Repórter Local

Page 1

Nº 169 • ANO XV • ABRIL 2013 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE

EM FOCO | Pag. 03 Assaltos à mão armada colocam comerciantes em sobressalto

RL MAGAZINE | Pag. 09 Alunos ganham quatro prémios com miniatura de carro Fórmula 1

Junta preocupada com distúrbios perto da escola secundária

Crianças do Centro Escolar vão aprender a fazer pasta dos dentes VERMIL | p. 07 Junta acusada de fuga ao fisco VERMOIM | p. 06 Polémica na Assembleia

JOANE | p. 11 Chocolate é rei durante dois dias

STª MARIA | p. 08

A única mercearia de Airão não resistiu PUBLICIDADE

Fundada em 1942, a Casas Novas, mais do que uma simples mercearia, era um verdadeiro centro de convívio da freguesia

Otelo e a sua narrativa sobre o 25 de Abril

DESPORTO | p. 13 GD Joane garante manutenção. Desp. Ronfe à beira da descida


PUBLICIDADE


REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 2013 • 3

joanE | festa do andebol

Realizou-se no dia 26 de Abril, no Centro Escolar e no pavilhão das piscinas de Joane, o “Festand ACV ”, um festival de andebol organizado pela Associação Cultural de Vermoim, apostada em colocar jovens em contacto com esta modalidade.

EM FOCO segurança

Onda de assaltos

sobressalta comerciantes Só em Abril, registaram-se assaltos à mão armada a três estabelecimentos de Joane e Airão Santa Maria. PJ está a investigar Luís Pereira

A

ocorrência, no mês de Abril, num espaço de uma semana, de três assaltos à mão armada a estabelecimentos comerciais, em Joane e Airão Santa Maria, contribuiu para sobressaltar comerciantes e também moradores. Os três casos apresentam características comuns: dois em Joane e um em Airão Santa Maria. Em todos eles, a Polícia Judiciária foi chamada a investigar. O primeiro foi registado em Airão Santa Maria, a quatro de Abril. Conceição Costa, proprietária da Pastelaria Espiga, não ganhou para o susto quando, cerca das 20:30 horas, dois indivíduos de rosto tapado e armados entraram no seu estabelecimento. O assalto rendeu o computador da facturação.

“Saiu-lhes o tiro pela culatra. Eles levaram a caixa do computador pensando que era a registadora com dinheiro”, contou, ao RL, a dona da pastelaria. Na ausência de clientes, os assaltantes ameaçaram, com uma pistola e um taco de basebol, a filha da proprietária, de 16 anos, que se encontrava ao balcão. “Foi tudo muito rápido. Eu estava na parte de dentro e quando vim já eles não estavam. Encontrei a minha filha assustada, e isso é que tem sido o pior, porque ficou bastante traumatizada com a situação”, referiu a proprietária. Dois dias depois, novo assalto em Joane, de madrugada, ao “Rei dos Cachorros 2”, na Labruge, protagonizado por um homem armado e encapuzado que levou 70 euros em dinheiro. “O indivíduo entrou e diri-

giu-se ao único cliente de uma das salas, apontoulhe a arma e mandou-o calar. De seguida fez o mesmo com uma das duas funcionárias que estava ao balcão, obrigando-a a dar o dinheiro da caixa”, contou Henrique Vasconcelos, o proprietário. No dia 10, Liliana Campos cumpria a rotina diária no café Cristo Rei, frente ao Centro Social da Paróquia de Joane, quando foi visitada por um indivíduo. A dona estava sozinha àquela hora, com a sua filha recém-nascida. “A bebé, de três meses, começou a chorar e o homem apontou-lhe uma faca. A minha única preocupação foi com a criança. Deilhe o dinheiro e pedi-lhe para sair e não lhe fazer mal”, contou ao RL. O assalto rendeu 400 euros, dinheiro que Liliana tinha trazido de casa nesse dia para pagar a fornecedores.

Dois indivíduos de rosto tapado, armados, assaltaram a Pastelaria Espiga , cerca das 20:30 horas. Levaram o computador da facturação depois de terem ameaçado a filha da dona.

Um homem armado e encapuzado entrou no café “Rei dos Cachorros 2”, no lugar da Labruge, e levou setenta euros em dinheiro depois de ameaçar um cliente e duas funcionárias.

Café Cristo Rei, frente ao Centro Social da Paróquia de Joane. Um indivíduo ameaçou a dona e a sua bebé de três meses. Levou 400 euros que a proprietária destinava para pagar a fornecedores.

“Vive-se um ambiente muito pesado na zona envolvente à escola secundária de Joane, principalmente no prédio junto à paragem de autocarros” Cláudio Cadeia Presidente da Assembleia de Freguesia de Joane

DESACATOS NAS “BARBAS” DA JUNTA DE FREGUESIA DE JOANE A segurança na vila de Joane foi também tema de conversa da Assembleia de Freguesia do passado dia 30. Cláudio Cadeia, presidente da Assembleia, mostrou-se preocupado com o “ambiente pesado” que se vive diariamente na zona envolvente à escola secundária, sobretudo no prédio junto à paragem de autocarros. “Os comerciantes daquele prédio já equacionam a saída e um comerciante já saiu mesmo. O que se passa ali é um profundo desrespeitos dos jovens por moradores e comerciantes e a sensação que dá é que são eles que saem vencedores porque

FRASES conseguem expulsar quem lá faz negócio”, disse Cláudio Cadeia. O café do prédio serve de ponto de encontro diário de dezenas de jovens, dia e noite. O barulho, os desacatos e a suspeita de consumo de drogas estão na origem das preocupações de autarcas e das autoridades (a GNR, porém, contactada pelo RL, recusou prestar qualquer declaração sobre este e outros casos que têm ocorrido na vila. “Não podemos dizer à GNR como deve actuar. O que a Junta pode e faz é alertar a guarda. Durante o dia há lá situações complicadas e à noite a gente também as vê porque a sede da Junta fica mesmo ao lado e muitas vezes somos nós que chamamos a GNR para pôr cobro ao desrespeito”, disse o presidente da Junta, Sá Machado.

“Não podemos dizer à GNR como deve actuar. O que a Junta pode e faz é alertar a guarda. A sede da Junta fica mesmo ao lado (do café) e muitas vezes somos nós que chamamos a GNR para pôr cobro ao desrespeito” (Sá Machado, presidente da Junta de Joane, na Assembleia de Freguesia a propósito dos distúrbios à porta de um café)

“O que se passa ali (no prédio perto da Junta e da escola secundária de Joane) é um profundo desrespeitos dos jovens por moradores e comerciantes” (Cláudio Cadeia, presidente da Assembleiade Freguesia de Joane)

“A minha bebé, de três meses, começou a chorar e o homem apontou-lhe uma faca. Dei-lhe o dinheiro e pedi-lhe para sair e não fazer mal à criança”. (Liliana Campos, dona de um caé assaltado, em Joane)


4 ABRIL DE 2013 • REPÓRTER LOCAL

pousadA | atletas da arpo no pódio A secção de atletismo da ARPO participou na “Corrida da Liberdade”, em Cabeceiras de Basto, com sete atletas: em Benjamins, Tiago Silva (2º), Rui Ferreira (3º) e Vítor Costa (5º); em juvenis, Roberto Oliveira (4º) e em Seniores, Joaquim Silva (2º) e Álvaro Sousa (6 º). O veterano Carlos Ferreira f icou em 3 º l u g a r.

LOCALIDADES

EM FOCO

ronfe • POlémica

joane • ensino

Farmácia quer pagamento adiantado dos clientes Proprietário admite dificuldades e que pediu ajuda à Junta para sensibilizar clientes Luís Pereira

A

crise que se sente no País não poupa as farmácias. Veja-se o caso de Ronfe: a farmácia local, a braços com problemas financeiros, está a “sensibilizar” os clientes para que façam pagamentos adiantados por conta dos medicamentos que habitualmente adquirem. Com esta opção, a administração diz pretender “restituir liquidez” à empresa, que enfrenta sérias dificuldades, e evitar o seu encerramento. O caso não escapa à polémica com o presidente da Junta a ser o porta-voz da apreensão do dono da farmácia. Os moldes da medida, disse, ao RL, Raúl Rosário, da administração da farmácia, ainda estão a ser estudados mas visam “evitar a falência do negócio. “Temos que encontrar soluções. A hipótese do pagamento por conta é inovadora mas ainda está num estado embrionário”, referiu. Raul Rosário diz que a crise é “transversal ao sector” das farmácias e foi agravada nos últimos anos, nomeadamente

com os cortes nos pagamentos do Estado, a que se junta “uma quebra nas receitas” em resultado da descida dos p re ç o s d o s m e d i c a m e n t o s . P o r isso, a solução poderá passar por impor um pagamento por conta (fala-se em cem euros) aos clientes. Ou seja: um cliente habitual da farmácia adianta cem euros que depois vai sendo descontado à medida que for adquirindo medicamentos. O autarca António Sousa, para evitar confusões, salienta que a Junta é alheia à medida dos pagamentos por conta, tendo-se limitado a divulgá-la na Assembleia por considerar

“essencial para a vila poder contar com uma farmácia”. Mas há quem censure a adesão da autarquia a uma estratégia comercial de uma empresa, mais ainda num período de enormes dificuldades para o cidadão comum. Ronfe não é, contudo, caso único: outros autarcas da zona foram contactados para “sensibilizarem” a população a aderir a esta modalidade de pagamento. A farmácia invoca a singularidade do negócio e a sua “importância social” para Ronfe e vizinhos, esperando contar com a colaboração dos clientes e “forças vivas” para evitar o encerramento.

DIAS DE ONTEM

JOANE, 2001 A foto é de 200 1, ano politicamente decisivo em Famalicão. Em Joane, o socialista Orlando Oliveira apresentava a candidatura independente pelo MAF, dividindo o eleitorado e roubando votos a Sá Machado, do PS. Doze anos depois, Orlando Oliveira mantém- se protagonista na cena política j oanense e tem, desta vez , um aliciante extra : o irmão, X a v i e r, l i d e r a a c a n d i d a t u r a d o P SD - P P, d o i s p a r t i d o s q u e s e m p r e combateu. No seu “ team”, o candidato nunca o convenceu. Que fará Orlando desta vez?

Disputa eleitoral no novo agrupamento de escolas Alfredo Mendes, actual presidente da Comissão Administrativa Provisória do A g r u p a m e n t o d e E s c o l a s Pa d r e B e n j a m i m S a l g a d o , e C a r l o s D i a s , p r o f e s s o r d e Po r tuguês na escola Bernardino Machado, vão disputar o cargo de Director do Agrupamento. A data das eleições só será marcada d e p o i s d o C o n s e l h o G e r a l Tr a n s i t ó r i o apreciar as duas candidaturas, com a análise do projecto de intervenção de cada candidato e com a entrevista individual, marcada para sete de Maio. Em Julho de 2012 o Agrupamento de Escolas Bernardino Machado e a Escola Secundária fundiram-se num agrupamento, que tem sido gerido por uma administração transitória liderada por Alfredo Mendes. A este “ veterano” (foto esquerda), que dirige a secundária de Joane há 20 anos, o p õ e - s e C a r l o s D i a s , p r o f e s s o r d e Po r tuguês na Bernardino Machado, natural de Joane, que já dirigiu uma escola nos Açores. O universo eleitoral é composto por 21 pessoas. Os candidatos não quiseram prestar declarações sobre o assunto, considerando prematuro fazê-lo antes da análise dos projectos por parte d o C o n s e l h o G e r a l Tr a n s i t ó r i o .

Uma questão de números

400 000 mil euros é o valor que a C â m a r a d e Fa m a l i c ã o v a i g s t a r n a r ea q u a l i f i c a ç ã o d e seis quilómetros da VIM, e n t r e Jo a n e e R i b a d ´ Ave .

45 alunos do Agrupamento de Escolas Padre Benjamim Salgado, de Joane, p a r t i c i p a ra m n o e n co n t ro distrital de natação escolar e m B ra g a .


REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 2013 • 5

OPINIÃO | Página 18 João Moura : “De duas maneiras cega a fortuna”; Quintino Pinto: “A narrativa a que tem os direito”.

editorial JOAQUIM FORTE

PAG. 07 | assembleias Em Abril realizaram-se várias Assembleias de Freguesia : as de Vermil e de Joane despertaram animada discussão.

Cidadãos na política Há dias, na Universidade do Minho, o presidente da Câmara Municipal de Baião, José Luís Carneiro, defendeu um “escrutínio permanente da acção política e da legitimidade dos eleitos”. Como? Através de vários “instrumentos” potenciadores de uma maior participação cidadã e, igualmente, da prestação de contas do poder municipal. A saber: Orçamentos Participativos; abertura aos cidadãos de todas as reuniões do executivo municipal, com possibilidade de intervenção sobre os assuntos em análise e sem necessidade de inscrição prévia; reuniões camarárias e assembleias municipais descentralizadas pelas freguesias; constituição de um Conselho Consultivo Municipal (formado por professores, empresários, jovens, associações…); sessões de prestação de contas aos munícipes, nas freguesias e com a presença de técnicos do departamento de contabilidade; pre-

sidências abertas nas freguesias; atendimento descentralizado da população; inquéritos para aquilatar da percepção da população sobre cada sector da Câmara Municipal... E muitos outros mecanismos. Cada um dos leitores achará que são propostas louváveis, de verdadeira aproximação aos cidadãos, mas há que considerar um outro lado que pode abalar a confiança na eficácia deste tipo de abertura: a participação dos munícipes nas várias iniciativas abertas, descentralizadas, não “descola” das 40 pessoas (quando corre bem)! Ou, como confessou o autarca em causa, quando se constata que 90 por cento dos casos que os cidadãos colocam ao presidente, nos seus espaços de atendimento, têm por base situações de interesse particular - não resultam de mobilização pelo interesse geral do lugar, da freguesia, do município… A maior mobilização, disse

protagonistas ARMANDO VIDAL Começam a ser frequentes os casos em que a Junta de F r e g u e s i a d e Ve r m i l se vê envolvida em acusações polémicas. Depois do imbróglio que foi o processo da Casa Mortuária, o executivo liderado por Armando Vidal vê-se agora a braços co m a c u s a ç õ e s , f e i t a s p o r u m e l e i t o d o P P, de estar a “patrocinar ” fugas ao f isco.

FranciscO COSTA O treinador do GD Joane tem razões para respirar de alívio. Depois de uma primeira parte do campeonato desastrosa , e em que chegou a questionar-se a s u a co n t i n u i d a d e , o técnico conseguiu que a equipa desse a volta p o r c i m a e g a ra n t i s s e a permanência na II divisão. associação de pais A A s s o c i a ç ã o d e Pa i s da Escola Básica de Joane vai dinamizar o programa ”Pais com Ciência”. Visa sensibilizar as crianças (e os pais também, indirectamente) para o ambiente e a higiene pessoal. Uma boa iniciativa .

ainda, surge quando estão em causa interesses particulares - um muro, uma casa que se pretende construir para um filho numa zona agrícola ou florestal - e muito raramente para pugnar (ou sugerir) por espaços públicos para a comunidade ou para acompanhar e debater opções orçamentais gerais. Afinal são os poderes que se fecham à participação dos cidadãos ou são estes que se abstêm, passivamente, de qualquer intervenção política? (Será por isso que não temos listas de cidadãos independentes dos partidos nas eleições autárquicas, como se questiona na página 17?). Que não se conclua de forma precipitada sobre alguma fatal letargia e passividade dos cidadãos: a mobilização não surge da noite para o dia, implica uma cultura continuada que fermente nos cidadãos a apetência pelas coisas comuns.

o que se diz NUNO MELO Era previsível que o joanense fosse de novo a aposta do PSD-PP para encabeçar a lista à Assembleia Municipal d e Fa m a l i c ã o . Q u a n d o as peças estão bem colocadas no terreno de jogo, não é conveniente que se façam mexidas. A novidade acaba por ser mesmo o anúncio de que a apresentação pública de Nuno Melo será feita em Joane. É p r e c i s o d e s c e n t r a l i z a r, nem que seja por aqui.

Propriedade e Editor - Tamanho das Palavras, Lda Rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão Telefone 252 099 279 E-mail geral@reporterlocal.com Membros detentores de mais de 10 % capital Joaquim Forte e Luís Pereira

“FUNÇÃO PÚBLICA PASSA A TRABALHAR 40 HORAS SEMANAIS” Título do jornal Público

“Ao avaliar as mais diversas notícias e comentários (sobre as eleições para a Câmara de Famalicão) ressalta com nítida evidência a tranquilidade vivida na candidatura de Paulo Cunha (PSD-PP) e a enorme inquietude pressentida na candidatura de António Peixoto (PS). Confesso que não fiquei surpreendido!”

“Maus resultados conduzem o treinador português Toni à saída do Tractor, clube do Irão que não paga há quatro meses”.

Gonçalves Oliveira, Cidade Hoje

Opinião Pública

“O Cabido da Sé de Braga, em parceria com as Caves Primavera S.A, está a comercializar um vinho licoroso com a finalidade de servir os ofícios litúrgicos. Este vinho de Missa, com denominação e rótulo “Sé de Braga”, foi provado e aprovado pelo Arcebispo D. Jorge Ortiga, segundo nota da arquidiocese”

O falso padre de Barcelos foi detido pela Polícia Judiciária, suspeito de se dedicar ao furto e comercialização de obras religiosas. Depois de ter sido detido, o padre Caridade estava de novo a aparecer nas igrejas, para celebrar e furtar imagens de santos e outros objetos de valor, que depois tratava de comercializar.

Jornal de Notícias

Diário de Notícias

“Formandos do Agrupamento de Escolas de Joane visitaram Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos de Riba d´Ave

Correio da Manhã

Director Joaquim Forte ( joaquim.forte@gmail.com) Redacção Luís Pereira (luispereira@reporterlocal.com) Paginação Filipa Maia Colaboradores Luís Santos; Sérgio Cortinhas; João Moura; Quintino Pinto Impressão Gráfica Diário do Minho | Tiragem 4000 ex. Jornal de distribuição gratuita Distribuição: Alberto Fernandes | Registo ICS 122048 | NIPC 508 419 514


6 ABRIL DE 2013 • REPÓRTER LOCAL

RONFE | desportivo à beira da descida “Depois de uma fase fulgurante, o Desportivo de Ronfe está agora nos lugares da despromoção da terceira divisão nacional de futebol. Em três jornadas, apenas conseguiu um ponto, em Barcelos, no dia 21. O Desportivo perdeu em casa, a 28, por 3 - 2 , c o m o Ta i p a s e a 1 4 , c o m o B r a g a n ç a , p o r 3 - 1 .

vermOIM • aSSEMBLEIA

“Um acto infeliz” que gera muita polémica PS acusa Junta do PSD-PP de usar meios públicos para fazer campanha partidária Luís Pereira

A

Junta de Freguesia de Vermoim usou meios oficiais para convidar as associações locais para um almoço com Paulo Cunha, “candidato” à Câmara Municipal de Famalicão pelo PSD-PP. O caso despertou protestos do PS e dominou a última Assembleia de Freguesia. O PSD-PP, que tem a maioria, até admitiu, por intermédio de Marco Magalhães, que o uso de meios e do nome da Ju nt a p a ra u m a i ni c i a t i va d e c a ri z partidário foi “um acto infeliz”, mas nem assim o presidente da autarquia, Xavier Forte, admite pedir desculpas pelo erro. Pelo

menos não enquanto a associação que revelou a mensagem “não se acusar”. O caso remonta a Fevereiro: na altura, o PS de Famalicão denunciou o email oriundo da Junta, em que Paulo Cunha era apresentado como “candidato” à Câmara, e criticou a utilização de meios públicos para fins partidários, tendo enviado o processo ao Ministério Público (ver caixa). Bruno Cunha, eleito do PS, considera que o caso constitui “um claro sinal da prepotência” da Junta de Vermoim e uma atitude “antidemocrática”. Marco Magalhães contrapõe com o “oportunismo político” evidenciado pelo PS que, “à

A requalificação da Via InterMunicipal (VIM) Joane-Vizela, no troço que atravessa o concelho de Famalicão, deve ficar pronta no final do Verão. A Câmara de Famalicão vai lançar concurso público para requalificar a via e aumentar a segurança em seis quilómetros, entre Joane a Riba de Ave, num custo previsto de 400 mil euros. Construída pela Associação de Municípios do Vale do Ave (AMAVE) há cerca de duas décadas, a VIM tem sido notícia, nos últimos anos, devido aos vários acidentes, alguns mortais, registados nos 18 quilómetros de extensão. Sem

falta de argumentos” recorre “a subterfúgios para fazer mossa”. Para o PSD-PP é igualmente grave que uma associação local tenha feito chegar o conteúdo do email ao PS de Famalicão, o que revela, segundo Magalhães, “interferência política” no associativismo local e que “há dirigentes associativos que são cobaias políticas do PS”. Na sessão, o relatório de gestão de 2012 foi aprovado pela maioria PSD-PP - o PS votou contra considerando que os documentos evidenciam uma “atitude política empobrecida” e “falta de transparência”.

dinheiro para intervir, a AMAVE tem tentado, sem sucesso, passar a estrada para a esfera do Estado. As obras de reparação têm sido feitas pontualmente por cada município (Guimarães, Famalicão e Vizela) por onde passa a VIM. A requalificação, diz o BE de Famalicão, “peca por tardia”, já que, em 2010, esta força apresentou, na Assembleia Municipal, uma proposta para que a Câmara interviesse na VIM, que foi aprovada por unanimidade. “Só dois anos depois, e em ano de eleições autárquicas, é que a Câmara dá seguimento à recomendação”, lamenta o BE.

FAMALICÃO

400 mil euros para requalificar seis quilómetros da VIM

ABUSO DE PODER

PS remete caso de Vermoim para o Ministério Público O P S d e Fa m a l i c ã o v a i l e v a r o c a s o d o “ a l m o ç o d e Ve r m o i m ” a o M i n i s t é r i o P ú b l i c o , Tr i b u nal Constitucional e Comissão Nacional de Eleições por considerar “inqualificável” a postura do presidente da Junta , Xavier Forte. O PS lembra que o autarca convidou as associações para “um almoço de trabalho” c o m o c a n d i d a t o Pa u l o C u n h a , salientando que “seria uma boa oportunidade para recordar ao senhor vereador as pretensões d e c a d a i n s t i t u i ç ã o ” . Pa r a o P S , “parece claro o uso ilegítimo das funções públicas para fins e l e i t o ra i s e p a r t i d á r i o s e o a b u s o de poder”.

FAMALICÃO • saúde

Sá Machado não foi reconduzido no Centro Hospitalar do Médio Ave Sá Machado já não integra o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Ave, cargo que ocupava desde 2010. O presidente da Junta de Joane não foi reconduzido no cargo de vogal executivo no final do mandato, que terminou em Dezembro de 2012. Desde então, o autarca manteve-se em funções de gestão até ao início de Abril deste ano, altura em que o governo nomeou nova administração. Dos seis administradores, apenas dois foram reconduzidos, entre os quais Luís Costa. Sá Machado tinha a pasta da gestão financeira dos hospitais de Famalicão e Santo Tirso, tendo sido substituído por Maria Machado. O autarca admite que “se fosse nomeado” aceitaria continuar em funções, mas que sendo “cargos de confiança política” nunca acalentou ilusões. “Sempre soube que o meu lugar estava a prazo desde que houve mudança do governo. Apesar de ter as graduações necessárias e de termos cumprido os objectivos que o ministério nos impunha, isso não terá servido de critério ”, disse o autarca ao RL. Sá Machado considera ter feito um trabalho “muito positivo”, destacando o resultado operacional positivo alcançado pelo CA de que fez parte, “quando em 2010 era deficitário em quatro milhões de euros”. O presidente da Junta de Joane, em fim de mandato, regressa agora à FORAVE, estabelecimento de ensino onde volta a dar aulas na área da gestão financeira.

“Sempre soube que o meu lugar estava a prazo desde que houve mudança do governo. Apesar de ter as graduações necessárias e de termos cumprido os objectivos, isso não terá servido de critério”


REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 2013 • 7

LOCALIDADES

ronfe | centro de compostagem com parecer negativo O Centro de Compostagem projectado pela Junta de Ronfe, para tratar resíduos da limpeza das ruas, foi chumbado pela Câmara de Guimarães, estando a ser reapreciado. Depois de acusada de fazer descargas de resíduos na Cerquinha, junto ao rio Ave, a Junta apresentou o projecto do centro, a instalar na Lourinha , q u e , p o r é m , m e r e c e u p a r e c e r n e g a t i v o . A J u n t a e s p e ra q u e n a r e a p r e c i a ç ã o o parecer f inal seja positivo.

vermil • Assembleia

joane • Assembleia

Oposição defende regulamento para uso do auditório da Junta

Junta acusada de promover fuga ao fisco Junta diz que está a resolver as irregularidades apontadas por Filipe Machado Luís Pereira

A

Junta de Freguesia de Vermil, do PSD, está a fugir ao fisco. A acusação foi feita por Filipe Machado, eleito do CDSPP, na última Assembleia de Freguesia. A Junta não desmente mas alega que “está a tentar resolver as irregularidades”. Filipe Machado referiu-se aos casos do pagamento de serviços efectuados por um cantoneiro contratado pela Junta, sem existência de recibos legais, e das tarefeiras da escola local, feito através de uma transferência de verbas da autarquia, sob forma de subsídio, à Associação de Pais. Para Filipe Machado, é censurável que um organismo da Administração Pública Local pague serviços sem exigir comprovativos para a consequente tributação fiscal, como determina a lei. “Esta Junta não tem a noção de que gere um órgão do Estado e que, como tal, tem a obrigação de zelar pela legalidade. Compactua com a fuga ao fisco”, acusou o eleito do PP. A tesoureira da Junta, Sara

Mendes, referiu que está a tentar resolver o caso, tendo sido comunicado ao cantoneiro em causa a necessidade de este efectuar a respectiva retenção, para efeitos fiscais, sobre os valores que recebeu. A sessão, destinada a discutir o plano de contas do exercício de 2012 (aprovado pela maioria PSD e com a abstenção do PP), esteve “despida” de eleitos: o Secretário do executivo, Marçal Mendes, primou pela ausência, a par de todos os membros do PS. Filipe Machado apontou alegadas irregularidades em torno da despesa de cinco mil euros justificada na rúbrica “instituições/ associações recreativas”, argumentando que a mesma tinha cabimentação orçamental de apenas mil euros. “A Junta atribuiu valores a instituições sem qualquer dotação autorizada, borrifando-se para a Assembleia. Não só não cumpriu com o que havia decidido - não atribuir subsídios às associações - como ainda os aumentou para mais quatro mil euros”, atirou o eleito. A tesoureira esclareceu que a não atribuição de subsídios é para vigorar

este ano e não se refere a 2012, ano a que se reportam as contas. “Os cinco mil euros da rúbrica foram aprovados pela Assembleia numa das revisões ao orçamento”, disse, justificando que o aumento resultou dos apoios da Junta às obras na igreja (dois mil euros) e à Associação de Pais, para pagamento de tarefeiras. Este último ponto gerou nova controvérsia, com Filipe Machado a acusar o executivo de promover nova fuga ao fisco ao não pagar directamente às tarefeiras. “Elas prestam um serviço à Junta e não à Associação de Pais, mas é esta que paga. O que a Junta faz é uma habilidade contabilística para que as tarefeiras recebam sem pagar os impostos devidos”, acusou Filipe Machado. As irregularidades foram confirmadas por José Peixoto, eleito do PSD e presidente da associação em causa, que se referiu às tarefeiras como “monitoras” ao serviço da escola. “Ficou combinado que elas iriam começar a passar recibos a partir deste ano para corrigir a situação”, afirmou.

A falta de regulamento para a utilização do auditório da antiga sede da Junta dominou os trabalhos da última Assembleia de Freguesia de Joane, no passado dia 30. O tema teve por base o recente episódio da recusa da Junta em ceder o auditório para uma iniciativa partidária da candidatura do PSD-PP à autarquia. Os eleitos da coligação apresentaram uma proposta para obrigar o executivo a regulamentar a cedência da sala, mas o PS fez valer o peso da maioria, chumbando-a, mas apenas por força do uso do voto de qualidade do presidente da Assembleia, Cláudio Cadeia, única forma de desempatar a votação provocada pela abstenção da eleita socialista Paula Oliveira, que se tem mostrado “desalinhada”, nesta ponta final do mandato, com a força pela qual foi eleita. “Há um ano, a Junta disse que estava a fazer o regulamento e até agora não o vimos. É urgente que ele seja feito para evitar mal-entendidos”, justificou Miguel Coelho, eleito da coligação. Na resposta, o presidente da Junta, Sá Machado, não esteve com rodeios e lembrou que a recusa de cedência do auditório só se verificou porque Xavier Oliveira não cumpriu as regras “definidas e aprovadas em reunião de executivo” no que toca aos trâmites para cedência do espaço a organizações externas. De resto, adiantou Sá Machado, a resposta da Junta já foi positiva no tocante ao pedido do mesmo candidato para realizar no auditório um Fórum das Mulheres. A necessidade de um regulamento de utilização do espaço da antiga sede da Junta não é unânime. Sá Machado diz que “não é uma prioridade” do Executivo que lidera, mas José Carlos Fernandes (PSD/PP) diz que é o único garante para evitar “desigualdade de tratamentos” e para “clarificar se um cidadão comum tem ou não direito ao espaço”. Este acabou por ser o tema dominante de uma sessão destinada a aprovar as contas de 2012. O documento suscitou duas visões diferentes: o Executivo PS enalteceu o empenho na redução da divida da Junta, e a oposição enalteceu a consequência disso mesmo, ou seja, a diminuição do investimento. LP


8 ABRIL DE 2013 • REPÓRTER LOCAL

pousada | campanha para ajudar o diego A f a m í l i a d e D i e g o I g l é s i a s , o j o v e m d e Po u s a d a q u e s o f r e de paralisia cerebral, já conseguiu o dinheiro para uma das três peças da cadeira de rodas adaptada , que custa 9 . 4 0 0 e u r o s . Pa r a c o n s e g u i r o r e s t o a f a m í l i a n e c e s s i t a d e 15,6 toneladas de tampinhas. Informações: 965371307.

LOCALIDADES

Santa Mª Airão • 25 abril

joane • acusação

Hospital abre inquérito sobre morte de joanense O Conselho de Administração do Hospital de Famalicão ordenou a abertura de um processo de inquérito interno para apurar eventuais responsabilidades no caso da morte de Rosa Sousa, de Joane, em Janeiro deste ano, naquela unidade hospitalar. A família acusou o hospital de negligência por alegada falta de assistência atempada. Rosa Sousa entrou nas urgências no dia quatro de Janeiro e terá ficado quase duas horas à espera de ser atendida, acabando por falecer. Conceição Afonso, filha da falecida, referiu ao RL que o conselho de administração do hospital deu seguimento à reclamação, ordenando, a 11 de Março, a abertura de um processo de inquérito.

JOANE • religião

Roteiro da Fé

Capitão de Abril desfiou memórias da Revolução de 1974 Luís Pereira

O

telo Saraiva de Carvalho, o mais mediático dos “capitães de Abril”, esteve em Airão Santa Maria num colóquio sobre os 39 anos da Revolução de 1974. Numa terra onde o pároco local costumava organizar passeios para afastar os mais fiéis das influências das comemorações do 25 de Abril, o polémico Otelo falou sem problemas com gente de todas as idades. Muitos dos quais não eram nascidos quando se deu a Revolução que pôs termo a 48 anos de Estado Novo. Aos 76 anos, Otelo apresentou-se com uma memória histórica de fazer inveja, desfiando episódios e acusações polémicas, no colóquio da Associação Recreativa e Cultural. Narrou não só “aquele dia” de 1974 mas também os preparativos. Apresentando-se como “um orgulhoso protagonista do 25 de Abril”, Otelo falou do “espirito de missão” que era “devolver a dignidade” ao povo português. E disse que não se mostra arrependido. “Mesmo que soubesse que

39 anos depois a situação seria a de um país com dois milhões de pobres e outros tantos no limiar da pobreza, voltaria a fazê-lo de novo. Valeu a pena nem que seja pela imprensa livre que temos e pela liberdade de milhares de pessoas que hoje voltam às ruas em protesto”, afirmou o capitão de Abril. Otelo confessou a “pena enorme” que ainda hoje carrega pela revolução não ter sido concretizada em vida de Salazar (“gostava de o ter derrotado”) e lamentou que ainda haja quem pense que o 25 de Abril não teria sido possível se o ditador ainda liderasse os destinos da nação. O polémico capitão de Abril falou das colónias e do processo de descolonização (“fizemos um império notável mas não

“Mesmo que soubesse que 39 anos depois a situação seria a de um país com dois milhões de pobres e outros tantos no limiar da pobreza, voltaria a fazER o 25 de abril de novo.

havia possibilidade de o manter, foi o último império ultramarino do mundo a cair”) e das terríveis marcas deixadas pelos 13 anos de guerra colonial. Sobre a situação actual do país, falou em “situação desgraçada” e reafirmou a sua disponibilidade para uma nova revolução, em caso de necessidade. Polémica foi também a participação do orador no período pós-revolução, mas sobre isso Otelo rejeitou o envolvimento em assaltos e atentados com mortes. “Sou completamente estranho às FP-25 de Abril (uma organização de cariz terrorista)”, disse em resposta a uma questão do público, adiantando que o PCP e Cândida Almeida (Procuradora do Ministério Público) estiveram envolvidos na sua detenção, em 1985, no âmbito do processo das FP-25 que lhe valeu cinco anos de prisão. “Desde 1976 que o PCP tem um contencioso tramado comigo por causa das eleições”, acusou Otelo. O colóquio terminou com um desafinado cantar do “Grândola Vila Morena”, mas com toda a letra na ponta da língua.

PUBLICIDADE

A narrativa segundo “o camarada Otelo”

Mais de cem jovens de Joane percorreram, no dia 27, o “Roteiro da Fé”, numa iniciativa da catequese enquadrada no Ano da Fé que a Igreja Católica assinala em 2013. O roteiro pretendeu, segundo a organização, “redescobrir as razões e as raízes” da crença dos jovens dos 13 aos 16 anos. Os jovens visitaram capelas e participaram em “momentos de reflexão” complementados com partes lúdicas, como o concerto no Parque da Ribeira, com a “Banda Missio” (pop-rock religioso).

RONFE • leitura

Biblioteca fecha por falta de leitores e de dinheiro O Posto de Animação e Leitura de Ronfe (um pólo da Biblioteca Municipal de Guimarães aberto em 1999) fechou. Falta de recursos e pouca afluência de leitores são as razões apontadas pela Câmara Municipal. O presidente da Junta lamenta o fecho e não compreende o argumento dos custos. Domingos Bragança, vice-presidente da Câmara de Guimarães, salienta que o esforço para cativar leitores em Ronfe revelou-se infrutífero já que, diz, “regista uma média de afluência de duas a três pessoas por dia”. A este dado junta-se um problema de recursos humanos, já que a técnica de Ronfe pediu transferência para outro concelho. “Não existe enquadramento legal para substituí-la e a Biblioteca Municipal não tem possibilidades de transferir funcionários para Ronfe. Não nos restou, infelizmente, outra alternativa”, refere.


REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 2013 • 9

vermoim | “a birra do morto” A peça “Birra do Morto”, do núcleo de teatro da Associação Cultural de Vermoim (ACV) é apresentada este sábado, dia quatro, pelas 21:30 horas, no Centro de Estudos Camilianos, em Ceide. Faz parte do VII Festival de Teatro Amador Terras de Camilo.

Vruuuuuumm!

Dez anos de Caminhos de Santiago ATC de Joane assinala data em 2014 com caminhada especial por três percursos diferentes.

Miniatura de Fórmula 1 vale quatro prémios a alunos de Joane

A

miniatura de um carro Fórmula 1 construída por seis alunos da Escola Bernardino Machado, de Joane, arrebatou quatro prémios na categoria de “escolas estreia” da f inal regional do programa e d u c a c i o n a l “ F 1 i n S c h o o l s ” . O c a r ro m e r e c e u os prémios de inovação, engenharia , marketing e portefólio, na f inal realizada em Ribeirão, no passado dia 23, numa competição com mais 15 equipas vindas de escolas dos distritos de Braga e Viana do Castelo. Ru i D i o go , Pa u l o C o r t i n h a s , A l exa n d r e Pe r e i ra , João Costa e Rita Rodrigues formam a equipa “ I nv i c t u s Te a m ” . E m Fe ve r e i ro fo ra m s e d u z i d o s para o projecto educacional de dimensão mundial proposto à escola pelo Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal ( C I TE V E ) . O “ F 1 i n S c h o o l s ” ( o r g a n i z a d o p e l a Fe d e ra ç ã o I n t e r n a c i o n a l d o A u t o m ó v e l ) e x i s t e há vários anos mas só nesta edição é que abriu o programa a alunos até ao 9.º ano. “É um desaf io mundial que pretende, juntamente com as escolas, estimular os alunos para a ino vação e tecnologia”, explica António Paiva , um dos professores que acompanharam os jovens.

Com recurso a software tridimensional cada equipa de alunos tem de construir uma miniatura de um carro de F1 le vando em conta conceitos co m o a a e ro d i n â m i c a e o d e s i g n . A e q u i p a d e Joane arrancou tarde com o projecto e só em Fevereiro recebeu a formação básica em software de modelação 3D, dada pelo CITEVE. A partir de então foi a criatividade a funcionar para elaborar o carro que na f inal foi avaliado por um júri. A l é m d a co m p o n e n t e t é c n i c a d e co n s t r u ç ã o , o p ro g r a m a e n g l o b a a e l a b o r a ç ã o d e u m p o r t e f ó l i o , a p ro c u ra d e p a t ro c i n a d o r e s e a c r i a ç ã o da identidade da equipa . Apesar do sucesso, a estreia representou apenas o início de um longo c a m i n h o . S e r v i u , e l u c i d a A n t ó n i o Pa i va , “ p a ra detectar muitos erros na f inal, que terão de ser corrigidos”, e para dar alento para continuar já que, adianta , a categoria em que a escola de Joane competiu “não dá acesso às f inais nacionais, o que implica um percurso de três anos”. Se tudo correr como previsto, a equipa pode c h e g a r a o s n a c i o n a i s e r e p r e s e n t a r Po r t u g a l na f inal mundial. O Repórter Local associou-se a o p ro j e c t o d a e s co l a , f i g u ra n d o co m o “ m e d i a sponsor ” da equipa .

Sabes como se faz a pasta de dentes? A A s s o c i a ç ã o d e Pa i s d o C e n t ro E s co l a r d e Jo a n e va i d e s p e r t a r o s a l u n o s p a ra o a m b i e n t e e higiene pessoal. O programa “Pais com Ciência”, apresentado no dia 19, inclui várias iniciativas. N a á r e a d a h i g i e n e p e s s o a l ( “ Va m o s t o d o s a o banho”) está prevista a visita de cientistas do Visionarium à escola para explicarem a im por tância da higiene, colocando as crianças a fazer pasta de dentes e sais de banho. Durante este mês, em colaboração com o Centro de Intervenção Ambiental de Vila do Conde, os alunos vão contactar com as árvores e anali sar a água do Parque da Ribeira , para depois servirem de sensibilizadores dos pais. A última acção, no f inal do ano lectivo, centrase na realização de filmes individuais sobre as

várias acções desenvolvidas. Entretanto, Helena Mendes, presidente da A s s o c i a ç ã o d e Pa i s , a p r o v e i t o u a s e s s ã o p a r a manifestar, ao RL , a preocupação com algumas “lacunas” do novo Centro Escolar. “É muito quente, mesmo no Inverno. Temos lutado para que o p ro ce s s o d e a q u e c i m e n t o i n s t a l a d o , q u e n ã o é necessário, seja invertido em refrigeração”, diz . Outras preocupações prendem-se com a “exigui dade” do parque infantil (“só pode ser utilizado por 14 alunos”), com a segurança (“o edifício tem m u i t o s v i d ro s ” ) e co m a f a l t a d e co b e r t u ra s n o r e c r e i o p a ra r e s g u a r d a r a s c r i a n ç a s d o ve n t o e da chuva . “Continuamos a aguardar pela intervenção nos acessos exteriores à escola”, conclui a presidente da Associação de Pais. L .P.

E m 2 0 1 4 , a A s s o c i a ç ã o Te a t r o C o n s t r u ç ã o vai percorrer os Caminhos de Santiago por três itinerários diferentes, assinalando, assim, os 10 anos das caminhadas. Entre 29 de Abril e quatro de Maio do próximo ano, grupos distintos de caminhantes vão percorrer o caminho português (partida de Po n t e d e L i m a ) ; o c a m i n h o d e F i n i s t e r r a e o caminho francês (partida de Lourdes). “Os caminhos de Santiago foram das coisas m a i s b o n i t a s q u e a ATC p ro m o v e u . E m dez anos, cresceram imenso e ganharam centenas de milhares de adeptos”, diz Custódio Oliveira . Em dez anos, mais de 4 0 0 p e s s o a s c a m i n h a r a m c o m a AT C a t é Santiago. A mais velha é alemã e tem 74 anos. A maioria (90 por cento) não é da região, vem de todos os pontos de país e do estrangeiro. Além da caminhda , está prevista uma excursão a Santiago, com partida de Joane a quatro de Maio. Santiago exerce fascínio noutras instituiç õ e s d a z o n a : a B TT J o a n e j u n t o u 2 0 p e s soas que fizeram, em bicicleta , o trajecto entre Joane e Compostela , com partida no dia 25 de Abril (foto). Na mesma altura , o n ú c l e o d e B TT d a A s s o c i a ç ã o C u l t u r a l d e Ve r m o i m f e z a l i g a ç ã o a t é S a n t i a g o .


PUBLICIDADE


REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 2013 • 11

joane | corrida e caminhada da mãe A A s s o c i a ç ã o Te a t r o C o n s t r u ç ã o o r g a n i z a d o m i n g o , d i a c i n c o , a o i t a v a e d i ç ã o d a C o r r i d a e C a m i n h a d a d a M ã e e o 1 3 . º Fa m a l i c ã o J o a n e d o s Pe q u e n i n o s . A s i n i c i a t i v a s d e c o r r e m e n t r e a s 1 0 e a s 11:30 horas, com partida e chegada do Parque da Ribeira . As inscrições podem ser feitas até sábado.

Chocolate!

(no campo da bola)

PUBLICIDADE

O Estádio de Barreiros, em Joane, recebe este fim de semana uma interessante “competição”. Em vez de jogadores de futebol, seis pastelarias locais vão competir pelas melhores doçarias em que entra o chocolate. Hmmmmmm!

N

em só de futebol vive o Grupo Desportivo de Joane. É o que se pode dizer face à mais recente iniciativa do clube da vila: nada mais nada menos que uma “Feira do Chocolate”, marcada para quatro e cinco de Maio, no parque de estacionamento do campo de Barreiros. Em “campo” vão estar seis pastelarias de Joane numa “ofensiva atacante” traduzida na exposição de doces feitos com chocolate. Mas como surge um evento destes, organizado por um clube de futebol? A resposta reside na paixão de Rogério Simões, dirigente do GDJ, pelo chocolate. Depois de convencer a direcção do clube, seguiu-se o desafio lançado a 50 pastelarias da região. Mas só as de Joane é que aderiram, lamenta o mentor da ideia. As seis pastelarias vão mostrar e vender produtos em cuja confecção entra o chocolate que serão avaliados por um júri, havendo prémios para o melhor pão-de-ló, bolo-rei, “Bolo da Mãe” e para o mais criativo. Mas nem só de chocolate vive a feira. O programa inclui ranchos folclóricos (no sábado, o de Mogege, às 16:00 horas, e o “Danças e Cantares” de Joane, pelas 21:00; no domingo o grupo Infantil de Joane, pelas 15:30 horas); cantares ao desafio, concertos (Carlos Ribeiro, no sábado, às 22:30 horas e “Sigla Dep”, no domingo) e Dj´s. Outra componente é a mostra de artesanato e trabalhos de associações da vila. A iniciativa conta com o apoio da Junta de Freguesia e Câmara de Famalicão e a entrada custa um euro. L.P.


12 ABRIL DE 2013 • REPÓRTER LOCAL

RONFE| JUNTA PROMOVE FORMAÇÃO A Junta de Ronfe está a promover uma acção de formação alusiva à prevenção e combate a incêndios e acidentes domésticos. A acção tem a última sessão marcada para o próximo sábado, dia 4. As inscrições são gratuitas e a formação decorre na sede da autarquia entre as 15 e as 19 horas.

A única mercearia de Airão S. João fechou portas “Casas Novas” foi fundada em 1942 e mais do que uma mercearia era um centro de convívio da freguesia

Luís Pereira

A

única mercearia da freguesia de Airão S. João fechou no final do ano passado. Mas, ainda hoje, não passa um dia sem que Fernando Silva, o proprietário, entre na mercearia “Casas Novas” para enganar a saudade dos tempos em que o negócio fervilhava de clientes com os quais estabelecia uma relação quase familiar. A origem do estabelecimento remonta a 1927, quando estava em curso a construção da estrada Braga-Guimarães-Famalicão. O pai de Fernando teve olho para o negócio, ao ver o movimento de trabalhadores que comiam na chamada cantina (acima da actual piscina), onde trabalhava. “Em 1942, ele decidiu abrir a primeira mercearia e em 1969 mudámo-nos para aqui”, conta o filho. Fernando e um dos nove

irmãos deram apoio às lides do pai e acabaram por herdar o negócio. Curiosamente, não foi a crise a ditar o fecho da casa, mas antes o desejo de uma reforma tranquila. “Trabalhávamos sábados e domingos, das oito da manhã à meia-noite. Era trabalho a mais para poucos “funcionários”. Estou reformado e tenho quase 68 anos. Os meus filhos e sobrinhos não querem isto. Tínhamos bom ambiente e clientes mas não podíamos estar a trabalhar até morrer”, desfia. REFORMAS E FIADOS A mercearia “era o centro da freguesia”, onde “a malta se reunia para ver o futebol e discutir política”, diz Fernando. O fecho altera a rotina de muita gente, sobretudo dos mais velhos. “Éramos o banco que pagava as reformas; os fiadores de quem não tinha dinheiro mas precisava do gás

e da mercearia. Agora, quem quiser um pacote de cevada ou um frasco de pimenta tem de ir a Joane”. A mercearia ganhou estatuto. Até se dizia que “o que não há nas Casas Novas, nem em Famalicão se encontra”. Tinha “de tudo um pouco”, de adubos a ferros, mas também fruta e vinhos. E além disso tinha o único telefone público da freguesia, imprescindível nos tempos muito anteriores aos telemóveis e meio de comunicação por excelência dos fregueses mais pobres. “Ligavam para cá para falar com alguém, desligavam e iamos chamar a pessoa a casa para vir cá aguardar novo telefonema”, recorda Fernando. Os donos moravam por cima e muitas vezes, altas horas da madrugada, foram despertados para chamar bombeiros ou parteiras quando nascia uma criança.

“Custa ver isto fechado”, confessa, com um certo desalento, o dono da Casas Novas. “Sinto falta do convívio. Venho cá todos os dias. O que ainda resta de artigos será para dar uma organização qualquer”. Algumas pessoas propuseram alugar o negócio, mas Fernando Silva teme que o espaço seja radicalmente transformado e, por outro lado, não se mostra muito favorável a “passar” a casa para “fora da família”. Talvez mais tarde, admite.


REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 2013 • 13

FUTEBOL • GD JOANE

FUTEBOL • DESP. RONFE

“Não teremos relvado sintético nos próximos anos”

Presidente de saída

O GD de Joane vai continuar a jogar na II Divisão Nacional de Futebol. O clube esteve mais de metade da época nos lugares de despromoção mas conseguiu os pontos que garantem a manutenção. Em 30 jogos, o Joane venceu sete, empatou outros tantos e som o u 1 6 d e r r o t a s . Te r m i n o u a é p o c a e m 1 4 . º l u g a r, c o m 2 8 pontos. O presidente do clube, Rui Ribeiro, em entrevista , enaltece este desfecho mas não esquece as dificuldades. Que balanço faz da época do Joane que agora termina? Os objectivos que traçámos foram alcançados, com muita humildade e empenho. Em alguns jogos a sorte não quis nada connosco, apesar de jogarmos bem, o que desmotivou a equipa. No jogo com o Tirsense, o Joane perdia ao intervalo por 2-0 e na segunda parte virou o resultado para 2-3. A partir daí as coisas mudaram e o Joane começou a somar pontos, garantindo a permanência. O treinador foi contestado pelos adeptos. A direcção chegou a ponderar demitir Francisco Costa? Houve alguma contestação dos sócios e o treinador chegou a pôr o lugar à disposição por duas vezes. O que o levou a mantê-lo no cargo? Ele estava a fazer um excelente trabalho, nunca tivemos intenção de despedi-lo. Foi sempre minha intenção manter toda a equipa técnica até ao final do campeonato, mesmo com despromoção. Quais as maiores dificuldades que o clube sentiu? Conseguir a manutenção e a falta de dinheiro porque não

temos o apoio de alguns patrocinadores da época passada. Esteve ausente do país a maior parte da época. Como se consegue gerir o clube à distância? Estive, e ainda estou, fora do país. Apesar de gostar muito do Joane, primeiramente está a minha vida profissional e não podia recusar a proposta da minha empresa que implicava ir para fora do país. Falei com as pessoas da direcção, que me deram todo o apoio. Eu era informado quase diariamente do que se passava no clube. Como sabia que tinha pessoas trabalhadoras e empenhadas, tornou-se mais fácil. Há previsão de obras no estádio - relvado sintético e balneários? O Joane não terá relvado sintético nos próximos anos. Não temos dinheiro, a Câmara também não e o país está como está. Iremos trabalhar para construír balneários para as camadas jovens depois desta época porque fazem muita falta.Durante estas duas épocas fez-se muito para melhorar as instalações

em vez de investir tanto em jogadores, como fizeram direcções anteriores. Mostrámos que com um orçamento baixo na terceira divisão é possível ter um plantel equilibrado e fazer investimentos nas estruturas. Alargámos o campo para os jovens, colocámos iluminação e o stand de vendas de produtos do Joane; remodelámos os balneários dos visitantes, arranjámos e pintámos as bancadas e o exterior dos balneários - mas ainda há muito a fazer. Pensa desistir do compromisso de dirigir o clube só por dois anos? Gosto de cumprir aquilo com que me comprometo, mantenho esse compromisso. Agradeço aos sócios, simpatizantes, patrocinadores e amigos que apoiaram o clube, e também aos elementos da direcção que dignificaram o nome do Joane e o mérito desta manutenção, em que muitos não acreditavam (outros queriam que descesse de divisão). Dou os parabéns aos jogadores e à equipa técnica, que foram verdadeiros guerreiros.

Francisco Costa disponível para continuar Francisco Costa está disponível para continuar à frente da equipa técnica do GD de Joane, mas salienta que a vontade deve ser partilhada pela direcção, com quem vai discutir o assunto em Junho. O treinador salienta que os objectivos definidos foram sempre ultrapassados: na época passada era garantir a manutenção na terceira divisão e o GDJ subiu à segunda; na época em curso, e com o orçamento mais baixo do campeonato, o

Joane conseguiu a manutenção. “Não acredito em milagres no futebol mas, se os há, tivemos um, esta época, com o Joane. Estivemos num precipício mas conseguimos sair dele, com

muita força”, refere. Profissionalmente, o treinador não vive do futebol e essa foi uma das razões que o levaram a colocar o lugar à disposição, duas vezes, quando os adeptos questionaram o seu trabalho. “No futebol, são imp ort ant e s os que acre d it am, mas mais ainda os que não acreditam, são eles que nos encorajam a provar o contrário, como fizemos mais uma vez”, conclui Francisco Costa.

Carlos Oliveira está de saída da presidência do Desportivo de Ronfe. O processo eleitoral arranca no dia 12, mas o actual presidente diz que a decisão de não se recandidatar é irreversível. “Já chega! Foram três anos de muito trabalho e preocupações, a decisão está tomada, nada me fará voltar atrás”, garante Carlos Oliveira. O dirigente assumiu funções em 2010, depois de um vazio directivo provocado pela saída de João Machado. Três anos depois, Oliveira confessa que na altura assumiu o cargo por ter sido “quase empurrado”, uma vez que não tinha qualquer experiência, mas que o desafio “valeu a pena”. A falta de dinheiro constitui a principal dor de cabeça para o presidente de um clube como o de Ronfe, mas Oliveira espera deixar o Desportivo com “boa saúde financeira”, a menos que não se confirmem “alguns apoios previstos”.

atletismo • earo

A estreia de Vasco Vasco Batista é a nova aquisição da Escola de Atletismo Rosa Oliveira. O atleta, especialista em Trails e fundo e conhecido pelas participações internacionais em maratonas, já competiu com as cores da nova equipa, no passado dia 12, na Corrida do Benfica. Batista concluiu a prova com o tempo de 38:15 minutos. Da mesma equipa, André Silva ficou em 10.º (sub-23) e Luís Faria (veterano) em segundo.

natação • aepbs

Distrital escolar O Agrupamento de Escolas Padre Benjamim Salgado, de Joane, fez-se representar com 45 alunos no encontro distrital de natação escolar realizado no Complexo de Piscinas da Rodovia em Braga. Nas 13 provas, os alunos de Joane arrecadaram um primeiro lugar, sete segundos lugares e sete terceiros lugares.

futsal • aepbs

Distrital escolar A equipa juvenil de futsal feminino do Agrupamento de Escolas Pe.Benjamim Salgado joga este sábado, em Viana do Castelo, o regional norte da competição entre escolas. O apuramento resulta da conquista do campeonato distrital após vitória frente à Secundária de Monserrate, por 2-1.



REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 2013 • 15

AUTÁRQUICAS 2013

FAMALICÃO | MIGUEL LOPES CANDIDATO DA CDU Miguel Lopes, de 54 anos, ex-presidente e actual Secretário da Junta de Riba d´Ave, é o candidato da CDU à Câmara Municipal de Famalicão. A CDU pretende apresentar listas próprias de candidatos a todos os órgãos autárquicos do concelho e aumentar o número de eleitos nas freguesias e no Município.

FAMALICÃO • candidatos

PSD-PP: 49 candidatos, 32 freguesias Nuno Melo volta a ser candidato à Assembleia Municipal de Famalicão Luís Pereira

A

c o l i g a ç ã o PSD-PP em Famalião vai apresentar 49 candidaturas para um universo que, oficialmente, conta agora com 32 autarquias, por força da reforma administrativa implementada pelo actual governo e que levou à fusão/agregação de algumas localidades. Esta foi a forma encontrada pelo PSD-PP para evitar a previsível confusão e abstenção dos eleitores quando confrontados com um cenário diferente resultante da realidade admi nistrativa do concelho.

Fernando Costa, da comissão da candidatura, revelou que a escolha dos candidatos do PSD/ PP à Juntas do concelho está concluída: foram escolhidos 49 candidatos mas só 32 poderão ser, de facto, “cabeças de listas”, face à nova reforma administrativa. Desta forma, o PSD-PP de Famalicão adopta uma estratégia que pode surtir efeito ao nível da mobilização eleitoral, e manifesta a sua discordância face à lei que reduziu de 49 para 32 as freguesias o concelho. Quanto às apresentações de candidatos: Manuel Carvalho é apresentado no dia 10 de Maio

como candidato à Junta de Vermoim. A 17 e 31 de Maio, será a apresentação pública dos candidatos em Mogege e Castelões, respectivamente. Os nomes não foram ainda divulgados mas o RL apurou que o candidato do PSD/PP em Mogege será José Lima, actual secretário do executivo de Manuel Pimenta (impedido de nova candidatura) e também presidente da associação “Nascer do Sol”. O principal adversário é Miguel Abreu, presidente da Associação Desportiva e Recreativa de Mogege, que encabeça a lista do PS.

S E X TA | 3 M A I O O candidato do PSD-PP à Junta de Freguesia de Joane, Xavier Oliveira , promove o “Fórum das Mulheres”. Emí lia Monteiro, Helena Mendes, Helena Rafael, Nelinha Ferreira e Rosa Oliveira são as oradoras convidaddos. A moderação é de Cristina Pe i x o t o . O F ó r u m r e a l i z a - s e no auditório da antiga sede da Junta , às 21:30 horas.

N u n o M e l o é , d e n o vo , o c a n didato da coligação PSD/PP à presidência da Assembleia M u n i c i p a l d e Fa m a l i c ã o . A apresentação pública será feita em Joane, sua terra natal, a 26 deste mês. “O carisma de Nuno Melo é uma mais-valia para o conc e l h o . Fo i m u i t o i m p o r t a n t e para nós que ele estivesse disponível”, considera o P S D - P P. Nuno Melo foi eleito presidente da Assembleia em 2001, aquando da eleição de Armindo Costa para a Câmara .

TRIBUNA

PORQUE É QUE NÃO HÁ CANDIDATURAS INDEPENDENTES? Nas 10 freguesias que constituem o universo principal de intervenção deste jornal, não há nenhuma candidatura às autarquias por parte de cidadãos independentes. Porque é que isto acontece? Os cidadãos demitem-se da vida política local ou a burocracia necessária para apresentar uma lista dissuade mesmo os mais determinados? Para Sérgio Cortinhas, que já foi presidente da Assembleia de Freguesia de Joane, a razão pode residir num facto simples: “o exercício da atividade política não é hoje socialmente visto nem como uma honra nem como um dever. Assim se justifica a passividade dos cidadãos na participação política, nomeadamente, na política partidária e também em candidaturas independentes. É um problema cultural e educativo. Que só se resolve de duas maneiras: mudando o sistema e os mal-amados actores políticos e educando, nas escolas ou nou-

tras instituições, as crianças e os jovens para a importância da participação política como um exercício imperativo e nobre de cidadania.” Já Manuel Cunha, que tem no currículo candidaturas como independente, mas em listas partidárias, em Joane, considera que os partidos políticos são, neste momento, “o factor de maior limitação da intervenção de cidadãos na vida política”, afastando “gente militante, altruísta e voluntária”. A situação, defende, “poderia ser debelada com a apresentação de listas independentes mas para isso é preciso que as burocracias a que estão sujeitas sejam minimizadas e que se semeie uma cultura de participação cidadã”. O QUE DIZ A LEI A Lei Eleitoral dos Órgãos das Autarquias Locais prevê a apresentação de listas de cidadãos (sem intervenção dos partidos

A U TÁ R Q U I C A S AGENDA DOS C AN D I D ATO S

políticos) à eleição para os órgãos das autarquias locais - Câmara Municipal; Assembleia Municipal e Assembleia de Freguesia. Mas o processo envolve um complicado conjunto de documentos que afasta os mais determinados. Mesmo assim, quem avançar tem que o fazer perante o juiz do tribunal de comarca competente em matéria cível, até ao 55.º dia anterior às eleições. Implica a entrega de declaração de propositura (lista de proponentes); lista de candidatos; declaração de candidatura; certidão de inscrição no recenseamento eleitoral dos candidatos e mandatário; identificação completa de todos os elementos (que devem obrigatoriamente estar recenseados na área da autarquia a que respeita a eleição). As listas deve m ainda respeitar o princípio da paridade (33,3% de cada um dos sexos, não podendo integrar mais de dois candidatos do mesmo sexo seguidos na ordenação da lista).

S E X TA - F E I RA | 1 0 M A I O Manuel Carvalho é apresentado como candidato do PSD-PP à Junta de Freguesia d e Ve r m o i m . O c a b e ç a d e l i s ta integra o actual executivo liderado por Xavier Forte.

SÁBADO | 11 MAIO Apresentação pública de Domingos Bragança como candidato do PS à Câmara Municipal de Guimarães. No grande auditório do C e n t r o C u l t u r a l V i l a F l o r, e m Guimarães, às 17:00 horas. S E X TA - F E I RA | 1 7 M A I O

Apresentação do candidato do PSD-PP à Junta de Freguesia de Mogege, José Lima, actual secretário da Junta liderada por Manuel Pimenta. DOMINGO | 26 MAIO Apresentação pública de Nuno Melo como cabeça de lista do PSD-PP à Assembleia M u n i c i p a l d e Fa m a l i c ã o . E m Joane.


16 ABRIL DE 2013 • REPÓRTER LOCAL

RONFE E AIRÃO | CÂMARA ATRIBUI SUBSÍDIOS O D e s p o r t i vo d e Ro n f e va i r e c e b e r u m a p o i o f i n a n c e i ro d e 7 5 0 0 e u ro s d a C â m a ra M u n i c i p a l d e G u i m a rã e s . O a p o i o f o i a p ro va d o e m r e u n i ã o d e C â m a ra e d e s t i n a - s e a a p o i a r a é p o c a d e s p o r t i va em curso. No lote das associações contempladas conta-se também a U n i ã o D e s p o r t i va d e A i rã o , co m 7 5 0 e u ro s .

AUTÁRQUICAS 2013

JOANE • psd-pp

JOANE • apresentAção

O “secretismo” do PS Luís Pereira

A

apresentação do candidato do PS à Junta de Freguesia de Joane deve ocorrer este mês e está rodeada de “secretismo” para garantir “efeitosurpresa”. “Ele já aceitou o convite formal do PS feito há vários meses e a apresentação será em Maio. O dia e a forma como será apresentado só poucas pessoas o sabem porque o PS quer que tenha um efeito surpresa”, confidenciou fonte do partido ao RL. O que não representa surpresa é o nome do candidato. António Oliveira tem sido o “braço direito” de Sá Machado nos últimos mandatos e desde 2009 é nele que o presidente da Junta delega o atendimento ao público e a gestão dos

dossiers mais importantes da autarquia, num sinal claro da sua preferência quanto ao nome a propor aos eleitores. Dentro do núcleo duro dos socialistas joanense, composto pelos que há anos integram o executivo da Junta e a Assembleia de Freguesia, a opção por Oliveira é consensual, mas há vozes externas que colocam reservas, sobretudo entre militantes com alguma projecção pública mas que estão “de fora” do poder. A falta de uma secção de residência do PS em Joane inviabilizou o debate interno com os militantes em torno da escolha do candidato e terá sido uma das razões que levaram ao aparecimento da candidatura do ex-socialista Xavier Oliveira pela coligação PSD-PP.

Xavier Oliveira pede ideias aos joanenses

ronfE • apresentAção

Candidato do PSD-PP promete “campanha limpa e serena” António Sousa, candidato do PSD-PP à Junta de Ronfe, promete fazer uma campanha “limpa, serena e esclarecedora”. “Não tenho uma costela de Ronfe, trago Ronfe no peito, vive comigo como o ar que respiro”, afirmou o candidato na apresentação pública, no dia 20, apadrinhada pelos líderes do PSD e do CDS de Guimarães. Omnipresente em todas as intervenções esteve Daniel Rodrigues, o socialdemocrata que conquistou a autarquia local para o PSD, em 2001, e que deixou a presidência para o seu número dois, António Sousa, a meio do actual mandato, por falta de tempo. As críticas ao poder municipal foram outras das tónicas dominantes: “Ronfe é incómoda porque não tem medo de falar. Somos da

periferia do concelho mas não podemos ser os abandonados. Sempre que assim nos sentirmos, não deixaremos de reivindicar”, afirmou Benjamim Mendes, mandatário da candidatura. Nesta linha, o PSD local entende que o desenvolvimento de Ronfe obriga a ter na Câmara Municipal de Guimarães o candidato da coligação de direita, André Coelho Lima, que recordou as promessas por cumprir do actual poder PS, como o Centro Escolar, as piscinas e a requalificação da Casa do Povo. “Não considero normal que Ronfe não tenha um centro cívico à altura da sua importância. Comigo na Câmara, logo em Outubro, assumirei esse compromisso”, afirmou Coelho Lima. LP.

O candidato do PSD-PP à Junta de Joane continua o co n t a c t o co m a s s o c i a ç õ e s locais. Em Abril, Xavier Oliveira reuniu com os responsáveis da Assoc i a ç ã o d e Pa i s d o C e n t r o Escolar e da Fraternidade Nuno Álvares para se inteirar de anseios e iniciativas. Entretanto, Xavier Oliveira está a recolher contributos dos joanenses para a elaboração do programa eleitoral, através da página de candidatura n o Fa c e b o o k . “ É f u n d a mental que a população tenha um papel activo na definição do rumo da freguesia, apresentando propostas e sugestões que contribuam para o seu desenvolvimento”, justifica o candidato.

Marçal Mendes: ser ou não ser candidato, eis a questão! Marçal Mendes poderá não ser a opção da coligação PSD/PP para liderar a candidatura à U n i ã o d e F r e g u e s i a s d e S t a . M a r i a / A i r ã o / Ve r m i l . A notícia do RL , em Fevereiro, que fazia eco da pretensão do actual Secretário da Junta de Ve r m i l e m s e r c a n d i d a t o g e r o u d e s a g r a d o n a concelhia do PSD face ao timing da confirmação. Na altura , Marçal Mendes manifestou a vontade de se ver “promovido”, depois de dois mandatos c o m o n ú m e r o d o i s d e A r m a n d o V i d a l , e m Ve r m i l , tendo confirmado a este jornal que recebeu luz verde do PSD para ser cabeça de lista e para , n e s s a q u a l i d a d e , p ro c u ra r “ p l a t a f o r m a s d e e n t e ndimento” nas freguesias da União. Agora , depois d e t e r s i d o “c h a m a d o à r e s p o n s a b i l i d a d e ” p e l o partido, o jovem autarca mostra-se cauteloso n a s d e c l a r a ç õ e s . “ E s t á t u d o p o r d e c i d i r. P r e f i r o não tecer mais comentários para já”, afirmou. O mesmo registo – cauteloso – é assumido por André Coelho Lima, presidente da concelhia social-democrata e candidato da coligação PSD-PP à Câmara de Guimarães. Uma coisa, no entanto, confirma: o partido não gostou do “ voluntarismo” de Marçal em colocar-se na linha de partida para marcar terreno. Agora , o processo de indicação do candidato à União está envolto em sigilo e não está fechado. Coelho Lima admite que o partido tem os seus candidatos e que cabe a cada uma das pessoas convidadas estabelecer o timing para apresentar a candidatura . No caso da União, adianta , está em curso um processo interno de preparação, com máxima naturalidade, a ser divulgado q u a n d o e s t i v e r c o n c l u í d o . L P.


REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 2013 • 17

por D. VIRINHA

Vinte e cinco de A bril (nem) sem pre!

N OV EL A ME X I C A N A (ou o nove lo do PS) Já se sabia que os ânimos não andam muito famosos para os lados do PS d e Fa m a l i c ã o n o q u e t o c a às eleições para a Câmara Municipal. Depois da forma “ a p a g a d a ” co m o o c a n d i d a t o foi anunciado, e do silêncio que se seguiu, eis que A n t ó n i o Pe i xo t o , t a m b é m presidente da Associação Comercial e Industrial de Fa m a l i c ã o , f o i “ o b r i g a d o ” a sair a terreiro para dizer

aquilo que muitos já não consideravam como certo: que sim, ele é o candidato â Câmara e que ele e os líderes do PS famalicense são “c o m o u n h a e c a r n e ” . P a r a tal foi preciso um enredo mexicano, com rumores de desistência e de hipotéticos candidatos alternativos. O delírio foi tal que até de Edite Estrela se falou! E as eleições são já daqui a meio ano!

Uma das palavras de ordem evocativas da Revolução dos Cravos é: “25 de Abril Sempre”. A verdade é que à medida que os anos passam e que o estado de saúde do País (e dos portugueses) vai ficando mais debilitado, as palavras de ordem vão sendo alteradas. Em Joane, também se poderia dizer algo parecido, como bem notou, na última Assembleia de Freguesia , José Carlos Fernandes, d o P S D - P P. O e l e i t o l a m e n t o u q u e a Junta , do PS, não tenha este ano,

ao contrário do que fez no ano passado, evocado a efeméride. Em 2012, o pretexto foi a inauguração do auditório na antiga sede da Junta, mas este ano, foi o silêncio total, lamentou o eleito. “Foi uma cerimónia simples mas bonita, fiquei convencido que todos os anos iriam passar a repetir e a assinalar o 25 de Abril. Mas não, nem um foguete deram, nem um sino mandaram tocar!”. Caso para dizer: “25 de Abril…nem sempre!”

u m adepto das arábias ! No último jogo do GD Joane, em casa, não passou despercebida a presença, na bancada principal do Estádio de Barreiros, de um “estranho” adepto. Uma forma a l e g r e d e o “ a m i g o Po ç a s ” , d e S a n t a Maria , mostrar a forma como se vstem os homens na terra onde está a trabalha , a Arábia Saudita . Sempre que volta à terra, não

perde um jogo de futebol aproveitando a oportunidade para passear o seu traje árabe pelas bancadas. A presença desta simpática figura , de resto, levou alguns sócios mais distraídos a aventarem a possibilidade de o clube estar na mira de um qualquer milionário do petróleo!

fal ar ao mi n uto Se o leitor já assitiu a uma Assembleia de Freguesia sabe bem como os trabalhos se podem tornar acalorados, com a troca e agumentos entre eleitos de diferenças forças partidárias. E m Ve r m o i m , a a u t a r q u i a l o c a l , mostrando que anda atenta às modernidades, decidiu controlar os tempos de intervenção

C ASA NOVA , Q UEIXAS A NTIGAS Durante muitos anos, gerações e gerações de joanenses passaram alguns anos das suas vidas nas “ velhinhas” escolas primárias. Frias no Inverno, q u e n t e s n o Ve r ã o . D e v e z e m quando, e mais recentemente, as entidades responsáveis providenciavam umas obras para remediar alguns problemas mais complicados. E as crianças e os professores e os funcionários agradeciam

a atenção. Há cerca de um ano, com a abertura do Centro Escolar as crianças espalhadas pelas várias “primárias” concentraram-se no moderno edifício, construído de raiz , ao lado do complexo de piscinas. A casa é nova mas as queixas, pelo que se vê, são as de sempre. A Associação de Pais deu conta de algumas d e l a s : m u i t o c a l o r, u m p a r q u e infantil muito pequeno e falta de coberturas nos recreios. Mesmo assim, estes reparos, que podem ser facilmente resolvidos, não farão, certamente, que haja saudades das antigas escolas. Ou haverá?

de cada grupo parlamentar para e v i t a r “d e s a g u i s a d o s ” e p a ra garantir a ordem. Va i d a í i n s t a l o u u m c r o n ó m e t r o informático. Os eleitos têm o tempo contado para as suas intervenções. Quando o fazem têm que se dirigir a um palanque onde está um microfone para gravação.

O cronómetro indica o tempo disponível. O PS local foi a força que mais defendeu a introdução deste sistema, mas na última sessão, pelo menos, o que disseram os eleitos do partido não chegou para gastar metade do tempo disponível.


18 ABRIL DE 2013 • REPÓRTER LOCAL

joane | campeões de artes marciais A Academia Alex Ryu Jitsu de Joane tem dois campeões regionais (Luís Pereira e Duarte Lobo) e dois vice-campeões (Rui Moreira e Ruben Costa). Os títulos foram conseguidos, no dia 13, no Campeonato Regional LightContact Alex Ryu Jitsu, com 130 atletas, e que serviu de apuramento para o Campeonato Nacional que se realiza este domingo, dia cinco.

OPINIÃO

João Moura

Jornalista e escritor | Joane

De duas maneiras cega a fortuna

Quintino Pinto Jurista | Joane

1. No rescaldo de mais um 25 de abril, importaria que nos interrogássemos sobre se um dos objetivos da Revolução não seria o de introduzir na vida política a verdade como elemento inquestionável e orientador da “praxis” política? Para mim a resposta só pode ser uma, embora a narrativa a que vamos tendo direito esteja pejada de sucessivas mentiras. Por exemplo, a narrativa a que temos tido direito nos inícios desta Primavera é a que o acórdão do Tribunal Constitucional obriga o Governo a mais um prodígio de gestão atenta a necessidade imperiosa de respeitar os compromissos com a “troika” e o regresso aos mercados o mais rápido possível. Contudo, e como quase todas as narrativas, esta pode ter as suas incoerências. Por exemplo, uma semana antes do acórdão, era evidente que a política seguida nas Finanças Públicas iria conduzir a um fracasso no cumprimento das novas metas orçamentais (um défice de 5,5% este ano em vez de 4,5%).

Quando éramos miúdos sonhávamos constantemente em ter uma casa do tamanho de um castelo. Éramos arquitectos que colocavam uma garagem recheada de carros de sonho no subsolo, um pavilhão de basquetebol, uma sala de bowling, outra de bilhar e uma divisão com todas as consolas e arcadas de eleição no primeiro piso. Já no jardim, uma piscina olímpica e um campo de mini golf, e no segundo piso, os aposentos mais luxuosos para um merecido descanso. Fazia parte de ser criança, sonhar acordado. Era a TV cabo e a Internet da altura. Ao sair da escola imaginávamos e conversávamos como seria daí a vários anos: termos o melhor trabalho do mundo (se é que era mesmo necessário

trabalhar tinha de ser em grande) e a mulher mais linda de todas ao nosso lado. Tudo valia para sermos independentes, não termos de aturar professores ou pessoas por obrigação. Hoje não é bem assim. O Euromilhões saiu aqui ao lado e nem assim há notícias que alguém tenha construído o seu próprio castelo. Hoje trabalhamos por obrigação e mal desfrutamos do nosso pequeno quarto (e às vezes nem temos trabalho). Continuamos a ter carros de sonho (diferentes vá, mais actuais), mas não passam disso – sonhos – e os carros que temos só dão complicações (despesas bem reais). Temos consolas, jogos, TV por cabo e mil engenhos, mas não temos tempo para eles e cada vez menos temos o que não faltava na altura: amigos e imaginação.

Mais do que isso: vivemos no presente com o travo do passado. Pensamos nas raparigas que acompanhávamos a casa no final das aulas, na boa vida que levávamos ao andar na escola e ao aprender por obrigação (o que por obrigação o tempo nos fez esquecer). Viver sob a alçada dos adultos e ter pouco ou quase nada afinal não era assim tão mau. Resta-nos olhar para as fotografias de criança e perguntar onde foi parar aquele miúdo com toda a sua graça, sonhos e alegria. Depois, examinar o espelho e tentar encontrar a mesma criança. Por fim, regressar ao mundo dos adultos com o olhar sonhador da juventude. Jogar e ganhar o Euromilhões pode ajudar, mas a maior fortuna será sempre interior.

A narrativa a que temos direito

A cronologia correta é a que considera que só oito dias depois de se saber de mais um falhanço de Vítor Gaspar e um mês depois de se saber que o desemprego iria ser de 18,2%, é que o Tribunal Constitucional chumba 1.300 milhões de euros em medidas (valores líquidos). Ironicamente, os erros de cálculo (e em parte de gestão orçamental) imputados ao Governo valem bastante mais do que o buraco aberto pela decisão do Palácio Ratton! Mas aquilo que é vendido ao País é que a necessidade de acelerar medidas de austeridade previstas para 2014 é culpa do Tribunal Constitucional! Como se vê, a narrativa oficial não bate com a realidade, mas poucos parecem incomodar-se com este atropelo à verdade. 2. Isto dito, assinale-se a “esperteza” estratégica de Passos Coelho ao anunciar mais austeridade contra sectores relativamente odiados no País. Sempre que se fala em austeridade contra os funcionários públicos, sectores consideráveis do país batem palmas; sem-

pre que se anuncia mais cortes no subsídio de desemprego, no rendimento social de inserção e nas reformas mais elevadas, sectores consideráveis do país batem palmas! Passos Coelho segue a velha máxima do dividir para reinar. E com algum proveito, diga-se. 3. Parte do proveito também decorre da Oposição responder em uníssono com um conjunto de vacuidades sem conseguir, no entanto, desmontar algumas teses que vão sendo colocadas na praça pública através de comentadores, analistas, estudiosos e afins. Por exemplo, seria tão difícil demonstrar que já antes do acórdão, o buraco orçamental crescia? E não seria mais útil apresentar as soluções que se poriam em execução? Mas sem recurso a ideias vagas como “apostar no crescimento, reforçar o emprego” e quejandos? 4. E não seria também útil que já há muito tempo se tivesse dito a Merkel, “troika” a semelhantes (como agora faz Durão

Barroso) que se Portugal tem uma média de 31 dias de férias e feriados, trabalha uma média de 39,2 horas semanais? Por sinal, mais que em Espanha (38,4), França (38), Áustria (37,8), Itália (37,5), Finlândia (37,2), Reino Unido (36,4), Alemanha (35,5), Dinamarca (33,7) e Holanda (30,5)? Serve isto para dizer que provavelmente parte dos nossos problemas não radica na falta de trabalho mas sim na forma como trabalhamos!

especialistas, 10 secretárias, 21 funcionários de apoio administrativo e 11 motoristas? Ou porque se dedicam empresas públicas a especular no mercado com dinheiro de todos e empresas como a EDP (que pagou quase 3 milhões a António Mexia e mais de 400 mil a Catroga, um dos que nos diz todos os dias que somos uns miseráveis que ganhamos mais do que merecemos) e a GALP, aparentemente podem fazer o que lhes parece?

5. Os portugueses deviam exigir que lhes fosse dita a verdade, que lhes fossem anunciadas de forma transparente todas as medidas preconizadas para debelar a crise (se é que a crise tem solução), que lhes dissessem que ideia há para Portugal, onde vamos investir a sério, o que vamos deixar cair e sucessivamente. Isso e pequenos exemplos de austeridade de quem governa ou quer governar. Por exemplo, porque necessita um PrimeiroMinistro dum país em crise de ter 9 assessores, 6 adjuntos, 4 técnicos

6. Enquanto isso, e à escala local, enquanto uns têm já candidatos escolhidos e apresentados, há quem aparentemente tenha de andar a segurar com toda a força no candidato alegadamente escolhido. Com medo que ele caia ou fuja? Não sabemos. O que sabemos é que casamento, namoro ou o que seja onde está tudo bem, não é preciso que as partes andem a propalar aos quatro ventos que a coisa é séria, que se adoram e que nunca tiveram dúvidas sobre o outro! Digo eu.


passa-se loja de guloseimas nas taipas frente à escola secundária » a funcionar bem contacto: 913 354 347

Precisa-se para restaurante em pousada de saramagos: ajudante de cozinheira (part-time) empregado de balcão (part-time) marcação de entrevista: contactar 961 448 511



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.