Novemb

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MÚSICA | p. 09

O “pimba lixado” dos Colibri

VERMIL | p. 07 Vermilense de 33 anos assassinado em Angola

Nº 175 • ANO XV • NOVEMBRO 2013 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE

MARGARIDA MACHADO

JOANE | p. 10 e 11

Craque de Pousada brilha na selecção portuguesa de futebol feminino que foi ao Europeu 2013 em Inglaterra MÚSICA | p. 10 e 11

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Tal como o pai, que foi titular no Vitória de Guimarães, Margarida sente uma grande paixão pelo futebol mas quer “estudar e ter boas notas” para seguir Medicina.

JOANE | p. 03 e 05 ATC sem estatuto de utilidade pública Colectivo 88: os jovens querem evitar a “morte cultural” de Joane

CASTELÕES | p. 15 Freguesia corre o risco de não ter espaço para sepultar os mortos no final de 2014

STª Maria | p. 13 A ARCA ainda mete medo à igreja local?


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REPÓRTER LOCAL • NOVEMBRO DE 2013 • 3

UM COLECTIVO À PROCURA DE NOVAS IDEIAS Numa fase inicial, o Colectivo 88 vai usar o auditório da antiga sede da Junta. A realização de um filme é uma das primeiras actividades.

EM FOCO

E

stá em marcha um novo projecto associativo ligado às artes e à cultura em Joane. O “Colectivo 88” está oficialmente constituído e junta jovens e ideias que prometem dar vida à vila. Mário Macedo e Daniel Fernandes são os impulsionadores do projecto que pretende explorar, ao nível artístico, o potencial de Joane e arredores. O primeiro projecto é a realização de uma curta-metragem filmada inteiramente na região e por gente da terra. A Junta de Freguesia de Joane já abraçou o projecto cedendo o auditório da antiga sede para o colectivo, que não viverá só de cinema. Inclui jovens que pretendem expressar-se nas diversas áreas artísticas. “Queremos actuar como uma pequena produtora e ajudar a que esta zona esteja mais ligada a propósitos artísticos no futuro, com filmes, fotografia, dança, teatro ou festas”, explica Mário Macedo. O realizador considera que Joane carece de dinamismo cultural e teme que o marasmo, com o tempo, possa tornar a vila num sítio “aborrecido”. “O Colectivo 88 quer mudar isso, quer ouvir novos projectos, ideias, realidades. Queremos colaborar com outros artistas- bandas, argumentistas, fotógrafos e criar uma pequena comunidade artística em Joane, onde todos os que simpatizam ou criam arte se encontram e fazem as coisas

UM ANO, D O I S P R O J E C TO S

Colectivo 88 quer lutar contra o marasmo cultural de Joane O “Colectivo 88” está oficialmente constituído e junta jovens e ideias que prometem combater o marasmo cultural de Joane. Mário Macedo e Daniel Fernandes são os impulsionadores do projecto que pretende explorar, ao nível artístico, o potencial de Joane e arredores. A realização de uma curta-metragem é uma das primeiras actividades.

acontecer”, adianta. A associação está aberta a todos os que se queiram juntar e envolverem-se neste dinamismo cultural, sem restrições de idades. “Isto é ainda um embrião mas a intenção é ter projectos que abarquem diferentes tipos de pessoas, desde o senhor mais velho que tem uma história incrível de vida até ao miúdo da escola que gosta muito de fotografia e filmes e quer saber mais. Vamos tentar criar

workshops, diferentes actividades e pequenas festas”. Mário Macedo diz ter noção de que nestas coisas nem tudo são rosas, mas que arriscar é sempre melhor do que cruzar os braços. “Sei que pode haver uma réstia de sonho neste projecto, e megalomania, mas sem isso também não valeria a pena sequer começar algo”, conclui o realizador de Joane. L u í s Pe r e i r a

Em menos de um ano surgiram dois projectos a p o s t a d o s e m t i ra r Jo a n e d o m a ra s m o c u l t u ra l . E m Janeiro surgiu o “Espaço Mutante”, na antiga escola de Giestais. Dez meses de pois, o seu principal impuls i o n a d o r, B r u n o M a r t i n s , não esconde o desalento e confesssa que, se não fosse o g ra n d e s u c e s s o d e Ve rã o dos “Contos d`Àvó”, hoje p e n s a r i a d u a s ve z e s a n t e s de lançar o projecto em Jo a n e . “ Po r m a i s d i v u l g ação que se faça, por mais que reduzamos os preços e alarguemos as ofertas, não há inscritos para as oficinas e workshops que tentamos promover durante este ano na nossa sede”, lamenta. Bruno Martins defende uma política de financiam e n t o à C u l t u ra p o r p a r t e das entidades públicas, única forma de evitar que a cultura desapareça . “Uma localidade que deixa desaparecer a cultura , tornase cinzenta”, diz Bruno Martins. Mário Macedo, do Colectivo 8 8 , l a m e n t a o va z i o d e o f e r t a c u l t u ra l e m Jo a n e , que “está mais que morta culturalmente” e onde é e s c a s s a a o f e r t a c u l t u ra l . “O cineclube mudou-se p a r a Fa m a l i c ã o , o s c o n certos são escassos, a vida nocturna é entediante. Sinto estagnação e isto não precisa de ser assim. Dizem que há um sem fim de associações culturais em Joane mas eu perguntome: quais? Contam-se pelos dedos as que produzem r e s u l t a d o s ” , co n s i d e ra .

PROTAGONISTAS

BRUNO MARTINS

TIAGO ALVES

MARGARIDA MACHADO

BRUNO CAMPOS

CUSTÓDIO OLIVEIRA

DESALENTADO

A TESE

CRAQUE

O ESTREANTE

PREOCUPADO

Se soubesse o que sei hoje...! Bruno Martins, a alma do projecto Didascália e do Espaço Mutante, não esconde o desalento face ao alheamento dos joanenses em relação aos projectos culturais que têm sido dinamizados.

Enfermeiro no Hospital de Guimarães, Tiago Alves, de Joane, viu a sua tese de doutoramento, publicada em 2010, ser adoptada pela classe médica e pelas entidades públicas como forma de tentar poupar dinheiro.

Quando era mais nova, na escola havia quem a chamasse “Maria rapaz” por andar sempre a jogar à bola. Agora, aos 16 anos, é uma artista e por isso mesmo foi chamada à selecção nacional de futebol feminino.

O novo presidente da Junta de Castelões tem pela frente vários desafios. Um deles é mostrar aos fregueses que não vive na sombra do anterior presidente, Francisco Sá. Outro é o cemitério lotado à espera de ser alargado.

O presidente da ATC de Joane dispensava bem a decisão governamental de cortar o estatuto de Utilidade Pública que detém desde 1982. Custódio Oliveira garante que vai reagir, se necessáro através do tribunal.


4 NOVEMBRO DE 2013 • REPÓRTER LOCAL

OPINIÃO | Pag. 18 SÁ MACHADO “Não havia necessidade” MARÇAL SALAZAR “Como tudo na vida”

RL ANTES DO NATAL

Como é habitual, a próxima edição do RL sai antes do Natal. A edição natalícia chega aos leitores a 20 de Dezembro.

REPÓRTER LOCAL • NOVEMBRO

ENTREVISTA

editorial

DE 2013 • 15

DAS ELEIÇÕES? AUTARCAS : E DEPOIS evistas ção um ciclo de entr O RL inicia nesta edi Junta eleitos em Setembro. com os presidentes de os e às o pulso aos project Pretende-se tomar O primeiro entre vistado frustrações dos autarcas. do PS de Castelões. é Bruno Campos, autarca

CASTELÕES • POLÍTICA

JOAQUIM FORTE

“Em 2014 podemos ficar sem espaço para sepultar os mortos” BRUNO CAMPOS Freguesia Presidente da Junta de de Castelões (PS)

Política, violência e cultura Os Encontros de Outono organizados pelo Museu Bernardino Machado e Câmara Municipal de Famalicão provaram, na sua XVI edição (22 e 23 de Novembro, na Casa das Artes) que são uma das iniciativas culturais emblemáticas do concelho. Este ano dedicados à temática “Violência e Poder Político: 1910-1974”, contaram com a presença de figuras fulcrais da história nacional, como Irene Pimentel, Fernando Catroga e Luís Farinha, entre outros. O historiador Luís Farinha, numa comunicação centrada no período após o golpe militar de 28 de Maio de 1926, que pôs fim à I República e abriu caminho para o Estado Novo de vida longa, (até 1974) apontou alguns momentos que, lidos a esta distância, não deixam de despertar atenção. O historiador apontou alguns sinais do estertor republicano, como a degradação democrática e o papel dos órgãos de comunicação social cada vez mais

sidades… m p r o m i s - neces sem Estabelecemos co es tem muitas zonas o mas sem Castelõ sos com a populaçã da rede de saneae não a cobertura es promessas porqu mas ruas estão em eleito com grand e nós. mento. Algu Bruno Campos foi derem totalmente d de degradação mas ta pretende , p e l o P S , depen to do elevado grau Como é que a Jun maioria absoluta sem as jecto do alargamen queremos intervir o lado social eleições de O pro a amental e im- não actuar no que toca a em Castelões, nas , cemitério é fund uturas básicas. Seri r e t s s i r e c a e? e r f d n i o p m e t m nesta época de cris Setembro.E dível. directa com ao alarga- prescin u a um erro. Te m o s u m a l i g a ç ã o o autarca refere-se e ponto está a s r do Goruimos percecomo obra E m q u O Parque de Laze as pessoas e conseg mento do cemitério tização? a d e s . Va m o s hão? teme que, concre ber as suas necessid . c o n s e g u i d o e gul o l á t á i “imprescindível” e s d e a o a n e r e r p r m e e t s r O a t pessoas que a freguesia p r o - É ingrato es alargar essa rede de sem isso, em 2014 recentemente um ndo as s legais de terrenos ra sepultar h o u v e no terreno envolve e u r o s Há questõe o l ã i t s m e o o r t s a a u fique sem espaço pa m q s e a d d tocolo alhando em m de ser trata associações e trab nicípio que que tê os mortos. as priocelebrado com o Mu rave principal é o d s é uma freguesia t e n õ e l e t s o a d C a . n e o i d c e r c e r i eiro por ser d sentido que s em função do dinh residente a c a b o u pequena e não faz virtude de ridade Francisco Sá, ex-p para escavações em Ambicionamos um alhe virada . b s u a o o r t t m n e o t o ã c ç e i u , u s q t i i t o s d n i o a cad no. e seu númer ço dedicado problemas no terre adianta senParque com um espa ? para si própria . Não para o resultado segue? atro mas e e s t i e f depois u n e a q s s O m e u d , a e a d t r l u u e t c u l i f q u por Cas- à c tirmos as di Não o posso negar úmero de óbitos em p a r a a c u d i r. pital para investir, a s p e s s o a s Se o n emos não temos ca não tivermos meios nho a noção que se mantiver chegar e uma só vez. Até o orçamento er um pre - telões para pelo menos d Po r i s s o , n o p ró x i m habituaram-se a t de 2014 sem espaço lsa de apoio mandato estaremos a z t u d o . A ao fim criaremos uma bo global ao final do sidente que lhes f parque não tar. O investimento parcas verbas muito limitados e o inha equipa sepul solidário dentro das presença dele na m aos cem mil euros. em er que e que pode chegar rioridades - a não s spomos, para ajudar d i p d a a i e t é u n q a r a e a d s g a o m m a o c d n a t u foi vis das famílias. oie significativaO dinheiro não ab situações urgentes r isso a Câmara ap isso continuaria. sidade é grande e po ociativismo, . uia da ex- neces Em matéria de ass ar soluções mente Isso eleva a fasq de classificação teremos de encontr soas? o que há a fazer? ã o d e O processo pectativa das pes ltou a ser a sua concretizaç ação trabalha dos Aquedutos vo dade acres- p a r a Sinto que cada associ lias É uma responsabili faseada. z questão de iado. Que mais-va para si própria. Fi ncisco Sá é forma residente aprec p ? o ulo e m ã i s s ç s cida porque o Fra i a m c d i e e f s i h a s l l s e e a u l s a c q azer a reunir com tod autarca ao O assunto? pode tr uma referência de er o espirito da Câmara sobre o anterior tinha catâneo para promov ada. O O p r o c e s s o nível municipal. deve existir situação seria analis ter-se voltado a de comunidade que d o B r u n o Que a revê d u c a d o , d a í Não há o risco quena como nto da Câmara não p candidatura. A numa freguesia pe sombra” orçame lões, s u b m e t e r a a Campos ficar “na o produtiva e em 2014, para Caste preocupação é com esta . Foi uma reuniã , u m a v e z nada, ossa ser primeira de Francisco Sá eu lado arquistrado que há muito s s admito que a obra p n a o o d m m o e ã ? d ç a a u t v o n r c i u e f s J e a r n p e c érica que ele permane precisava de ado à volta. ada na rubrica gen que este encontro tectónico e o edific eio. Convi- integr Não tenho esse rec otocolos. rojecto da Câmara ser promovido. que ele não dos pr ério Já existe um p presidente dei-o na condição de gamento do cemit para requalificar O q u e e s p e r a d o n o vo esidente ao O alar u a l - de Famalicão licão? teria de ser um ex-pr comprometer q ndo-a num ponto d a C â m a r a d e Fa m a ume as suas p o d e o de a zona, torna transparente serviço da Junta. Ass utro investiment vel. A falta Pareceu-me muito turístico e agradá ecimento e quer o ima de tudo, funções, o seu conh numento em Castelões? e sincero. Espero, ac classificação do mo tactos que vulto o igual entre do e sim. Do nosso da os importantes con que haja tratament bilita um parecer gir Com certeza qu i a s s e o d p e d m i a d r 0 e 7 b ( i l 4 a 1 0 e 2 h haja repartem dão-l orçamento para e Gestão do Patrias freguesias. Que presidente magro evisto Instituto d rbas e autonomamente. O uros), metade do pr igatório para o equitativo de ve e t r l n b i e o m m é i t e u u o q s , , o e i t n n ó e m m alide Junta, efectiva vestimento está can ntervenção investimento. mais-valia para in a concretização da i rio. eu, contando com a zado para o cemité ística. como ele. em outras urban de um número dois Mas a freguesia t ridades? Quais são as prio

“Promover espírito de comunidade”

Luís Pereira

apostados na exploração de “temas vulgares despertadores das reacções violentas dos leitores, amplificados na sociedade”. Conjugados, acabaram por desempenhar um papel preponderante nos finais do regime republicano. A questão da dívida pública, a crise a justificar a política de excepção e ataques ao funcionalismo público. A escolha do tema revelou-se de resto actualíssima, à luz de declarações proferidas por Mário Soares, em Lisboa, que muitos encararam como um incitamento à violência e outros como alerta oportuno e avisado - e que, de resto, não são muito diferentes das que o Papa Francisco escreve na sua exortação apostólica “Evangelii Gaudium” (“A Alegria do Evangelho”).

Os Encontros de Outono provaram mais uma vez que são um fórum relvante de discussão e de reunião de historiadores. Terá faltado, talvez, uma pers-

DIAS DE ONTEM

PAGS. 15 | ENTREVISTA O RL inicia nesta edição um ciclo de entrevistas com os presidentes de Junta eleitos em Setembro. O primeiro entrevistado é Bruno Campos, de Castelões

pectiva mais local (Famalicão, Vale do Ave) sobre resistência e violência durante, por exemplo, o Estado Novo. Há ainda um outro dado digno de realce: o anúncio, por parte do presidente da Câmara Municipal, da criação em Famalicão de um Centro de Investigação do Vale do Ave, dinamizado pela autarquia, em parceria com outras instituições, como forma de afirmar o município no panorama nacional da investigação cultural. Precisamos de iniciativas deste calibre, mas não só na cidade de Famalicão. Porque não em Joane? Até para contestar a conclusão legítima que alguns jovens têm hoje quanto ao dinamismo cultural da terra - leia-se (página três) o trabalho sobre o aparecimento de um novo projecto cultural-artístico e as declarações desalentadas do realizador de cinema Mário Macedo, de Joane, quando diz que a vila “está morta em matéria de dinamismo cultural”.

o que se diz “O número de desempregados inscritos no Centro de Emprego de Famalicão reduziu mais de oito pontos percentuais desde Janeiro deste ano”. Cidade Hoje “Morreu Nelson Mandela, um exemplo de paz, coragem e união” Diário de Notícias

Hoje, em muitas partes, reclama-se maior segurança. Mas, enquanto não se eliminar a exclusão e a desigualdade dentro da sociedade e entre os vários povos será impossível erradicar a violência”. Papa Francisco

GUIMARÃES, 1987 A equipa da Rádio Jovem de Joane que venceu, em 1987, o Torneio de Rádios Locais q u e t e v e l u g a r e m G u i m a rã e s . Ve r d a d e i ro s c ra q u e s , h o j e e m “co m p e t i ç õ e s ” b e m d i ferentes. José Santos e Sá Machado são vereadores na Câmara de Famalicão; Ricardo G u e d e s e M i g u e l C o e l h o , e n t r e o u t ra s co i s a s , s ã o m e m b ro s d o P S D d e Jo a n e ; e L u í s Santos integra o executivo PS da Junta joanense. Propriedade e Editor - Tamanho das Palavras, Lda - Rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão Telefone 252 099 279 E-mail geral@reporterlocal.com Membros detentores de mais de 10 % capital Joaquim Forte e Luís Pereira Director Joaquim Forte ( joaquim.forte@gmail.com) Redacção Luís Pereira (luispereira@reporterlocal.com) Paginação Filipa Maia Colaboradores Fernanda Faria; João Moura; Luís Santos; Sérgio Cortinhas; Quintino Pinto Impressão Gráfica Diário do Minho | Tiragem 4000 ex. Jornal de distribuição gratuita Distribuição: Alberto Fernandes | Registo ICS 122048 | NIPC 508 419 514

“Esperemos estar ainda a tempo para que o discurso de Mário Soares na Aula Magna não venha a ser recordado no futuro pelo seu profético rigor”.

que Cavaco Silva deve demitir-se da Presidência enquanto pode “regressar a casa sossegado”, não está a deixar no ar apenas mais um aviso: está a verbalizar uma ameaça. Manuel Carvalho, Público

“O ministro das Finanças britânico, anunciou nesta quinta-feira que a idade da reforma acompanhará o aumento da esperança média de vida o que, segundo anunciou, fará com que quem esteja agora a entrar no mercado de trabalho, provavelmente, só terá direito a reforma depois dos 70 anos”. Público

Viriato Soromenho Marques, DN

“Professores marcam greve para 18 de Dezembro”.

“Se, em democracia, a violência política não é admissível, seria bom regressarmos rapidamente à democracia”. José Vítor Malheiros, Público “Quando Mário Soares diz

Diário de Notícias

“Quantidade de milionários em Angola vai subir 144 por cento até 2030”. Diário de Notícias


REPÓRTER LOCAL • NOVEMBRO DE 2013 • 5

VERMOIM | ACV PROMOVE JANTAR DE NATAL A Associação Cultural de Vermoim promove no próximo dia 14 de Dezembro o seu jantar de Natal. A iniciativa pretende juntar atletas e apoiantes da ACV e realiza-se num restaurante em Joane.

LOCALIDADES JOANE • ASSOCIAÇÕES

Governo retira estatuto de utilidade pública à ATC Presidente da associação admite recorrer a tribunal para contestar a decisão se ela vier a revelar-se gravosa para a ATC Luís Pereira

O

Governo retirou o estatuto de Utilidade Pública à Associação Teatro Construção (ATC) de Joane. A decisão, publicada no Diário da República de três de Dezembro por despacho do ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Luís Marques Guedes, pode acarretar sérios prejuízos para as diversas valências sociais da ATC. A notícia foi recebida com surpresa e preocupação e a ATC vai pedir aconselhamento jurídico para se certificar de que a decisão não implica a perda de regalias, como as que decorrem das isenções fiscais. “Estamos convencidos que a perda do estatuto decorre do facto de até aqui existir uma duplicação de direitos por, em simultâneo, sermos também uma Instituição Particular de Solidariedade Social”, aventa Custódio Oliveira, presidente da ATC, que já pediu aconselhamento junto da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade. “Eles desconheciam outro caso como o nosso, de sermos

IPSS e termos estatuto de utilidade pública, e isso faz-nos crer que o despacho é meramente burocrático e que não implica a perda de qualquer direito e regalia”, adianta Custódio Oliveira. O despacho ministerial justifica a cessação do estatuto considerando a informação constan-

Sem negar que a imagem da ATC fica prejudicada com a decisão, Custódio Oliveira quer certificar-se de que o despacho nada altera no que diz respeito a protocolos de apoio com as instituições do Estado e admite recorrer a tribunal caso o cenário seja outro.

ATC obteve estatuto em 1982 O estatuto de utilidade pública f o i c o n c e d i d o à ATC e m 1 9 8 2 , p o r despacho do primeiro-ministro de então. Esta distinção confere às pessoas colectivas abrangidas isenções fiscais e outras regalias. Segundo um jurista contactado pelo RL , a cessação do estatuto implica a perda dos benefícios e o acesso a apoios do Estado, nomeadamente comparticipações e protocolos com a Segurança Social. N o c a s o e m co n c r e t o d a ATC , como mantém o estatuto de

I n s t i t u i ç ã o Pa r t i c u l a r d e S o l i d a riedade Social, tais benefícios, à partida , continuam garantidos. “É uma questão de interpretação da lei”, referiu a fonte. A ATC p r e s t a s e r v i ç o s s o c i a i s diários a centenas de pessoas da região ao abrigo de protocolos e acordos com organismos públicos, como a Segurança Social. Se a perda do estatuto de utilidade pública significar a perda destes a p o i o s , a s co n s e q u ê n c i a s p o d e rã o ser dramáticas para a instituição e para a região.

te de um processo administrativo instruído na Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros em 2012. O presidente da ATC diz ter recebido uma carta sobre o assunto, a solicitar “algumas informações”, à qual, na altura, não foi dada “muita importância porque, até hoje, não há

qualquer acusação. Pensei, inclusive, que isso estivesse arquivado”, argumenta Oliveira ao RL. Sem negar que a imagem da ATC fica prejudicada com este cancelamento, Custódio Oliveira, que foi candidato do PS à Câmara Municipal de Famalicão, quer certificar-se de que o despacho nada altera no que diz respeito a protocolos de apoio com as instituições do Estado e admite recorrer a tribunal caso o cenário seja outro. “Não ficaremos pelo acreditar. Queremos ter a certeza jurídica que não perderemos qualquer direito e que se trata apenas de uma questão burocrática para não haver duplicação. Se assim não for, obviamente que não aceitaremos e reagiremos nem que seja nos tribunais”, assegura o presidente da ATC. A associação joanense, que surgiu apostada no teatro, pouco depois do 25 de Abril de 1974, foi alargando a sua acção à área social. Hoje são as valências sociais como a creche, o Centro de Dia e o Lar de Idosos, que constituem as actividades-âncora da associação - muito mais do que a vertente cultural.


6 NOVEMBRO DE 2013 • REPÓRTER LOCAL

AIRÃO | CROSS COM 260 ATLETAS Mais de 260 atletas participaram, no dia 25 de Novembro, no IV Cross de Airão . A prova , organizada pelo GD Airão-Curviã, foi ganha por Daniel Pinheiro, do Maia AC . E l i s a b e t e L o p e s , d o N A Ta i p a s v e n c e u a p r o v a f e m i n i n a .

FAMALICÃO • aUTARQUIA

Orçamento de 76,5 milhões aprovado por maioria As Grandes Opções do Plano e Orçamento da Câmara de Famalicão para 2014 foram aprovadas pela maioria PSD-PP e com a abstenção dos vereadores do PS. O orçamento de 76,5 milhões de euros foi aprovado a 27 de Novembro. “É um orçamento ajustado aos tempos que correm,

que vai ao encontro das principais necessidades dos famalicenses e respeita os nossos compromissos com os eleitores”, na opinião do presidente da Câmara, Paulo Cunha (na foto). O PS criticou o plano mas optou pela abstenção até como forma de “dar o benefício da dúvida” a um

executivo municipal que está agora a iniciar funções. Os veredores socialistas, entre os quais o joanense Sá Machado, consideram que o Plano representa uma continuidade em relação aos anteriores anteriores e traduz-se, acima de tudo, na exigência de “mais sacrifícios aos famalicenses”.

GUIMARÃES

Lista única à liderança da concelhia do PS

Armindo Costa e Silva (na foto) lidera a lista única que será sufragada pelos militantes do PS de Guimarães, esta sexta-feira , seis de Dezembro, com a finalidade de eleger a Comissão Política Concelhia para o quadriénio 2013/2017. António Carvalho e Domingos Forte, da União de Freguesias de Airão Santa Maria , A r ã o S . J o ã o e Ve r m i l , i n t e g r a m a l i s t a , c o m o suplentes (14º e 23º, respectivamente).

FAMALICÃO

Valter Hugo Mãe

Duas listas disputam liderança da concelhia PS de Famalicão Sá Machado está com Nuno Sá, actual presidente da Comissão Política. Sérgio Cortinhas e Orlando Oliveira alinham com Paulo Folhadela. O PS vai a votos este sábado para escolher a Comissão Política concelhia de Famalicão. Apresentam-se duas listas: a lista A, cujo primeiro subscritor é Nuno Sá, actual líder da concelhia, e a lista B, encabeçada por Paulo Folhadela, o rosto do descontentamento face à actual gestão da concelhia. As críticas ao estado do PS famalicense são muitas e aumentaram de tom depois do desastre eleitoral de Setembro e da forma como foi gerido o processo de escolha do candidato do partido à Câmara Municipal. De um lado e do outro da disputa há militants de Joane. Sá Machado, vereador do PS e ex-presidente da Junta de Joane,

está com o candidato Nuno Sá. Do outro lado, surgem, entre outros, Sérgio Cortinhas, que já foi presidente da Assembleia deFreguesia, e Orlando Oliveira, habitual presença nas disputas eleitorais na concelhia e que tem mostrado desagrado face à actual liderança. A lista B reúne uma série de descontentes do PS e conta com o apoio de figuras de relevo. De resto, o nome da moção, “Um compromisso de mudança para o PS de Famalicão”, sintetiza a disposição que reina entre o sector mais crítico das últimas equipas directivas do PS, em que pontuam Fernando Moniz, Artur Lopes e Nuno Sá.

PA U LO F O L H A D E L A

NUNO SÁ

A Biblioteca Municipal Camilo Castelo B ra n co , e m Fa m a l i c ã o , r e c e b e h o j e e amanhã (dias seis e sete) o VI Encontro de Serviços de Apoio às Bibliotecas Esc o l a r e s . O e s c r i t o r Va l t e r H u g o M ã e e a investigadora Sara Brandão, são apenas alguns dos convidados.

FAMALICÃO

Câmara mantém taxa de IMI A C â m a r a M u n i c i p a l d e Fa m a l i c ã o d e c i d i u manter a isenção do pagamento da derrama . O pacote fiscal para o próximo ano, a aplicar no concelho, foi aprovado em Assembleia Municipal e prevê a isenção do pagamento da derrama a empresas cujos lucros não ultrapassem os 150 mil euros. Às restantes é aplicada a taxa de 1,2 por cento. Quanto ao IMI, a taxa mantem-se em 0,35 por cento.

AIRÃO SANTA MARIA

Confraria volta a organizar encontro de bombos

A Confraria dos Bombos organiza, a 14 de Dezembro, a sexta edição do encontro dos bombos. Os ensaios para o certame já decorrem junto à sede da instituição (ao lado da capela de Santa Luzia) de forma a preparar a festa que, de ano para ano, tem ganho cada vez mais adeptos.


REPÓRTER LOCAL • NOVEMBRO DE 2013 • 7

JOANE | ESCUTEIROS COM CASA NOVA O agrupamento de Joane do Corpo Nacional de Escutas inaugurou a sua nova sede, na antiga escola da Avenida , q u e t e m a g o r a a d e s i g n a ç ã o d e E d i f í c i o C ó n e g o D r. A d ã o S a l g a d o Fa r i a . M i g u e l C o e l h o , c h e f e d o a g r u p a m e n t o , r e f e r i u - s e à n o v a s e d e c o m o o “c o n c r e t i z a r d e u m s o n h o ” .

VERMIL • TRAGÉDIA

JOANE

Academia tem campeões nacionais

A Academia Alex Ryu Jitsu de Joane brilhou no Campeonato Nacional L o h a n Ta o A l l S t y l e s , o r g a n i z a d o p e l a Fe d e r a ç ã o Po r t u g u e s a d e L o h a n Ta o , n o P a v i l h ã o M u n i c i p a l d e Va g o s e que contou com 400 ateltas. Q u a t ro d o s c i n co a t l e t a s d a a c a d e m i a joanense que marcaram presença , alcançaram o pódio. Helena Abreu foi campeã nacional Light Kick; Jorge Abreu, campeão nacional Rumble Sparring; Filipe Ferreira , vice-campeão nacional em Semi Contact e Rui Moreira foi terceiro em Rumble Sparring.

Vermilense de 33 anos assassinado em Angola Paulo Sérgio Marques, de 33 anos, foi esfaqueado mortalmente, no dia três de Dezembro, após resistir a um assalto em Luanda. Trabalhador natural de Vermil e com residência em Airão Santa Maria, estava em Angola há cinco anos, ao serviço de uma empresa de Guimarães do ramo dos pneus.

RONFE

Concerto de Natal

Guimarães volta a promover o Ciclo d e C o n c e r t o s d e N a t a l co m o f o r m a d e assinalar o aniversário da elevação do Centro Histórico a Património Cultural da Humanidade. Do programa , realce para o concerto do dia 21 de Dezembro, sábado, pelas 21:30 h o r a s , n o S a l ã o Pa r o q u i a l d e R o n f e , com o Orfeão do CCD da Coelima e Orfeão de Guimarães.

GUIMARÃES

Formação para eleitos das freguesias

A Câmara de Guimarães promove uma acção de formação para eleitos locais das freguesias. “O estatuto dos eleitos locais da freguesia e a Igualdade de Género” é o nome do seminário do próximo dia 14 de Dezembro, a ter lugar no Auditório da Escola Secundária Francisco de Holanda. A iniciativa , que conta também com a o r g a n i z a ç ã o d a A D R AV E - A g ê n c i a d e D e s e n vo l v i m e n t o Re g i o n a l d o Va l e do Ave, tem colaboração do Núcleo de Estudos de Direito das Autarquias Locais da Universidade do Minho. As inscrições são gratuitas e limitadas a três elementos por Junta de Freguesia, podendo ser efectuadas até ao dia 10 de Dezembro, através do endereço de email patricia.ferreira@cm-guimaraes.pt>.

Luís Pereira

E

sta quarta-feira, quatro de Dezembro, Vermil acordou em estado de choque com a notícia do assassinato de um filho da terra. Paulo Sérgio Marques, de 33 anos, foi esfaqueado mortalmente em Angola, país onde estava a trabalhador, depois de ter resistido a um assalto. Apesar de ter fixado a residência portuguesa em Airão Santa Maria, Paulo Sérgio é natural de Vermil, onde tem grande parte da família e dos amigos. Como habitualmente fazia após o jantar, o trabalhador e três amigos saíam de um

café em Luanda quando foram surpreendidos por dois indivíduos (cuja identidade permanece por apurar) que os tentaram assaltar sob a ameaça de uma navalha e de uma arma de fogo. Paulo Sérgio e outro amigo terão oferecido resistência aos assaltantes que acabaram por reagir, golpeando fatalmente o jovem emigrante no coração. Paulo Sérgio ainda foi levado para uma clinica local mas viria a falecer de seguida. A notícia chegou à família na noite de terça-feira, dia três, através de um amigo de Paulo Sérgio que tem sido o único contacto em Angola. A vítima foi para aquele país africano há cerca de cinco

anos e trabalhava no ramo dos pneus, através de uma empresa vimaranense que já se prontificou a suportar as despesas com o envio do corpo para Portugal. A espera prolongada pelo corpo de Paulo Sérgio tem aumentado a dor da família que está à espera há quase uma semana para poder velar, em Vermil, os restos mortais do seu ente-querido. “Era uma pessoa determinada e muito dedicada à família. Passou por muitas dificuldades mas nunca esmoreceu, era uma pessoa que dava sempre a volta por cima de qualquer problema”, referiu, consternada, ao RL, Ângela Marques, tia da vítima.

3 DEZEMBRO 2013

3 DEZEMBRO

TRAGÉDIA 2008 Apostado em melhorar a sua vida, Paulo Sérgio deixa Portugal e a terra onde vivia e emigra para Angola, ao serviço de uma empresa de pneus de Guimarães.

O trabalhador saía de um restaurante em Luanda, com alguns amigos. São abordados por dois desconhecidos, armados, que os tentam assaltar.

O emigrante natural de Vermil resistiu às ameaças dos desconhecidos e acabou por ser esfaqueado na zona do coração. Ainda foi assistido numa clínica mas não resistiu.


8 NOVEMBRO DE 2013 • REPÓRTER LOCAL

POUSADA | CORRIDA SOLIDÁRIA A secção de atletismo da ARPO participou (17 de Novembro) n a I I C o r r i d a S o l i d á r i a d e Po u s a d a d e S a r a m a g o s . M a n u e l R i b e i r o c l a s s i f i c o u - s e e m 5 º l u g a r, P a u l o C a r v a l h o e m 6 º e J o s é M a g a l h ã e s e m 3 4 º . Po r e q u i p a s a A R P O c l a s s i f i c o u - s e e m 4 º l u g a r.

joane • solidariedade

Fazer desporto e ajudar aqueles que mais precisam

Redação

A

proximidade da quadra natalícia desperta acções e solidariedade. São muitas as instituições que aproveitam este período para realizarem actividades orientadas para ajuda às pessoas mais carenciadas. É o caso a Associação Teatro Construção (ATC) de Joane que promover de novo a iniciativa “Natal Solidário”. Trata-se de um conjunto de acções de cariz solidário tendo o Natal como “pano de fundo”. Uma das actividades é a realização, no dia 29 de Dezembro, do primeiro Corta Mato de Natal, complementado pela terceira Caminhada e Corrida Solidária. O Corta Mato está aberto a atletas de todos os escalões, e a caminhada e corrida terão distância facultativa mas sempre em percurso urbano. O Corta Mato terá lugar nos terrenos da antiga estamparia, bem ao lado da

sede da ATC, no centro de Joane. A organização espera “uma corrida de excelente qualidade” face às características do local e do percurso (apesar de plano permite alguns obstáculos). As inscrições já estão abertas: são gratuitas para os mais jovens e têm um custo simbólico de um euro para adultos (a partir do escalão de juniores). De resto, a vertente solidária das provas reside na fase das inscrições. Tal como em anos anteriores (e numa prática comum em iniciativas similares que se realizam um pouco por todo o país neste período), a organização está a convidar cada participante a comparticipar com um bem de consumo não perecível (leite, arroz, massas, entre outros). Os bens angariados darão origem a cabazes alimentares que a ATC pretende distribuir antes do Natal por pessoas da região a braços com carências económicas e de saúde.

Festival de Natal com entrada livre A Te m p o L i v r e o r g a n i z a e s t e s á b a d o ( s e t e d e D e z e m b r o ) , n o C o m p l e x o d e Piscinas de Guimarães, o Festival de Natal que pretende proporcionar a alunos e utentes de regime livre um conjunto de actividades aquáticas e de fitness, de forma a abranger todas as modalidades. De participação gratuita , as actividades decorrerão entre as 09:30 e as 18:30 horas, estando também previstas apresentações de trabalhos coreográficos preparados pelas turmas de Zumba , Zumba Kids e Natação Sincronizada . O programa inclui a i n d a a u l a s l i v r e s ( H i d r o g i n á s t i c a , H i d r o b i k e , P i l a t e s , Tr a i n i n g e Z u m b a ) . Durante todo o dia , no Ginásio, serão efectuadas avaliações da condição física e v á r i o s “d e s a f i o s ” p r o p o s t o s p e l o s p r o f e s s o r e s d o C o m p l e x o d e P i s c i n a s d e G u i m a r ã e s .

VERMIL

Igreja tem novo órgão A p a r ó q u i a d e Ve r m i l c o m p r o u u m ó r g ã o n o v o q u e s e r á i n a u g u r a d o n o N a t a l . Pa r a que tal fosse possível foi fundamental a união de esforços dos movimentos paroquiais, a partir de uma iniciativa do Grupo Coral de Jovens. O órgão anterior (vendido a uma paróquia vizinha) há muito que pedia reforma , depois de quatro décadas a o s e r v i ç o d a p a r ó q u i a . Pa r a a c o m p r a d o novo, o coro juvenil começou a amealhar as receitas da animação de casamentos e outras iniciativas, como o encontro de coros. O coro dos adultos deu uma ajuda na árdua tarefa de juntar dez mil euros, disponibilizando toda a receita que amealhou, tal como a Comissão da Festa de S. Miguel, que entregou mais de mil euros da edição deste ano, segundo referiu José D i a s , r e s p o n s á v e l d o c o r o j u v e n i l . Fa l t a m agora três mil euros, que a paróquia conta obter com o cantar dos reis.

JOANE

Debate sobre PCP e a Igreja encheu auditório Sob o lema “ O PCP e a Igreja”, realizouse em Joane, no dia nove de Novembro, uma sessão integrada nas comemorações do centenário de Álvaro Cunhal, com o objectivo de contribuir para aprofundar o e s t u d o d a s q u e s t õ e s d a r e l a ç ã o d o Pa r t i d o com a Igreja e com os católicos. Com intervenções de Adelino Carvalho, activista católico, que foi deputado à Assembleia Constituinte, Deolinda Machado, militante da Liga Operária Católica e m e m b ro d a C o m i s s ã o E xe c u t i va d a C G T P - I N , Edgar Silva , membro do Comité Central e C a r l o s G o n ç a l v e s , d a C o m i s s ã o Po l í t i c a d o C o m i t é C e n t r a l d o P C P, a i n i c i a t i v a c o n t o u com várias dezenas de participantes, que encheram o auditório.


REPÓRTER LOCAL • NOVEMBRO DE 2013 • 9

FAMALICÃO | SARA TAVARES NA CASA DAS ARTES Sara Tavares apresenta em Famalicão, no dia 14 de Dezembro, o seu último disco, “Xinti”, num concerto marcado para as 21:30 horas, na Casa das Artes. A cantora conta já com 19 anos de carreira. Os bilhetes custam 15 euros ou 7,5 euros para portadores do Cartão Quadrilátero Cultural.

Pimba Lixado J á t o d a a g e n t e c o n h e c e o g é n e ro “ p i m b a ” c e l e b ra d o p o r u m a va r i e d a d e d e c a n t o r e s n a c i o n a i s , d e e n t r e o s q u a i s s e d e s t a c a rá E m a n u e l . Po i s b e m : e i s q u e a go ra s u r ge , a p a r t i r d e Jo a n e , o g é n e ro “ p i m b a l i xa d o ” , a s s u m i d o e exe c u t a d o p e l o s “C o l i b r i ” , u m a n ova b a n d a fo r m a d a “ à vo l t a d a m e s a com duas guitarras e um copo de vinho” e que pode ser a p r e c i a d o e s t a n o i t e , a p a r t i r d a s 2 2 : 3 0 h o ra s , e m co n ce r t o n o C e n t ro C u l t u ra l d e Jo a n e . “Pimba Lixado porque todos os temas tinham um cariz s ex u a l , q u e r n a s l e t ra s , q u e r n o r i t m o . Q u e r e m o s d a r a l go d e n ovo à m ú s i c a p o r t u g u e s a e i nve n t a r a t ravé s d o q u e j á fo i fe i t o ” , d i z a o R L G i l i a n o B o u c i n h a , g u i t a r r i s t a d o s U tt e r ( o u t ra fo r m a ç ã o c o m o r i g e n s j o a n e n s e s ) q u e , a o l a d o d o vo c a l i s t a Jo ã o B o t e l h o , fo r m a m o s “C o l i b r i ” . A escolha do nome da banda não foi inocente, revela Boucinha: é um piscar de olho “aos amantes do fado e do p i m b a ” m a s t a m b é m “ a o s a p r e c i a d o r e s m a i s e c l é t i co s ” . N o f u n d o , r e s u m e G i l i a n o B o u c i n h a , “ é u m a f u s ã o d e ra í z e s d a m ú s i c a t ra d i c i o n a l ”. “ E u f u i t e r co n t i go , m e u a m o r ” , o p r i m e i ro d e n ove t e m a s co m p o s t o s a t é a go ra , f i g u ra n o d i s co “ N ovo s Ta l e n t o s F N AC 2 0 1 3 ” . E m O u t u b ro s a i u “ S a n t o A n t ó n i o , t rave s t i ” , q u e t e m p a s s a d o n a A n t e n a 3 , e p r e vê - s e p a ra o p ró x i m o Ve rã o o l a n ç a m e n t o d o p r i m e i ro á l b u m .

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Giliano Boucinha, guitarrista, e João Botelho, voz, formam os “Colibri”, nova banda musical com raízes em Joane


10 NOVEMBRO DE 2013 • REPÓRTER LOCAL

FAMALICÃO | CAMANÉ EM FEVEREIRO Camané tem agendado um concerto em Famalicão, na Casa das Artes, no dia 28 de Fevereiro do próximo ano. O fadista tem uma carreira de 15 anos, iniciada em 1995, com o disco “Uma noite de fados”. Hoje, ocupa um lugar de relevo no clube dos grandes intérpretes portugueses. Bilhetes a 15 euros (ou 7,5 euros com Cartão Quadrilátero).

MARGARIDA MACHADO Jovem de Pousada ao serviço da selecção nacional de futebol feminino

F

ilha de peixe sabe nadar. E Margarida Machado não contraria o ditado. Filha de um ex-jogador do Vitória de Guima rã e s , a j ove m d e 1 6 a n o s fo i c h a m a d a à s e l e c ç ã o p o r t u g u e s a d e f u t e b o l fe m i n i n o e esteve no Europeu de 2013. Na conversa com o R L , a a t l e t a d e Po u s a d a , a c t u a l m e n t e a o serviço do Vilaverdense, fala da competição, mas também dos estudos e recorda os tempos em que, na escola , era chamada “Maria Rapaz ” por gostar de “dar uns toques na bola”. A sua técnica futebolística faz corar de vergonha muito “jogador macho”. Uma verdadeira “cra que da bola” que um dia há-de ser médica . De onde vem, e desde quando, este “jeito” para a bola? Foi uma espécie de herança familiar. O meu pai foi jogador do Vitória de Guimarães (estreou-se em 1984) e o meu padrinho representou o Sporting de Braga e foi internacional por Cabo Verde. Por i s s o co s t u m o d i z e r q u e o f u t e b o l co r r e - m e n a s veias. Desde que me conheço que jogo com eles e com a minha irmã (Mariana). Quando comecei a dar os primeiros passos, de vo ter começado a dar pontapés na bola . O que te fascina na modalidade? O futebol é um desporto apaixonante. São os golos, a imprevisibilidade, a dedicação dos adept o s , a a d r e n a l i n a , p o d e r i n t e g ra r u m a e q u i p a e atingir objectivos comuns. E, depois, é o prazer de jogar e de me sentir realizada por seguir o exemplo do meu pai. N e s t a r e g i ã o h á r e s p o s t a s p a ra a s ra p a r i g a s

da tua idade praticarem futebol? Realmente não há muitas equipas, por isso é que me aventurei no futebol de salão antes de ir para o Vilaverdense. A equipa mais próxima é o Ringe, em Vila das Aves, mas estando a competir na s e g u n d a d i v i s ã o n ã o m e o fe r e ce r i a a s m e l h o r e s condições para evoluir. No Vilaverdense encontrei o que precisava . É fácil conciliar o estudo com a competição? Muito difícil. Os treinos são em horário póslaboral, depois das aulas, e é preciso uma grande força de vontade para gerir o tempo e ter os t ra b a l h o s d e c a s a f e i t o s . C o m o f a ç o a q u i l o q u e gosto consigo fazer essa gestão sem problemas. Estou no 10º ano, sou uma aluna dedicada e espero formar-me em Medicina um dia . N a e s co l a a i n d a ex i s t e p r e co n ce i t o d e q u e o futebol é só para rapazes? Haverá sempre preconceitos e bocas acerca das raparigas que jogam à bola . Antes chamavam-me “Maria rapaz ”. Felizmente, tenho uma personalida de forte e sempre fui imune a esses preconceitos. Acho que a juda ter um bom apoio familiar e uma i r m ã q u e t a m b é m j o g a . M a s n ã o t e n h o p ro b l e mas na escola e as mentalidades estão a mudar. Os meus colegas sabem que respiro futebol e aceitam isso. Costumas jogar com rapazes, na escola? Deixei de jogar com os rapazes no sexto ano, porque são muito agressivos e a última coisa que quero é arriscar uma lesão. O que te dizem os amigos? Vibram com as minhas chamadas à seleção e seguem com atenção os jogos e as entrevistas que dou como internacional portuguesa . É a primeira chamada à selecção?

F u i c h a m a d a p e l a p r i m e i ra ve z e m Ju l h o . E s t i ve na seleção nas duas fases de qualif icação e agora na fase f inal do Campeonato da Europa . Como estás a encarar o desaf io? Com grande entusiasmo. É um sonho que não esperava viver tão cedo, apesar de acreditar no meu potencial. Como disse, iniciei-me no futebol de 11, no Vilaverdense, só em 2012 e fui convocada com 15 anos, sou a mais novinha do grupo. Tem sido uma experiência fantástica . Como avalias a participação neste Euro 2013? Uma participação positiva para uma seleção criada este ano e que nunca tinha chegado a uma fase f inal de um Europeu. Gostávamos de ter chegado às meias-finais, mas ali pesou a experiência competitiva das outras seleções. Pessoalmente, foi e s p e t a c u l a r f a z e r 1 6 a n o s e m I n g l a t e r ra . N u n c a vou esquecer esse momento. Queres fazer carreira no futebol? Não fecho as portas a essa possibilidade, mas os estudos são a minha prioridade. Estou no 10º ano e quero entrar na universidade. Vou estudar muito para ter média alta e entrar em medicina . O ideal seria conciliar os estudos com uma carreira no futebol. Não me importava , por exemplo, de estudar e jogar no estrangeiro. Definitivamente, o futebol não é só para homens? O f u t e b o l f e m i n i n o e s t á a c r e s c e r e m Po r t u g a l . H á c a d a v e z m a i s r a p a r i g a s a j o g a r, e m b o r a a realidade portuguesa esteja muito longe daquilo que se vê, por exemplo, na Alemanha , nos países nórdicos e na Espanha . Acho que o desempenho das seleções femininas, e a visibilidade mediática que estamos a ter, a juda a aumentar o interesse no futebol feminino.

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Luís Pereira


REPÓRTER LOCAL • NOVEMBRO DE 2013 • 11

FAMALICÃO | RODRIGO LEÃO DE REGRESSO Rodrigo Leão regressa à Famalicão para um concerto, no dia 14 de Janeiro do próximo ano, na Casa das Artes. “Bandas Sonoras” é o título do novo espectáculo do autor que assinou recentemente a música para o filme “Gaiola Dourada”.

MARIANA MACHADO

Joga habitualmente no lado direito da defesa. Foi Campeã Distrital pelo Vilaverdense; conquistou vários títulos de melhor jogadora em torneios, a maioria ao serviço do Joane.

6

aos seis anos, Margarida começou a jogar no Grupo Desportivo de Joane.

12

aos 12 anos, nos iniciados, mudou-se para a equipa de futebol de salão da ADRO (Pousada).

2012

ingressou no Vilaverdense, onde está também a irmã, Mariana.


12 NOVEMBRO DE 2013 • REPÓRTER LOCAL

MÁRIO MACEDO Realizador de Joane filmou no Brasil com crianças das favelas O joanense Mário Macedo esteve 10 dias no Rio de Janeiro (Brasil) a filmar um documentário sobre o trabalho da organização não-governamental suíça “Let´s Play Association”. A um ano do Mundial de Futebol n a q u e l e p a í s , o j o v e m r e a l i z a d o r, q u e e m 2011 viu a sua curta-metragem “ Tio Rui” entre as melhores no festival DocLisboa , soma êxitos e recebe reconhecimento internacional. A “ L e t ’s P l a y A s s o c i a t i o n ” é u m a O N G s u í ç a que tem como finalidade estabelecer a comunicação com favelas do Rio e ajudar os miúdos que estão ligados principalmente ao futebol. “Durante dez dias passamos as tardes na favela do Alto da Boavista, c o m o s m i ú d o s . Tr e i n a r a m , r e c e b e r a m equipamento novo, aprenderam as técnicas ‘europeias’ e, no fundo, partilharam experiências”, conta Mário Macedo O anúncio do documentário está disponível em http://letsplayassociation.org/ e o trabalho final poderá ter algum impacto internacional na carreira de Mário Macedo.

MÁRIO MACEDO tem já outro trabalho no Brasil, por ocasião do Mundial de Futebol

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FAMALICÃO | VENDA DE NATAL Está a decorrer até dia 24 de Dezembro, em Famalicão, a Venda de Natal organizada pela Câmara Municipal. Apoiar a venda de artesanato durante a época natalícia e promover e valorizar o trabalho dos artesãos locais é o principal objectivo.


REPÓRTER LOCAL • NOVEMBRO DE 2013 • 13

A ARCA A DAR AO PEDAL Com o passar dos anos, a ARCA deixou cair algumas iniciativas, como a desfolhada , e abraçou outras, como a Queima do Judas e a equipa de BTT (na foto) que tem participado em diversas provas na região.

AIRÃO STª Mª • ASSOCIAÇÕES

ARCA Da música popular a Otelo

Uma ARCA com quase trinta anos

As comemorações do 25 de Abril, com a respectiva prova de atletismo, continuam a ser a principal actividade da ARCA , e n g l o b a n d o u m p ro g ra m a que costuma conjugar festejos populares com colóquios (este ano com Otelo Saraiva de Carvalho, um dos operacionais da Revolução de 1974).

Associação de Santa Maria continua a ter no 25 de Abril a principal actividade

Sócios são 450

Na sede da ARCA funciona um bar que serve de espaço de convívio e confraternização dos 450 sócios (maioritariamente pagantes). Contrariando o cenário geral, em Santa Maria os jovens sentem apego à associação da terra. Prova disso é a composição dos órgãos directivos recentemente eleitos e o número deles que regularmente fazem da sede o seu espaço de convívio.

À espera de um pavilhão

Luís Pereira

E

steve para se chamar Associação Recreativa e Cultural 25 de Abril, mas acabou por assumir a denominação mais conciliadora de Associação Recreativa e Cultural de Airão Santa Maria (ARCA). Vinte e oito anos após a sua fundação, os valores que Abril deixou continuam bem vincados. “Foi criada por meia dúzia de amigos por ter existido o 25 de Abril. Santa Maria sempre foi uma terra ligada aos valores do 25 de Abril. Enquanto existir a ARCA, será comemorada essa data”, afiança Álvaro Sousa, presidente da associação. Essa génese ancorada no dia da liberdade ainda hoje traz dissabores e preconceitos antigos, sobretudo no que toca a relações com o clero local. “No passado, a paróquia chegava a organizar excursões no dia 25 de Abril só para impedir as pessoas da terra de participarem nas comemorações da ARCA”, conta Álvaro Sousa, ressalvando que os problemas ultrapassam o pároco local, que até não fecha a portas aos pedidos da ARCA, como a cedência do salão

Num meio conservador, a ARCA foi desde o início alvo de críticas por parte da paróquia, mas o presidente da instituição diz que a relação com o pároco é boa. “O problema está nas pessoas que o rodeiam que alimentam intrigas”, afirma Álvaro Sousa.

paroquial para o encontro de reis anual. “O padre é o que menos culpas tem, quem o rodeia é que talvez alimente as intrigas. Quando precisamos, o padre não nos fecha as portas”, refere o dirigente. Nem mesmo os mais críticos que ainda hoje insistem em ligar a associação a ideais revolucionários, conseguem negar o papel desta na comunidade. Por lá passaram muitas crianças, hoje homens de

barba rija, a aprender os primeiros acordes de vários instrumentos. “Formámos dezenas de jovens. Daqui saiu o grupo “Trovas ao Vento” e outros”, realça Sousa. A escola de música tem mais de 40 jovens que aprendem bandolim, viola e concertina, e acima de tudo o cavaquinho, a grande referência e cujo ensino é gratuito. Com o passar dos anos, a ARCA deixou cair algumas iniciativas, como a desfolhada, e abraçou outras, como a Queima do Judas e a equipa de BTT. Além disso tem também sido reconhecida pelo futebol feminino: a equipa criada em 2009 parou esta época por questões financeiras. “O orçamento da associação era de nove mil euros para a época e os patrocínios são cada vez mais difíceis”, esclarece o dirigente, adiantando que a solução passaria por ter um pavilhão gimnodesportivo próprio, nem que para isso tivesse de o partilhar. A Câmara, diz, garantiu comparticipação de 75% “mas para isso seria necessário termos projecto aprovado e um terreno, que não temos, e que por isso teremos de dedicar a nossa vertente desportiva à formação”, admite Álvaro Sousa.

O desporto é uma das actividades da ARCA . Mas, sem um espaço para a sua prática , a associação vêse obrigada a recorrer a o u t ra s f r e g u e s i a s . O i d e a l , diz o líder da ARCA , seria ter um pavilhão, mas falta o terreno. A crise não permite, contudo, grandes ambições a curto prazo. O presidente da ARCA fala da necessidade de uma sede própria e de manter os suportes financeiros actuais, como os patrocinadores e os subsídios anuais da Câmara de Guimarães e Junta local.

Corrida solidária

A p ró x i m a a c t i v i d a d e e s t á agendada para o dia 21 deste mês: a primeira prova de S. Silvestre da ARCA com uma Caminhada Solidária nocturna. A inscrição é um bem alimentar e o resultado será distribuído pelas pessoas que mais precisam em Santa Maria.


14 NOVEMBRO DE 2013 • REPÓRTER LOCAL

JOANE • PROJECTO

Tese de joanense defende que é possível poupar milhões na prescrição de medicamentos Tiago Alves influenciou, com a sua tese de doutoramento, a comunidade médica e o Estado Luís Pereira

A

tese de doutoramento do joanense Tiago Alves influenciou a comunidade médica e as entidades políticas sobre a necessidade de racionalizar a prescrição de medicamentos. Publicado em 2010, o estudo sustenta que o erário público e os doentes poupariam dezenas de milhões de euros caso os médicos, na hora de aviar a receita, atendessem a critérios mais económicos. Tiago Alves, enfermeiro no serviço de Cardiologia do Hospital de Guimarães, quis estudar os padrões de prescrição e os custos dos medicamentos na região norte, com base em dados dos sistemas de informação nos cuidados primários. “Uma primeira parte tentou perceber se existia uma tendência na prescrição ou se haveria variação entre as diferentes regiões da Administração Regional de Saúde do Norte; na segunda foi feita uma análise de custos para perceber, para a mesma substância activa, qual o impacto que teria se fossem escolhidas as marcas comerciais de menor custo. Por outro lado, partindo de um pressuposto de substituição de substâncias activas, quisemos compará-la sempre com a que teria menor custo, garantindo a mesma eficácia no tratamento”, explica Tiago Alves. A tese incidiu sobre os registos informáticos de prescrição médica referentes a 2006 e 2007, período em que a informatização era muito vaga. A tese de Tiago Alves foi a primeira a recorrer a dados informatizados. “Concluímos que, se fos-

GUIMARÃES

Ana Moura no Multiusos A cantora Ana Moura, uma das cantoras de maior sucesso da actualidade, apresenta no dia 21 de Dezembro, no Multiusos de Guimarães, o seu último trabalho “Desfado”, num espetáculo que conta com a participação de Pedro A b r u n h o s a e L u í s a S o b ra l .

RONFE

Feira de velharias

sem seguidos os critérios objecto do estudo, o país podia ter uma redução de custos considerável ao nível da prescrição médica. Poupar-se-iam 73 milhões de euros no caso da prescrição de um medicamento com a mesma substancia activa e cerca de 27 milhões de euros com a substituição da substancia activa”, refere o enfermeiro. Simultaneamente, o estudo permitiu concluir a existência de uma grande variação na prescrição nas várias regiões. Desde

Tiago Alves é enfermeiro no serviço de Cardiologia do Hospital de Guimarães. Publicada em 2010, a tese de doutoramento do enfermeiro joanen-

logo uma tendência para menos prescrição nas regiões costeiras relativamente às do interior. “Os diferentes hábitos alimentares, o acesso à saúde e o grau de vigilância variam de zona para zona e pode justificar essa variação nas prescrições”, aventa o autor. Tiago Alves não foge às questões do lóbi das farmacêuticas: o estudo conclui que a uma prescrição médica menos rigorosa e com custos acrescidos para o doente não é indiferente a “pressão dos

se sustenta que o erário público e os doentes poupariam dezenas de milhões de euros caso os médicos, na hora de aviar a receita , atendessem a critérios mais económicos.

próprios laboratórios”. A realidade tem vindo a alterar-se: “o Serviço de Bioestatistica e Informática Médica e as entidades governamentais aproveitaram o estudo e muita coisa tem sido feita em matéria de políticas do medicamento, desde logo a racionalização da prescrição. Há uma maior consciência nas entidades políticas sobre a necessidade de regulamentação”. E isso, conclui o autor, “traz reduções de custos ao erário público e ao doente”.

O estudo conclui que a uma prescrição médica menos rigorosa e com custos acrescidos para o doente não é indiferente a “pressão dos próprios laboratórios farmacêuticos”.

Realiza-se este sábado, d i a s e t e , m a i s u m a Fe i r a d a s Ve l h a r i a s n a C a s a d o Povo de Ronfe. A iniciativa , d e s t i n a d a a v e n d a d e produtos em segunda mão e artesanais, realiza-se no p r i m e i ro s á b a d o d e c a d a mês.

JOANE

Caminho de Santiago em BTT A ATC d e J o a n e p ro m o v e no próximo ano o caminho de Santiago de Compostela e m B T T. U m p e r c u r s o e m 3 dias, com partida de Joane a dia 13 de Junho e chegada a Santiago. A taxa de inscrição é de 150 euros e inclui alimentação, dormida nos albergues, camisola dos Caminhos e t ra n s p o r t e d e r e g r e s s o . As inscrições devem ser f e i t a s a t ravé s d e f i c h a d e inscrição e enviadas para o e-mail desporto@atc.pt .


REPÓRTER LOCAL • NOVEMBRO DE 2013 • 15

ENTREVISTA

AUTARCAS: E DEPOIS DAS ELEIÇÕES? O RL inicia nesta edição um ciclo de entrevistas com os presidentes de Junta eleitos em Setembro. Pretende-se tomar o pulso aos projectos e às frustrações dos autarcas. O primeiro entre vistado é Bruno Campos, autarca do PS de Castelões.

CASTELÕES • POLÍTICA

“Em 2014 podemos ficar sem espaço para sepultar os mortos” BRUNO CAMPOS Presidente da Junta de Freguesia de Castelões (PS)

Luís Pereira

Bruno Campos foi eleito com maioria absoluta, pelo PS, em Castelões, nas eleições de Setembro.Em tempo de crise, o autarca refere-se ao alargamento do cemitério como obra “imprescindível” e teme que, sem isso, em 2014 a freguesia fique sem espaço para sepultar os mortos. Francisco Sá, ex-presidente e seu número dois, contou para o resultado? Não o posso negar porque tenho a noção que as pessoas habituaram-se a ter um presidente que lhes faz tudo. A presença dele na minha equipa foi vista como garantia de que isso continuaria. Isso eleva a fasquia da expectativa das pessoas? É uma responsabilidade acrescida porque o Francisco Sá é uma referência de autarca ao nível municipal. Não há o risco do Bruno Campos ficar “na sombra” de Francisco Sá, uma vez que ele permanece na Junta? Não tenho esse receio. Convidei-o na condição de que ele não teria de ser um ex-presidente ao serviço da Junta. Assume as suas funções, o seu conhecimento e os importantes contactos que tem dão-lhe a liberdade de agir autonomamente. O presidente de Junta, efectivamente, sou eu, contando com a mais-valia de um número dois como ele. Quais são as prioridades?

Estabelecemos compromissos com a população mas sem grandes promessas porque não dependerem totalmente de nós. O projecto do alargamento do cemitério é fundamental e imprescindível. Em que ponto está a sua concretização? O terreno está conseguido e houve recentemente um protocolo de quatro mil euros celebrado com o Município que acabou por ser direccionado para escavações em virtude de problemas no terreno. O que se segue? Se o número de óbitos em Castelões se mantiver chegaremos ao fim de 2014 sem espaço para sepultar. O investimento global pode chegar aos cem mil euros. O dinheiro não abunda mas a necessidade é grande e por isso teremos de encontrar soluções para a sua concretização de forma faseada. O que lhe disse o presidente da Câmara sobre o assunto? Que a situação seria analisada. O orçamento da Câmara não prevê nada, em 2014, para Castelões, mas admito que a obra possa ser integrada na rubrica genérica dos protocolos. O alargamento do cemitério pode comprometer qualquer outro investimento de vulto em Castelões? Com certeza que sim. Do nosso magro orçamento para 2014 (70 mil euros), metade do previsto para investimento está canalizado para o cemitério. Mas a freguesia tem outras

necessidades… Castelões tem muitas zonas sem a cobertura da rede de saneamento. Algumas ruas estão em elevado grau de degradação mas não queremos intervir sem as infra-estruturas básicas. Seria um erro. O Parque de Lazer do Gorgulhão? É ingrato estar sempre a adiá-lo. Há questões legais de terrenos que têm de ser tratadas mas o entrave principal é o das prioridades em função do dinheiro que temos. Ambicionamos um Parque com um espaço dedicado à cultura, um anfiteatro mas não temos capital para investir, pelo menos de uma só vez. Até ao final do mandato estaremos muito limitados e o parque não é a prioridades - a não ser que a Câmara apoie significativamente. O processo de classificação dos Aquedutos voltou a ser apreciado. Que mais-valias pode trazer a classificação? O processo anterior tinha caducado, daí ter-se voltado a submeter a candidatura. A primeira preocupação é com a preservação do seu lado arquitectónico e o edificado à volta. Já existe um projecto da Câmara de Famalicão para requalificar a zona, tornando-a num ponto turístico e agradável. A falta da classificação do monumento impossibilita um parecer do Instituto de Gestão do Património, que é obrigatório para a concretização da intervenção urbanística.

“Promover espírito de comunidade” Como é que a Junta pretende actuar no que toca ao lado social nesta época de crise? Te m o s u m a l i g a ç ã o d i r e c t a c o m as pessoas e conseguimos perceb e r a s s u a s n e c e s s i d a d e s . Va m o s alargar essa rede de pessoas que estão no terreno envolvendo as associações e trabalhando em rede. Castelões é uma freguesia pequena e não faz sentido que cada instituição trabalhe virada para si própria . Não adianta sentirmos as dificuldades se depois n ã o t i v e r m o s m e i o s p a r a a c u d i r. Po r i s s o , n o p ró x i m o o r ç a m e n t o criaremos uma bolsa de apoio solidário dentro das parcas verbas de que dispomos, para ajudar em situações urgentes das famílias. Em matéria de associativismo, o que há a fazer? Sinto que cada associação trabalha para si própria. Fiz questão de reunir com todas elas em simultâneo para promover o espirito de comunidade que deve existir numa freguesia pequena como esta . Foi uma reunião produtiva e ficou demonstrado que há muito que este encontro precisava de ser promovido. O q u e e s p e r a d o n o vo p r e s i d e n t e d a C â m a r a d e Fa m a l i c ã o ? Pareceu-me muito transparente e sincero. Espero, acima de tudo, que haja tratamento igual entre as freguesias. Que haja repartimento equitativo de verbas e investimento.


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REPÓRTER LOCAL • NOVEMBRO DE 2013 • 17

por D. VIRINHA

PS a votos, animação garantida Anda grande agit ação para as bandas do PS famalicense. Há eleições este sábado e num sinal de disputa eleitoral democrática , apresentam-se duas listas. De um lado “a lista do sistema”, do outro “o sistema da lista”, que junta uma varied a d e d e c r í t i co s d a g e s t ã o d o d e p u t a d o da Nação Nuno Sá. E desde já a disputa eleitoral, que se adi vinha acalorada (e não há perspectiva de ro u l o t e s ! ) , t e m o co n d ã o d e “ a p rox i m a r ” pessoas que aparentemente andavam algo “afastadas”, como sejam Orlando Oliveira e Sérgio Cortinhas, dois joanenses que surgem numa posição “anti-situação”, apostados em dizer “ basta”. Do outro lado da barricada , Sá Machado, até há pouco “o pai dos povos” em Joane, mantém-se ao lado de Nuno Sá, de cuja equipa fez parte até agora . Que haja participação democrática e mobilização, é o que deseja O Mosquito.

uma pista no centro da vila J á m u i t o s e e s c r e v e u e d i s s e s o b r e o “ i m b ró g l i o ” ( o u e m b r u l h o ? ) e m t o r n o d o s t e r r e n o s d a e s t a m p a r i a d e Jo a n e . Te r r e n o s f u n d a m e n t a i s s i t u a d o s n o c e n t ro d a v i l a , h á a n o s à e s p e ra d e u m a s o l u ç ã o . Po i s b e m , e n q u a n t o r e i n a o i m p a s s e n o q u e t o c a à i n t e r v e n ç ã o a realizar naquela zona, e depois do “fogo de artifício” lançado d u r a n t e a c a m p a n h a e l e i t o r a l d e S e t e m b ro , e i s q u e a A s s o c i a ç ã o Te a t r o C o n s t r u ç ã o a c a b a d e d a r u m a i d e i a d a q u i l o q u e s e p o d e fazer daqueles terrenos: nada mais nada menos do que uma pista de atletismo! No dia 29 de Dezembro vamos ter uma experiência quanto às potencialidades daquela zona para a prática do atletismo e de caminhadas. É u m a a c ç ã o s o l i d á r i a ( e e s p e ra - s e g ra n d e a d e s ã o ) m a s q u e m s a b e s e n ã o p o d e r e v e l a r - s e u m a “ i d e i a l u m i n o s a ” p a ra o r i e n t a r a C â m a ra M u n i c i p a l d e Fa m a l i c ã o n o f u t u ro a d a r “ à e s t a m p a r i a ” . E m v e z d e p r é d i o s v i s t o s o s , d e u m a n f i t e a t ro , d e u m l a g o b i o l ó g i co o u d e u m p a r q u e d e e s t a c i o n a m e n t o , s e c a l h a r d o q u e Jo a n e e s t á m e s m o p r e c i s a d o é d e u m s í t i o p a ra u m a s co r r i d a s !

FACEBOOK E M S A N TA M A R I A CUMPRIU-SE A TRADIÇÃO. MAIS UMA VEZ OS HOMENS J U N TA R A M - S E PA R A “ L E V A N TA R O PA U ” , NÚMERO ANUNCIAD O R D A S F E S TA S D E S A N TA L U Z I A . M A NUEL CUNHA DEIXO U O T E ST E M U N H O DA TRADIÇÃO NO FA C E B O O K .

Manuel Cunha “O levantar o pau é uma missão d o s h o m e n s d a m i n h a t e r ra n a t a l , Airão Santa Maria. Os jovens dali, é com aquele evento que começam uma vida mais adulta . To d o s o s f i l h o s d a m i n h a t e r r a assim fizeram para se libertarem do estigma de serem considerados “meninos”: aproveitaram a “noite do pau” para a primeira saída. Mas também homens feitos e até maduros se associam ao levantar do mastro. “Levantar o pau” é coisa que todo um bom filho daquela terra mantém

As façanhas do temido “Papa Açucar”, assaltante natural de Joane, nas suas andanças por Guimarães

O “Papa Açucar ” de que falamos não é personagem de acontecimentos recentes. É uma espécie d e Z é d e Te l h a d o q u e n o f i n a l d o século XIX deixou apreensivas localidades como Guimarães, tal co m o m u i t o b e m é r e co r d a d o p e l o investigador Amaro das Neves, no seu blog Araduca . Te m n o m e d e p a s s a r i n h o . A s u a memória pode estar hoje coberta por um manto de esquecimento mas, no último quartel do século X I X , o “ Pa p a - A ç ú c a r ” e r a u m a d a s personagens mais conhecidas em terras de Guimarães e adjacentes. O seu nome figurava, em lugar de destaque, na lista portuguesa de malfeitores, ao lado de Diogo A l v e s , J o s é d o Te l h a d o o u J o ã o Brandão. Chamava-se Bernardo José Dinis e era natural de Joane, onde nasceu por volta de 1863, mas fez carreira n a s a l d e i a s d e G u i m a rã e s . E m 1 8 8 2 ainda não tinha 20 anos, mas nos jornais, o seu nome já era célebre. Audacioso, matreiro, sinistro, ass i m e ra o Pa p a - A ç ú c a r n a d e s c r i ç ã o que dele faziam jornais e gentes. De resto, as suas façanhas estão bem documentadas na imprensa local, com descrições de detenções, fugas, assaltos...

como coisa sua . Quinze dias antes da festa de Santa Luzia, que acontece no domingo após o dia 13 de Dezembro, é colocada a bandeira da festa na ponta de um eucalipto que é roubado na noite anterior pelos jovens da freguesia . Os pais, que já foram jovens, não impedem os filhos de ir aos preliminares para o pau ser erguido. Eu, nado e criado em Santa Maria , lá estive no “levantar o pau”. Afinal, é coisa de homens daquela terra onde nasci, por isso também coisa minha!”.

P r i s ã o d o Pa p a - A ç ú c a r Até que enfim, foi preso o lendário Pa p a - A ç ú c a r, B e r n a r d o J o s é D i n i s , solteiro, de 27 anos, natural da freguesia de Joane, concelho de Fa m a l i c ã o . Uma força de polícia civil de Braga deu busca , domingo, às 10 horas da noite, à casa da Bicha Brava”, em Sande, amásia do gatuno, e lá o encontrou, levando-o em seguida para a cadeia de Braga , e ontem de tarde removido para a desta c i d a d e . Ve i o e m c a r r o e s c o l t a d o por 8 polícias civis a um chefe de esquadra . ( Re l i g i ã o e Pá t r i a , 2 0 d e A g o s t o de 1890) “ Fo i j u l g a d o o c é l e b r e Pa p a A ç ú car acusado de ser chefe duma quadrilha de malfeitores, e de ter praticado diferentes roubos. Não se tendo provado que o réu era chefe da referida quadrilha , mas sim associado; e que não tinha praticado o roubo feito a o n e g o c i a n t e d e s t a p r a ç a s n r. Monteiro, mas provando-se-lhe o u t r o s c r i m e s , o Pa p a A ç ú c a r f o i condenado em 4 anos de prisão celular ou 8 do degredo em África”. (O Comércio de Guimarães, 5 de Março de 1891)


18 NOVEMBRO DE 2013 • REPÓRTER LOCAL

OPINIÃO

MÁRIO MARTINS | UMA NOTA DE RODAPÉ “( A candidatura de Nuno Sá à liderança do PS) não traz nada de novo, é o símbolo e o rosto de uma série negra de derrotas eleitorais que atiraram o PS para a i n s i g n i f i c â n c i a p o l í t i c a e p a ra u m ro d a p é c u r t o e s e m s i g n i f i c a d o n a H i s t ó r i a Local de Vila Nova de Famalicão”. MÁRIO MARTINS, O Povo Famalicense

Não havia necessidade Prega o Sr. Presidente da Câmara afirmando acreditar nos famalicenses: “por um futuro inclusivo, sustentável e próspero para todos”. Ser optimista não é defeito, mas ser irrealista e levar ao engano, julgo não haver necessidade. Se queremos a inclusão não podemos cobrar mais impostos às famílias, levando à exclusão. Se queremos prosperidade para todos, não podemos ignorar o acréscimo da receita, proveniente do IRS, arrecadando e nada devolvendo aos famalicenses. Assim peço o favor de atender ao seguinte: 1º Em 2014, a Câmara de Famalicão vai receber 2,9 milhões da administração central. Tal receita corresponde a 5% do IRS pago pelos famalicenses, no ano de 2013. Como muitos municípios do país, também a nossa câmara poderia devolver parte deste dinheiro às famílias. 2º A Câmara, comparati-

vamente com o ano 2013, prevê em 2014 cobrar mais 1,12 milhões no IMI (antiga contribuição autárquica), mais 467 mil euros no Imposto Único de Circulação e mais 636 mil euros na Derrama, ou seja, mais 2,2 milhões em impostos. Se reduzisse à taxa de IMI, por exemplo, garantiria mais prosperidade às famílias. A Câmara não só se contenta com o valor de 2013, como quer cobrar mais 1,12 milhões de IMI. Por outro lado, poderia devolver os 636 mil euros, que vai cobrar a mais na derrama, às empresas que criassem emprego jovem. Criar emprego jovem é promover a inclusão. 3º Com um governo que carrega nos impostos, tirando milhões à economia, temos uma Câmara que ajuda à festa, tirando mais 2,2 milhões à economia local. Sufoca as famílias que ficam com os rendimentos ainda mais escassos e desse modo, com menos dinheiro para

Com um governo que carrega nos impostos, tirando milhões à economia, temos uma Câmara que ajuda à festa, tirando mais 2,2 milhões à economia local. Sufoca as famílias que ficam com os rendimentos ainda mais escassos e desse modo, com menos dinheiro para comprar ou sustentar despesa necessária

Sá Machado

Vereador do PS na Câmara Municipal de Famalicão

comprar ou sustentar despesa necessária. Os filhos não vão ou abandonam a universidade, o empréstimo da habitação fica em atraso, a conta da luz e água são pagas tardiamente e quanto à mercearia, no segredo e entre paredes, fazem-se milagres. Só por cinismo ou alienação é que se pode falar em inclusão e prosperidade. 4º A Câmara prevê gastar em “prémios, condecorações e ofertas”, 522.500,00€, em “estudos, pareceres, projectos e consultadoria”, 595.500,00€, em “comunicações”, 583.100,00€, em “publicidade”, 218.700,00€, em “avenças”, 743 mil euros e em “encargos de cobrança de receita”, 860.000,00€, ou seja, 3.522.800,00€. Não há por aí uma tesoura? 5º Brinda-nos o optimista Presidente da Câmara com o anúncio para 2014

de investimento (previsão) que ronda os 19 milhões de euros. Não diz o Dr. Paulo Cunha nem o expressou no documento, que parte considerável do investimento a realizar em 2014, afinal, foi realizado antes das eleições de 2013. Não acredita? Basta ver as obras já realizadas para constatar que a Câmara iludiu gastando para captar os votos, pagando só em 2014. Bravo! A título de exemplo, visitem Lousado e Calendário ou circulem na Av. do Brasil (entrada de Famalicão) e Via-Intermunicipal. Depois vejam o Plano de Investimento do município para 2014. Meus caros: o PS procurou introduzir propostas visando ajudar as famílias. O PSD/CDS votou contra. A resposta de quem manda na Câmara foi: “em Setembro passado, os famalicenses escolheram o nosso programa. Estamos assim legitimados”.

o critério quantitativo – quanto mais obra física constrói melhor é o autarca. Mas esta avaliação quantitativa deve gradualmente ceder o seu lugar a uma avaliação qualitativa. É neste quadro que considero ter chegado a hora de definir e concretizar uma nova orientação pública local: Descentralizar serviços municipais nas áreas da solidariedade social e da educação é uma exigência tão óbvia quanto absolutamente necessária e urgente. Para isso, considero que os autarcas devem dar prioridade à colaboração de pessoas especializadas (muitas das quais desempregadas e à espera de uma oportunidade para desenvolverem o seu trabalho) nestas áreas, e não sobrecarregarem as secretarias da Junta com pessoal para serviços burocráticos perfeitamente dispensável.

Atente-se no caso das verbas recebidas pelas Juntas de Freguesia, transferidas pelo Município para o apoio à educação, e a receita dos pagamentos das famílias com educandos a frequentarem o jardim-de-infância e ATL das Freguesias que deveriam destinar-se ao investimento na melhoria das condições educativas das crianças. Porém, os autarcas preferem usar essas verbas para outro tipo de investimentos, em equipamentos que nem sempre retratam as carências das Freguesias. A viragem que se impõe fazer não é de somenos ou de pormenor. É mesmo uma pequena revolução na atuação das Juntas de Freguesia. Desde logo na mudança de mentalidades. Desejo Boas Festas à comunidade da União de Freguesias com votos de renovação da esperança num futuro melhor.

Como tudo na vida Como tudo na vida, também o poder local é uma realidade dinâmica e não estática. Tivemos, até hoje, uma realidade autárquica caraterizada pela prioridade dada às infraestruturas básicas essenciais (vias de comunicação, energia, água e saneamento), ao mesmo tempo que se construíam equipamentos como casas mortuárias, escolas e jardinsde-infância. Na União de Freguesias de Airão Sta. Maria, Airão S. João e Vermil, existem ainda muitas lacunas, algumas prioritárias (energia e iluminação publica, água e saneamento) que passam por uma postura mais diligente e influente da Junta de Freguesia nos serviços municipais. Sem prejuízo de lacunas que ainda há seguramente nestas áreas, julgo que chegou o tempo de abrir uma nova fase na vida pública local. Uma fase

diferente, igualmente ambiciosa e não menos exigente que as outras. Aos autarcas já não se pede apenas que sejam capazes de construir infraestruturas e equipamentos. Deles se exige que sejam agentes ativos na promoção do desenvolvimento social, empenhados na orientação de apoios às atividades sociais, culturais e desportivas, na atração e diversificação da formação profissional para grupos populacionais vulneráveis (jovens que abandonaram o ensino, desempregados e idosos) e que sejam capazes de dar resposta a problemas sociais tão prementes como o combate à pobreza, à toxicodependência juvenil, à insegurança, à solidão dos idosos e a muitas outras formas de exclusão social. Sei bem que o grande critério de avaliação do autarca, ainda hoje, é

Marçal Salazar

Eleito do PSD-PP na União de Freguesias de Airão Santa Maria, S. João e Vermil


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