Jornal Repórter Local

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RL Magazine | p. 11

Nº 163 • ANO XIV • OUTUBRO 2012 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE

REPORTAGEM pág. 7 e 8

A nova vida das associações nas antigas escolas de Joane

No palco, aos 80 anos Utentes da Casa de Giestais são actores numa peça sobre solidão e alegria.

Novo pároco recebido em festa

Estamparia de Joane cria máquina inovadora

Pousada • pág.13

Caminhada com 500 pessoas juntou 200 quilos de alimentos

PERFIL pág. 9

CASTELÕES E RONFE

Desporto • pág.18

EM FOCO | p. 3, 4 e 5

ATC Basket: cinco vitórias em sete jogos

Cantinas Sociais atenuam sinais de pobreza Pag. 11

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Junta resolve lixo com Centro de Compostagem Vermoim • pág. 16

ECONOMIA Pág. 21

Sara Salazar, de Ronfe, é bailarina de José Malhoa mas recusa título de artista ‘pimba’

Ronfe • pág. 22

Crosse de Airão é no dia 25


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REPÓRTER LOCAL • OUTUBRO DE 2012 • 3

EM FOCO

CANTINAS SOCIAIS Uma resposta à pobreza Luís Pereira | Texto e fotos

À

boleia de uma carrinha do Centro Social de Castelões, o RL acompanhou a entrega da refeição do dia à família de Sandra R. e Manuel M. Oriundo de Viana do Castelo, o casal, com três filhos dela, instalou-se há pouco tempo em Mogege, numa tentativa de recomeçar uma vida marcada por problemas. Ambos desempregados e com complicações de saúde, enquanto aguarda pela reforma por invalidez do companheiro, Sandra tem um orçamento de 350 euros para gerir mensalmente a casa onde (sobre) vivem cinco pessoas. “São 244 euros de rendimento mínimo e 106 de abono, que este mês já será diminuído porque uma das crianças atingiu a maioridade. Como somos dois a necessitar todos os meses de muitos medicamentos, o dinheiro vai todo para isso, o que resta é para a água, luz, telefone e para os estudos dos meninos”, explica

Sandra. Esta família faz parte das 80 pessoas que recebem todos os dias (sem excepção), uma refeição diária composta por sopa, prato do dia, fruta e pão e que é distribuída casa-a-casa, entre as 11:30 e as 12:30 horas, pelo Centro Social de Castelões, a única instituição da região com acordo com a Segurança Social no âmbito das Cantinas Sociais criadas pelo Governo. “Quando cá cheguei não conhecia ninguém e um dia, à noite, quando não tinha sequer um pacote de leite para dar aos meninos, fui bater à porta do padre de Pousada (e de Castelões, presidente do Centro). Ele ligou às senhoras do Centro que apareceram logo aqui. Desde aí, começaram a dar-me mercearia. Depois falaram-me da cantina social e que iria passar a ter comidinha todos os dias. A alegria foi ainda maior. O Centro foi e continua a ser uma grande ajuda. De outra forma não dá mesmo para sobreviver”, assegura Sandra. Agregados familiares em

“Sentimos que há ve r go n h a , p o r q u e há beneficiários que n o s p e d e m p a ra n ã o l eva r m o s a r e fe i ç ã o a c a s a , co m b i n a n d o u m p o n t o d e e nco n t ro p a ra q u e o s v i z i n h o s n ã o s a ibam que estamos a apoiá-los”. ROS A VALE , coordenadora g eral do Centro Social de Castelões

“ Re ce b o 2 4 4 e u ro s d e r e n d i m e n t o m í n imo e 106 de abono. Como somos dois a n e ce s s i t a r t o d o s os meses de muitos medicamentos, o d i n h e i ro va i t o d o p a ra i s s o , o q u e r e s t a é p a ra a á g u a , l u z , t e l e fo n e e p a ra o s e s t u d o s d o s m eninos” S ANDRA R ., utente da Can tina Social do Centro de Castelões

que os cônjuges permanecem desempregados depois de terminado o subsídio de desemprego são os principais utentes da cantina social de Castelões. “Em alguns casos sentimos que há vergonha, porque há beneficiários que nos pedem para não levarmos a refeição a casa, combinando um ponto de encontro para que os vizinhos não saibam que estamos a apoiá-los. Mas também há falta de informação sobre a existência da Cantina Social. O objectivo maior é que ninguém passe fome. Conhecemos inteiramente a realidade. Estamos em permanente contacto com as autarquias e outras instituições da zona e fazemos avaliações frequentes, porque há pessoas novas a precisarem, assim como há os que deixam de precisar porque, entretanto, arranjam emprego. A nossa preocupação é estar sempre atentos para atendermos e apoiarmos os casos mesmo necessários”, explica Rosa Vale, coordenadora geral do Centro de Castelões.

Para esta instituição, a Cantina Social veio alargar a possibilidade de responder a mais pessoas e ajudar financeiramente a instituição. Mas há anos que o Centro Social acode a quem, de outra forma, passaria fome. “A verba da Segurança Social para a Cantina Social não chega para a despesa mas conseguimos colmatar o restante com o orçamento da casa. Nunca deixámos de atender às pessoas por falta de dinheiro”, afirma Rosa Vale. As instituições com acordo para as Cantinas Sociais recebem da Segurança Social dois euros e meio por cada refeição. O protocolo assinado em Abril com o Centro de Castelões previa o apoio em 65 refeições diárias, cerca de 4.500 euros por mês. Os casos detectados, desde então, aumentaram e a instituição já serve 80 diárias. Os responsáveis do Centro adiantam que, em breve, o protocolo será revisto e alargada a comparticipação para o número das reais refeições que todos os dias servem.


4 OUTUBRO DE 2012 • REPÓRTER LOCAL

EM FOCO

ENTREVISTA

reportagem

O RL NA ESTRADA Um dia na vida de dois voluntários Os dramas presenciados na primeira pessoa por quem leva apoio do Centro Social de Castelões a pessoas carenciadas Luís Pereira | Texto e fotos

Quem conhece bem a realidade dos beneficiários da Cantina Social é Joaquim Cunha. Todos os dias, este castolenense é quem distribui, porta-a-porta, refeições na zona de Mogege, Pousada, Joane, Castelões e Vermoim (há utentes abrangidos pela cantina que residem em Ruivães, S. Simões de Novais, Pedome, Oliveira Santa Maria e S. Mateus). Ele e a esposa, Emília Pinto, são voluntários da instituição. “Estou reformado e com algum tempo livre e gosto de ajudar quem mais precisa. Estou sempre disponível. Já servia de motorista para transportar os utentes do Centro onde fosse preciso, agora com a Cantina Social, à hora de almoço, faço a minha volta, entregando as refeições”.

O espírito alegre de Joaquim Cunha esmorece quando questionado sobre as dificuldades que vê nos lares, todos os dias. “Conheço muitas das misérias, às vezes é difícil de gerir o que vemos em algumas casas. Muitas vezes, somos o ombro de apoio de muitos e tentamos dar uma palavra de esperança. O sorriso das pessoas quando entregamos a comida é a recompensa deste trabalho”, diz, angustiado. Já a esposa, Emília ,assegura que foi o trabalho voluntário que também faz no Centro que a ajudou a recuperar de uma depressão. “É uma forma de nos sentirmos úteis e vivos nesta sociedade. Haveria de haver mais gente a ajudar”, lamenta Emília Pinto.

“Conheço muitas das misérias, às vezes é difícil de gerir o que vemos em algumas casas. Muitas vezes, somos o ombro de apoio de muitos e tentamos dar uma palavra de esperança. O sorriso das pessoas quando entregamos a comida é a recompensa deste trabalho”, diz, angustiado joaquim cunha que juntamente com a esposa Emília Pinto, fazem voluntariado no centro social de castelões.

“No nosso meio as pessoas ainda são muito solidárias” Rosa Vale, coordenadora geral do Centro Social de Castelões Luís Pereira

A cantina social mata a fome a estas pessoas? É uma ajuda importante. É uma refeição diária mas que é bem servida e que acaba por ser aproveitada, depois, para o jantar. Curiosamente, não existem muitos idosos neste programa… Não é neles que está o grande problema porque continuam com as suas reformas e, como são baixas, não existem grandes cortes. Por outro lado, para eles já existe a resposta do apoio domiciliário. Sendo uma cantina, porque é que não são os beneficiários a deslocarem-se às vossas instalações? O objectivo inicial da cantina era que as pessoas viessem buscar as refeições ao Centro. Mas estamos a falar de freguesias rurais onde não existe uma rede de transporte. Por outro lado, se as pessoas não têm dinheiro para as refeições, também não o têm para o transporte. Daí que optamos por levar as refeições à casa das pessoas, num modelo parecido com o do apoio domiciliário. Isso exigiu

que a instituição tivesse mais carrinhas disponíveis e aumentasse a logística para responder com eficiência. Os dois euros e meio de apoio por refeição são suficientes? O protocolo autorizanos a cobrar aos beneficiários até um máximo de 1 euro por refeição. Optamos por não o fazer, sendo as refeições com pletamente gratuitas. Já fazíamos isso sem esse ap oio e st at al e p or isso conseguimos conciliar o que falta com o orçamento da instituição. Há gente a passar fome nesta região? Não podemos dizer que já tenhamos chegado a esse ponto da fome, com excepção de pessoas que não são de cá e que não conhecem os vizinhos e as instituições. No nosso meio as pessoas ainda são muito solidárias, há sempre um vizinho atento que oferece ajuda. No futuro o cenário pode ser outro? Cada vez há mais pessoas a necessitar e a reforma de muitos idosos tem estado a sustentar mui tas famílias. Isto vai ser mais difícil daqui a dois anos, quando o fundo de desemprego terminar e continuar a não haver trabalho.


REPÓRTER LOCAL • OUTUBRO DE 2012 • 5

airão s. joão | fórum em 5º lugar do popular C o m d u a s j o r n a d a s j o g a d a s , o Fó r u m d e A i r ã o o c u p a o quinto lugar da tabela classif icativa da segunda divisão do campeonato popular de futebol de Gui marães. A equipa de Airão S. João soma dois empates, o último foi registado na deslocação ao Atlético, a 27 de Outubro. A próxima jornada joga-se a 11 de Novembro e o Fórum recebe o Polvoreira .

EM FOCO

VOZES

MARÇ AL ME NDES SECRETÁRIO DA JUNTA DE FREGUESIA DE VER M I L

ADÉLIA ALMEIDA VICE-PRESIDENTE DA AC I P J OA N E

ANTÓNIO S OUSA PRESIDENTE DA JUNTA D E POUS ADA E DA CSIF J OA N E , MOG EGE , VERMOIM E PO U S A DA

FR AN C I S CO ME LO DIRECTOR GERAL DA Ass ociaÇÃO TEATRO CONSTRUÇÃOTC JOAN E

ANTÓNIO S OUSA PRESIDENTE DA JUNTA D E R O N F E

ANTÓNIO CARD OS O DIRECTOR DO CENT R O SOC IAL DE JOANE

“ À J u n t a d e Ve r m i l c h e g a m , p r i n cipalmente, pedidos referentes às prestações sociais. Há situações sociais extremas, como pedidos de alojamento após despejos das habitações. Encaminhamos os casos para as instituições certas. Sempre que há condições, procuramos resolver directamente os problemas, como nas solicitações

de alimentação. Existe uma espécie de bolsa solidária entre as Juntas de Freguesia que pertencem à Comissão Social desta zona , que serve de resposta aos casos de idosos que necessitam de assistência . CO NTINUA A HAVER MUITA MISÉRIA ESCO NDIDA EM VE RMIL. Os pobres estão ainda mais pobres e a classe média tende a desaparecer ”.

“A A C I P c o n s t a t a u m c r e s c i m e n t o de necessidades na região. Somos procurados com mais frequência . NÃO HÁ FOME MAS CONSTATAMOS Q U E N A LO JA S O C I A L , O N D E H Á M UITA ROUPA , AS PESSOA S VÃO À PROCURA DE BENS ALIME NTARE”. A ACIP procura responder aos casos q u e a p a r e c e m , e m p r i m e i r o l u g a r, encontrando as soluções dentro da

família de quem nos procura , que acaba muitas vezes por ser a retaguarda para a resolução dos casos. Quando os casos nos são colocados na hora , a preocupação não é perceber as causas mas dar a resposta de a juda . Há casos de falta de dinheiro, outros de negligência de ordem vária e outros ainda por irre verência”.

“ Tem havido um crescimento na procura de a juda . As pessoas procuram principalmente alimentação e mobiliário, como electrodomésticos (o f r i g o r i f i co d a c a s a q u e ava r i a e n ã o h á d i n h e i ro p a ra o m a n d a r r e p a ra r ou comprar outro, por exemplo). A Loja Social (na Habitorre, em Joane) t e m ro u p a q u e d á p a ra v e s t i r t o d a s as pessoas das quatro freguesias, mas as pessoas o que mais procuram são

alimentos. Por isso temos feito várias recolhas de alimentos em campanhas e j u n t o d e g ra n d e s e m é d i a s s u p e rfícies comerciais. N a s q u a t ro f r e g u e s i a s d a C o m i s s ã o Social existem vários casos de necessidades. O D E S EM P R EGO E O S C O R T E S N O R E N D I ME N TO M Í N I MO E STÃO N A O R I GEM D O C R E S C I ME N T O D A PROCUR A” .

“A ATC , COM O APOIO DA SEGURANÇ A S O C I A L , T EM U M P R OG R AMA DE A JUDA ALIME NTA R A PESSOA S CARE NCIADAS. Te m o s v e r i f i c a d o u m a u m e n t o d o número de pessoas abrangidas. As pessoas a quem distribuímos refeições são encaminhadas pelos serviços da Segurança Social, através de uma listagem que é permanentemente actualizada .

Percebe-se que a procu ra aumentou porque há pessoas que nos questio n a m q u a n d o co m e ç a m a r e c e b e r a s refeições. C o m o a AT C t e m v á r i a s v a l ê n c i a s sociais, outro dos sinais re veladores do impacto da crise relaciona-se com os atrasos no pagamento das mensalidades dos utentes”.

“É um facto: desde há uns bons tempos que a procura tem aumentado. A Ju n t a d e F r e g u e s i a d e Ro n fe t e m n a Loja Social a sua principal resposta às necessidades. Tudo o que é dado para a apetrechar a loja , e não é pouco, desaparece ra p i d a m e n t e . N ã o f a z e m o s r e g i s t o s de quem procura mas temos noção de que metade são de outras freguesias,

o que pode explicar-se pela vergonha de pedir ajuda nas freguesias de residência . NÃO CREIO QUE EXISTAM EM RONFE CASOS DE MISÉRIA QUE NÃO ESTE JAM A SER ACOM PANH AD OS. Os que existem são devidamente acompanhados, sobretudo pelo Centro Social da Paróquia”.

“Nota-se que houve uma grande diminuição dos rendimentos das pessoas. Há utentes que há pouco tempo pagavam mensalidades de creches e o u t ra s va l ê n c i a s n a o r d e m d o s 1 0 0 e u ro s e q u e a g o ra , r e v i s t o s o s s e u s rendiment os, pagam 40 euros. Não há ninguém que tenha fome e que bata a esta porta que não tenha uma resposta para o problema .

N Ã O C R E I O Q U E EM J OA N E H A JA GENTE A PASSAR FOME PORQUE AS I N S T I T U I Ç Õ E S F U N C I O N AM B EM E D E T E C TAM O S C A S O S Q UA N D O EXISTEM , MAS HÁ, DE FACTO, UM CRESCENDO DOS PROBLEMAS E DO NÚ ME RO D E PE SSOA S A PRECISA R DE APO IOS DIV ERSO S”

RONFE Cantina Social servirá 30 refeições por dia Candidatura da paróquia foi aprovada pela Segurança Social de Braga. A cantina social de Ronfe vai responder, sobretudo, a casais desempregados e sem qualquer rendimento A segunda cantina social da região será brevemente instalada em Ronfe. A candidatura apresentada pelo Centro Social foi uma das quatro recentemente aprovadas pela Segurança Social para o distrito de Braga. O pároco João Silva, que dirige o Centro Social, ainda não oficializou o acordo mas adianta que tal acontecerá em breve. “Ainda não sabemos o número certo de refeições, mas andará à volta das 30 por dia. Com a cantina, temos a esperança de aumentar o número de pessoas que já socorremos, sem sermos apoiados”, adiantou ao RL. Em Ronfe a cantina vai responder, sobretudo, a agregados em que os conjugues estão desempregados e sem qualquer rendimento. “Apesar de não ter a percepção real de todas as necessidades, conhecemos casais em situações aflitivas. Talvez por inibição, as pessoas não procuram ajuda. Quando instalarmos a cantina será feito um trabalho mais e xau st ivo d a parte dos nossos serviços para atendermos todos os que realmente estejam a precisar”. O responsável do Centro Social acredita que o apoio financeiro da Segurança Social para a Can tina é suficiente para a despesa da instituição. As refeições serão confeccionadas nas cozinhas do Centro Social e a distribuição será feita ao domicílio.


6 OUTUBRO DE 2012 • REPÓRTER LOCAL

OPINIÃO | Página 19 Qu intino Ferreira Pinto: “ Vejam lá se andam calados...” Marçal Mendes: “ Morte e esperança das freguesias”

REPÓRTER LOCAL • OUTUBRO

LOCALIDADES

DE 2012 • 7

COM NOVA SEDE JOANE | JUVENTUDE rou, no dia ude de Joane inaugu A Associação Juvent ia de Monantiga escola primár três, a nova sede, na a Educação esença o vereador d telhão. Marcaram pr presidente a r a d e Fa m a l i c ã o , o e Desporto da Câm tletas e familiares. da Junta de Joane, a

ENTREVISTA

“Instalação tem sido pacífica”

JOANE • ASSOCIATIVISMO

editorial

leTe m e x i s t i d o p r o b nsmas nesta fase de i iatalação das assoc ções? As Te m s i d o p a c í f i c a . enassociações têm-se de tendido e em caso ueq e p e d s problema ia, níssima importânc nos as instituições têmem chamado e tudo t alsido resolvido sem qu quer sobressalto. as Depois de instalad ual as associações, q ta será o papel da Jun de Freguesia? enConforme o regulam ta n u J a to aprovado, bv a i c u s t e a r, c o m o s u tos sídio, parte dos gas ua mensais com a ág ra e electricidade. Fo escolas primárias antigas rá de moi v nas r s e s , o s s i associaçõe as “casas novas” das do deradora, intervin O Repórter Local foi visitar quial serviam sta gradado salão paro residualmente. Ne NE escutas da do E S C U T E I R O S D E J OA aqui, de sede aos fase, temos intervin Pereira de dos escutei- a t é erá muitos nte Textos e Fotos: Luís Transformada em se . A nova casa não t mais, nomeadame ofeola da Avenida vila à s que a antiga mas ros, o interior da esc no apoio logístico ndo cá menos ano a u . Q o “ t r . l o f e n v í o c c e o h r n t o u c o re e, scolas a ç õ e s ec shteág ai rm o s , a s p a r e d e s p r e c i s a v a m r e c e , c e r tqaume e an gt o r a d e i x a m s e r á i n s t a l a ç ã oi an éa si net e r v i r Uma dúzia de associ mas a ide -chão O “ l a r ” l vel o a n e d e p i n t u r a e o c h ã o d o r é s - deom s Guias de Portuga mos o menos possí plo. ocupado pela e instituições de J do, por ex s a l a s e s t a v a i ndaecpa ibnat a r o i n t e r i o r t o d o , e p e l a c a t e q u e s e . l e t a m e n t e a t r o - p o r q u e o q u e q u e r e ms os es estão a ocupar as Tivemos mos comp associaçõe c o l a s a t é p a r a t a p a r s í m b o l o s a l u s i v o s “f Ei asdt áovsa e p o r m u i t a s i d e i a s q u e ée nqtueenadsa m e n t r e s i n a das cinco antigas es tos nas e f i - à e s c o l a e p e q u e n o Rs Ld eMf ei gi u e l C o - t i v é s s e m o s , e r a i m p o s s í v e li oc oenm- g e s t ã o d a c a s a . primárias da vila qu rtu”, conta ao o ao edifíc p o i s p lahr oe ,dcehs e f e d o s e s c u t a s j o a n e n s e s . c r e t i z á - l a so do epvei dr m i t i a m a i s . A q u i E s t a d e v e s earc aa boapro c o m e caram devolutas de si, que nã nidade de n t r o S e m p r e a l e r t a , o s e s c u t a si ned of a o- é d i f e r e n t e , t e m o s o e s p a ç o p o r a s “c a p e l i n h a s ” e n t r e da abertura do Ce constru dirigente. miliares foram re sa conta”, explica o as associações? mos nem uma nos venida E s c o l a r. edifício. “Não paga e-se que estas uição da escola da A a l d e h o r a d e m ã o - d e - o b r a , a p e n a s o Aa oastersi cbu t e i r o s n ã o r e u n i u , c o n t u d o , Pe rs ec toelnads s e j a m a v e r A Câmara Municip o m s e m s a i m t s e d i - m a t e r i a l ( 2 0 0 0 e uorcoi as d) o ” , d e s c r e v e c o n s e n s o e n t r e o s d e c i s o r e so ipqo ul íe m d a d e i r a c a s a d a s a s s o Fa m a l i c ã o , d o n a d o uesia f es uito neg cos. A Junta de Freg ciações, das reuniõ l a d a eMs isgeuf oe li mC o e l h o . euição de todo o f í c i o s , a t r i b u i u a e s co mais se opôs à atrib e das actividades. D q u e , O i n t e r i o r d o e d i f í c i o f o is ut goedso- e d i f í c i o a u m g r u p o , a l e g a n d o q u e s e j a - s e q u e t r a b a l h e m , A v e n i d a à Pa r ó q u i a do com as ede e que u a o s p i n t a d o deel eamc oern t o s m a i s v e l h o s . o s e s c u t a s j á t i n h a eml au mr eacsu p e r a ç ã o p o r i s s o , e m c o n j u ni et om, por sua vez , a cede tões dos am lutar p entendam-se e cr a n t e s A s i n f i l t r a ç õ e s f o r a m c o r r i g i d a s , dd eo vsearliã o p a r o q u i a l . oaprojectos comuns. J escuteiros. Os rest sou a s a p i o r f a l o i o c c í f s i e d e o i o r e á f o r. gues o mobili oi à Paróquia qu ne ganhará se assim óveis trazidos “F e d i f í c i o s f o ra m e n t r e âmara. Com coabitar com os m edido e depois à C c . ) e e d u e s q , a g a i o i t s n m a i e ( n u í l ido o m do salão paroquia à Junta de Freg esses não tem hav e s p é - “ F a l t a p i n t a r o h a l l d a e n turea,d ae me p r o b l e m a . C o m o u t r a s e n t i d a d e s , funciona como uma obrigaradouro q r a d e m e l h o r a rmoo sl or eg l v a r . H á q u e m d ê a n ã o t e m o s p r o p r i anmteans .t eNau n c a f o i cie de administrado parte, ire prestar co n o v e t e r r a e a r e l v a e a g e n t e a p r o v e i t a çnãeog addeo q u e o e d i f í c i o e s t a r á a o um condomíno com refere o chefe obretudo dos as contribuições”, dispor de Joane, s moradores. ando que a mudança el Coelho. s d o C NmE a, iaofri ramc o n t e c i m e n t o d o a g r u - j o v e n s ” , r e p o n d, e oMAi ggur u p a m e n t o ê r t r e c e h n o c i o f “foi o O RL Para o futuro s e s - p a m e n t o d e s d e a s u a f u n d atçi zãaod” .a : e s p e r a q u e a n o v a c a s a s e j a a r g u p casas novas: a do a b e r i o f á e j d scola s jovens a rirem ao i a ç ã o A a n t i g a ae m ial mento para mai e com a-se Edifício Paroqu cuteiros, da Assoc agora ch o (conta actualment e e a P a d r e A d ã o S a l g a d o , d e n o m i n a ç ã o e1 1s 0c uetliesmme n t o s ) . C o m o o b j e c t i v o d e Juventude de Joan ada do B T T. q u e e s t á e s c r i t a na ag efma cah u m d o s m o s t r a r a J o a n e a t r a n s f o r m a çpãroedv aê nova sede da Joane uição A N TÓ N I O O L I V E I R A prédio, em homen tiga escola, a instit nta uesia, que doou an V i ce - P r e s i d e n t e d a Ju ão em data que está ç a r u beneméritos da freg g u a n i a e e 50 anos, para um de Freguesia de Joan onjunto com o o terreno, há mais d a ser definida em c tiga escola. n a a d o ã ç u r t s n o c a nicípio. o l é m i c o e d e - Mu Quatro salas do p

ciações

As novas “casas” das asso

JOAQUIM FORTE

Carências sociais São preocupantes os tempos que vivemos em matéria social. A crise e os cortes nas prestações sociais, qual rolo compressor, vão fazendo o seu caminho deixando um rasto de vítimas que não cabem na agenda ideológica de quem decidiu ir “além da troika”. A reportagem do RL publicada neste número acompanhou o trabalho de instituições sociais no apoio a pessoas e famílias a braços com sérias dificuldades. Pessoas desempregadas, com problemas de saúde, idosos, reformados com rendimentos de vergonha; pessoas que recorrem às refeições sociais mas que não querem que os vizinhos se apercebam da fragilidade, com medo do estigma...

Aumentam os casos em que o dinheiro não chega para as despesas, os casos de casais desempregados e sem grandes perspectivas face à tendência de cortes em todos os programas que configuram a lógica do Estado-providência; aumentam os casos de idosos com pensões muito abaixo do salário mínimo... A nossa região nem é exemplar no que toca às nefastas consequências da crise que assola a Europa e que se instalou em Portugal para durar. Como resulta claro do trabalho que publicamos nesta edição (Em Foco), além da existência de várias respostas sociais nas freguesias que constituem o nosso raio de acção - quase todas têm um centro social com protocolos com a Segu-

ReguiLa

anda alguém a precisar de umas boas palmadas! O Ecoponto que existia junto à escola secundária de Joane ficou no estado que a foto documenta: completamente destruído pelas chamas. Um acto de vandalismo sem qualquer explicação! Já não bastava aquele local ser associado a práticas ligadas à toxicodependência, durante a noite! Preocupante também é o facto de se saber que em Joane este não é um acto de vandalismo isolado; outros se registaram contra património público.

Propriedade e Editor - Tamanho das Palavras, Lda. Rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão Telefone 252 099 279 E-mail geral@reporterlocal.com Membros detentores de mais de 10 % capital Joaquim Forte e Luís Pereira Director Joaquim Forte Redacção Luís Pereira (luispereira@reporterlocal.com) | Paginação Filipa Maia | Impressão Gráfica Diário do Minho | Tiragem 4000 ex. | Jornal de distribuição gratuita Distribuição: Alberto Fernandes | Registo ICS 122048 | NIPC 508 419 514

PAG.7 | REPORTAGEM O Repórter Local foi visitar as “casas novas” das associações de Joane nas antigas escolas primárias

rança Social - há também uma rede informal de entreajuda, formada por vizinhos, famílias, voluntários, que atenuam os efeitos das carências de muitos cidadãos. O RL visitou as antigas escolas primárias de Joane, que ficaram vazias com a abertura do novo Centro Escolar e cujos espaços foram cedidos às associações locais. A fase de instalação dos grupos tem decorrido em clima de grande entusiasmo e motivação. E sem conflitos. A maioria das salas já ostentam paredes pintadas, anunciando-se novas e dinâmicas funções. O que se espera é que este ambiente de cooperação se mantenha por muito tempo.

DIAS DE ONTEM

VERMIL , 2005 Armando Vidal apresentava a sua primeira candidatura à Junta de Freguesi a de Vermil pelo PSD, depois dos laranjas vimaranenses terem afastado a hipótese Filipe Machado.A vitória de Vidal foi alcançada e a maioria foi obtida de forma polémica . A reeleição viria quatro anos depois, nas autárquicas de 2009. Sete anos depois, a freguesia de Vermil, enquanto tal, entra no s e u ú l t i m o a n o d e v i d a , d e p o i s d a a p ro va ç ã o n a A s s e m b l e i a M u n i c i p a l d e G u i m a rã e s d a a g r e g a ç ã o d e s t a à s “A i rõ e s ” . Po r causa disso mesmo, Vidal será o último presidente da freguesia que agora se fundirá. Para o ano há eleições, novamente. Terá Vidal ambições autárquicas maiores?! Pelo PSD?!


REPÓRTER LOCAL • OUTUBRO DE 2012 • 7

LOCALIDADES

JOANE | JUVENTUDE COM NOVA SEDE A Associação Juventude de Joane inaugurou, no dia três, a nova sede, na antiga escola primária de Montelhão. Marcaram presença o vereador da Educação e D e s p o r t o d a C â m a r a d e Fa m a l i c ã o , o p r e s i d e n t e da Junta de Joane, atletas e familiares.

ENTREVISTA

JOANE • Associativismo

“Instalação tem sido pacífica”

As novas “casas” das associações O Repórter Local foi visitar as “casas novas” das associações nas antigas escolas primárias Textos e Fotos: Luís Pereira

Uma dúzia de associações e instituições de Joane estão a ocupar as salas das cinco antigas escolas primárias da vila que ficaram devolutas depois da abertura do Centro E s c o l a r. A Câmara Municipal de Fa m a l i c ã o , d o n a d o s e d i f í c i o s , a t r i b u i u a e s co l a d a A v e n i d a à Pa r ó q u i a q u e , por sua vez , a cedeu aos escuteiros. Os restantes e d i f í c i o s f o ra m e n t r e g u e s à Junta de Freguesia , que funciona como uma espécie de administradora de um condomíno com nove moradores. O RL foi conhecer três casas novas: a dos escuteiros, da Associação Juventude de Joane e a n o v a s e d e d a J o a n e B T T.

E S C U T E I R O S D E J OA N E Transformada em sede dos escuteiros, o interior da escola da Avenida está irreconhecível. “Quando cá chegamos, as paredes precisavam de pintura e o chão do rés-do-chão estava inacabado, por exemplo. Tivemos de pintar o interior todo, até para tapar símbolos alusivos à escola e pequenos defeitos nas paredes”, conta ao RL Miguel Coelho, chefe dos escutas joanenses. Sempre alerta, os escutas e familiares foram reconstruindo o edifício. “Não pagamos nem uma hora de mão-de-obra, apenas o material (2000 euros) mas mesmo esse foi muito negociado”, descreve Miguel Coelho. O interior do edifício foi todo pintado de acordo com as sugestões dos elementos mais velhos. As infiltrações foram corrigidas, o mobiliário escolar passou a coabitar com os móveis trazidos do salão paroquial (antiga sede). “Falta pintar o hall da entrada e melhorar o logradouro que, em parte, iremos relvar. Há quem dê a terra e a relva e a gente aproveita as contribuições”, refere o chefe do CNE, afirmando que a mudança “foi o maior acontecimento do agrupamento desde a sua fundação”. A antiga escola já foi re-baptizada: agora chama-se Edifício Paroquial Padre Adão Salgado, denominação que está escrita na fachada do prédio, em homenagem a um dos beneméritos da freguesia, que doou o terreno, há mais de 50 anos, para a construção da antiga escola. Quatro salas do polémico e de-

gradado salão paroquial serviam até aqui, de sede aos escutas da vila. A nova casa não terá muitos menos anos que a antiga mas oferece, certamente, outro conforto. O “lar” que agora deixam será ocupado pelas Guias de Portugal e pela catequese. “Estávamos completamente atrofiados e por muitas ideias que tivéssemos, era impossível concretizá-las devido ao edifício em si, que não o permitia mais. Aqui é diferente, temos o espaço por nossa conta”, explica o dirigente. A atribuição da escola da Avenida aos escuteiros não reuniu, contudo, consenso entre os decisores políticos. A Junta de Freguesia foi quem mais se opôs à atribuição de todo o edifício a um grupo, alegando que os escutas já tinham uma sede e que deveriam lutar pela recuperação do salão paroquial. “Foi à Paróquia que o edifício foi cedido e depois à Câmara. Com esses não tem havido o mínimo problema. Com outras entidades, não temos propriamente a obrigação de prestar contas. Nunca foi negado que o edifício estará ao dispor de Joane, sobretudo dos jovens”, reponde Miguel Coelho. Para o futuro, o Agrupamento espera que a nova casa seja argumento para mais jovens aderirem ao escutismo (conta actualmente com 110 elementos). Com o objectivo de mostrar a Joane a transformação da antiga escola, a instituição prevê uma inauguração em data que está a ser definida em conjunto com o Município.

Te m e x i s t i d o p r o b l e mas nesta fase de instalação das associações? Te m s i d o p a c í f i c a . A s associações têm-se entendido e em caso de problemas de pequeníssima importância, as instituições têm-nos chamado e tudo tem sido resolvido sem qualquer sobressalto. Depois de instaladas as associações, qual será o papel da Junta de Freguesia? Conforme o regulamento aprovado, a Junta v a i c u s t e a r, c o m o s u b sídio, parte dos gastos mensais com a água e electricidade. Fora isso, servirá de moderadora, intervindo residualmente. Nesta fase, temos intervindo mais, nomeadamente no apoio logístico à instalação nas escolas mas a ideia é intervirmos o menos possível porque o que queremos é que as associações se entendam entre si na gestão da casa. Esta deve ser a oportunidade de acabar com a s “c a p e l i n h a s ” e n t r e as associações? Pretende-se que estas escolas sejam a verdadeira casa das associações, das reuniões e das actividades. Deseja-se que trabalhem, por isso, em conjunto, entendam-se e criem projectos comuns. Joan e g a n h a r á s e a s s i m f o r.

A N TÓ N I O O L I V E I R A V i ce - P r e s i d e n t e d a Ju n t a de Freguesia de Joane


8 OUTUBRO DE 2012 • REPÓRTER LOCAL

LOCALIDADES

localidades

J OA N E B T T A associação Joane BTT ocupa uma das salas da antiga escola de Montelhão. “Agora temos mais espaço para eventos e confraternização de associados, à sexta-feira e ao domingo”, revela Adriano Caldas, presidente da instituição. A transferência já está concluída. O espaço foi ocupado com mobiliário para reuniões e um pequeno bar, além do espólio da instituição que inclui prémios e material desportivo. Fundada em 2008, a Joane BTT ocupava até agora uma pequena loja alugada, na Rua de Laborins, sem condições para promoção de

JOANE | DANÇAS E CANTARES INAUGUrA SEDE O Grupo Folclórico de Danças e Cantares de Joane i n a u g u ra n o p ró x i m o s á b a d o , d i a 1 0 , a n o va s e d e , n a a n t i g a e s co l a d e M o n t e l h ã o . A c e r i m ó n i a e s t á m a r c a d a p a ra a s 1 6 : 0 0 h o ra s , co n t a n d o co m a p r e s e n ç a d a s entidades da freguesia .

iniciativas. A cedência, por parte da Junta, de um espaço na escola de Montelhão foi um alívio financeiro, e não só, para a instituição. A Joane BTT partilha o espaço com quatro instituições (Danças e Cantares; Juventude de Joane; Reformados e Escola de Atletismo Rosa Oliveira). “Queremos mostrar ao povo joanense que não nos foi entregue apenas um espaço mas sim que as associações se movimentam e trabalham em conjunto para dar vida ao que nos foi confiado”, conclui Adriano Caldas.

A S S O C I AÇ Ã O J U V E N T U D E D E J OA N E A vizinha do primeiro andar da “ P e rd e m o s m u i t o s d o s n o s s o s Joane BTT é a Associação Juven- sócios por causa de termos ficado tude de Joane (AJJ). Mesmo em sem sede. Esperamos angariar fase de instalação, a instituição novos sócios agora que temos abriu as portas ao RL. “Estamos a melhores condições”, diz Raul. criar uma sede acolhedora para as C r i a d a e m 2 0 0 7 , a A J J d e d i c a - s e crianças e pais, com um bar que ao futsal das camadas jovens, servirá também para fazermos competindo no campeonato conalguma receita”, descreve Raul celhio. A sua instalação na escola Ferreira, da direcção. de Montelhão teve em conta o Com a demolição das “barracas” ringue desportivo existente, que do Largo da Feira, a AJJ deixou s e r á u s a d o p a r a t r e i n o s . R a u l de ter sede e o espólio e material Ferreira considera que a convidesportivo era guardado nas ca- vência com outras associações sas dos dirigentes. A cedência do “reforçará o movimento associaespaço na escola de Montelhão tivo”, sendo “uma oportunidade trouxe novos horizontes à AJJ. para acções em conjunto”.


REPÓRTER LOCAL • OUTUBRO DE 2012 • 9

sara salazar | viver da música Sara alimenta o sonho de estudar dança e canto em Londres e poder viver da música. “ Tenho conseguido viver da arte, felizmente. Fazer parte da equipa de José Malhoa tem-me dado a oportunidade de rodar Portugal e viajar para o estrangeiro”, diz a jovem.

SARA SALAZAR em palco, ao lado de José Malhoa

L

icenciada em Matemática, é no canto e dança que Sara Salazar, de Ronfe, dá cartas. Desde Fevereiro que a ronfense faz parte do corpo de bailarinas do cantor José Malhoa e o seu trabalho já mereceu elogios de Tony Carreira. Sara integra o grupo de dança “Shemoves”, que tem nos casamentos a prin-

cipal fonte de actuação, chegando a fazer “à volta de 180 por ano”. Numa dessas actuações, o cantor José Malhoa reparou nela e convidou-a para fazer parte da sua equipa. “Desde então fiquei responsável por criar as coreografias, dançar e preparar as roupas dos espectáculos”, conta a jovem de 24 anos. Sara Salazar recusa a ideia de ser uma “bailarinapimba” e garante que quem vê o trabalho das bailari-

nas em palco “tem a clara noção que não estamos lá só a mexer o rabinho”. O que interessa, adianta, é que o público goste, não propriamente pelas partes do corpo mais ou menos destapadas, mas pelo cenário que as bailarinas emprestam aos espectáculos. De resto, no trabalho o respeitinho é muito bonito e por isso Sara até trata o cantor por “senhor José”. Com ele já fez mais de 50 espectáculos, em Portugal,

nas Caraíbas e em França. “As pessoas têm uma ideia errada dele, é rigoroso, tem imenso respeito por nós e pelo nosso trabalho, não deixa que ninguém se aproxime”. Fazer parte da equipa de um cantor conhecido abre ainda mais as portas aos sonhos de Sara Salazar. Mesmo quando o género musical de Malhoa não é o que lhe “preenche a alma”. Sara integrou os grupos “Flor de Lis” e “Acreditar”,

de Ronfe; concorreu ao “Ídolos”, da SIC, e cantou ao lado de Paulo Jorge, que popularizou temas da novela “Anjo Selvagem”.O sonho da jovem é estudar em Londres e poder viver da música. “As pessoas de Ronfe já me vão reconhecendo, só que ainda me associam, com preconceito, à bailarina pimba, as pessoas são muito invejosas”, afirma a jovem que vê na formação contínua o caminho para o sucesso. PUBLICIDADE

Luís Pereira


Jarro


REPÓRTER LOCAL • OUTUBRO DE 2012 • 11

JOANE | ATC ESTREIA “O INCRÍVEL HOMICIDA” O grupo profissional do Teatro Construção de Joane tem nova peça, “O Incrível Homicida” . Com dois actores, Romeu Pereira e Simão Barros, que se desmultiplicam em várias personagens, e encenação de Miguel Fonseca, a peça é uma co-produção do Teatro Construção e da Casa das Artes.

JOANE • reportagem

Actores de 80 anos dão lição de vida na ATC Utentes da Casa de Giestais são o elenco de peça de teatro que é grito de alerta pela mudança Te x t o e f o t o s : L u í s Pe r e i ra

A

o s 8 0 a n o s d e i d a d e , J o a n a S i l v a v i ro u actriz . A octogenária joanense faz parte do elenco da peça de eatro “Crimes exemplares, ou nem tanto…” que junta d u a s g e ra ç õ e s d e r e s i d e n t e s d a C a s a d e G i e s t a i s , i d o s o s e j o v e n s d o l a r d a A s s o c i a ç ã o Te a t r o Construção. A peça teve casa cheia na estreia (dia 21), concorre a um prémio nacional e vai fazer 30 espectáculos em salas de todo o país. “J á f i z e m o s e s t a p e ç a o a n o p a s s a d o , s ó c o m os velhotes e também com sala cheia . Fiz e gostei e depois deram-nos a oportunidade de a r e p e t i r. G o s t e i d a b r i n c a d e i r a e g o s t o d e f a z e r isto”, disse a “actriz” ao RL no final da estreia. A peça decorre numa prisão. As reclusas sept u a g e n á r i a s e o c t o g e n á r i a s f a z e m p a r t e “d a mobília”. A amizade que as une, de décadas de reclusão, e o esquecimento dos familiares, levam-nas a combinar não se arrependerem d o s c r i m e s c o m e t i d o s n o i n t e r ro g a t ó r i o a q u e são sujeitas com vista a uma diminuição da pena . Na peça , cada uma conta os crimes pelos quais foram condenadas e o contentamento pelo alargamento da pena, já que assim podem continuar a conviver com a “família” que construíram por detrás das grades. A participação de Joana Silva na peça quis

P E Ç A É “ P O N TO A LTO ” D O S 3 5 A N O S DA ATC A ATC está a celebrar 35 anos. A estreia da p e ç a “ C r i m e s e xe m p l a r e s … ” é a s s u m i d a co m o o “ p o n t o a l t o ” d a s co m e m o ra ç õ e s . O p r e s i d e n t e d a ATC a d m i t e “ a l g u m apagamento” da associação e encara a peça como um grito de alerta contra a ro t i n a . “ E s t a m o s n u m p e r í o d o d e a l g u m a p a g a m e n t o , d e a l g u m r e t ro ce s s o e f a l t a de dinâmica em alguns sectores e esta p e ç a é t a m b é m u m c e r t o g r i t o c o n t ra a ro t i n a d a a s s o c i a ç ã o ” , c o n f e s s a .

passar uma mensagem à sua geração. “Que não fiquem parados em casa . Eu estive sozinha em casa durante muito tempo e só depois de ir para o lar é que ganhei mais vida . A peça é a p ro v a q u e o l a r d á - n o s v i d a . A i d a d e n ã o c o n ta , o que conta é a força de vontade. Quanto mais se isolarem, mais depressa morrem”, frisa Joana Silva . “A p e s a r d e t e r m o m e n t o s d e g r a n d e d i v e r s ã o e d e p ro v o c a r f a c i l m e n t e o r i s o ” , r e f e r e C u s t ó d i o O l i v e i r a , p r e s i d e n t e d a ATC , “ a p e ç a t e m m u i t a s mensagens:o isolamento dos mais velhos; que é p o s s í v e l co n v i v e r e c r i a r r e l a ç õ e s d e f e l i 1 c i d a d e mesmo num contexto de prisão; e que vivemos um ciclo terrível no mundo ocidental, de um materialismo atroz . A peça mostra que não é isso que faz a felicidade das pessoas. A ilusão que nos estão a criar de que temos que ter objectivos materiais absolutos e imediatos é uma coisa indiscritível e nunca a humanidade foi a bom sítio quando começou a ter esses objectivos. Este trabalho é um grito pela mudança”. A peça foi seleccionada para os 10 projectos finalistas ao Prémio da Fundação António Manuel da Mota (o resultado é revelado em Dezembro deste ano). Simultaneamente, os jovens da Casa de Giestais recolheram as histórias dos idosos da instituição que serão compiladas em livro.


12 OUTUBRO DE 2012 • REPÓRTER LOCAL

VERMOIM | TORNEIO DE FUTSAL A equipa “Doce Massa” venceu o torneio de futsal organizado pela Associação Cultural de Vermoim. Nas finais, disputadas a 28 de Outubro, a equipa “Doce Massa” venceu a equipa “Café Aromas”. Em terceiro lugar f icou a equipa “Famacor ”.

JOANe • ESCOLAS

Alunos da secundária Benjamin Salgado premiados Luís Pereira

U

m jovem palestiniano foi assassinado a tiro. Os pais não se entendem quanto à doação dos órgãos do filho morto. Até serem confrontados pela história de uma jovem israelita que precisa do transplante de um coração para sobreviver. Esta foi a história que serviu de mote a Andreia Campos (na foto), aluna da secundária de Joane, para escrever um conto que acaba de ser premiado num concurso nacional. A entrega do prémio teve luga r em Cascais, mas An dreia não esteve presente já que a escola joanense não tinha dinheiro para pagar a deslocação.

A aluna do 12.º ano foi desafiada pelos professores de Português, Rosário e Manuel Seixas, a participar no concurso nacional “Grande C”. O conto “Uma morte pela vida” mereceu o segundo lugar e uma menção honrosa no concurso da Associação para Gestão de Cópia Privada, que teve o apoio das ministras da Cultura e da Educação, bem como da Comissária Europeia para os Assuntos dos Consumidores. A participação de Andreia, refere Rosário Seixas ao RL, surgiu no âmbito do projecto “Des af io s e m Po rt u g u ê s ” , qu e pretende envolver alunos e e x-alu nos d a se cu nd ária de Joane em iniciativas de Língua Portuguesa. Curiosamente, o gosto

D E S I G N P R EM I A D O

No mesmo concurso, a secundária de Joane teve outra aluna premiada . Sara Vilarinho concorreu na área de Design, sub-categoria de capa de revista, com um trabalho desenvolvido na disciplina de Oficina Multimédia do curso de Artes Visuais.

académico de Andreia vai para a Biologia. A escrita e a leitura são “ocupação dos tempos livres”. O conto premiado, conta a jovem, “demorou três dias a escrever” e foi inspirado “no desafio de escrever a partir de uma notícia mais ou menos insólita”. Surpreendida, “porque não estava à espera”, Andreia não esconde a satisfação pelo prémio e garante que, apesar de pretender seguir Biologia, “ler e escrever continuarão a ser um gosto”. Esta distinção não é caso único na secundária. Há m u i t o s e x - a l u n o s d a e s c ola que continuam a participar em concursos. “Isso satisfaz-nos imenso, é uma forma de abrir a escola à comunidade”, finaliza Manuel Seixas.

Entretanto, outro aluno da secundária foi premiado no concurso IberoAmericano de Informática por Correspondência (CIIC’2012). Pedro Silva, aluno do 11.º ano do Curso Profissional de Técnico de Informática de Gestão, recebeu a medalha de bronze no concurso que decorreu em Julho na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. O aluno já havia alcançado o 8.º lugar na final nacional das Olimpíadas Nacionais de Informática. A competição contou com a participação de nove países e serve de preparação para as Olimpíadas Internacionais da Informática. A participação portuguesa alcançou sete medalhas, três de prata e quatro de bronze.

ensino • ranking das escolas

Abel Salazar é a melhor do concelho de Guimarães no 9º ano Luís Pereira

P

elo segundo ano consecutivo, a Escola Abel Salazar de Ronfe volta a ser a melhor escola pública do concelho de Guimarães ao nível do nono ano e a segunda ao nível do sexto ano. Uma classificação que tem por base os resultados dos exames nacionais. Os 270 exames de sexto ano realizados na Abel Salazar obtiveram uma média de 3,20 valores (escala de cinco), colocando-a na posição 264 no ranking nacional (1144 escolas). No contexto distrital, a escola ficou em 24.º lugar (de 88) e foi a segunda melhor escola pública do concelho de Guimarães. Ao nível do novo ano, com 236 provas realizadas e uma média de 3,22 valo-

res, figura no 213º lugar nacional (1330 escolas). O resultado dos exames do nono ano fixou a escola de Ronfe no 17.º lugar das 99 escolas do distrito que fizeram esta prova. “Confirmam as expectativas que tínhamos”, refere Silvério Silva, director da Abel Salazar, que encara os resultados com satisfação moderada “até porque têm alguma inconsistência”. Uma coisa é certa, garante: “são um trunfo na luta pela instalação do ensino secundário em Ronfe”. AG R U PAME N TO PA D R E B E N JAM I M SA LGA D O É no ensino secundário que o Agrupamento obtém as melhores classificações. No ranking nacional de todas as provas (nas várias disciplinas), ocupa o lugar 172 (em 615), subindo três

F onte R A N K I N G E L A B O R A D O P E LO S E M A N Á R I O “ E X P R E S S O ”

lugares em relação ao ano anterior; a nível do distrito de Braga ficou em 14.º (em 40). A média de 10,43 valores (escala de 20), obtida nas 665 provas, faz da escola joanense a segunda melhor escola pública do concelho de Famalicão. “A média esperada era de 9,66. Obtivemos 10,43. Estamos no primeiro terço da tabela nacional, não há nenhuma disciplina em que o desempenho tenha sido muito mau e existem ap e nas d u as (Bio l og ia e Físico-Química) cuja média de resultados é negativa. Os resultados a Matemática ficaram acima da média nacional”. No ranking nacional do sexto ano, a escola Bernardino Machado fica em 412.º lugar (1144 escolas) e em 38.º (em 88) no ranking distrital. Ao nível do sexto

ano, efectuaram-se 412 provas, com média de 3,05 valores. Os resultados são do último ano lectivo, quando a escola ainda era sede de agrupamento. Actualmente integra o mega Agrupamento Padre Benjamim Salgado, cujo director, Alfredo Mendes, faz uma leitura positiva: “Algumas escolas têm condições que a Bernardino nunca teve e ficou à frente de escolas do concelho que até aqui eram consideradas de excelência”. O pior resultado do Agrupamento foi nos exames do nono ano da Bernardino Machado. Mesmo com média positiva (2,79) a escola não conseguiu ficar acima do meio da tabela, quer do ranking nacional (747.º em 1330) quer do ranking distrital (70.º em

99). Nos mesmos exames, a secundária conseguiu, em 250 exames, uma média de 2,95 valores, conseguindo o 498.º lugar nacional e 42.º distrital. “As diferenças dos resultados entre as duas escolas do agrupamento têm de ser vistas à luz do contexto-socio-económico. Na Bernardino há um número muito grande de alunos subsidiados. A falta de recursos também se reflecte nos resultados. Os pais mais preocupados tendem a colocar os alunos na escola sede, acabando por ficar na Bernardino uma parte dos miúdos cujos pais não têm expectativas em relação à escola. O facto de existir agora um só Agrupamento poderá melhorar essas diferenças”, explica Alfredo Mendes.


REPÓRTER LOCAL • OUTUBRO DE 2012 • 13

LOCALIDADES

pousada | arpo na maratona do porto A s e c ç ã o d e a t l e t i s m o d a A s s o c i a ç ã o Re c r e a t i va Po u s a d e n s e ( ARPO) participou no passado dia 28 de Outubro, na 9ª Maratona do Porto com 3 dos seus atletas. Numa prova com uma extensão d e 4 2 , 1 9 5 K m , o s a t l e t a s Jo a q u i m S i l va , C a r l o s Fe r r e i ra e Á l va ro Sousa classif icaram-se em 86º; 128º e 333.º lugar, respectivamente.

pousada • SOLIDARIEDADE

A

s Comissões Sociais Inter-Freguesias (CSIF) do concelho de Famalicão são conhecidas no país pela forma exemplar como abordam as questões sociais”. A afirmação de Paulo Cunha, vice-presidente da Câmara Municipal de Famalicão, marcou, no passado dia 20 de Outubro, a sessão de abertura da II Feira Social da CSIF Joane, Pousada, Mogege e Vermoim. O autarca teceu elogios à cooperação das instituições do concelho na resposta aos problemas sociais com que são confrontadas, assegurando a continuidade do apoio e parceria do Município às CSIF.

“Quando todos ajudam, cada um não tem de dar muito. É por essa razão que em Famalicão os problemas sociais não se sentem tanto como noutros concelhos, pela capacidade de resposta que temos conseguido dar”, disse Paulo Cunha. Depois de Joane, coube a Pousada (que detém a presidência da CSIF) a organização da Feira Social, que decorreu junto à sede da Junta e contou com animação musical. A Comissão é uma rede de instituições e autarquias. Actualmente presta apoio a 112 famílias das quatro freguesias e tem na Loja Social (em Joane, na Habitorre) a sua resposta diária às necessidades de vestuário e calçado.

CAMINHADA SOLIDÁRIA DA ARPO COM 500 PESSOAS Duzentos quilos de bens alimentares foram recolhidos na prim e i ra co r r i d a s o l i d á r i a i n t e g ra d a n a Fe i r a S o c i a l e c o - o r g a n i z a d a p e l a A s s o c i a ç ã o Re c r e a t i v a Po u sadense. Mais de 500 pessoas participaram na corrida (no dia 21). Cada uma entregou, no acto da inscrição, um bem alimentar para a Loja Social. N o p l a n o d e s p o r t i v o , a p ro v a p o pular (com 100 atletas) foi ganha por José Azevedo, da Associação M o i n h o d e Ve r m o i m e p o r D e o l i n d a O l i v e i r a , d a A C R V i g o ro s a . Destaque também para os triunfos de Beatriz Fernandes (EA Rosa O l i v e i ra ) e G o n ç a l o E u s é b i o ( C D C Navais); Ana Nunes (CDC Codessos) e João Sousa ( ARPO); Bruno Sampaio, Sara Oliveira e Sílvia Oliveira (EA Rosa Oliveira) e Luís Costa (CCD Ribeirão).

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Feira Social recolheu alimentos


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REPÓRTER LOCAL • OUTUBRO DE 2012 • 15

LOCALIDADES

VERMOIM | noite das bruxas O N ú c l e o d e Te a t r o A s s o c i a ç ã o C u l t u r a l d e Ve r m o i m ( ACV ) assinalou o Halloween no passado dia três. Pela Fiacção de Vermoim passaram centenas de pessoas para uma animada noite cultural, com os atletas da ACV, os D j s Tw o f l i g h t s , a b a n d a H e a d C i t i z e n , o s e s c u t e i ro s e o Grupo Spirit .

JOANE • CULTURA

DIDASCÁLIA Este nome quer mexer com a cultura em Joane

E

m 2008, uma família de actores joanenses fundou, em Joane, uma cooperativa cultural que, juntamente com dois ingleses, tinha ambição de criar uma companhia internacional de teatro. Com o desaparecimento do pai, o conhecido Faria Martins, a que se juntou a crise de financiamento na cultura, os objectivos da Didascália foram redefinidos, cabendo agora ao filho, Bruno Martins, a execução de uma plataforma cultural que arranca em Janeiro, com o “Espaço Mutante”, numa das salas da antiga escola de Giestais. A formação em teatro, tertúlias sobre arte e poesia

são algumas das acções previstas, segundo Bruno Martins, director artístico do projecto. “Queremos que seja um espaço de partilha de saberes, que envolva a comunidade. Qualquer pessoa que, por exemplo, tenha ideia e vontade de ensinar determinada arte ou profissão, pode fazê-lo, tem o espaço aberto”, explica o actor ao RL. A Didascália, promotora da iniciativa, ganhou forma em Paris, quando, no final do curso de teatro, Bruno Martins e dois amigos ingleses decidiram lançar o projecto. “A crise instalou-se no ano em que começámos. De repente vimo-nos numa grande alhada porque quando há crise onde se

corta em primeiro lugar é na cultura, que não é vista como necessidade primária”. Em Janeiro, “mês zero” do “Espaço Mutante”, a cooperativa quer perceber a aceitação da comunidade e estudar outros espaços, públicos e privados,para realizar iniciativas. Haverá formação em teatro, várias actividades no primeiro dia e um convite para que os joanenses visitem o espaço. Quanto ao teatro, o actor revela que haverá “espectáculos pontuais” mas ressalva que a Didascália “não quer concorrer com o Teatro Construção” de Joane, que tem “uma estrutura gigantesca” e “objectivos artísticos completamente diferentes”. “A nossa acção, adianta,

passará mais pelo “Espaço Mutante”, que vai preencher uma lacuna de um espirito comunitário que se foi perdendo. Os joanenses não ficam em Joane porque não há nada aqui que lhes possa interessar em termos culturais. É uma zona habitacional que não tem nada que interesse ao nível da

cultura e diversão nocturna. Em conversa com as pessoas, sinto que há vontade de que haja mais qualquer coisa que as estimule a ficar mais em Joane. Vamos tentar perceber o que interessa às pessoas e fazêlas interessarem-se pelo espaço”, finaliza Bruno Martins.

“ Os joanenses não ficam em Joane porque não há nada aqui que lhes possa interessar em termos culturais. sinto que há vontade de que haja mais qualquer coisa que estimule a ficar em Joane”

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Luís Pereira


16 OUTUBRO DE 2012 • REPÓRTER LOCAL

LOCALIDADES

joane | ajj inicia campeonatos Na primeira jornada de Pré-Escolas da Liga Futsal Famalicão 2012/2013, a A s s o c i a ç ã o Ju ve n t u d e d e Jo a n e ( A J J ) , e n t i d a d e o r g a n i z a d o ra d a j o r n a d a , p a r t i c i p o u n a co m p e t i ç ã o co m u m a e q u i p a n o E s c a l ã o A e o u t ra n o Escalão B. Na jornada inaugural do campeonato, a equipa A defrontou a Formação do Mal Landim e venceu por 11 bolas a 0. O jogo da Equipa B foi frente à Sportfut tendo os joanenses saído derrotados por 12 bolas a 1.

VERMOIM • RELIGIÃO

Novo pároco recebido em festa

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padre José Carlos Barbosa já é pároco de Vermoim. A posse foi conferida no passado domingo, dia quatro, numa cerimónia que encheu o salão paroquial e que serviu, também, para a despedida ao padre Francisco Teixeira, pároco de Vermoim durante 42 anos. Os primeiros aplausos da tarde foram arrancados pelo presidente da Junta, numa declaração emotiva de agradecimento ao sacerdote que agora deixa as funções. “Foi,

é e continuará a ser um dos nossos. Ninguém terá coragem de deixar partir um amigo que esteve connosco quando casamos, quando tivemos os nossos filhos e nos diversos e significativos momentos da vida cristã. Ninguém lhe diz adeus, dizemos até amanhã e acima de tudo, obrigado”, disse Xavier Forte. O vice-presidente da Câmara de Famalicão, Paulo Cunha, enalteceu o papel da paróquia na obtenção para Vermoim de equipamentos, sobretudo “a

grande intervenção do padre Teixeira, sempre disponível para ajudar a comunidade”. O arcipreste de Famalicão, Paulino Carvalho, optou por explicar a “difícil mas necessária” decisão da diocese de Braga na indicação de outro padre para Vermoim. “Todos compreenderão a decisão de D. Jorge em propor ao padre Teixeira terminar as funções de pároco. É uma decisão que respeita, acima de tudo, o direito à saúde e à dignidade do Homem. Agora a comunidade

tem de deixar aquilo que é a vida da paróquia ao padre José Carlos”, referiu o arcipreste, adiantando que as três freguesias funcionarão em unidade pastoral, num modelo semelhante ao da agregação de freguesias. Em Julho, o RL deu conta das críticas do padre José Carlos Barbosa quanto à acumulação de três paróquias (Vermoim, Pousada e Castelões). D. Jorge Ortiga, Arcebispo-Primaz de Braga, terá levado tais reparos em consideração, ao nomear o padre António

Azevedo para auxiliar o pároco em Vermoim. Na cerimónia de recepção ao novo pároco, o presidente da Junta entregou as chaves da freguesia aos sacerdotes que agora servem Vermoim. O novo pároco anunciou algumas alterações na vida da paróquia – como a que se refere à missa de sábado (passa a ser às 17:00 horas) e o dia de atendimento à terça-feira, a partir das 18:30 horas – e marcou reuniões com os grupos paroquiais e com o Conselho Económico.


REPÓRTER LOCAL • OUTUBRO DE 2012 • 17

região • iniciativas

Ir à adega e provar o vinho, no S. Martinho No próximo fim-de-semana (dias 10 e 11 de Novembro), a co m i s s ã o d a s fe s t a s d e S . B e n t o de Joane assinala o S. Martinho com um programa popular e gastronómico no Parque da Ribeira . O programa inclui uma tasquinha que servirá refeições (incluindo para fora), cantares a o d e s a f i o , co n c e r t i n a s , k a ra o k e e jogos tradicionais. A comissão de festas aceita encomendas p a ra a s r e f e i ç õ e s p e l o s co n t a c t o s 252996120 e 918403013. O PSD de Joane assinala com

um magusto, sábado, dia 10, o seu 17.º aniversário. O convívio tem lugar na carpintaria Álvaro Lopes, à face da Via Inter-Municipal, a partir das 17:00 horas. A iniciativa é aberta a todos os militantes e simpatizantes d o P S D. No dia 11, a A s s o c i a ç ã o C u l t u ra l d e Ve r m o i m r e a l i z a u m m a g u s to a partir das 16:00 horas, na Casa Associativa da freguesia . Há castanhas para todas as pessoas que aparecerem no local, garante a organização.

Os dramas presenciados na primeira pessoa por quem

CASTELÕES SESSÃO SOBRE DIREITOS DO CONSUMIDOR I n f o r m a r o s co n s u m i d o r e s sobre os seus direitos nos serviços públicos é o objetivo principal da sessão que vai decorrer em Castelões, no próximo dia 15. A iniciativa é do C e n t ro d e I n f o r m a ç ã o A u tárquica ao Consumidor e do Centro de Arbitragem de Conflitos de Consumo d o Va l e d o A v e , c o m a colaboração da Junta de Freguesia. A sessão visa também prestar aconselhamento sobre consumo ou prestação, tendo como público-alvo preferencial os consumidores idosos ou com carências económicas. O encontro está marcado para as 20:30 horas na sede da Junta .

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EM LOCALIDADES FOCO

FAMALICÃO | BOLSAS PARA ALUNOS UNIVERSITÁRIOS Estão abertas candidaturas para bolsas de estudo do ensino superior atribuídas pela Câmara de Famalicão. O apoio destina-se a jovens famalicenses que frequentam a universidade, oriundos de famílias com baixos rendimentos. As candidaturas podem s e r f e i t a s a t é 1 5 d e N o v e m b ro e m w w w. j u v e n t u d e f a m a l i c a o . o r g . O a n o p a s s a d o , a Câmara de Famalicão atribuiu 130 bolsas, num investimento de 123 mil euros.


18 OUTUBRO DE 2012 • REPÓRTER LOCAL

basquetebol • atc joane

Cinco vitórias em sete jogos para a ATC Basket

ATLETISMO • EARO

Pódio completo com atletas de Joane

R E S U LTA D O S Sub-19 (F) ATC 4 3 - S C B r a g a , 6 8 Sub-16 (F) ATC , 5 9 - B C L i m i e n s e , 5 8 Sub-14 (M) B C B a r c e l o s , 3 8 – ATC , 5 0 Sub-19 (F) E D V i a n a , 4 7 – ATC , 5 0 Sub-16 (M) ATC , 6 4 -V. G u i m a r ã e s , 4 9 Sub-14 (F) ATC , 4 7 -V. G u i m a r ã e s , 7 4 Sub-18 (M) ATC , 6 6 - V. G u i m a rã e s , 5 3 Em sete jogos, as equipas de basquetebol da Associação Teatro Construção (ATC) obtiveram cinco vitórias. O destaque vai para a primeira vitória da equipa de Cadetes (feminina) no campeonato distrital

frente ao BC Limiense. Vitórias em casa dos Ca detes e Juniores (masculinos) frente ao VSC Guimarães, o mesmo adversário que perdeu na recepção da equipa Júnior da ATC. Sorte diferente teve a

equipa sub-19, ao perder, no sábado, frente ao SC Braga, redimindo-se, porém, no dia seguinte, em Viana, frente à EDV. No escalão masculino, a ATC venceu o Basquet Clube de Barcelos.

Cross de Airão no dia 25 A A III edição do Cross de Airão realiza-se no dia 25 de Novembro, a partir das 09:30 horas. Organizada pelo Grupo Desportivo Airão-Curviã, a prova é aberta a atletas dos escalões de Benjamins até Veteranos V, com distâncias entre os 500 e os 7.000 metros. Para promover a indústria local, os troféus são manufacturados em granito, extraído das pedreiras da região. Para todos os participantes haverá uma lembrança, bem como para as melhores colectividades presentes. Informações e regulamento em www. cross.airao.weebly.com.

VERMOIM • BREVES

Equipas de andebol da AC Vermoim com agenda cheia

Atletas da AMVE presentes em duas provas internacionais

As equipas de andebol da Associação Cultural de Vermoim disputaram diversos jogos no passado fim-de-semana. No dia um de Novembro, o escalão juvenil (femininos) deslocou-se a Fafe e venceu. No sábado, dia três, no mesmo escalão juvenil, a ACV recebeu as formações Maiastars (femininas) e do ABC de Braga (masculinos). Já o escalão infantil, deslocou-se a Riba com a equipa feminina a defrontar a equipa local da Didaxis. Os infantis masculinos fecharam a ronda de competições com o jogo em casa no pavilhão “Terras de Vermoim”, no domingo, frente ao CCR de Fermentões.

A secção de atletismo da Associação Moinho de Vermoim marcou presença em duas provas internacionais. O a t l e t a R u i S i l v a c o r r e u a M e i a - M a r a t ona de Lausanne, na Suíça, tendo ficado em sétimo lugar na classificação geral individual. O atleta de Vermoim foi o melhor europeu, logo atrás do poderio dos atletas africanos. Entretanto, na Maratona do Porto, a equipa de Vemoim esteve presente com vários atletas, na prova dos 15 quilómetros (Family Race). O destaque foi conseguido por António Silva, que terminou a prova em sétimo lugar nos Masters.

A Escola de Atletismo Rosa Oliveira participou na II Corrida Vital, organizada pelo Núcleo de Estu dantes de Medicina da Universidade do Minho. Rosa Oliveira foi a primeira atleta a concluir os cinco quilómetros, com o tempo de 18,05 minutos. O pódio foi todo ocupado por atletas da associação joanense: Hermínia Pereira (2º) e Paula Quin tela (3º). Em masculinos o veterano Maurício Tor rinha f icou em quinto. Entretanto, a EARO participou no 19º Grande Prémio de Tregosa (Barcelos). Em Benjamins femini nos, Beatriz Fernandes f icou em 10º, Bruna Ortiga em e Ana Marinho em 16º. Já em Benjamins masculinos, Bruno Oliveira f icou em 8º lugar.

TÉNIS DE MESA • POUSADA

ADRO soma três vitórias em três jogos Na terceira jornada do campeonato nacional de ténis de mesa , da II Divisão Nacional, zona Norte, no escalão de seniores masculinos, realizada no passado sábado, dia três, em Barcelos, a equipa de Seniores A da Associação Desportiva e Recrea tiva Outeirense ( ADRO) venceu (4-1) a equipa de Alvito. Em três jogos, a equipa fez o pleno de três vitórias. Já a equipa de seniores B perdeu (4-1) o terceiro confronto a contar para o campeonato dis trital na recepção à equipa do Taipas B. O escalão de juniores da ADRO perdeu em Vizela (4-1)com o Bairro da Misericórdia , de Braga .

atletismo • castelões

Inscrições abertas para S. Silvestre A Associação Desportiva de Castelões ( ADECA ) está já a preparar a 10.ª edição do S. Silvestre da Juventude. A prova deste ano realiza-se a 23 de Dezembro. As inscrições estão abertas até ao dia 21 de Dezembro e podem ser feitas pelo telefone 252 921 903; na sede da ADECA , por fax (252 992 061) ou por email (s.silvestrejuventude@gmail. com). As inscrições são limitadas a 500 partici pantes. De forma a assinalar os 10 anos da prova , este ano, a S. Silvestre de Castelões terá também um e vento de BTT, realizado no dia antes da prova .


REPÓRTER LOCAL • OUTUBRO DE 2012 • 19

OPINIÃO

opinião

Quintino Ferreira Pinto Jurista - Joane

Há dias, lendo a edição eletrónica do “Jornal de Negócios”, dei com uma pérola assinada por um leitor (supostamente) Rui Santos de seu nome que aqui transcrevo: “Educação tendencialmente gratuita? Tenho uma filha a fazer um mestrado em Inglaterra (que eu saiba é membro da UE) e as propinas custam a módica quantia de 10.000,00€ por ano. Diz-me ela que as propinas mais baratas para uma licenciatura custam 7.000,00€ ano. Em Portugal pagam uma ninharia e ainda reclamam.” Reparem que o homem todos os meses manda a módica quantia de 833,33€ à filha que está em Inglaterra a tirar um mestrado. Só para propinas. Como o Rui Santos não deve querer que a filha ande em Inglaterra a anunciar que faz mas-

sagens nas horas vagas, devemos supor que lhe mande (no mínimo) uns 500,00€ adicionais para que coma. Razoavelmente mal, diga-se. Se gastar mais 500,00€ com outras bagatelas, já vamos em 1.833,33€ por mês. Ora, o suposto Rui Santos gasta 1.833,33€ (ou se calhar um bocado mais) por mês com uma filha que está em Inglaterra a tirar um Mestrado e fica muito arreliado por haver pais que gastam cerca de 400,00€ por mês com filhos que andam numa universidade pública portuguesa. Segundo o nosso Rui Santos é injusto! Eu também acho. Um pai a gastar 1.833,33€ com uma filha que está em Inglaterra a tirar um Mestrado e outros a gastarem 400,00€ (mais coisa, menos coisa) com uma filha (ou filho, tanto faz) que está em Portugal

Marçal Mendes

Secretário da Junta de Freguesia de Vermil (PSD)

1. A Constituição da República Portuguesa consagra a autonomia das Freguesias em termos muito semelhantes aos dos municípios, embora este principio esteja hoje subvertido. As Freguesias não são sub-unidades dos Municípios, têm valor por si. A autonomia local não confere às Freguesias um direito à existência, mas confere-lhes o direito de serem consultadas concretamente quando estejam em causa a sua extinção ou modificação. Põe em causa a autonomia das freguesias um procedimento de reforma que não as coloque em primeiro plano e antes

privilegie os municípios, dando a estes o poder de conformar a redução a efetuar. 2. E daqui advém um outro problema, constatado, aliás, na última Assembleia Municipal de Guimarães, como seja o papel dos presidentes de junta na defesa da vontade da população que representam. E o povo tem razão em se sentir defraudado. Todos os presidentes de junta deste território deram a sua anuência à agregação das Freguesias, através da abstenção. Entretanto, alguns, talvez por se sentirem intimidados pela força do povo, tentaram mudar o seu sentido de voto,

Vejam lá se andam calados... a tirar uma licenciatura! Não se faz. Aliás, o traste até aponta que a Inglaterra faz parte da União Europeia pelo que, na lógica do cavalheiro, as coisas cá (em Portugal) deviam passar-se da mesma maneira que lá. Imaginem que eu concordo (em parte) com a cavalgadura! A sério. Onde eu concordo com a besta do Rui Santos, esse pai extremoso que gasta 1.833,33€ por mês com uma filha que está em Inglaterra a tirar um Mestrado é em que devíamos todos poder mandar os nossos filhos para Inglaterra tirar um Mestrado. Isso sim é que era justiça social, coisa que certamente o quadrúpede do Rui Santos também defende. O único senão no meio disto tudo é que enquanto o meu ordenado líquido fica um bocado abaixo do que

o senhor Rui Santos tem de gastar com uma filha que está em Inglaterra a tirar um Mestrado, a besta do Rui Santos não disse quanto ganhava por mês. O que eu sei é que me vejo um bocado aflito com a contabilidade doméstica, razão pela qual não posso ter uma filha em Inglaterra a tirar um Mestrado, Aliás, nem uma Licenciatura! Aliás, eu tenho duas filhas gêmeas pelo que, estivessem as duas em Inglaterra a tirar um Mestrado, havia de ter de inventar 3.666,66€ por mês! Quer dizer, eu tenho duas filhas na Universidade a tirar uma licenciatura mas ali a cavalgadura do Rui Santos não me quer a fazer barulho e por isso, calo-me. Agora, se o Rui Santos tem uma filha em Inglaterra a tirar um Mestrado, e gasta 1.833,33€ por mês a ga-

nhar um ordenado médio da Administração Pública portuguesa, então que vá o animal a secretário de Estado das Finanças e já! Se o Rui Santos ganha aí uns 1.000,00€ por mês, metam a cavalgadura a ministro das Finanças e já! Se por obra do Demónio, o Rui Santos ganhar menos que os tais 1.000,00€ façam do animal Primeiro-Ministro, já! E se a besta ganhar o salário mínimo nacional, substituir a Ângela Merkel já! Entretanto, vejam lá se andam calados e pagam o passe, os livros, os cadernos, o almoço, as visitas de estudo, as propinas, as fotocópias e o que mais vos pedirem que isto não é assim. Então se em Inglaterra (onde o salário mínimo é cerca de 984,00€ líquidos mês) os tipos não refilam, nós barafustamos porquê?

Morte e esperança das freguesias porque precisarão desse mesmo povo para futuras eleições. Conta quem presenciou. E, uma vez mais, critico a incoerência daqueles presidentes de junta que publicamente dizem defender a população que representam e, no momento decisivo, apunhalam esse mesmo povo pelas costas dando o seu consentimento à agregação das freguesias. Foi posta a nu a permeabilidade destes eleitos aos interesses partidários, que em nada contribuem para a defesa das populações que representam. Mas a história deste momento, não se fez apenas com a afonia dos artistas principais. Houve tam-

bém os figurantes, que travestidos de franco-atiradores, ficaram escondidos atrás dos arbustos. 3. Mas quero deixar uma mensagem de esperança às populações. As freguesias não estão irremediavelmente extintas. A lei que impõe a reorganização administrativa territorial autárquica não cria nem extingue freguesias, ficando este efeito dependente de lei ulterior, que poderá não entrar em vigor a tempo das próximas eleições, acrescido, ainda, do problema da constitucionalidade. Ademais, é sempre possível, como a nossa história comprova, desanexar a freguesia. Ainda há dias,

por mais paradoxal que possa parecer, deu entrada na Assembleia da República a proposta de lei nr. 104/XII, que estabelece o novo regime jurídico das autarquias locais que, por um lado, vem ampliar as competências das juntas de freguesia e, por outro lado, espante-se, deixa a porta aberta à criação de autarquias locais. O futuro é local. As freguesias são laboratórios de aprendizagem democrática, criam soluções criativas para o novo desafio da governação. Fazer mais, com menos, nomeadamente, ao nível da intervenção social, é o melhor exemplo desta capacidade de inovação.


C A R TÓ R I O NOTA RI AL de L i c . A N Í BA L CA ST RO DA CO STA Ru a C o n s e l h e i ro S a n t os Viegas, E d i f í c i o D o m u s III, l o j a s 3 e 4 , V I L A NOVA D E FAMA LICÃO C e rtif ico, para efeitos de publicação q u e , p o r e s c r i t u ra d e h o je, lavrada de f ls. 129 a f ls. 130v.º, d o l i v ro d e n o t a s p a ra “ e scrituras diversas” número 195-A, d e s t e C a r t ó r i o , V i t ó r i a Marques da Cunha, que também us a o n o m e d e V i c t o r i a M arques da Cunha , N.I.F. 137.642.13 0 , e m a r i d o , Jo s é d e Ol iveira, N.I.F. 133.054.497, casados n o r e g i m e d e co m un h ão geral, naturais ela da freguesia d e A i rã o ( S a n t a M a r i a ) e ele da freguesia de Airão (S. João Bap t i s t a ) , a m b a s d o co n ce lho de Guimarães, residentes na Trave s s a d e Me n a co , n . º 8 6 , Airão (Santa Maria), Guimarães, d e c l a ra ra m, s ã o d o n o s e legítimos possuidores, com exclusã o d e o u t r e m , d o s s eg u intes bens, a saber : V ERBA UM P RÉDI O RÚST ICO, composto por ter r e n o d e h o r t a , co m a á r ea de quatrocentos e cinquenta e u m m e t ro s q u a d rad o s, sito no l ugar de Menaco, fregu e s i a d e A i rã o ( S a n t a Maria) , concelho de G uimarães, a co n f ro n t a r d o n o rt e com Rua Arcebispo Xavier Monte i ro , d o s u l co m Jo r g e M agalhães, do nascente com Conce i ç ã o M a g a l h ã e s , e d o p oente com Caminho Público, OMIS SO n a P r i m e i ra C o ns e rvatória do Registo Predial de Guim a rã e s , i n s c r i t o n a r e sp e ctiva matriz em nome da justif icant e m u l h e r s o b o a r t i go 5 9 2 (encontrava-se omisso na anterio r m a t r i z ) , co m o va l o r p a trimonial (IMT ) e o atribuído de QU I N HEN TO S E T R I N TA e u ros; e VERBA D OIS P RÉDI O RÚSTICO, composto por terr e n o d e h o r t a s e c u l t i vo , com a área de setecentos e trint a m e t ro s q u a d ra d o s, s i t o no lugar de Menaco, freguesia de A i rã o ( S a n t a M a r i a ), co ncelho de Guimarães , a confronta r d o n o r t e co m Ru a A r cebispo Xavier Monteiro, do sul co m C a r l o s M a g a l h ã e s , d o nascente com Caminho Público, e d o p o e n t e co m Fe r n a ndo Magalhães, OMISSO na Prim e i ra C o n s e r va t ó r i a d o Re gisto Predial de Guimarães, inscrito n a r e s p e c t i va m a t r i z e m nome da justif icante mulher sob o a r t i go 5 9 3 ( e n co nt rava-se omiss o na anterior matriz), co m o va l o r p a t r i m o n i a l ( I MT ) e o atribuído de OITOCENTOS E SE S SE N TA e u ro s. Q ue não são detentores de qualquer t í t u l o fo r m a l q u e l eg i t ime o domínio dos referidos prédi o s , t e n d o - o s a d q u i r i d o no ano de mil novecentos e nove n t a e u m , p o r co m p ra ve rbal a M ário Marques Sá Carneiro , s o l t e i ro , m a i o r, r e s id e nte no lugar de Menaco, freguesia d e A i rã o ( S a n t a M a r i a ) , co ncelho de G uimarães, não chegand o , t o d av i a , a r ea l i z a r s e a projectada escritura de compra e ve n d a . Q ue, no entanto, desde aquela data d e a q u i s i ç ã o , t ê m u s u f r uído em nome próprio os referidos p r é d i o s , go z a n d o d e t o das as utilidades por eles proporcio n a d o s , c u l t i va n d o - o s , co lhendo os correspondentes frutos e r e n d i m e n t o s , p a g a n d o as respectivas contribuições e imp o s t o s , co m â n i m o d e q u em exercita direito próprio, send o r e co n h e c i d o s co m o s e us donos por toda a gente, fazendo- o d e b o a fé , p o r i g n ora r lesar direito alheio, pacif icamente , p o r q u e s e m v i o l ê nc i a , continua e publicamente, à vista e co m co n h e c i m e n t o d e toda a gente e sem oposição de ni n g u é m . Q ue a posse assim exercida e mantida d u ra n t e m a i s d e V I NT E A NO S , lhes facultou a aquisição do d i r e i t o d e p ro p r i e d ad e dos ditos prédios por USUCAPIÃO, q u e , ex p r e s s a m e n t e i nvocam para efeitos do Registo Pred i a l , u m a ve z q u e n ã o é susceptível de ser comprovada por q u a l q u e r o u t ro t í t u l o fo rmal extra ju dicial, esta forma de aq u i s i ç ã o . ESTÁ CO NF O R ME E CONFERE COM O O R I GI NAL NA PA R T E TRA NSCRITA V i la Nova de Famalicão, dezoito de O u t u b ro d e d o i s m i l e d o ze. O Notário ( L i c. Aníbal Castro da Costa) C o nta registada sob o n.º 2/20.23 E mitida Factura/Recibo n.º 2023/001 / 2 0 1 2 .

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Jornal Repórter Local edição 163 07 de Novembro de 2012


REPÓRTER LOCAL • OUTUBRO DE 2012 • 21

lOCALIDADES

UMA MÁQUINA TOTALMENTE DESENVOLVIDA EM JOANE A máquina tem um esqueleto simples. Por dentro, porém, existe toda uma tecnologia desenvolvida ao longo de vários anos, em Joane, e que representou o investimento de 100 mil euros na sua concepção.

Máquina inovadora criada por estamparia joanense Desenvolvimento levou anos e implicou investimento de 100 mil euros Luís Pereira

U

ma empresa de Joane criou uma máquina que promete revolucionar a indústria de estamparia. Além de permitir ganhos de eficiência, o novo equipamento, que está já a ser encomendado por empresas nacionais e estrangeiras, também é amigo do ambiente. A Chicolaspray foi criada dentro da Jocolor, uma empresa de estampagens de Joane, e vem

substituir o método tradicional de aplicação de cola nas máquinas de estampar, com recurso a spray. A comercialização vai ser uma realidade, garante João João Cunha, administrador da empresa, salientando a “gritante poupança financeira” que representa o novo método. “Pelo processo tradicional, a nossa empresa gastava 15 mil euros por mês em latas de spray. Com esta máquina passa a gastar 100 euros por mês”, afirmou no decorrer da apresentação do

equipamento, no passado dia 27. A máquina tem um esqueleto simples. Por dentro, porém, existe toda uma tecnologia desenvolvida ao longo de vários anos, em Joane, e que representou o investimento de 100 mil euros na sua concepção. “No último ano e meio começou-se a trabalhar a sério no desenvolvimento de um equipamento para esta função. Passou por uma série de etapas. Começamos a fazer tudo dentro de portas. O equipamento está

muito moldado a esta estamparia e esse era um dos objectivos. Há muitas peças que são específicas da nossa construção e sem as quais o equipamento não funcionará com o nível de tranquilidade que nós conseguimos dar. A máquina até debaixo de água funciona. E a manutenção é mínima, basta ligar para funcionar”, explicou Manuel Francisco Costa, o engenheiro criador da máquina. As vantagens vão para lá da poupança financeira, já que, salienta João Cunha, o novo equipamento “é amigo do ambiente e possibilita o aumento da competitividade da empresa”. “Os tradicionais sprays de cola que eram usados acarretam problemas de transporte, face ao risco de explosão, e a sua aplicação liberta substâncias nocivas, prejudiciais para todos os trabalhadores”, argumenta. A pensar na comercialização da máquina, a empresa de Joane criou e patenteou a marca Chicolaspray. Segundo João Cunha, há já encomendas de alguns dos empresários que estiveram presentes na apresentação da máquina. “Já temos encomendas do exterior para aquisição da máquina e há interessados para a comercializar em vários países”, refere João Cunha. A entrada em cena da nova máquina permitiu libertar 18 trabalhadores da empresa para outras funções. “Passamos a ser mais competitivos. No processo anterior era necessário um trabalhador por cada uma das seis máquinas, em cada um dos turnos. Os 18 trabalhadores serão agora encaminhados para outros serviços, com vista a alcançarmos maior competitividade. A Jocolor tem um índice de competitividade muito considerável mas queremos ganhar mais. Aqui não conhecemos a crise e esperamos que ela não nos bata à porta”, conclui o empresário.


22 OUTUBRO DE 2012 • REPÓRTER LOCAL

lOCALIDADES

o que é a compostagem? A compostagem é um processo relativamente simples e que trás vantagens a nível ecológico, ambiental, económico e até social. Ecológico porque os resíduos em vez de irem para um aterro ou lixeira sem

serem tratados, assim são transformados em adubos.Há um beneficio económico para a entidade que deixa de recolher e tratar o lixo, e para as populações que fazem usufruto do adubo biológico e de baixo custo.

ronfe • autarquia

Vila pode ter Centro de Compostagem Projecto da autarquia ronfense já foi apresentada à Câmara de Guimarães que acolheu a ideia.

Luís Pereira

A

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Junta de Freguesia de Ronfe aguarda “luz verde” da Câmara Municipal de Guimarães para avançar com um centro de compostagem na vila. A ideia partiu de um jovem local e pode resolver o problema de encontrar alternativas para depositar os resíduos resultantes da limpeza das ruas da vila. Segundo António Sousa, o projecto passa por “aproveitar compostos orgânicos”, que serão “seleciona-

dos, armazenados e tratados” para posterior uso como “adubo de muito baixo custo”. Os resíduos resultantes da limpeza das ruas até agora ou iam para um aterro ou para outro sitio não apropriado, gerando lixo e poluição. Como não serão colocados restos de origem animal ou alimentos de cozinhados, não há o problema de maus cheiros. Os resíduos não degradáveis serão separados pelas suas categorias e depositados em recipientes apropriados para posterior colocação nos locais de recolha existentes”, explica António Sousa,

presidente da Junta. O projecto já mereceu abertura da Câmara de Guimarães, tendo sido aprovado pelo departamento do ambiente. A Junta precisa de um terreno do Município para poder instalar o centro. O departamento do património da Câmara também já mostrou agrado desde que haja garantias de que o centro não será confundido como aterro. “A Junta garante a construção do centro, que é de muito simples montagem, não implicando grandes custos”, revela o autarca.

RONFE JUNTA ESCAPA A MULTA DE MILHARES POR DESCARGAS ILEGAIS A J u n t a d e Ro n f e j á p o d e respirar de alívio quanto à multa da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) referente às descargas ilegais de resíduos, resultantes da limpeza de ruas, que efectuou na Cerquinha, junto ao rio, e que foram denunciadas. Depois de ter anunciado na última Assembleia de Freguesia que a multa poderia ir de 38 mil a 80 mil euros, o presidente da autarquia adianta ao RL que a Junta elaborou a defesa e que os seus argumentos colheram junto da CCDRN. “ Te r e m o s d e p a g a r a p e nas uma coima simbólica que não chega ao valor de um salário mínimo nacional. A coima aplicada foi de advertência e ficou claro que, a repetir-se, não haverá segundo perdão. O centro de compostagem irá tirarnos essa dor de cabeça”, diz António Sousa.


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