RL MAGAZINE | PAG 09
POUSADA ‘Erguer o pau’ em
tempo de crise
Nº 180 • ANO XVI • ABRIL 2014 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE
JOANE | p. 07 PS e PSD exigem que a Câmara invista na Vila receita da venda em hasta pública de um lote de terreno em Figueiró
RL MAGAZINE | PAG 11
A mulher do apito!
“TOCA” quer criar museu de instrumentos tradicionais
Luísa Azevedo, de Joane, tornou-se a primeira MULHER árbitrO da Associação de Futebol de Braga habilitada a dar formação a árbitros.
MOGEGE | p. 13 Alargamento do cemitério é uma das prioridades da Junta
Trinta anos, 30 eventos
Ex-alunos assinalam 30 anos do Liceu de Joane com um programa que vai da pintura ao teatro passando pelo cinema.
P. 08
Terreno é das autarquias!
Tr i b u n a l co n f i r m a q u e terreno no Largo 3 de Julho é propriedade da Câmara de Famalicão e da Junta de Joane. Renovação urbana do centro pode ficar definitivamente concluída. Junta quer uma sede de raíz para o local.
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EM FOCO P. 03
Limites cada vez mais complicados
Continuam por definir os limites das freguesias de Airão Santa Maria e Joane. Assembleia joanense cria comissão para avaliar o caso.
P. 06
CASTELÕES | p. 15 ADECA à procura de direcção
OPINIÃO | p. 18 BRUNO MARTINS:
“Arte? Sim, mas com “jeitinho”! JOÃO MOURA:
“As palavras são prostitutas”.
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REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 2014 • 3
JOANE | UNIVERSIDADE SÉNIOR ARRANCA COM 23 ALUNOS A U n i v e r s i d a d e S é n i o r D. D i n i s , d a ATC d e J o a n e , a r r a n c o u e m A b r i l c o m 23 alunos. Informática , Inglês e Artes foram as disciplinas mais procuradas neste projecto que pretende ser “um espaço de cultivar saberes e experi ências”, como referiu Custódio Oliveira na abertura . Esta semana começam as aulas de desenho e pintura .
EM FOCO
Terreno é das autarquias! Tribunal confirma que terreno no Largo 3 de Julho é propriedade da Câmara e da Junta. A renovação urbana do centro da vila pode agora ficar definitivamente concluída. A Junta quer uma sede de raíz para o local.
Luís Pereira
O
O tribunal da Relação d o Po r t o c o n f i r m o u a sentença de primeira instância que havia julgado “totalmente improcedente” a acção dos privados que reclamavam, desde 2009, a posse do antigo campo da feira semanal de Joane, adjacente ao Largo 3 de Julho. Uma outra parcela de terreno, contígua a um prédio inacabado, encontra-se em fase de “negociações”. A confirmação da decisão do Tr i b u n a l d e Fa m a l i c ã o , d e S e t e m bro de 2013, representa o fim de uma longa batalha judicial que culminou no reconhecimento da parcela de terreno, com mais de 3.500 metros quadrados, como propriedade do Município de Fa m a l i c ã o e J u n t a d e J o a n e , e m virtude de cedências acordadas no âmbito do licenciamento do edifício, registadas em 2001 por protocolo celebrado entre a Câmara e os autores da acção sem que tivessem sido devidamente escrituradas. A ausência de escritura pública
e a falência, em 2003, da empresa construtora , que apenas finalizou um dos quatro blocos de apartamentos previstos, deix a n d o u m s e g u n d o p o r c o n c l u i r, foram os principais instrumentos dos autores da acção contra as autarquias para tentar reverter a posse do terreno. Fa z e n d o a l u s ã o a e s t a d e c i s ã o judicial, a coligação PSD/PP q u i s s a b e r, n a ú l t i m a A s s e m bleia de Freguesia, os motivos pelos quais a autarquia local não efectua a limpeza em parte daquele terreno. Em resposta, o presidente da Junta fez saber que, apesar da decisão da parcela principal, permanecem entraves n o s t e r r e n o s à s u a v o l t a . “A p a r t e em terra foi limpa porque houve uma sentença. Não me posso alongar sobre o resto sob pena de comprometer negociações em curso”, alertou António Oliveira . A C Ç Ã O I M P E D I U R E N O VA Ç Ã O TO TA L D O C E N T R O d A V I L A O processo do terreno em causa tem barbas e esteve sempre no centro das polémicas em torno
da renovação urbana do centro da vila . Depois do protocolo de 2001, a Câmara avançou com a demolição de habitações e da e n t ã o C a s a d o Po v o p a r a i n i c i a r a reabilitação do centro. Enquanto a intervenção não avançava, o espaço foi sendo ocupado pela feira semanal. A falência da construtora do prédio que originou a cedência da parcela fez com que a entidade bancária , na ausência da referida escritura , accionasse uma hipoteca sobre o espaço, abrindo então um sem fim de dores de cabeça. Po r e n t e n d i m e n t o c o m o M u n i cípio, a Caixa Geral de Depósitos abriu mão da hipoteca mas logo de seguida surgiu o privado a reclamar a posse, accionando providências cautelares que acabaram por impedir uma renovação urbana na totalidade dos espaços centrais da freguesia . Em 2009, depois de diversas controvérsias político-partidárias, a Câmara Municipal famalicense acabou por intervir apenas no Largo 3 de Julho, depois de derrubado o antigo corredor com lojas comerciais.
Luz verde para avançar com sede de Junta de raíz Em 2009, Sá Machado, então presidente de Junta de Joane, anunciou a transferência da sede da autarquia para as instalações actuais, que serviram de quartel da GNR , e frisou o carácter temporário da m u d a n ç a . Pa r a o e x - a u t a r c a , J o a n e precisava de uma sede de raiz e o terreno que agora está liberto e confirmado por decisão judicial esteve na mira do agora vereador da Câmara como local preferencial para instalar o equipamento. Machado já não é presidente da J u n t a m a s o s u c e s s o r, A n t ó n i o Oliveira , corrobora da ambição e inscreveu-a no programa eleitoral que saiu vencedor nas últimas eleições autárquicas. Como ocupar o descampado que tem servido de parque de estacionamento, foi a questão mais debatida da última campanha eleitoral na vila . À sede de Junta de raiz , defendida pela equipa do PS, a coligação de direita (PSD-PP) r e s p o n d i a co m u m c e n t ro d e s a ú d e . Junta e Câmara podem agora dec i d i r s o b r e o q u e l á i n s t a l a r. Paulo Cunha , logo após a sua eleição como presidente da Câm a r a d e Fa m a l i c ã o ( P S D - P P ) , e m declarações ao RL , demarcou-se do projecto apresentado em campanha pela coligação joanense. Ve r á n i s s o A n t ó n i o O l i v e i r a u m a abertura municipal para conseguir a verba que precisa para cumprir a promessa eleitoral que fez? “A J u n t a s e m p r e a s p i r o u à q u e l e terreno e é lá que defendemos a construção da sede de Junta com respectivo parque de estacionamento e ligação do Largo 3 de Julho a o Pa r q u e d a R i b e i r a . A s e d e s e r á uma mini loja do cidadão, passando a ter outra comodidade”, disse António Oliveira em entrevista ao RL em Setembro de 2013.
PROTAGONISTAS
HENRIQUE FERREIRA
ALBERTO FERNANDES
ANTÓNIO CARVALHO
LUÍSA AZEVEDO
PAULO CORTINHAS
O ENTUSIASTA
O MÚSICO
O DESCONTENTE
A “SRª ÁRBITRA”
DESAFIO
Os próximos conhecem-lhe o entusiasmo, a paixão com que expõe e se entrega a projectos. Basta acompanhar o grupo “Ora Escuitttaaa!!!”, no Facebook, dedicado à música . É com o mesmo entusiasmo que o encontramos no projecto “Trinta anos, 30 Eventos” que assinala a trintena do Liceu de Joane.
Um dos impulsionadores do grupo Trovas ao Vento, Alberto Fernandes dedica-se, nos últimos anos, a novos projectos musicais. O TOCA é um dos mais recentes e acaba de se instalar em Joane. Um coro, uma orquestra e um museu são alguma das propostas a que se propõe.
O presidente da Junta da União de Freguesias Airões e Vermil não gostou que a Assembleia de Freguesia de Joane adiasse para Setembro uma deliberação sobre o complicado caso dos limites e que afecta duas centenas de moradores da Rua do Vinhal e da Urbanização Moinho da Lage.
Num reino dominado pelos homens, Luísa Azevedo, 34 anos, de Joane, é a primeira mulher habilitada para dar formação de nível superior a árbitros da Associação de Futebol de Braga. Depois da paixão pela prática do futebol, a paixão pela arbitragem.
O atleta, e jornalista, lidera a Comissão Administrativa que tenta evitar o vazio directivo na Associação Desportiva de Castelões – ADECA. A missão de encontrar uma direcção não é tarefa fácil numa altura marcada por desinteresse face ao trabalho associativo.
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REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 2014 • 5
OPINIÃO | Pag. 18 BRUNO MARTINS: “Arte? Sim, mas com “jeitinho”! JOÃO MOURA : “As palavras são prostitutas”
REPÓRTER LOCAL • ABRIL
ASSOCIAÇÕES
editorial
PALMARÉS ADECA Seniores: 2 Campeão: 2011/201 /11 e Ta ç a : 2 0 0 5 / 0 6 ; 2 0 1 0 2012/13 011 Supertaça: 2006 e 2
DE 2014 • 15
Iniciados: 2006/07; 2007/08 Campeão: 2003/04; e 2010/11 Ta ç a : 2 0 0 6 / 2 0 0 7 /2000 e 2008/2009 J u v e n i s : Ta ç a : 1 9 9 9 Supertaça: 2009
ES
CASTELÕES • ASSOCIAÇÕ
ADECA em risco vazio directivo, de Castelões luta contra o A mais importante associação à falta de listas. tiva a assegurar a sua gestão com uma Comissão Administra
JOAQUIM FORTE
Até sempre! Em 2008, fui desafiado pela direcção do Centro de Apoio Local, na pessoa do Luís Pereira, para assumir o cargo de director do jornal Repórter Local, com a missão de contrariar a estagnação que de há muito se vinha apoderando do mesmo. Aceitei o desafio por duas razões básicas: a primeira, pela ligação umbilical a Joane, ao CAL (de que fui um dos fundadores, em 1993) e ao jornal, em boa hora lançado pelo impulso fundamental do Sérgio Cortinhas; a segunda, porque entendia (e continuo a entender) que esta zona na qual se insere o RL precisa e tem condições para ter um jornal que seja uma voz na defesa destas freguesias e populações, enraizado junto dos leitores e anunciantes e “praticante” de um jornalismo vivo, interventivo, de causas (dentro das suas condicionantes). Quando o CAL sucumbiu à agonia em que se atolara, o RL prosseguiu a sua
a Cortinhas. , a ADECA todos os escalões. N m Francisco Morais lhio com equipas em trar Em 2002, co S. Silvesiculdades de encon ao atletismo com a actualidade, as dif es- abre as portas gião. Do são grandes mas, m guiu impor-se na re atletas disponíveis na tre, que conse de equipas está representada va até à formação mo assim, a ADECA uipa êxito da pro oje apenas desporto como competição da modalidade com a eq o, foi um passo. H ocacionada para o upa o de atletism uinze jovens. jovens da terra, sénior, no campeonato principal (oc a a formação com q forma de ocupar os liderada ma outra, funcion i , u n o e ó ã r ) ç e s c J a e e p r i d i u d o q ã e a m 4 m a 1 i l t e l m p a ú quinto lugar e nasce, em 1993, das. entre A a p o s t a d a, foi nas caminha ação Desportiva de iniciados, que terminou em quinto por Sérgio Ferreir mo Lopes, a Associ inhavam a m d a o c ã e ç a u i q c o s s a so A). Única as e equipas. “Conhecíamos pes mde Castelões (ADEC o da set nícios, uma grande fiámo-las a juntare conquista o carinh ADECA teve, nos i regularmente, desa nalidafreguesia, depressa tebol “A as” eram muito pro, adquirindo perso oferta é muita e o fu âmica. As “escolinh à se à associação comunidade. Hoje a l como o ol de din cia de alternativas ceitaram e têm, ta ar adeptos ao futeb radas, face à ausên ões de jurídica. A de 11 acabou por tir a ser cu noma. Temos arinhada em Castel a génese e continua o, uma gestão autó volta. Sempre foi ac ssantes salão, que esteve n enário é atletism as iniciativas intere res da terra e esse c m o u d g a . l g e a o d o j a d r d a i e z t v i i l r t a o c e p a r a d e qu o pilar ária em e um il de concretizar, o e caminhada solid a freguesia. Fez-s cada vez mais difíc a m como a recent “Não havia nada n ção de pais”, explic essoas porque olha que cedeu o a p , i l c s a a o i s c r s o a a t S s a a o f r m t a o n r c e o a C p i r a o e b c a par protocolo com elho- ac eêm referências da que já foi alvo de m ra a equipa e não v o o dirigente. recinto desportivo il euros, para pa o, os seniores estã ento anual de 11 m dos anos, o último rra. Por outro lad a- Com um orçam um ramentos ao longo relva te io e os que têm qu 300 sócios (apenas so de cimento por nsados do concelh a ADECA conta com substituição do pi iamente, leta e ca al ou experimentam otas em dia). Diar aulo Cortinhas, at ade vão para o futs no ra o terço com qu sintética”, conta P dmi- lid tena de atletas. O a s jovens fugiram pa ável da Comissão A outras aventuras. O conta com meia cen o o t ã s s i s v i é m o principal respons o o ã C . l o a a ã s m ç l i u o u t m b i a e t t r s fu colhe m ano gere a in ebol de 11. Hoje, o passado os sócios es ão, nistrativa que há u E C A fut or”, lamenta Paulo ra gerir a associaç instalações, a AD o um desporto men Administrativa pa to Sem ser dona das ação com listas, com manda truturas cuja ocup face à ausência de ção dispõe de infra-es ocial a à procura da solu los com o Centro S até Julho e que and no resulta de protoco consa tentativa foi feita écada de 90 foram seguinte. A primeir o dos e autarquias. Na d campo de ténis. . “A crise e o cansaç o t m i u e f e e s o m i e r s á , e 1 n 1 l a a i b d s uar truídos o nício ão permitem contin imentos surge no i poucos dirigentes n de O maior dos invest ocial po. A disponibilida onstrução da sede s por muito mais tem icar do milénio, com a c o grupo começa a f , um bar. vai-se perdendo e tuque inclui, também os. O ito e há sempre rup da a pensar nos sóci cada vez mais restr zer “A sede foi construí o útil que acabam por fa convívio que junta ras e divergências ais bar é um espaço de CA é nando a situação m das lacunas da ADE ruir o edifício, tor trar ao agradável. Uma entes isso, é difícil encon Estávamos depend complicada. Além d bia s n a falta de receita. o p e s e , r m s a a t d s sumir e agora não abun gente que queira as to dos donativos, que o os é alheio o desencan serve de ajuda. Sã lidades e a isso não aulo das quotas. O bar ento. elhio”, considera P ocam em funcionam com o futebol conc ir a dirigentes que o col -nos do, contudo, admit entro Social impede Cortinhas, recusan tual O protocolo com o C e Se tal ão.Até Julho, a ac ração a terceiros. PAULO CORTINHAS: Atleta morte da associaç a a entrega da explo a Comissão previstas na sede e entava”, diz s m lidera a u r a b o a t i m e ADECA, e c t e da o r ã a s s , i l e m v o dirigente C ECA fosse possí evitar o o deixar cair a AD árdua tarefa de nã Administrativa que tem procurado Paulo Cortinhas. exclui o f o ã Castelões, ç a . de i o c v o i s t s c a e r a i d d associação no vazio vazio directivo na A primeira década alão, da ao futebol de s fundada em 1993 sivamente dedica onceir no campeonato c chegando a compet
Luís Pereira
V
actividade, criando-se, para tal, uma empresa constituída pela sua equipa redactorial. O jornal mudou de visual, imprimiu uma nova dinâmica e, apesar dos vaticínios de alguns, manteve-se vivo e assistiu, com apreensão e lamento, ao desaparecimento do principal concorrente e de outros títulos emblemáticos. Perante enormes adversidades, o jornal aguentou-se, com altos e baixos, não deixando de marcar a agenda, com muito esforço da parte de uma equipa que, nos últimos tempos, se resume ao jornalista Luís Pereira e ao director carola, com os preciosos contributos da Filipa Maia (fecho da edição) e do Alberto Fernandes (publicidade). Pelas suas páginas passaram, nestes anos, centenas de talentos locais que de outra forma permaneceriam no esquecimento; o jornal foi além da sua missão de informar através da sua versão em papel, com a exploração da sua
PAG. 16 | ASSOCIAÇÕES O actual momento por que passa a ADECA , de Castelões, é preocupante. Ao fim de mais de 20 anos, é gerida por uma Comissão Administrativa devido à falta de direcção.
presença na Internet e com a realização de colóquios, actividades culturais e os fundamentais debates em torno das eleições autárquicas – em Joane, Ronfe e na União de Freguesias de Airão Santa Maria, Airão S. João e Vermil. Ao fim de seis anos, o RL ocupa por direito um lugar de relevo no panorama da comunicação social dos concelhos de Vila Nova de Famalicão e Guimarães. É altura de mudar para permitir que se instalem outros olhares, outras perspectivas e outra dinâmica. Termino com uma palavra de reconhecimento a todos aqueles que, além do reconhecimento pessoal que me manifestaram, contribuíram para que o RL tivesse subsistido como jornal defensor das freguesias. Refiro-me a colaboradores, anunciantes, leitores e também aos que, com as suas críticas, também contribuíram para que o jornal melhorasse e corrigisse um ou outro aspecto. Obrigado!
o que se diz “O treinador Francisco Costa é a aposta do Ronfe para a próxima época” Guimarães Digital
“Mas valeu a pena o 25 de Abril há 40 anos? Que mudanças profundas aconteceram no Portugal livre e democrático? A minha resposta é inequívoca: Portugal é hoje um país muito, muito diferente, apesar da troika e de um certa mediocridade na política que continua a afastar os cidadãos da coisa pública, da “res publica”, como defendiam os romanos”. Joaquim Lima, Cidade Hoje
“Peregrinos de Fátima queimaram uma tonelada de velas por hora (no dia 13 de Maio)” Diário de Notícias
“Cavaco diz que “há uma nova esperança a nascer em Portugal” Público
“Câmara de Famalicão cria novo escalão e incentivos às famílias numerosas” Cidade Hoje
facebook.com/reporterlocal
“Famílias de classe média e idosos recorrem a Médicos do Mundo para ter acesso a cuidados de saúde” Público
“Governo recua nos cortes salariais dos privados” Propriedade e Editor - Tamanho das Palavras, Lda - Rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão Telefone 252 099 279 E-mail geral@reporterlocal.com Membros detentores de mais de 10 % capital Joaquim Forte e Luís Pereira Director Joaquim Forte ( joaquim.forte@gmail.com) Redacção Luís Pereira (luispereira@reporterlocal.com) Paginação Filipa Maia Colaboradores Fernanda Faria; João Moura; Luís Santos; Sérgio Cortinhas; Quintino Pinto Impressão Gráfica Diário do Minho | Tiragem 4000 ex. Jornal de distribuição gratuita Distribuição: Alberto Fernandes | Registo ICS 122048 | NIPC 508 419 514
Jornal de Notícias
“Scolari investigado por fuga ao Fisco em Portugal” Público
“Na Cova da Iria (Fátima), os smartphones lado a lado com os lenços brancos” Público
6 ABRIL DE 2014 • REPÓRTER LOCAL
JOANE | ROTARACT OFERECE TELEVISÕES À ATC C o m o a p o i o d a F u n d a ç ã o R o t á r i a Po r t u g u e s a , o R o t a r a c t C l u b d e F a m a l i c ã o o f e r e c e u d u a s t e l e v i s õ e s à A s s o c i a ç ã o Te a t r o Construção por entender que a instituição joanense evidenc i a o “ e s p í r i t o d e c i d a d a n i a ” e a “c o n s t a n t e p r e o c u p a ç ã o ” e m proporcionar dignidade aos mais desfavorecidos.
LOCALIDADES
JOANE
Expropriação de terreno para alargar Rego de Chaves
JOANE e UNIÃO • LIMITES DAS FREGUESIAS
Caso dos limites cada vez mais complicado Assembleia de Freguesia de Joane remete decisão para Setembro
Intenção da Junta e da Câmara surge face à intransigência de cedência por parte dos proprietários do ter reno A J u n t a d e J o a n e e a C â m a r a d e Fa malicão deverão avançar com a expropriação de parte de um terreno p a r a a l a r g a r a Tr a v e s s a d o R e g o d e Chaves, um caminho de 150 metros que é o único acesso às habitações locais e que não permite a passagem de automóveis. Recuar o muro que delimita o terreno agrícola que confronta com o caminho é a solução para terminar com o problema dos moradores. Só que os proprietários do terreno permanecem inflexíveis em não ceder terreno para o efeito. A b o rd a d o p o r u m a m o ra d o ra , n a ú l t i m a Assembleia de Freguesia , o presidente da Junta revelou que a Câmara terá mandatado a Junta para insistir nas negociações com os proprietários que não produziram efeito. “Convocámos os herdeiros para negociar mas não c o m p a r e c e r a m . To m á m o s a i n i c i a t i v a de ir ter com eles e não fomos bem recebidos. Ficaram de dar resposta , que nunca chegou. Não nos restará outra solução que não seja a expropriação do terreno”, disse o autarca . Os proprietários são os mesmos que, recentemente, perderam a acção em tribunal contra a autarquia joanense, reclamando a propriedade da Capela da Carreira, que confronta com o caminho. “Se sempre foi difícil negociar com eles, depois do que aconteceu com a capela, pior ainda”, desabafou António Oliveira . O caso chegou às televisões, em 2010, por causa da situação de um octogenário, morador naquela travessa , que se viu privado de receber tratamentos médicos porque a ambulância não consegue chegar à sua habitação. A dificuldade de locomoção do idoso impedia-o de percorrer diariamente, a pé, os 150 metros de caminho. L u í s Pe r e i r a
Luís Pereira
A
inda não foi desta vez que ficaram resolvidos os limites das freguesias de Airão Santa Maria e Joane. Apesar do aparente consenso político de ambas autarquias e da convicção das populações da Rua do Vinhal e da Urbanização Moinho da Lage de que pertencem a Guimarães, a Assembleia de Freguesia de Joane decidiu, por unanimidade, adiar para Setembro uma deliberação. Até lá, foi criada uma Comissão com eleitos do PS e do PSD-PP para apurar os limites e produzir um relatório. “Respeito a decisão mas só vai atrasar ainda mais todo o processo. A Junta de Joane podia ter sido mais célere se, em vez de propor a Comissão, votasse a decisão que é consensual. Ninguém tem dúvidas que é a linha de água que traça o limite e aquela zona sempre foi considerada de Santa Maria”, reage António Carvalho, presidente da Junta da União de Freguesias das Airões e Vermil. As ruas em causa foram cons-
truídas e geridas pela Câmara de Guimarães e pela extinta Junta de Santa Maria, mas a zona figura no Plano Director Municipal de Famalicão. O PDM é regido pela Carta Administrativa Oficial de Portugal que, aparentemente por erro, desde a década de 80 assume a zona como do concelho famalicense. O erro permitiu o registo das habitações em Famalicão embora os habitantes paguem os seus impostos e taxas ao Município de Guimarães. Os habitantes, cerca de 200, são joanenses e, em dias de eleições, votam em Joane e não em Airão. “É só complicações. Há um proprietário impedido de lotear um terreno e as pessoas terão duas habitações já que o registo da casa está em Famalicão e a morada fiscal é de Guimarães. Muitas delas perderam o direito à isenção das taxas moderadoras”, adianta Carvalho. A Assembleia de Joane, no entanto, não quer deliberar sem ir ao terreno, numa matéria considerada “melindrosa”. “É uma questão de repor a legalidade. Todos sabem que aquilo é Airão e só por erro
é que está inscrito como de Joane. Não espero outra coisa da Assembleia de Joane que não a deliberação em sentido contrário. Caso contrário teremos de equacionar outros meios: ou Joane passa a ter responsabilidade e gere aquelas ruas com o orçamento que recebe a mais do Estado, ou avançamos para Tribunal”, diz António Carvalho. O presidente da União culpa os técnicos da Câmara de Guimarães que em 2000, por “incompetência”, impediram a resolução do problema. “Há deliberações das Assembleias que seguiram para a Câmara de Guimarães. Por aparente incompetência técnica, os documentos não chegaram a ser votados em Assembleia Municipal e o processo parou”. Sob proposta da Câmara, o processo voltou ao início. A União aprovou a proposta em Assembleia, remetendo-a para Joane. Se em Setembro a comissão emitir parecer concordante, o processo seguirá para as Assembleias de Famalicão e Guimarães e, posteriormente, para a aprovação final pela Assembleia da República.
RONFE
PSD “PERPLEXO” COM CHUMBO DE MOÇÃO A FAVOR DO LAR O PSD de Ronfe mostra-se “perplexo” e “surpreso” pelo chumbo da maioria PS à moção “Em favor do Centro Social e Paroquial de Ronfe”, apresentada na última Assembleia de Freguesia. A moção do PSD previa o apelo à Câmara de Guimarães para que esta atribuísse um subsídio ao Centro Social “de montante igual ao cobrado à instituição, a título de taxas de licenciamento”, e a sensibilização junto do Instituto da Segurança Social para a necessidade da abertura da valência
de Lar de Idosos. A moção não passou na AF face aos votos contra da maioria socialista. O PSD não gostou do chumbo da maioria e manifestou o desagrado em nota enviada à imprensa, na qual salienta que a construção daquele equipamento “está no topo das preocupações da população” e “deveria ser suprapartidária”. Para o PSD, o chumbo do PS revela “falta de solidariedade” com a comunidade e direcção do Centro Social.
REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 2014 • 7
JOANE | JUNTA DESCENTRALIZA REUNIÕES DO EXECUTIVO A Junta de Joane vai descentralizar as reuniões do executivo para “ir ao encont ro d a p o p u l a ç ã o ” e “co n h e c e r n o t e r r e n o ” a r e a l i d a d e d e c a d a z o n a d a v i l a . Questionado pela oposição se pretende reunir nos cafés, o presidente da Junta e l e n co u a l g u n s p o n t o s p o s s í v e i s p a ra o s e n co n t ro s , co m o a z o n a e n vo l v e n t e da Capela da Carreira , que vai receber a primeira reunião descentralizada .
JOANE • ASSEMBLEIA
PS e PSD exigem receita de terreno para a vila Terreno de Figueiró vai a hasta pública e a Assembleia quer a receita investida em Joane Luís Pereira
P
S e PSD/PP de Joane estão unidos para reclamar do Município de Famalicão a receita que este obtiver com a venda, em hasta pública, de um lote de terreno de 900 metros quadrados no lugar de Figueiró, propriedade da Câmara (foto). Na Assembleia de Freguesia do passado dia 30, Miguel Azevedo, presidente do PSD, apresentou essa recomendação ao Executivo PS. “Dado que a Câmara não tem interesse em que aquilo seja pertença do domínio público, que o produto da venda seja investido em Joane, de modo a compensar a perda da parcela de terreno com função tão nobre (zona verde e de equipamentos)”, referiu o eleito do PSD/PP. O lote tem uma base de licitação 35,5 mil euros e é expectável o aparecimento de propostas superiores, dada a localização privilegiada: é ali que se encontra o designado “lote 15”, abrangido por um alvará de loteamento que remonta ao ano 2000 e que agora
A “EXCELIZAÇÃO” DA POLÍTICA” Presidente da Junta de Joane acusa oposição PSD-PP de “brincar com os números” para “fazer um brilharete”
vai a hasta pública, seguindo uma deliberação aprovada por unanimidade na reunião de Câmara de 20 de Fevereiro. O presidente da Junta, António Oliveira, fez saber que já havia feito o trabalho de casa. “Aprecio a sugestão, mas não precisava de a dar. A Junta foi ouvida no processo e recomendou que o dinheiro fosse aplicado em Joane.
RELATÓRIO DA OPOSIÇÃO CONTESTADO Os eleitos do PSD-PP contestam o relatório de avaliação do direito da oposição produzido pela Junta. “É uma falsidade total”, acusaram na última Assembleia. “Ao contrário do que diz o relatório, nem sempre foram dadas respostas às questões colocadas sobre o andamento dos principais assuntos da freguesia e a oposição não foi ouvida nas questões mais relevantes para a actividade autárquica. É um relatório de pura ficção”, frisou Miguel Azevedo, do PSD/PP. O documento, realçou António Oliveira, presidente da Junta, refere-se ao ano de 2013, que ficou marcado por dois executivos diferentes em funções. “Fico estupefacto com as acusações. As quatro páginas de informação não são suficientes?! Quando votam o Plano e Orçamento e outros documentos não se pronunciam?! Como podem dizer que não são ouvidos se eu respondo a todas as questões que me colocam?!”, retorquiu o líder do Executivo.
MIGUEL AZEVEDO
“DADO QUE A CÂMARA NÃO TEM INTERESSE QUE o terreno SEJA DO DOMÍNIO PÚBLICO, QUE O PRODUTO DA VENDA SEJA INVESTIDO NA FREGUESIA”
A resposta que obti vemos foi a da coesão e solidariedade entre freguesias do concelho”, afirmou o autarca. Pessimista sobre a matéria, Carlos Rego, eleito do PS, disse não acreditar que a Câmara doe a receita da venda. “Se o vai vender é porque precisa do dinheiro. Se o dinheiro não é o motivo da venda, então que a Câmara doasse o lote à freguesia”.
XAVIER CRITICA TAMANHO DA PLACA DA NOVA ROTUNDA
A “Rotunda da Liberdade”, obra da Junta de Joane para ordenar o trânsito junto ao cemitério, reuniu a concordância da oposição. Xavier Oliveira, eleito do PSD/PP, não deixou, contudo, de manifestar discordância quanto ao nome escolhido e contestou o tamanho “desproporcional” da placa com a designação.
António Oliveira encara as críticas da oposição ao relatório de contas como a “excelização da política”. “Pegam na calculadora , brincam com os números p a ra t e n t a r f a z e r u m b r i l h arete. Nem por isso realçam o aumento da receita e nem uma palavra sobre as obras concretizadas. Preferem recorrer à demagogia dizendo que aumentaram as despesas com os almoços e outras rúbricas de valor insignificante. Estejam descansados: os almoços que esta Junta tem são pagos do bolso de cada elemento do Executivo”. Foi desta forma que o presidente da Junta reagiu à análise feita pelo PSD/ PP ao relatório aprovado n a ú l t i m a A F. A c o l i g a ç ã o salientou o aumento da despesa em rúbricas como publicidade, comunicação e almoços. Os eleitos “laranjas” realçaram ainda as contas por pagar deixadas por Sá Machado. Entre elas, elencou Miguel Azevedo, contam-se os terrenos “para o famigerado corredor pedonal” e da nova feira , assim como “obras feitas à pressa para as eleições” de 2013. “É uma boa prática que quem faz as dívidas as pague. O Executivo anterior teve quatro anos para pagar as d í v i d a s q u e fe z e n ã o p a go u , comprometendo assim o futuro da freguesia”, crit i c o u o e l e i t o d o P S D - P P. L u í s Pe r e i r a
8 ABRIL DE 2014 • REPÓRTER LOCAL
RONFE | 15 ANOS DE VILA CELEBRADOS ESTE SÁBADO Ontem, 13 de Maio, Ronfe celebrou 15 anos de elevação a vila . A au tarquia local tem assinala a efeméride este sábado com uma sessão solene (15H00, Salão Paroquial). A cerimónia contará com as habituais distinções aos melhores alunos ronfenses e reconhecerá o mérito a alg u n s r o n f e n s e s q u e “d u r a n t e e s t e a n o e l e v a r a m o n o m e d e v i l a ” . A J u n t a promete “algumas surpresas” durante a sessão evocativa .
JOANE • CULTURA
Trinta eventos nos 30 anos do Liceu
PROGRAMA
Pintura, teatro, cinema e artesanato animam Joane e freguesias vizinhas em Maio e Junho
N
os meses de Maio e Junho, Joane e freguesias vizinhas, recebem 30 eventos das mais diversas áreas. A ideia é de um grupo de ex-estudantes da secundária - “Velhas Glórias do Liceu de Joane” – que decidiu assinalar 30 anos da escola com um programa centrado nos talentos que saíram das gerações de alunos. “Queremos dar a conhecer aquilo que os outros fazem”, explica Henrique Ferreira, um dos mentores do projecto “30 anos, 30 eventos”, formado pelas mesmas pessoas que, em 2013, organizaram um evento similar, ao longo de um dia. A primeira iniciativa aconteceu a um de Maio - um “Jogo da Bola” com três dezenas de ex-estudantes, sobretudo dos primórdios do liceu. Os restantes eventos decorrem às sextas e sábados nos
mais diversos espaços joanenses, envolvendo a escola, autarquias e associações. No passado dia 10, o Largo 3 de Julho foi palco de uma exposição de robótica e de uma performance de dança. Música, teatro, cinema, pintura, fotografia e livros, são as iniciativas que se seguem (ver programa). Não há uma organização definida e qualquer estudante ou ex-estu-
TRINTA ANOS, 30 EVENTOS
fotografia, pintura e livros; três peças de teatro e quatro ESPECTÁCULOS musicais constam da iniciativa que conta com apoio do Repórter Local
dante do Liceu pode colaborar, contribuindo para o enriquecimento do programa. Mais de 50 pessoas estão envolvidas no projecto que procura congregar talentos de gerações diferentes de estudantes. “Existe aqui uma simbiose muito interessante. Nós, ‘velhos’, mostramos aos jovens o que fazemos e eles mostramnos o que fazem. Há jovens com muito talento. Hoje existe uma escola que é totalmente diferente daquela que muitos de nós conhecíamos, realidades diferentes mas igualmente fantásticas”, refere. Do programa consta uma exposição itinerante de fotografia, pintura e livros; três peças de teatro no Centro Cultural de Joane e quatro projectos musicais no auditório da antiga sede da Junta. O RL é parceiro da iniciativa como promotor dos eventos. Luís Pereira
E x posição I tinerante Pintura : Clube Pintura AEPBS; João Campos; Andreia Vieira; Diana Fernandes; Bruno Coelho; Sara Carvalho e Alexandre Pinto. Escola Secundária (17 de M a i o ) ; Po u s a d a ( 2 4 d e M a i o ) ; Airão Stª Maria (7 de Junho); Mogege (31 de Maio). Livros:Oficiana de Leituras Encenadas; Dalila Fernandes; Xavier Fonseca ; António Campos; João Moura; Mário Rui; S é r g i o Fe r r e i r a e C a r l a Fe r r e i r a . M o g e g e ( 3 1 d e M a i o ) ; Ve r m i l (14 de Junho); Airão S. João (21 de Junho). Fo t o g ra f i a : A n t ó n i o Pe i xo t o ; Hélder Sousa ; Dalila Fernan d e s ; M á r i o M a c e d o e Te r e s a Guerreiro. Joane, 28 de Junho. T eatro : “ T r ê s H o m e n s B a i x o s ” ( Te a tro Construção), 16 de Maio; “ M a l d i t o C ã o ” ( C l u b e d e Te a t r o AEPBS), 30 de Maio; Núcleo d e Te a t r o d a A C V e r m o i m e Didascália (a confirmar). Música | Joannem Auditórium: The Songs Unearth (Gil & Jonnas), 17 de Maio; Pinguim Dragão, 31 de Maio; A Mile Into Vo i d ( A n t ó n i o & P e d r o ) , 7 d e Junho; Carlos Lopes; Né & Tiago e Sigla Deep (data a confirmar); O u t r a Vo z ( I s a b e l S i l v a ) . C a r l a Carvalho (Pico Pico Serapico); A l b e r t o F e r n a n d e s ( To c a ) ; Rosamate; Ramiro e Angela O l i v e i r a ( Fa d o s ) . D ance Part y : Parque da Ribeira , 21 e 28 de Junho.Colectivo 88; Concurso de Jovens DJ´s; C inema e M ultim é dia : Cine Clube de Joane; Cine Clube de Guimarães (5x cinema a r l i v r e ) ; H é l d e r Fa r i a ; M á r i o M a c e d o ; Pe d ro Z i m a n ; D a l i l a Fernandes e Alexandre Pinto. E scultura : Exposição dos Reis; Largo 3 de Julho; 10 de Junho. F eira A rtesanato U rbano : M o s t ra / Ve n d a ; L a r g o 3 d e Ju l h o ; 14 de Junho.
JOANE • POLÍTICA
NÃO HÁ LISTAS PARA A DIRECÇÃO DO NÚCLEO DO PSD Vazio directivo acontece pela primeira vez na história do núcelo social-democrata joanense. Pela primeira vez na história do PSD de Joane, nenhum militante apresentou lista para dirigir o núcleo nos próximos dois anos. O acto eleitoral marcado para 10 de Maio abriu um vazio directivo sem precedentes. Miguel Azevedo, presidente da Comissão Política que cessaria funções, manter-se-á no cargo até ser encontrado um novo líder, que
espera encontrar, quanto mais não seja, entre os que estiveram na génese do núcleo. Para Azevedo, a ausência de listas candidatas está, inevitavelmente, associada aos resultados eleitorais das últimas autárquicas nas quais o partido, em coligação com o PP, foi derrotado novamente, desta vez com o ex-socialista Xavier Oliveira a
liderar a candidatura. “O PSD perdeu representação. No passado, apesar das derrotas, havia sempre a expectativa da vitória nas eleições seguintes e 2013 era o ano em que havia maior probabilidade. Não tendo conseguido, isso provoca um afastamento natural das pessoas, mais ainda tratando-se de eleições para os próximos dois
anos, designados como travessia do deserto”, argumenta Azevedo. A Comissão Política actual mantém-se em funções e aponta as próximas semanas para estabelecer contactos com históricos e actuais dirigentes do núcleo de forma a encontrar uma lista. Só com certezas é que surgirá uma nova data para o acto eleitoral. LP.
REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 2014 • 9
UMA TRADIÇÃo COM 40 ANOS José Magalhães é um dos mentores da tradição de “erguer o pau” com a bandeira do Dia do Trabalhador, a um de Maio, na freguesia de Pousada. Este ano, se dependesse dele, ao lado da bandeia vermelha teria colocada uma negra. Da crise.
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1.º de Maio Faltou o preto ao pau!
J
osé Magalhães estava insatisfeito na manhã de um de Maio. A tradição de “erguer o pau” e m Po u s a d a , n o D i a d o Tr a b a l h a d o r, f o i cumprida mas, ao fim de 40 anos, o septuagenário queria acrescentar uma bandeira negra . Em nome da crise. Manda a tradição que neste dia um grupo de homens da freguesia se reuna junto à “Casa Mimosa” e dali parta em direcção ao monte próximo para cortar um tronco com mais de 20 metros para ser erguido, como um mastro, em frente àquele conhecido restaurante, ostentando lá no alto uma bandeira vermelha com a inscrição “1.º Maio”. A crise era argumento bastante para José Magalhães querer adulterar a tradição, acrescentando-lhe uma bandeira de luto. “Eu faço parte da organização mas não fui quem montou o teatro porque se fosse, este ano, punha-se também a bandeira preta”, dizia , convicto. Ao fim de duas horas, o grupo encontra “o tronco mais jeitoso”, na ponta do qual será colocada a b a n d e i r a d o D i a d o Tr a b a l h a d o r. “ Tr a z ê - l o n ã o custou mais que nos outros anos. A diferença é q u e h o j e o S r. M a g a l h ã e s n ã o s e e n e r v o u p a r a o cortar e por isso é que ele foi maior”, brincava Manuel Ribeiro, um dos que se envolveram na escolha do dito pau. “Há mais de 10 anos que participo. É uma tradição que toda a gente respeita e envolve-se e por isso nunca irá acabar”, refere Manuel Ribeiro. O presidente da Junta, António Sousa, também dá um ar da sua graça , de cravo na lapela , aplaudindo a iniciativa que “honra os pousadenses” e q u e g a r a n t e , “d e q u a n d o e m v e z , q u e Po u s a d a seja falada nas televisões, deixando a freguesia cheia de orgulho”. Depois de cavado o buraco, com esforço, por volta da hora de almoço o extenso pau já podia ser visto de bem longe. O almoço faz parte da festa: o restaurante enche-se dos habituais clientes que neste feriado não deixam de se associar à tradição. N e m q u e s e j a s ó p a r a o “c o m e s e b e b e s ” . L . P.
10 ABRIL DE 2014 • REPÓRTER LOCAL
JOANE | ACIP LANÇA CONCURSO DE PIRILAMPOS MÁGICOS TRIDIMENSIONAIS No âmbito da campanha nacional do Pirilampo Mágico (de 3 a 25 de Maio), a ACIP promove um concurso para a construção d a s i m p á t i c a m a s c o t e , c o m m a t e r i a i s r e c i c l a d o s e e m t r ê s d i m e n s õ e s . A c o o p e r a t i v a j o a n e n s e l a n ç o u o r e p t o a t o d a s a s i n st i t u i ç õ e s d o s c o n c e l h o s d e Fa m a l i c ã o e d a Tr o f a q u e i r ã o e x p o r, n o P a r q u e d a D e v e s a , o s P i r i l a m p o s c o n s t r u í d o s , a p a r t i r d o dia 16. A ACIP apela uma vez mais à solidariedade traduzida na compra do Pirilampo (dois euros) que pode ser adquirido na ACIP e em tabacarias, centros comerciais, escolas e outras instituições associadas à campanha .
TOCA a animar! O Toca é uma iniciativa do C entro de E studos para as Á reas P opulares e T radicionais , que tem pólos em Lousada , G uimarães e S erzedelo . “ Q ueremos instalar a casa - mãe do C entro em J oane e o “ Toca” nasce da impossibilidade de implementar no imediato o formato total” , explica A lberto F ernandes , responsável pelo projecto .
N
ão faltam garra, sonho e o b j e c t i v o s a o “ To c a , Centro de Artes”, que foi inaugurado no passado dia um de Maio, em Joane. Esta instituição privada quer revolucionar a vila ao nível das artes tradicionais, na vertente de ensino, criação e produção, e implementar um laboratório de investigação das artes tradicionais (da música e canto aos bordados e olarias). Um coro comunitário, uma orquestra de percussão e um m u s e u d e i n s t r u m e n t o s t ra d i c i o n a i s fecham o leque das ambições. O “ To c a ” é u m a i n i c i a t i va d o C e n t ro d e E s t u d o s p a r a a s Á r e a s Po p u l a r e s e Tra d i c i o n a i s , u m p ro j e c t o a r t í s t i co de cariz empresarial com pólos em Lousada , Guimarães e Serzedelo, que tem como ambição instalar a “c a s a - m ã e ” e m J o a n e . N a m i r a d o CEAPT está a escola do Mato da Senra , gerida pela Junta de Joane que ali pretende instalar a Loja
Social da Comissão Social InterFreguesias actualmente a funcionar na Habitorre. Alberto Fernandes, mentor do Centro, tem mantido conversações com a Junta de Joane. “É uma questão de vontade política e de pensamento a longo prazo. Joane é uma terra central mas não tem atracção turística. Apostar na criação de um projecto destes com uma abrangência tão grande ao nível da investigação e do ensino e criação seria uma mais-valia”, a f i r m a A l b e r t o Fe r n a n d e s . Enquanto a escola de Mato da Senra é apenas uma aspiração, o CEAPT vai ocupar uma loja perto do Centro Social com o projecto “ To c a ” a p o s t a d o n o e n s i n o d e instrumentos musicais. É uma escola de música, mas t a m b é m “c e n t r o d e f o r m a ç ã o p a r a artes tradicionais e educação”, r e a l ç a o m e n t o r. O p r o j e c t o d a orquestra de percussão e do coro
co m u n i t á r i o é p a ra s e r co n c r e t i z a d o com os futuros alunos, adianta . Criado há dois anos, o CEAPT optou por adquirir personalidade jurídica empresarial em vez de a s s o c i a t i v a . I n s t a l a r a “c a s a - m ã e ” em Joane é uma opção que resulta da importância da vila, situada e n t r e Fa m a l i c ã o e G u i m a r ã e s . Alberto Fernandes revela que a nova escola tem oito formadores para o ensino de instrumentos tradicionais e clássicos, com experiência de palco, mas não esconde as dificuldades que e s p e r a m e n c o n t r a r. “ S a b e m o s das dificuldades financeiras das famílias, mas é um risco que t e m o s d e t o m a r, s o b r e t u d o n u m a altura em que a parte cultural e s t á f e c h a d a . Te m o s c o n s c i ê n c i a que a implementação é sempre um processo difícil e lento mas estamos preparados para isso”, conclui. L . P.
JOANE | ENSINO
ALUNO DA ESPBS VOLTA A REPRESENTAR PORTUGAL NAS OLIMPÍADAS DE INFORMÁTICA Depois de, no ano passado, ter representado Portugal nas Olimpíadas Internacionais de Informática (IOI), na Austrália, Pedro Silva, aluno do 12.º ano da Escola P. Benjamim Salgado, de Joane, volta a repetir o feito, integrando a seleção nacional na edição deste ano da competição internacional que, desta vez, terá lugar em Taiwan de 13 a 20
de Julho. As Olimpíadas Nacionais de Informática (ONI’2014) consistem num concurso de programação de carácter individual destinado a alunos do ensino secundário, caraterizado por uma fase de apuramento e uma final nacional, presencial, que decorreu no dia 5 de maio, no Departamento de Ciência de Computadores da Faculdade de Ciências
da Universidade do Porto. Os quatro primeiros classificados da final nacional constituem a seleção às olimpíadas internacionais. O 3.º lugar conseguido pelo aluno da secundária joanense assegurou-lhe, novamente, a presença na competição mundial.
REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 2014 • 11
A SENHORA ÁRBITRA! Depois da paixão pela prática do futebol, Luísa Azevedo, 34 anos, de Joane, deu azo à sua paixão pela arbitragem: é a primeira mulher a dar formação a árbitros no distrito de Braga .
LUÍSA
DISCURSO DIRECTO
Uma mulher num mundo dominado “por eles”
A mulher do apito Chama-se Luísa Azevedo, é de Joane e tornou-se a primeira árbitra da Associação de Futebol de Braga habilitada a dar formação de nível um a árbitros. Luís Pereira
Num meio dominado por homens, Luísa tem dado nas vistas entre os 680 árbitros que apitam os múltiplos campeonatos distritais. Quando há quatro anos, Luísa ingressou no curso de arbitragem no núcleo de fo r m a ç ã o d o Ave ( u m d o s s e t e d a A s s o c i a ç ã o d e F u t e b o l d e B ra g a , AFB), em Ronfe, a presença feminina na arbitragem da AFB resumia-se a meia dúzia. Hoje são mais de 50. “O bichinho do futebol sempre esteve em mim. Joguei, abandonei por causa de lesões e por incompatibilidades com a vida p e s s o a l e p ro f i s s i o n a l . E n q u a n t o tirava a minha licenciatura, os colegas que andavam na arbitragem desafiaram-me e mais tarde aventurei-me a tirar a formação”, conta Luísa . Era a única mulher entre homens. Passadas as provas físicas e os testes escritos, Luísa Azevedo viu-se dona e senhora do apito. Depois de um ano de estágio passou a i n t e g ra r o q u a d ro d e á r b i t ro s d a AFB e a apitar jogos distritais. Ao fim-de-semana é vê-la nos campos do distrito, integrada nas equipas de arbitragem, cada vez mais como árbitro principal. A competência e as notas positivas dos observadores têm colocado a joanense nas equipas que apitam os jogos da
I e II divisões do distrital. Esse reconhecimento já a levou a jogos do campeonato principal (Pró-Nacional). Impedida pela idade (34 anos) de progredir mais na carreira , Luísa não cruzou os braços e abraçou a formação. “Estou no designado “quadro de manutenção” e impedida de atingir o topo por causa da idade, por isso resolvi apostar na formação, sendo a primeira mulher formadora de árbitros da AFB”, explica. Como profissional diz-se “intransigente com situações de conflito ou manifestações excessivas de desacordo por parte dos atletas” mas sempre com “respeito pelo trabalho do jogador”. “Sou das que não gostam de usar o apito”, confessa . A p a i x ã o p e l a a r b i t ra g e m , r e a l ç a Luísa , não radica em aspectos financeiros (a remuneração é simbólica), mas antes na paixão pelo futebol e, também, na causa da arbitragem feminina . O que a coloca à frente da organização do II Encontro de árbitras da AFB, em Junho. “A a r b i t r a g e m f e m i n i n a t e m vindo a crescer As mulheres têm maiores condicionantes, sobretudo quando têm filhos, n e s s a a l t u ra a m a i o r i a a c a b a p o r s a i r. E s p e r o c o n t r i b u i r p a r a o enriquecimento da arbitragem feminina”, conclui.
“Nunca me senti inibida por ser mulher e estar na arbitragem que é dominada por homens. Comecei no desporto escolar e já aí me chamavam “maria rapaz”, e isso nunca me perturbou. Somos muito bem recebidas nos campos. Os dirigentes dos clubes estão preparados porque sabem por antecipação quem são os árbitros nomeados. Os homens nas bancadas têm u m p o u co m a i s d e r e s p e i t o pela “mulher árbitro” e não dão tantas bocas e os jogadores não se dirigem de forma tão agressiva (as mulheres jogadoras são mais mazinhas). As senhoras adeptas, nas bancadas, ao ouvirem os insultos dos homens por sermos mulheres, defendem-nos”.
Insultos versus concentração versus “Insultos Nu concentração
“Se for a contar aquilo que nos dizem ou que se passa num campo de futebol… ui! É muito complicado abstrairmonos por completo do público porque há jogos nos distritais em que a linha do campo é resvés com as bancadas e os adeptos estão quase em c i m a d e n ó s . Te m o s d e nos concentrar no nosso trabalho. O adepto acha que, por estarmos lá no meio, vemos tudo e nem sempre é assim. Esquecem-se que fazemos movimentações no terreno do jogo. Se tenho dúvidas, ou se não v i b e m o l a n c e , e s p e ro q u e o co l e g a m e d ê i n d i c a ç õ e s . As pessoas não têm a noção de que os árbitros sofrem imenso quando chegam a casa e reflectem nas asneiras que, depois do jogo, reconhecem ter feito”.
12 ABRIL DE 2014 • REPÓRTER LOCAL
RONFE | AURA MIGUEL FALA DA VIDA DE JOÃO PAULO II A ú n i c a v a t i c a n i s t a p o r t u g u e s a ( j o r n a l i s t a a c r e d i t a d a p e l o Va t i cano) vem a Ronfe falar da vida e obra do Papa João Paulo II. A convite do Agrupamento de Ronfe do Corpo Nacional de Escutas, Aura Miguel falará do Santo Padre, recentemente canonizado, no Salão Paroquial da vila , a partir das 16H30.
Alone em palco
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Mais de 500 pessoas já viram “One Man Alone”, a peça de teatro da companhia joanense “Didascália”. Mas a maioria v i u - a e m Fa m a l i c ã o , n a C a s a das Artes, e não em Joane, onde foi apresentada a dois e três de Maio. A peça registou em Joane a pior afluência do co n j u n t o d e s e i s a p re s e n t a ç õ e s em Famalicão, Mondim de Basto e Vila Real. “Em Joane a casa não encheu porque o público joanense foi à estreia a Fa m a l i c ã o ” , j u s t i f i c a B r u n o Martins. O actor e director artístico da companhia.joanense realça q u e o e s p e c t á c u l o t e m re ce b i d o b o a s c r í t i c a s e q u e s e av i z i n h a m novas apresentações pelo país. “Não utiliza uma linguagem muito comum no panorama nacional e ainda mais a nível local. É teatro físico, sendo em grande parte um espectáculo
mudo. Até começarem a perceber a linguagem, as p e s s o a s f i c a m a p re e n s i va s , m a s depois gostam mesmo” , refere Bruno Martins. “One Man Alone” é uma Coprodução com a Casa das Artes de Famalicão, única possibiliadde de uma pequena co m p a n h i a co m o a “ D i d a s c á l i a ” , gerida quase exclusivamente por Bruno Martins, conseguir montar espectáculos. Para Bruno Martins, a falta de público em Joane não está associada a desinteresse dos joanenses mas antes à oferta na zona . “As pessoas que gostam de teatro têm boas ofertas, q u e r e m Fa m a l i c ã o , q u e r e m Guimarães” , considera . A“ D i d a s c á l i a ” t r a b a l h a entretanto noutros projectos, c o m o a n o va e d i ç ã o d e “ C o n t o s d ` Av ó ” e a e s t re i a d e u m a n o va peça no próximo ano.
REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 2014 • 13
ENTREVISTA
JOSÉ LIMA : O SUCESSOR As lides autárquicas em Mogege não são novidade para José Lima, que foi Secretário do anterior presidente, Manuel Pimenta. No novo cargo ele aponta as carências da freguesia.
JOSÉ LIMA
“NÃO QUERO UM DESENVOLVIMENTO DESORDENADO”
“Perdemos alguns votos por represália contra o Governo” Luís Pereira
JOSÉ LIMA Presidente da Junta de Freguesia de Mogege (INDEPENDENTE) Foi eleito por nove votos. Contava com um resultado tão “taco a taco”? Contava. O fecho de um ciclo permite a abertura de outro. Entrou gente nova na nossa equipa e na lista do PS, e isso gerou dúvidas nas pessoas. Sabiam que eu já cá andava mas questionavam-se como seria como presidente. Mas perderam dezenas de votos em relação a 2009… A conjuntura nacional e o desânimo das pessoas não ajudaram. Por sermos apoiados pelo PSD/ PP, não tivemos alguns votos por represália contra o governo. Porque é que, preto no branco, não se assumiu como o candidato do PSD/PP? Por princípios. Na lista tinha gente ligada à coligação e à esquerda. Não me parecia razoável assumir-me como o candidato da coligação, mas nunca neguei que nos apoiavam. Essa opção não o terá prejudicado? Acredito mesmo que sim, até porque, sobretudo no eleitorado mais idoso, a ausência da sigla partidária pode ter confundido, já que desta vez a sigla PS lá se encontrava e nós não tínhamos sigla. Foi Secretário de Manuel Pimenta durante anos e agora assume o lugar que ele deixou. O que muda? Como Secretário, temos um contacto mais directo com a população. Como presidente, vamo-nos desligando. A política de proximidade é feita mais pelos outros dois membros que são quem acabam por atender
as pessoas enquanto eu ando a tratar de burocracias, ir a reuniões... O trabalho do presidente não tem nada a ver com o do Secretário. O que falta em Mogege? Tanto. Saneamento, alargamento do cemitério, espaço de lazer e cultural, pavimentar ruas, intervir nos tanques e fontanários antigos para que não se perca a memória desta terra… Mas isso não é concretizável em quatro anos… Estabelecemos três prioridades. O alargamento do cemitério é a primeira. Sem querer dramatizar, a capacidade actual tem muito pouca margem de manobra. Queremos alargar para um terreno privado, do lado esquerdo. Há negociações em curso mas o terreno encontra-se em partilhas. Mas há a disponibilidade dos proprietários? Estão disponíveis. A Junta está a negociar em articulação com a Câmara. Embora não tendo o terreno, de dois mil metros quadrados, já temos projecto. Queremos que o terreno seja cedido para evitar despesa. Entre Câmara e os herdeiros está-se a tentar acordar que, se algum dia eles quiserem urbanizar, o que seria dado para zona verde, quer construam naquele ou noutro local, não sejam, nessa altura, obrigados a ceder visto que, antecipadamente, e para este fim, já o tenham cedido. E a segunda prioridade? Um pavilhão ou um campo coberto, junto à escola Boca do Monte. A ideia passa por criar um equipamento polivalente para a
prática de várias modalidades desportivas, que sirva a escola mas também a população e as associações da terra. O equipamento teria um modelo parecido com os ginásios das escolas. Uma coisa mais modesta e que não implique custos elevados e não sirva só para futebol. Há espaço à volta da escola para construção de um equipamento desses? Esse é o problema. A hipótese será o terreno privado por detrás da escola. Já abordamos informalmente os proprietários. Há poucos anos era mais fácil vender e comprar dando a contrapartida da construção mas com a construção parada, isso já não alicia. Tem falado com a Câmara sobre o assunto? Temos falado, mas, sem termos o sítio, vamos dizer o quê?! Fale-me do terceiro investimento prioritário. A Capela Mortuária. Há constrangimentos vários quando alguém tem de ser velado. Ou é na igreja ou então no salão e nenhum dos espaços oferece as melhores condições. Será obra da Junta ou da Paróquia? A Paróquia mostrou-se disponível para ceder o terreno onde se encontra a designada “Cruz do Amor”. Embora não esteja acertado, deverá ser financiado entre a Junta e Paróquia. Em quatro anos é possível concretizar as três prioridades? Era o ideal mas vamos trabalhar pela ordem de prioridades que falei. Tudo o que for executado acima dos 50%, já será bom.
O campo de Pitelas pode ser entregue à Associação do Carril? O campo está sem actividade. A Associação de Moradores entregou-o à Junta, que quer que alguém o dinamize. Uma associação parece-me que o conseguiria fazer melhor e com mais regularidade. Nunca falei com o Carril sobre o assunto, mas via com bons olhos que tomasse conta. É mau não ter espaços mas é muito pior tê-los e não os conseguir dinamizar. A verdade é que nenhuma das associações, até à data, o solicitou. A questão dos limites do Outeiro, com Pousada, pode ser resolvida? O processo continua em Tribunal e há a possibilidade do assunto ser discutido no local. Tanto eu como o Sousa herdamos a situação e cada um tem a obrigação de defender a sua terra. Mogege tem de defender o que é seu. Estamos a falar de pessoas, rendimentos colectáveis e de orçamentos de autarquias. Eu não dignificava Mogege fazendo qualquer acordo que a prejudicasse e deitasse por terra todo o trabalho que foi feito. A situação está no mesmo ponto. O processo continua em Tribunal mas não fechamos as portas a conversas. Concorda que Mogege é hoje uma freguesia-dormitório? É uma terra de indústria e com traços rurais e disso não abdicamos. Com a fusão de algumas freguesias, é preciso ter-se a noção que Mogege passou a ser das freguesias mais pequenas do concelho. Queremos ter habitação de qualidade, captar investimento mas não quero um crescimento desordenado. Não via com bons olhos se de repente começassem a aparecer prédios, isso seria perder identidade. Mogege tem de ser atractiva e isso passa por resolver algumas lacunas que não fixam as pessoas, como a organização de eventos de cariz cultural e desporto para todos. O tempo em que toda a gente se conhecia porque ia à missa e à mercearia e convivia já passou. É importante criar novas dinâmicas que voltem a juntar as pessoas e as associações têm um papel importante nisto. As actividades podem e devem ser feitas em conjunto. A Junta deve servir de intermediária. Em Mogege há uma grande dinâmica de grupo mas não há dinâmica colectiva.
14 ABRIL DE 2014 • REPÓRTER LOCAL
FAMALICÃO
FIM-DE-SEMANA DESPORTIVO Em FAMALICÃO A Ta ç a C o c a - C o l a e a M a r a t o n a R a c e e m B T T s ã o o s d o i s e v e n t o s d e s p o r t i v o s a g e n d a d o s p a r a o p r ó x i m o s á b a d o e d o m i n g o , 1 7 e 1 8 d e M a i o , e m Fa m a l i c ã o . Espera-se a presença de três mil atletas.
FAMALICÃO • FESTA
“Batalha das Flores” coloriu e animou ruas da cidade Desfile com mais de 400 participantes contou com um grupo de Joane
Comboios a partir de 30 mil peças de lego Tr i n t a m i l p e ç a s e m l e g o , n a sua maioria recriações de comboios nacionais, entre os quais uma réplica do histórico Comboio Presidencial (na foto), vão estar em exposição n o M u s e u N a c i o n a l Fe r ro v i á r i o d e L o u s a d o , e m Fa m a l i c ã o , nos próximos dias 16, 17 e 18 de Maio. O Encontro Ibérico d e Fã s d a L e g o q u e v a i r e u n i r p a r t i c i p a n t e s d e Po r t u g a l e Espanha é um dos principais pontos de atração do programa comemorativo do Dia Internacional dos Museus e Noite Europeia dos Museus.
O
centro da cidade de Famalicão recebeu, no passado domingo, a Batalha das Flores. Um número festivo que coloriu as ruas da cidade e que contou com a participação de oito grupos, num total de cerca de quatrocentas pessoas vestidas a rigor. Um número que o Presidente da Câmara Municipal de Famalicão quer ver crescer na próxima edição, até porque “o desfile tem capacidade e tem captado cada vez mais o interesse e a curiosidade dos famalicenses”. Entre os oito grupos partici-
“Casa Feliz” apoia mais quatro famílias BATALHA DAS FLORES
O GRUPO INFANTIL DE DANÇAS E CANTARES DE JOANE FOI UM DOS OITO PARTICIPANTES NO NÚMERO PRINCIPAL DA FESTA DA FLOR
pantes, referência para o Grupo Infantil de Danças e Cantares de Joane. O Grupo de Bombos “Lacs Bum”, Associação Cultural S. Pedro da Lagoa, Núcleo de Bicicletas Antigas do Grupo Desportivo de Cavalões, da Freguesia de Oliveira São Mateus, Associação Recreativa e Cultural de Antas, Associação Unidos de Avidos e Banda Marcial de Arnoso foram os restantes conjuntos presentes. Já no início desta semana, decorreu a procissão de velas em honra de Nossa Senhora de Fátima, percorrendo as ruas do centro da cidade.
DESCONTOS CÂMARA REFORÇA MEDIDAS DE APOIO ESCOLAR
APOIO SOCIAL CÂMARA APOIA NOVA CANTINA DA “DAR AS MÃOS”
As famílias de Famalicão com mais de um filho em idade escolar vão beneficiar a partir do próximo ano lectivo de um desconto de 50% com o segundo filho e de um desconto de 100% a partir do terceiro filho, nos serviços prestados pelo município no âmbito do ensino pré-escolar e 1.º ciclo do ensino básico, como seja a refeição, o acolhimento e o prolongamento. A medida consta do Regulamento Municipal da Educação, apresentado a cinco de Maio à comunidade educativa. O reforço do programa “Alimentação Saudável”, no pré-escolar e 1.º ciclo do ensino básico e o reforço dos programas de fruta e leite escolar são outras das novidades para o próximo ano lectivo. A estas acrescenta-se a oferta dos manuais escolares para o 1.º Ciclo e os apoios em transportes, refeições e material escolar.
A Associação “Dar as Mãos” vai criar uma nova cantina social. Com 20 anos de actividade, a associação dinamiza uma cantina social, uma unidade para os sem-abrigo, um balneário e um espaço para apoio comunitário. “Fazer frente às crescentes necessidades de índole comunitária é o nosso principal objetivo”, apontou Agostinho Fernandes, presidente da associação. A nova cantina representa um investimento de 112 mil euros e vai nascer da remodelação do imóvel da extinta Junta Autónoma de Estradas (“Casa dos Cantoneiros”) adquirida pela associação em 2011. A “Dar as Mãos” serve todos os dias, à hora de jantar, uma refeição quente a mais de 50 semabrigo e desfavorecidos do concelho, na maioria, homens com idades entre os 25 e os 50 anos. A Câmara atribui um subsídio anual de 75 mil euros.
O programa “Casa Feliz ” prom ov i d o p e l a C â m a ra M u n i c i p a l d e Fa m a l i c ã o b e n e f i c i o u m a i s quatro famílias do concelho. O presidente do município, Pa u l o C u n h a , e n t r e g o u o s c h e ques do apoio às respectivas famílias destacando o alcance desta medida social.
Ideias inovadoras premiadas no concelho O Sistema Automático de Mon i t o r i z a ç ã o d e Á g u a s Te r m a i s da autoria de três alunos do I n s t i t u t o N u n’A l v a r e s f o i o g ra n d e ve n c e d o r d a f i n a l f a m a license do Concurso Municipal de Empreendedorismo. A ideia valeu-lhes o passaporte para a final intermunicipal do dia setede Junho. O projeto consiste no controlo da temperatura da água termal através de um s m a r t p h o n e o u c o m p u t a d o r. À final vai também o projecto “Safety Helmet”, do Agrupamento de Escolas Padre Benjamim Salgado, de Joane, que consiste num capacete de segurança para trabalhadores da construção civil e mineira que é capaz de detectar objetos em movimento e medir distâncias através de infravermelhos. Em terceiro lugar f i c o u a e s c o l a F O R AV E .
REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 2014 • 15
ASSOCIAÇÕES
PALMARÉS ADECA Seniores: Campeão: 2011/2012 Ta ç a : 2 0 0 5 / 0 6 ; 2 0 1 0 / 1 1 e 2012/13 Supertaça: 2006 e 2011
Iniciados: Campeão: 2003/04; 2006/07; 2007/08 e 2010/11 Ta ç a : 2 0 0 6 / 2 0 0 7 J u v e n i s : Ta ç a : 1 9 9 9 / 2 0 0 0 e 2 0 0 8 / 2 0 0 9 Supertaça: 2009
CASTELÕES • ASSOCIAÇÕES
ADECA em risco A mais importante associação de Castelões luta contra o vazio directivo, com uma Comissão Administrativa a assegurar a sua gestão à falta de listas.
Luís Pereira
V
ocacionada para o desporto como forma de ocupar os jovens da terra, nasce, em 1993, pela mão de Jerónimo Lopes, a Associação Desportiva de Castelões (ADECA). Única associação da freguesia, depressa conquista o carinho da comunidade. Hoje a oferta é muita e o futebol de 11 acabou por tirar adeptos ao futebol de salão, que esteve na génese e continua a ser o pilar da actividade. “Não havia nada na freguesia. Fez-se um protocolo com o Centro Social, que cedeu o recinto desportivo que já foi alvo de melhoramentos ao longo dos anos, o último para substituição do piso de cimento por relva sintética”, conta Paulo Cortinhas, atleta e o principal responsável da Comissão Administrativa que há um ano gere a instituição. Sem ser dona das instalações, a ADECA dispõe de infra-estruturas cuja ocupação resulta de protocolos com o Centro Social e autarquias. Na década de 90 foram construídos os balneários e um campo de ténis. O maior dos investimentos surge no início do milénio, com a construção da sede social que inclui, também, um bar. “A sede foi construída a pensar nos sócios. O bar é um espaço de convívio que junta o útil ao agradável. Uma das lacunas da ADECA é a falta de receita. Estávamos dependentes dos donativos, que agora não abundam, e das quotas. O bar serve de ajuda. São os dirigentes que o colocam em funcionamento. O protocolo com o Centro Social impede-nos a entrega da exploração a terceiros. Se tal fosse possível, a receita aumentava”, diz Paulo Cortinhas. A primeira década da associação foi exclusivamente dedicada ao futebol de salão, chegando a competir no campeonato conce-
lhio com equipas em todos os escalões. Na actualidade, as dificuldades de encontrar atletas disponíveis são grandes mas, mesmo assim, a ADECA está representada na competição da modalidade com a equipa sénior, no campeonato principal (ocupa o quinto lugar em 14 equipas) e uma outra, de iniciados, que terminou em quinto entre sete equipas. “A ADECA teve, nos inícios, uma grande dinâmica. As “escolinhas” eram muito procuradas, face à ausência de alternativas à volta. Sempre foi acarinhada em Castelões por ter jogadores da terra e esse cenário é cada vez mais difícil de concretizar, o que acaba por afastar as pessoas porque olham para a equipa e não veêm referências da terra. Por outro lado, os seniores estão cansados do concelhio e os que têm qualidade vão para o futsal ou experimentam outras aventuras. Os jovens fugiram para o futebol de 11. Hoje, o futebol salão é visto como um desporto menor”, lamenta Paulo
PAULO CORTINHAS: Atleta e dirigente da ADECA, lidera a Comissão Administrativa que tem procurado evitar o vazio directivo na associação de Castelões, fundada em 1993
Cortinhas. Em 2002, com Francisco Morais, a ADECA abre as portas ao atletismo com a S. Silvestre, que conseguiu impor-se na região. Do êxito da prova até à formação de equipas de atletismo, foi um passo. Hoje apenas funciona a formação com quinze jovens. A aposta da última direcção, liderada por Sérgio Ferreira, foi nas caminhadas. “Conhecíamos pessoas que caminhavam regularmente, desafiámo-las a juntaremse à associação, adquirindo personalidade jurídica. Aceitaram e têm, tal como o atletismo, uma gestão autónoma. Temos realizado algumas iniciativas interessantes como a recente caminhada solidária em parceria com a associação de pais”, explica o dirigente. Com um orçamento anual de 11 mil euros, a ADECA conta com 300 sócios (apenas um terço com quotas em dia). Diariamente, conta com meia centena de atletas. O ano passado os sócios escolheram uma Comissão Administrativa para gerir a associação, face à ausência de listas, com mandato até Julho e que anda à procura da solução seguinte. A primeira tentativa foi feita no dia 11, sem efeito. “A crise e o cansaço dos poucos dirigentes não permitem continuar por muito mais tempo. A disponibilidade vai-se perdendo e o grupo começa a ficar cada vez mais restrito e há sempre rupturas e divergências que acabam por fazer ruir o edifício, tornando a situação mais complicada. Além disso, é difícil encontrar gente que queira assumir estas responsabilidades e a isso não é alheio o desencanto com o futebol concelhio”, considera Paulo Cortinhas, recusando, contudo, admitir a morte da associação.Até Julho, a actual Comissão tem obras previstas na sede e a árdua tarefa de não deixar cair a ADECA no vazio directivo.
16 ABRIL DE 2014 • REPÓRTER LOCAL
BOCCIA SENIORES DA ATC EM TORNEIO No próximo dia 15 de Maio, os Seniores da Casa de Giestais, da Associação teatro Construção, de Joane, participam na 2ª jornada do torneio de boccia denominado de Liga Inclusiva, destinado a todos os seniores que semanalmente frequentam o projecto, no pavilhão Municipal de Vila Nova de Famalicão.
FUTEBOL • joane
FUTEBOL • RONFE
Francisco Costa mantém-se no comando da equipa
Rui Barros, presidente do Desportivo de Ronfe, já garantiu a continuidade de Francisco Costa à frente da equipa principal do clube. Em declarações á imprensa, Barros diz que o técnico só não cumprirá quatro épocas à frente do Ronfe, se não quiser. No primeiro ano à frente da direcção, o presidente do clube ronfense só pode ter motivos de satisfação. Além de assegurar a manutenção da equipa sénior,
o título de campeões, recentemente conquistado pela equipa dos iniciados, confirmou como certa a aposta na formação que Rui Barros sempre defendeu. “Em quatro anos de mandato, queremos que a equipa sénior seja quase toda feita com atletas da formação”, disse Abílio Pereira, vice-presidente e responsável pelas camadas jovens do clube, na edição passada do RL.
A equipa principal joga no próximo sábado, 17, a última jornada do campeo nato Pro-nacional. O jogo em Esposende, contudo, não terá relevo quanto à classificação. Seja qual for o resultado, a equipa de Francisco Costa ficará a meio da tabela classificativa (é oitava, com onze vitórias, outras tantas derrotas e outros tantos empates). LP
Última jornada decisiva para evitar a despromoção
O dia 24 de Maio será decisivo para o Grupo Desportivo de Joane. Na última jornada do campeonato Nacional de Seniores, o clube joanense joga a manutenção no campeonato, fora de portas, com o líder Oliveirense. As hipóteses não serão muitas mas o clube ainda pode sonhar com o play off, basta que tenha melhor re-
ARTES MARCIAIS E
A JJ
BTT CROSS COUNTRY
Joane tem campeões mundiais
Infantis sagram-se campeões da Liga Futsal
Joane recebe Campeonato do Minho a 10 de Junho
Sete atletas da Academia Alex Ryu Jitsu de Joane sagraram-se campeões mundiais. Os títulos foram c o n s e g u i d o s e m Va g o s , no decorrer do quarto Campeonato Mundial de Artes Marciais ICKKF World Championship All Styles e m q u e p a r t i c i p a ra m 3 . 8 0 0 atletas de 61 países. A participação da Academia de Joane no maior evento Mundial de artes marciais revelou-se um sucesso traduzido na Medalha de O u ro e m Ru m b l e S p a r r i n g e em Semi Contact do atleta Rúben Costa; Medalha de Ouro em Rumble Sparring (Rui Moreira); Medalha de Prata em Light-Kick e em Semi Contact (Helena Abreu) e o medalhado Jorge Abreu, com prata (Light Kick) e com bronze em Semi Contact .
A equipa infantis da Associação Juventude de Joane (A JJ) é campeã do campeonato da Liga Futsal d e Fa m a l i c ã o . A formação joanense termina a época em primeiro lugar da tabela com 49 pontos, traduzidos em dezasseis vitórias, um empate e uma derrota .
O r g a n i z a d a p e l o Jo a n e B T T, Jo a n e r e c e b e , a 10 de Junho, o Campeonato do Minho d e B T T C r o s s C o u n t r y. O 6 º B T T X C O – JoaneBTT e sexta etapa do campeonato minhoto, será disputada nas imediações da Rua de Romão em Joane. O programa do 6º BTT XCO - Joane BTT começará com um período para treinos entre as 9 e as 12h00. A competição arrancará às 13h30 com as actividades para benjamins e iniciados. Pelas 14 horas começará a prova para infantis, juvenis, cadetes, femininos, paraciclismo e promoção e às 15h30 a corrida de juniores, seniores e masters DANÇA
Aju no pódio
A A JU – Associação Joanense UNIDANÇA subiu ao pódio no Festival de Danças L a t i n a D ’A l - B u h e r a q u e d e c o r r e u n o p a s sado dia 27 em Olhos de Água , Albufeira .
sultado que o Ribeirão. Ganhar o jogo e aguardar o desaire do rival concelhio, é a única saída para evitar a despromoção ao campeonato distrital. Entre os oitos clubes que lutam pela manutenção, o GDJ ocupa a sétima posição com os mesmos 28 pontos que o rival Ribeirão (6.º). LP
A UNIDANÇA arrecadou, na modalidade d e i n t e r m é d i o s , o 2 º e 3 º l u g a r, n a C h a m p i o n s o 3 º l u g a r, n a c a t e g o r i a N o v i c e o 4 º l u g a r e n a P r é - P r o f i s s i o n a l o 4 º l u g a r. BTT
Joane BTT pedalou até Compostela Com partida de Joane no dia 25 de Abril, u m a e q u i p a d e a m a n t e s d o p e d a l d a Jo a n e B T T, r u m o u a S a n t i a g o d e C o m p o s t e l a . A peregrinação em bicicleta durou três dias, sendo o último destinado à visita turística à catedral. A iniciativa da associação joanense tem conquistado, de edição para edição, cada vez mais adeptos.
REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 2014 • 17
por D. VIRINHA
O Excel e a política VAI ANIMADA A POLÍTICA EM JOANE. O NOVO PRESIDENTE DA JUNTA MOSTRA-SE CONHECEDOR DA ARTE. O ex-ministro das Finanças Vítor G a s p a r, q u e d e p o i s d o “ e n o r m e aumento de impostos” com que brindou os portugueses, ao lado de Pa s s o s C o e l h o , d e c i d i u “ e m i g r a r ” para paragens mais rendíveis, como funcionário do FMI, era acusado pela oposição de fazer demasiado uso do programa informático Excel para apresentar os dados sobre crescimento e défice público. Em Joane, o presidente da Junta , António Oliveira , provavelmente
lembrado dos tempos de Gaspar na pasta das Finanças, e das suas s e s s õ e s c o m r e c u r s o a o s f i c h e i ro s Excel, resolveu acusar a oposição PSD-PP de brincar com os números para fazer política . “Isso é a excelização da política”, acusou o autarca, acusando a direita de se limitar a usar da caluladora para sacar uns números e fazer u m b r i l h a r e t e . Re s t a a g o ra e s p e ra r para ver se a oposição descortina n ú m e ro s q u e co n t ra r i e m a p o l í t i c a da maioria PS.
LÍDER DO PSD JOANE? TALVEZ NO OLX...! Pe l a p r i m e i r a v e z n a s u a h i s t ó r i a , n ã o a p a r e c e r a m m i l i t a n t e s a p o s t a d o s e m d i r i g i r o n ú c l e o d e J o a n e d o P S D. O q u e n ã o e s p a n t a , já que o acto eleitoral segue-se à derrota sofrida pelo partido (em coligação com o CDS-PP) nas eleições de Setembro passado. E nesses casos, estando ainda muito distante aquele período em que a agitação eleitoral dá sinais (só daqui a quatro anos), será difícil desencantar nova equipa para render a que foi até agora liderada pelo histórico Miguel Azevedo. Que tem, de resto, uma tarefa pesada sobre os ombros: por um lado, tentar convencer militantes para que constituam uma lista, salvando a face do partido; por outro, evitar o vazio directivo do núcleo. Depois deste impasse, ou o PSD joanense fica entregue a uma lista “para cumprir calendário” ou produz uma surpresa , recuperando aqueles históricos mais afastados e sempre à espera das melhores alturas...
A NOVA ROTUNDA DA LIBERDADE A confusão junto ao cemitério de Joane era tal, com uma labiríntica postura de trânsito que d e i x ava o m a i s c a u t e l o s o dos automobilistas de cabelo em pé ( já para não falar dos peões) que qualquer alteração que ali se fizesse seria sempre novidade e benvinda. A solução encontada p e l a “ n o v a ”J u n t a d e J o a n e é p o r i s s o d e s a u d a r, assegurada que ficou a correcção quanto às dimensões da mesma. Além da justeza do material usado, há que salientar que ninguém deixará de ler o nome d a ro t u n d a , a l i co l o c a d o numa placa XXL!
JOANE E O TEATRO
O actor Bruno Martins deve andar a questionar-se sobre o que levou a que Joane, sua terra natal e sede da sua companhia de teatro, tivesse registado a pior afluência de público na estreia da peça “One Man Alone”. Será desinteresse dos espectadores joanenses ou a prova de que “santos da casa não fazem milagres”?
INTRANSIGÊNCIA
A Tr a v e s s a R e g o d e C h a v e s e m J o a n e , é u m d a q u e l e s e x e m p l o s d e “c a m i n h o d e c a b r a s ” q u e n ã o d i g n i f i c a m n a d a u m a V i l a . O p i o r é que a estreiteza do caminho acarreta problemas a quem por ali vive (como o casal da foto). A Câmara e a Junta bem tentam alargar a via mas esbarram na intransigência dos donos dos terrenos necessários..
18 ABRIL DE 2014 • REPÓRTER LOCAL
OPINIÃO
Arte? Sim, mas com “jeitinho”! Há uma frase que ouço repetidamente dita por pessoas que me veem pela primeira vez no palco e que normalmente vem acompanhada por uma enorme cara de espanto: - Eh pá, tu tens jeito para isto! “...para isto”, entenda-se: para o teatro. “Eh pá, tu tens jeito para...”, deverá ser entendido como uma saudação calorosa que pretende demonstrar agrado por teres feito bem o trabalho que te compete e para o qual és pago para fazer. Esta é, claro, a interpretação que eu prefiro guardar desta frase. Na verdade, o espanto que na maioria das vezes acompanha a frase, quer dizer que pela
primeira vez, essa pessoa ganhou consciência de que o teu trabalho não é apenas um hobbie, afinal, todo o tempo que passas-te a estudar até te profissionalizares e posteriormente, construíres uma carreira, valeu a pena. Tu afinal até tens jeito para isto! Não há nada como ver o nosso trabalho tão merecidamente distinguido! Aliás, nós, os artistas, devemos sentir-nos orgulhosos com tão sentido e distinto reconhecimento. Por essa razão, decidi que a partir de agora, vou presentear de igual modo, todo e qualquer serviço que me prestem. É injusto que apenas o trabalho dos artistas seja
Bruno Martins
Actor | Director da Companhia de Teatro Didascália (Joane)
assim reconhecido. O primeiro da lista será o meu médico de família, que até agora teve sempre imenso “jeito” para me curar as constipações e amigdalites tão frequentes na minha infância e que me roubavam, malvadas, imenso tempo de brincadeira. Mas graças a Deus... Graças a Deus o tanas! Graças ao meu médico e ao seu precioso “jeito” para curar constipações e amigdalites. E pelo que ouço contar, acho qua também tem imenso “jeito” para os Bicos de Papagaio, Pedra nos Rins, Artrite Reumatoide... enfim, uma pessoa prendada. A seguir serão os meus ex-professores, enviar-
lhes-ei uma carta a destacar o surpreendente “jeitinho” que tiveram, uns mais do que outros, para me ensinarem o ABC, a matemática... Ficarão comovidos! E por fim, de destacar o trabalho de uma das pessoas mais importantes da minha/nossas vidas, o Sr. Joaquim da mercearia e o seu enorme talent... perdão, “jeitinho” em vender a fruta, o peixe, o arroz! Ai o arroz! A delicadeza que tem o Sr. Joaquim da mercearia a digitar o preço do arroz na registadora... Se ele não tivesse tanto “jeito” para vender, talvez eu morresse de fome...
quer altura, ou melhor, em qualquer coisa), bué (usa-se bué), top (moda do momento), ya (sabemos todos falar alemão graças à Merkel), caralho (uma prostituta travesti) e outras que as regras da boa educação me impedem de mencionar. Estas são algumas das prostitutas mais virosas, mas com as quais mais teimamos em dormir. Muitas pessoas ficam doentes só de ouvirem algumas palavras, vejam só. E o dicionário com tanta menina bonita e saudável por onde escolher… Imagine-se: há quem tire cursos de línguas, só para conhecer e para poder
dormir com prostitutas estrangeiras. Já não bastam as nacionais…Antigamente só era preciso a quarta classe para poder ser homem ou mulher e passar um bom bocado com umas palavras bem portuguesas e roliças… Engraçado (ou não) é o facto de precisarmos de viagras com a idade. Ao ficarmos mais velhos começamos a precisar de aparelhos de audição e de óculos para ouvirmos e vermos melhor as prostitutas das palavras. Como diria o lobo mau: é para te ouvir melhor, é para te ver melhor, é para te comer melhor minha linda!
As palavras são prostitutas As palavras são prostitutas e nós somos os seus chulos. Mas não somos uns chulos muito inteligentes. Usamos e abusamos das palavras sem sermos pagos por isso. A prova número 1 disso sou eu que escrevo estas palavras e vocês que as leem sem recebermos ambos um chavo por isso. O que vale é que as palavras também não são umas prostitutas muito espertas. Elas são usadas e abusadas sem serem pagas (dito de outra forma: são umas prostitutas muito baratas). O mais incrível é que acabamos nós por pagar caro por utilizar determinadas
palavras. Certas coisas que são ditas sem pensar no calor do momento não podem mais ser retiradas, por exemplo. Já uma cara metade que diz à outra que a ama está a prender-se a essa pessoa e a pagar um preço por isso. No fundo do fundo, nós é que somos as vítimas da prostituição das palavras. Talvez por isso algumas vezes façamos greve de palavras e guardemos para nós um pouco de saliva. Outras é o contrário. Gastamos tanto determinadas palavras que elas parecem um vírus. Algumas das prostitutas mais requisitadas são: coisa (serve para usar em qual-
João Moura
Jornalista e escritor
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