Sexta-feira, 8 de abril de 2011
458 anos
Cidade traça metas para resolver gargalos atÊ 2012
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EDITORIAL
Reta final no 458º aniversário Os interlocutores do prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), esbanjam confiança na reeleição do petebista no pleito sucessório que se aproxima. Os aliados apostam nas obras mais palpáveis, que atraem votos, para embasar o discurso. Projetam o recapeamento de quase 100 km de vias, a revitalização de mais algumas praças, nos moldes da Kennedy, e o funcionamento pleno do Poupatempo de Saúde. O tripé necessário para a manutenção do cargo e mais quatro anos no Paço. Apesar das previsões, o grupo também sabe que é preciso agir neste período final, até porque no ano derradeiro do mandato, pouco pode se usufruir de inaugurações e intervenções públicas devido à legislação
eleitoral. Resta saber se o prognóstico se confirmará e Aidan mostrará o que está escrito na ‘página que foi virada’, ou a oposição – que pavimenta o caminho da falta de uma linha de governo e de uma gestão que virou a página e mostrou outra ‘em branco’– levará a melhor. Com a palavra o eleitor de Santo André, que já respira um ar cada vez mais com aroma de articulações políticas, enquanto aguarda a solução de alguns dos seus principais problemas. Ao completar 458 anos neste dia 8 de abril, Santo André tem, ainda, alguns grandes gargalos para cuidar, como trânsito caótico, défict de 20 mil moradias, falta de vagas na educação infantil, índice considerável de analfabetos e melhorias, de fato, na saúde.
De olho na reeleição, Aidan quer PSDB como aliado O prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), quer o PSDB como aliado na tentativa da reeleição na disputa sucessória do Paço em 2012. Em entrevista ao Repórter Diário, Ravin destacou a relação de proximidade com o governador tucano Geraldo Alckmin, mas minimizou a influência para deliberar ‘de cima pra baixo’ no tucanato andreense. Apesar disso, o petebista afirma que Alckmin poderá ser decisivo na parceria eleitoral. O prefeito diz também que deverá conversar com o vereador Paulinho Serra – que se apresenta como possível prefeiturável pelo PSDB – no intuito de aglutinar forças. Nos bastidores, muito se fala sobre a possibilidade de o PSDB indicar o vice de Aidan na chapa que disputará a reeleição. Por falar em vice, o chefe do Executivo rechaça a previsão de que a escolha do vice possa dinamitar o núcleo do Paço, tendo em vista o
que ocorreu recentemente quando Dinah Zekcer (PTB) e Nilson Bonome (PMDB) trocaram farpas na imprensa. Além da parceria eleitoral, Aidan almeja, nesta reta final de mandato, afinar o relacionamento com segmentos da sociedade, principalmente os empresários. Pessoalmente ou por meio de interlocutores, o petebista tem sinalizado a intenção de concretizar parcerias como o restante da cobertura da rua Cel. Oliveira Lima. Repórter Diário: O senhor não teme que a discussão do vice entre a Dinah Zekcer e o Nilson Bonome possa ressurgir conflitos? Aidan Ravin: Na verdade isso começou a se construir com o PMDB. O Nilson em momento algum falou em ser vice. Foi o PMDB quem falou: ou vai ser vice ou terá candidatura. Houve esse direcionamento no evento (filiação de Bonome no PMDB). Eu já conversei
com os dois (Bonome e Dinah). Uma palavra falada aqui se entende diferente ali. Mas acho que nós não teremos problemas porque existe respeito grande à pessoa do prefeito. Foi uma situação completamente diferente do que era para ser. RD: Surpreendeu o tom do PMDB? Aidan: Eu não me surpreendi. Você como líder do partido deve ter postura como essa. O momento que foi ruim, pois era a filiação do meu secretário de Gabinete, sendo um homem forte do governo e próximo da gente. Colocaram lenha na fogueira. RD: No encontro com o governador Alckmin foi discutido 2012? Aidan: Eu tive um encontro rápido, mas não conversamos sobre questão partidária. Desde o começo, eu sempre o apoiei no sentido de conquistar espaço junto de um grupo. Existe uma amizade e um trabalho. No momento certo ele vai nos chamar para conversar. Nós falamos sobre o Semasa (déficit), Poupatempo (instalação de posto na cidade) e o Parque Tecnológico. RD: O dinheiro do Semasa – R$ 15 milhões será repassado?
Jornalista responsável: Airton Resende Rua Álvares de Azevedo, 210 – Centro – Santo André - Tel.: 4427-7800 www.reporterdiario.com.br
Edição: Aline Bosio e Maria do Socorro Diogo Reportagem: Aline Bosio, Natália Fernandjes, Leandro Amaral, Carolina Neves e Larissa Marçal.
Aidan: Ele tinha falado para nós que sim. É preciso apenas ver como está a tramitação do processo. Mas ele não deu prazo. RD: O senhor acredita no apoio do Alckmin desde o início? Aidan: Tem muita gente falando nisso por causa do apoio que nós demos a ele aqui (na eleição para governador em 2010). O apoio foi incondicional. O Alckmin é pessoa muito séria. Se ele tiver essa vontade, automaticamente, nós vamos conversar mais forte com o PSDB para ter união. Caso isso não ocorra, também é direito do PSDB ter candidatura própria. RD: O senhor pensa no PSDB como vice? Aidan: Se eu falar que penso em abrir esta possibilidade ao PSDB, ficarei numa situação complicada. Como ficam os outros partidos? Conversar com o Paulinho Serra não significa que eu estou resolvendo tudo. Seria uma préconversa para o Paulinho conversar com todos. Nós devemos ter um consenso – entre os aliados – para ver qual o melhor partido para a chapa. É importante ser vice ou fazer outra composição? Desde o início eu disse para trabalharmos juntos. RD: Mas até agora ninguém apresentou projeto? Aidan: Um diz que tem projeto de tecnologia e que precisa tanto de investimento. Só que a pessoa quer o espaço primeiro para depois materializar o projeto. É ao contrário. Por enquanto, nenhum partido apresentou. RD: Essa coesão inclui o PT também, assim como chegou a sinalizar o Bonome? Aidan: Conversar com todos os partidos é obrigação, mas não acredito que o PT não queira disputar a eleição. RD: O que vai pesar para definir se ocorrerá ou não chapa pura, como ocorreu na sua vitória em 2008? Aidan: Vai pesar todo o trabalho de conversação que nós faremos daqui pra frente e o grupo para consensuar uma decisão. Nós estamos conversando bastante, mas não acredito que a gente consiga definir esse ano. RD: Como está a relação com o empresariado? Aidan: Estamos recebendo todo mundo via Secretaria de Desenvolvimento. Mas quem quiser falar comigo tem porta aberta. A Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André) é uma grande parceira, inclusive com trabalho paralelo no fomento ao comércio. Mas podemos aproximar mais ainda.
Comercial: Claudia Plaza e Alessandra Duran Fotos: Marciel Peres, Carolina Neves e divulgação Projeto Gráfico: Rubens Justo Suporte Operacional: Pedro Diogo Administrativo: Rita de Cássia B. da Silva
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Saúde planeja choque de gestão para melhorar enfático. “Vamos gerenciar para que, em breve, Desde o início do ano, o ‘homem forte’ do o tempo de espera não ultrapasse duas horas”. governo Aidan Ravin (PTB), Nilson Bonome, Atualmente, varia de quatro a cinco horas. responde pela saúde, considerada carro-chefe Paralelamente, o setor dará início ao procese a principal promessa de campanha do prefeiso de informatização da rede. A licitação está na to. O objetivo é resolver até o fim do mandato tramitação final e, se não houver contratempos pendências, como reforma e informatização jurídicos, dentro de 40 dias poderá ser executados equipamentos públicos, por meio de chodo. O objetivo é fazer espécie de ponto eletrôque de gestão na área, considerada o principal nico para as unidades visualizarem o prontuágargalo de Santo André. rio do paciente. A fórmula para intervenções de impacto prevê, primeiramente, mudanUPAs - Nilson Bonome afirma ças na rotina da rede pública. que até março de 2012 Santo Até o fim deste mês terá início a André estará com cinco UPAs revitalização das UBS (Unidades (Unidades de Pronto AtendiBásicas de Saúde). Segundo Bomento) em funcionamento. Os nome, 80% das 33 unidades pasequipamentos, viabilizados em sarão por mudanças físicas. parceria com o governo fedeAlém de ações pontuais na esBonome quer resolver ral, farão o primeiro atenditrutura, os equipamentos contapendências até 2012 mento. Os locais beneficiados rão com cadeira almofadada, serão bairro Bangu, vila Luzita, Jardim Santo televisão e ar condicionado. “A ideia é proporAndré, bairro Sacadura Cabral e Centro. “Estacionar o mesmo padrão de qualidade e conformos na fase de licitação. Se não houver contrato encontrado na iniciativa privada”, diz. tempo, em um ano tudo estará funcionando”, Indagado se a iniciativa visa ‘maquiar’ um afirma. período maior de espera do usuário, Bonome é
Demanda aumenta em hospitais particulares O fechamento de alguns hospitais na região do ABC nos últimos anos provocou aumento na demanda nos sobreviventes. No Hospital e Maternidade Bartira o incremento foi de 20% no último ano. Em média, hoje, a unidade realiza 400 mil atendimentos por ano. Para acolher a nova demanda, o diretor comercial Adê Pinheiro Júnior explica que a estrutura foi remodelada. “Foi feita a ampliação do número de leitos de UTI (de 14 para 20), todos os apartamentos e quartos foram reformula-
dos, modernizados e equipados”, diz. O Hospital e Maternidade Brasil também registrou aumento significativo, mas os números não foram revelados. Os mais de 1,5 mil médicos atendem mais de 60 mil pacientes por mês. Recentemente adquirido pela Rede D’Or – a mesma que atuará no Hospital São Luiz em São Caetano – o Hospital Brasil projeta, segundo o diretor técnico Newton Takashima, investimentos na unidade. Os números, entretanto, não foram divulgados.
Poupatempo atenderá 28 especialidades até o meio do ano
Poupatempo terá 28 especialistas até junho Inaugurado em outubro de 2010 com quatro especialidades, o AME (Ambulatório Médico de Especialistas), conhecido como Poupatempo da Saúde, segundo Nilson Bonome, funcionará com 28 especialidades até junho. O equipamento, idealizado em parceria com o governo do Estado, não atende no formato ‘porta aberta’. É preciso que o paciente seja encami-
nhado ao local após consulta prévia nas UBS. Segundo Bonome, a rede pública tem especialistas para todas as áreas. Porém, a quantidade, em muitos casos, não é suficiente para contemplar a demanda. Especialidades, como pediatria, contam com poucos profissionais. O secretário afirma, sem especificar data e quantidade, que serão contratados mais médicos.
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Infraestrutura local atrai construtoras
Área de habitação tem R$ 180 milhões para reduzir déficit em 2011
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Santo André possui atualPor que morar em Santo André? mente um déficit habitacional de 20 mil unidades. Para Moro aqui há “Nasci aqui. Já me “Acompanhei a trans76 anos.Tenho acostumei e passei a formação do municídiminuir o número, a Secretudo o que gostar da cidade. Não pio, por isso, ele faz taria de Desenvolvimento preciso, por isso nunca tenho vontade de me parte da minha vida. me mudaria dessa mudar”. O problema é a vioUrbano e Habitação planeja cidade maravilhosa”. Lucas Saad, lência”, a urbanização e construção Olesia Pettelone, estudante. Regina Helena de moradias com auxílio de aposentada. Carniel, aposentada. programas dos governos feA construção dos conjuntos habitacionais deral e estadual. O investimento na Pasta em Unidades do Minha Casa Minha Jardim das Maravilhas, Graciliano Ramos, Alzira 2011 será de R$ 180,2 milhões, 16% a mais que Vida saem em novembro Franco II, Procópio Ferreira, Prestes Maia (Fase em 2010. Os primeiros 352 apartamentos do prograIX), Itatiaia, Jorge Bereta, Catiguá e Dom Jorge Além da urbanização dos núcleos Espírito ma federal Minha Casa Minha Vida em Santo também está na mira da Prefeitura. Com invesSanto, Jardim Cristiane, Sacadura Cabral, JarAndré - que já conta com 57 mil inscritos -, locatimento de R$ 220 milhões, as obras atenderão dim Irene, Pedro Américo, Homero Thon e lizados no conjunto Juquiá/Londrina deverão cerca de 6 mil famílias dos assentamentos GamNova Centreville, encontram-se em estudo 18 ser entregues em novembro. boa/Capuava Unida, Espírito Santo I e II, Jardim propostas para melhorias em áreas de assentaO próximo contrato do programa, a ser assiCristiane, Sacadura Cabral, Graciliano Ramos, mentos precários, que deverão atender 4,7 mil nado nos próximos meses, prevê a construção Jardim Irene, Pedro Américo, Homero Thon e famílias. “Temos 26 projetos em andamento. de 880 unidades na avenida Guaratinguetá. As Nova Centreville. A conclusão das obras em anAté agora não perdemos nenhuma oportunidaobras começam no segundo semestre. damento está prevista para até 2013. de”, diz o secretário Frederico Muraro Filho.
Basta andar pelo ABC para observar a quantidade de novos condomínios residenciais em obras ou recém lançados. Em Santo André, a situação não é diferente. Só em 2010 foram construídas 2,9 mil unidades, número quase cinco vezes maior do que o registrado em 2009, quando foram lançados 681 imóveis. A tendência é de cenário estável em 2011, segundo o presidente da AcigABC (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), Milton Bigucci. Para Bigucci, os números são reflexo da infraestrutura oferecida pelo município. “Santo André é uma cidade agradável para se viver e oferece boa opção de educação, lazer, transporte e economia”, destaca. Os apartamentos lançados e comercializados no município têm como foco a classe média, com dois ou três dormitórios. O bairro Campestre está entre os dois mais procurados, além de Santa Terezinha, Val Paraíso e Bela Vista. EMPREENDIMENTOS - A imobiliária Delforte Frema conta com seis empreendimentos para venda em Santo André, metade com três dormitórios, 35% com dois e 15% com quatro. As unidades custam cerca de R$ 4 mil o m2. A expectativa é lançar mais 10 empreendimentos no município nos próximos anos. Segundo o diretor comercial da imobiliária, Aguinaldo Del Giudice, Santo André atrai investimentos destinados, em sua maioria, à classe média, média alta e alta devido aos altos preços dos terrenos e a boa infraestrutura. Outra empresa que investe no município é a Gafisa. A construtora oferece dois empreendimentos residenciais, a R$ 4,8 mil o m2, ambos no bairro Campestre.
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Santo André comemora 458 anos com shows no Espaço Pirelli Nesta sexta-feira (8), dia em que Santo André completa 458 anos, o Espaço Pirelli será palco para diversas atrações musicais, com apresentações de pagode, samba, sertanejo, MPB e pop. Entre os destaques da programação estão Paula Fernandes, Alexandre Pires e Latino.
Um dos principais destaques dos shows de aniversário, que terá início às 13h, será a cantora e compositora mineira Paula Fernandes, que se tornou nacionalmente conhecida após participação especial em um show de Roberto Carlos, no fim de 2010 – tal aparição fez, inclusive, surgirem boatos de suposto namoro entre a cantora e o rei. Os fãs de Paula ouvirão seus principais sucessos como Pra Você, Pássaro de Fogo (música que dá nome ao seu último álbum), Não Precisa e Quero Sim. Já os amantes de pagode terão a oportunidade de ouvir sucessos de Sorriso Maroto, como Clichê, Águas Passadas, Sou eu e mais Ninguém, Na Cama e Sinais. Já o Jeito Moleque promete agitar o público com A amizade é tudo, Só pro meu prazer, amizade verdadeira e Teu Segredo. Ainda no ritmo do pagode, Alexandre Pires, ex-
integrante do grupo Só Pra Contrariar, deverá apresentar canções, como Sissi, Quem é você e Erro Meu. Para quem prefere músicas mais agitadas, Festa no Apê, Renata e Amigo fura olho deverão ser apresentados por Latino. Há ainda o cantor sertanejo Gustavo Lima, o grupo Idenso e Henrique Marx. SERVIÇO Show de aniversário Espaço Pirelli – avenida Giovanni Batista Pirelli, s/n. Os portões abrem às 10h e os shows começam às 13h.
Calendário anual de eventos é diversificado Até o final do ano serão realizados mais de 20 atrações culturais e esportivas de grande porte em Santo André. Ainda neste mês haverá a Exposição do Salão de Arte Contemporânea, o Festival de Música Golpel, Baile da Cidade, Jogos da Terceira Idade e Meia Maratona. Em maio será a vez da Festa do Trabalhador e do Dia Internacional do Brincar. Em junho haverá a terceira edição da Festa Junina e o Arraial em Paranapiacaba. O Festival de Inverno da vila ferroviária será em julho e a Mostra de Vídeo, os Jogos Escolares e o Festival da Cultura Industrial em agosto. Em setembro será a vez do tradicional desfile 7 de setembro. Outubro e novembro terão a segunda edição do Encontro de Cinema de Paranapiacaba e a comemoração do Dia da Criança. Para fechar o ano, dezembro terá Encontro de Carros antigos.
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Cidade tenta melhorar o trânsito Transitar de carro pelas principais vias de Santo André é cada vez mais complicado, até mesmo fora dos horários de pico. O aumento da frota no município saltou de 432,4 mil veículos em 2009 para 459,6 mil em 2010. Para o poder público, a saída é implementar mais obras, como viadutos, abertura de vias e adequação geométrica Binário entre as avenidas do sistema viário, e adoção Dom Pedro II e Industrial de sentido único de direção está em estudo, mas para entre as avenidas Dom Pedro II e Industrial. Mas para especialista o transporte especialista em planejamen- coletivo eficiente é a saída to urbano, Sivana Zione, a solução para a fluidez do trânsito é investir em transporte público eficiente e mais barato. Com isso, ainda neste semestre está prevista liberação do edital para a contratação de estudo para implantação de sentido único de direção para formar um binário de circulação entre as avenidas Dom Pedro II e a Industrial. Até dezembro deverá ser contratada a elaboração do Plano Diretor de Mobilidade para definir ações relacionadas ao trânsito e ao transportes. Além da instalação de viadutos para transposição de vias, principalmente as situadas ao lonFrota de Santo André saltou de 432 mil em 2009 para 459 mil carros em 2010 go da avenida dos Estados e as que dão acesso tro com a avenida Itamarati e a abertura da avemultas de trânsito. Segundo os responsáveis, ao Rodoanel Mário Covas, será desenvolvido nida Professor Luís Ignácio de Anhaia Melo, em todo o montante foi aplicado em programas de projeto para transposição em desnível da aveniSão Paulo, para ligação da avenida dos Estados engenharia, fiscalização e educação de trânsito. da Gilda com a Pereira Barreto, projetos já encom a Estrada do Guaraciaba até a avenida Papa Santo André investe, ainda, em operações caminhados ao Departamento de Vias Públicas João XXIII, em Mauá, além do Rodoanel tampreventivas, como monitoramento eletrônico, insda Secretaria de Obras e Serviços Públicos. bém fazer parte dos projetos. talação de placas educativas, viaturas nos prinOutro estudo é transposição em desnível da cipais corredores (são 11 carros, nove picapes, avenida dos Estados com as rotatórias de INVESTIMENTO - O Departamento de Sequatro caminhões e oito motocicletas) e 25 seUtinga e Santa Terezinha e com o viaduto Casgurança Pública e Trânsito terá este ano R$ 86,8 máforos inteligentes interligados por câmeras e saquera. A duplicação do viaduto Adib Chammil para investir, 16% a mais que em 2010, operados pela Central de Monitoramento de mas – alvo de reforma e reclamações nos últiquando foram arrecadados R$ 24,8 milhões em Trânsito para minimizar o caos todos os dias. mos meses –, para melhorar a ligação do Cen-
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Transporte coletivo é a solução, diz professora O crescimento da frota de veículos é uma tendência em todo o mundo e a melhor alternativa é investir no sistema de transporte coletivo, segundo a professora da UFABC (Universidade Federal do ABC), Silvana Maria Zione, especialista em Planejamento Urbano e de Transportes. Silvana acredita que se forem oferecidos ônibus mais confortáveis, a população deixará o carro em casa. “Nas condições atuais, o transporte individual ainda é mais barato e mais confortável”, diz. Para a professora, para surtir o efeito esperado o sistema de transporte coletivo preciso oferecer frequência, qualidade e melhor tarifa.
Sistema carrega 214,5 mil passageiros por dia O transporte público de Santo André é terceirizado desde 1997 e aguarda estudos para novos atendimentos e aumento da frota das linhas com maior demanda, antiga reivindicação de usuários. Diariamente, 214,5 mil passageiros utilizam o transporte coletivo municipal, que custa R$ 2,90. São sete empresas para 48 linhas e 398 ônibus, com idade média de três anos. Para melhorar o serviço as empresas fazem treinamento dos agentes envolvidos diretamente com o sistema, campanhas educativas e criação de abrigos com assento e cobertura em pontos de parada de ônibus.
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Espaço tem pinguins e dinossauros
Planetário da Sabina ainda é promessa
Inspirado nos institutos de pesquisa da Europa, a Sabina possui pinguinário, que comporta 22 espécimes do pinguim de Magalhães, uma das principais atrações. As aves marinhas, que possuem média de 70 cm de altura e pesam cerca de 5 kg, conseguem viver em temperaturas que variam entre 7ºC e 35°C e são encontradas na Argentina e no Chile. Localizada no bairro Paraíso, na Sabina, também é possível fazer uma viagem ao passado. Entre as atrações estão a réplica de um Tiranossauro Rex, com quase 13 m de altura, e aquário com peixes, raias e tubarões. Entre as exposições abertas na Sabina está a Nos Jardins de Monet, sobre as obras do pintor francês Claude Monet. A mostra reúne quadros de 23 artistas que fizeram releituras dos principais quadros de Monet, além de espaço para crianças exercitarem pintura.
O planetário da Sabina Escotada para equipar o espaço. la Parque do Conhecimento, Depois de entregue, o planetáprevisto para setembro de 2008, rio de Santo André será totalmenainda não tem data de inaugurate digital e o terceiro maior do ção. Problemas de ordem técniPaís, com cúpula de 18m de diâca e política atrapalham a finalimetro, o mesmo do Planetário do zação do projeto, orçado na Parque do Ibirapuera, em São época em aproximadamente R$ Paulo. O equipamento ocupará 20,9 milhões. 1,4 mil m2, dentro da área total da Silvia Sanchez, coordenadora Sabina, de 24 mil m2. Silvia reclama de do espaço, conta que documenO novo espaço também aprefalta de informação tos como o memorial descritivo sentará filmes e terá suporte sobre o que já havia sido realizado não foi para criação de atrações. A expectativa é trientregue pela última gestão. Apesar disso, a plicar o número de visitantes do Parque coordenadora conta que o planetário só aguarEscola, que recebe cerca de 1,2 mil crianças da os técnicos da Zeiss, empresa alemã contradiariamente.
Museu local é um convite à população
Prédio foi construído em 1912
Poucos sabem, mas o maior acervo de documentos de Santo André fica entre as ruas Coronel Abílio Soares e Coronel Ortiz, no centro, mas ainda assim é pouco conhecido pelos moradores da cidade. Estima-se que apenas três a cada 10 moradores conheçam o Museu de Santo André Doutor Octaviano Armando Gaiarsa, segundo Carlos da Costa, gerente de Preservação da Memória, que registra cerca de 150 visitas por semana no local. Abrigado no casarão construído pela família Fláquer, por volta de 1912, o edifício foi o primeiro grupo escolar do ABC. Hoje preserva a memória dos moradores de Santo André por meio de retratos, objetos e até vestuário. A sala
principal expõe há mais de quatro anos a mostra O retrato e o tempo, que além de fotos antigas de bailes de Carnaval e formaturas do grupo escolar, apresenta máquinas fotográficas antigas. NA VARANDA - Em comemoração ao aniversário do município, neste dia 8 de abril, a exposição instalada na varanda do Museu foi restaurada. Foram escolhidas 600 fotos dentre as mais de cinco mil selecionadas pelos técnicos do espaço. O trabalho levou dois anos para ser concluído. “Não adianta apenas pegar as fotos mais conservadas e bonitas e apresenta-las à população, elas têm de
ter um contexto histórico”, explica Costa. O jardim instalado no meio do casarão é outra importante atração, pois permite o visitante contemplar as obras e objetos de forma bem tranquila, em contraponto à efervescência e barulho do centro comercial de Santo André. COMUNIDADE OKINAWA - Entre as exposições abertas ao público este mês no local está a Viagem ao universo cultural de Okinawa, que homenageia a comunidade de Okinawa, província situada numa ilha do Japão. A mostra vai até 31 de junho e traz quimonos, cartas e retratos dos imigrantes que chegaram a Santo André por volta de1940.
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Parques cativam, mas população quer mais Santo André é conhecida, entre outras coisas, pelos espaços verdes, usados para lazer e prática de esporte. A cidade conta com 11 parques, num total de 9,6 milhões de m2 de área, além de 184 praças, que ocupam 600 mil m2. Entre os principais parques estão o Regional do Pedroso, o Natural Nascentes de Paranapiacaba, o Central e o Prefeito Celso Daniel. A população é frequentadora assídua dos espaços verdes, mas reclama a falta de outras opções de entretenimento, como teatro e boa gastronomia. “Gosto de ir ao parque para passear com o cachorro e jogar bumerang”, conta o químico Ilton Ferreira. “Acredito que de parque a cidade está muito bem servida”, destaca. Já a dona de casa Vânia Teixeira dos Santos gosta de ir a locais que possuam parquinho para levar os filhos. “Às vezes me divirto mais que eles”, brinca. Já entre as praças, a que ganhou destaque nas últimas semanas foi a Kennedy, que passou por revitalização e ganhou equipamentos de ginástica que podem ser em utilizados gratuita-
mente pelos munícipes. O investimento na área foi na ordem de R$ 300 mil. A praça Getúlio Vargas, na vila Assunção, é outra que acaba também de ser reformada. Enquanto a área verde cativa os moradores, Santo André ainda deve em opções de lazer e entretenimento. “Infelizmente há poucas peças teatrais por aqui e, quando tem, os ingressos acabam rapidamente”, lamenta o químico. Já o estudante Vitor Bernardes avalia a gastronomia do município como boa e diversificada, mas ainda precisa ir para a capital para buscar locais diferentes. “As casas noturnas aqui são mais voltadas para os adolescentes. Quando quero sair para dançar tenho de ir para São Paulo”, reclama. SHOPPING - Há muito tempo os shoppings deixaram de ser apenas espaço dedicado às compras. As áreas de convivência e, principalmente, os cinemas atraem público de todas as idades. Santo André conta hoje com 15 salas,
Paranapiacaba tem Festival do Cambuci
Parque Central é um dos mais visitados
divididas entre os dois principais shopping: Grand Plaza e ABC. Quem gosta de cultura menos popular, A Casa da Palavra e a Casa do Olhar, ambas no centro, oferecem exposições permanentes, palestras e apresentações. Outra opção na cidade são as atividades gratuitas de cultura, esporte e lazer oferecidas gratuitamente pela Prefeitura (www.santoandre.sp.gov.br).
Considerado o segundo maior evento de Santo André, atrás apenas do Festival de Inverno em número de visitantes, o Festival do Cambuci, na vila de Paranapiacaba, deverá receber mais de 25 mil turistas em sua oitava edição, que começou dia 2 e segue até 30 de abril. “Este ano contamos com o Expresso Turístico, que faz viagens de São Paulo até a vila, então acreditamos que ultrapassaremos a marca das 25 mil pessoas”, justifica Carlos Roberto Panini, diretor de Turismo de Santo André. No Antigo Mercado, há comercialização de doces, bolos, sucos e outros produtos preparados com cambuci, que tem gosto cítrico e é conhecido por ser a base de cachaça que leva o seu nome. Há, ainda, venda de mudas da árvore e artesanato. Nesta edição, 26 empreendimentos da vila participam do Festival , com pratos salgados, doces e bebidas inspirados no fruto. Outro destaque no festival são as atrações musicais sempre às 15h, no coreto ao lado do Clube União Lyra-Serrano (rua Antonio Olyntho). Na programação, dia 10 tem apresentação do grupo de rockabilly Ready Teds.
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Crescimento econômico esbarra em desafios Não é de hoje que especialistas apontam para mudança de vocação econômica em Santo André. Se há algumas décadas o industrial era dominante, o comércio e serviços avançam. Por isso, segundo o presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Sidnei Muneratti, é imprescindível que a sociedade inicie o debate sobre qual deverá ser o perfil econômico de Santo André nos próximos anos. Segundo Muneratti, só assim será possível garantir investimentos constantes e a estabilidade econômica. “Sem dúvida nenhuma temos forte preocupação em manter as indústrias, mas temos de reconhecer que temos dificuldades de atrair grandes empresas, pois precisam de espaço, hoje escasso”, afirma. “Sendo assim, para conseguirmos manter padrão de salário e emprego, que movimentam a economia, precisamos rever as políticas de atração e investimento”, comenta. De acordo com o Sumário de Dados de San-
to André 2009 (ano base 2008), o município possui um dos maiores parques industriais do Estado: 2 mil empresas, principalmente dos setores químico, borracha, material de transporte, metalurgia e bens de capital. Por outro lado, há quase 16 mil estabelecimentos comerciais. O destaque fica, entretanto, com serviços: nos últimos 10 anos o setor mais que dobrou o faturamento: de R$ 2,1 bilhões em 1999 para R$ 5,7 bilhões em 2008. “Ainda não acredito que esteja havendo evasão de empresas e indústrias da cidade, mas o alto custo de manter empreendimento de grande porte em Santo André, com relação a impostos ou até logístico, tem feito com que a cidade não seja mais tão atrativa”, acrescenta o coordenador de Ciências Econômicas da Fundação Santo André, Ricardo Balistiero. Muneratti e Balistiero apontam o trânsito, como um dos principais gargalos de Santo André, que podem contribuir para queda ou desaceleramento no desenvolvimento econômico.
Polo Tecnológico procura área
Muneratti pede agilidade em estudos e mudanças
“É urgente a necessidade de investimento nesta área”, alerta Balistiero. Para Balistiero, ações como construção de viadutos e abertura de vias são insuficientes. “Precisamos de investimentos elevados em transporte em massa. Quando o trânsito não é problema, os custos das empresas caem e a cidade se torna mais atrativa para empreendimentos”, diz.
Comemorada em 2010, a aprovação da instalação do Polo Tecnológico em Santo André por meio do SPTec (Sistema Paulista de Parques Tecnológicos) continua sem área definida para instalação. O local a ser escolhido deverá ter área superior a 1 milhão m2 – bem superior ao mínimo exigido pelo Estado, de 200 mil metros. “Algumas áreas que estávamos analisando não poderão ser utilizadas, não porque estão contaminadas ou algo assim, mas porque há outros projetos para elas. Então estamos estudando também outros espaços, como o Parque Andreense, assim como algum lugar mais próximo do centro”, confirma o prefeito Aidan Ravin. “Nos próximos meses já teremos isto definido”, completa. Entre as vantagens da chegada do Polo Tecnológico está a integração com as universidades. “Conseguimos fazê-las entender que a integração com o Polo é o futuro. Para isso precisamos trazer pessoas interessadas para Santo André”, argumenta Ravin. Para Balistiero, é grande o distanciamento entre as universidades e as principais empresas locais. “Promover a integração nos remete à inovação. Além disso, o setor público poderia fazer a articulação”, acrescenta. “Precisamos de um plano rápido e efetivo”, diz Muneratti.
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Meta é zerar déficit de vagas para crianças de 4 a 5 anos em 2012 Com mais de 30 mil alunos matriculadas nas redes de ensino municipal, Santo André tem investido nos últimos anos em mudanças para aprimorar o setor. Em 2011, o orçamento é de R$ 307,7 milhões, cerca de 20% a mais que em 2010. Mesmo assim, o município ainda enfrenta déficit de vagas na educação infantil e índice considerável de analfabetos. De acordo com a secretária de Educação, Cleide Bochixio, a prioridade da rede é a ampliação da oferta de vagas para berçário e educação infantil, bem como para o ensino fundamental. Atualmente o déficit na educação infantil é de cerca de 800 vagas e a meta é universalizar o atendimento pelo menos para a faixa etária de 4 a 5 anos até 2012. “Desde 2009 Santo André investe na criação de vagas por meio de reaproveitamento de espaços ociosos, reformas, municipalização de
unidades administradas pelo Estado e construção de escolas”, afirma. Segundo Cleide, com estas ações foram criadas nos últimos dois anos cerca de 4,2 mil vagas para a educação infantil e 1,2 mil para o ensino fundamental. No ensino fundamental não há mais déficit, mas nas creches a fila de espera é de aproximadamente 2,8 mil crianças de 0 a 3 anos. Como possível alternativa, está prevista para até o final do ano a inauguração de mais cinco unidades. A ampliação de oportunidade no ensino integral também é desafio para o município. Atualmente as creches possuem cerca de 5,4 mil alunos matriculados, sendo que 50% deles são atendidos em período integral. “É bom lembrar que até 2009 apenas 30% dos alunos matriculados eram atendidos em período integral. Este número deve aumentar”, explica a secretária.
Fila de espera na educação infantil é de 800 vagas
Analfabetismo ainda desafia Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Ensino e Estatística), o número de analfabetos na idade adulta em Santo André está em torno de 4,5%. Na vizinha São Caetano o índice é 0,3%, o melhor da região. Um dos meios para diminuir esse índice é o Programa Brasil Alfabetizado, parceria firmada entre a Prefeitura e o governo
federal, que hoje possui cerca de 60 salas espalhadas pelo município. Além disso, há a alfabetização em Santo André é feita pelo EJA (Educação de Jovens e Adultos) com turmas em 44 Emeiefs (Escolas Municipais de Educação Infantil e Ensino Fundamental) e em cinco CPFP (Centros Públicos de Formação Profissional).
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