suplemento São Caetano

Page 1

s達o caetanoRD.qxd 27/7/2011 6:32 PM Page 1


são caetanoRD.qxd 27/7/2011 6:33 PM Page 2

2

28 de julho de 2011

Editorial

São Caetano pode mais Ninguém duvida da dianteira de São Caetano em relação aos demais vizinhos do ABC e, quiçá, do Brasil. O município possui números invejáveis em qualquer área de comparação – o 37º PIB (Produto Interno Bruto) do País e IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 0,919 (o valor máximo a ser atingido é 1). Mesmo com a supremacia na prestação do serviço público, a terra do Azulão ainda pode evoluir para melhorar ainda mais a qualidade de vida da população. Em meio às imponentes torres que sobem a todo o momento e ao pulsante Espaço Cerâmica, ainda existem dezenas de famílias que dividem o mesmo banheiro nos cortiços. Há, ainda, alguns desafios a resolver. Um deles é o trânsito. A cidade precisa urgente sanar os gargalos na hora de pico, principalmente na importante avenida Goiás. Outro é ampliar as opções de lazer. Esses desafios serão plataformas dos potenciais candidatos na sucessão de 2012. O PTB, que comanda São Caetano há 30 anos, novamente sai na frente e tende a manter o eleitorado conservador. Os outros partidos que pretendem disputar contra o grupo governista deverão se ‘virar nos 30’ para procurar instrumentos e argumentos que convençam o eleitor a mudar o que está indo bem, mas pode ser melhor. Quem conseguirá melhorar? Quem já está no poder ou quem nunca nele esteve?

Auricchio defende discussão regional do rodízio P

reocupado com a questão da mobilidade urbana, o prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PTB), quer resgatar a discussão regional sobre a adoção do rodízio de veículos, a exemplo de São Paulo. O tema foi pautado no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC em 2008, pelo então presidente João Avamileno, prefeito de Santo André, mas não teve o crivo favorável dos demais gestores. Segundo Auricchio, a mobilidade é marcada por ‘vasos comunicantes’ e, por isso, demanda ações regionais. “Qualquer ação individual pode ser inócua”, afirma. Em São Caetano, a frota chega a 145.741 veículos, número elevado se comparado aos 149.263 habitantes (Censo 2010 do IBGE) e mais estratosférico se for estratificado somente entre os adultos: quase dois veículos por pessoa, segundo a Prefeitura. Auricchio defende também incentivos do governo para a renovação da frota e o investimento contínuo em transporte público, principalmente sobre trilho, como no México. Por outro lado, o prefeito cita a melhoria na qualidade de vida da população como principal marca da gestão, com investimentos na saúde, educação e social. Acompanhe alguns trechos da entrevista: Repórter Diário: Qual a principal marca do seu governo? José Auricchio Jr: A maior obra foi melhorar a vida das pessoas. Nós trouxemos a primeira faculdade pública gratuita (depois de 134 anos de existência e 62 anos de autonomia), que é a Fatec, parceria com o governo do Estado. Se eu tivesse que começar de novo, esse seria o primeiro investimento que eu faria. Destaco também o Hospital de Emergências e o Centro de Formação e Qualificação dos Educadores. RD: A verticalização preocupa muitos moradores. Como a Prefeitura encara isso? Auricchio: Esse tema tem sido debatido de forma, algumas vezes, equivocada e demagógica. No cerne da questão, o País passa por um

boom imobiliário e talvez para nós seja mais acentuado o grau de impacto que ele tem. RD: Preocupa? Auricchio: A infraestrutura social e urbana está garantida. Temos trabalhado na substituição da rede de água e esgoto, educação e saúde. RD: E o trânsito? Auricchio: O trânsito é um gargalo geral. Eu acho que nós estamos acordando tardiamente para o transporte público de qualidade. O mundo avançou no transporte sobre trilhos. O Brasil parou. A Cidade do México começou o Metrô junto com São Paulo. Eles têm 200 km e nós agora estamos chegando a 60 km. Existe um descompasso. Isso que estou falando de São Paulo. Tem outros locais do País que a situação é ainda pior. RD: E o quadro no ABC? Auricchio: O ABC está conseguindo se inserir nesse contexto, ainda que de forma tímida, de amenizar esse deslocamento com a chegada do Metrô na região. Integrando com os modais internos de cada cidade, podemos projetar uma evolução. Eu fico feliz, assim como dizia o ex-presidente Lula, quando vejo uma família comprar um carro. Mas nós não temos uma política de renovação de frota. Deveríamos ter. Tem de facilitar a compra do novo, não só com crédito, mas baixar preço. Tem carros de 20 anos circulando. No fim de semana encontramos uma Belina 1976 poluindo tudo.

Jornalista responsável: Airton Resende Rua Álvares de Azevedo, 210 – Centro – Santo André - Tel.: 4427-7800 www.reporterdiario.com.br

Edição: Aline Bosio e Maria do Socorro Diogo Reportagem: Aline Bosio, Angela Martins, Natália Fernandjes, Leandro Amaral, Carolina Neves e Larissa Marçal.

RD: De imediato, o que pode ser feito? O rodízio é uma saída? Auricchio: O rodízio tem de ser estudado, mas no âmbito do Consórcio. Precisa ser discutido o rodízio regionalmente. Talvez esteja na hora de rediscutir isso. RD: Como o município pode contribuir? Auricchio: Localmente a gente tem trabalhado na questão do estacionamento para melhorar o tráfego na via. O estacionamento rotativo é uma alternativa, mas difícil porque você não consegue grandes bolsões de estacionamento, pois demanda investimento que não é remunerado adequadamente para iniciativa privada pelo custo da hora parada dos rotativos. Já procurei empresa para concessão e agora estou trabalhando para uma PPP (parceria públicoprivada) para ver se fazemos grandes bolsões para ter uma retirada dos veículos das ruas, ampliando o espaço trafegável dos veículos nas vias. RD: Tudo é paliativo se não houver investimento no transporte público? Auricchio: Com certeza o caminho é o transporte público. Não tem mais como quebrar rua, fazer via e colocar semáforo só para o trânsito. Quanto mais rotativo for liberado, menos via trafegável e, consequentemente, cada vez mais a velocidade média das grandes vias será diminuída. Eu procuro me moldar. Conforme a localização que eu vou a São Paulo, eu prefiro o Metrô.

Comercial: Claudia Plaza, Alessandra Duran e Adriano Silva Fotos: Marciel Peres, Carolina Neves e divulgação Projeto Gráfico: Rubens Justo Suporte Operacional: Pedro Diogo Administrativo: Rita de Cássia B. da Silva


são caetanoRD.qxd 27/7/2011 6:35 PM Page 3

3

28 de julho de 2011

Saúde investe para os próximos 15 anos S

ão Caetano passa por expansão nos serviços básicos de saúde. Novo hospital está a caminho para oferecer 68 leitos. Quando ficar pronto, em maio de 2012, o Hospital Municipal vai permitir a cidade disponibilizar, ao todo, 252 leitos públicos para a população. A meta é atender 100% dos serviços básicos na rede e estabilizar o atendimento médico pelos próximos 15 anos. Em 2011, o orçamento em saúde foi R$ 182 milhões, contra R$ 129 milhões em 2010. O novo equipamento fará parte do complexo formado pelos hospitais Maria e Márcia Braido, cujas enfermarias estão em reforma. Ao todo, a Prefeitura investirá R$ 20 milhões do orçamento deste ano e R$ 10 milhões do de 2012 na ampliação e reforma da rede. O Hospital Municipal, que fisicamente será ao lado do Maria e Márcia Braido, contará com enfermarias de internação do Hospital da Mulher. Entre os serviços, haverá atendimento 24 horas de ginecologia e pré-parto, ala de internação e de cirurgias ginecológicas, e unidade de terapia intensiva neonatal. São Caetano também entrega em até 90 dias o Ambulatório Médico de Alta Resolutividade e o Centro de Saúde do Homem, no bairro Santa Paula, um investimento de R$ 1,5 milhão. No antigo Pronto Socorro Municipal, bairro Oswaldo Cruz, será instalado um Centro de Oncologia e um hospital dia ainda em 2011, com investimento na ordem de R$ 1,2 milhão. Outro investimento, a Farmácia Popular, que consumirá R$ 50 mil do governo federal e R$ 80 mil da Prefeitura, no campus II da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), está pronto, à espera do Ministério da Saúde para inauguração. A cidade também caminha para sua 10ª UBS (Unidade Básica de Saúde), no bairro Santa Paula, investimento de R$ 1,5 milhão que deve ser entregue em agosto.

Hospital São Caetano abrigará Caps II

Hospital Marcia Braido é um dos pilares no atendimento público

São Luiz oferecerá 200 leitos De olho nas oportunidades a iniciativa privada também faz aposta em São Caetano, como o Hospital São Luiz. Com previsão de funcionamento em 2013, a unidade hospitalar no Espaço Cerâmica prevê novos 200 leitos e até 60 consultórios, com infraestrutura para atender até 20 mil pacientes na emergência e realizar até mil cirurgias por mês. A obra, orçada em R$ 90 milhões, ocupa área de 20 mil m2, onde funcionará maternidade e hospital geral, além de prontos-socorros adulto e infantil, centros operatórios e serviços de alta complexidade. Em fase de recuperação de crise puxada pela inadimplência dos planos de saúde, o Hospital Central de São Caetano, fundado em 1974, planeja gastar R$ 2 milhões em ampliação de serviços. A estimativa de Antônio José Mônaco, diretor do hospital, é saltar de 74 leitos (14 UTI) para 115 (28 UTI) até meados de 2012.

Apenas quatro especialidades estão fora A atenção básica na área da saúde atende quase 100% dos casos, exceto em neurocirurgia, cardiologia, ortopedia e radioterapia, não cobertas pelo município. Regina Maura explica que a demanda destes casos é baixa e não justifica investimento. “Além do mais, alta complexidade é responsabilidade do governo federal”, diz. São Caetano utiliza, atualmente, 4% da capacidade que tem direito no Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, e 0,6% do Hos-

pital Estadual Serraria, em Diadema, para atendimentos de alta complexidade em ortopedia, neurocirurgia e cardiologia intervencionista. Em contrapartida, recebe pacientes de outras cidades do ABC para atendimento básico. É o caso do Hospital de Emergências Albert Sabin, que dirige 45% do atendimento a moradores de outros municípios. Nos ambulatórios e UBS’s, 20% da demanda também é de fora, assim como 30% das internações no Hospital Maria Braido.

“Atendemos cerca de 130 convênios hoje e cerca de 50% do nosso público vem de outras cidades do ABC e até mesmo de São Paulo”, conta.

Depois de passar por problemas financeiros, o Hospital São Caetano encerrou as atividades em agosto de 2010. Passados 11 meses, foi publicado decreto municipal para que o local possa ser utilizado para o município oferecer atendimentos gratuitos à população. Regina Maura, secretária de Saúde, revela que apesar do entrave jurídico existente – a Prefeitura tenta evitar que o prédio vá a leilão –, o local deverá receber um hospital dia, um ambulatório de psiquiatria (Caps II), um ambulatório de ortopedia e uma clínica cardiológica. “Essa recuperação está sendo feita mais pelo patrimônio histórico que o imóvel representa do que pela necessidade do município”, comenta a secretária.


são caetanoRD.qxd 27/7/2011 6:36 PM Page 4

4

28 de julho de 2011

Município tenta erradicar cortiços A

pesar de não ter déficit habitacional, o menor município do ABC, com 15 km2 de extensão, ainda possui cerca de 600 famílias em cortiços espalhados em 12 bairros. Para tentar resolver o antigo problema, São Caetano tem feito parceria com a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano) para a construção de moradias populares. Julio Mosquera, secretário de Obras e Habitação do município, destaca que a dificuldade para sanar o problema é a escassez de terrenos, que provoca o encarecimento de preços. “O metro quadrado em São Caetano chega a custar R$ 4 mil nas áreas mais nobres, o que invia-

biliza parceria com o governo federal”, justifica. No início de junho, o município recebeu 97 unidades da CDHU no bairro Prosperidade, viabilizadas por verba de R$ 5,6 milhões para construção de 58 apartamentos com dois dormitórios e 39 com três dormitórios. A expectativa agora é conseguir aprovação para outros três projetos encaminhados ao governo do Estado que podem beneficiar até 600 famílias. “Sugerimos três terrenos para avaliação: dois deles no bairro Nova Gerty e um no Centro”, diz o secretário, que trabalha este ano com verba de R$ 35,8 milhões, contra R$ 19,6 milhões em 2010.

Limite na verticalização encarece imóveis Apesar da falta de espaço e preços elevados, São Caetano observou lançamento de 460 unidades habitacionais no primeiro trimestre deste ano, um movimento de R$ 186,7 milhões. Pesquisa realizada pela Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC) indica que o preço do metro quadrado vai de R$ 3,8 mil no bairro Santa Maria até R$ 4,9 mil no bairro Santa Paula, enquanto que em São Bernardo o maior preço é R$ 3,9 mil e em Santo André o valor do m2 chega a R$ 3,8 mil. Para piorar a situação, São Caetano aprovou em 2010 a redução do índice construtivo do município de seis para três vezes a área do terreno, que encareceu o preço dos imóveis. “Se antes construíamos 100 apartamentos no terreno, agora esse número vai cair e, consequentemente, o preço do imóvel vai aumentar”, destaca Milton Bigucci, presidente da Acigabc. Outra

tendência observada por Bigucci é a demolição de conjuntos de casas para dar lugar a condomínios residenciais, a exemplo de São Paulo. Mas, para o prefeito José Auricchio Jr., o município está preparado para o movimento de verticalização observado em todo o ABC com infraestrutura social e urbana. “Temos investido muito em rede de esgoto, área de saúde e educação, por isso, acredito que os principais impactos serão o crescimento populacional de até 10% e a mobilidade urbana”, acredita.

Cortiços estão espalhados em 12 bairros e abrigam 600 famílias

Espaço Cerâmica movimenta setor O Espaço Cerâmica, bairro planejado para moradia, trabalho e lazer, ocupa área de 300 mil m2 , destes 23 mil m2 são para praças e parques públicos, que serão disponibilizados para cerca de 26 mil pessoas. Para Julio Mosquera, secretário de Obras e Habitação, o pro-

jeto trouxe urbanização e desenvolvimento para o entorno da antiga Cerâmica São Caetano. “Observamos melhorias de infraestrutura no bairro e acreditamos que haverá desenvolvimento econômico do local”, observa.


são caetanoRD.qxd 27/7/2011 6:37 PM Page 5

5

28 de julho de 2011

Enchentes ainda são o calcanhar de Aquiles S

ão Caetano é conhecido por apresentar poucos problemas sociais e boa condição econômica. O calcanhar de Aquiles, no entanto, aparece no verão, quando as fortes chuvas atingem a região e causam inundações em diversas vias. A solução para acabar com o problema, que é a construção do piscinão Jaboticabal, ainda não tem data para sair do papel. Considerado um dos maiores do Brasil, o reservatório será construído pelo governo do Estado, num aporte aproximado de R$ 75 milhões. O piscinão terá capacidade estimada de 800 mil m3 de água e beneficiará cerca de 2,5 milhões de moradores de São Caetano, São Bernardo e São Paulo. Em São Caetano, os principais bairros beneficiados serão Belvedere, São José, Santo Antônio e Jardim São Caetano. O piscinão receberá água dos córregos Ribeirão dos Meninos, dos Couros e Jaboticabal. A construção estava prevista para ter início no primeiro semestre deste ano, mas de acordo com o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) uma das empresas participantes da licitação para a obra impetrou mandato

de segurança, o que adia a finalização do processo até que seja feito um julgamento, ainda sem data para acontecer. Divisor de águas - Para o prefeito José Auricchio Júnior, a intervenção será se suma importância para a cidade e um ‘divisor de águas’ na história de São Caetano. “Tenho certeza que este equipamento terá um grande impacto positivo, pois diminuirá a intensidade das enchentes em São Caetano e em todo o ABC. A cidade será lembrada antes e depois do Jaboticabal”, diz. Nos sete anos de mandato, o governo Auricchio – juntamente com outras esferas do poder – investiu R$ 50 milhões no combate a enchentes. “Pudemos perceber que tivemos impactos significativos. No último verão tivemos casos de enchentes, mas foi um dos melhores anos de resultado”, afirma. “Isso está ligado ao investimento que tem sido feito na cidade e também, obviamente, à quantidade de chuva”, ressalta. Entre as ações desenvolvidas está a construção de muro de arrimo na avenida Guido Aliberti, via que todo ano é alvo de inundações.

Muro de arrimo na avenida Guido Aliberti foi uma das medidas

Especialista defende microdrenagem Questionado se o piscinão Jaboticabal resolverá os problemas de enchentes, Gilson Lameira de Lima, professor de Infraestrutura da UFABC (Universidade Federal do ABC), é enfático. “Vai amenizar, mas não vai acabar com o problema”, afirma. Segundo o especialista, o piscinão somente surtirá bons efeitos quando a chuva ocorrer na região de Diadema ou São Bernardo. Caso contrário, seu desempenho não deverá ser tão

bom quanto o planejado. “Porém, melhor ter o piscinão do que nada”, destaca. Para o professor, a solução pode estar na microdrenagem, que é a coleta e o afastamento das águas por meio de pequenas e médias intervenções. “É preciso criar meios alternativos”, defende. Lima explica que a microdrenagem não significa piscininha, mas espaços combinados, como parques e praças, que podem servir como meio de retenção das águas.


são caetanoRD.qxd 27/7/2011 6:38 PM Page 6

6

28 de julho de 2011

Desafio é municipalizar todo o ensino S

ão Caetano se destaca na região como a cidade que oferece melhor ensino público. Com orçamento em educação este ano de R$ 192 milhões (R$ 154 milhões em 2010), o município agora tem como desafio dar oportunidade para que os 20 mil alunos matriculados na rede completem o ciclo educacional nas próprias unidades da Prefeitura. “A educação em São Caetano vem se transformando e o grande desejo é poder fechar o ciclo do ensino médio com grande reforço por parte da administração pública”, afirma o prefeito José Auricchio Júnior. De acordo com a secretária da Educação, Magali Aparecida Selva Pinto, além de municipalizar todo o ciclo, São Caetano quer ampliar a rede, adequar a parte física das escolas e complementar a parte pedagógica e administrativa. “Existem alguns pontos que precisamos nos adequar, como mudanças administrativas e maior aproximação com os professores, além do foco na ferramenta tecnológica, que deixa os alunos mais motivados e mais interessados nas aulas”, afirma a secretária, que diz não ter

Expectativa é que os alunos completem todos os ciclos nas escolas da Prefeitura

data para municipalizar os equipamentos. O estudante Felipe Ribas, 16 anos, é aluno de escola de ensino médio estadual e acredita que a municipalização das escolas trará

boas oportunidades aos jovens. “O ensino estadual é bom, mas em termos de infraestrutura as municipais saem na frente”, defende o estudante.

Tecnologia e capacitação são o foco e a população gosta Em 2007, a Prefeitura implantou o projeto Aprender São Caetano, que disponibiliza equipamentos tecnológicos como módulos eletrônicos e softwares educacionais no método de ensino. A iniciativa agradou os pais. A sancaetanense Regiane Costa de Souza afirma que a implantação do sistema de netbooks tem sido incentivo para o filho, matriculado na Segunda Escola Municipal de Ensino Fundamental. “Confio no ensino público de São Caetano e por isso nunca pensei em recorrer ao particular. Agora com a inclusão das escolas de ensino médio tenho a tranquilidade de saber que meu filho poderá continuar no mesmo nível e ritmo

de estudo”, afirma Regiane. Como complemento, a Escola Municipal de Idiomas Paulo Sérgio Fiorotti oferece cursos gratuitos de idiomas, como inglês, espanhol, italiano e alemão, além de aperfeiçoamento de português. “O projeto Graduar também é outro destaque na cidade. Hoje concedemos bolsas para cerca de 4 mil alunos realizarem cursos no ensino superior em universidades da cidade”, diz a secretária. Apesar de o índice de analfabetismo ser de 0,3%, um dos menores do País, a erradicação da taxa é outra meta a ser atingida pela administração, que investe no Proalfa (Projeto de Alfabetização de Adultos) para acabar com o problema.


são caetanoRD.qxd 27/7/2011 6:39 PM Page 7

7

28 de julho de 2011

Aniversário tem virada cultural P

ara celebrar os 134 anos de história, comemorados neste dia 28, São Caetano preparou 24 horas de atrações culturais gratuitas para toda a família em diversos pontos do município. A festa, denominada Revirando São Caetano, começou na noite desta quartafeira, 27, com o show do cantor sertanejo Luan Santana. Ao todo, serão 32 atrações em nove linguagens, com 650 artistas, que deverão atrair 80 mil pessoas. Entre os destaques desta quinta-feira estão o passeio cultural sobre rodas e a caminhada com grupos da terceira idade, ambos com saída às 8h do Cise (Centro Integrado de Saúde e Educação da Terceira Idade) João Castaldelli. Há, ainda, a Feira de Artesanato, montada até as 19h30, na praça dos Estudantes. O SESC São Paulo levará programação do Revirando, das 10 às 16h, na praça da Riqueza, com a BiblioSESC, biblioteca móvel com diversas atividades de incentivo à leitura. A atração mais esperada é o espetáculo teatral infantil Gigantes do Ar, às 15h, no Teatro Municipal Paulo Machado de Carvalho.

Para quem prefere mais emoção, a dica é a discotecagem na pista de skate, na Estação Jovem. O DJ Gustavo Michelucci será o responsável por agitar o público, das 12h às 18h. Para quem quer mexer o corpo, o Grupo Sandália de Prata ministrará aula aberta de dança na praça dos Estudantes, a partir das 16h. Às 17h30, no mesmo local, o Grupo Ares apresenta o espetáculo de performance aérea Circo Funâmbulos. Para encerrar a virada cultural, o Estádio Municipal Anacleto Campanella recebe, a partir das 21h, o grupo de samba Revelação e a Turma do Pagode. A programação do Revirando São Caetano está no site www.saocaetanodosul.sp.gov.br.

Performance, música e teatro fazem parte da programação

Transporte gratuito Haverá transporte gratuito, com ônibus identificados como Circular Cultura, durante toda a virada cultural. Os veículos farão dois trajetos de 1 hora de duração cada (ida e volta), pelos principais corredores. Os itinerários estão no site http://revirandoscs. wordpress.com/circularcultura/. Telefones para informações: 4232-1237 e 4232-1294.


s達o caetanoRD.qxd 27/7/2011 6:40 PM Page 8

8

28 de julho de 2011


são caetanoRD.qxd 27/7/2011 6:43 PM Page 9

9

28 de julho de 2011

Expectativa é arrecadar R$ 840 milhões S

Programa da General Motors ensina jovens a gerenciar fábrica de cabides

GM e Casas Bahia: construindo a história de São Caetano Há mais de meio século em São Caetano, duas grandes empresas têm suas histórias confundidas com a evolução do município. Tanto a Casas Bahia, no setor de varejo, quanto a montadora de veículos General Motors , movimentam a economia da cidade e são responsáveis por manter projetos sociais. Com mais de 12 mil funcionários diretos na planta, a GM de São Caetano é a unidade que mais emprega no Brasil, além de corresponder a 24,27% da arrecadação de ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços) municipal. São Caetano ainda detém um centro de desenvolvimento de veículos, com mais de 2 mil engenheiros. Além dos empregos diretos e indiretos, a montadora mantém dois projetos sociais: o Jovens Empreendedores e o Foco. O primeiro, desde 1986, já beneficiou quase 6 mil jovens da cidade, na faixa etária de 14 a 17 anos. Conhecido também como ‘Fábrica de Cabides’, o projeto visa desenvolver conceitos de livreiniciativa e empreendedorismo dos adolescentes. Por meio deste programa, estudantes do ensino médio de escolas municipais e estaduais adquirem conhecimento para organizar uma miniempresa que produz cabides. A ideia é estimular o desenvolvimento do espírito empreendedor, incentivando a formação de futuros empresários.

O projeto Foco (Formação com Competência), criado em 2000, tem como objetivo estimular a capacitação para geração de renda por meio da oferta de cursos profissionalizantes para jovens, adultos e desempregados cadastrados nos programas do CRAS (Centro de Referência da Assistência Social). O Foco ainda reserva 10% das vagas para a comunidade carente do município. Entre as opções de aulas estão inglês, espanhol, informática, telemarketing, mecânica veicular, AutoCAD e torno CNC. Todos os cursos são gratuitos. Sexagenária - Há quase 60 anos em São Caetano, a Casas Bahia – que nasceu do empreendedorismo do imigrante polonês Samuel Klein – mantém até hoje a matriz da empresa no município. Atualmente, são mais de 100 funcionários na loja e mais de 2,4 mil funcionários em São Caetano. A empresa é responsável por 19,5% da arrecadação de ISS da cidade. Iniciado como projeto piloto na matriz de São Caetano, a empresa mantém o projeto Amigos do Planeta, programa socioambiental que tem como objetivo engajar os mais de 57 mil colaboradores da rede na luta para a preservação do meio ambiente, não só dentro da Casas Bahia, como também nas suas respectivas comunidades.

ão Caetano prevê aumento de 7% na receita de 2011 em relação a 2010, puxados pelo IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e o ISS (Imposto sobre Serviços), responsáveis por aproximadamente 27% da arrecadação municipal neste ano. Em 2010, a cidade arrecadou R$ 785 milhões, sendo R$ 79 milhões com IPTU e R$ 107 milhões com ISS, taxas que representaram 23% da arrecadação naquele ano. A estimativa para 2011 é que ambos impostos atinjam a marca de R$ 231 milhões e a arrecadação total chegue a R$ 840 milhões. A participação da indústria na receita local é indiscutível. O setor responde por 60% da arrecadação, alavancada pela Petrobras e General Motors, responsáveis por 46% e 24% do setor, respectivamente. Logo em seguida vem o de serviços, que colabora com 30% da arrecadação no orçamento. O comércio é responsável por 7% da receita, índice relevante para Nelson Antônio Braido, presidente da Aciscs (Associação Comercial e Industrial de São Caetano). “É

indiscutível o papel dos corredores comerciais aqui. Eles servem com maestria e contribuem de maneira significativa para que a economia local cresça cada vez mais”, acredita. ParkShopping - A economia local deverá crescer a partir do final do ano, com a inauguração do ParkShoppingSãoCaetano. Apesar de não haver números para alta na arrecadação, a expectativa é de aumento na receita por conta da geração de 5 mil empregos no empreendimento. O centro de compras, no Espaço Cerâmica, possui 84 mil m2 de área construída e recebeu investimento de R$ 260 milhões. O projeto prevê 242 lojas, sendo 15 âncoras e megalojas, cinema com seis salas tipo stadium, praça de alimentação com 25 operações e 2 mil vagas de estacionamento. O empreendimento atrairá marcas inéditas para o ABC, como Zara, M.A.C., Le Lis Blanc, Farm e Animale, além de restaurantes, como Outback, Galeto’s e The Fifties.

Renda média per capita é a terceira do País São Caetano alcançou a terceira maior renda média per capita do Brasil. Com R$ 1.864,28, o município só fica atrás de Niterói e Florianópolis, com R$ 2.064,30 e R$

1.975,50, respectivamente. São Paulo está na 6ª posição no Estado e em 16° no País, com renda média de R$ 1.499,57. Os dados são da Fundação Getulio Vargas.


são caetanoRD.qxd 27/7/2011 6:43 PM Page 10

10

28 de julho de 2011

Esporte investe na base C

om foco na valorização dos atletas de base, São Caetano busca atrelar apoio educacional à qualidade técnica nos esportes. Desde os primeiros anos de vida, os munícipes têm a oportunidade de ter contato com diversas modalidades esportivas por meio de programas existentes nas comunidades e escolas municipais. É o caso do nadador Cauê Martins Silva, 21 anos, que começou na modalidade aos sete anos de idade por meio do PEC (Programa Esportivo Comunitário) e hoje é campeão mundial dos Jogos da Juventude, vice-campeão sulamericano, cinco vezes campeão brasileiro e 10 vezes campeão paulista de natação. “Sempre tive oportunidade de praticar esportes gratuitamente no município. Se comparada a outras cidades, São Caetano sai disparado em termos de infraestrutura e incentivo aos atletas”, afirma o nadador. Atualmente cerca mil atletas representam a cidade, desde as categorias menores até as equipes de alto rendimento. Mudanças - Recentemente, reformulação no quadro de atletas – e a consequente dispensa de alguns representantes da cidade - causou

Santos (acima) não quer perder o autorendimento Cauê começou na profissão aos 7 anos e hoje é campeão

polêmica. O professor de judô Marcos Siarvi, também supervisor de Esportes Competitivos da Prefeitura, reconhece que isso é efeito de adequação a orçamento reduzido e afirma que sente que a administração tem a intenção de dar mais espaço aos novos talentos, mas sem deixar de valorizar os profissionais de destaque. “Tudo isso é parte de nova filosofia que é de manter o investimento e aumentar a

inserção dos atletas de base sem perder o autorendimento”, explica Siarvi. Favoritos nos Jogos Regionais, competição que teve início no último dia 20 em Santo André, 320 atletas disputam medalhas pela cidade. De acordo com o supervisor de esportes competitivos, é certeza que o município estará entre os três primeiros lugares na classificação geral. “A disputa ficou mais acirrada porque São Bernardo andou investindo em alguns títulos, mas em algumas modalidades, como atletismo, futsal, judô, natação e ginástica artística, estamos confiantes no ouro”, afirma. Atletas de ouro - Em busca dos novos talentos a cidade investe no Projeto Detecção de Talentos, no qual todos os alunos da rede de ensino municipal passam por testes de avaliação física para identificar os futuros ‘atletas de

ouro’. “Esse projeto é a base de tudo. Todos os anos os alunos passam pelos testes, o que já possibilitou a descoberta de muitos talentos”, conta Siarvi. A iniciativa privada é importante para os bons resultados das equipes de São Caetano. Exemplo é a modalidade de atletismo, que sempre se destaca nas competicões e que possui patrocínio da BM&FBOVESPA e recentemente deu início à construção de pista indoor para os treinos da cidade. “O investimento no atletismo é horizontal, é realizado para todas as modalidades, por isso sempre conseguimos títulos”, afirma Mário José dos Santos, 31 anos, que há 15 anos compete pelo São Caetano e que já ganhou destaque nacional por ganhar medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo em 2003, e representar o País nas Olimpíadas de Atenas e Pequim.

Azulão ainda é a promessa Embora não passe por fase brilhante, o Azulão (A. D. São Caetano) ainda é um dos times de futebol de maior destaque nacional da região. “O time está realizando belíssima campanha na série B e acredito que em breve estará novamente entre os times de destaque na série A”, afirma o prefeito José Auricchio Júnior. Atualmente, a Prefeitura cede as instalações do Estádio Municipal Anacleto Campanella para treinamentos e mandos de jogos da equipe principal.

Mas não é somente o futebol profissional que recebe apoio. Segundo o representante do São Caetano Esporte Clube, Helton Bandoni, os times amadores também têm apoio na parte técnica, equipamentos e estruturas para torneios. “O futebol amador aqui possui organização muito boa. Tudo é levado muito a sério e a administração possui contato direto com a gente, para que o esporte dê retorno positivo no aspecto cultural e educacional”, explica Helton.


são caetanoRD.qxd 27/7/2011 6:44 PM Page 11

11

28 de julho de 2011

População pede mais opção de lazer Igreja Matriz velha, em 1908

Desenvolvimento tem contribuição multicultural A

Museu - A mostra permanente do Museu ssim como outras regiões do Brasil, São Histórico Municipal destaca o desenvolviCaetano se desenvolveu com ajuda de mento econômico e político da cidade. Na imigrantes europeus e asiáticos, e brasileiros primeira sala ficam expostas peças produzidas que vieram de outros Estados em busca de na antiga e tradicional fábrica Matarazzo. Já a oportunidades. Enquanto em 1920 japoneses segunda retrata o movimento autonomista. e alemães chegavam com o intuito de conCom temas variados, a sala central recebe quistar melhores condições de vida, em meamostras a cada dois meses. Para celebrar o dos de 1940 as indústrias chamavam a atenaniversário do município, ção dos nordestinos. neste dia 28, foi preparada a Quando os imigrantes itaexposição Nos Tempos do lianos chegaram ao municíRetrato, que vai até 28 de pio já existiam moradores loagosto. Já a última sala abricais (em sua maioria os benegará a 2ª edição do projeto ditinos), porém foram os esSão Caetano em Postais. A trangeiros que desenvolveexposição dialoga com a ram as características urbanas mostra do Espaço Verde de São Caetano. A data de Chico Mendes e será aberta fundação escolhida, 28 de Cristina lembra a chegada dos nesta quinta-feira (28). julho de 1877, é justamente quando os primeiros italianos imigrantes desembarcaram em São Caetano. SERVIÇO “O número de estrangeiros era tão grande Museu Histórico Municipal Endereço: rua Maximiliano Lorenzini, 122, que foi criado um núcleo colonial Beneditino bairro Fundação. para receber esses imigrantes”, conta a histoFuncionamento: segunda a sexta-feira, riadora e supervisora do Museu Histórico Mudas 9h às 17h; sábados das 9h às 15h nicipal de São Caetano, Cristina Toledo. Entrada gratuita O movimento de emancipação de São Caetano, que até então pertencia a Santo AnSalão Expositivo da Fundação Pró-Memória dré, teve início em 1947. Mas foi uma petição, Espaço Verde Chico Mendes com 8.463 assinaturas, que resultou na autoEndereço: rua Fernando Simonsen, 566, nomia do município, anunciada em 24 de debairro São José Funcionamento: terça-feira a domingo, das 8h às 17h zembro de 1948, pelo então governador de Entrada gratuita São Paulo, Ademar de Barros.

Apesar dos sete parques municipais, bares e restaurantes situados na avenida Goiás, principal corredor da cidade, a população reclama das poucas opções na hora de aproveitar o tempo livre em São Caetano. A falta de salas de cinema é uma das principais reclamações. Roberta Wanrhath, bancária que moradora há 11 anos do município, reclama da infrestrutura. “Sempre vou aos barzinhos da avenida Goiás e costumo levar minha filha na Cidade das Crianças, mas a infraestrutura deixa a desejar”, conta. “Quando quero ir ao cinema tenho de recorrer ao Central Plaza Shopping, que apesar de já pertencer a São Paulo é perto daqui”, conclui. Assim como Roberta, outros moradores estão ansiosos para a inauguração do ParkShoppingSãoCaetano, que terá seis salas de cinema e será mais uma opção de lazer. O empreendimento está previsto para o fim do ano. Para o estudante Dario Michel, morador da cidade há 10 anos, os parques Espaço Ver-

de Chico Mendes e Bosque do Povo fizeram parte de sua infância. “Agora não vou muito, mas antigamente sempre ia com a minha irmã para jogar vôlei”, conta. Também descontente com as opções disponíveis no município, o jovem afirma que atualmente recorre, na maior parte das vezes, para as opções de lazer em São Paulo. Cultura - Para tentar segurar os moradores na cidade e provar que oferece boas opções de lazer, São Caetano tem promovido exposições e peças variadas, além de concertos da Orquestra Filarmônica. Só entre os meses de julho e agosto a administração programou 82 atrações, sem contar com o Revirando São Caetano, virada cultural para celebrar os 134 anos da cidade. As atividades são para todas as idades e a comemoração é também de presença de público. “Só a Orquestra Filarmônica tem recebido entre 500 a 600 pessoas por apresentação”, conta Adriana Sampaio, secretária de Cultura.


s達o caetanoRD.qxd 27/7/2011 6:46 PM Page 12

12

28 de julho de 2011


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.