Repórter Local

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Nº 136 • ANO XII • JULHO 2010 • GRATUITO • MENSAL • PROPRIEDADE: TAMANHO DAS PALAVRAS, LDA

EM FRENTE AO CENTRO SOCIAL

DIRECTOR: JOAQUIM FORTE

À VÁ INA A! SC L PI BOR 2 1 DE Pág.

Oleiros • pág. 20 Joaquim Pereira | Presidente da Junta

“Se o concelho de Joane trouxer benefícios para Oleiros, que venha” Airão S. João • pág. 10

Escudeiros quer “reconquistar” território Região • pág. 08

Férias baratas numa fresca perto de casa

Joane aposta nos primeiros lugares

Joane • pág. 07

Treinador Jorge Baptista conta com 20 jogadores

Verão quente não dá descanso à GNR

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Pág. 20 | 21

EM FOCO • pág. 3

RL Magazine

Hipermercados Comerciantes e Igreja juntos contra abertura ao domingo

Ainda se lembra? Das discotecas de outros tempos já nada resta, apenas as memórias

Artista popular Manuel Rodrigues faz todo o tipo de miniaturas em Airão Stª Maria

RL um jornal, duas capas


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REPÓRTER LOCAL • JULHO DE 2010 • 3

EM FOCO

MEMÓRIA

HIPERMERCADOS

COMERCIANTES DIZEM QUE É O “GOLPE FATAL” NO COMÉRCIO LOCAL BISPOS PORTUGUESES CRITICAM ATAQUE AO “DIA DA FAMÍLIA”

A ofensiva dos Hipers

S

tes aos domingos mas tem abertas as portas das lojas Modelo. Do meu ponto de vista será, inclusive, prejudicial para estes grandes grupos uma vez que a oferta irá ser tanta que terão de fechar lojas”, sublinha este comerciante. “A decisão é preocupante para o comércio tradicional. Famalicão encontra-se geograficamente próximo de muitas grandes superfícies comerciais e será evidente que com a abertura destas aos domingos, os clientes fugirão do comércio tradicional”, sustenta António Peixoto, da Associação Comercial e Industrial de Famalicão. Por outro lado, padianta, o argumento da criação de emprego não c o l h e . “ O c o m é rc i o t ra d i c i o na l gera mais empregos que as grandes superfícies. Os empregos nos grandes grupos são precários. Logo, o factor emprego não deverá servir de desculpa para a abertura

aos domingos”. Ideia partilhada pela Associação Comercial de Guimarães (ver caixa). Na opinião de António Peixoto, a medida agora aprovada “continua a promover uma competição desigual por diferenciação na oferta”, pelo que o dirigente da ACIF espera “que haja a sensibilidade suficiente para podermos ainda ir a tempo de recuar na decisão”.

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e isto já estava mal, agora é que vai ser mesmo o golpe fatal”. O desabafo de um comerciante local traduz bem a apreensão com que é encarada a liberalização do horário dos hipermercados. O Conselho de Ministros aprovou o decreto-lei que permite o funcionamento das grandes superfícies - mais de 2000 m2 entre as 06h00 e as 00h00, todos os dias da semana. Incluindo o domingo. António Ribeiro ,dos Supermercados Henrique, de Joane, considera que o efeito desta medida ”será nulo”. Isto porque, explica, “há muito tempo que os grandes grupos, como o Jerónimo Martins e Sonae, adoptaram soluções para contornar a lei”. “Veja-se que as lojas Pingo Doce estão já abertas ao domingo e o Grupo Sonae encerra os Continen-

O comércio critica, a Igreja não esconde reservas e vê na medida mais um “ataque à família”. A Conferência Episcopal Portuguesa discorda do alargamento do horário dos Hipers ao domingo e diz que “a lógica do lucro não pode governar a sociedade” e que “os domingos deverão ser dias de encontro de familiares e de celebração do credo”. O decreto-lei aprovado mantém a possibilidade das câmaras municipais, “em casos devidamente justificados (segurança ou defesa de certas actividades profissionais), alargarem ou restringirem os limites dos horários”. A Câmara de Guimarães já disse que vai ponderar antes de tomar qualquer decisão. Isto depois de a Associação Comercial e Industrial de Guimarães (ACIG) ter criticado severamente a medida. “A liberalização penaliza, uma vez mais, o já debilitado comércio tradicional, preterido em prol dos interesses dos grandes grupos económicos”. A ACIG antevê o aumento do desemprego e da desertificação das zonas comerciais. “É com um sentimento de incredulidade e estranheza que assistimos a esta desenfreada tendência de prejudicar quem realmente investe na sua terra e contribui para o seu desenvolvimento, em proveito daqueles que promovem de forma incipiente o emprego, numa altura em que na Europa a tendência é para encerramento do comércio ao domingo”. A ACIG diz-se em “total desacordo com a nova lei e vai protestar na Comissão Parlamentar de Assuntos Económicos, ao Primeiro-Ministro, ministro da Economia, grupos parlamentrares e Presidente da Câmara.

Viatura 4-6-9 lugares e Viatura para pessoas com mobilidade reduzida

Serviço permanente: 917 514 596 | 252 991 646


4 • JULHO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

Fórum

Os artigos de Opinião são da responsabilidade dos seus autores

A piscina, o cemitério e a feira

é assim opinião EMÍLIA MONTEIRO

1 – A piscina de Airão é uma maravilha. E a prova disso é que, desde a inauguração, estão sempre cheias. É um projecto que funciona e, aos que lamentam a não cobertura da piscina, apetece-me dizer que mesmo que só seja viável permanecer aberta cinco meses por ano, vale a pena. Embora, ao que tudo indique, a piscina esteja construída em terrenos do concelho de Braga, ela é de Guimarães. Melhor dizendo, é de todos nós que a frequentamos! 2 – O cemitério de Joane continua abaixo de zero na organização. Com excepção da parte recentemente construída (e muito mau era se assim não fosse), o espaço é desorganizado, aparentemente, sem qualquer orientação ‘estratégica’ e sem alguém que cuide dele. O caso da campa, alegadamente, vendida duas vezes pela Junta de Freguesia é mais uma prova disso. Um terreno, seja de uma sepultura, de uma casa ou de uma bouça tem que estar devidamente registado. E neste caso, os

documentos na posse da família que diz ser proprietária do jazigo, o registo foi feito. Um cemitério é mais que um local onde sepultamos os mortos. Tem que ser um local digno, que respeite os vivos e os mortos, que tenha alguém que tire as ervas dos caminhos, alguém que veja as obras e não permita que se construam jazigos uns em cima dos outros. 3 – O que vai ser a ‘velha’ feira, afinal? A relva é gira mas e o tal espaço de lazer para os joanenses, o estacionamento e aqueles rebuçadinhos todos que a Câmara e a Junta queriam para joane? As lojas estão a ficar prontas. Não sei que acordo foi feito com os comerciantes mas será que não podiam ter sido construídas uns metrinhos mais ao lado, permitindo a continuidade do jardim? É que eu, embora não seja arquitecta nem engenheira civil, continuo a não perceber nadinha do que está a ser feito e nem sequer consigo imaginar o resultado final. E não sou só eu.

o que se diz A FRASE DO MÊS “O PSD devia andar mais preocupado com as bacoradas de algumas juntas PSD” António Magalhães, presidente da Câmara de Guimarães, em resposta aos jornalistas a propósito das críticas colocadas pelo vereador do PSD José Manuel Antunes em torno da piscina de Airão S. João. “Em Joane celebrou-se já o São Bento. Foi a pobreza “franciscana” do costume. Fala-se que as reduzidas dimensões e falta de brilho das joanenses festas se devem às exigências do pároco, que precisará de todo o dinheiro sabe-se lá para quê”. Amâncio, opinião, Entrevilas

“A introdução pelo PSD do debate sobre o reforço de poderes presidenciais só pode prejudicar a campanha em curso do Presidente Cavaco Silva. Custódio Oliveira, jornal Opinião Pública

O caso dos filmes pornográficos deixados nas caixas de correio

Chefe dos Correios das Taipas desviou quase um milhão de euros de clientes

“O PS de Famalicão não esquece a situação difícil de muitos Famalicenses que são atingidos pelo drama do desemprego, endereçandolhes um abraço de solidariedade” Comunicado do PS Famalicão

“No parque da cidade (de Guimarães) os peixes estão escondidos, a água escura e a que corre na ribeira ali ao lado vai carregada de saneamento, que é como quem diz, porcaria”. casimirosilva.blogspot.org

O Ministério Público do Tribunal de São João da Madeira arquivou o caso dos filmes pornográficos que entupiram várias caixas de correio da cidade, por não ter descoberto o autor dessa prática. Em Agosto de 2009, duas pessoas apresentaram queixa na PSP. O caso envolveu várias pessoas, que começaram a receber filmes pornográficos sem destinatário, remetente ou qualquer contacto. A situação incomodou vários moradores que ficaram indignados por receberem filmes de teor sexual, sem o terem solicitado. Duas queixas foram apresentadas à PSP que, pela primeira vez, recebia uma participação dessa natureza

DÁ QUE PENSAR!

“O antigo chefe dos Correios das Taipas foi despedido compulsivamente depois de ter burlado dezenas de clientes em quase um milhão de euros. O caso foi descoberto em finais de 2009 quando alguns clientes quiseram levantar o dinheiro que tinham aplicado em certificados de aforro. O dito chefe, Olindo Silva, entregava aos depositantes toda a documentação, mas o dinheiro era depositado em contas pessoais. Olindo Silva é também alvo de queixa judicial por parte de dezenas de pessoas de várias freguesias do concelho de Guimarães”. Fonte: Correio da Manhã

Fonte: Publico

“Preocupado com “a pobreza e as desigualdades”, o bispo auxiliar de Lisboa desafiou os “políticos cristãos” a dar 20% dos rendimentos a um “fundo social”. Porque não ocorreu ao bispo desafiar também a sua Igreja (que gastou 60 milhões num novo e sumptuário templo em Fátima) a dar 20% das receitas do Santuário para o tal “fundo social”? Manuel António Pina, escritor e cronista, JN

“O Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa ordenou o julgamento de Jardim Gonçalves, Filipe Pinhal, Christopher de Beck e António Rodrigues, ex-administradores do BCP, por manipulação de mercado e falsificação de documentos”. Notícia do Público

o mês de

Carlos Mota

FRASE

“Amigos vêm e vão, inimigos acumulam...”

UM BLOG

Técnico Oficial de Contas AIRÃO SANTA MARIA

dedo politico >> FACTO locaL A abertura da piscina descoberta na freguesia de Airão S. João, que tem contribuído para refrescar o Verão! >> FACTO NACIONaL A condenação, por parte da CMVM (Comissão de Mercado de Valores Mobiliários) dos ex-administradores do BCP (entre os quais Jardim Gonçalves) devido a prestação de informação falsa ao mercado. A CMVM inibiu da actividade bancária oito deles pelo máximo de cinco anos. O valor total das coimas é de 4,325 milhões de euros.

>> Figura do mês Sérgio Paulino, ciclista português, que ganhou a 10.ª etapa da Volta a França em bicicleta, na distância de 179 quilómetros. Paulinho bateu sobre a linha de chegada o bielorrusso Vasyl Kiryienka, da Caisse d’Epargne, após uma fuga bem sucedida . >> Frase “Amigos vêm e vão, inimigos acumulam...”

www.dedopolitico.blogspot.com A política nacional e internacional é um dos temas deste blog. Gerido por gente do concelho de Famalicão, é um blog que presta atenção, essencialmente, a factos da política nacional e até internacional. Não há insultos nem comentários anónimos. Não será, por isso, dos blogs mais populares da região. Na próxima edição do Repórter Local, outro blog da região.


REPÓRTER LOCAL • JULHO DE 2010 • 5

editorial Joaquim Forte

Concelho e limites 1- Nesta edição, o presidente da Junta de Freguesia de Oleiros diz que se a criação do concelho de Joane representar “benefícios” para aquela localidade, “pois que venha ele”. Com poucos habitantes (a gente nova vai saindo por falta de condições, de tal forma que a escola local corre o risco de fechar por falta de alunos) e sem equipamentos, Oleiros definha, longe da sede de concelho. Mas não é só Oleiros. Nem tampouco as pequenas freguesias. Quanto mais afastadas do centro de decisão concelhio, mais esquecidas parecem estar as freguesias. Ou algumas. Joane queixa-se de receber muito menos do que a sua real contribuição fiscal. E no meio das críticas joanenses ouvem-se reinvindicar o concelho vozes que no passado se demarcaram dessa cruzada. Guimarães já percebeu a necessidade de manter “tranquilas” freguesias mais susceptíveis de aderirem a ímpetos autonomistas mais ou menos consistentes. Embora sem ter sido impulsionada por essa constatação, a construção da piscina de Airão S. João acaba por ir nesse sentido. 2 - O caso que opõe Escudeiros a Ai-

rão S. João já tem barbas. E é apenas um dos muitos casos de desacordo sobe limites de freguesias. Na região, são sobejamente conhecidos outros, marcados por acusações periódicas entre autarcas que surgem a terreiro em altura de eleições ou quando dá jeito a certos protagonistas locais (Mogege vs Pousada). Em Escudeiros, o caso esteve adormecido durante anos. Enquanto o terreno em causa foi um mero aterro de lixo, nunca do lado de Braga se lembraram de reivindicar território. Tudo começou com a construão do campo de jogos do Fórum. E voltou a acordar agora com a piscina. Os casos carecem de análise de quem de direito - Instituto Geográfico Cadastral e Câmaras. Muitos deles vão arrastar-se pelos tribunais; outros serão resuscitados de longe a longe, quando der jeito. Boas férias. Nota: “Depois de mim virá quem bom me fará”. O Primeiro-ministro José Sócrates terá razões para se lembrar deste ditado à medida que vão sendo conhecidas algumas das propostas que o líder do PSD, Passos Coelho, vai soltando. E os Portugueses também.

cartoon rl por tiago mendes (tiag0_mendez@hotmail.com)

Repórter Local | Propriedade e Editor - Tamanho das Palavras, Lda, Rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão | Telefone 252 099 279 E-mail reporterlocal@hotmail.com | Membros detentores com mais de 10 % capital Joaquim Forte, Luís Pereira | Director Joaquim Forte | Redacção Luís Pereira; Dominique Machado | Paginação Filipa Maia | Colaboradores Ana Margarida Cardoso; Elisa Ribeiro; João Monteiro; Analisa Neto; Emília Monteiro; Luís Santos; Sérgio Cortinhas; Luciano Silva; Joana Cunha; Miguel Azevedo | Impressão Gráfica Diário do Minho | Tiragem 4000 ex. Jornal de distribuição gratuita | Registo ICS 122048 | NIPC 508 419 514

protagonistas OLEIROS Uma das mais pequenas freguesias do concelho de Guimarães. Esquecida na extremidade do concelho, tem pouco mais de 600 habitantes. Não obstante esta realidade, a Junta local espera realizar, em breve, a Capela Mortuária e a Praia Fluvial. Manuel rodrigues Reformado, 55 anos de idade, Manuel Rodrigues é artesão das horas vagas. Das suas mãos sai todo o tipo de figuras. Mais uma prova de que o artesanato, embora moribundo, ainda resiste na nossa região. MARC Monteiro Numa altura em que é evidente a falta de vocações, a ordenação de novos sacerdotes só pode satisfazer a Igreja e os seus seguidores. Marc Monteiro, 25 anos, de Airão S. João, foi ordenado no dia

J.F

23 de Julho. A missa nova é no dia 8 de Agosto, na sua terra natal. FUTEBOL As dificuldades financeiras (e não só) são mais do que muitas, mas o GD Joane e o Desportivo de Ronfe avançam para a nova temporada com optimismo. DISCOTECAS Já houve tempos em que a encontrar uma discoteca na nossa região era fácil. Só em Jaone havia pelo menos duas. Uma delas ficou para a história, não pelo seu verdadeiro nome, Centro de Música e Recreio, mas pela alcunha de progenitura religiosa. Em Mogege, a Complexos, durante anos destino de milhares de pessoas, está abandonada e serve, de vez em quando, de palco de treino dos militares da GNR.

CARTAS ABERTAS Comendador APARECIDO

Sr. presidente da câmara de FAMALICÃO Exmo. Sr. Presidente da Câmara de Famalicão, Ilustre Arquitecto: tenho-o no rol de pessoas que nutrem pela Cultura uma atenção empenhada. E sei que o prezado Autarca é um apaixonado pela música. Pois por saber disso tudo é que decidi escrever esta Carta Aberta. A Escola ARTAVE, participada pela Câmara de Famalicão, fica num lugar aprazível, que ainda continua a ser muito procurado para desintoxicações gástricas e outras limpezas interiores. O problema é para lá chegar! Pelo que se sabe, há muitos alunos das freguesias de Joane, Pousada, Vermoim; outros dos lados de Guimarães. Quem vai por Landim, por exemplo, vê-se e deseja-se, circulando (eu diria até, navegando, pois mais parece um mar encapelado) por estradas cheias de buracos, irregulares e mui remendadas. Não são dignas de um concelho evoluído e muito menos de serem o principal acesso a tão nobre instituição cul-

tural. Aceder àquela escola é uma aventura. Imagine agora, Ilustre Presidente, o incómodo que é para um aluno fazer a estrada esburacada, aos solavancos dentro do carro, pondo em perigo uma tuba, um violino... Em nome da paixão que nutre pela Cultura, faça, Senhor Presidente, os possíveis, envide esforços, puxe as orelhas a quem for necessário, estabeleça as parcerias que forem necessárias com entidades públicas, com privados, ou até arme barraca em frente à Assembleia da República - mas que se acabe com os remendos no acesso à Artave e ao Colégio das Caldinhas! Aceite os melhores cumprimentos deste que se assina Comendador Aparecido


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6 • JULHO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

LOCALIDADES

joane • diferendo

Joanense acusa Junta de ter vendido sepultura de que era proprietária Uma mulher de Joane, residente em França há 40 anos, acusa a Junta joanense de ter vendido, sem seu conhecimento, a sepultura de que era proprietária no cemitério local. Adelaide Sameiro reclama agora a devolução do terreno. A Junta de Joane alega que se limitou a aplicar a lei uma vez que a campa em causa estava ao abandono e constituía um perigo público. A sepultura foi adquirida por Adelaide Sameiro em 1991. Emigrante em França há 40 anos, Adelaide vinha poucas vezes a Joane. Na última vez, em Abril, ficou a saber, com desagrado, que no terreno que julgava seu, no cemitério, estavam

sepultadas outras pessoas. Adelaide diz que a campa não estava ao abandono e que deveria ter sido informada, ou alguém da sua família, da intenção da Junta de revender aquele espaço. A Junta diz que fez um levantamento das campas abandonadas e que publicitou (editais, avisos nas missas) a intenção de revender as campas e que tentou avisar a proprietária mas a correspondência foi devolvida. Adelaide recusa outro terreno no cemitério, entretanto proposto pela Junta, e quer que seja a autarquia a pagar o novo jazigo. Algo que a Junta de Freguesia joanense considera “inaceitável”

JOANE

Líder do PSD assume cargo de director do Marítimo Acabado de ser eleito para a liderança do PSD de Joane, Miguel Ribeiro assumiu, em Julho, o cargo de director desportivo do Marítimo Sport Clube. O advogado diz que as novas funções não irão prejudicar a liderança do PSD de Joane. “A minha presença física em Joane não vai ser permanente e efectiva, mas fui eleito com uma equipa em quem confio”, refere. “Quando saí do Varzim tinha como assente o meu regresso ao escritório de advogados. No entanto, o presidente do Marítimo lembrou-se que seria um elemento cujas características encaixavam

no perfil que ele traçou para um assessor da administração da SAD para o futebol profissional e lançou-me o desafio”, relata. No clube, Ribeiro será o elo de ligação entre a administração da SAD e o quotidiano do futebol profissional.

ATC de Joane recebeu Certificação de Qualidade A Associação Teatro Construção (ATC) recebeu, ontem, 29 de Julho, o certificado de qualidade atribuído pela Associação Portuguesa de Certificação (APCER). A ATC assinalou a data com a “Festa da Qualidade” e com o colóquio “A Qualidade nas IPSS’s”, com a presença do presidente do Instituto da Segurança Social, Edmundo Martinho e do presidente da Confederação Nacional das IPSS´s, padre Lino Maia. Este sublinhou a importância da qualidade na prestação de serviços de solidariedade social

associando-a à qualidade de vida dos utentes. Dora Gonçalves, da APCER, falou da importância da certificação de qualidade. “Uma ferramenta eficaz se for vista numa óptica da melhoria contínua”. Satisfeito estava Custódio Oliveira, presidente da ATC. “A certificação não é um ponto de chegada mas um ponto de partida. Reforça a nossa responsabilidade de luta contínua pela perfeição, e para que isso aconteça tem de existir espírito crítico na instituição”, disse o dirigente.


REPÓRTER LOCAL • JULHO DE 2010 • 7

LOCALIDADES

VIM continua à espera de ser reparada Proposta do PCP foi chumbada no Parlamento Luís Pereira

A

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Assembleia da República (AR) chumbou o projecto apresentado pelo deput ad o d o PCP Ag ost inho Lopes, que pretendia transformar a Via Inter-Municipal Joane-Vizela (VIM) em estrada regional integrada no PRP (Plano Rodoviário Português). A VIM tem gerado uma onda de preocupações face ao estado de elevada degradação em que se encontra. A reparação tem custos avultados que a Associação de Municípios do Vale do Ave (AMAVE), entidade responsável pela via, não consegues suportar. Dando seguimento a uma proposta e recomendação aprovadas nas Assembleias Municipais de Famalicão e de Guimarães, o PCP tomou a iniciativa de levar o assunto à AR, procurando que o Estado, através da empresa Estradas de Portugal, assuma a gestão e consequente reparação da VIM. A proposta, contudo, foi rejeitada pelo PS e PSD. “Lamento que o PS e o PSD tenham contribuído para adiar a resolução de um problema que se tem agravado ao longo dos anos”, referiu o deputado Agostinho Lopes, realçando que “a VIM precisa de uma requalificação urgente”. Contactados pelo RL, Nuno Sá (PS) e Emídio Guerreiro (PSD), ambos deputados da AR eleitos pelo círculo de Braga, justificam o voto contra com o argumento de estar em curso

a revisão do novo PRP. “A AR tem que analisar um PRP numa perspectiva nacional. Antes de haver um novo Plano, não faz sentido tomar medidas avulsas”, argumenta o famalicense Nuno Sá, deputado do PS. Na mesma linha de argumentação embarca Emídio Guerreiro. O deputado “laranja”, que chegou a assinar a petição promovida pelo presidente da Junta de Ronfe, Daniel Rodrigues, a favor da reparação da VIM, acrescenta que a aprovação do documento teria uma eficácia nula. “Não compete à AR classificar em concreto nenhuma estrada”, argumenta o deputado na declaração de voto sobre a proposta. Guerreiro evoca ainda o facto dos actuais donos da estrada, A a AMAVE, não terem até ao momento feito qualquer pedido neste sentido. “O PCP queria, além do mais, que a AR decidisse tomar conta de uma estrada sem que os actuais donos o tivessem formalmente pedido”, refere o deputado. Ambos os deputados falam em oportunismo político do PCP em trazer a debate nacional matérias locais que devem ser resolvidas pelas entidades locais. “O PCP tem por táctica matreira fazer este tipo de coisas porque não tem responsabilidades governativas, tentando ganhar votos junto do eleitorado. O PS não está contra, apenas considera que este não é o momento”, remata Nuno Sá.

POLÍCIA

Verão quente não dá descanso aos militares da GNR de Joane A GNR de Joane deteve um indivíduo de 22 anos por ameaça e coação a militares daquela força. Esta foi a terceira vez que o indivíduo, de Joane, se envolveu em ameaças aos agentes de autoridade. Trata-se do jovem que esteve na origem do desacato registado em Maio num bar joanense que levou a que o seu irmão apedrejasse as janelas do quartel da GNR. Desta vez, a GNR foi chamada à casa da namorada do indivíduo, na freguesia de Pousada de Saramagos, local onde estava a causar desacatos tendo mesmo ferido uma das pessoas, partindo-lhe três dedos. Abordado pelos agentes da GNR, o indivíduo terá reagido de forma tempestuosa obrigando à sua detenção. Presente a tribunal pela terceira vez em pouco tempo e pelos mesmos motivos, o processo baixou a inquérito, ficando o jovem em liberdade.

ASSALTOS E AGRESSÕES

Assaltos e queixas por agressão marcaram o mês de Julho no trabalho da GNR de Joane. Só na rua Mato da Senra (próxima do quartel), foram registados três assaltos. Um deles a uma residência, em plena luz do dia, de onde os larápios furtaram um computador portátil e ouro. Na mesma rua, a GNR deteve em flagrante um individuo de 25 anos que assaltava a garagem de uma residência. Alertada pelos moradores, a GNR deteve o larápio, já referenciado na área de Guimarães. O processo baixou a inquérito. Ainda na Rua Mato da Senra, foi furtada uma carrinha comercial de uma empresa sedeada nos pavilhões existentes na zona. Quanto a agressões, a GNR de Joane registou nove queixas. Fonte daquela força associa o aumento de agressões ao desemprego e ao Verão quente que assola o país, propício, segundo diz, ao aumento do consumo de álcool.

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REGIÃO • segurança


8 • JULHO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

LOCALIDADES Região • lazer

Férias “low-cost” perto de casa Luís Pereira | Dominique Machado

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em dinheiro, são muitas as pessoas da região que gozam os seus dias de férias sem sair da sua terra. É o caso de Emília Machado. Desempregada há mais de um ano, não há margem para que esta joanense com 52 anos e dois filhos saia da vila para gozar férias, como fazia outrora. “Dantes ainda íamos uma semanita para a Póvoa, agora os tempos não estão para festas. Devemos ir um ou outro dia à praia mas de resto será para ficar por aqui e aproveitar as frescas”, confessa. Em Joane, poucos são os locais onde a população pode passear ou praticar desporto em tempos de calor abrasador. O Parque da Ribeira é o local mais conhecido e não tem chegado para as encomendas. Enquanto aguarda pelo alargamento (previsto para Setembro), pela zona pedonal e pela zona de merendas, o Parque é uma solução. Sem a animação de Verão de outros anos, assegurada pela Câmara de Famalicão, o Parque apenas receberá, domingo, o Festival de Folclore da Rusga de Joane. “É uma aposta ganha pela Junta de Joane. Conciliamos naquele lugar uma zona des-

portiva com lazer e convívio. Um local agradável para pôr a conversa em dia com os amigos”, diz António Oliveira, vice-presidente da Junta. No reduzido leque de opções e numa linha mais aventureira, os montes que rodeiam a freguesia, sobretudo os que confrontam com Pousada, podem ser convidativos a uma descoberta com passagem obrigatória pelo Castro das Eiras. Ronfe também espera pelo anunciado Parque e Praia Fluvial da Cerquinha, espaço actualmente ocupado pelos colectores da Vimágua. Enquanto isso não acontece,

resta o parque Chefe Martins, da paróquia (para aceder ao Parque, porém, é preciso solicitar junto da paróquia a abertura dos portões). “É agradável e o arvoredo proporciona um refúgio ao calor. Tem sido aproveitado por grandes grupos para convívios, sardinhadas e sem dispensar a típica malha”, diz o autarca Daniel Rodrigues. Espaço idêntico tem Vermil. O mítico Monte de S. Miguel (foto) dispões de mesas para “tainadas” e atractivos para uma tarde bem passada. Nem os acessos podem agora servir de desculpa para lá não ir. Em Castelões, embora sem

grande procura, há um espaço arborizado. A Junta espera pelo início da prometida zona de Lazer no Gorgulhão, espaço ocupado actualmente por materiais usados na repavimentação da estrada. Em Airão Santa Maria a “estrela” é a Praia Fluvial. “Tem sombra, é ideal para as crianças e dá para descansar”, diz Maria Celeste, moradora na freguesia de Telhado. Joaquim Faria, reformado, é frequentador diário da praia fluvial. “Venho para a fresca jogar duas de copas com os meus amigos. Estou reformado e todos os dias venho para cá”, diz.

BREVES JOANE FESTIVAL FOLCLORE DA RUSGA O Grupo Etnográfico Rusga de Joane promove, amanhã, dia 31 de Julho, no Parque da Ribeira, o seu Festival de Folclore. A iniciativa arranca com o desfile dos grupos a partir das 21.30 horas, estando a actuação prevista para as 23.30. Além do grupo anfitrião participam diversos grupos, entre os quais um oriundo dos Açores.

JOANE NOVO DISCO DO GRUPO “UTTER” O grupo de música “UTTER”, de Joane, apresentou, no passado dia 16, na sala da Associação Teatro Construção, as sonoridades do novo álbum, “Into the light”, agora com a voz de João Pedro. O alinhamento manteve-se bem ao jeito dos “UTTER”, com Giliano na guitarra, Jorge nas teclas, Zézé na bateria e André no baixo. Mais para o final algumas pessoas abandonaram o local devido a problemas de som mas foram muitos os que assitiram até ao fim. Os harmónicos de Jorge com a batida de Zézé e a guitarra de Gil fizeram um combo interessante. Para o futuro, os “UTTER” esperam em breve fazer-se à estrada para dar a conhecer o álbum. No final, Giliano não se mostrou descontente com o concerto.


REPÓRTER LOCAL • JULHO DE 2010 • 9

LOCALIDADES

BREVE VERMOIM IV SARAU CULTURAL

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O IV Sarau Cultural da Associação Moinho de Vermoim realizase nos dias 30 e 31 (sexta e sábado). O programa (dia 30) inclui a apresentação das equipas do Futebol Clube de Vermoim; actuação do duo “Os índios”, “Open Dança”, “Cubabaila” e a cantora Carla Sofia. No dia 31, Coro Infantil; desfile “Moda Vermoim”, com as gémeas Jacob, Rita Silva, Nuno Ferreira e Susana Freitas; teatro com o actor Sérgio Ferreira e a actuação de Costinha. Durante o sarau cultural será homenageado, a título póstumo, o actor de Vermoim Manuel Correia. Por outro lado, serão recolhidos brinquedos, roupa e produtos de higiene pessoal, que a organização doará à Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental.

EXPO-CLÁSSICOS EM GUIMARÃES o 3º Salão de Automóveis e Motos Antigos de Guimarães realiza-se a 23 e 24 de Outubro no Multiusos.

AIRÃO STª Maria • ANIMAçÃO

Confraria dos Bombos não pára! Depois de ter estado em Lisboa, a Confraria dos Bombos esteve na inauguração das piscinas de Airão S. João (4 de Julho), em Vermil (24 de Julho) e hoje (30) vai estar na Festa de Mirandela.


10 • JULHO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

LOCALIDADES airão s. joão • limites

Junta de Escudeiros quer “reconquistar” Airão

OPINIÃO

Piscinas de Airão S. João Sérgio Cortinhas Professor | Joane

Redacção

A

Junta de Freguesia de Escudeiros, do concelho de Braga, quer “reconquistar terreno” à vizinha freguesia de Airão S. João, do concelho de Guimarães. O diferendo já tem barbas. E é apenas um dos muitos casos de desacordo em matéria de limites de freguesias. Na região, são sobejamente conhecidos outros diferendos, como o que opõe as freguesias de Mogege e Pousada de Saramagos (do concelho de Famalicão), que tem feito correr muita tinta. Em Escudeiros, o caso esteve adormecido durante anos. Mas agora, o presidente da Junta, Orlando Gomes, diz que quer corrigir uma ilegalidade e pretende recorrer ao Tribunal Administrativo de Braga. “Queremos saber onde estão ao certo os marcos de limites da freguesia. O que sei é que em Escudeiros houve p e s s o a s qu e c o n t ri b u i ra m c o m dincheiro para o campo de futebol (do Fórum de Airão). Ora, se nós ajudámos, é porque aquele espaço é de Escudeiros. Agora nem temos campo de futebol nem espaços à volta”. O presidente da Junta de Airão S. João, Domingos Ferreira, mostra-se tranquilo perante a “investida” de Escudeiros. “Não é a Junta que diz que o terreno é de Airão, mas sim os documentos e o Instituto Geográfico Cadastral”, realça o autarca. Por outro lado, adianta, “o presidente de Escudeiros é novo no cargo e precisa de se dar a conhecer à população da freguesia, que não o conhece”.

Passo quase todos os dias em frente às novas piscinas de Airão S. João e muitas vezes matuto no que terá levado o Presidente da Câmara de Guimarães e o Presidente da Junta a apostarem nesta infra-estrutura. Airão S. João é uma das mais pequenas freguesias do concelho de Guimarães. Julgo que não chegam a um milhar as pessoas que habitam esta pequena terra. Sendo um equipamento de utilização sazonal só será sustentável se tiver uma boa ocupação. Por outro lado, situa-se numa área montanhosa onde os transportes públicos são relativamente escassos.

DOMINGOS FERREIRA Presidente da Junta de Airão S. João

“Não é a Junta que define os limites de freguesia mas sim o Instituto Geográfico Cadastral. O colega de Escudeiros acaba de chegar e precisa de protagonismo”.

Segundo Gomes, a população exige que a Junta tome uma atitude. “A Junta de Airão colocou uma placa de limite, mas o pessoal de Escudeiros removeu-a”. Orlando Gomes não quer saber dos dados que constam nas plantas e que definem o espaço em causa como pertencente a Airão S. João. “Pode estar assim nas plantas mas não está correcto. Temos escrituras e outros documentos que permitem pensar na recuperação daquele terreno para Escudeiros. O Instituto Geográfico Cadastral diz que o terreno faz parte de Airão S. João. “Sabemos que estas questões dos limites são complicadas, mas com provas acho que conseguimos vencer em tribunal”.

Marc Monteiro ordenado sacerdote A freguesia de Airão S. João “deu” um novo sacerdote à Igreja Católica. Trata-se de Marc Monteiro. Ele foi um dos cinco novos padres ordenados em Julho na Diocese de Braga, na Basílica do Sameiro, numa cerimónia presidida pelo arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga (na foto, Marc Monteiro é o primeiro, à direita de D. Jorge Ortiga). Marc Monteiro foi ordenado diácono a 3 de Maio de 2009 e fez estágio pastoral nas paróquias de Ferreiros e Amares. Entretanto, por decisão da Arquidiocese de Braga, foi nomeado pároco in solidum em algumas paróquias do arciprestado de Amares. Marc Rodrigues Monteiro, filho de António Ferreira Monteiro e de Maria Dolores da Costa Rodrigues, nascido a 22 de Abril de 1985, da Paróquia de Airão S. João, Arciprestado de Guimarães e Vizela.

Mas mesmo sem conhecer verdadeiramente o que pesou na hora de tomar esta decisão política e colocar mãos-à-obra na construção da piscina, atribuo um significado especial a esta iniciativa. O presidente da Câmara Municipal de Guimarães teve a coragem de demonstrar que nem só os cidadãos da cidade ou dos grandes aglomerados urbanos merecem acesso próximo às infra-estruturas públicas de lazer (recorde-se que entre Guimarães e Joane há pelo menos quatro piscinas descobertas: Guimarães, Brito, Pevidém (privada) e Airão S. João; e entre Famalicão e Joane, além do “tanque” municipal apenas temos piscinas privadas em Vale S. Cosme). É um notável exemplo de descentralização! A juntar à coragem política de António Magalhães está, de certeza, a capacidade de sonhar e a determinação na defesa dos interesses da terra do actual Presidente da Junta de Airão S. João. Há muito que Domingos Forte reivindicava esta obra para a sua freguesia. Muitos não o levaram a sério. Mas o que é certo é que as piscinas estão aí e, ao que parece, com algum sucesso. Domingos Forte é um exemplo a seguir não só por autarcas de outras pequenas freguesias mas também por outras maiores que, por falta de sonho, ambição, visão estratégica e arrojada dos seus autarcas, vêem a banda passar.


REPÓRTER LOCAL • JULHO DE 2010 • 11

Julho

piscina de borla COM O RL! O RL vai oferecer, em parceria com a Tempo Livre, 10 entradas gratuitas na piscina de Airão S. João, no fim-de-semana de 7 e 8 de Agosto. Para participar, basta ligar o 252 099 279. Os primeiros 10 participantes receberão entradas gratuitas na piscina de Airão S. João.

AIRÃO SANTA MARIA

Madeira com arte

por D. VIRINHA

Dominique Machado

McDonald´s à portuguesa Afinal havia outra! Quando na vila de Joane já muitos falavam que agora é que ia ser, que Joane ia ter finalmente uma loja de hamburgueres, eis que se ficou a saber que afinal se trata de uma roulote para vender bifanas e minis aos noctívagos, ali ao lado da VIM. Com este empreendimento, Joane dá mais um sinal de empreendedorismo comercial fazendo inveja a muita gente vizinha. Há quem tema que o “Mac à portuguesa” possa destronar alguma casas afamadas da região muito procuradas por autarcas aplicados. marítimo, marítimo! O novo director desportivo do Marítimo da Madeira é o joanense Miguel Ribeiro, também conhecido por ser líder do PSD de Joane. Segundo pessoa amiga, o jovem advogado Mike River diz que sempre sonhou trabalhar na Madeira e até já dá uns toques no linguajar à Alberto João Jardim e à Joe Berardo.

Este artesão trabalha unicamente Manuel Rodrigues, aironense reManuel Rodrigues a madeira e usa como ferramenformado com 55 anos, teve a sua teve a primeira tas de trabalho o formão, a cola primeira grande experiência no experiência com o e u m s e r ro t e . O s e u e s p ó l i o é mundo do artesanato com 20 anos, artesanato aos 20 diversificado (foto) e composto quando era escuteiro. anos. A primeira apenas por criações que este A madeira é o seu forte. A primeira peça foi um reformado de Airão Santa Maria peça que criou foi um barco. Seguiubarco. A partir manufacturou durante quase 40 se um avião. A partir daí este homem daí este homem anos em que desenvolveu esta de Santa Maria nunca mais parou e de 55 anos, de actividade. tem agora uma colecção que deixa Santa Maria, Agora não se dedica diariamente qualquer um de boca aberta. nunca mais parou a e s t e p a s s a t e m p o m a s a i n d a ”Tenho espigueiros, a capela de e tem agora continua a criar peças únicas que Santa Luzia, a igreja de Santa Mauma colecção guarda num anexo de sua casa. Nos ria , prensa de uvas, utensílios de que deixa moinhos de vento, nos pequenos lavoura, carros de bois, helicóptequalquer um de carros que constrói, Rodrigues usa ro, moinhos de vento, jipe, entre boca aberta. muitos outros”, desfia o artesão. quase sempre pequenos motores Rodrigues trabalhava no terceiro q u e a p rove i t a d e m i c ro - o n d a s turno de uma fábrica . Durante o avariados ou de outros electrotrabalho surgiam-lhe as ideias que acabava por domésticos. Manuel Rodrigues é uma das provas pôr em prática quando chegava a casa. “Não me vivas que na região ainda existem artesãos com deitava sem ir colar uma peça qualquer”, diz ao RL . ideias próprias e obra feita.

REPÓRTER LOCAL 1 jornal 2 capas Mais perto dos leitores

Esta edição tm duas capas. Assim, pode começar a ler o seu jornal pelo princípio ou pelo fim - tem a capa que mais se adequa à sua área de residência. Com esta experiência queremos ir de encontro aos nossos leitores e permitir novos formatos aos nossos anunciantes.


12 • JULHO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

novas tecnologias em guimarães De 30 de Julho a 2 de Agosto, decorre no Multiusos de Guimarães a Futurtech 4, evento totalmente dedicado às novas tecnologias que engloba uma Lan Party, competição, videojogos e exposição de produtos, marcas e serviços.

“Ainda sou do tempo da Vacaria” Discotecas havia muitas, mas agora não há. O RL recorda algumas emblemáticas, como a Arpa, de Joane, que certas cruzadas baptizaram de “Vacaria”. O nome ficou e tornou-se famoso. Funcionou de 1977 a 1997. “Vinha gente de todo o lado, de Guimarães, Felgueiras, Braga”, recorda o último DJ da casa. Redacção

D

os gloriosos tempos das discotecas de domingo à tarde na nossa região pouco resta além das memórias. A Arpa (que se tornou mais conhecida pela designação pejorativa de “Vacaria”, por impulso da igreja local) foi, durante anos, um “clássico das tardes domingueiras” em Joane e arredores. Instalada numa antiga fábrica (há muito demolida), a Arpa fez as delícias de muitas pessoas, jovens em particular, e teve vida longa: de 1977 a 1997. Na origem da discoteca esteve o grupo musical Esquema Quatro, formado, entre outros, por Jorge Guerreiro, Américo Torrinha e Albino Mendes, e que animou muitas “tardes dançantes” acaloradas no Salão Paroquial e noutros espaços da terra. “Eles tocavam num espaço que acabaram por comprar para montarem a discoteca. Chamavase Centro de Música e Recreio. Com a morte de Albino, em 1988, a viúva ainda continuou alguns anos com a Arpa. “Era conhecida por todo o lado. Guimarães, Braga, Porto. Olho para esse tempo com muitas saudades. Ainda hoje fico chateada quando falam da discoteca como “Vacaria”, diz Gracinda.

O nome artístico teve efeito pior do que uma nódoa: ficou para sempre. Como surgiu? “Ao lado da discoteca funcionava o Teatro Construção. Um dia, numa peça de teatro de um grupo de fora, havia uma cena com uma mulher semi-despida. O caso foi falado na igreja pelo falecido padre António Silva. Disse que as meninas iam para lá faze r poucas ve rgonhas, que mais parecia uma vacaria! A partir daí passaram a chamar “Vacaria” à discoteca. De pouco valeu. Quanto mais o padre criticava, mais gente vinha”, recorda Gracinda Mendes. “O nome ficou mas ainda hoje fico chateada quando a tratam por este nome”. “ VINHA GENTE DE TODOS OS CANTOS” Jorge Marques foi DJ residente na Arpa de 1992 a 1994. “Quem nunca foi à “Vacaria” nunca ouviu música!”, afirma Jorge. “Era uma casa que passava todo o tipo de música. Pink Floyd, REM, Pearl Jam, Nirvana, tudo. Tinha matinés ao sábado e ao domingo, das três às sete da tarde. Como tinha um tecto em madeira, não podia abrir à noite senão ninguém dormia”, recorda o animador. “Vinha gente de todos os cantos. Felgueiras, Freamunde, Guimarães, Póvoa do Varzim,de todo o lado. O café Central era pequeno para

“Vinha gente de todos os cantos. Felgueiras, Freamunde, Guimarães, Póvoa do Varzim. Toda a gente que dançou a juventude de 80 não esquece a “Vacaria”, milhares de pessoas”.

todos os carros. Toda a gente que dançou a juventude de 80 não esquece a “Vacaria”, milhares de pessoas”, afirma Jorge Marques. NAQUELE TEMPO... A “Vacaria” foi um fenómeno. Numa terra sem grandes ofertas, a discoteca Arpa transformou-se num pólo de atracção, não obstante as críticas que vinham do altar. “Durante muitos anos foi a única discoteca nas redondezas. Durante


REPÓRTER LOCAL • JULHO DE 2010 • 13

Ana Margarida Cardoso

Ponha-se fino!

muitos anos foi objecto de críticas, principalmente por parte das entidades eclesiásticas da terra, que a viam como um “antro de pecado”, escreve Henrique Ferreira no blog omundodascoisas. blogspot.com. Neste sítio na Internet, Ferreira recorda outros traços de Joane dos anos 80 e 90. E desemboca na discoteca Arpa. “As tardes de domingo resumiam-se à ida à bola ver o clube da terra jogar. Quando não havia jogo, as tardes eram passadas com brincadeiras no pátio da escola, a ir espreitar os namorados, ir para o salão tentar que o porteiro das sessões de cinema nos deixassem entrar na última parte do filme, ou ainda, ir à discoteca”. Henrique recorda “o escurinho” da sala, a cabine de som onde pontificava o DJ Emídio Guerreiro; a pista de dança ao centro, com a bola de cristal e as “luzes intermitentes”. Depois da “Vacaria” nunca mais Joane teve uma discoteca. Mas de Mogege chegaram ofertas emblemáticas: a Vanguarda, que não teve vida muito longa,

e a Komplexos, junto ao monte de Santa Tecla. Esta última era já uma aposta profissional que metia respeito com a imponência do seu edifício e a largueza da pista. “Era uma casa completamente diferente. Do amadorismo da Arpa não tinha nada, e ficaram famosas muitas das festas da espuma”, recorda Paulo Fernandes, um frequentador daquele espaço. Do que foi esta discoteca resta apenas um edifício que vai dando sérios sinais de degradação, que parece “assombrar” quem passa pela Via Inter-Municipal entre Joane e Vizela, e que, de longe a longe, serve para outras funções, como ser local de treino de militares da GNR. Das “discotecas de província” resta pouca coisa. A mais próxima será a Satélite, de S. Cosme do Vale. Quanto ao resto, para um pézinho de dança só mesmo as cidades de Guimarães, Braga ou Porto. “Espanta-me que não haja novos projectos deste género. Esta zona tem mercado para uma média discoteca. Deve ser um sinal de crise”, aventa Jorge Marques.

Portugal e os portugueses sempre gostaram de teorias da conspiração. Se é por influência das horas que passamos a ver novelas da Globo ou da TVI, não sei. Mas a verdade é que português que se preze gasta sempre uma ou duas horinhas por semana a achar que anda a ser enganado pelo resto do mundo. Existem imensas teorias da conspiração: sobre o 11 de Setembro, as de que Michael Jackson não morreu, as de que Carlos Paião foi enterrado vivo porque há marcas de unhas no seu caixão (!!!) e as de que, na América, há montes de pessoal que sofre lavagens cerebrais por parte da CIA. Como temos vindo a apostar na produção de ficção nacional, agora também criamos uma nova teoria da conspiração: a dos chips electrónicos nos automóveis. Em que consiste? É bastante simples, na verdade. O que seria apenas um inocente chip para registo de passagem nas portagens para pagamento automático tornou-se num elemento secreto da nova PIDE, onde todas as informações por onde passamos vão cair direitinhas num escritório dos Serviços Secretos Portugueses. Onde certamente estará um sujeito com um cachimbo pendurado no lado direito da boca, um chapéu aos quadradinhos e um sobretudo, à espera que cheguem as últimas novidades de “por onde tem andado o senhor Zézinho”. Anda aí uma paranóia absoluta sobre “controlo”. A verdade, pura e dura, é apenas esta: ninguém quer saber por onde você andou. Ninguém dos Serviços Secretos vai sorrir com um ar triunfante e dizer: “Ha-há! A senhora Maria hoje andou a passear no Porto! Ai a marota!”. Ninguém quer saber se o Manuel foi a Viana em vez de ter ido a Coimbra, como tinha dito à esposa. Por muito duro que seja,

nós não somos assim tão importantes para os Serviços Secretos. E depois, as pessoas parecem ignorar um pequenino mas importante detalhe: nós já sofremos esse tipo de controlo no dia-adia, desde há muitos anos. Se não quer ser controlado em absoluto, se quer evitar câmaras de segurança e outro tipo de registos que possam, na sua opinião, invadir a sua privacidade, tente cumprir o seguinte: não levante dinheiro em nenhuma ATM; não faça compras com cartão de débito/crédito e nem sequer vá a shopping de todo - estão recheadinhos de câmaras de segurança prontinhas a invadir a sua vida. Não vá ao Bairro Alto, e evite algumas ruas portuguesas que são vigiadas por câmaras de segurança, como centros históricos. Não vá a Londres e a outras principais capitais mundiais. Nunca na sua vida pense em ir a um estádio de futebol porque é que acha que as pessoas deixaram de atirar cadeiras? Se tem Via Verde, atire-a de imediato pela janela fora. Não use computador, e ai de si se usa redes sociais. JAMAIS use telemóvel. Para além de conseguirem detectar de que local você está a falar, conseguem saber o que está a dizer. E já vi pessoal a ter problemas com a justiça por causa disso. Ou seja, todos os dias sofremos inúmeras formas de controlo. Um chip no veículo permite saber se um carro foi roubado e detectá-lo imediatamente. O carjacking podia ser mais facilmente combatido. As únicas pessoas que precisam de temer esta medida são os criminosos. Respire fundo e relaxe. Pode continuar a fazer a sua vida normal. Ninguém lhe vai bater à porta a perguntar porque raio passou em determinado sítio. A sua vida não é assim tão interessante. A não ser que seja um criminoso. Aí, amigo, tenha cuidado.


14 • JULHO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

dia dos avós em famalicão A Câmara de Famalicão assinalou, na passada segunda-feira, o Dia Mundial dos Avós, na Praça D. Maria II, no centro da cidade. Com temperaturas na ordem dos 40 graus, avós e netos participaram em várias actividades, incluindo a dança.

conversas curtas

HAJA SAÚDE

Paulo Cortinhas

joão monteirO

Jornalista | Castelões

médico

“Tempos de vacas magras”

tratar dos “nervOS” A ansiedade ocorre quando as pessoas se sentem ameaçadas ou quando enfrentam situações difíceis ou «stressantes». Podem sentir palpitações, diarreia, enjoo, boca seca, tensão muscular, dor de cabeça, irritabilidade ou insónia. Quando estes sintomas surgem perante situações pouco relevantes ou quando a sua intensidade e duração são desproporcionadas relativamente à causa que os desencadeou, afectando as suas actividades do dia-a-dia, considera-se que a ansiedade pode ser uma doença. Para contrariar esta situação, poderá recorrer a diversas estratégias. Faça uma lista das situações que o preocupam (verifique se todas são imprescindíveis ou relevantes e se pode “prescindir” de algumas delas); analise o seu estilo de vida e o tempo que dedica a cuidar de si, da sua família e amigos e fale das coisas que o preocupam com um amigo ou um familiar em quem confie (às vezes é tudo o que necessita para acalmar a sua ansiedade). Faça exercício regularmente,

respeite as horas de sono, diminua o consumo de álcool, café ou chá e evite fumar ou consumir drogas. Faça períodos de descanso no trabalho, programe períodos de lazer, passe mais tempo com as pessoas de quem gosta, aprenda técnicas de relaxamento e arranje passatempos. Como nos encontramos no Verão e o calor a isso apela, aproveite para passear e ir à praia. Deverá recorrer ao seu Médico de Família caso estes sintomas sejam muito intensos, incómodos e/ou responsáveis por problemas no trabalho, no lar ou nas suas relações sociais; se experimentar uma sensação repentina de pânico, um medo incontrolável (por exemplo de ser infectado ou de adoecer), sintomas de ansiedade em supermercados ou elevadores ou se tiver o impulso de repetir uma acção constantemente (por exemplo, lavar exageradamente as mãos, verificar várias vezes se desligou o gás e apagou as luzes). Por vezes, a ajuda de um profissional é fundamental para que adquira qualidade de vida. Até breve.

NUTRIÇÃO

Mitos sobre alimentação Analisa Neto | Nutricionista

O pão integral não engorda? Falso. A composição nutricional, por cada 100g, do pão integral é idêntica ao pão de trigo (ver tabela). Po r q u e é q u e o s n u t r i c i o n i s t a s sugerem sempre o pão integral como um importante alimento, a ser incluído numa dieta saudável? A resposta está na quantidade de fibras que contém cada um dos pães em análise. Em média o pão branco possui, por c a d a 1 0 0 g , 3 , 8 g d e f i b ra s ; o p ã o integral, em cada 100g, contém 7,4g de f ibras, quase o dobro do teor de fibras. Isto deve-se à farinha do pão integral, que sofreu um baixo processo de refinação que faz com que o teor de fibra seja elevado, tornando-se vantajoso já que este

nutriente, quando presente nos alimentos, leva a que estes apresentem um maior efeito/poder saciante, diminuindo por isso a sensação de fome. Para além disso, é reconhecido que a fibra insolúvel (a maior fracção da fibra no pão integral), promove um aumento da velocidade do trânsito intestinal, sendo por isso benéfica em situações de obstipação. O consumo de alimentos ricos em f i b ra , t e m s i d o f re q u e n t e m e n t e associado a um menor risco de d e s e nvo l v i m e n t o d e p a t o l o g i a s , nomeadamente alguns tipos de cancro como cólon e recto, ou outras patologias crónicas como é o caso da diabetes, hipercolesterolémia ou obesidade.

Tipo de pão Energia Proteínas Branco 289 Kcal 8,4g Trigo integral 221 Kcal 7,6g Fonte: Tabela de composição de alimentos, 2007

Lípidos HC 1,2 g 57,3 3,0g 43,7g

Fibras 3,8g 7,4 g

Quantos amigos tem no Facebook? Vencidas algumas resistências à “rede”, o último registo indica que tenho 238 “amigos”. O número não pára de crescer. A maioria não conheço de lado algum! Prefiro chamar parceiros de rede em vez de amigos. Os verdadeiros amigos fazem parte de um grupo restrito que não carece de qualquer rede social para estabelecer contacto. Quantos jornais lê por dia? Sou o mais selectivo possível, mas por imperativo profissional a leitura da imprensa regional está no topo da pirâmide. Não dispenso uma leitura pela actualidade nacional e também publicações de carácter mais específico. Mas, por causa do PEC, a factura tem vindo a diminuir… Que notícias despertam mais a sua atenção? O bom jornalismo não ocupa lugar. Evito o sensacionalismo. Reportagens e abordagens mais profundas sobre determinados temas suscitam particular interesse. A actividade política é outra das áreas que me interessa. Famalicão tem tido boas notícias? As notícias não têm que ser boas nem más,

são apenas notícias. É uma classificação necessáriamente arbitrária, em função de quem interpreta aquilo que surge nos jornais, nas rádios e na TV. De vez em quando preciso mesmo de...? ...parar para pensar, pois o corridinho do dia-a-dia quase não dá espaço para a reflexão. Depois, aliviar o stress. E aí recorro a muitos expedientes, os quais não importa aqui referir. Qual o último livro que leu? Estou a iniciar “ Verdade, Humildade & Solidariedade”, de João Ermida. O que mais gosta em Castelões é...? A minha casa. Lar doce lar, onde encontro o sossego para carregar baterias para o dia seguinte. Depois a proximidade das pessoas, além de outras características desta localidade. É uma das vantagens de viver numa freguesia pequena, onde todos se conhecem. Já planeou as férias? Onde? Este ano com muita antecedência. Destino: Costa Brava, Espanha, a convite de um operador turístico. Espero que o sacrifício de várias horas a ouvir um vendedor seja devidamente compensado. Só assim, pois os tempos são de vacas magras.


REPÓRTER LOCAL • JULHO DE 2010 • 15

gd joane • nova temporada

Joane quer ficar nos primeiros lugares Treinador Jorge Baptista conta com plantel de 20 jogadores para a época 2010-2011 Luís Pereira

O Grupo Desportivo de Joane (GDJ) partiu para a nova temporada com a determinação de ficar nos primeiros lugares da tabela da III Divisão zona Norte. O plantel conta com nove caras novas: seis jogadores oriundos de clubes vizinhos, três das camadas de formação. A maioria, porém (11 atletas) permanece da época transacta. Jorge Baptista, que substitui Paulo Rafael, não fala de subida de divisão, mas não esconde que o objectivo é ficar nos primeiros lugares. Como tem sido o seu trajecto como treinador? Comecei no Ronfe e depois estive cinco anos nas camadas de formação do Vitória de Guimarães, dois dos quais como coordenador. Passei duas épocas no Brito Sport Cube, estive na subida do Mirandela à II Divisão e trabalhei no Merelinense na última época.

Não pensou muito quando aceitou o convite do Grupo Desportivo de Joane (GDJ)? Foi fácil na medida em que o meu objectivo nesta fase seria trabalhar num clube que me desse a possibilidade de treinar nas manhãs e nas tardes porque desta forma existirá maior rentabilidade no trabalho. Na terceira divisão não existem muitos clubes que ofereçam esta possibilidade. O Joane ofereceu esta possibilidade, o que me agradou bastante. O impasse que se verificou na direcção do clube não afectou o trabalho? É certo que partimos um pouco mais atrasados em relação a outras equipas o que, de certa forma, condiciona. De qualquer das formas estamos a trabalhar com um plantel já definido. Não sendo um plantel ideal, é um bom plantel. Quanto a jogadores, haverá novidades? A maioria dos jogadores da época passada mantém-se. As

novidades residem nos seis novos reforços, dois dos quais vindos dos juniores. O período de adaptação é o mais difícil? Há uma base de jogadores que já se conhecem. Os novos terão que se adaptar mas isso, até o treinador é novo e também ele tem de passar pela fase da adaptação, natural em inicio de época no futebol. Vamos aproveitar a pré-época para que essa adaptação de todos aconteça com a maior das naturalidades. Na época passada o GDJ chegou a estar em posições para poder subir de divisão. Para esta época, existe essa meta? Não há nenhuma exigência. O campeonato está dividido em duas fases. Antes de darmos o segundo passo, teremos de dar o primeiro. Teremos de garantir a presença, o mais depressa possível, nos seis primeiros lugares, esse será o grande objectivo. Depois, é trabalhar de forma sustentada e com resultados realistas.

JORGE BAPTISTA

“Não sendo um plantel ideal, é um bom plantel”

PLANTEL GD JOANE 2010-11

JOGOS DE PREPARAÇÃO

Guarda-Redes Sérgio e Campos;

30 Julho | 19h30 Celta Vigo - GD Joane (Melgaço) 2 Agosto | 17h00 GD Joane - FC Vizela 7 Agosto | 17h00 GDJ - AD Oliveirense 11 Agosto | 17h30 GD Joane - SC Vianense 14 Agosto | 17h30

Defesas Álvaro, André Campos, Hugo Matos, Daniel, António (ex-júnior), Bruno (ex-Amares), Zé Pedro e Capucho (ex-Serzedelo);

Médios Gil, Miguel Lemos, Pedro Pinto, André (ex-júnior), Miranda (exAves) e Chico Borges (ex-Vizela); Avançados Sócrates, Hélder, Vidal (ex-júnior) e Vítor Hugo (ex-Fafe).

AD Oliveirense - GDJ 18 Agosto | 17h00 GD Joane - AD Fafe 21 Agosto | 17h00 AD Fafe - GD Joane 25 Agosto | 17h00 GDJ - GD Ribeirão 28 Agosto | 17h00 FC Amares - GDJ

Vila Belmir


16 • JULHO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

férias desportivas de verão A Tempo Livre organiza até Setembro a edição das Férias Desportivas de Verão, destinada a jovens com idades entre os 7 e os 14 anos. Decorrem entre as 9h00 e as 18h00, incluindo diversas actividades.

Desporto GD Joane • josé campos

“Ninguém quer o GDJ sem a equipa sénior” Ex-presidente, José Campos é um dos elementos da Comissão Administrativa do clube joanense Luís Pereira

Já foi presidente do clube e fez parte da última direcção. Hoje José Campos é um dos elementos que constituem a Comissão Administrativa do Grupo Desportivo de Joane.

Com um orçamento anual a rondar os 300 mil euros, o Grupo Desportivo de Joane terá de fazer cortes durante a próxima época, em despesas (caixa).

GD JOANE NÃO DESISTIU DO NOVO ESTÁDIO Com um orçamento anual a rondar os 300 mil euros, o GDJ terá de fazer cortes em despesas durante a próxima época. Com um país em crise, os patrocínios e subsídios não abundam e o clube quer manter a política que vem seguindo desde há três anos: não criar passivos. “ Vamos tentar reduzir para poder cumprir. A começar pela equipa sénior e passando por outros sectores onde haja despesa supérflua. Há muita dificuldade em arranjar dinheiro para o clube”, diz José Campos. A luta pela construção de um novo estádio não esvaneceu. O assunto será trabalhado exclusivamente por Sérgio Tr o v i s q u e i r a , ex-presidente.

O recurso a uma comissão administrativa foi a solução encontrada pelos sócios e pôs termo a um período de vazio directo. Às portas do início de uma nova época, José Campos fala ao RL da situação do clube joanense. Apesar de serem oito os membros da comissão administrativa que tomarão posse no próximo domingo, dia 1 de Agosto, a comissão quer envolver mais sócios na gestão do clube. Segundo Campos, está em vista a “contratação” de mais elementos para trabalharem com a comissão administrativa, face ao elevado trabalho que uma instituição como esta acarreta. Confesso contestatário da solução encontrada para o clube, José Campos só numa situação limite é que acabou por aceitar o desafio de integrar a equipa que irá estar à frente do clube até Abril do próximo ano. “Acompanhei, à distância, o desenrolar da crise directiva do clube. Depois da última direcção era ponto assente, para mim, que iria abandonar funções de dirigente no GDJ. Nas vésperas da data limite de inscrição do clube para poder competir na próxima época, o Joane ainda não tinha direcção e estava a um passo de não poder ter equipa sénior. Dada a gravidade a que tínhamos chegado, seis pessoas reuniram-se e decidiram pela opção da comissão. Sabíamos que, se já assim é difícil arranjar direcção, o clube sem a equipa sénior ninguém o quer”, recorda Campos. O GD Joane tem cerca de 200 jovens atletas que vestem a camisola do clube de Barreiros, distribuídos pelas escolinhas, infantis, iniciados, juvenis, juniores e seniores. Além disso, o clube tem uma equipa de pré-escolas com 40 crianças que por causa da idade ainda não podem competir.

Ana Freitas

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REPÓRTER LOCAL • JULHO DE 2010 • 17

Desporto ROSA OLIVEIRA VEZES QUATRO A atleta Rosa Oliveira, que veste a camisola da Associação Moinho de Vermoim, conquistou quatro medalhas nos Campeonatos da Europa de Atletismo de Pista ao Ar Livre, que decorreram na Hungria. O saldo da atleta joanense inclui uma medalha de prata nos 10 mil metros e três de bronze nos 1.500, 5 mil e 800. “A participação da AMVE terminou com opinião um balanço muito positivo. O facto de ter conseguido medalhas em todas as provas em que participou foi fantástico. Foi das poucas atletas que participaram nos Europeus que conquistaram medalhas em todas as provas”, refere a direcção da AMVE. A colectividde mostra-se “orgulhosa de poder contar com uma atleta de grande nível nos seus quadros”. Rosa Oliveira, que é natural e vive em Joane, chegou no dia 24 de Julho ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro e teve uma recepção calorosa por parte da família e amigos.

Consultas para atletas A Câmara de Famalicão e a Cooperativa de Ensino Superior, Politécnico e Universitário (CESPU) assinaram um protocolo com vista à prestação de cuidados de medicina desportiva aos atletas não profissionais, de associações e clubes famalicenses. De acordo com o protocolo, a CESPU compromete-se a disponibilizar

consultas de medicina desportiva aos atletas famalicenses. Por seu lado, a autarquia compromete-se a pagar até ao montante máximo de 15 euros por consulta, até um máximo de cinco mil consultas. O protocolo é válido durante um ano, renovando-se automaticamente, por períodos iguais de tempo.

Festa de encerramento da Academia de Basquetebol ATC A Academia de Basquetebol da ATC realizou no dia 17, no Pavilhão Municipal de Vermoim, a Festa de Encerramento da época 2009/2010. Na altura foram também entregues lembranças aos atletas que se revelaram ao longo da época. Pelo quinto ano consecutivo, a Academia alcançou o certificado de qualidade de Escola Portuguesa de Minibasquete. Além disso, aumentou o número de atletas inscritos na Fe-

deração Portuguesa de Basquetebol (115 atletas, de Minis a Juniores). A Academia ATC destaca o facto de ter conseguido o apuramento de todas as equipas para as fases finais dos campeonatos distritais e congratulase por a grande maioria dos atletas ter obtido sucesso escolar. O prémio para o atleta revelação com melhores resultados escolares foi entregue à atleta sub-16 Ana Cláudia Peixoto.


18 • JULHO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

OPINIÃO Os artigos de Opinião são da responsabilidade dos seus autores opinião

Razões ‘atendíveis’ para uma nova Unidade Saúde Familiar Luís Santos

Membro da Junta de Joane PS

Finalmente fez-se luz sobre o negócio entre a PT e a Telefónica, o país estava em suspenso tal foi o mediatismo que este caso atingiu. Parecia que disso dependia o nosso futuro e dos nossos filhos. Só estranhei, foi não ver o nosso Presidente da República a fazer uma comunicação ao país sobre o assunto. Assim como no caso dos Açores ou da violação dos e-mails… Acho que vinha a propósito. Continuam as discussões políticas sobre o défice, a economia, o futuro do país etc., a que se veio juntar a discussão sobre uma nova revisão constitucional, proposta pelo PSD. Acredito, até porque não li o documento onde estão todas as alterações propostas para revisão, que haja propostas interessantes e que visem

melhorar a vida dos portugueses, mas os dois pontos que nos saltam à vista são perturbadores. Alterações que visam mexer nas questões de emprego, as chamadas razões “atendíveis”, e no sistema nacional de saúde, passando para o “tendencialmente” gratuito, não são seguramente bons indicadores. São estes trocadilhos que nos pretendem embrulhar e baralhar, passando a mensagem que fica tudo na mesma e que muda “apenas” a semântica. Mas é verdade é que muda tudo, e a porta fica aberta para um segundo “round” de alterações constitucionais, já com o caminho desbravado. Na nossa Vila, avançam “devagarinho” as obras no Largo 3 de Julho. Com estes dias de calor intenso que bem saberia aproveitar a frescura que aquele espaço proporciona, mas até ver está vedado. A prioridade tem sido dada à construção do edifício que vai albergar os lojistas. Este é um ponto que merece, de facto, voltar à discussão. Por que se construíram estas lojas? A alternativa era menos dispendiosa para o município. É uma

“Por que se construíram as lojas do Largo 3 de Julho? A alternativa era menos dispendiosa para o município. É uma responsabilidade do Sr. Presidente da Câmara”

responsabilidade do Sr. Presidente da Câmara que com alguma teimosia e mal aconselhado, chamou a si, a solução para albergar os lojistas. Caso tivesse sido aceite pela Câmara a proposta da Junta, não haveria edifício, a praça ficaria mais ampla e gastar-se-ia menos dinheiro. Ansiosos ficamos agora, esperando ver a continuidade das obras para o outro espaço ainda em terra, tendo em consideração as últimas decisões

conhecidas do Tribunal que deu como improcedente a Providência Cautelar apresentada pelo anterior dono dos terrenos. Não há, pois, qualquer impedimento para que aquele espaço, também central, não sofra uma alteração profunda. Das várias discussões anteriores, sobre a melhor utilização daquele espaço, partilho da opinião que ali poderia surgir uma continuidade da área de lazer, fazendo a ligação à praça já existente e enquadrando no projecto um edifício com boa implantação que pudesse albergar uma nova Unidade de Saúde Familiar, pensada de raiz e uma nova sede de Junta. Foi dito nos discursos da altura, que a renovação do Quartel da GNR seria uma situação temporária, e que a Vila de Joane merecia uma sede de junta com outra dimensão e capacidade. E para que o temporário não se torne definitivo, esta é a melhor oportunidade. Haja vontade e capacidade da Câmara Municipal. Mesmo sabendo das dificuldades que cada um dos leitores terá, arrisco a desejar a todos boas férias.

Encerramento de escolas e reorganização escolar em Ronfe Elda Silva

Eleita do PSD na Assembleia de Freguesia de Ronfe

Está fresca na nossa memória colectiva a decisão de encerrar uma escola em Ronfe. O seu encerramento, afirmava-se na altura (em 2006), justificava-se em virtude de o número de alunos ser reduzido. Como contrapartida seria o espaço (escola da Ermida) destinado à instalação do ensino pré-primário, sendo então reconhecido na carta educativa como uma das valências do ensino que importava instalar em Ronfe. Decorridos quatro anos, a suspensão virou encerramento, isto porque os filhos de Ronfe continuam a não poder usufruir do ensino préprimário público, gratuito e dotado de articulação pedagógica com os níveis de ensino que se seguem. Neste contexto, podemos afirmar que os ronfenses foram enganados! Foi então afirmado pelo Município que os edifícios escolares encerrados

seriam colocados à disposição das populações residentes. De facto, assim aconteceu durante algum tempo, funcionando como espaço de apoio para os cursos EFA, função entretanto abandonada, deixando o edifício da Ermida sub-aproveitado. Do conjunto de edifícios escolares do concelho então encerrados, este é o único que o foi de facto porque todos os outros foram colocados à disposição e ao serviço das freguesias. Mais uma vez os Ronfenses foram enganados ! Agora, decorridos quatro anos, eis que se anuncia mais uma devastação no parque escolar, cabendo agora a vez à escola da Lourinha. Não pretendo pôr em causa os motivos justificativos deste encerramento. No entanto, considero tratar-se de um critério meramente economicista. O Estado apresenta este e outros pacotes de encerramento como uma medida modelar para a melhoria do ensino em Portugal. Eu sou céptica em relação às reais intenções desta medida e receio que mais uma vez,

os ronfenses estejam a ser enganados porque o centro escolar já havia sido projectado e apresentado para Gemunde mas que logo de seguida foi reformulado na forma, no local e consequentemente no tempo! Eu utilizo a expressão “enganados” porque, de facto, sinto que o formos em diversos momentos, mas sobretudo, porque aqueles que têm a capacidade de decidir estas questões da educação não têm tido a capacidade de explicar aos ronfenses as suas ideias e intenções de forma clara e objectiva, sem receio da diversidade de opiniões. Sobre o encerramento da escola da Lourinha, persiste um conjunto de questões que, espero, estejam a ser acauteladas de forma a “minimizar” os custos da transferência para Gemunde. Está assegurado o seu transporte (à semelhança do compromisso assumido com a escola da Ermida), acautelando-se as condições de segurança exigidas na lei? Está assegurada a transferência dos

professores, nomeadamente aqueles que iniciaram e ainda não terminaram o ciclo com os alunos, de forma a acautelar eventuais perdas cognitivas em consequência da transferência? Está assegurada a “miscibilização” dos alunos de ambas as escolas (Gemunde e Lourinha) tendo em vista uma integração equilibrada? Está assegurado o normal funcionamento da escola de Gemunde com as devidas condições de salubridade das salas de aula em tempo útil, atendendo a que as obras de requalificação já deveriam ter iniciado logo após o final do ano lectivo? Foram os pais e encarregados de educação devidamente informados das razões objectivas do encerramento da escola da Lourinha? Foram as entidades locais directamente interessadas (Junta de Freguesia e Associação de Pais) ouvidas e envolvidas ou informadas sobre estas alterações ? Mais uma vez ficamos à espera para ver como todo o processo se desenvolverá.


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GUIMARÃES

Festas Gualterianas Procissão, batalha de flores e a marcha. Feira de artesanato. Concertos com Luís Represas (dia 30 de Julho, às 22h00, no Largo João Franco) e Muxima (projecto dinamizado pelo vimaranense Manuel d’Oliveira, com participação de Janita Salomé e Filipa Pais). Edição 2010 das Festas da Cidade e Gualterianas, entre os dias 30 de Julho e 2 de Agosto. O orçamento desta edição cifra-se em 200 mil euros. A crise ainda não atingiu a festa, tal poder vir a acontecer no próximo ano. Ano de obras no centro da cidade com vista à Capital Europeia da Cultura em 2012.


REPÓRTER LOCAL • JULHO DE 2010 • 5

LOCALIDADES Presidente da junta de oleiros

“Se o concelho de Joane trouxer benefícios para esta zona, porque não?” Joaquim Pereira fala dos projectos em carteira: Capela Mortuária e Praia Fluvial de Oleiros Redacção

O

leiros tem pouco mais de 600 habitantes. Além de pequena e de características rurais, a freguesia fica afastada do centro de poder municipal, mas o presidente da Junta não acha que a localidade esteja esquecida pela Câmara de Guimarães. Os problemas, diz Joaquim Pereira, são a crise e a falta de capacidade construtitva para evitar a debandada dos casais novos. Acha que a freguesia de Oleiros está esquecida, aqui neste canto do concelho de Guimarães? Não diria isso, não temos estado esquecidos, não temos tido investimentos mas isso deve-se ao período de crise que vivemos. Temos alguns projectos em carteira e tenho esperanças de que possam ser concretizados ainda no decurso deste mandato. Que projectos são esses? A Capela Mortuária e a Centralidade de Oleiros. A primeira representa um investimento de 80 mil euros, envolve a Junta de Freguesia e a Paróquia, com o apoio da Câmara Municipal. A Centralidade visa dotar a avenida que liga a sede da Junta à igreja e ao cemitério, passando a ser o centro cívico da freguesia. Quem vai gerir a Capela? A paróquia. Por um lado porque não houve nenhum pedido em sentido contrário e por outro porque é a entidade que terá mais ligação com o equipamento.

JOAQUIM PEREIRA

Não temos tido investimentos mas isso deve-se ao período de crise que vivemos. Temos alguns projectos que esperamos concretizar ainda no decurso deste mandato. Temos boas relações com a paróquia, que permitiram, por exemplo, construir as casas de banho de apoio à igreja e avançar com a Capela Mortuária. Há uns anos não era assim. O padre era o mesmo, o que mudou foi a predisposição para o diálogo. A Junta vai avançar com a criação de uma praia fluvial? Sim, é outro projecto. A Junta já adquiriu um terreno com cerca de 800 metros quadrados, junto ao rio Pele, junto à ponte, no próximo ano devem começar os trabalhos de reconversão do espaço, de forma a que ali surja uma zona de lazer com estruturas de apoio para os “banhistas”. O argumento da crise como justificação para a falta de investimentos contrasta com um caso muito próximo, o da piscina de Airão S. João, que custou 400 mil euros... Já estava previsto há muito. Ter uma piscina não é das nossas prioridades. Não invejo a obra, acho que está ali

algo que orgulha Airão S. João, mas também não podemos sonhar com uma piscina em cada freguesia. A Câmara procura distribuir os equipamentos por todo o concelho, essa tem sido a sua preocupação. A escola corre o risco de fechar por falta de alunos? Não corre o risco de fechar (temos 21 crianças), apesar da debandada registada no último ano. Os casais jovens deixam a freguesia atraídos por centros urbanos à volta. Outros porque até gostavam de ter residência em Oleiros e têm terreno, mas não podem construir por causa do PDM. O PDM define que esta é uma freguesia rural e assim vai continuar a ser. O que pensa da criação do concelho de Joane, abrangendo Oleiros e outras freguesias? Seria uma questão a pensar. Se daí viessem benefícios para a freguesia e para esta zona, pois claro. Tudo que seja para trazer benefícios é benvindo.

Oleiros pode ficar sem escola A única escola do primeiro ciclo de ensino básico existente na freguesia de Oleiros vai manter-se este ano lectivo em funcionamento com o número mínimo de alunos exigido pelo Ministério de Educação. A resolução do Conselho de Ministros 44/2010 determina que sejam encerradas as escolas com menos de 21 alunos. Ora, segundo

Silvério Silva, do Agrupamento de Escolas Abel Salazar, no ano lectivo 2010/2011 a escola de Oleiros terá precisamente o número mínimo de alunos (21) exigido pelo plano de reorganização escolar do ministério. A manter-se esta medida em 2012, a escola, que tem perdido alunos de ano para ano, corre o risco de encerrar.

VERMIL

CNE prepara comemorações dos 75 anos Filipe Fernandes foi recentemente reconduzido no cargo de chefe do agrupamento de Vermil do Corpo Nacional de Escutas (CNE). Com 88 elementos, divididos pelas várias secções da instituição, os escutas de Vermil vão focar a sua actividade, no próximo ano escutista, na preparação das comemorações dos 75 anos do agrupamento, em 2012. Integrado no Círculo Oeste do CNE de Guimarães, o agrupamento vermilense desenvolve ao longo do ano diversas actividades dirigidas à formação dos jovens da paróquia. “Por definição, o escutismo é uma escola de formação assente no factor físico, cultural, intelectual, social, carácter e espiritual”, recorda Filipe Fernandes. Além de sede própria cedida pela paróquia, os escuteiros contam ainda com o Campo de Formação Padre Flávio, no Monte de S. Miguel, palco privilegiado para a execução das actividades. Trata-se de um espaço que a paróquia concessionou à gestão dos escuteiros e que reúne condições que poucos agrupamentos possuem. “O campo enquadra-se na natureza, que é o habitat perfeito para os escuteiros. Trabalhamos nele ao longo de todo o ano e é lá que realizamos o acampamento anual. Além disso, não raras vezes, o espaço é requisitado por outros agrupamentos vizinhos”, refere o dirigente. Filipe Fernandes elege a dificuldade de tempo entre os dirigentes como principal dificuldade. “O escutismo é uma actividade de voluntariado de tempos livres que nos ocupa muito tempo. Todos temos os nossos trabalhos e nem sempre se consegue conciliar disponibilidades”. Em Vermil, segundo esta fonte, ainda se consegue cativar jovens para o escutismo apesar de, nos dias que correm, existir muita concorrência em matéria de ocupação dos tempos livres. “Antes só existiam os escuteiros, era a única associação que reunia os jovens da freguesia, agora a oferta é muita e ajuda a dispersar. Contudo, o escutismo continua a ser uma instituição que oferece segurança aos pais”, conclui.


4 • JULHO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

Localidades

SIGLA DEP Concerto de apresentação do novo single (“Fugir de ti”) do grupo SIGLA DEP, de Ronfe, no restaurante Petiscos & Companhia, em Brito. Dia 31 de Julho às 22H00.

RONFe • polémica

“Têm aparecido muitas dívidas preocupantes” Júlio Silva, auto-intitulado presidente da Casa do Povo de Ronfe Luís Pereira

Qual é o seu projecto? Devolver a Casa do Povo aos ronfenses. Voltar a dar-lhe a actividade que não teve nos últimos dez anos. Vão distribuir as receitas pelas associações? Numa primeira fase serão usadas para pôr a casa a funcionar. Posteriormente, serão distribuídas por projectos de interesse para a freguesia. Em que moldes vai acolher a sede da Junta? Será cumprida a promessa da anterior direcção e da Câmara. Será instalada na parte superior, conjuntamente com os correios. É o melhor edifício para isso. Vai pedir auditoria às contas? Têm aparecido muitas dívidas que nos preocupam. Ao fisco, ao contabilista... A principal é a devolução do dinheiro recebido para uma obra que não se fez. Não deixaremos passar em claro os erros que

possam ter sido cometidos. Equaciona uma queixa ao Ministério Público? As queixas ficam, por agora, para quem só quer o mal da instituição. Capela Dias fez queixa à GNR por terem, alegadamente, “tomado de assalto” a Casa do Povo. Como reage? Isso de ocupar, assaltar ou revolucionar é mais à moda do Dr. Capela. Deveria ter feito um melhor trabalho. Um presidente que

não marca assembleias, que não cumpre com o seu papel ao longo de 13 anos, que não fornece informações aos sócios, que assume que nunca ninguém apresentou contas ou as discutiu, não tem qualquer legitimidade. N ão t eme q ue a C âmara de Guimarães não reconheça legitimidade à direcção e recuse apoiar? Estamos à vontade porque acreditamos no presidente como um amigo de Ronfe. A Câmara não embarca em malabarices ao estilo Dr. Capela. A gestão do bar pode ser entregue ao Desportivo? A gestão vai ficar com a direcção, em moldes a definir. O bar está a ser gerido por uma pessoa da terra, experiente. O Dr. CapelaDias anda a dizer que está interessado em resolver tudo e por consenso. Na verdade, não quis saber de nada nem tão pouco conversou com ningué m para re solve r os problemas da Casa do Povo.

CAPELA DIAS “Manobras na sombra” Capela Dias, presidente da Assembleia Geral da Casa do Povo, diz que já prestou declarações à GNR, admitindo que o caso venha a ser comunicado ao Ministério Público. Por outro lado, diz que comunicou aos bancos, para bloquearem as contas, à Câmara de Guimarães e à Santa Casa de Lisboa. “Deixei claro que a

responsabilidade é da Lista B e de quem na sombra a manobra”. Capela duvida do regresso da normalidade. “Não há condições psicológicas e de segurança para que as reuniões decorram sem insultos e ameaças físicas. Há manifestações de força, tomadas de posição acaloradas e manobras sujas de políticos sem ética que

atiram a Casa do Povo para um beco sem saída”. Capela diz que “na Lista B há gente que deseja uma Casa do Povo dinâmica e viva. Quando se aperceber vai ver que foi manipulada por quem quer apropriar-se de um edifício valioso surripiado aos seus legítimos proprietários, os Associados”.

RONFe • ensino

Falta de crianças fecha escola da Lourinha A escola básica do primeiro ciclo da Lourinha, em Ronfe, vai fechar no próximo ano lectivo por não cumprir o número mínimo de 21 alunos definido pelo Ministério da Educação no âmbito da reorganização escolar. As 16 crianças que estavam inscritas naquele estabelecimento de ensino serão transferidas para a vizinha escola de Gemunde. Silvério Silva, do Agrupamento de Escolas Abel Salazar, já comunicou aos pais a decisão da Direcção Regional do Norte (DREN). “Eles manifestaram compreensão. As principais dúvidas residiam nos transportes, mas já estão assegurados pela Câmara Municipal de Guimarães. O ponto de encontro para recolha das crianças será junto à escola que agora fecha”, refere aquele responsável. Desta forma, a vila de Ronfe contará com um único estabelecimento de ensino do primeiro ciclo em

funcionamento, ou seja, a escola de Gemunde que vai acolher em Setembro 167 crianças. Outrora apontada como localização do futuro Centro Escolar (entretanto mudado para junto do pavilhão), a escola de Gemunde está em obras. Trata-se de uma intervenção a executar em 60 dias e com um custo de 27 mil euros. Contempla reparações na cobertura e no soalho, colocação de estores, pintura de paredes e tectos e isolamento térmico de casas de banho. Segundo a autarquia, a escola de Gemunde apenas estará em funcionamento por mais dois anos lectivos; depois, os alunos serão transferidos para o Centro Escolar a construir. O edifício da escola da Lourinha pertence a um privado que o tem arrendado à Câmara, pelo que, com esta decisão, o mais certo será a sua devolução ao proprietário.

CRÓNICA

Ronfe: uma memória inquieta Firmino Mendes Poeta. Natural de Ronfe

Há muitos anos afastado da minha terra natal, vivendo a centenas de quilómetros, sempre que penso em Ronfe, a memória regressa à pesada infância e ao campo de cicatrizes que a preenche e leva-me sempre para as margens do Ave, nem eu sei bem porquê. Recordo agora a terra presa entre a igreja e a fábrica, inculta, subserviente, resignada, à espera de um inexistente além que pudesse amainar a vida dolorida. E dói muito ter visto colegas de escola entrarem cedo nas fábricas, quando era tempo, ainda, de serem meninos. E que mereciam hoje uma indemnização do Estado pelo crime que sofreram. Há quarenta ou cinquenta anos, Ronfe vivia ao ritmo dos canudos das fábricas e dos turnos. Uma prisão. Um campo minado pela miséria e pelo trabalho mal pago e sem quaisquer direitos. O salazarismo mantinha os seus pilares de repressão, medo e analfabetismo. Ligava-se bem à igreja e à bufaria e Ronfe não escapava a essas garras que amarravam um país e as margens mansas do rio Ave, ainda razoavelmente limpo. Ali aprendíamos a nadar e nos refrescávamos das horas de bola de trapos. Estávamos longe da poluição avassaladora e dos fundos comunitários que, em vez de limparem o rio das tintas e dejectos de aviários, vieram encher os bolsos de muitos e deixar as próprias margens intransitáveis, como se vivêssemos sobre poços de crude. No mínimo, um roubo sem vergonha. Depois do 25 de Abril, sonhávamos com um mundo novo. A freguesia, mesmo assim, continuava presa à resignação e à obediência monsenhoral, aos ex-bufos da pide e aos cursistas de cristandade, dependentes do indecoroso fascista cónego Melo. Hoje, bem de longe, continuo a olhar para a freguesia com um estranho carinho. Dóime que seja vila, ou antes, que os cidadãos pensem que ganham alguma coisa com isso, como um analfabeto julga ser letrado por trazer um livro debaixo do braço. E lembro as semelhanças com vilas como Sintra (o segundo maior concelho de Portugal, em população, depois de Lisboa) ou Oeiras (o concelho mais rico de Portugal e com mais licenciados per capita) e freguesias como Carnaxide, por exemplo, que há mais de vinte anos tem escola secundária, bombeiros, esquadra da polícia, uma biblioteca e um auditório de qualidade, casa de saúde, hospital, lar de terceira idade, etc., e continua a ser freguesia sem nunca pensar em ser vila. Em vez de uma biblioteca e auditório de qualidade, de um centro cultural multifuncional, de um amplo espaço para todos os desportos, de um rio limpo e com margens para lazer e campismo, temos um título de vila e sorrimos do alto da nossa superioridade saloia. Ronfe ainda me dói.


3 • JULHO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL

RONFE NA NET www.praiafluvial.blogspot.com; www.apeb1ronfe.blogspot.com; grupo111ronfe.blogspot.com. Basta ir à Internet

em foco

Desportivo de Ronfe parte para nova temporada com novos treinador e presidente MEMÓRIA

Eduardo Pereira, ex-Polvoreira, conta com plantel de 20 jogadores. Direcção quer atingir os mil sócios

Plantel 2010/2011

RENOVAÇÕES (8) Guarda-redes Espinha Defesas Vitor Vaz e Rui Garcia Luís Pereira

E

duardo Pereira deixou o Polvoreira para treinar a equipa de futebol do Desportivo de Ronfe. Ao Repórter Local, o novo técnico diz que “estão criadas as condições para o Desportivo fazer um bom trabalho”. Ficou surpreendido com o convite do Ronfe? Fiquei super contente porque é o reconhecimento do meu trabalho. Quais são as expectativas? Iremos tentar fazer um campeonato tranquilo, sabendo de antemão que não será fácil. A equipa foi construída sem pressões mas foi feita à última da hora. As coisas

“Iremos tentar fazer um campeonato tranquilo, sabendo de antemão que não será fácil”

feitas em cima do joelho não são tão fáceis de organizar. Apesar de tudo, temos um bom plantel para um campeonato tranquilo. Que dificuldades espera? Uma delas prende-se com o timing

em que começará a competição. A maior parte dos jogadores entra agora em férias das empresas onde trabalham e vão ter que se privar delas para começar a treinar. Tem o plantel que desejava? Foi um plantel construído por mim e por isso estão criadas as condições para fazer um bom trabalho. Trouxe consigo quatro jogadores do Polvoreira. Isso dá-lhe maior segurança? São jogadores que se encaixam neste campeonato. O Polvoreira teve uma equipa construída para subir de divisão e quando assim é, os jogadores servem perfeitamente para, na Honra, fazer um campeonato tranquilo. A juntar a isso temos jogadores que transitam da época passada no Ronfe e que são óbvias mais-valias.

Médios Peixe; Nelson e Miguel Avançados Israel e Diogo

AQUISIÇÕES (12) Guarda-redes Micael (ex-Sta. Eulália) Defesas Branco, André, Sérgio (exPolvoreira) e Macedo (ex-Júnior) Médios Alfa (ex-Airão); Faria (ex-Polvoreira) e Bravo (ex-Taipas) Avançados Cris (ex-Campelos); Lopes (ex-Ponte); Diego (ex-Prado) e Pedro Mendes (exSerzedelo)

Direcção quer aumentar número de sócios O Desportivo de Ronfe colocou fim ao impasse directivo e conduziu Carlos Oliveira para a presidência do clube. Na tomada de posse, a 18 de Julho, o presidente do Desportivo de Ronfe foi parco em palavras, assegurando apenas ser “uma pessoa de trabalho”. “A direcção compromete-se a trabalhar durante um ano e depois fará o seu balanço”, disse Carlos Oliveira O vazio directivo foi ultrapassado com a ajuda da Junta local e do pároco João Silva, que foi

eleito presidente da Assembleia. O sacerdote pediu “empenho” de todos os sócios dizendo ser esse o “segredo do sucesso”. Segundo José Carlos Alves, dirigente que falou à imprensa, a direcção eleita pretende abrir o clube a novas modalidades e conseguir novos sócios. Actualmente o clube conta com 400 sócios com quotas em dia. “O clube não pode estar centrado só no futebol. Esta direcção vai trabalhar em equipa, deixando a política de funcionamento presidencialista. Além

disso, vamos lançar uma campanha de angariação de novos sócios pois o cube para sobreviver precisa de ter um milhar de associados”, refere. Sobre a equipa principal, Alves diz que o objectivo é a luta pela manutenção e confessa que com o impasse directivo prolongado, o clube acabou por deixar fugir alguns dos seus jogadores. Nas ambições desta direcção está também a construção de uma sede e bar, perdidos com a transferência da instituição para as novas instalações.


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Nº 136 • ANO XII • JULHO 2010 • GRATUITO • MENSAL • PROPRIEDADE: TAMANHO DAS PALAVRAS, LDA

Ronfe • pág. 04 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE

À VÁ INA A! SC L PI BOR 2 1 DE Pág.

Falta de alunos fecha escola da Lourinha Casa do Povo Júlio Silva e Capela Dias trocam acusações Vermil • pág. 05

CNE prepara comemorações dos 75 anos

Desportivo de Ronfe Plantel 2010-2011

Pág. 3

Gualterianas Guimarães em festa 30 de Julho a 2 de Agosto

Crónica • pág. 04

Ronfe: uma memória inquieta. Texto de Firmino Mendes

Um jornal, duas capas

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Esta edição tem duas capas. O leitor pode optar pela capa que mais se adequa à sua área de residência.


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