.com sud-de-france.com vinecole.com Les Bouillens, Vergèze +33 4.66.87.61.01
ONDE IR, O QUE VER, O QUE FAZER Construído originalmente como convento para acomodar as freiras da Igreja de Saint Martial, o Couvent d’Hérépian foi restaurado sob a forma de uma
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Roquefort oque (SEMPRE) o rei dos queijos Por Julien Bisson
FORTE NO SABOR E ESTRANHO NA APARÊNCIA, ESTE QUEIJO AZUL DE AVEYRON TEM RECORRIDO À TRADIÇÃO PARA RESISTIR AO TEMPO.
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xistem pratos mais apetitosos, é verdade. Com seu cheiro forte, textura cremosa e cor de marfim estriado com bolor verde ou azul, o roquefort poderia legitimamente repelir até o primeiro gourmet a prová-lo. Mesmo assim, o filósofo e autor da Encylopédie, Denis Diderot, considerou-o o “rei dos queijos”. Com esta especialidade francesa adquirindo reputação além das fronteiras, seu título de magnificência está
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longe de ser usurpado. Até mesmo o diminuto cogumelo que desenha os veios no queijo ganhou o nome científico de Penicillium roqueforti. Segundo a lenda, um pastor romântico certo dia distraiu-se com uma encantadora pastora, esquecendo seu pão e queijo numa caverna localizada no platô argiloso de Combalou, na região de Roquefort-sur-Soulzon. Ao voltar mais tarde para seu lanche, ele ousou experimentar a iguaria coberta de bolor e
descobriu que estava deliciosa! E assim nasceu o queijo roquefort. A versão histórica não é menos saborosa. Julio César e Carlos Magno teriam experimentado o queijo na região, embora a primeira menção escrita ao roquefort date do século 11. Quatrocentos anos depois, o rei Carlos VI declarou as cavernas de Roquefort áreas de proteção. Seu filho, Carlos VII, reconheceu o processo de maturação como originário dos moradores da região e seus direitos de
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O mestre afinador verifica a maturação
em ripas de madeira, o produto precisa permanecer na caverna por pelo menos 90 dias antes de ser cuidadosamente embalado para evitar ressecamento. Ele então está pronto para ser saboreado ou adicionado a pratos como saladas, molhos e salgados. Se mesmo após esta apresentação de dar água na boca você ainda se recusa a provar o roquefort, saiba que ele também se presta a outro uso, a medicina! Durante séculos, pastores trataram feridas cobrindoas com o queijo, hábito visto pelos médicos como charlatanismo até que a penicilina e as propriedades antibióticas do roquefort foram descobertas. n produzi-lo “nesta terra onde nem vinho, grão ou trigo ousam crescer”. Desde então o queijo roquefort construiu reputação internacional e, juntamente com o champanhe, tornou-se emblemático da gastronomia francesa. Finalmente, em 1925, a cidade de Aveyron foi consagrada e o roquefort tornou-se o primeiro queijo a ganhar o AOC, selo que garante a origem do produto. Apesar do sucesso fenomenal, os 700 moradores de Aveyron, no coração do
Parque Natural Grands Causses, que se orgulham de manter a tradição do sabor, tiveram a rotina pouco alterada. O roquefort também é símbolo de resistência – representada pelos produtores que se recusam a usar o leite pasteurizado na sua produção. Hoje, o queijo é envelhecido nas cavernas de roquefort, como sempre foi, nas fissuras naturais dos rochedos cujo microclima é favorável ao crescimento do mofo e das bactérias. Armazenado
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O Subsolo do
Por Mary Winston Nicklin
AS RAÍZES DO SAUMUR-CHAMPIGNY NAS CAVERNAS SUBTERRÂNEAS DO VALE DO LOIRE.
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fértil porção de terra ao redor do Loire — próxima ao delta do poderoso rio no Atlântico — é conhecida por seus impressionantes chateaux renascentistas. Mas, abaixo da superfície, há todo um trabalho subterrâneo. Na margem sul, perto de Saumur, mais de 1.000 quilômetros de galerias subterrâneas abrigam adegas, “fazendas” de cogumelos e mesmo extensões da típica maison francesa. Estas cavernas foram escavadas quando se extraiu o calcário branco local, conhecido como tuffeau, para construir castelos,
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igrejas e vilarejos que reluzem à luz da ensolarada região do Loire. Em ambos os lados de cada rua de Varrains, grandes muralhas brancas protegem mansões históricas dos olhos invejosos. Por séculos, as vinícolas vizinhas competiram umas com as outras enquanto trabalhavam o solo, colhiam as uvas e envelheciam os vinhos nas cavernas subterrâneas. Este é o coração da região vinícola de Saumur-Champigny, onde gerações de vinicultores desenvolveram seu conhecimento e aproveitaram um terreno único. A composição geológica da
região — argila, solo de calcário e tuffeau — permite que a terra absorva o calor do sol durante o dia e o difunda pela noite, nutrindo as vinhas que são beneficiadas por um clima ameno, em uma área não muito distante do oceano. (Champigny vem do latim Campus Ignis, que significa “campo de fogo”.) Há muito tempo ofuscados pelos vinhos da Borgonha, os Saumur-Champigny são um AOP inigualável (antigo sistema de classificação de origem controlada), — reconhecidos como um vinho tinto de qualidade. Deste modo, eles têm grande
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Datando do século XIX, essa obra retrata a residência dos Legrand. © Atout France/Daniel Gallon − Dangal
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Montsoreau é um dos 149 mais belos vilarejos da França.
valor. O representante perfeito desse tinto encorpado, feito de uvas Cabernet Franc, é o Les Lizières 2010, de René-Noël Legrand, o mais recente destaque em uma longa lista de produtores de vinho (a 11a geração, na verdade). Esta garrafa foi servida em 2011, na Maison du Vin, do Vale do Loire, para promover o AOP do SaumurChampigny. “Os vignerons da Saumur-Champigny estão conscientes de que é um privilégio ser parte dessa designação. As parcelas de terra para cultivo são pequenas, já que as propriedades foram divididas entre as gerações sucessivas ao longo dos anos”, explica Legrand num intervalo enquanto poda as videiras após dias de chuva pesada. Sua sala de recepção é reconhecível a partir do rótulo de seu antigo vinho, que representa uma cena de caça sob um céu azulado. Datando do século 19, o mural na parede do cômodo foi classificado como monumento histórico. Legrand foi o primeiro vinicultor de Saumur-Champigny a perceber a importância de produzir menos vinho, com mais qualidade. Por séculos, o vinho tem sido produzido em quantidades enormes, com menor teor alcoólico, para o consumo abundante no dia-a-dia. “Os vinhedos
cobriram a França para satisfazer a demanda”, explica Legrand. Ele foi pioneiro em plantar grama entre as fileiras de vinhedos, cujas raízes competem com as das vinhas, mantendo-as assim no tamanho adequado. Hoje, uma das regras da AOP é a proibição do uso de herbicidas na grama. Os 14 hectares de Legrand são compostos de uvas Cabernet Franc colhidas à mão, o vinho é envelhecido em barris de carvalho e colocado em garrafas no ano seguinte. (Antes de 1950, os vinhos de Legrand eram vendidos em barris.) Publicações especializadas como Gault Millau e Hachette elogiam a poesia dos “vinhos com personalidade” de Legrand — também visível em uma de suas fotografias, que captura as orquídeas que prosperam na vinícola. Os vinhedos têm cerca de 50 anos de idade, alguns foram plantados muito antes, em 1927. A técnica vinícola de Legrand conta, portanto, com um amplo conhecimento da região carregada de história. Antes cultivadas pelos monges da Abadia de Fontevraud, no século 8, as vinhas acabaram por cair sob o domínio do Conde de Anjou, e quando Henrique Plantageneta tornou-se rei da Inglaterra, em 1154, a demanda pelo vinho Saumur explodiu do outro lado do Canal da Mancha. Destruídas durante a guerras da Vendeia ( 1793-1796 ) e replantadas pelos monges oratorianos, esses vinhedos também foram celebrados pelos aristocratas parisienses, que enviavam seus filhos para a famosa escola de cavalaria de Saumur e compravam cobiçadas porções de terra. Logo a filha de 27 anos de Legrand, Clothilde, assumirá o negócio, continuando a tradição vinícola como a 12a geração, e
promovendo a AOP internacionalmente. (Os vinhos de Legrand são atualmente vendidos na Califórnia, no Québec e no Japão). Fora de casa, uma rampa de pedra desce até a caverna. Clothilde transita facilmente entre as galerias, apontando um antigo banheiro e um forno de pães escavados em tuffeau. No século 19, o porco e a vaca da família tinham, cada um, seu próprio cômodo subterrâneo com cochos esculpidos na rocha. Mais fundo ainda, uma antiga prensa de uvas ocupa um cômodo cavernoso, iluminado por uma abertura de ventilação que também modera a temperatura. A coleção de fósseis de Legrand — conchas préhistóricas embutidas em pedras e encontradas nos campos — decora o mundo subterrâneo. Ao final do corredor, Clothilde sorri com orgulho enquanto observa o fungo em forma de teia que recobre garrafas de séculos de idade. Um depósito digno de um rei da Renascença. n ENDEREÇOS domaine-legrand.fr saumur-champigny.com ot-saumur.fr abbayedefontevraud.com loiretourisme.com
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Provando
Office de Tourisme de Saint-Martin © Laurent Benoit
Vai uma GUAVABERRY, aí? Por Bill Fink
A FRUTA NATIVA DE ST. MARTIN
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mbora algumas vezes pareça que tudo em St. Martin é importado da França, uma fruta nativa continua a angariar fama: a nobre guavaberry (no Brasil, chamada de cambuí vermelho). O pequeno fruto (que não tem relação alguma com a goiaba, embora parte do nome, guava, faça referência a ela) nasce de árvores silvestres que crescem nas colinas centrais da ilha. O frutinho redondo de 12 milímetros amadurece em duas cores diferentes (laranja e preto), mas ambas têm quase o mesmo gosto: um pouco amargo, um pouco doce, só não se esqueça de cuspir a semente. Mesmo sendo tradicional da ilha há pelo menos 200 anos, a guavaberry nunca foi cultivada em fazendas – e isso faz parte da mítica desta pequenina fruta. Obter um cesto cheio delas pode requerer um dia inteiro e até mesmo uma semana de procura pelas colinas na esperança de encontrar uma árvore carregada. As árvores parecem ter entrado no clima da ilha, pois não há estação exata do ano em que se pode dar a colheita como certa. A guavaberry é usada para fazer geleias, sucos, pães, tortas e bolos.
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E também como guarnição em pratos. Mas sua utilização mais popular é, de longe, no licor. Ele é tão conhecido que é simplesmente chamado Guavaberry. Até recentemente a bebida era caseira, uma infusão de frutas em garrafas de rum com uma boa dose de açúcar. O resultado da mistura é uma preparação acre com um forte gosto final picante – mas cada receita pode ter sabor diferente. Alguns moradores costumam enterrar as garrafas no chão para envelhecer a bebida (ou escapar da fiscalização). O licor de guavaberry também é popular como ingrediente em coquetéis, incluindo o guavaberry colada e um guavaberry kir, em que um jato do licor é derramado num copo gelado com champanhe. A frutinha é rica em vitamina C, portanto você pode considerar seu drinque saudável. O licor tem sido uma tradição natalina há gerações. Cantores de corais podem ser recompensados com goles da bebida oferecidos em cada casa visitada após entoarem o tradicional refrão: “bom dia, bom dia, eu vim pegar minha guavaberry”. Hoje, visitantes também podem ir a St. Martin para provar a guavaberry de diversas maneiras. Geleias e garrafas do
licor são vendidas no mercado Marigot, realizado todas as quartas e domingos perto do porto. Uma família de produtores do rum chamado MaDoudou comercializa seus produtos, incluindo rum de guavaberry, em garrafas pintadas a mão. No lado holandês da ilha, o Empório Guavaberry, na rua Pittsburgh, oferece todos os tipos de licores, geleias e molhos feitos com a frutinha. Visite a Loterie Farm na área central da ilha para um tour botânico e veja as árvores em seu hábitat, algumas com 15 metros de altura. Se tiver sorte, elas estarão exibindo flores rosadas e brancas. Então volte para o bar da Loterie e tome seu coquetel. Fique à vontade para manifestar cantando sua satisfação. n ENDEREÇO st-martin.org
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Date: Jan. 13, 2011 Client: St. Martin Project: MDU1201
Publication : FranceGuide 1/13/12 4:30:02 13-01-31 3:22 PM Format: 8.25” x 10.75” Colors: CMYK
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PIQUENIQUER, um verbo parisiense Por Claudia Gazel
E O QUE MAIS FARÁ DO SEU PIQUENIQUE UM SUCESSO?
Escolha o lugar perfeito Lugares não faltam. Selecionamos alguns dos melhores lugares da cidade para praticar a arte de piqueniquer.
JARDIN DU LUXEMBOURG Com fontes e estátuas maravilhosas e o Senado francês, os Jardin du Luxembourg tem gramado perfeito dedicado exclusivamente à pratica de piquenique. Place André Honnorat – 75006.
PROMENADE PLANTÉE E JARDINS DE REUILLY A Promenade Plantée é uma passarela suspensa arborizada construída no lugar de uma antiga linha de trem. Com cerca de 4,5 Km, atravessa o 12o arrondissement. Uma opção deliciosa de passeio que pode acabar em piquenique no amplo gramado do Jardins des Reuilly. Acesso pelas escadas da Avenue Daumesnil – 75012.
BOIS DE VINCENNES Com quase 10 Km², o bosque é ideal para piqueniquer em volta de seus 4 lagos. Av de Dausmenil c/ Bld de la Guyane – 75012.
PARC FLORAL O parque tem jardins especiais (bonsai, jardins das borboletas etc) e milhares de espécies de plantas. Em dias de show, o piquenique rola com som ao vivo. Esplanade du Château de Vincennes/ Route de la Pyramide – 75012.
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Compre apetrechos ideais É preciso pensar em tudo o que levar: toalha grande, cesta, sacola-térmica para bebidas e itens perecíveis, copos ou taças, garfos, guardanapos de papel, pratos e saca-rolhas. Saiba onde encontrar tudo isso em Paris.
HABITAT Especializada em artigos para a casa, tem objetos em melanina feitos especialmente para piquenique. 8, rue du Pont Neuf – 75001.
GENEVIÈVE LETHU Lá você encontra kits completos para piqueniques bem requintados, com cesta em vime, toalha, talheres, copos e pratos. 95, Rue de Rennes – 75006.
HEMA A loja holandesa é ótima em artigos descartáveis que vão desde toalhas em papel até talheres plásticos. Tudo colorido e divertido. 120, Rue Rambuteau – 75001.
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FORMAGERIE LAURENT DUBOIS Encontre todos os tipos de queijos possíveis e imagináveis, de qualidade inquestionável. 47, Boulevard Saint-Germain – 75005.
ERIC KAYSER BOULANGERIE É um dos grandes nomes do ramo em Paris. A baguette é imperdível e os chouquettes – espécie de bolinho doce – são de dar água na boca. 8, Rue Monge – 75005.
PASCAL GOSNET BOUCHERIE Escolha sua charcuterie preferida nesta incrível boucherie, com atendimento para lá de personalizado. A dica é a rosette, espécie de salame francês. 119, Rue Mouffetard – 75005. n ENDEREÇOS senat.fr/visite/jardin parcfloraldeparis.com habitat.fr hema.fr genevievelethu.com fromageslaurentdubois.fr maison-kayser.com
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VINHOS da França Acesse Frenchartisanwines.com e mergulhe no coração e no cotidiano dos artesãos de vinhos. Por Nancy Laforest
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vinho é um negócio sério. Para os franceses, é também um assunto de família, uma arte sensual e uma técnica passada de geração a geração. E como negócios familiares bem-sucedidos demandam investimento em tempo integral e uma paixão inata pelo tema, a transmissão dessa competência precisa fluir, como o vinho. O sustento de um integrante da família é o pão com manteiga de outro. Aqui vamos falar de sete famílias produtoras de vinho, cada uma delas profundamente enraizada em sua região, assim como
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as uvas das quais vivem. A história de cada família e sua região interessam porque se trata de uma combinação única, com sua própria densidade e aroma. Cada uva tem personalidade e processo de envelhecimento próprios, embora todas compartilhem a mesma missão: produzir vinhos de qualidade e levar seu goût de terroir único até sua taça. Assim como a madeleine de Proust, um gole do terroir é capaz de transportá-lo até a terra de origem. Todos os vinhos aqui em destaque têm AOC (Apelação de Origem Controlada), o que
garante terem sido elaborados numa área específica e usando métodos aprovados. Como na França os vinhos não são sempre designados por suas variedades de uva, a AOC é a chave para saber qual garrafa escolher. Enquanto você prepara sua viagem à França, nós o estimulamos a se tornar um coletor de uvas por um dia ou tentar fazer seu próprio vinho – passar tempo de qualidade com esses apaixonados artesãos. Comecemos suavemente...
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13ª Geração de Viticultores, Jean e Pierre Trimbach, Alsácia Espirituosos e despreocupados, os irmãos comparam seu trabalho a um restaurante. Pierre toma conta da cozinha, ou das adegas, enquanto Jean paparica os clientes na sala de jantar. Em torno da mesa, eles atribuem seu sucesso à harmonização perfeita entre seus vinhos e a cozinha internacional.
O Cuvée Frédéric Emile Riesling produzido por eles foi servido ao president Barack Obama em Oslo, em 2009, quando ele recebeu o Prêmio Nobel. Após brindar o sucesso com os Trimbachs ao longo da rota alsaciana do vinho, mergulhe na história medieval em Colmar ou Bergheim, ou encare
Artesã do Vinho, Sophie Cinier, Borgonha Há 12 anos na propriedade, Sophie ainda se levanta a cada manhã cheia de ambição e otimismo. Ela trabalha ao lado da mãe, Madeleine, de 72 anos, que lhe passou tudo o que sabia sobre o cultivo. Quando o assunto é produzir vinho, no entanto, Sophie é autodidata, testando e desenvolvendo sua própria técnica desde 2005. O que ela aprendeu de mais precioso: quando tudo vai bem no vinhedo há muito menos trabalho na adega! Depois de um piquenique com uma taça de Cinier 2007, um branco premiado, as mulheres sugerem o contato com a natureza na Rocha de Solutré, uma escarpa de calcário e
a Montanha Taennchel, região classificada como silenciosa e tranquila. Família: Maison Trimbach à Ribeauvillé-Riquewihr, cemtro da Alsace AOC: Alsace Variedades: Riesling, Pinot Gris, Gewurztraminer, Pinot Blanc Saiba mais: vinsalsace.com, tourisme-alsace.com, maison-trimbach.com
um fenômeno natural conhecido como o berço do Pouilly-Fuissé. Depois, rume para o norte em direção à histórica Cluny, ou vá para o sul para Le Hameau Du Vin, em Romanèche-Thorins, um parque temático dedicado ao vinho Beaujolais, recentemente inaugurado. Família: Domaine Sophie Cinier à Fuissé, Mâcon, Bourgogne AOC: Pouilly-Fuissé, Pouilly-Vinzelles, Saint-Véran, Mâcon Variedades: Chardonnay Saiba mais: macon-tourism.com, bourgogne-tourisme.com, domaine-sophiecinier.fr
Mestre Borbulhante, Michel Drappier, Champagne Michel, que oficialmente entrou para os negócios da família aos 15 anos, começou a produzir seus primeiros vinhos quando mal tinha idade legal para beber. Hoje, três gerações estão envolvidas. Mesmo o patriarca de 86 anos, André, ainda está ativo. Todos o conhecem pela gentileza com as mulheres, pelas bochechas coradas e uma alegria de viver que apenas sonhamos experimentar. Para conhecer a região, Michel sugere vilarejos orgulhosos de seus surpreendentes cuvées. Os interessados em cultura podem fazer um pequeno retorno e visitar o Museu
Renoir, em Essoyes, assim como a casa de Charles de Gaulle e seu memorial em Colombey-les-Deux-Églises. A caminho dos grandes produtores de champanhe, em Reims, não esqueça de parar em Troyes para admirar as casas de madeira do século 16 que ainda estão de pé. Família: Champagne Drappier, Urville, Aube AOC: Champagne Variedades: Chardonnay, Pinot Noir Saiba mais: tourisme-champagne-ardenne.com, champagne-drappier.com
Sábio Produtor, Philippe Chavet, Vale do Loire Como Obélix, o gaulês da série de quadrinhos Asterix, Philippe Chavet caiu na poção mágica muito jovem. Desde então ele banca o produtor de vinhos e se lembra das tardes de outono na escola em que fingia macerar uvas como seus pais, enchendo de folhas secas o oco de uma antiga castanheira. É bem mais complexo do que isso, hoje ele sabe, após estudar técnica vinícola
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e se juntar aos pais em 1976. Madeleine, sua mãe, ainda forte aos 80 anos, recusase a aposentar-se. Herdeiro do gosto pelo trabalho duro, Philippe e seu irmão recentemente construíram uma adega usando pedras da região. Ele sugere seguir a rota do vinho ao longo do rio, de Sancerre até o Atlântico, a fim de experimentar grandes variedades como Sancerre, Touraine, Saumur e Muscadet.
As paisagens e a arquitetura histórica, consideradas patrimônio mundial pelo Unesco desde 2000, satisfarão seus outros sentidos. Família: Domaine Chavet nas colinas vizinhas de Sologne e Sancerre, ao sul de Paris. AOC: Menetou-Salon Variedades: Pinot Noir y Sauvignon Saiba mais: visaloire.com, chavet-vins.com
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Pai das Videiras, Michel Bernard, Vale do Ródano É difícil não amar o que você faz quando o que você faz é na Provença, e os Bernards não são exceção. Para Michel, sua esposa Dominique e a filha Amandine, viver tão perto da natureza é uma bênção. Michel, que cresceu nos vinhedos, sempre se surpreende com a influência da viticultura na paisagem, similar à do vinho na gastronomia. É assim que ele estimula os convidados a visitar o entorno do château, onde é possível se sentir no coração de toda a atividade vinícola. Com clima ameno, localização idílica, rostos amigáveis e alguns dos melhores vinhos do mundo produzidos com uvas de cem anos de
idade, que cenário poderia ser melhor? Outros passeios imperdíveis: o anfiteatro em Orange, as ruínas arqueológicas em Vaison-laRomaine e o Palácio dos Papas em Avignon. E a mundialmente famosa ponte, claro. Família: Château Beauchêne em Piolenc, Vaucluse, na Provence-Alpes-Côte d’Azur AOC: Châteauneuf-du-Pape, Côtes du Rhône-villages, Côtes du Rhône Variedades: Grenache Syrah, Mourvèdre, Grenache Blanc, Roussanne, Marsanne Saiba mais: vins-rhone.com tourismepaca.fr, chateaubeauchene.fr
Sentido anti-horário: © FE Trimbach/ Champagne Drappier/ BIVC/Château Beauchêne/J.D. Dallet/CRTA – Les sources de Caudalie/BIVB
Negociante de Vinhos, Benoît Hillion, Armagnac A história de Benoît é um pouco diferente. Começa com o mais antigo vinho feito a partir de bebida alcoólica na França. Depois é sobre Benoit, casado recentemente com uma integrante da família vinícola e tendo de aprender tudo a partir do zero. Há dois anos, o jovem ambicioso de 32 anos trocou a agitada Paris pelo trabalho com Françoise, sua nova tia, a grande dama do Armagnac, da quinta geração dos Dartigalongue. Nicho de combinações, os produtos Armagnac os mantém focados e eles trabalham com o mestre de adega para obter bebidas equilibradas. A especialidade de Benoît: fazer os convidados se sentirem em casa, saboreando a parte essencial de cada visita. O que mais se pode fazer na terra de D’Artagnan? Conheça o Museu Dartigalongue, claro, e saboreie outras especialidades regionais como o confit de canard, foie gras e a trufa negra. Experimente os vinhos brancos locais em Côte de Gascogne, curta o verão com o jazz do festival de Marciac e explore algumas das grandes paisagens do Midi Pyrénées, como a histórica Auch. E, bem, você está a uma curta distância de carro da cidade rosa, a linda Toulouse... Família: Bas Armagnac Dartigalongue em Nogaro, Gers, nos Midi-Pyrénées AOC: Bas Armagnac Variedades: Baco, Ugni Blanc, Folle Blanche Saiba mais: tourisme-midi-pyrenees.com, dartigalongue.com
A Dama Do Terroir, Florence Cathiard, Bordeaux-Aquitânia Florence e Daniel, um casal maduro com foco nos negócios, deixaram suas aventuras há 20 anos para fazer grandes vinhos. Com uma combinação vitoriosa de solo Gunzen, sol e brisa do oceano, além de séculos de know-how, a aquisição foi um risco que valeu a pena. E, como qualquer dedo verde poderá lhe dizer, Florence afirma que parte do sucesso se deve ao fato de ela conversar com suas videiras. Hoje a família explora todas as virtudes de suas uvas. Já ouviu falar de Caudalie? Trata-se de uma unidade francesa de medida de permanência do vinho na boca após a degustação. Mas
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também é o nome de um famoso SPA com tratamentos à base de vinho e uma linha de cosméticos capitaneada pela irmã mais velha dos Cathiards. A irmã mais nova, por sua vez, administra Les Sources de Caudalie, o luxuoso SPA e hotel localizado entre as videiras no castelo da propriedade. Oui, oui, você veio ao pedaço certo de terra! Depois de se deleitar com a vinhoterapia, viaje rumo ao sul para o País Basco e a glamourosa Biarritz, ou vá conhecer Archachon e suas ostras. E você não pode deixar a região sem ver a pérola da Aquitânia, Bordeaux.
Esta joia da arquitetura, elevada pela Unesco à condição de patrimônio da humanidade, é também o ponto ideal para visitar vinícolas em áreas de prestígio como Saint-Émilion, Médoc, Sauternes e Graves. Família: Château Smith Haut Lafitte, Bordeaux Martillac, no norte dos Graves AOC: Grand Cru Classé Pessac-Léognan Variedades: Merlot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Sauvignon Blanc Saiba mais: tourisme-aquitaine.fr, sources-caudalie.com
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Surpreendendo
Bares com VISTA
Do alto da Torre Eiffel, deguste uma taça de champagne ou aproveite uma refeição gastronômica no famoso Colline de Fourvière
Por Ilona Kauremszky
“SAÚDE”, DIZEMOS JUNTOS, OLHANDO FUNDO NOS OLHOS UNS DOS OUTROS, COMO OS FRANCESES.
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om bojudas taças de Beaujolais em mãos e vistas incríveis, me sinto tão intensamente feliz como minha personagem favorita de filmes franceses, Amélie Poulin que, de forma contagiante, sorria a cada passo quando seus sonhos distantes se tornavam realidade. Hoje, por toda a França, bares especializados em vinhos desvendam doces sensações, muitos deles com vistas esplêndidas. Brindemos a alguns desses bares cênicos.
Paris EPHEMERAL CHAMPAGNE BAR No topo da torre criada por Gustave Eiffel para a Feira Mundial de 1889 surge este peculiar e pequeno bar decorado nas cores laranja e branco. É como uma cantina. Não há lugar para se sentar, mas é divertido circular com seu champagne gelado, branco ou rosé, selecionado pelo extraordinário chef Alain Ducasse.
A vista – não tem preço. Tenha espaço suficiente no cartão de memória de sua câmera para clicar a cidade de seu ponto mais alto e prepare os olhos para uma visão de 360 graus, como a dos pássaros, para apreciar Paris. Veja o Sena, o Trocadero com seu verdejante jardim e o imenso jardim do Champ de Mars que cerca a Torre Eiffel.
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LE PHOSPHORE WINE BAR Situado no local onde ficava o antigo hospital Antiquaille, um dos principais chefs de Lyon, Christian Têtedoie, criou um cenário de vinhedos dentro de uma rocha que leva o visitante a se sentir caminhando numa adega. Música suave aquece a tarde. O menu ao estilo de tapas acompanha a robusta lista de vinhos garimpados em notáveis vinícolas da região. A vista – contemplar do alto o rio Saône sobre a colina de Fourvière faz do bar de vinhos e do restaurante Têtedoie lugar obrigatório nesse cenário sublime. Vistas deliciosas da cidade podem ser apreciadas do local.
Cagnes-sur-Mer ART BEACH BAR Renoir deixou-se ficar nesta pequena cidade à beira-mar na Riviera Francesa, assim como incontáveis figuras do mundo literário. Hoje, visitantes em busca
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de lugares luxuosos estão sendo atraídos por este bar rústico de apelo criativo. O bar exibe instalações de artistas da Colômbia, França e Coreia. O enfant terrible francês do design de móveis Paul Silvera e a grife italiana de móveis Moroso foram convidados a criar o ambiente lúdico, feito com paredes pré-fabricadas em cores psicodélicas que parecem uma caixa gigante de lápis de cor cheia de cadeiras coloridas. Se você sente necessidade de relaxar, contrate uma massagem na praia com um especialista. A vista – O Mediterrâneo.
balinesas e absorva a atmosfera tropical. Nas noites de domingo, bandas creole fazem apresentações. Não é à toa que os locais se referem ao bar como “les pieds dans l’leau” (os pés na água). Um pouco de Paris no Caribe. A vista – O radiante pôr do sol na praia. n ENDEREÇOS tour-eiffel.fr tetedoie.com/phosphore artbeach.fr tisablemartinique.com/page
Martinica TI SABLE Depois de caminhar e escalar o incrível vulcão Mount Pelée, sem dúvida é hora de um drinque gelado. A dica é o bar em Fort-de-France de onde se vê o Mar do Caribe, no qual iates e transatlânticos atracam no píer. Este fabuloso lugar, favorito dos moradores da região, é conhecido pelo clássico drinque Ti-Punch. Instalado na praia, jante em cabanas
© Bal du Moulin Rouge 2013 - Moulin Rouge® - 1-1028499
Lyon
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Encantando Um estilo de LUMINOSO Por Andrea del Rio
DESDE 1860, A ELEGÂNCIA PRÓPRIA DE DEAUVILLE CARACTERIZA O BALNEÁRIO COMO O MAIS SOFISTICADO DA COSTA DA NORMANDIA. NA BELLE ÉPOQUE, SUA REPUTAÇÃO INTERNACIONAL LHE VALIA O APELIDO DE “21o ARRONDISSMENT PARISIENSE”.
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atmosfera de Deauville está saturada da água do mar. O barulho das ondas evoca um mantra hipnótico. A cada hora do dia, o ar é tingido por uma luz cristalina digna de aparecer num cartão postal. Deauville e o mar são amantes despreocupados. Amantes tão seguros de seu amor eterno que se permitem pequenas distrações ao longo do ano: campeonatos de polo, festivais de cinema, corridas, jantares de gala, regatas internacionais, alimentando, assim, a chama desse amor nunca apressado, no entanto, jamais extinto. A menos de 200 quilômetros da Cidade Luz, essa aldeia do litoral da Normandia desenvolveu-se sob o impulso do duque de Morny, Charles Auguste Louis Joseph de Morny, filho de Charles de Flahaut de la Billarderie e meio-irmão de Napoleão III. Visionário, o duque é o primeiro a sentir que é precisamente lá, nessa região de dunas e pântanos, onde agricultores e pecuaristas levam uma vida dura, que seria possível construir “um reino de elegância”. Deauville tinha todos os atrativos (proximidade da capital, clima agradável, praias de areias finas e campos verdejantes) para que a elite do Segundo Império a tornasse Meca do litoral normando. Em apenas quatro anos, esse duque audacioso e cheio de iniciativa criou a primeira linha ferroviária Paris-Deauville, ligando
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a Costa da Normandia à capital em apenas cinco horas. Terminaram-se os pântanos e as terras ingratas: o audacioso projeto de Morny comporta a criação de uma estação balneária dotada de todos os serviços e instalações de que já dispõem as cidades da região. Rapidamente, erguem-se hotéis, cassinos, um hipódromo e um iate clube. Cento e cinquenta e dois anos depois, Deauville é fiel a sua tradição de cidade animada por um espírito bon vivant. Sua glória resplandece no verão: 1.400 metros de praia, um passeio à beira-mar ao longo de uma sinuosa passarela de madeira contornada por guarda-sóis coloridos; barracas de praia art déco; sem esquecer sua magnífica piscina olímpica, o centro de talassoterapia e spa, e, ainda, os “banhos de Pompeia”, instalados num prédio classificado como monumento histórico. Como a cereja do bolo, lá acontece, em setembro, o Festival de Cinema Americano, chamado Cannes do Norte. Criado em 1975, o festival proporciona o desfile de atores famosos e das grandes atrizes da sétima arte, e abriga jantares e festas dignos da idade de outro do cinema, quando a cidade acolhia celebridades tão prestigiosas como Coco Chanel, Errol Flynn, Colette ou Elizabeth Taylor. O charme de Deauville encontra-se também em sua arquitetura. Uma evidência quando se contempla hotéis como o
Royal Barrière, o Normandy Barrière ou o legendário Casino Barrière, uma joia de arquitetura neoclássica. As numerosas butiques, os restaurantes e os salões de jogos do cassino são o pretexto ideal para um passeio ao longo de seus corredores. Da mesma forma, não é demais aconselhar que se dedique o tempo admirando as belas mansões em frente ao mar que sobreviveram à guerra e à ocupação. Surpreendentemente ecléticas, elas são a prova que os primeiros veranistas passavam suas fériasdo mesmo modo como viviam, como de reis. Enfim, é impossível deixar de mencionar os cavalos – senhores e mestres de Deauville. O hipódromo, os campos de polo e os haras, onde puros-sangues são criados e treinados, deram à Normandia a reputação de “país do cavalo”, o que lhe permitiu ser eleita para receber os Jogos Equestres Mundiais de 2014. n ENDEREÇOS normandie-tourisme.fr deauville.org
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Remexendo
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Nas curvas do
Por Carlos Marcondes
EM BARES E DISCOTECAS DA PARADISÍACA MARTINICA, UM DOS RITMOS MAIS SENSUAIS DO MUNDO EMBELEZA A CULTURA DOS POVOS DAS PEQUENAS ANTILHAS.
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omem e mulher dançando colados, mas de mentes libertas, em total sintonia e admirável cumplicidade. Singelas descrições como esta, estampavam reportagens em todo o mundo, durante a década de 80, quando explodia a febre do Zouk, um bailado repleto de sensualidade, que se tornava ícone e sinônimo de charme caribenho. O ritmo, que no idioma crioulo é uma gíria para a palavra “festa”, nasceu no final dos anos 70, em Guadalupe, nas Antilhas Francesas com o surgimento da lendária banda Kassav, fundada por Jacob Desvarieux e pelos irmãos Pierre
e Georges Decimus. A ideia, que contou com o apoio do renomado músico Freddy Marshall, era dar uma roupagem mais moderna às músicas de carnaval de Martinica e Guadalupe. A banda lançou seu primeiro álbum “Love and Ka Dance” em 1980. Mas foi em 85, com o sucesso “Zouk la sé sèl médickaman nou ni” que em crioulo significa “Zouk é o único remédio que temos”, que eles conquistaram amplitude mundial. Na França, o Kassav, que na tradução é “Mandioca”, chegou a estar diversas vezes no topo das mais tocadas, com sucessos de uma carreira de 30 álbuns.
VERSÃO DO AMOR Além de ter divido o berço do Zouk com Guadalupe, a bela ilha de Martinica, também foi celeiro do Zouk Love, um ritmo mais melódico, lento e ainda mais sensual. Um dos maiores sucessos veio com Jocelyne Béroard que 1983 passou a ser uma das principais vocalistas da banda Kassav. A martiniquense também gravou um álbum com o também local Philipe Lavil, que trazia o famoso hit Kolé Séré, uma das músicas mais tocadas na história do Zouk Love.
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Ao longo dos anos o Zouk também contribuiu para fortalecer a imagem de outros ritmos caribenhos no mundo como a Salsa, o Merengue e até a brasileira Lambada, muitas vezes confundida com a versão Love da música das Antilhas. Estas diversas mesclas e influências com o Reggae jamaicano ou com o Kuduro angolano, fez com que o Zouk ganhasse novos estilos, o que para muitos críticos, representa sinônimo de riqueza cultural. Além do Tradicional e do Love há também o chamado Betão, tocado nas músicas de carnaval da Martinica; o R’NB Americano, que os franceses puristas preferem chamar de Zouk Nouvelle Génération, e ainda o recém-criado Soulzouk, difundido no Brasil. Ao caminhar pelas ruas de Fort de France, capital da Martinica, ou entre pequenas vilas do interior da ilha, é comum ouvir a melodia nativa em uma de suas várias formas. Bares e restaurantes a usam
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como música ambiente e transmitem uma atraente sensação de alegria e sedução. Nas famosas discotecas especializadas no ritmo como o Cotton Club ou o Le Negresco, dançarinos locais se misturam aos turistas, que se divertem sempre bem acompanhados da típica bebida Ti Punch, uma versão da caipirinha brasileira, que leva limão, xarope de cana de açúcar e rum branco. Há também a versão tropical chamada de Punch Planteur, com frutas cítricas, raízes e ervas, uma mistura que harmoniza perfeitamente com o swing contagiante do caribe. n ENDEREÇOS Martinique Tourist Office martinique.org Fort-de-France Le Negresco Rue du Commerce +596 (0)596 61 55 17 10 Le Manhattan 18, rue François-Arago +596 (0)596 60 46 69
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L’Appart 6, rue Papin-Dupont +596 (0)596 74 66 77 Le Lamentin Cotton Club CC Verti Acajou +596 (0)596 54 77 26 Maximus Pont de Californie Basse Gondeau +596 (0)596 50 16 37 Les Trois-Îlets L’Amphore Pointe du Bout +596 (0)596 66 03 09
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© Henri Salomon
Jocelyne Béroard, vocalista do grupo Kassav.
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“Venha descobrir a Martinica, nós esperamos por vocês ! ”
- Sandrine
Uma ilha com águas transparentes abertas sobre o mundo, uma população amigável e generosa, a serenidade majestosa do Monte Pelée, o ritmo cativante dos nossos tambores e nossas danças, a combinação de sabores da nossa famosa gastronomia; tudo isso reunido como em nenhum outro lugar para o prazer dos nossos visitantes. Martinica, a flor do Caribe!
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Cuidando
Santé! SAÚDE! Por Peter Wortsman
POR DETRÁS DO ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL DOS FRANCESES SE ESCONDEM A TRADIÇÃO, A CULINÁRIA MEDITERRÂNEA E, É CLARO, O VINHO
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uando os franceses levantam uma taça e brindam “Santé!” (“saúde!”), é exatamente isso o que eles querem dizer. As virtudes do vinho tinto como antioxidante saudável para o coração e os benefícios do azeite de oliva e da dieta do Mediterrâneo, deliciosamente leve e rica em peixes, são dignos de registro. O sistema de saúde dos franceses é motivo de inveja no mundo desenvolvido. As mulheres francesas são as que vivem mais na Europa, e estão em segundo lugar no mundo todo, depois das japonesas. Casado há mais de um quarto de século com uma francesa, posso atestar sua constituição saudável, sua aparência jovial e sua duradoura beleza. Então, qual é o segredo? Das termas romanas e dos jardins monásticos de ervas medicinais ao mecanismo de buscas do Instituto Pasteur, os franceses há séculos vêm aprimorando sua saúde.
DUAS MECAS MEDICINAIS NO MEDITERRÂNE Montpellier, a capital da região de Languedoc-Roussillon, orgulha-se de ter a mais antiga escola de medicina ainda em atividade do mundo ocidental, fundada em 1181, com suas históricas instalações abrigadas em um mosteiro medieval e num palácio episcopal. Graduados notáveis incluem o boticário e vidente Nostradamus, e o médico-escritor François Rabelais. Um anfiteatro de anatomia do século 16 e um jardim de ervas medicinais estão entre os tesouros
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remanescentes. Visitas a esses locais podem ser marcadas junto ao Escritório de Turismo de Montpellier. Atrás do barroco Hôtel de Ville, no velho bairro de Panier, em Marselha, capital da região de Provence-Alpes-Côte d’Azur, visitantes interessados em medicina podem admirar a estrutura do Hôtel Dieu, do século 18, o mais antigo hospital da cidade, atualmente sendo transformado em hotel de luxo. Toda aquela luz mostrou-se particularmente propícia para o estudo dos olhos. Outro local médico das redondezas, o pitoresco Pavillon Daviel, também do século 18, abrigou a Faculdade de Medicina, onde em 1745 o médico Jacques Daviel realizou a primeira cirurgia bem sucedida de catarata.
BOM VINHO E BENEMERÊNCIA Beaune, a capital vinícola da Côte d’Or, no coração da região da Borgonha, é onde ficam os Hospices de Beaune, um asilo e hospital para pobres do século 16, preservado como museu, com suas inconfundíveis telhas coloridas na cobertura e interior de época. A instituição é mais conhecida atualmente pelo seu leilão beneficente anual de vinhos. O Hôtel-Dieu de Tournus, que fica no sudeste da Borgonha, é um hospital e farmácia do século 17, perfeitamente intacto, com paredes repletas de potes farmacêuticos de porcelana, e uma exposição de instrumentos que inclui algumas seringas formidáveis.
ÀS ÁGUAS, CIDADÃOS! Os franceses continuam acreditando piamente nas virtudes restauradoras dos banhos termais e nos tratamentos com água mineral em spas, que remontam à época romana. Existem mais de 50 estâncias balneárias espalhadas por todo o país, das quais as mais conhecidas e badaladas são Vichy (na região de Auvergne), Aix-les-Bains (em RhôneAlpes), Dax (em Aquitaine) e Enghienles-Bains (na Île de France).
PARIS COMO REMÉDIO Como receitou o grande músico de jazz Billy Strayhorn em sua célebre canção Lush Life: “Uma semana em Paris vai aliviar a barra”. A exibição de instrumentos cirúrgicos antigos no Musée d’Histoire de la Medicine e a esquisita sala de anomalias no Musée Dupuytren (ambos na rue de l’École de Médicine, no Quartier Latin) são um bom tratamento de choque. Mas uma taça de vinho na calçada de qualquer café parisiense ainda é o melhor remédio para qualquer mal que o incomode. n
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Iluminando
IMPRESSÕES normandas Por Anita Draycott
UM OLHAR SOBRE OS CANTEIROS DE DOIS MESTRES DA JARDINAGEM.
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xiste algo na luminosidade peculiar da Normandia que desafia inúmeros artistas, servindo de inspiração para que as paisagens da região sejam transportadas para as telas de pintura. Além desse fenômeno, a proximidade com o Canal da Mancha fez com que essa região se beneficiasse de um microclima ameno, o que a torna um pequeno paraíso para os horticultores. Recentemente, visitei os locais de trabalho de dois jardineiros engajados. James Priest, chefe-jardineiro em Giverny, cuida do parque da casa do pintor impressionista Claude Monet. Menos conhecidos,
mas não menos espetaculares, os jardins do Château de Brécy, situados perto de Bayeux, do departamento de Calvados (noroeste da França), valem a visita pela dedicação como são cuidados por Didier Wirth, um jardineiro fora do comum.
ODE DE JAMES PRIEST À CLAUDE MONET Quando adentramos pelo portão do jardim e, em seguida, passamos sobre a ponte japonesa, situada sobre a lendária lagoa de plantas aquáticas de Giverny, temos a sensação de que o passeio ocorre dentro de um dos quadros de Monet.
Com seus ramos graciosos, salgueirochorões chegam a tocar a água de cor esmeralda. “Monet era fascinado pela intensidade da luz que se infiltra na bruma, entre o rio Sena e as colinas”, comenta o chefe de jardinagem James Priest. Na casa e no jardim de Giverny, Monet viveu e pintou de 1883 até sua morte, em 1926. Com o tempo, a propriedade perdeu seu encanto. Porém, graças ao árduo trabalho de James Priest e sua equipe, o jardim resplandece novamente. Durante minha visita, no último mês de junho, as cravinas, as papoulas, as campânulas, as rosas e muitas outras
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flores pareciam querer disputar a atenção sobre os canteiros do jardim florido da casa rosa decorada com persianas “verde Monet”. “Ainda que se trate de um jardim histórico, ele não pode se repetir com exatidão todos os anos”, explica James Priest. “Ele precisa evoluir, fazer várias combinações de cores e uma série de associações entre as plantas, tudo como Monet concebeu – desde que nos limites e no espírito que ele mesmo havia estabelecido.” Em 2012, James Priest começou a pintar na companhia de outros artistas em Giverny. “Essa experiência de utilização das cores à maneira dos impressionistas é fascinante”, afirma, admitindo que essa experiência o levou a experimentar novas paletas de cores. Essa pesquisa o ajuda a mostrar como Monet trabalhava suas obras. Em uma época onde a maioria dos artistas adotava um estilo de vida boêmio, Monet pintava do nascer do sol até o anoitecer, mal parando para almoçar. Aos 70 anos, o grande impressionista começou a sofrer de catarata e entrou em depressão. Foi então que seu velho amigo, o ex-presidente Georges Clemenceau, o pressionou para realizar a famosa série dos nenúfares (Les nymphéas), sendo que oito telas estão expostas no Museu de l’Orangerie, em Paris.
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“Se você não quer fazê-las por mim, faça ao menos por seu país”, pediu Clemenceau. Felizmente, Monet atendeu ao pedido e James Priest perpetua até hoje esse legado.
NOS JARDINS SECRETOS DE DIDIER E BARBARA WIRTH Não é de todo uma coincidência o fato de um coelho de bronze gigante enfeitar o parque do château de Didier e Barbara Wirth, construído no século 18. Afinal, percorrer os jardins de Brécy, cercados de muros, é como desfrutar uma experiência de Alice no País das Maravilhas. Um escritor anônimo chegou a descrever Brécy como “uma pequena Versailles perdida em pleno campo”. Em uma paisagem ligeiramente contrastante, localizada a 15 quilômetros de Bayeux, os Wirth bordaram sua própria tapeçaria, setorizada em quatro terraços decorados com belos canteiros, arbustos meticulosamente cortados, balaústres de pedra, urnas e fontes. Didier Wirth me chamou atenção para a horta e os jardins das ervas, inteligentemente concebidos e onde seus netos adoram brincar. Assim como as orquídeas plantadas em torno de doze variedades diferentes de macieiras, o que permite “produzir uma cidra bemequilibrada”, segundo as palavras do próprio jardineiro.
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© Andrea Solter
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© Jardins du Chateau de Brecy
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Didier Wirth, que herdou o amor pela jardinagem de seu pai, é presidente do Comitê dos Parques e Jardins da França, mas admite espontaneamente e sem hesitação que sua mulher é a fonte de seu conhecimento. “Para dentro desses muros, é ela quem manda, enquanto eu cuido do que acontece do lado de fora”, diz Wirth, apontando para três faias que ele plantou na época da aquisição da propriedade, em 1993. n ENDEREÇOS normandie-tourisme.fr deauville.org
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Mont Saint-Michel © Max Toppchii, Lisieux © CRT Normandia, Femme à l’ombrelle © Eugene Boudin, © fifranck - Fotolia.com
NORMANDIA, TERRA DE EMOÇÕES Festival Normandia Impressionista - 27 de abril a 29 de setembro de 2013 Mais de 600 eventos programados em toda a Normandia, berço do impresionismo
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Um evento internacional na Normandia, Terra do cavalo
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