Rl julho

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RONFE

Festa de S. Tiago: entre a fé e a animação Especial de 8 páginas com reportagem, entrevistas, programa e memória p. 13

JOANE | p. 14 e 17 Descarga mata centenas de peixes no Pele Tribunal atribui propriedade da Capela da Carreira à Junta Presidente da Câmara de Famalicão diz que “Joane é um bom sítio para viver”

Nº 172 • ANO XV • JULHO 2013 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE

AUTÁRQUICAS | Pag. 03 Falta informação e interesse na União de Freguesias FRENTE A FRENTE | Pag. 20 António Carvalho, PS Marçal Mendes, PSD-PP JOANE | Pag. 19, 21 Quando Eleições rimam com milhões (de euros)

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António Oliveira promete bater o pé à Câmara de Famalicão

RONFE | p. 17

Era uma vez... Idosos de Joane, Pousada e Vermoim abrem as portas de suas casas a contadores de histórias.

Oposição contra homenagem ao ex-presidente da Junta Daniel Rodrigues

DESPORTO | p. 15 GD Joane parte para nova época com plantel jovem e nova equipa técnica


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REPÓRTER LOCAL • JULHO DE 2013 • 3

EM FOCO

AGREGAÇÃO DE FREGUESIAS As Eleições Autárquicas de 29 de Setembro vão mudar o paradigma e a gestão das freguesias de Airão Sta . Maria , Airão S. João e Vermil. Uma nova realidade espera estas três localidades em consequência da agregação resultante da Reforma Administrativa do Governo. Cada um dos dois candidatos à “nova” Junta tem projectos distintos quanto à gestão da autarquia (ver Autárquicas) mas nenhum pretende fechar as actuais sedes.

UNIÃO • REPORTAGEM

Falta interesse e informação Populações das três freguesias agregadas desconhecem processo mas mostram-se pouco preocupadas Luís Pereira

A

dois meses das eleições autárquicas, as populações de Airão Sta. Maria, Vermil e Airão S. João mostram-se desinteressadas e pouco informadas sobre o que irá acontecer às suas terras depois de 29 de Setembro, quando elegerem um único executivo e uma única Assembleia para esta União de Freguesias. O RL foi para a rua e constatou a falta de informação e, simultaneamente, a despreocupação da população sobre a matéria. A promessa de manter as portas das três actuais Juntas abertas aos fregueses, feita pelos candidatos António Carvalho (PS) e Marçal Mendes (PSD/PP), parece ser suficiente para descansar a população. “Anda muito fumo no ar mas penso que as freguesias vão continuar a prestar os serviços mais ou menos dentro do que estava. Penso que o presidente vai passar a rolar nas três Juntas. Para coisas mais urgentes, temos que ir a Santa Maria mas para isso deviam ter lá uma pessoa em permanência”, diz Manuel Azevedo, 55 anos, de Airão S. João, a mais pequena da troika de freguesias da União.

Com café aberto na freguesia, Manuel Azevedo assegura que os seus clientes, que até falam muito de política, sobre a agregação, nem uma palavra. “Está tudo a leste. A informação deveria ser dada por quem se candidata. Vamos a ver, eles também ainda estão a começar”, condescende o comerciante. Por razões diferentes, o desinteresse é partilhado pelo vizinho Bruno Silva, empresário de Airão Santa Maria, que se diz des-

A promessa de manter as portas das três actuais Juntas abertas aos fregueses, feita pelos candidatos António Carvalho (PS) e Marçal Mendes (PSD/PP), parece ser suficiente para descansar a população de Airão Santa Maria, Airão S. João e Vermil.

preocupado com o novo figurino autárquico por acreditar que Santa Maria, ficando sede das três, só terá benefícios. “Ligo pouco à política mas, do pouco que sei, nós, em Santa Maria, estamos be m, os de Ve rmil e S. João é que ficam piores”, diz, considerando inevitável o fecho das sedes destas duas localidades. Opinião diferente tem Liliana Rocha, de Airão S. João, que se mostra “minimamente informada” sobre as alterações

mas mesmo assim aponta falta de informação e interesse. “Não sei se Airão S. João vai ganhar com isto, só depois se verá. Em termos financeiros, se a agregação trouxer menos gastos públicos, melhor. Há partidos que dizem que a Junta passa a estar aberta todos os dias, outros que apenas será umas horas por semana. Não havendo necessidade de irmos a Santa Maria, já é suficiente para não sentirmos que muda alguma coisa”, refere. Menos optimista está Carlos Almeida, 57 anos, de Vermil, pouco conhecedor da matéria. “Só sei que vamos passar a ser de Santa Maria e isso só vai piorar tudo para Vermil. Se já pouco tínhamos, agora é que vamos passar a não ter mesmo nada”, argumenta. Carlos Almeida, que desconhece os nomes dos candidatos, só espera que a população de Vermil não tenha que deslocar-se a Santa Maria para resolver os seus problemas. As mesmas incerteza e despreocupação são partilhadas por Manuel Fernandes, reformado de Santa Maria que assiste às manobras de pré-campanha. “Ou voto no que está, ou num que não sei bem o nome”, limita-se a dizer.

“Só sei que vamos passar a ser de Santa Maria e isso só vai piorar tudo para Vermil. Se já pouco tínhamos, agora é que vamos passar a não ter mesmo nada” Carlos Almeida | Vermil

VOZES “Ligo pouco à política, do pouco que sei, nós, em Santa Maria, estamos bem, os de Vermil e S. João é que ficam piores. Mas mais cedo ou mais tarde as sedes destas duas vão fechar” Bruno Silva | Airão Stª Maria

“Anda muito fumo no ar. As freguesias vão continuar a prestar os serviços. Para coisas urgentes, temos que ir a Santa Maria, mas para isso deviam ter lá uma pessoa em permanência”

“Não sei se Airão S. João vai ganhar com isto (da União de Freguesias), só depois se verá. Em termos financeiros, se a agregação de freguesias trouxer menos gastos públicos, melhor”

Manuel Azevedo | Airão S. João

Liliana Rocha | Airão S. João

“Vi há dias um dos candidatos em campanha aqui em Santa Maria. Não sei o que aí vem. No dia 29 de Setembro, ou voto no que está (PS) ou num que não sei bem o nome”

“Só sei que com isto vamos passar a ser de Santa Maria e isso só vai piorar tudo para Vermil. Se já pouco tínhamos, agora é que vamos passar a não ter mesmo nada”

Manuel Fernandes | Airão Stª. Maria

Carlos Almeida | Vermil


4 JULHO DE 2013 • REPÓRTER LOCAL

OPINIÃO Po r u m a q u e s t ã o d e e s p a ç o , o R L n ã o p u b l i c a , n e s t a e d i ç ã o , o s h a b i t u a i s a r t i go s d e o p i n i ã o , exce p ç ã o fe i t a à o p i n i ã o i n s e r i d a n o noticiário das Autárquicas 2013. Aos leitores e aos nossos colabora d o r e s h a b i t u a i s a p r e s e n t a m o s d e s c u l p a s , co m a g a ra n t i a d e q u e a secção regressará nas próximas edições. 20 JULHO DE 2013 • REPÓRTER

LOCAL

AUTÁRQUICAS 2013

editorial

DO PS MOGEGE | CANDIDATO e dirigente associativo, Miguel Abreu, advogado de à Junta de Freguesia é o candidato do PS reconhece que será difícil Mogege. O candidato tual p ro p õ e Jo s é L i m a , a c ve n ce r o P S D - P P, q u e promete novas apostas. secretário da Junta , mas

UNIÃO • CANDIDATOS

A primeira vez da Uni

JOAQUIM FORTE

S. João, Airão Santa Maria

ANTÓNIO CARVALHO União de Freguesias Candidato do PS à Junta da e Vermil de Airão S. João, Santa Maria

MARÇAL MENDES

r bem a realidade ra dispu- c o n h e c e Que trunfos tem pa vo. António desse po iar a retar a eleição com Começou por apo Carvalho? ministrativa , mais ca de oito forma ad Experiência autárqui jeitou-a, reivindio dos me- tarde re anos, o conheciment t o n o m i a d e Ve r m i l Vimágua cou a au andros da Câmara , da candidato à solul i c a s . Po r e a c a b o u e e das instituições púb ontrada . Não tem formação ção enc a h n i m a , o d a l o r a t t u o interpre do pelos de direito ser mal universitária na área ? ireito na eleitores o e investigação de d empre o interesse d u t a r q u i a s Po n h o s administração de a a do partido. A minha e s p o n d e r p ovo a c i m locais permite-me r pesoal é favorável à eguesias. convicção às necessidades das fr freguesias, desde e d o ã ç a g e r g a s a e mas Ve r m i l c o n h e c e - o das de mais compea r n o t ra- q u e d o t a contece. a o ã r e s t a n t e s ? Va i a p o s t n e u q o , s a i c n s outras? tê balho de campo na icialmente pensada três fre- A União in s Te n h o p e r c o r r i d o a s r t u a d a . Ve r m i l f o i d a a d o c o m foi desvi guesias e contact g u e s i a s d e G u i m a rã e s c e b e r o s únicas fre as pessoas para per a voz ao povo. Por esentar o q u e d e u a p r o b l e m a s . Pa r a r e p r s partidos e à Câmar rá apenas medo ao povo - porque have l, nenhuma outra nta para M u n i c i p a fez . um presidente de Ju esia do concelho o u g e r f e u q o h n e t as três freguesias

TRÊS PERGUNTAS

da União de Freguesias Candidato do PSD-PP à Junta e Vermil de Airão S. João, Santa Maria

Nos jornais, na parte das eleições autárquicas, abundam títulos como estes: “O candidato X quer um Centro Social”; “O candidato Y defende uma revolução urbanística”. Ou o candidato propõe; o candidato sonha... Não há mal nenhum nesta dinâmica: afinal, o processo eleitoral baseia-se num compromisso entre quem se apresenta ao escrutínio e quem vota. E tal compromisso traduz-se na apresentação, pelos primeiros, de um programa de intenções, abrangendo áreas diversas - das obras à cultura, do emprego ao desporto - para captar os votos dos segundos. (Em muitos casos o tal programa é um rol de ideias vertidas para o papel numa noite e com intuito de cativar eleitores mais incautos e “cumprir calendário”). Se nem todas as propostas são exequíveis, e as que são nem sempre são executadas (a fiscalização do “contrato” nem sempre é possível) - é um facto que desta dis-

e Vermil

PERFIL

A

Por estes dias...

ão de Freguesias

de Airão ponta Carvalho. liderar o executivo das freguesas de que Cultura”, a sobre a nova realida endes aposta na erá um Marçal M rma e vai existir. Só hav e na área social, soas da mesma fo a e ca- rede viária iências presidente de Junt lementação de implementar exper ar toda com a imp sitivos berá a ele represent ma de Solidacom resultados po ião de um progra ntónio Carvalho r exemcional a população da Un em Santa Maria, po riedade Inter-Gera e Marçal Mendes e s i a s ” , ANTÓNIO CARVALHO F r e g u e s i a s . C a b e a o c a b e ç a nplo, nas outras fregu passa por dar ince e u q e d a d i l i b a s lutaram contra a n ho. de lista a respo riais aos jovens 38 anos, casado. diz António Carval ião. Se tivos mate formalização da de representar a Un mpanhar o candi o voluntariado de segundo c a o m a ç A a f e e d u Cumpre q s a i e s u e q u iz União de Freg ecutivo estará o meu adversário d sos. A criação como ermil e d a t o n o e x e de apoio aos ido Airão Santa Maria, V o será o president o r t e , a c t u a l mandato on-line ó F a s m s r o o g f n a i t a m l o p a D m u e d e de tido da Junta ue não d Airão S. João. O par ita que d a J u n t a d e S . presidente Santa Maria é porq da Junta que perm estino presidente n d e s , Airão Santa Maria. icto nem à altura a a v n n m r um (PS) propôs o d o e u c F m á e t e n t s i e e l c i r l a o s M s e e o s ã e e s i a s à Jo ropõe”, os fregu destas três fregu ciência da eleição a que se p . Carvalho quer certidão de insufi ública. de Vermil Assembleia da Rep o s p r e s i d e n t e s MARÇAL MENDES atira. ou de residência p o i a o fazer deles ambém económica A coligação que a Marçal, contudo, t as freguesias de em deslocações tou de da Junta d 29 anos, solteiro vo com na hora e s outro (PSD/PP) tra formará um executi de transporte e ou- origem. da uma e s e r v i ç o s ão a fazer aprovar. Um c i s õ e s d o Cumpre o segundo representantes de ca utarquia à disposiç a s “A gestão e de o a t d a d i a d d n a a c c e u a r q o e g s a a tro são mandato como m Airão Sant das localidade dos idosos. nta da que fazer e a p e l a s secretário da Junta de u m e s t a r á n a f r e g u e s i a d e à presidência da Ju tos unem-se em Maria será tomad vidiu. chama Os candida União que antes di onde é natural, mas e S a n t a M a r i a , Vermil. e distribuição ocupa, pessoas d to dos matéria d António Carvalho nvestia si o atendimen il, pelas de Verproporcional de i sidên- as de Verm há oito anos, a pre fregueses. e S. João pelos s cerca de 300 guesia mil e as d OS 2009 ue ne- mento (do cia da Junta da fre Ambos asseguram q n t e s d e l á . N ã o RESULTAD nuais que passa Maria) representa ais se- mil euros a maior (Airão Santa nhuma das três actu interferência do çamento da autaro m p õ e vai haver rá portas a ter o or a h c o e ã f r i a t A n e u d J da “troika” que c é e d e MARIA s u e q d , STª s três freguesias AIRÃO e x e r o presidente à popu- quia) pela a União e quer m ulação de a , n a s q u e s t õ e s PS: 65,03% (781 votos) e q u e o a t e n d i m e n t o ública Santa Mari é em função da pop p t a o o ã t m s o e c g á a e s n s o o r m e m e i t b n n a í a S m lação m Vermil. Separam-se no s. Mar- que são de PSD/PP: 25,4% (305) pos são cada uma. das três localidade aqui. Porque os tem istirá um presiutilização dos ermina que só ex hum se q u e t o c a à çal Mendes, que t ele funcionará de vacas magras, nen ctuais que cada andato dente mas randes recursos a agora o segundo m e l o d e l i g a ç ã o AIRÃO S. JOÃO PS: arrisca a prometer g foi adquirindo ao Junta apenas de n t ó n i o autarquia como Secretário da investimentos. A rês”, explica. o. Para Car54,61% (332) PSD: a visão entre as t a s a longo do temp de Vermil, tem um rvalho aponta a C des vê esta a n C e M l a e está em Santa ç u r q a o (227) M , o h a l a e 37,34 sobr mil e o v ganar a mais presidencial uar a Mortuária de Ver opção como um “en aria é para contin tido ânsito da Capela M n r t e s o z d nova autarquia. a o f i v ó s S e “ . d ” o ã ç a freguesia; para l u a t q u e r i a pop Santa servir es “Quase ninguém de Santa Luzia, em d e n t e d a J u n t a VERMIL PSD/PP: ndes, o que é de correu ser o presi idades Marçal Me esta mudança. Ela o e l a s f r e g u e s i a s . 56,47% (489) PS: Maria, como prior sará a estar ao f o r a m a circular p os um Vermil pas e sabemos quem S. João. do mandato. “Pagam o d o s r e p r e s e n - 29,21% (253) s serviço de Airão or ela. O discurs o p m s r i e e t v r á s o p n s o o à p d s r a e a v r e d l s a o preço e de agr dará o tantes po eia da r votos Comigo apenas mu sido Capital Europ pessoas e consegui é o v i t c e j b o O . o s m formalis nar os eleitore as pes- mas é enga continuar a servir PS e PSD-PP na corrida para

Luís Pereira

il o que temos de e S a n t a e m Ve r m Chegou a dizer qu Santa Maria. Em e m Ve r - b o m e m Maria não se revia ria as pessoas são quistar Santa Ma mil: será fácil con is activas, existe s de ter muito ma ssociaa população depoi forte movimento a dito isso? substituímos rmil tivo. Não nos Ve m o c u e c e t n o c a O que ento associativo ramente a o m o v i m nesta e a esta União foi me s poderemos pegar a m s o m Te . a c i t í l o uma questão p associativa e tentar rtas que dinâmica que jogar com as ca m Ve r m i l q u e t e m e a l i t u c n i e u q r e z i nos dão. Continuo a d iciativa cultural e e existir pouca in Ve r m i l n ã o d e i x a d a. stura de desportiv e não vai haver mi das três a do h l o c s pessoas e costumes e a a c i f í c Foi pa terras. lista, sabendo do fregue- cabeça de Nenhuma das três Domingos Forte? pobre” apetite de apetite. sias será “o parente Desconheço esse desta União? nvites feitos indiropostas H o u ve co ingos Não. Já li algumas p dualmente por Dom i v m e m a l a F . s o i dos adversár (líder do PS) a cada e e n f e r - Bragança alargar serviços d ante das freguesias. stem em represent magem, que não exi balhado em conjunn a s d u a s Te m o s t r a Ve r m i l m a s e x i s t e m m p l o n a e l a b o ra ç ã o a n ç a q u e t o , p o r e xe Airões. A única mud licarmos da lista. pode acontecer é ap

puta eleitoral, desta competição pelo voto, surgem, muitas vezes, as melhores ideias. E os eleitores sabem, geralmente, destrinçar que ideias e projectos são esses de entre o o fogo de artifício eleitoral. Boa notícia: o aniversário da elevação de Joane a Vila contou de novo com a presença de uma importante comitiva municipal: além do presidente, Armindo Costa, vários vereadores. Dependendo de quem observa ou analisa, esta presença, nada habitual nos últimos anos, pode gerar diferentes leituras. Para uns decorre de ser este um ano eleitoral; para outros, é sinal de que os autarcas admitem, por fim, que o diálogo institucional e sereno é o caminho menos acidentado. Uma apreensão: chegam sinais de preocupação em torno da capela mortuária da paróquia de Joane, com queixas de falta de limpeza, avarias do ar condicionado e infiltrações de água.

protagonistas BRUNO MARTINS Há boas razões para acreditar num renascer do dinamismo cultural em Joane. Além da ATC , que parece querer reavivar a sua tradição teatral, o Espaço Mutante de Bruno Martins, que funciona na antiga escola de Giestais, mostra que com criatividade é possível marcar o contexto cultural e mediático. Exemplo disso é o Festival Contos d´Avó, marcado para Agosto.

PAGS. 20 e 21 | DEBATE António Carvalho (PS) e Marçal Mendes (PSD-PP) num discurso cruzado sobre a disputa eleitoral na União de Freguesias de Airão S. João, Airão Santa Maria e Vermil

Quando se fica a saber, pela própria paróquia, que cidadãos que usam aquele espaço, destinado a situações tão delicadas como é velar o corpo de um familiar, amigo ou conhecido, para roubarem tampas das sanitas e toalhas, só podemos ficar apreensivos! Numa vila como Joane, que conta com cerca de oito mil habitantes, tem a Paróquia condições para gerir, sozinha, aquele espaço, tanto mais que, por exemplo, recorre a um serviço de limpeza baseado no voluntariado por não ter meios para pagar? Por mais que se queira, e seja louvável, “educar para a responsabilidade” quem usa o espaço, há episódios, como os que se verificaram nas últimas semanas, que deitam por terra a crença na educação cívica das pessoas e que despertam apreensão. Conforta-nos, porém, a convicção de que esses casos são uma minoria.

o que se diz RIO PELE - JOANE

Agora que até parecia dar sinais de recuperação, o p e q u e n o r i o Pe l e , q u e atravessa Joane, foi de novo notícia pelos piores motivos. Uma descarga ilegal, cujos contornos são ainda desconhecidos, provocou uma mortand a d e d e p e i xe s e d e i xo u a s á g u a s p o l u í d a s . Pe l o menos este atentado teve o mérito de colocar o assunto na ordem do dia na vila joanense.

CAPELA DA SENHORA DA CARREIRA

É uma primeira vitória para a Junta de Joane: o tribunal de Famalicão considerou que a Capela da Senhora da C a r r e i ra é p ro p r i e d a d e d a f r e g u e s i a , p o r u s u c a p i ã o . O c a s o c h e g o u a t r i b u n a l p o r a c ç ã o d a h e r d e i ra d o s terrenos onde está implantado o imóvel e que pode, ainda , recorrer da sentença .

“Joane é, hoje, um bom sítio para viver, oferecendo qualidade de vida aos seus cidadãos e boas condições para o desenvolvimento da actividade empresarial” Armindo Costa, presidente da Câmara de Famalicão. no aniversário da vila de Joane

“Jorge Moreira da Silva, de 42 anos, natural de Famalicão, é o novo ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia” Expresso

“Custódio Oliveira (candidato do PS) propõe uma Câmara (de Famalicão) próxima dos cidadãos” Cidade Hoje

“Se ser populista é estar ao lado das pessoas do nosso concelho (de Famalicão), então eu tenho muito orgulho em ser populista” Custódio Oliveira, Opinião Pública

Propriedade e Editor - Tamanho das Palavras, Lda - Rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão Telefone 252 099 279 E-mail geral@reporterlocal.com Membros detentores de mais de 10 % capital Joaquim Forte e Luís Pereira Director Joaquim Forte ( joaquim.forte@gmail.com) Redacção Luís Pereira (luispereira@reporterlocal.com) Paginação Filipa Maia Colaboradores Luís Santos; Sérgio Cortinhas; João Moura; Quintino Pinto Impressão Gráfica Diário do Minho | Tiragem 4000 ex. Jornal de distribuição gratuita Distribuição: Alberto Fernandes | Registo ICS 122048 | NIPC 508 419 514

“Paulo Cunha (candidato do PSD-PP à Câmara de Famalicão) promete melhorar iluminação pública” Opinião Pública

“Só 1300 professores de 75.400 foram colocados” RTP

“Grupo Desportivo de Joane arranca para nova época com muitas novidades” Cidade Hoje

“Isaltino Morais na prisão é candidato à Assembleia Municipal de Oeiras” Jornal i

“Um grupo de mulheres foi contratado para colocar publicidade nas coxas, em Tóquio, no Japão. A ideia é captar a atenção dos homens” Jornal de Notícias

“Descarrilamento na Galiza faz pelo menos 77 mortos” Título do jornal Público


REPÓRTER LOCAL • JULHO DE 2013 • 5

ESPECIAL S. TIAGO DE RONFE

ronfe | F E S TA R I J A . . . A P E S A R D A C R I S E Joaquim Ribeiro, o juiz da festa de S. Tiago de Ronfe, lidera uma equipa de voluntários que trabalha durante o ano para garantir um cartaz atractivo. E para , acima de tudo, garantir o orçamento de 50 mil euros. Leia na página 10.

Festa S. Tiago uma verdadeira festa à moda do minho O fim-de-semana promete para os lados de Ronfe. Os festejos em honra de S. Tiago são organizados por uma comissão formada por voluntários e envolvem a JUnta de Freguesia e a Paróquia. É uma romaria portuguesa , com certeza! A Festa de S. Tiago é um ex-libris de Ronfe, com um programa equilibrado que conjuga a devoção religiosa ao apóstolo e a animação de c a r i z p r o f a n o , c o m e s t r e l a s d a m ú s i c a p o p u l a r. Considerada pelos locais - e por muitos dos que nesta altura passam por Ronfe - como uma das maiores do concelho de Guimarães, logo atrás das Gualterianas, a festa distinguese, por exemplo, por não abdicar ou por minimizar os n ú m e ro s re l i g i o s o s . Pe l o co n t r á r i o , d e a n o p a ra a n o s ã o cada vez mais imponentes e participados. Feito, acima de tudo, da procissão e do tapete que serve para a passagem dos 16 andores e dos 120 figurantes, todos da localidade.

O voluntariado é outra das características distintivas dos festejos da vila : ao contrário de muitas romarias minhotas, em que escasseiam os figurantes (ou em que impera o pagamento dos “voluntários”), aqui há listas de espera . Sinal, diz a organização, do sentido de comunidade que impera nesta vila , a braços com os efeitos nefastos da crise e do desemprego. Um contexto que torna mais difícil a missão de quem organiza este fim-de-semana de animação e devoção: angariar 50 mil euros é empreitada complexa e que obriga a longos meses de trabalho carola . Tu d o a p o s t o s : f e s t e j e - s e S . T i a g o !


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REPÓRTER LOCAL • JULHO DE 2013 • 7

ANIMAÇÃO DIVERSIFICADA O cartaz da festa de S. Tiago é variado. Há música popular ( Amigos das Concertinas de Airão Sta . Maria , Banda Myllenium e o brasileiro Marcus), folclore (Lavradeiras de S. Martinho da Gandra), festividades religiosas (procissão no domingo à tarde) e fogo de artifício.

ESPECIAL S. TIAGO RONFE

S. TIAGO

uma festa feita pelo povo Em Ronfe, realça o pároco local, João Silva, não há “festas secundárias”: a devoção é “monopólio” de S. Tiago

Não há dados históricos que contem a origem da Festa de S. Tiago em Ronfe. A memória dos antigos e os escritos não contam outro padroeiro na vila. O pároco, João Silva, lidera a comunidade católica ronfense há 17 anos e faz questão de salientar “há muitos anos a população de Ronfe centralizou a sua festa no padroeiro” pelo que “não tem festas secundárias como noutros sítios”. A importância que Ronfe dá ao seu padroeiro tem a expressão máxima na festa anual, organizada pela Paróquia e feita “à custa do povo”. Se o lado profano é o que mais atrai o público às romarias da região, em

Ronfe, segundo João Silva, a Festa de S. Tiago destaca-se pelo equilíbrio entre fé e folia. “A fé vive-se também na vertente profana. A festa de Ronfe é, essencialmente, a homenagem ao padroeiro, através das missas, da procissão, e o convívio entre as pessoas, e as noitadas fazem parte desse convívio. As pessoas vêm à festa não pelo artista mas para estarem umas com as outras”, considera. A religiosidade tem atractivos que servem de chamariz para aumentar a audiência, como o tapete e a procissão com quase 20 andores e uma centena de figurantes. A

importância do tapete para a procissão de domingo à tarde não é antiga, é fenómeno dos últimos dez anos, mas constitui o “pratoprincipal” da festa, o que aumenta a exigência. “A procissão tem vindo a afirmar-se e o tapete atrai muita gente. A festa já não é apenas a noite, sempre muito concorrida, tem havido um aumento da assistência à procissão, no domingo”. O S. Tiago de Ronfe distingue-se ainda pela facilidade em arranjar voluntários para a ajudar a comissão de festas, este ano formada por 12 casais. Para o trabalho de mais de um ano - recolha de fundos e organização das festas – a comissão conta com ajuda da equipa de mordomos (50 este ano). “Há em Ronfe um bairrismo saudável que facilita a formação de uma equipa. Fazer a festa dá imenso trabalho mas também dá prestígio. As pessoas sentem-se gratas a quem assume a liderança da festa”, explica o sacerdote. Em tempos de crise, a moderação é a palavra de ordem para impedir apetites que estas festas despertam. “Quando esta Comissão tomou posse fui claro ao dizer que tínhamos de ter cuidado e que a festa deveria ser feita de acordo com a nossa realidade e as circunstâncias. Se, por um lado há o apelo à moderação, por outro, há o perigo das pessoas fazerem o que acham “má figura”. Uma Comissão nunca quer ficar atrás da anterior e isso dificulta, muitas vezes, algum desejo de moderação”, considera o pároco. Chegada a hora de exibir um ano de trabalho, da prova-de-fogo deste fim-de-semana em Ronfe só restam desejos de sucesso: “que corra bem e que seja uma expressão de fé e convívio da comunidade e que possa servir um pouco de escape aos dias difíceis que vivemos”, desafia o pároco. L.P


8 JULHO DE 2013 • REPÓRTER LOCAL

ESPECIAL S. TIAGO RONFE

TEATRO REGRESSA A RONFE A C a s a d o Povo d e Ro n fe vo l t o u a t e r t e a t ro . De uma acção de formação surgiu o Grupo de Te a t r o I n f o r m a l d a i n s t i t u i ç ã o q u e j á f e z d o i s e s p e c t á c u l o s . O m a i s r e c e n t e , “A R e s i d ê n c i a ” , no dia 21.

RONFE • RESPOSTAS SOCIAIS

Paróquia social Em tempo de crise, são cada vez mais os pedidos de apoio que chegam à Paróquia de S. Tiago de Ronfe Luís Pereira

A

paróquia continua a ter um papel relevante no contexto social de Ronfe. Além do serviço religioso e dos movimentos paroquiais, é responsável pelo apoio diário a 400 pessoas através das suas valências sociais. A sua obra social começou a percorrer o caminho há muitos anos, por impulso do Monsenhor Horácio Araújo que, na década de 70, se lançou na construção do Salão Paroquial e na criação de salas a pensar na resposta social, numa altura em que não havia creches ou jardinsde-infância públicos. “A comunidade paroquial sentia as necessidades da classe operária e procurou construir a resposta para que as mães pudessem trabalhar e deixar os filhos em segurança”, explica o pároco. Depois da creche, surgiram, em 2002, os serviços

aos idosos, Centro de Dia e Apoio Domiciliário. Hoje, a Paróquia de Ronfe tem respostas para a infância - creche, ATL e jardim-de-infância (não há ensino pré-escolar público) - e conquistou, recentemente, a Cantina Social que serve 45 re-

feições diárias (a Segurança Social atribuiu 60 refeições).“Sendo uma vila de média dimensão, Ronfe não tinha este tipo de respostas e era preciso acudir às necessidades”, salienta o sacerdote. Em tempos de emergência social, são cada vez mais

os pedidos de apoio que chegam à paróquia, sobretudo de pessoas das freguesias vizinhas, como Airão S. João, Airão Santa Maria e Vermil. “Sei de situações em que as pessoas não se atrevem a pedir apoio para não se exporem. É muito hu-

O G abinete de R endimento S ocial de I nser ç ã o e o projecto do lar ( na foto ) completam o leque de servi ç os sociais prestados . A par ó quia , ressalva J o ã o S ilva , n ã o pretende “ ser l í der em servi ç os sociais ” , se guindo , de resto , a indica ç ã o do arcebispo D. J orge O rtiga para que haja “ prud ê ncia na constru ç ã o de equipamentos ” , sendo prefer í vel que os mesmos sejam promovidos por entidades p ú blicas ou empresariais .

milhante”, afirma o pároco, exemplificando: “Ter acesso à cantina social exige muita burocracia e documentação. As pessoas têm que ir a uma secretaria, depois a uma entrevista. É claro que se tem de averiguar a situação, mas as pessoas sentem-se humilhadas na sua honra e isso é um entrave a que peçam ajuda”, lamenta. Em Ronfe, diz o sacerdote, existe uma “grande sintonia” entre população e a Paróquia, que tem procurado estabelecer uma “grande vinculação” com a comunidade para que esta se sinta “co-responsável”. “São centenas as pessoas que se envolvem em diversas actividades paroquiais. O pároco é quem preside mas não é propriamente o que faz muita coisa. Tenho sido capaz de formar equipa e colocar as pessoas a trabalhar em conjunto. Tenho tido a sorte de ter muitos colaboradores que trabalham de mãos dadas”, conclui João Silva.


REPÓRTER LOCAL • JULHO DE 2013 • 9

ESPECIAL S. TIAGO RONFE

JOÃO SILVA

“Não se percebe que o lar de Ronfe esteja por abrir” Em discurso directo, o pároco João Silva põe as cartas na mesa e discute as opções que começam a ser equacionadas para solucionar a falta de protocolos com a Segurança Social que tem impedido a a b e r t u r a d o l a r, a p e s a r d o e d i f í c i o e s t a r pronto. Em Setembro, as valências da infância mudam-se para o novo Centro Social.

ESPÓLIO DA CASA DO POVO EM EXPOSIÇÃO O e s p ó l i o d a C a s a d o Povo d e Ro n fe e s t á e m exposição desde Maio. A mostra inclui livros de actas, registos fotográficos e administrativos e serve de mote para as comemorações dos 80 a n o s d a C a s a d o Po v o , e m 2 0 1 4 .

Pa r a q u a n d o s e p r e v ê a i n a u guração e abertura do Lar da Pa r ó q u i a ? Só pode entrar em funcionamento com protocolos com a Segurança Social, que não existem e não há previsões de quando existirão. Sem eles, teríamos de explorar o lar numa vertente privada , o que é incomportável. E s s e s p ro t o co l o s n ã o e s t ava m garantidos? Pe l o s v i s t o s n ã o h a v i a e s s a g a r a n t i a . Fo i n e c e s s á r i o q u e m ú l tiplas instituições do Estado aprovassem, dessem pareceres e conferissem a necessidade do l a r. A o b r a s ó a v a n ç o u d e p o i s . A parte do lar que é financiada pelo POPH (Programa Operac i o n a l Po t e n c i a l H u m a n o ) e s t á a ser gerida pela Segurança Social. Não se percebe como é que o que supostamente seria o mais evidente, está a ser o que nos está a colocar os entraves. Há um ano imaginava que isto acontecesse? De maneira alguma. Era su-

posto que no final da obra houvesse protocolos. A situação do país está complicada , dizem-nos que não há verbas no Orçamento de Estado para os protocolos… Só em Janeiro é que poderão ter protocolos? Gostava que isso nos fosse dito de forma clara mas para já nem essa certeza temos. Será difícil as pessoas entenderem isto… É natural. A gente que tanto trabalhou para isto teria muita dificuldade em aceitar que o lar fosse explorado numa perspectiva privada , apesar de não haver grandes hipóteses disso acontecer porque seria uma t r e m e n d a f a l t a d e co n s i d e ra ç ã o por quem tanto se sacrificou. Está fora de hipótese? Eu não posso dizer jamais. Te m o s d e e n c o n t r a r s o l u ç õ e s porque vai chegar uma altura em que vamos ter de começar a meter dinheiro para pagar os empréstimos. Quando vier todo o dinheiro do Estado se-

rão cerca de 900 mil euros. A Pa r ó q u i a j á c o n s e g u i u 3 0 0 m i l ; temos 1,2 milhões para uma obra que só para o empreiteiro fica por 2,2 milhões. São números razoáveis se pusermos o e d i f í c i o a f u n c i o n a r, p o r q u e mesmo fechado dá despesa. P a r a m i n i m i z a r, e m S e t e m b r o vamos instalar ali a creche e jardim-de-infância. A solução pode passar pela ve n d a d e t e r r e n o s d a Pa ró quia? Os terrenos são da Fundação D e l f i n a Va s c o n c e l o s . O p á r o c o é presidente da Fundação mas o s t e r r e n o s n ã o s ã o , e m r i g o r, da Paróquia . São entidades jurídicas diferentes, embora em sintonia, até porque a Fundação é uma entidade canónica e os órgãos são nomeados pelo Arcebispo. Se vivêssemos noutros tempos, s e r i a m p a r a v e n d e r, p a r a f a z e r d i n h e i r o p a r a p a g a r o l a r. M a s enquanto isso não acontece, também servem de garantia . Não nos debruçámos a sério sobre soluções.

Festa da Juventude em imagem


10 JULHO DE 2013 • REPÓRTER LOCAL

ESPECIAL S. TIAGO RONFE

PROTOCOLO COM OS BOMBEIROS A Junta de Ronfe assinou um protocolo com os Bombeiros de Guimarães que prevê isenção de custos para a população local com rendimentos inferiores ao salário mínimo nacional, sempre que requisitar os serviços da corporação. E desde que a chamada seja feita directamente para os bombeiros. Outra inseção prende-se com o abastecimento de água em caso de ruptura mas só em casos de necessidade.

Comissão de festas • ENTREVISTA

Festa rija...apesar da crise Em tempo de carências e de desemprego, o Juiz da festa de S. Tiago tem a difícil missão de conseguir 50 mil euros Luís Pereira

O

Dia dos Avós serve de pretexto para a abertura da festa em honra de S. Tiago, que decorre entre esta sexta-feira, dia 26, até domingo, na vila de Ronfe. O “lanche” oferecido a todos os avós com mais de 70 anos começou a constar do programa da festa em 2002 e costuma sentar à mega-mesa, colocada na Avenida da Igreja, cerca de 80 participantes. Uma forma de homenagear as raízes da terra, explica, ao RL, o juiz da festa. “Ninguém quer acabar com a tradição e sentimos que são estas pessoas que gostam verdadeiramente da festa e que mais colaboram. Para muitas é o único dia em que contactam com a festa”, explica Joaquim Ribeiro. Garantir o orçamento necessário para a festa (50 mil euros) é a grande preocupação de Joaquim Ribeiro, que acusa “o peso da responsabilidade”, tanto mais que muitos dos contratos são feitos “sem

um tostão na mão”. O tempo é de crise e além disso há outras necessidades na freguesia que também dependem da ajuda dos fregueses, como é o caso do Centro Social. “Ao mesmo tempo, estavam a decorrer os peditórios para a festa e para o Centro. O povo de Ronfe sente e gosta da festa mas há muito desemprego nesta

Tapete e procissão no domingo à tarde atraem multidões Há dez anos que o lado religioso tem conseguido impor-se ao profano na festa de S. Tiago. Considerada por muitos a segunda maior romaria do concelho de Guimarães, a seguir às Gualtarianas, a festa de Ronfe tem no tapete e na procissão de domingo à tarde (16 andores e 120 figurantes) os ingredientes que arrastam multidões. “A o r n a m e n t a ç ã o d o a n d o r p r i n c i p a l ( S . T i a g o ) é d a r e s ponsabilidade da Comissão. Os restantes resultam de promessas”, explica Joaquim Ribeiro. O asseamento é feito no sábado de manhã e à medida que ficam prontos “são postos em exposição na igreja até à saída da procissão”. Um dos atractivos deste momento religioso é o tapete, que todos os anos muda de materiais e de motivos. A avenida da igreja enche-se do colorido de madeiras, betão e outros materiais pintados e fazem as delícias dos visitantes. “O tapete deste ano vai surpreender com as suas novas formas”, garante Joaquim Ribeiro. Cumprindo a tradição, o tapete começa a ser feito por uma equipa específica da Comissão a partir das duas da manhã de domingo, quando a rua fica livre da multidão. Exige meticulosidade e perfeição, ou seja, muito tempo: nos últimos anos, o trabalho só fica concluído perto das 11:00 horas, antes da missa solene.

Garantir o orçamento necessário para a festa, na ordem dos 50 mil euros, é a grande preocupação do juiz, Joaquim Ribeiro. “O povo de Ronfe sente e gosta da festa mas há muito desemprego e muitos não podem colaborar financeiramente”

zona e muitos não podem colaborar financeiramente”, realça o juiz. Mas, adianta, “enquanto por cá andarem os mais velhos, as festas estarão garantidas”. Entre Comissão e mordomos, são 75 as pessoas envolvidas na organização e que, desde Janeiro, com o cantar dos reis, trabalham na angariação

de fundos. A cantina aos fins-de-semana, o carnaval e outros eventos, o peditório e a angariação de patrocinadores, roubaram a esta gente o tempo livre das suas vidas nos últimos sete meses. A primeira noitada da romaria é a desta sextafeira, dia 26, com a actuação da Banda Myllenium, mas a que congrega mais gente é a de sábado: o cabeça de cartaz deste ano é o brasileiro Marcus. Em Ronfe, porém, e ao contrário de outras festas da região, o “artista da noitada” já não é o mais importante, considera Joaquim Ribeiro: “As pessoas vêm, sobretudo, por causa do fogo de artifício, pelo colorido do tapete, pela procissão e pelo convívio de sábado à noite”. O programa da festa ao padroeiro de Ronfe começa com a missa dos avós (19:00), seguida de lanche animado pelo Grupo de Concertinas de Santa Maria. O programa musical fecha no Domingo (21:30), com a actuação do grupo “Berço da Nação”.

“Isto é uma grande responsabilidade” Está tudo pronto para mais uma edição da Festa de S. Tiago de Ronfe? Está tudo montado, há sempre problemas mas está tudo a correr bem. Por estes dias andamos sem dormir e sempre a pensar em todos os pormenores. O que o motiva, sabendo que dá muito trabalho liderar uma comissão? A palavra. Uma vez que dissemos sim, assumimos a responsabilidade. Para ficar mal, não entrava neste desafio. Os jovens da freguesia envolvem-se na organização? Há muitos jovens que gostam e estão empenhados na festa mas é preciso an-

dar sempre em cima deles porque, se não puxarmos por eles, não tomam a iniciativa. Mas são uma ajuda importante. Qual é a sua expectativa para esta edição? Se for igual à do ano passado já é muito bom. Para correr bem, é ter um mar de gente. Quando chegar às 20:00 horas de domingo sai-me um peso grande de cima, mas ainda temos de fazer a Festa do Menino: a pasta só é passada à nova comissão pelos reis. Cabe-lhe a si indicar ao pároco o próximo juiz: já está escolhido? Estão muitos nomes na minha cabeça mas não os vejo com ideias, porque isto é uma grande responsabilidade.


REPÓRTER LOCAL • JULHO DE 2013 • 11

CRIANÇAS FORAM À PRAIA Cerca de 20 crianças participaram na primeira colónia de férias organizada pela Junta de Ronfe, no Centro Social João Paulo II, na Apúlia. “Algumas delas, de outra forma, passariam o Verão sem ir à praia”, diz a autarquia. Em Maio foi a vez dos idosos irem ver o mar, neste caso com apoio da Segurança Social.

ESPECIAL S. TIAGO RONFE

ENTREVISTA

“Os ronfenses identificam-se com o seu padroeiro” António Sousa, presidente da Junta de Ronfe, reconhece que a festa a S. Tiago gera vantagens para a Vila

Luís Pereira

não só das redondezas mas de muito longe, sobretudo para ver o tapete e a procissão. Ao contrário de muitas romarias, a componente religiosa não se deixou contaminar pela vertente lúdica e isso deve-se à tutela da Paróquia que, discretamente, observa os trabalhos da Comissão de Festas. Este mês tiveram a Festa da Juventude e agora a de S. Tiago: estão criadas condições para um roteiro festivo da vila? A Junta não tem por objectivo competir (ou imporse) com outras freguesias. Temos a ideia de criar uma dinâmica regular de even tos que marquem a dife-

FRASES “Há uma identificação das pessoas com o seu padroeiro. Não há dificuldade, por exemplo, em arranjar figurantes para a procissão” “A nossa preocupação não é a de ter muita gente ou grandes nomes, mas sim ter realizações que vão ao encontro das expectativas e que envolvam as pessoas” “A f e s t a g e r a v a n t a g e n s e co n ó m i c a s p a ra a v i l a . Fora , toda a gente identifica Ronfe com a festa por ser uma grande romaria”.

rença pela qualidade e o caminho só pode ser em parceria com as institui ções da terra. O dinheiro não abunda e temos de perceber que só unindo esforços é que somos ca pazes de desenvolver a vila. A nossa preocupação não é a de ter muita gente ou grandes nomes, mas sim ter realizações que vão ao encontro das expectativas da população e que envolvam as pessoas. A capacidade de união dos ronfenses para criar é notável, para o que contribui a Paróquia, que é catalisadora dessa união. Que papel tem a Junta na festa? É parceira, faz um esforço

financeiro para ajudar a organização mas também na logística e na burocracia. As comissões de festas concentram-se na organização mas há toda uma burocracia por trás que é preciso tratar. Qual a expectativa para este ano? Durante a festa a Junta torna-se espectadora. As coisas estão bem organi zadas e acreditamos que voltará a ter o mar de gente habitual. A avenida da igreja, neste fimde-semana, é um espaço aberto de puro convívio e reencontro. Esta imagem é a maior das mensagens que podemos dar a quem nos vem visitar. PUBLICIDADE

A

festa de S. Tiago tem-se imposto como conciliadora da população? É, de facto, a força agregadora de toda a freguesia porque mobiliza os residentes e não residentes. Os emigrantes procuram programar as suas férias de forma a estarem cá nesta altura. A festa é já uma refe rência. O que move os ronfenses nesta festa? Além da vertente lúdica, há a religiosa, q ue tem um significado muito profundo para os ronfenses. A festa mantém-se fiel aos princípios que há muitos anos a regem: a missa solene, a procissão, a quantidade de andores e a forma como são meticulosamente ornados, o tapete… Há uma identificação das pessoas com o seu padroeiro. Não há dificuldade, por exemplo, em arranjar figurantes para a procissão. A parte lúdica atrai sempre muita gente a um espaço que é, muitas vezes, de reencontro, prin cipalmente na noitada. A autarquia aproveita a importância da festa para tirar partido da projecção e impor Ronfe no contexto concelhio? A festa gera vantagens económicas para a vila. Fora, toda a gente identifica Ronfe com a festa por ser uma grande romaria. Tudo iso ajuda a marcar a centralidade de Ronfe e a distinguir-nos de outras localidades à volta. Como justifica essa atracção junto de pessoas de fora? Ronfe é uma terra que sabe acolher. Há gente que vem,


12 JULHO DE 2013 • REPÓRTER LOCAL

ESPECIAL S. TIAGO RONFE

PASSEIO A CELORICO O passeio anual organizado pela Junta de Ronfe juntou, no passado dia 13, 400 pessoas em Codeçoso, Celorico de Basto, e traduziu-se numa tarde de convívio e animação musical do grupo “Alegria de Viver”.

INICIATIVA

Segunda Feira das Velharias em Setembro Em tempo de crise são cada vez mais as pessoas que querem vender aquilo de que já não precisam

Agricultores de Ronfe mostram dinamismo pela avaliação, considerando parâmetros como raça, porte e tipo de animal. Este ano o prémio maior foi para Famalicão mas para os participantes o mais importante é a confraternização entre agricultores. “O nosso concurso já foi premiado três anos seguidos com o prémio de melhor Concurso do Norte. Só lamento que a Câmara Municipal não pense da mesma forma e tenha deixado de apoiar a iniciativa. Vale-nos o apoio incansável da Junta”, atira Domingos Barroso. Para ser sócio da Associação de Agricultores de Ronfe (actualmente são 150) não é quesito obrigatório ser agricultor. Exige-se, sublinha Bar-

roso, gosto pelos animais e pela brincadeira. O concurso é o evento de maior relevo organizado pela instituição e tradicionalmente integra as Festas de S. Tiago. Este ano a tradição cumpriu-se mas numa data ligeiramente diferente para não colidir com outros concursos previstos para este fim-de-semana festivo. Além do concurso, a Associação promove, em Setembro, a habitual desfolhada, a chega de bois e carneiros e diversas corridas de cavalos - neste caso, na freguesia de Candoso S. Martinho, já que Ronfe não possui um espaço em condições para o efeito.

A edição deste ano contou com participantes de Cabeceiras, Fafe, Amarante e Vieira do Minho, o que fez deste um dos maiores concursos do norte, segundo a Associação de Agricultores de Ronfe. PUBLICIDADE

Quem passou por Ronfe no passado dia 20 deu de caras com mais de uma centena de bovinos, participantes do 21º Concurso Pecuário da Associação de Agricultores. “Dá muito trabalho organizar um evento destes mas é um prazer verificar o êxito conseguido, com agricultores de Cabeceiras, Fafe, Amarante e Vieira do Minho, o que fez deste um dos maiores concursos do norte”, avalia o presidente da associação, Domingos Barroso. O concurso obedece a um figurino tradicional: começa com o cortejo entre a escola Abel Salazar e o recinto da Casa do Povo, onde os animais são exibidos ao júri responsável

A segunda Feira de Velharias de Ronfe está marcada para o dia sete de Setembro. Face à adesão significativa registada na primeira experiência, realizada no dia seis de Julho, na Casa do Povo, a Junta de Freguesia local decidiu reeditar a iniciativa. O presidente da Junta, António Sousa, confessa-se “surpreendido com tanta adesão”, que se explica, em parte, pela crise “que leva as pessoas a quererem vender o que já não lhes serve”, e pela necessidade de “arrumar a casa”. O modelo da feira é simples: qualquer pessoa pode vender velharias, artigos em segunda mão e produtos artesanais, bastando, para tal, que se inscreva previamente nos serviços da autarquia local. Aprovada a inscrição, cada participante tem direito a montar uma banca no recinto para expor os seus produtos. A inscrição é gratuita.


REPÓRTER LOCAL • JULHO DE 2013 • 13

VERMOIM | ATLETISMO ESTE SÁBADO Realiza-se este sábado a VI Prova de Atletismo “ Terras de Vermoim”. As inscrições são gratuitas. O regulamento e a lista de prémios estão disponíveis no blog moinhovermoim.blogspot.pt

Contos d´Avó

Era uma vez... Nove idosos das freguesias de Joane, Pousada e Vermoim vão abrir as portas de suas casas a contadores de histórias à moda antiga. Uma iniciativa do projecto Didascália

muitas recusas. O contacto foi feito com intermediação de instituições locais que lidam com idosos”. A organização acredita no êxito do festival e pensa já no seu alargamento a outras freguesias. O cartaz inclui contadores de histórias tradicionais de todo o país, que fazem disto profissão e estão habituados a fazê-lo em bibliotecas e escolas. António Fontinha , o mais antigo contador de histórias português, responsável por uma recolha de milhares de contos, é a “estrela maior” do festival. Que inclui, também, a oficina de narração oral “Ouvir e contar : a história vai começar!”, gratuita e aberta a qualquer interessado. L .P PROGRAMA Qui. 15 | 22h Parque da Ribeira , Joane - Thomas Bakk Sex . 16 | 19h Casa da Avó Francisca e Avô Deusidino, Rua da Saudade, 110, Ve r m o i m - T h o m a s B a k k Sáb. 17 | 19h Casa da Avó Lucinda Marques, Rua do Ramo, Pousada de Saramagos - Sofia Freitas Dom. 18 | 19h Casa da Avó Rosa Duarte, Rua de Giestais, 29, Joane - Sofia Freitas Seg. 19 | 19h Avós Ana Barros, Narciso Carvalho, Maria Machado, Maria Marinho, Manuel Dinis; Rua dos Carvalhos, Po u s a d a d e S a ra m a g o s - C l á u d i a S o u s a Te r. 2 0 | 1 9 h C a s a d a A v ó M a r i a d a C o n c e i ç ã o , Tr a v e s s a d e A g r a M a i o r, 1 8 3 , Ve r m o i m - C l á u d i a S o u s a Qua. 21 | 19h Casa da Avó Maria das Dores e Avô Domingos Correia, Rua da Ta p a d a , 4 2 , J o a n e - P a t r í c i a A m a r a l Q u i . 2 2 | 1 9 h A v ó S ã o z i n h a d e Po n t e d e L i m a , B a i r ro D o n a O l i n d a , Po u s a d a d e Saramagos António Fontinha S e x . 2 3 | 1 9 h C a s a d e Va l e n t i n a d a H o r a e Manuel Rodrigues, Rua da Cividade, 155, Joane - António Fontinha Sáb. 24 | 19h Avô Albino Marinho, Praça Te r r a s d e Ve r m o i m - R u i R a m o s Dom. 25 | 22h Espaço Mutante, Antiga Escola Primária de Giestais, Rua da Senra , Joane - Rui Ramos

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E

ra uma vez ... Assim começam as histórias, tal e qual como outrora era comum serem contadas à lareira, naquele tempo muito antes da televisão. É essa magia da tradição oral que a C o o p e r a t i v a Te a t r o D i d a s c á l i a , c o m sede em Joane, quer recuperar com a organização do primeiro Festival “Contos d`Avó”, que vai decorrer e m J o a n e , P o u s a d a e Ve r m o i m , d e 15 a 25 de Agosto. Mas não se trata de um festival qualquer : desde logo em matéria de espaço. Em vez de um qualquer auditório ou mesmo instituição, Bruno Martins, responsável pela ideia, quer levar contadores de histórias a casa de idosos. E o cartaz inclui alguns dos nomes mais relevantes da arte de contar histórias que vão passar por nove casas (três em cada freguesia) de idosos dos 70 aos 90 anos, que aceitaram abrir as portas aos contadores e a qualquer interessado nestes contos tradicionais. “Queremos recrear os tradicionais serões à lareira , no Inverno, do tempo em que não havia televisões. Mais do que levar histórias, pretende-se que quem recebe também as conte, num ambiente familiar mas com algum público que também será desafiado a contar os seus contos”, explica Bruno Martins, director artístico do Espaço M u t a n t e d o Te a t r o D i d a s c á l i a . O projecto, financiado pela Câmara d e Fa m a l i c ã o , a b r e n o d i a 1 5 d e A g o s to, no Parque da Ribeira , e encerra a 25, no Espaço Mutante, na antiga escola de Giestais. Sempre (com excepção da abertura) às 19:00 horas, tendo em conta a faixa etária dos anfitriões. Encontrar idosos receptivos foi um processo complexo. “Estamos a falar de pessoas que não nos conhecem de lado algum, a quem pedimos para deixarem entrar visitantes. Tivemos


14 JULHO DE 2013 • REPÓRTER LOCAL

JOANE | FAMALICÃO-JOANE A 20 OUTUBRO O Famalicão - Joane deste ano realiza-se em Outubro por causa das Eleições Autárquicas de 29 de Setembro. O XIV Famalicão - Joane, XI Vermoim- Joane e VI Bike Tour Famalicão - Joane realizam-se a 20 de Outubro (Domingo). As inscrições abrem a dois de Setembro e terminam a 10 de Outubro.

Descarga provoca mortandade de peixes no Rio Pele Moradores indignados exigem fiscalização. A GNR tomou conta do caso

“Desta forma nunca tinha visto. Quem se habituou a ver todos os dias este rio, e em pequeno se banhava nele, não pode ficar indiferente a este cenário”, lamenta Daniel Azevedo.

C

entenas de peixes mortos foram encontrados em Joane, no Rio Pele, no passado dia 10 de Julho. O achado gerou protestos de moradores nas proximidades e de leitores da página do RL no Facebook. “Trabalho numa empresa que faz extracção de água do rio e um colega ligou-me da fábrica para ir ver o que se passava porque a água que chegava à fábrica vinha com espuma. Fui ver e depareime com peixes mortos na

água”, descreveu ao RL Daniel Azevedo. Indignado, Daniel Azevedo e alguns vizinhos percorreram o rio para perceberam a origem da mortandade. “Da Ponte da Labruge (Vila Boa) para baixo, não havia peixe vivo, apenas centenas deles a boiar”, assegura. Um dos residentes na margem do rio tomou a iniciativa de avisar a GNR. Os populares ouvidos pelo RL dizem que desde há três anos que não ocorriam situações de des-

cargas ilegais de empresas para o rio Pele. “O rio já não seca e começava-se a ver água límpida e com muitos peixes”, afiançam. Azevedo não tem dúvidas sobre a origem da mortandade: “Se não foi uma empresa a fazer descargas, foi alguém que, por descuido, lavou qualquer coisa no rio com produtos químicos”, atira. A GNR de Joane terá tomado nota da ocorrência e encaminhado o assunto para o núcleo a m b i e n t a l . L . P.

TRIBUNAL

Capela da Carreira é da Junta de Joane Herdeira dos terrenos da Carreira intentou acção judicial contra a Junta mas o tribunal não lhe deu razão. A sentença é passível de recurso O Tr i b u n a l d e Fa m a l i c ã o d e u c o m o p r o v a d a a propriedade, por usucapião, da Capela da Senhora da Carreira , em Joane, por parte da Junta de Freguesia . Contactada pelo RL , a autarquia prefere aguardar que a sentença (que é passível de recurso) transite em j u l g a d o p a r a c o m e n t a r. Ta l c o m o o R L n o t i c i o u e m Fe v e r e i r o , O l i n d a Castro, herdeira dos terrenos, reclamou em tribunal a propriedade da Capela , levando a autarquia joanense a sentar-se no banco dos réus. Em tribunal foram ouvidas várias testemunhas, como o pároco Manuel Silva e o ex-presidente da Junta Orlando Oliveira . Po r f a l t a d e d o c u m e n t a ç ã o q u e p r o v a s s e a pertença ao domínio público, a Junta de Joane assumiu-se legitima dona da capela , escudando-se nas obras que realizou em 1986, com o consentimento dos proprietários dos terrenos, e no culto que ali se realiza, sem qualquer oposição. Só a partir de 2007 é que a autora da acção começou a reclamar a propriedade. A sentença , a que o RL teve acesso, considera provado que, pelo menos desde 1986, a p ro p r i e t á r i a “d e i x o u d e p ra t i c a r a c t o s materiais sobre a capela”. Datam desse ano as obras executadas pela Junta , que para o tribunal “traduzem um exercício de poderes de facto” sobre o imóvel e legitimam que a autarquia (a ré) tenha “tomado posse por usucapião”, de forma pública e à vista da própria autora da acção, que, até Janeiro de 2007, nunca reclamou a titularidade da capela . O tribunal considera que o prazo de 20 anos (a contar de 1986) para reclamar a posse prescreveu em 2006, um ano antes da acção da autora . Nessa altura , lê-se na decisão judicial, já a Junta teria adquirido a titularidade por usucapião. L .P PUBLICIDADE

JOANE • AMBIENTE


REPÓRTER LOCAL • JULHO DE 2013 • 15

JOANE | IDOSA SOFREU FERIMENTOS Uma idosa de 81 anos foi assaltada e agredida na sua residência, em Cima de Pele ( Joane). A idosa, que vive sozinha, deu entrada no hospital com diversos golpes. As autoridades estão a investigar o caso.

LIVROS

Álvaro (é) de Castelões Nos 60 anos sobre a morte de Álvaro de Castelões, a Junta local e a Câmara de Famalicão apresentaram a reedição de “Beijos e Rosas”, obra do portuense que, nos finais do século XIX e princípios do séc. XX, fixou residência na Quinta de Castelões. O autarca Francisco Sá manifestou o desejo de ser criado, no centro da freguesia, um busto ao III Visconde de Castelões (título atribuído por carta régia em 1905), “com a ajuda da Câmara”. Álvaro de Castelões, especialista na construção de caminhos de ferro nos séculos XIX e XX, e apaixonado pela escrita, faleceu em 1953. Fundou a revista “Nova Alvorada” e a “Revista Internacional: o Soneto neo-Latino”, que dirigiu com Júlio Brandão.

“Alma Bastarda” “A l m a B a s t a r d a ” , o p r i m e ir o l i v r o d e C a r l a Fe r r e i r a , uma joanense de 24 anos, é apresentado este sábado, dia 27, pelas 22:00 horas, na Fundação Cupertino de M i ra n d a , e m Fa m a l i c ã o . A autora começou a escre ver aos 16 anos, muito por inf luência de uma professora d o l i c e u d e Jo a n e , a t é q u e agora surgiu a oportunidad e d e d a r a c o n h e c e r, e m livro, os mais de 30 poemas seleccionados. C a r l a Fe r r e i ra , t é c n i c a s u perior de Educação Social, colhe inspiração no dia-adia , nas pessoas, amores e desamores, e está já a pensar num segundo livro, desta vez em prosa , tudo dependendo do reconhecimento q u e co n s e g u i r co m a o b ra de estreia .

JOANE • FUTEBOL

Grupo Desportivo

Soccer

A imagem da empresa “Soccer Champions”, que tem sede no Brasil e um escritório em Ribeirão (Famalicão) e que se dedica à gestão de carreiras de jogadores, está espalhada pelo Estádio de Barreiros. No GD de Joane, alguns dirigentes tratamna como “patrocinador principal” da nova época; outros, entre os quais o presidente da direcção, Rui Ribeiro (ver última edição do RL), preferem vê-la como “parceira”. O certo é que a empresa parece ter vindo para ficar em Joane (repetindo a experiência aplicada no Ribeirão) e, segundo Rui Ribeiro, esteve na base da constituição do plantel, a troco de um “patrocínio mensal generoso”, que segundo fontes do RL pode chegar aos dez mil euros, valor não confirmado pelo clube que se tem fechado no que toca a revelação de dados sobre estes projectos empresariais. A apresentação da equipa principal, no passado dia 15, ficou marcada pela presença notória, em funções de orientação e de contactos com os jornalistas, de profissionais da empresa que é liderada pelo agente FIFA Mário Loureiro. Na ausência do presidente do GDJ e do seu adjunto, coube ao vice-presidente, Manuel Guimarães, falar dos objectivos do clube: subir não consta das prioridades, mas sim “conseguir o máximo que se puder”. Quanto à empresa, a parceria, segundo Manuel Guimarães, permite um “novo alento” ao Joane, em matéria de jogadores e conhecimentos”. Mas, realçou o dirigente, o clube pretende continuar a vincar a sua característica amadora, com um plantel não profissional escolhido pela direcção, equipa técnica e empresa patrocinadora.

Guarda-redes: João Cruz (ex-Oliveirense); Lucas (ex-Ponte Preta, BR); Moreira (ex-Padroense). Defesas: Pedro ( Joane); Eliseu (ex-Benfica); Rui (ex-Ribeirão); Paulo Rola (ex-Ribeirão); Tiga (ex-Candal). Médios: Issouf (ex-Ribeirão); Hélio (ex-Sto. António Lisboa); Brandão (ex-Aliados Lordelo); Dinis Lopes (exVarzim); Bruno Nibra (ex-Marinhas). Avançados: Aylton (ex-Pinhalnovense); Wellington (ex-Gémio Desp, BR); Herculano (ex-Ribeirão); Sócrates ( Joane); Royce (ex-Ponte Preta_BR) e Zé Barbosa (ex-Marinhas).

P E D RO H I P Ó L I TO L I D E R A U M A N OVA E Q U I PA T É C N I C A Os efeitos da chegada da “Soccer Champions” ao GD Joane são visíveis, desde logo, na escolha da equipa técnica , toda ela oriunda do Atlético CP de Lisboa . Ao t r e i n a d o r, P e d r o H i p ó l i t o ( n a f o t o ) , j u n t a m - s e C é s a r Leitão (adjunto); Bruno Duarte (preparador físico) e Mauro Martins (fisiologista).O novo técnico tem, assim, a primeira experiência numa equipa principal, depois de um percurso todo ele ligado às camadas jovens.


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REPÓRTER LOCAL • JULHO DE 2013 • 17

R O N F E | D E S P O R T I V O A P R E S E N TA P L A N T E L E S T E S Á B A D O O Desportivo de Ronfe apresenta amanhã, dia 27, o plantel da equipa principal. A apresentação decorre às 11 horas no estádio do clube Ronfense. Programa da pré-época : Vizela ( juniores)-Ronfe (dia 3, 10:00 H ) ; R o n f e - L o u s a d a ( d i a 7 , 2 0 : 0 0 H ) ; To r n e i o I d e i a 2 0 0 3 - 2 0 1 3 ( n o e s t á d i o d o R o n f e d i a s 1 0 e 1 1 ) ; J o g o de apresentação: Ronfe-Lixa (dia 15, 17:00 H); Ronfe-Ruivanense (dia 18, 17:00 H).

JOANE • aniversário

“Um bom sítio para viver” Presidente da Câmara regressou aos fesejos

GUIMARÃES

Gift, Azeitonas e música popular animam Festas Gualterianas Decorrem até cinco de Agosto as tradicionais Festas Gualterianas de Guimarães. O programa inclui concertos (“ The Gift”, dia dois e ”Os Azeitonas”), dia três, na Plataforma das Artes, e números tradicionais, co m o o C o r t e j o d a s F l o r e s e a Marcha Gualteriana, no fecho. A exposição “O Dia V ”, evocativa da conq u i s t a d a Ta ç a d e Po r t u g a l pelo Vitória Sport Clube, G r u p o s d e B o m b o s , To cadores de Concertinas, Feira de Gado, Desfile de Charretes Antigas e a Procissão de S. Gualter f a z e m p a r t e d o p ro g ra m a .

FAMALICÃO Luís Pereira

E

no último ano de mandato, o presidente da Camara de Famalicão juntou-se aos festejos do aniversário da elevação de Joane a vila. Contrariando as ausências de anos anteriores, Armindo Costa veio dizer que está de “consciência tranquila”, apesar de não estar tudo feito em Joane, “mas também nunca estará”. “O presidente da Junta tem dito que Joane cresceu, que tem dinamismo e é um bom sitio para viver. Sinto uma grande alegria por ter contribuído para que tal acontecesse”, referiu. Em ano de eleições e de “saída de cena” dos autarcas de Famalicão e de Joane, o Parque da Ribeira compôs-se de público joanense, nada habitual nestas cerimónias, para festejar 27 anos de vila, com um fundo musical da Orquestra Juvenil de Pevidém... e das reivindicações do costume. “Saio mas o caminho é para continuar”, afirmou Sá Machado, adiantando: “Temos a força e vamos reclamar do Município porque uma terra como esta não pode ser esquecida e deixada para trás. A nossa grandeza tem de

ser objecto de tratamento diferenciado”, disse Sá Machado. Apesar das “costas voltadas”, os dois presidentes conviveram cordialmente na festa (“Acredite sinceramente que gostamos de o ter cá”, disse Machado). Armindo Costa, acompanhado por três vereadores, falou do dinamismo de Joane e apontou o saneamento, o Centro Escolar e a entrega das escolas às associações como exemplos da “obra feita” nos 12 anos à frente da Câmara. “O crescimento e desenvolvimento de Joane estão à vista. A Câmara não foi a única responsável, todos contribuímos: Junta, empresas e associações”, sublinhou Armindo Costa. Cumprindo a tendência de anos anteriores, coube ao presidente da Assembleia de Freguesia o discurso crítico. Cláudio Cadeia reclamou “atitude diferente” por parte da Câmara para que a vila não seja “o parente pobre” do concelho. Sá Machado aligeirou o tradicional discurso de “voz grossa” e balanceou as duas décadas de presidente de Junta. “A melhor medalha que os joanense me deram foi a confiança renovada por seis vezes em eleições”, disse.

Geminação com Mocuba Fa m a l i c ã o f o r m a l i z o u um processo de geminação com o município de Mocuba (Moçambique). Depois da assinatura do p ro t o co l o e m Po r t u g a l , em Julho do ano passado, foi agora a vez da ratificação em Moçambique, com a presença do presidente da Câmara, Armindo Costa.

FAMALICÃO

Câmara assinala Dia dos Avós A Câmara de Famalicão assinala esta sexta-feira, 26 de Julho, o Dia Mundial dos Avós no Monte de Santa Tecla, na freguesia de Oliveira Santa Maria. Promovida em conjunto pelos pelouros da Cultura, Família e Ação Social do município, a iniciativa tem início marcado para as 14:30 horas.

FAMALICÃO

Livros escolares para emprestar Um total de 1231 livros escolares usados estão disponíveis para empréstimo a alunos do concelho de Famalicão. Os livros foram recolhidos pelo Banco de Livros Escolares .

RONFE • ASSEMBLEIA

Junta não esquece fecho de biblioteca Oposição contesta homenagens Luís Pereira

O

fecho da biblioteca em Ronfe foi um dos temas centrais, e de maior contestação, da última Assembleia de Freguesia, no dia sete. António Sousa, presidente da autarquia, não compreende que a Câmara de Guimarães tenha encerrado o pólo e depois manifestado apoio a um projecto do PS local de instalação da biblioteca na escola da Ermida. O pólo local da Biblioteca Municipal encerrou, por decisão camarária, devido a “falta de recursos e a pouca afluência de leitores”. No âmbito do Orçamento Participativo de Guimarães, o PS de Ronfe, entre outras ideias, propôs uma biblioteca comunitária na escola da Ermida, que não foi, contudo, selecionada no processo de votação pública. Luís Gonçalves, do PS, esclareceu que foram apresentados vários projectos ao Orçamento Participativo e estranhou que a Junta PSD tenha apenas selecionado o da biblioteca para assim poder “cascar no PS”. Este caso espelha, segundo Benjamim Mendes, do PSD,

a partidarização do OP, traduzida na eliminação de projectos de militantes do PSD,exemplificando com o projecto apresentado pelo presidente da Junta de Ronfe. A atribuição do “Prémio Vila” ao ex-autarca Daniel Rodrigues, no aniversário, juntou a oposição num coro de protesto contra o executivo PSD. Fátima Mendes, da CDU, afirmou ter ficado chocada ao tomar conhecimento do prémio através do RL: “Não percebo”, disse, “como se homenageia um presidente que saiu a meio do mandato e deixou uma Junta com uma dívida grande”. Já Luís Gonçalves, do PS, acusou a Junta de utilizar o aniversário para fazer “campanha eleitoral” com “homenagens sem sentido e por pura opção política”, e defendeu a constituição de uma comissão independente para escolher os homenageados. O presidente da Junta confirmou que as distinções são decididas pelo executivo mas defendeu a “justeza” da homenagem a Daniel Rodrigues. “Quando atribuímos o prémio a António Magalhães não criticaram. O Daniel marcou esta vila, gostem ou não”, rematou.



REPÓRTER LOCAL • JULHO DE 2013 • 19

AUTÁRQUICAS 2013

POUSADA | A ESTREIA DE TERESA Teresa Pinto, advogada, é a candidata do PS à Junta de Freguesia de Pousada .Criar uma Junta “empreendedora e activa”, capaz de resolver os problemas sociais que existem na localida de, é um dos seus objectivos.

JOANE • pré-campanha

Quando eleições rimam com milhões (de euros) Candidato do PSD-PP acena com projecto para revolucionar zona central da vila. Xavier Oliveira não sabe quanto pode custar mas diz que “não será caro”

Luís Pereira

Tal como em 2009, o centro de Joane está na linha da frente das preocupações dos candidatos à Junta de Freguesia. Há quatro anos a requalificação do Largo 3 de Julho dividiu partidos, Junta e Câmara, mas nestas autárquicas as duas candidaturas principais parecem estar de acordo no essencial: os terrenos da antiga estamparia terão de ser chamados ao domínio público. Xavier Oliveira, do PSD-PP, defende uma solução partilhada com promotores imobiliários mas não rejeita a solução defendida por António Oliveira , do PS, que passa pela aquisição total do t e r r e n o . A m b o s co n co r d a m na necessidade de aproPOUSADA • pSD-PP

veitar os terrenos para dar sequência ao Parque da Ribeira. Quanto ao terreno por detrás das novas lojas, resolvido o impasse judicial com o antigo proprietário, os candidatos propõem destinos diferentes: uma nova sede de Junta (PS) e um Centro de Saúde (PSD-PP). A coligação mostrou ter feito “trabalho de casa” ao apresentar “um projecto alargado” para os terrenos centrais da vila, numa conferência de imprensa em que o RL foi o único jornal presente. O candidato da coligação de direita promete um centro de saúde, um auditório ao ar livre, alargar o Parque da Ribeira, um ginásio, espelho de água, lago biológico, bar/concerto e zona habitacional numa

área de 50 mil metros quadrados. O projecto é ambicioso e precisa de tempo para ser executado - 10/12 anos, segundo Xavier Oliveira - mas o candidato não sabe quanto pode custar garantindo que “não será caro”. Quanto ao terreno da estamparia, cuja aquisição há pouco tempo fora considerada “inviável” por Miguel Azevedo, presidente do PSD de Joane, o candidato coloca agora a possibilidade em cima da mesa. Um milhão de euros é o valor que a Junta tem avançado. Reconhecendo a queda no mercado imobiliário, Xavier Oliveira está seguro dos apetites privados que aquela zona desperta. Afinal, argumenta, “é o melhor sítio em Joane”.

OPINIÃO

O descaramento do PSD Sá Machado | Presidente da Junta de Joane (PS)

Pa r a o e s c l a r e c i m e n t o c a b a l d o s j o a n e n s e s e p a r a a c a b a r com a mentira descarada , o PS/Joane, vem denunciar a m e n t i r a d o P S D. Outubro 2005: O PS apresenta (revista de campanha) como ambição a abertura de novas vias nos terrenos da antiga estamparia , estribado no projecto de Loteamento, aprovado pela Câmara . Com base nesse projecto, foi acordada a cedência do terreno para o “ Pa r q u e d a R i b e i r a ” . Mandato 2005–2009: O PS sugeriu à Câmara a compra p a r c i a l d o s t e r r e n o s , p a r a a l a r g a r o Pa r q u e d a R i b e i r a . Apesar da boa vontade da Câmara , nunca conseguimos o aval do município, para avançar com a compra . Setembro de 2009: O PS na sua revista de campanha volta a anunciar a sua intenção de, junto da Câmara , reclamar o início dos trabalhos nos terrenos da antiga estamparia. Julho 2011: No seu discurso de aniversário da Vila e na p r e s e n ç a d o Ve r e a d o r D r. Pa u l o C u n h a , a J u n t a r e c l a m a da Câmara que esta compre na íntegra os terrenos. Anunciei nesse discurso que havia entregado ofício n e s s e s e n t i d o ( e d i ç ã o 5 8 9 Po v o Fa m a l i c e n s e d e 5 a 1 1 de Julho 2011). Junho de 2012: Entrevista ao líder PSD Joane ao RL onde diz além do mais: “Os tempos dizem-nos que devemos fazer investimentos com moderação”. Esta e n t r e v i s t a d i z t u d o d o c a r á c t e r d e s t e s e n h o r. Va l e a p e n a l e r. D á d ó e r e v e l a b e m d o q u e é c a p a z . C o m o é possível ser tão infeliz . Esta entrevista não bate certo c o m a a c t u a l i d a d e d a c a n d i d a t u r a P S D. Julho 2012: No discurso de aniversário da Vila , a Junta v o l t a a r e c l a m a r à C â m a r a a c o m p r a d o s t e r r e n o s . O D r. Pa u l o C u n h a , p r e s e n t e n a c e r i m ó n i a , p r o m e t e e s t u d a r a proposta ( Julho: Jornal Opinião Pública). O u t u b r o 2 0 1 2 : E m r e u n i ã o c o m Pa u l o C u n h a , c o m v i s t a à elaboração do Orçamento da Câmara para 2013, este assumiu o compromisso de incluir nas grandes opções a aquisição do terreno, falando previamente com os proprietários. Não só não colocou qualquer referência como não falou com a família . Julho 2013: Paulo Cunha , en q u a n t o c a n d i d a t o d o P S D, v e m a J o a n e a n u n c i a r u m grande projecto para os terrenos da antiga estamparia . Esqueceu-se de dizer que mandou fazer um estudo sem falar previamente com a família proprietária e se vai comprar tais terrenos. Se sim, a pergunta que fica é: como encontrou os recursos que sempre disse não ter?O PS está obviamente disponível para apresentar esclarecimentos adicionais. À consideração dos joanenses.

A N T Ó N I O S O U S A T E N TA N O V O M A N DAT O A c o n s t r u ç ã o d e u m Pa r q u e d e Lazer no Outeiro, incluindo uma praia fluvial, é a principal bandeira de António Sousa , candidato do PSD-PP a novo mandato na presidência da J u n t a d e Po u s a d a d e S a r a m a gos. A praia fluvial, garante Sousa , será uma realidade “já n o p r ó x i m o Ve r ã o ” , n u m a á r e a de oito mil metros de terrenos

privados que a Junta está a n e g o c i a r. “ O s v a l o r e s a i n d a não estão definidos porque dependerão da necessidade ou não de adquirir mais terrenos”, explica o candidato ao RL . A apresentação encheu o polivalente do Centro Social local de apoiantes que ouviram o candidato assumir o compromisso de dotar a

freguesia em 100% com a rede de água, saneamento e gás canalizado. “Em oito anos conseguimos c o l o c a r Po u s a d a c o m a s m a i s altas percentagens de cobert u ra d e s s a s r e d e s d o co n c e l h o . Te m o s f r e g u e s i a e s t á c o b e r t a em percentagens que ultrapassam os 95% mas queremos chegar aos 100%”, refere o

candidato que pôs fim, em 2005, à hegemonia do PS em Pousada . A renovação do telhado da escola de Matinhos e a requalificação das a v e n i d a s d e C a r i d e s e Po n t e Nova figuram nas prioridades do candidato, que contará, no essencial, com a equipa que o acompanha desde a primeira vitória eleitoral.


20 JULHO DE 2013 • REPÓRTER LOCAL

MOGEGE | CANDIDATO DO PS Miguel Abreu, advogado e dirigente associativo, é o candidato do PS à Junta de Freguesia de Mogege. O candidato reconhece que será difícil ve n ce r o P S D - P P, q u e p ro p õ e Jo s é L i m a , a c t u a l secretário da Junta , mas promete novas apostas.

AUTÁRQUICAS 2013

União • candidatos

A primeira vez da União de Freguesias PS e PSD-PP na corrida para liderar o executivo das freguesas de Airão S. João, Airão Santa Maria e Vermil Luís Pereira

A

ntónio Carvalho e Marçal Mendes lutaram contra a formalização da União de Freguesias de Airão Santa Maria, Vermil e Airão S. João. O partido de um (PS) propôs o destino destas três freguesias à Assembleia da República. A coligação que apoia o outro (PSD/PP) tratou de a fazer aprovar. Um e outro são agora candidatos à presidência da Junta da União que antes dividiu. António Carvalho ocupa, há oito anos, a presidência da Junta da freguesia maior (Airão Santa Maria) da “troika” que compõe a União e quer mexer o mínimo na gestão pública das três localidades. Marçal Mendes, que termina agora o segundo mandato como Secretário da Junta de Vermil, tem uma visão mais presidencial sobre a nova autarquia. “Quase ninguém queria esta mudança. Ela ocorreu e sabemos quem foram os responsáveis por ela. Comigo apenas mudará o formalismo. O objectivo é continuar a servir as pes-

soas da mesma forma e implementar experiências com resultados positivos em Santa Maria, por exemplo, nas outras freguesias”, diz António Carvalho. A acompanhar o candidato no executivo estará Domingos Forte, actual presidente da Junta de S. João e Marlene Fernandes, de Vermil. Carvalho quer fazer deles os presidentes da Junta das freguesias de origem. “A gestão e decisões do que fazer em Airão Santa Maria será tomada pelas pessoas de Santa Maria, as de Vermil, pelas de Vermil e as de S. João pelos representantes de lá. Não vai haver interferência do presidente, que é de Airão Santa Maria, nas questões que são de Vermil. Sabemos que só existirá um presidente mas ele funcionará apenas de elo de ligação entre as três”, explica. Marçal Mendes vê esta opção como um “enganar a população”. “Só faz sentido ser o presidente da Junta a circular pelas freguesias. O discurso dos representantes pode agradar às pessoas e conseguir votos mas é enganar os eleitores

PERFIL ANTÓNIO CARVALHO 38 anos, casado. Cumpre o segundo mandato como presidente da Junta de Airão Santa Maria. MARÇAL MENDES 29 anos, solteiro Cumpre o segundo mandato como secretário da Junta de Vermil. RESULTADOS 2009 AIRÃO STª MARIA PS: 65,03% (781 votos) PSD/PP: 25,4% (305) AIRÃO S. JOÃO PS: 54,61% (332) PSD: 37,34 (227) VERMIL PSD/PP: 56,47% (489) PS: 29,21% (253)

MARÇAL MENDES

Candidato do PS à Junta da União de Freguesias de Airão S. João, Santa Maria e Vermil

TRÊS PERGUNTAS

conhecer bem a realidade desse povo. Começou por apoiar a reforma administrativa , mais tarde rejeitou-a, reivindic o u a a u t o n o m i a d e Ve r m i l e acabou candidato à solução encontrada . Não teme ser mal interpretado pelos eleitores? Po n h o s e m p r e o i n t e r e s s e d o p ovo a c i m a d o p a r t i d o . A m i n h a convicção pesoal é favorável à agregação de freguesias, desde que dotadas de mais competências, o que não acontece. A União inicialmente pensada f o i d e s v i r t u a d a . Ve r m i l f o i d a s ú n i c a s f r e g u e s i a s d e G u i m a rã e s que deu a voz ao povo. Por medo aos partidos e à Câmara Municipal, nenhuma outra freguesia do concelho o fez .

Cultura”, aponta Carvalho. Marçal Mendes aposta na rede viária e na área social, com a implementação de um programa de Solidariedade Inter-Geracional que passa por dar incentivos materiais aos jovens que façam voluntariado de apoio aos idosos. A criação de uma plataforma on-line da Junta que permita que os fregueses solicitem uma certidão de insuficiência económica ou de residência na hora e sem deslocações e serviços de transporte da autarquia à disposição dos idosos. Os candidatos unem-se em matéria de distribuição proporcional de investimento (dos cerca de 300 mil euros anuais que passa a ter o orçamento da autarquia) pelas três freguesias em função da população de cada uma. Separam-se no que toca à utilização dos recursos actuais que cada autarquia foi adquirindo ao longo do tempo. Para Carvalho, o que está em Santa Maria é para continuar a servir esta freguesia; para Marçal Mendes, o que é de Vermil passará a estar ao serviço de Airão S. João.

ANTÓNIO CARVALHO

Candidato do PSD-PP à Junta da União de Freguesias de Airão S. João, Santa Maria e Vermil

Que trunfos tem para disputar a eleição com António Carvalho? Experiência autárquica de oito anos, o conhecimento dos meandros da Câmara , da Vimágua e d a s i n s t i t u i ç õ e s p ú b l i c a s . Po r outro lado, a minha formação universitária na área de direito e investigação de direito na administração de autarquias locais permite-me responder às necessidades das freguesias. Ve r m i l c o n h e c e - o m a s e a s r e s t a n t e s ? Va i a p o s t a r n o t rabalho de campo nas outras? Te n h o p e r c o r r i d o a s t r ê s f r e guesias e contactado com as pessoas para perceber os p r o b l e m a s . Pa r a r e p r e s e n t a r o povo - porque haverá apenas um presidente de Junta para as três freguesias - tenho que

sobre a nova realidade que vai existir. Só haverá um presidente de Junta e caberá a ele representar toda a população da União de Freguesias. Cabe ao cabeça de lista a responsabilidade de representar a União. Se o meu adversário diz que só o será o presidente de Santa Maria é porque não está convicto nem à altura da eleição a que se propõe”, atira. Marçal, contudo, também formará um executivo com representantes de cada uma das localidades e que cada um estará na freguesia de onde é natural, mas chama a si o atendimento dos fregueses. Ambos asseguram que nenhuma das três actuais sedes de Junta fechará portas e que o atendimento à população manter-se-á como até aqui. Porque os tempos são de vacas magras, nenhum se arrisca a prometer grandes investimentos. António Carvalho aponta a Casa Mortuária de Vermil e o desvio do trânsito da Capela de Santa Luzia, em Santa Maria, como prioridades do mandato. “Pagamos um preço elevado por termos sido Capital Europeia da

Chegou a dizer que Santa M a r i a n ã o s e r e v i a e m Ve r mil: será fácil conquistar a população depois de ter dito isso? O q u e a c o n t e c e u c o m Ve r m i l e a esta União foi meramente u m a q u e s t ã o p o l í t i c a . Te m o s que jogar com as cartas que nos dão. Continuo a dizer que Ve r m i l n ã o d e i x a d e e x i s t i r e não vai haver mistura de pessoas e costumes das três terras. Nenhuma das três freguesias será “o parente pobre” desta União? Não. Já li algumas propostas d o s a d v e r s á r i o s . Fa l a m e m alargar serviços de enfermagem, que não existem em Ve r m i l m a s e x i s t e m n a s d u a s Airões. A única mudança que pode acontecer é aplicarmos

e m Ve r m i l o q u e t e m o s d e bom em Santa Maria. Em Santa Maria as pessoas são muito mais activas, existe forte movimento associativo. Não nos substituímos ao movimento associativo mas poderemos pegar nesta dinâmica associativa e tentar i n c u t i - l a e m Ve r m i l q u e t e m pouca iniciativa cultural e desportiva . Foi pacífica a escolha do cabeça de lista, sabendo do apetite de Domingos Forte? Desconheço esse apetite. Houve convites feitos individualmente por Domingos Bragança (líder do PS) a cada representante das freguesias. Te m o s t r a b a l h a d o e m c o n j u n t o , p o r e xe m p l o n a e l a b o ra ç ã o da lista.


REPÓRTER LOCAL • JULHO DE 2013 • 21

CASTELÕES | BRUNO CAMPOS CONFIRMADO NO PS Bruno Campos, de 31 anos, é a escolha do PS para a Junta de Castelões. Contrariar a ideia de que a Castelões “é um grão de areia na praia no meio de todas as freguesias” é um dos seus objectivos.

AUTÁRQUICAS 2013

DISCURSO CRUZADO C A P E L A D E S A N TA L U Z I A AC: “É um problema com anos m a s co n t o co m o a p o i o d a C â m a r a para resolvê-lo definitivamente, com uma rua entre Padieiros e Carreiros, criando em Santa Luzia uma zona pedonal, sem mexer na capela”. MM: “Essa questão passará por ouvir a população, conciliando v o n t a d e s p a ra e n co n t ra r a m e l h o r e mais eficaz solução”. C A S A M O R T UÁ R I A D E V E R M I L MM: “Não será uma prioridade. Será acabada com os protocolos que forem feitos com a Câmara . As receitas normais da Junta não serão investidas ali. AC: “Será acabada dentro dos protocolos e verbas disponibilizados. Não vale a pena julgarmos o processo da obra ; ela existe e tem de ser concluída”.

PISCINAS DE AIRÃO S. JOÃO AC: “Mais de metade da obra está paga . Se a Câmara assumir o que falta retirará peso ao orçamento da União. Não conheço números, prefiro não opinar se foi ou não um mau investimento. Foram inauguradas há quatro anos mas pensadas e prometidas há mais de dez e nessa altura era tempo de vacas gordas. MM: “Há falta de rigor e transparência nas contas do bar e falta de dinamização. Ainda há muito d i n h e i r o p o r p a g a r. A C â m a r a sempre assumiu o compromisso d e p a g a r, n ã o p o d e r á d e i x a r e s s e encargo para a Junta . Comprovase que foi um mau investimento. Tê m u t i l i d a d e n o Ve r ã o m a s n o resto do ano, que utilidade tem para a população?

G E S TÃ O D A J U N TA D A U N I Ã O MM: “O PS propõe António Carvalho e não o Domingos Forte ou a Marlene Fernandes, que nunca serão eleitos presidente da Junta da União. A minha lista também tem pessoas de cada freguesia, que conhecem bem os problemas de cada uma. O presidente de Junta serei eu”. A C : “ Va i s e r u m f a r d o r e p a r t i d o . Cada freguesia é representada pelo seu candidato e na prática , cada uma vai funcionar como até agora . O PS já deixou claro que, quando for governo, vai rever esta reforma, por isso, decidimos mexer o menos possível. POLÍTICA A C : “A f o r ç a d e S a n t a M a r i a e S . João pode ser benéfica para tirar o P S D d a J u n t a d e Ve r m i l . S e r á difícil, mas o facto de eu ser o

presidente da maior das Juntas será um problema para o Marçal. Acho estranho a presença dele em Airão, tendo em conta que ele se bateu contra a União. Se o P S n ã o g a n h a r, S a n t a M a r i a deixará de ter um presidente de Junta da terra . O Marçal faz a campanha em torno da sua pessoa, o PS tem três nomes a representar e a decidir o futuro de cada freguesia. M M : “A s p e s s o a s d e Ve r m i l e s t a r ã o c o m i g o . Vo u l u t a r j u n t o dos aironenses para que me c o n h e ç a m m e l h o r. O e x e c u t i v o será formado pelo representante de cada freguesia. Ainda não estão definidos nomes mas temos mantido conversações. A Ângela Oliveira está a colaborar comigo mas não fará parte da lista”.

JOANE • APRESENTAÇÃO PS

António Oliveira promete bater o pé à Câmara em defesa dos interesses da vila Constituir um “Fundo Social de Emergência”, com donativos de empresas e de particulares, é a aposta de António O l i v e i ra p a ra co m b a t e r o s e f e i t o s d a pobreza nos joanenses. O objectivo, diz o candidato do PS à Junta de Joane, é “acudir a pessoas com necessidades específicas”, com possibilidade de reembolso se os beneficiários tiverem condições. O actual número dois da Junta de Joane e s co l h e u a a n t i g a e s co l a p r i m á r i a d e Giestais para apresentar o projecto do PS e para dirigir críticas a Xavier Oliveira, candidato do PSD-PP. “Um presidente de Junta deve sê-lo mesmo dos que não gostam de nós e dos que não comungam das nossas ideias”, afirmou. E porque “Joane está primeiro” (slogan da campanha do PS), a Câmara de Famalicão continua a ser o principal-alvo das críticas. “É falso que a Junta tenha estado de costas voltadas com a Câmara ou que tenha havido falta de diálogo, a menos que se confunda isso com a reivindicação daquilo que é, por direito, dos joanenses. Nunca deixarei de levantar a voz porque os joanenses merecem, até pela forma como contribuem financeiramente para o orçamento da Câmara”, garante o candidato. A a p r e s e n t a ç ã o d e A n t ó n i o O l i v e i ra , que escolheu o veterano José Sá para mandatário da sua candidatura, serviu de ensaio para a despedida de Sá Machado. O autarca, contudo, diz que é “muito novo” para “encostar a um sítio qualquer” e avisa que, “tal como o outro”, vai andar “por aí”, sempre leal para com Joane. António Oliveira, disse Machado, “é a garantia da humildade necessária no tratamento com os joanenses”, mas sem deixar de bater o

PROJECTOS OBRAS PÚBLICAS “ O u t ro s p ro m e t e rã o , co m demagogia, mundos e fundos mas os joanense são inteligentes e sabem até onde pode ir o orçamento da Junta . Renovaremos as estradas que necessitarem de obras e dedicaremos particular atenção às que estão em estado mais crítico. Não desistiremos de lutar por uma nova sede de Junta. Queremos os terrenos da antiga estamparia para alargar o Parque da Ribeira”. JUVENTUDE E EMPREGO “Não vamos criar mais empregos na Junta mas podemos ajudar os jovens com um gabinete de apoio ao empreendorismo. Criaremos uma Incubadora de Empresas, cendendo, por dois anos, instalações equipadas a pequenas empresas em início de actividade, de preferência vocacionadas para a área tecnológica”.

pé aos que “maltratam esta terra”. “Joane não foi respeitado pela Câmara e, por isso, precisa de acabar com esse poder bafiento, rancoroso e vingativo”, atacou, num ensaio para a disputa camarária ao lado de Custódio Oliveira, com quem, há nove anos, manteve uma divergência acesa. “Fizemos as pazes”, afiança, confessando que ficou, “numa primeira fase”, surpreendido com a candidatura do Custódio mas que estará com ele “de corpo e alma porque é capaz de fazer um trabalho notável”.

De “Oliveiras” se fará a história das autárquicas deste ano. Entre a centena e meia de apoiantes do António, não estava o Orlando, e o Xavier, é sabido, agora é adversário. Apenas o candidato Custódio marcou presença para dizer que os joanenses têm razão quando lhe dizem que “só agora” ele os cumprimenta . “É verdade, mas só nesta função de candidato é que estou a conhecer muitos joanenses que não conhecia ou não reconhecia . É um defeito de que humildemente peço desculpa”, disse.

ASSOCIATIVISMO “Não queremos ser donos das actividades das associações. Compete-nos arranjar meios financeiros e condições para que desenvolvam actividade”. AMBIENTE “Limpeza das margens do Rio Pele em articulação com os privados e com a Câmara. As cheias são um problema que terá de ser evitado”.


22 JULHO DE 2013 • REPÓRTER LOCAL

CASTELÕES | MANUEL RIBEIRO PELO PSD-PP A coligação PSD-PP escolheu Manuel Ribeiro para encabeçar a lista candidata à Junta de Freguesia de Castelões. Dirigente da associação desportiva local, Manuel Ribeiro tem 49 anos.

RONFE • APRESENTAÇÃO

Adelaide Silva aposta no lazer Praia fluvial junto ao rio Ave e zona de lazer junto ao estádio são algumas das propostas da candidata do PS

conta com o apoio do líder da concelhia socialista de Guimarães e candidato à Câmara Municipal, Domingos Bragança, que fez questão de estar ao lado de Adelaide Silva na apresentação, a sete

de Julho. Se ganhar as eleições, a candidata pretende negociar terrenos com a Paróquia para criar na zona do estádio um passeio pedonal com ligação ao centro cívico, limpar

clamar a sua devolução para instalar um parque desportivo, zona de lazer e de merendas. “Queremos aproveitar o espaço perdido, recuperar as margens e fazer uma praia fluvial. Junto ao estádio queremos um parque de passeio com ligação ao centro cívico, arborizado e com um auditório natural”, explicou Bragança ao RL. A candidata quer combater carências da vila e tirar proveito do Rio Ave, “que não está a ser devidamente aproveitado”, em parte por ineficácia da Junta PSD, que “tem feito muito pouco”, além de manter uma postura de crispação com a Câmara Municipal. “Com uma atitude de diálogo e com vontade conseguiremos o maior apoio da Câmara”, argumenta a candidata do PS. L u í s Pe r e i r a . PUBLICIDADE

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m parque de lazer na Lourinha com espaço para merendas e campos de futebol é uma das apostas da candidata do PS à Junta de Freguesia de Ronfe. Um desafio que

as margens do Rio Ave e construir uma praia fluvial. Domingos Bragança anunciou também reuniões descentralizadas do executivo municipal (a primeira em Ronfe) e não poupou críticas à Junta do PSD por ter sido incapaz de “fazer em doze anos aquilo que agora promete fazer”. Bragança assegura que Adelaide Silva, uma vez eleita, “vai conseguir fazer contratos e parcerias com a Câmara” e que ambos irão “transformar” Ronfe. Para isso, disse, é preciso que a Junta defenda os seus projectos e não se volte contra a Câmara”. O Parque de Lazer na Lourinha implica a transformação de um terreno que outrora serviu a inactiva associação da Liga dos Amigos de Ronfe e que está “a monte”, pelo que a Câmara vai re-


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