a vida por outro ângulo Saúde Fale sem medo Finanças Seja um sábio conhecedor Musicalização Sons do crescimento
O futuro está no presente É a aposta de profissionais que lidam diariamente com a ciência. Não aquela dos laboratórios e líquidos coloridos
Antes de virar Sumário as páginas 3 .
Q
ueremos lhe contar algo: Estamos felizes porque esse exemplar chegou às suas mãos. Não se trata de mais uma dentre as diversas revistas que circulam pelo País. Temos uma proposta diferenciada. Não buscamos apenas informá-lo, mas apresentar um conteúdo aprofundado e analisado por um viés que talvez você não encontre em outra publicação. Como o próprio título do periódico diz, queremos fazer o leitor Repensar os temas que discutiremos a cada trimestre e, assim, enxergá-los por outro ângulo. Um exemplo é a discussão que promovemos nas páginas 4 e 5 com a jornalista e escritora norte-americana Ann Crittenden sobre mães que se dedicam a seus filhos em tempo integral durante os primeiros anos de vida. E um dos diferenciais dessa revista que gostaríamos que você soubesse é que ela tem um caráter cristão e, portanto, busca imprimir os temas a partir desta ótica. No entanto, você perceberá que as entrevistas e reportagens possuem a mesma estrutura e linguagem jornalística encontrada em qualquer outra publicação. O diferencial está na Análise, espaço destinado a comentaristas que fazem um link com o texto. Além de debates, trazemos também orientações sobre saúde, finanças e conselhos para uma vida melhor. Esta publicação é produzida pela sede da Igreja Adventista do Sétimo Dia na região central do Paraná. Nela você poderá conhecer, nas últimas páginas, os projetos que temos desenvolvido ao longo do ano e nossa preocupação em anunciar boas novas a outras pessoas. Acreditamos que a sociedade necessita de conteúdos que deixem de lado as tragédias e ajudem a restaurar vidas, lares e a família. E, acima de tudo, traga esperança. Portanto, preparamos esse material pensando em você. Caso goste do que ler, multiplique, passe adiante e faça com que outras pessoas também conheçam aquilo que está em suas mãos. Portanto, não deixe de virar as páginas. E boa leitura. Jefferson Paradello é jornalista da sede da Igreja Adventista para a região central do Paraná.
4 .
6 .
Mais Vida Fale sem medo
Em pauta Visões desalinhadas
Sociedade Elas não são mais as mesmas
8.
Educação O futuro está no presente
11. Seu bolso Um sábio conhecedor 12. Conselhos para uma vida melhor Um mapa para o sucesso 14. Debate Sons do crescimento 16. Rápidas Fatos Recentes Projetos Futuros
Jornalista responsável: Jefferson Paradello. Repensar 3º Trimestre de 2011. Ano 1. Número 1.
Tiragem: 10.000 exemplares.
Projeto gráfico e Diagramação: Nadaline Design
Impressão: Gráfica Capital
Revisão de texto: Jorgeana Longo.
A revista Repensar é uma publicação trimestral da Igreja Adventista na região central do Paraná. Para comentários e sugestões: repensar@adventistas.org.br ou Rua Deputado João Ferreira Neves, 159, Vista Alegre. CEP 80820-380, Curitiba/PR. Os textos publicados são de total responsabilidade de seus autores.
Colaboradores: Altemir Farinhas, Francisco Fonseca, Gastão Fatuch, Lourival Gomes de Souza, Márcio Tonetti e Marcos Natal Costa. Conselho administrativo: Lourival Gomes de Souza, Marcelo Cardoso e Laudecir Mazzo. 2 | Repensar #1
Fale sem medo Conheça as causas do mau hálito e aprenda a evitá-lo; ou a livre-se dele
M
au hálito é o cheiro desagradável emitido pela boca quando falamos ou respiramos. Não é uma doença, e sim um sinal ou sintoma de que algo no organismo está em desequilíbrio. Por isso, deve ser identificado e tratado. No Brasil, cerca de 30 a 40% de seus habitantes convive com a situação. A halitose, como também é conhecida, costuma não ser percebida pelos portadores, mas chega a provocar repulsa nas pessoas que se relacionam com eles.
dia para manter a boca sempre umedecida. Recomenda-se também não ficar muitas horas de estômago vazio. O ideal é se alimentar bem ao longo do dia. E caprichar na higiene, fazendo uso do fio dental e escovar a língua, principalmente no fundo. Outra dica é não beber álcool e não fumar. Alimentos vs. Halitose. O consumo excessivo de alimentos ricos em enxofre, condimentos ou gordura também contribui com o mau hálito. Portanto, evite agrião, alho, cebola, abacate, ameixa, abobrinhas, brócolis, batata doce, couve-flor, ervilha, queijos gordos, pimentão, melão, melancia, frituras e bebidas gasosas. Procure fazer uso de alimentos fibrosos e integrais que auxiliam a limpeza dos dentes e da gengiva. Gastão Fatuch é gastroenterologista e cirurgião do aparelho digestivo.
O Maior Mito. Derivado do latim, “Halitus” significa ar expirado. O mau hálito não vem do estômago, como geralmente se pensa, exceto em raros casos de diverticulose esofágica, ou ainda devido a arrotos ou refluxo gastro esofágico. Porém, nestes casos a alteração do hálito é momentânea e passageira, e seu odor não é o característico cheiro de enxofre presente na halitose crônica, e sim um odor de teor ácido. Quanto às suas causas, entre 90 a 95% tem origem bucal, enquanto de 5 a 10% estão ligadas a fatores extrabucais. Questões Bucais. Língua saburra ou placa branca na língua – é uma placa bacteriana esbranquiçada, podendo ainda ter coloração amarela ou marrom. Aparece devido à diminuição da produção de saliva, ocasionada por estresse, anti-hipertensivos, antirronco, respiração pela boca, depressivos e ansiolíticos. Uso de aparelho na boca e hábitos de morder dedos e lábios são outros dois contribuintes. Cáseos amigdalianos, que são as “massinhas” que se formam nas amídalas esbranquiçadas, tem cheiro forte e se soltam também compõem a lista. Sem falar na má higiene dentária. Questões Extrabucais. Podem ser ocasionadas por sinusite, doenças do fígado, doença renal e diabetes. O tratamento deve ser multidisciplinar e envolver profissionais das áreas de odontologia, psicologia, otorrinolaringologia, nutrição e endocrinologia. Para evitar e tratar o mau hálito, é importante que a pessoa beba pelo menos dois litros de água por Repensar #1 | 3
Visões des alin hadas
Depois de trocar o caderno de economia pela educação do filho, jornalista crê que a sociedade ainda não dá o devido valor a uma das mais antigas “profissões” da humanidade Jefferson Paradello
4 | Repensar #1
Q
uando seu filho nasceu, em 1982, a jornalista norte-americana Ann Crittenden decidiu interromper sua carreira para se dedicar a uma nova profissão: a de mãe. Na ocasião, ela era repórter de economia no The New York Times e já havia passado pelas redações das revistas Fortune e Newsweek, além de ter recebido indicações ao prêmio Pulitzer, o mais importante do jornalismo estadunidense. Ao vivenciar a nova carreira, Ann percebeu como esta era desvalorizada pela sociedade, que estava mais preocupada em saber se as mulheres tinham um trabalho que lhes proporcionasse rentabilidade monetária do que propriamente com a educação dos filhos. A partir deste olhar, surgiu a obra The Price of Motherhood: why the most important job in the world is still the least valued, livro ainda não traduzido para o português e que em 2001 foi considerado como um dos melhores do ano pelo The New York Times. Com a experiência da maternidade, ela percebeu que educar um filho traz os mesmos desafios que cercam o mundo dos negócios, questão registrada em Liderança começa em casa, em que constata que se a mãe conclui a atividade com êxito, pode gerir qualquer empreendimento. Na entrevista a seguir, Ann analisa a visão da sociedade norte-americana em relação ao assunto e apresenta como chegou às conclusões impressas em seus livros.
“A maioria dos jovens dos EUA quer uma esposa que ganhe seu próprio salário.”
Como os cidadãos americanos veem a atitude da mulher de interromper a carreira para cuidar dos filhos?
A opinião pública sobre o fato de as mulheres deixarem sua carreira para criar os filhos é dividida. As populações tradicionais e conservadores ainda acham que o lugar de uma mãe é em casa, e que as crianças fazem melhor ficando lá com elas. No entanto, não há nenhuma prova real disso porque as famílias são muito diferentes. E as mães que trabalham se esforçam ao máximo para não se descuidarem de seus filhos. Olhando a cultura norte-americana, quais são os benefícios e possíveis problemas deste ato para os pais e para a criação e desenvolvimento dos filhos? Outras pessoas, incluindo os feministas e muitos homens e mulheres, acreditam que trabalhar ou não é uma escolha da própria mulher. No entanto, muitos sentem que, a menos que ela trabalhe, tenha renda própria e alguma independência econômica, tanto ela quanto seus filhos estão em maior risco de pobreza. A maioria dos jovens dos EUA quer uma esposa que ganhe seu próprio salário. Seus livros tornaram-se um material importante para a discussão sobre o tema, principalmente nos Estados Unidos e agora em outros países, como o Brasil. O que a levou a escrevê-los? Escrevi o livro a partir de minha própria experiência pessoal como mãe. Primeiro, senti que o trabalho de ser mãe merecia muito mais respeito, e – importante – mais reconhecimento econômico, assim elas não estariam mais em tanto risco. Isso inclui um saldo mais justo em caso de divórcio, melhores pensões na velhice, e as leis tornando mais fácil para as mães trabalhar e ganhar dinheiro, como a licença-maternidade remunerada, regras de trabalho mais flexíveis e melhores empregos em tempo parcial. No livro Liderança Começa em Casa você compara a criação dos filhos com os desafios do mundo dos negócios. Que importância os casais tem dado à educação dos filhos e quão relevante é esta questão hoje? Eu também acredito que as pessoas subestimam as habilidades necessárias para ser um pai eficaz – como a habilidade de negociar, de fazer várias tarefas ao mesmo tempo, muitas vezes sob condições de estresse, para motivar as pessoas a fazerem o seu melhor. Se essas habilidades forem mais apreciadas nós poderemos criar uma criança como um referencial para ser um gerente de adultos!
Análise
A
criação de um filho é um assunto intransferível e, portanto, não dá para terceirizar. Especial atenção merecem os primeiros anos, período em que são lançadas as bases para a vida toda. O sábio Salomão orientou: “Ensina a criança no caminho que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” (Provérbios 22:6). Não é prudente da parte dos pais permitirem que os anos mais propícios para instrução sejam gastos correndo atrás de coisas que podem esperar. Quando eles falham em formar a criança, a sociedade tem que punir o homem. E por que a mãe e não o pai deve fazer a renuncia? Os vínculos formados desde o ventre são mais profundos, por isso, depois do nascimento, o filho não precisará de muito tempo para compreender tudo o que a palavra mãe representa: amor, respeito, carinho, doação, renúncia e até sacrifício. Sendo assim, nenhuma babá, por melhor que seja seu preparo e intenções, poderá ocupar o lugar de uma mãe.
Francisco Fonseca é teólogo e diretor do departamento de Mordomia da Igreja Adventista do Sétimo Dia para a região central do Paraná. Repensar #1 | 5
Elas não são mais as mesmas Entidade de acolhimento a meninas acredita que novas oportunidades são fundamentais para quem precisa recomeçar
U
m dos episódios mais felizes que Janaína Bueno relembra de sua adolescência ocorreu quando ela tinha aproximadamente 14 anos, idade com a qual concluiu a oitava série. Apesar de ser notificada pelo pai de que ele não poderia lhe presentear ou levá-la para jantar em celebração à conquista de mais uma etapa acadêmica, ela não se importou. “Meus pais sempre procuraram fazer o melhor por mim, por isso não fiquei chateada”, relembra. Para sua surpresa, naquele “grande dia” todos os seus familiares a visitaram logo após a cerimônia. “Foi o melhor presente que ganhei naquela ocasião. Significou mais do que qualquer coisa material.” Aos 26 anos, Janaína sabe que nem todos recebem carinho e atenção dos pais e da família durante a infância. Sua percepção em relação à questão começou a mudar em 2007, ano em que ela foi contratada como zeladora da Casa Lar das Meninas Jardim Pinheiros, uma entidade de acolhimento curitibana que cuida de crianças com idades entre 2 e 7 anos, vítimas de abandono, maus tratos, negligência ou discriminação. Com capacidade para atender 15 meninas, atualmente a instituição é responsável por 12. Encaminhadas pelos Conselhos Tutelares e o Juizado da Infância e Juventude, elas recebem alimentação, roupas, calçados, brinquedos,
6 | Repensar #1
bolsas de estudos, assistência médica e odontológica, além de orientação e apoio psicológico e social. E, depois de se adaptarem ao novo ambiente, elas as poucos esquecem os traumas do passado. “Aqui ela passa por uma mudança radical, começa uma nova fase de sua história”, comenta Vânia Carbonare, diretora da Casa. Novas perspectivas Além de ir à escola, as crianças ainda participam de passeios, excursões e em datas comemorativas, como Natal e Ano Novo, recebem presentes de amigos do Lar. Com uma base cristã, elas também aprendem a desenvolver a vida espiritual e a confiar em Deus. No entanto, o objetivo não é apenas abrigá-las e educá-las, mas trabalhar para que sejam inseridas novamente em sua família ou adotadas por outras. Mas o processo nem sempre é simples. Para que a criança volte para sua casa, os pais devem provar à Justiça que tem condições tanto financeiras quanto psicológicas de cuidar delas novamente, desta vez de forma consciente. “Toda família tem chance de resgatar seus filhos, mas muitas vezes não se preocupam em mudar suas atitudes”, aponta Vânia. “O melhor lugar para que elas estejam é sempre em casa, mas em meio às adversidades, aqui é o melhor lugar”, complementa ao referir-se ao abandono ou à falta de cuidado por parte dos progenitores. Se os pais não mudam sua postura ou simplesmente não se interessam em reconquistar os filhos, a Justiça permite que elas sejam adotadas e vivam com uma nova família.
“Depois que retornam aos seus lares ou são adotadas, ainda mantemos contato com muitas delas”, conta a diretora, que está à frente da iniciativa há 11 anos e sempre recebe mensagens das garotas. Algumas, inclusive, agradecem pelo período em que estiveram na instituição e afirmam que aquela foi a melhor fase que viveram.
Casa Lar de Meninas Jardim Pinheiros Rua Padre José Martini, 1161 Jardim Pinheiros, Curitiba Fone (41) 3364.7656 Para Doações Banco HSBC / Agência 0054 Conta Corrente 01141-54 CNPJ 76.726.884/0122-15 www.lardemeninas.com.br
Compreender a gratidão das meninas talvez possa ser simples. Quando chegam ao Lar, o que elas mais precisam é de carinho e atenção, justamente aquilo que não receberam em casa. Vânia descreve que muitas são encaminhadas para lá com hematomas, marcas de maus tratos e, por isso, às vezes temem o contato com outras pessoas. Diante disso, precisam passar por um período de adaptação e, em alguns casos, por acompanhamento psicológico. Vidas influenciadas Para as que já superaram uma fase mais crítica, as visitas de convidados e interessados em conhecer o trabalho desenvolvido na entidade sempre são motivo de alegria. A psicóloga Francielly Frandoloso explica que o contato com outras pessoas que passam tempo com as meninas faz com elas se sintam amadas e valorizadas. “Elas têm uma carência afetiva, e quando alguém as visita isso é ótimo para a autoestima de cada uma”, constata. Mas, no dia a dia, elas também contam com pessoas para suprir sua carência afetiva e preencher uma lacuna deixada com a mudança de vida. São as chamadas mães sociais, mulheres que acompanham as crianças em tempo integral, buscando substituir o papel materno durante o período em que permanecem no Lar. Janaína Bueno, que era zeladora, fortaleceu tanto seu relacionamento com as meninas que em 2009 tornou-se mãe social, função que é dividida com outras duas funcionárias. “Aqui se tornou minha casa. Percebi o sofrimento das crianças e a gente sente que elas necessitam de carinho. Não tenho filhos, mas as trato como se fossem minhas”, compartilha. “É horrível crescer sozinha e não ter nem em quem dar um abraço.” Para manter tudo funcionando, a Casa conta com doações vindas de instituições, empresas e voluntários. “É sempre um desafio para nós. Apesar da ajuda que recebemos, sempre precisamos de mais”, calcula Vânia, que relata que o custo mensal não é nada pequeno. Despesas com funcionários, alimentação e transporte são alguns dos itens que compõem a lista. Os donativos podem ser enviados em forma em bens, serviços ou dinheiro. E voluntários também são bem-vindos.”O importante é que as pessoas colaborem, não importa como.” Jefferson Paradello é jornalista.
A tecnologia QR Code permite que você acesse links diretamente de um celular com conexão à internet. Baixe o leitor gratuitamente em phdmobi.com, abra o aplicativo e fotografe o código.
Repensar #1 | 7
O futuro está no presente Estimular estudantes a produzir conhecimento científico no Brasil é um desafio que pode trazer resultados satisfatórios para a nação
8 | Repensar #1
O
filósofo inglês Francis Bacon acreditava que o conhecimento científico deveria servir ao homem e dar a este poder sobre a natureza. Sua constatação sobre a importância do estudo das ciências naturais e da compreensão de seus mistérios fez com que ele fosse considerado um dos primeiros estudiosos a olhar por este prisma. Diferente de trabalhos de outras naturezas, a verificação e comprovação de dados são requisitos básicos e primordiais em relação ao estudo científico. Na atualidade, a Suécia é o país que mais produz pesquisas científicas no mundo. Lá, os alunos são estimulados a se envolver com esse campo desde os primeiros anos escolares. O ensino é integral e gratuito, os professores têm boa remuneração e integram uma classe profissional respeitada. Diante deste quadro, são formados novos pensadores, cientistas e mesmo educadores que contribuem para o desenvolvimento social e econômico da nação. Outra realidade
Se comparado com a Suécia, o Brasil ainda está distante de sua posição, mas avançou significativamente nos últimos anos. Em 1999, ocupava a 22ª no ranking mundial de produções. Em 2010, a 13ª. Um dos critérios de avaliação se refere ao número de publicações dessas pesquisas em veículos indexados à comunidade científica. No contexto brasileiro, um dos fatores que prejudicam o avanço das contribuições é a falta de pesquisadores nas mais variadas áreas. Estima-se que enquanto o País dispõe de cerca de 70 mil, seriam necessários 600 mil. Um motivo para o atual número é o fato de muitos estudantes e profissionais não se interessarem pela produção do conhecimento por julgarem-na maçante e difícil, e a encararem como um fardo que precisa ser carregado durante a conclusão de um curso superior, ou nos níveis de mestrado e doutorado. Comparar a produção dos dois países pode parecer inapropriado, mas o contraste busca apresentar duas realidades distintas, principalmente no que se refere à situação econômica das duas nações, o que traz significativa diferença em seus resultados. Na Suécia, essa “maratona” de produção científica começa cedo, o que contribui para que os estudantes se envolvam com esse universo. Já no Brasil não existe uma política oficial nas escolas que ofereça o mesmo estímulo, considerando também a falta de um ensino integral na maioria delas. As poucas iniciativas existentes são independentes. Dessas, uma ou outra chega ao conhecimento de órgãos superiores envolvidos com pesquisas.
“Temos que acabar com essa ideia de que cientista é quem fica o dia todo trancado em um laboratório misturando líquidos azuis e vermelhos em recipientes de vidro” Contornando a situação Com 15 anos de experiência na área de ciência e tecnologia, há quatro o jornalista Ubirajara Silva ocupa a função de diretor de redação da Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Ciência e Tecnologia (Ascom/MCT). Bira, como é conhecido, constantemente recebe e-mails e telefonemas de professores pedindo orientação sobre projetos que poderiam ser implantados em suas escolas para estimular os alunos a se interessarem por ciência. O jornalista reconhece que há necessidade de se implantar uma cultura no sistema educacional que estimule e prepare os alunos a lidarem com esse campo. Apesar de existirem algumas propostas para isso nos níveis fundamental e médio, existe uma barreira: tudo precisa ser aprovado pelo Ministério da Educação (MEC). “Não existe muita autonomia para fazer propostas para introduzir isso nas escolas. E muitas delas, sabendo dessa dificuldade, têm iniciativas particulares”, explica. Para a professora Ana Elisa Ribeiro, coordenadora geral de divulgação científica e tecnológica do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), essa mudança ainda pode demorar. No entanto, ela sugere alguns caminhos que contribuiriam para auxiliar nesse desenvolvimento, principalmente para o ensino público, que precisaria ter políticas de formação expandida. Um deles é estimular o aprendizado não apenas na sala de aula, mas também fora dela, longe da combinação quadro e giz ou PowerPoint e notebook. Um empurrãozinho A pesquisadora acredita que a Iniciação Científica Júnior, modalidade desenvolvida no ensino médio, é um fator de transformação não apenas na vida estudantil do aluno, mas em todas as outras instâncias. Isso acontece porque o estudante aprende a conviver com o laboratório, a produção científica, com a leitura mais ampla e a participação em eventos científicos. E os projetos contam com o apoio do MCT. Bira, que já passou pelas redações do Diário Popular, TV Globo, SBT, Veja, e foi editor de ciência da Rádio Brás durante 10 anos, aponta que sempre que as propostas aparecem, o Ministério procura incentivá-las, enviando materiais e Repensar #1 | 9
Análise
O
criacionismo se relaciona diretamente com áreas do conhecimento como a Biologia, Geologia e a Paleontologia. Nestas áreas, o conhecimento é gerado através do acúmulo sucessivo de dados e informações obtidas através da pesquisa e da investigação científica. Na Geologia, por exemplo, todo o conhecimento acerca da crosta terrestre, dos minerais, das rochas e dos recursos naturais está fundamentado em pesquisa minuciosa envolvendo outras ciências como a física, a química, a matemática e a biologia. Este conhecimento gerado através da pesquisa vai se incorporar nos livros e nos compêndios didáticos que serão utilizados nas escolas e universidades e irá constituir o saber naquela área em uma determinada época.
encaminhando pessoas para palestrar, além de divulgar cartilhas. “Eu acho que, como tudo no Brasil, acabamos pegando no tranco. Creio que essas iniciativas vão acabar desembocando em alguém que vai dizer que elas devem deixar de ser particulares e ser uma política de ensino. Quem sabe o MEC transforme em uma obrigação da escola”, arrisca. O contato com a escola, os projetos e os professores em período integral faz com que alguns estudantes se destaquem em congressos e feiras, destaca Ana. “Nossos alunos vivem trazendo prêmios. A diferença é justamente ensejar que o jovem aprenda a pesquisar, estudar, se responsabilizar pela pesquisa, aprenda a fazer boas perguntas, entenda o que é método científico na prática, discuta isso na comunidade científica da área dele, aprenda a se apresentar em público, a explicar sua pesquisa, ter contato com outros pesquisadores, jovens ou experientes”, argumenta. Bira é otimista ao calcular que os primeiros resultados dessas sementes independentes que estão começando a brotar surgirão nos próximos 10 anos. Se elas forem estimuladas e apoiadas, ele prevê que a colheita trará crescimento econômico ao País. Mas, para isso, é preciso que os professores também se comprometam a mostrar a ciência como um campo diversificado. Às vezes, o estudante não sabe que existem engenheiros que produzem aviões, satélites, etc. O aluno acaba descobrindo isso apenas quando está prestes a entrar na universidade. “Temos que acabar com essa ideia de que cientista é quem fica o dia todo trancado em um laboratório misturando líquidos azuis e vermelhos em recipientes de vidro”, analisa. Nesse processo, o papel do Estado é manter e estimular agências de fomento à pesquisa e extensão. Para isso, deve oferecer bolsas de Iniciação Científica, por exemplo, e o estudante vinculado a esses projetos precisa prestar contas à sociedade sobre o resultado de sua pesquisa, da mesma forma que qualquer outro pesquisador que recebe financiamento para tal. “Sem pesquisa não há inovação, crescimento, inteligência viva”, alfineta a professora. Jefferson Paradello é jornalista. 10 | Repensar #1
No caso do criacionismo, sente-se uma carência de pesquisa e de pesquisadores que possam traduzir em linguagem científica as crenças e convicções fundamentadas na Bíblia. Para que o criacionismo possa fazer frente ao avanço desenfreado da ciência nas três áreas que mencionamos, é imperativo investir na formação de pessoal capacitado e treinado nos princípios criacionistas. É necessário investir em jovens talentos vocacionados para a pesquisa e comprometidos com as crenças bíblicas. É necessário também investir em pesquisa com viés criacionista de modo a produzir os dados que irão fundamentar as proposições da crença e da fé cristã. A título de exemplo, de acordo com o Webqualis da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), são indexados 842 periódicos na área de Geociências. Nesta lista não estão incluídos um acervo imenso de dados confidenciais gerados por relatórios internos de institutos de pesquisa e de empresas privadas. É quase incalculável a quantidade de informação gerada diariamente nas áreas de interesse do criacionismo. Qual a nossa participação neste universo? Fica aí o desafio que temos diante de nós. Não temos dúvidas com respeito a nossas convicções religiosas, mesmo porque elas não dependem de demonstração científica. Mas ainda resta um longo caminho a percorrer para transformarmos estas convicções em linguagem puramente científica. Marcos Natal de Souza Costa é geólogo, doutor em Geologia pela Unesp e coordenador do Núcleo de Estudos das Origens do Centro Universitário Adventista de São Paulo, campus São Paulo.
Um sábio conhecedor Lidar com as finanças não exige apenas conhecimento. Usar o dinheiro com sabedoria é requisito básico para não ser pego de surpresa
C
uritiba é a capital brasileira com o maior percentual de famílias endividadas. É o que revela uma pesquisa divulgada pela Fecomércio em junho deste ano. O índice, que atinge 88%, comprova que o cidadão não sabe lidar com o seu dinheiro e a oferta de crédito justamente porque não recebeu nenhuma educação financeira, o que caracteriza a falta de conhecimento e sabedoria na hora de cuidar do bolso. O crédito é fácil e farto, e apresenta um leque de possibilidades ao consumidor. Cartão de crédito, cheque especial, financiamentos, empréstimo consignado, casa, carro, eletrodomésticos. São inúmeras as opções que favorecem o consumo desenfreado. Basta considerar a quantidade de bancos e financeiras, crédito em lojas, supermercados, além dos diversos prazos para pagamento. O consumidor compulsivo vive num mundo cercado por diversas opções, tecnologias e variedades que o estimulam a adquirir cada vez mais. Como se não bastasse, a influência dos amigos também é exercida e a força da propa-
ganda incentiva, convence e diz que você é aquilo que paga para ser. Diante de tal quadro, como conseguir poupar se existe tanta opção para consumir? A resposta parte do livro bíblico de Eclesiastes, no capítulo 7, verso 12. “Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Conselhos milenares Muitas pessoas são dotadas de grande conhecimento em relação ao dinheiro, porém lhes falta sabedoria. Sabem o que precisa ser feito, mas não o fazem. Isso é burrice. Diante de uma situação entre comprar à vista ou a prazo, falta-lhes sabedoria na hora de fazer a escolha correta. Por outro lado, existem pessoas que não possuem muito conhecimento e, no entanto, são sábias. Ter conhecimento e não colocá-lo em prática é um grave erro, por isso muitos não poupam e gastam mais do que ganham. O que dá vida ao seu possuidor é a sabedoria, não a absorção do conheci-
mento. Ou seja, quem não desperdiça o dinheiro que ganha consegue poupar, e faz com que este lhe sirva como defesa para dias incertos ou despesas ocultas. Conhecimento é o que você tem e sabedoria é o que você faz com ele. A Bíblia está repleta de versos que ensinam a lidar com o dinheiro e evitar o consumo compulsivo que leva ao endividamento. “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas.” 1 Coríntios 6:12 Tenho crédito e todas as coisas me são lícitas, assim como o desejo de comprar algo. Mas como é um desejo e não uma necessidade, isso não me convêm. Então é melhor não se deixar dominar por coisa nenhuma. Altemir Farinhas é administrador, especialista em Finanças Pessoais e autor dos livros Cura! Há Solução para sua vida financeira e Dinheiro? Pra que dinheiro?
@ProfFarinhas www.equilibriofinanceiro.com.br
Repensar #1 | 11
Um mapa para o sucesso Acreditar em Deus e em si mesmo é um passo fundamental para uma vida bem sucedida Lourival Gomes
A
utoestima é sentir-se bem, competente para enfrentar os desafios básicos da vida e sentir-se merecedor da felicidade. É acreditar que as conquistas, sucessos, amizades, respeito, amor e aperfeiçoamento são adequados a todos nós. Ela é a soma da autoconfiança e do autorespeito. Porém, não é uma atitude de superioridade, de extrema valorização da própria vontade ou da centralidade em si mesmo. Autoestima é considerar todos iguais perante Deus e ter prazer em servir aos semelhantes. A psicologia convencional considera a autoestima como avaliação que alguém faz de seus próprios atributos e características a partir da observação de si mesmo e do parecer de outras pessoas. Em uma sociedade que valoriza cada vez mais o culto à beleza e o ter mais do que o ser, não é de se surpreender que milhares, por não alcançarem suas próprias expectativas, sofram de baixa autoestima. Talvez a mídia seja o principal motivo de as pessoas sofrerem cada vez mais desse problema, já que ela frequentemente retrata suas celebridades como maiores que a vida, deixando que os demais sintam sua própria pequenez em contraste com os ícones que desfilam diante deles. Sendo assim, um quadro é formado por pessoas que sofrem desse mal moderno. Seus portadores têm um conceito negativo de si mesmos, são levados a pensar que são esquecidos pelos outros, que ninguém os ama. Sentem-se sem graça na sociedade. Esses pensamentos limitam sua capacidade de amar, de aceitar os outros e, pior, de se aceitar. Isso atrapalha a busca por objetivos de vida e prejudica a vida espiritual. Há solução para este mal moderno? A Bíblia diz que”Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança” (Gênesis 1:26 e 27). Portanto, não se esqueça: você foi criado por Ele, é único e possui personalidade, características físicas e temperamento diferente de qualquer outra pessoa.
12 | Repensar #1
Hoje prevalecem duas visões sobre a origem humana. Uma descreve que somos produtos do mero acaso, resultado de um acidente cósmico em que nossa existência não foi planejada, discursando que casualmente viemos à existência. Tal ideia tem enganado milhões. Assim, muitos pensam que a vida é sem propósito, ou que qualquer que seja ele, as pessoas devem tentar por si mesmas. Outros acreditam que vieram de macacos. Porém, uma segunda visão nos traz esperança. A Bíblia fala, em Gênesis 1:26 e 27, que Deus não só nos criou com um propósito, mas nos criou à Sua imagem. A Bíblia ensina que Deus escolheu partilhar Sua imagem com a família humana. Obviamente, grande parte da imagem foi maculada por causa das sucessivas gerações de pecado, mas a impressão continua em cada ser humano, e pode ser restaurada progressivamente naqueles que buscam a Cristo Jesus. Deus não apenas nos criou. Ele se importa conosco. Ele deu Sua vida para que tivéssemos vida em abundância, qualidade de vida. Ao morrer na cruz pelo pecador, esse ato nos fala de uma maneira eloquente sobre o valor inerente de cada pessoa, não importando o que as outras possam pensar sobre ela. Orientações preciosas “A felicidade derivada de fontes terrenas é tão mutável como a podem tornar as várias circunstâncias; a paz de Cristo, porém, é constante e permanente. Ela não depende de qualquer circunstância da vida, da quantidade de bens mundanos, ou do número de amigos. Cristo é a fonte da água viva, e a felicidade que dEle procede não pode jamais falhar.” O maior discurso de Cristo, p. 16. Ele lhe concedeu dons. Concentre-se em suas capacidades ao invés de suas limitações. Descubra coisas que você possa fazer bem e as faça sempre. Promova a paz com seus familiares e seu passado. Faça amizade com pessoas que o ajudarão a crescer numa direção positiva. Procure ter bom ânimo e sorria; tenha um alvo e visualize-o. “Entrega o teu caminho ao Senhor, confina nEle, e o mais Ele fará.” Salmo 37:5
Lourival Gomes é teólogo, mestre em Teologia pela Universidade Adventista da França e presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia para a região central do Paraná.
Sons do crescimento
14 | Repensar #1
Pais têm apostado na musicalização infantil visando o desenvolvimento físico, social e intelectual dos filhos durante os primeiros anos de vida
as instituições educacionais de nível básico a incluir novamente a educação musical em suas grades. Especialistas dizem que o conteúdo apresentará a diversidade do universo musical, estimulará a preservação dos estilos e ritmos do País, fortalecerá a cultura nacional e democratizará o acesso à arte.
Q
uando se é criança, compartilhar os próprios brinquedos nem sempre é uma tarefa fácil. Alguns protegem seus carrinhos, bonecas e chocalhos como se fosse um reino ameaçado por inimigos. Mudar tal comportamento pode significar um desafio e tanto para os pais. No entanto, eles têm encontrado um caminho criativo, e divertido, para contornar a situação. Para colocar os filhos “na linha”, nada de palmadas, sermões complexos ou castigo. Eles vão é para a escola. E alguns começam essa “trajetória” aos seis meses de vida. Calma. A vida escolar, que deveria ter início por volta dos sete anos não mudou. A aposta desses pais são as aulas de musicalização infantil. Ao contrário do que muitos pensam, ali os alunos não aprendem apenas a reconhecer o som dos instrumentos, a cantar algumas canções e a repetir as batidas rítmicas propostas pelos professores, mas também a desenvolver a mente e a coordenação motora. Além disso, o cronograma contempla a socialização em um momento em que eles estão começando a entender o mundo e a se relacionar com outras pessoas.
Mas, enquanto a lei não passa a funcionar na prática, existem projetos independentes em andamento. Em Curitiba, por exemplo, alunos de diversas escolas municipais e particulares participam de uma iniciativa realizada há oito anos por estudantes do curso de Licenciatura em Música da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Coordenados pelo professor Guilherme Romanelli, eles abrem as cortinas para quem talvez não teria um contato mais próximo com a educação musical se não dessa forma. Ao todo, aproximadamente 180 crianças participam do projeto, embora quase 400 se inscrevam a cada temporada.
“Trabalhamos com eles todos os aspectos musicais, mas também questões que serão fundamentais e que influenciarão a vida deles”, explica a professora Breeze Rosa, especialista em musicalização infantil. Ela destaca que um dos objetivos dessa socialização é fazer com que a criança aprenda melhor a dividir aquilo que é dela e assim estar preparada para iniciar a fase escolar. “Ele vai conseguir lidar melhor com questões afetivas e se expressar melhor. Essa etapa também influencia no estudo do instrumento que ele vai aprender e na construção de sua personalidade”, reforça.
“Atendemos crianças de todas as situações socioculturais, e os pais nos relatam como as aulas são importante para os filhos. A gente percebe que algumas que estão no projeto desde o início, hoje já procuram estudar um instrumento”, diagnostica Romanelli. O professor reforça que o princípio da musicalização infantil é o conceito do despertar ao mundo musical. A proposta está baseada em uma experiência coletiva em que os estudantes desenvolverão uma série de atividades sem necessariamente aprender a tocar um instrumento específico.
Depois de perceber como a música influenciava Marcelo, que tem pouco mais de dois anos, a coordenadora pedagógica Caroline Marucco decidiu levá-lo para assistir a uma aula que a deixou apaixonada. “Desde que eu estava grávida, meu marido tocava violão e a gente notava que o Marcelo se mexia mais na barriga. Ele adora música desde bebezinho. Então, me interessei pela musicalização, assisti a uma aula com ele e nós dois adoramos”, descreve.
Não é de hoje que a música é reconhecida como um meio de estimular e fortalecer a mente. Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade do Kansas, nos Estados Unidos, constatou que aprender a tocar um instrumento ainda nos primeiros anos de vida pode influenciar na inteligência do indivíduo.
A partir de então, Caroline matriculou o filho em uma escola e passou a comparar seu desenvolvimento com o de crianças que não participam da mesma atividade. E, aos poucos, comprovou a mudança.
Apesar de ainda não ser o caso de Marcelo, sua mãe já percebe progressos. “Eu percebi muita melhora na atenção concentrada, na memória, porque as aulas e as atividades ajudam na memorização das músicas. Ele quer cantar, quer lembrar. Acho que é um benefício sem tamanho”, analisa Caroline.
Música no currículo Apesar de nem todas as famílias terem condições de custear as aulas de musicalização para seus filhos, assim como em outros países, no Brasil o ensino da música nas escolas já fez parte do currículo acadêmico, mas foi interrompido em meados da década de 1950. Em 2008, depois de receber várias solicitações, o governo federal aprovou a lei nº 11.769, que obriga
Jefferson Paradello é jornalista. Repensar #1 | 15
FATOS
RECENTES
Médico debate ciência e religião em curso de saúde Diante de um auditório lotado, o médico coreano radicado no Brasil,Jea Myung Yoo, prendeu a atenção e despertou a curiosidade de quem assistiu a uma série de quatro palestras que ele apresentou na igreja do Juvevê, em Curitiba, entre os dias 24 e 26 de junho. A convite do departamento de saúde da Igreja Adventista na região central do Paraná, Yoo abordou a forma como a ciência lida com o conceito de tratamento de doenças enquanto a Bíblia enfatiza a cura, o que, segundo ele, é uma realidade.
Encontro valoriza figura feminina Longe da cidade grande, 280 mulheres de toda a Igreja Adventista na região central do Paraná deixaram seus lares e afazeres para dedicar um final de semana exclusivamente para si. Elas participaram de um encontro organizado pelo departamento das Mulheres, que tratou temas ligados à situação emocional e espiritual. O evento, intitulado Alegria de viver e ser de Jesus, ocorreu em Guaratuba, no litoral do Estado. O programa visou valorizar a atuação feminina nas atividades da igreja e enfatizou que, para isso, inicialmente a mulher precisa estar bem consigo mesma. A questão foi debatida por meio de palestras apresentadas pela terapeuta familiar Dilene Ebinger, que chamou a atenção para assuntos envolvendo as emoções, família e a espiritualidade.
Caravana gera decisões em território paranaense Após cinco dias de programas em quatro cidades paranaenses, a Caravana da Esperança, projeto conduzido pelo pastor Luís Gonçalves, evangelista da Igreja Adventista para a América do Sul, influenciou 758 pessoas a se batizarem até o final de 2011. Destinado principalmente a interessados no estudo da Bíblia, o programa também estimulou líderes e membros a continuarem a compartilhar os ensinamentos bíblicos. Para Gonçalves, o mundo passa por um momento em que o impacto da mídia eletrônica se tornou forte o suficiente para alcançar pessoas e gerar decisões. Seu DVD O Grande Conflito, série de estudos bíblicos que tem despertado o interesse de diversas pessoas, é largamente distribuído no Paraná. Por isso, ele classifica o material como um folheto eletrônico que tem levado muitos a compreender a Bíblia e suas mensagens. “Esses meios têm um resultado mais imediato em relação a outras estratégias”, analisa. Sem imaginar que a gravação atingiria tamanho interesse, Gonçalves acredita que tal tecnologia é uma forma de evangelizar sem gerar preconceitos.
Adoleamigo reúne 700 adolescentes Vindos de várias regiões do Paraná, cerca de 700 adolescentes se reuniram no Centro de Convenções de Curitiba no dia 6 de agosto para participar de mais uma edição do Adoleamigo, encontro organizado pelo departamento de Adolescentes da Igreja Adventista na região central do Estado. Neste ano, o programa relacionou a importância da amizade para o desenvolvimento humano com a espiritualidade, e destacou como esta pode ser uma ferramenta para salvar outras pessoas. A atenção também foi direcionada ao trabalho evangelístico. Como desafio, cada participante deveria entregar um exemplar do livro Ainda existe esperança para alguém que encontrasse na rua, oferecer uma oração por ela e convidála a acompanhar a programação.
16 | Repensar #1
Encontro valoriza papel de Anciãos e diretores de grupos Mais de 280 anciãos e diretores de grupos estiveram reunidos com líderes da Igreja Adventista na região central do Paraná para participarem de seminários e debates sobre a importância do cargo que exercem nas congregações locais. No encontro, a dedicação ao trabalho realizado por eles foi reconhecida. O objetivo central, no entanto, foi reforçar aos participantes a necessidade de que todos estejam focados no trabalho de conduzir as atividades em seu templo, compartilhar a Bíblia com aqueles que ainda não a conhecem e estimular os membros a atingirem o mesmo alvo.
Empresários são convidados a colaborar com projetos
Erem reinicia atividades O curso Estudos em Religião e Escola Missionária (Erem) retomou suas atividades e conta com mais de 64 alunos matriculados. Com grade curricular composta por 14 disciplinas, a proposta é oferecer aprofundamento teológico para membros, líderes e interessados. A duração é dois anos e segue um cronograma como o de qualquer outro aprendizado: além das aulas, tem carga obrigatória de leituras e ao final de cada disciplina provas são aplicadas aos estudantes. Seu conteúdo é semelhante ao ministrado no curso de Teologia do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Engenheiro Coelho. Cada módulo é exposto em um único dia, com duração de sete horas. Como é rotativo, o aluno pode ingressar em qualquer etapa do curso, independente das matérias expostas. Quem conclui os estudos, caso tenha o ensino superior completo, recebe um certificado de extensão universitária emitido pelo Unasp. Quem estudou até o ensino médio tem direito a um que comprovante de participação.
Com o sonho de fundar 18 novos templos em seu território até o final do ano, administradores da Igreja Adventista do Sétimo dia na região central do Paraná se reuniram com 44 empresários adventistas para apresentar os projetos e estimulálos a contribuir com a iniciativa. O pastor Marlinton Lopes, presidente da igreja para os Estados do Sul do Brasil, ressaltou a importância do diálogo entre os líderes e empresários no sentido de que ideias devem ser ouvidas e valorizadas principalmente quando se referem ao crescimento e expansão da Igreja. “Estamos nos mobilizando para cumprir a missão de falar sobre Jesus àqueles que ainda não o conhecem”, ressalta. Intitulado Templos de Esperança, o desafio do projeto é fundar 800 novas congregações entre 2010 e 2015 nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Já na região central do Paraná, o plano é construir 20 novas igrejas a cada ano, totalizando 100 em 2015.
Evangelistas voluntários planejam ação missionária Em uma reunião com 90 evangelistas voluntários, líderes adventistas ministraram um treinamento e estimularam os participantes a atuarem de forma intensa nos programas que visam atrair interessados no estudo da Bíblia. As orientações visaram apresentar a importância do envolvimento deles e métodos para que atinjam seus objetivos. “Nosso objetivo é motivá-los a saírem e realizarem o trabalho”, afirma o pastor Célio Longo, evangelista da Igreja Adventista na região central do Paraná e organizador do encontro. Na reunião, ele lançou três desafios para cada pessoa: organizar uma semana de evangelismo, a ser desenvolvida de acordo com a disponibilidade de cada um; estudar a Bíblia com 10 interessados e conduzi-los ao batismo durante o programa que será transmitido via satélite, em novembro; e realizar 30 noites de evangelismo em março de 2012.
Assembleia Legislativa do Paraná homenageia Desbravadores Em sessão realizada no primeiro semestre do ano, a Assembleia Legislativa do Paraná prestou menção honrosa aos clubes de Desbravadores de todo o Estado. O ato de reconhecimento do trabalho social, cultural e espiritual desenvolvido pelo Clube partiu do deputado estadual Artagão de Mattos Leão Júnior. Na ocasião, ele mencionou o envolvimento dos Desbravadores no projeto Vida por Vidas e na campanha de doação de medula óssea, iniciativa que tem aumentado o quadro de possíveis doadores na América do Sul. “O Clube vem passando a esses adolescentes e jovens orientações fundamentais, princípios de saúde e tantas outras orientações espirituais necessárias que eles precisam receber e que muitas vezes não recebem em casa”, argumentou Artagão. Repensar #1 | 17
PROJETOS
FUTUROS
Programas estimulam desenvolvimento de valores sociais Com o título De Volta ao Jardim, o segundo Aventuri organizado pela Igreja Adventista na região central do Paraná acontece na cidade de Mandirituba entre os dias 28 a 30 de outubro. Lá, os mil participantes que são esperados desenvolverão atividades ao ar livre e que apresentam Deus como criador de todas as coisas. De acordo com o pastor Aryel de Paula, líder de Aventureiros e organizador do evento, o encontro é também uma oportunidade para estimular o desenvolvimento físico, mental e espiritual dos aventureiros. “O Clube de Aventureiros também busca ajudar as crianças a desenvolverem valores sociais que influenciarão sua vida como um todo”, explica. Com proposta semelhante, 2.500 Desbravadores de diversas localidades do Estado se tornarão cidadãos da cidade de Ponta Grossa entre os dias 11 e 15 de novembro. Eles desembarcam no município para participar do primeiro Campori realizado pela Igreja Adventista no centro do Paraná. Conhecedor de suas atividades, o prefeito municipal, Pedro Wosgrau Filho, apoia a iniciativa e disponibilizou o Centro de Exposições de Ponta Grossa para comportar os acampantes. Para eles, o Campori é o programa mais importante e esperado do ano. O Clube de Aventureiros é destinado a crianças de 6 a 9 anos, e o de Desbravadores a juvenis de 10 a 15.
Pilares de esperança influenciam membros Lançado no início deste ano pela Igreja Adventista para todo o Sul do Brasil, o programa Pilares de Esperança atualmente colhe diversos resultados a partir do empenho de membros e congregações no centro do Paraná. A proposta lançada era a de que todos realizassem alguma atividade espiritual de acordo com seu próprio interesse. Dentre elas figuram a Jornada Espiritual, Oração Intercessória, Ministério da Recepção, Duplas Missionárias, Pequenos Grupos, Classes Bíblicas e Evangelismo Público. A iniciativa, no entanto, não visa apenas o crescimento da Igreja, mas também o fortalecimento espiritual de seus membros.
Igreja começa planejamento para distribuir livro missionário em 2012 A Igreja Adventista na região central do Paraná começou a se mobilizar para a maior ação evangelística de sua história: distribuir 1 milhão de exemplares do livro A Grande Esperança para cada família de seu território no ano de 2012. O desafio, no entanto, não é obter os recursos necessários para sua aquisição, mas planejar uma logística eficaz de distribuição para que todas as casas recebam a publicação. “Temos muitas histórias de pessoas que tiveram suas vidas transformadas por um livro”, lembra o pastor Marcelo Cardoso, secretário da Igreja Adventista na localidade. Em 2012 a entidade em nível mundial pretende distribuir aproximadamente 100 milhões de exemplares em todo o planeta. A obra aborda a trajetória do cristianismo, o conflito entre o bem e o mal e realça a esperança, tema enfatizado nos projetos evangelísticos desenvolvidos pelos adventistas na América do Sul nos últimos anos.
Setembro é marcado pelo batismo da primavera
Via satélite acontece em novembro
Durante o mês de setembro, igrejas de toda a região central do Paraná estão envolvidas com o batismo da primavera. A iniciativa é resultado do trabalho realizado durante o ano por membros e pastores de cada localidade, e representa uma nova etapa na vida daqueles que estudaram a Bíblia e decidiram manifestar publicamente sua decisão de seguir suas orientações.
Direto de Belo Horizonte, Minas Gerais, o pastor Luís Gonçalves, evangelista da Igreja Adventista para a América do Sul, realiza entre os dias 19 e 26 de novembro o evangelismo via satélite para todo o Brasil. O programa é destinado principalmente aos interessados no estudo da Bíblia e àqueles que estão se preparando para o batismo.
Ele se configura como o maior batismo realizado pela Igreja Adventista anualmente. Neste ano, espera-se que 700 pessoas sejam batizadas em todo o território no centro paranaense durante o período, representando assim um novo nascimento para os interessados. 18 | Repensar #1
Para o pastor Célio Longo, evangelista da Igreja Adventista na região central do Paraná, participar de tal iniciativa é uma experiência importante inclusive para os interessados que já tenham contato com o programa Arena do Futuro, transmitido pela TV Novo Tempo e apresentado pelo pastor Luís Gonçalves. Longo ainda lembra que o êxito também depende do comprometido de cada membro.
Para saber mais sobre os programas e projetos desenvolvidos pela Igreja Adventista na região central do Paraná, acesse www.usb.org.br/acp