Repórter Local

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POUSADA

Toy e Quim Barreiros na festa de Santa Apolónia

CASTELÕES

Pedro Ferreira filmou para músico norteamericano

AUTÁRQUICAS

Conheça os candidatos em Vermoim e Castelões

RESISTENTES

Quinze anos depois, Sá Machado e Manuel Pimenta ainda são os presidentes das Juntas de Joane e Mogege Nº 168 • ANO XV • MARÇO 2013 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE

QUINZE ANOS E agora, o futuro! TESTEMUNHOS

Armindo Costa, Sá Machado, Manuel Pimenta, João Moura. AS FRASES OS NÚMEROS PUBLICIDADE

p. 03, 04 e 05

Santa Maria | p. 07 Junta de Vermil faltou à sessão do Orçamento Participativo VERMOIM | p. 07 Lar de Idosos: abertura em Setembro

RONFE | p. 08 Incerteza para 70 trabalhadores da Casa do Papel

DESPORTO | p. 19 Campeão do mundo em Artes Marciais é de Joane

OPINIÃO | p. 18 “Doze anos, dois rostos”, por Fernanda Faria

MOSQUITO | p. 17 Ai os candidatos, senhores!


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REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2013 • 3

DOMINGOS FORTE | PRESIDENTE DA JUNTA DE AIRÃO “O RL é um jornal de referência nesta região, feito com um punhado de pessoas dedicadas à causa de informar, de dar a conhecer, de denunciar... É um jornal ligado às freguesias, muitas vezes esquecidas. Espero que continue por muitos anos”.

RL 15 ANOS

Pedimos desculpa

mas desta vez somos nós os protagonistas! D

aqui a muitos anos, quando alguém quiser p e r c e b e r, e s t u d a r, r e f l e c t i r s o b r e o p a s sado desta região, há-de necessariamente recorrer aos arquivos de edições do Repórter Local. Os acontecimentos, as afirmações, as posições, as acusações no palco das autarquias. Surgem factos que ajudam a formular leituras, detectar erros, eleger projectos anunciados e não concretizados, outros conseguidos por força e determinação

de muitos autarcas, de dirigentes associativos... Analisar o passado ajudan o s a co m p r e e n d e r o p u l s a r da região e a perspectivar o futuro. E o futuro é o que nos importa nesta edição que assinala os 15 anos do RL . Um futuro de apreensão para a imprensa local - basta lembrar que ainda há pouco tempo, de uma assentada, desapareceram dois jornais locais do concelho de Guimarães. Já para não falar do desparecimento do “EntreVilas” após um per-

curso final errante. Sempre que morre um jornal local com o mínimo de seriedade isso deve-nos deixar apreensivos. É um desafio permanente manter de pé um projecto de dimensão reduzida , graças à entrega de um punhado de pessoas. O que permite os leitores, os anunciantes, um grupo de colaboradores através das suas opiniões... A pergunta que se coloca , agora, nos 15 anos, é: E agora , RL?

EQUIPA RL Quatro pessoas compõem a equipa do RL. Joaquim Forte, director; Luís Pereira, jornalista; Filipa Maia, paginadora e Alberto Fernandes, comercial e distribuidor

1998

25.798

4.000

100

6

10

Em Março é publicado o 1.º número do RL

Escudos (50 cêntimos) Preço do RL no lançamento

Nº de pessoas que residem na área de cobertura do RL

Em 15 anos, o RL contou com 6 directores

2009

Nº de exemplares por edição Ano de mudança de (até 2009 a tiragem era de propriedade. A Tamanho 2.000 exemplares) das Palavras, Lda. passa a deter o título São dez as freguesias cobertas pelo RL

O SEU A SEU DONO RELATÓRIO & CONTAS

Em 15 anos, o RL noticiou muitos eventos e deu conta de anúncios de projectos do Poder Local. Alguns deles (ainda) não tiveram concretização. Aqui fica um exemplo

SERVIÇOS CAMARÁRIOS NO LARGO 3 DE JULHO

A Junta de Freguesia de Joane quer ocupar a quarta loja do Largo 3 de Julho com um posto avançado de serviços municipais. A Câmara Municipal de Famalicão mostrou abertura para dar seguimento à proposta. RL MARÇO 2011, Pag. 7

“Fernando Moniz é o principal responsável pelo crescimento desordenado de Joane” “Sá Machado tem argumentos sólidos para ser candidato do PS à substituição de Armindo Costa em 2013” “A Junta de Freguesia de Joane não tem feito um mau trabalho” “Câmara de Famalicão não tem olhado para Joane com a importância que a vila tem no concelho” “O pessoal dá para sardinhas e quer comer lagosta”

* SOLUÇÕES: Adão Fernandes, ex-presidente da Junta de Joane pelo CDS, RL Set. 2010; Miguel Azevedo, líder da JSD Joane, RL Novembro 1998; Custódio Oliveira, presidente da ATC, RL Outubro 2009; Nuno Melo, eurodeputado PP, RL Março 2011; Manuel Silva, pároco de Joane, RL

Quem disse o quê? *

“Nada de político move este projecto e as pessoas que o assumem” do editorial da primeira edição do RL, Março de 1998


4 MARÇO DE 2013 • REPÓRTER LOCAL

LOCALIDADES

RL 15 ANOS

ANTÓNIO SOUSA | presidente da junta de pousada “O RL tem grande importância para as freguesias. Cria um canal informativo entre o poder local e associativo e as populações. A p r e o c u p a ç ã o q u e t e m d e p u b l i c a r u m a n o t í c i a s o b r e Po usada , por pequena que seja , faz com que nos sintamos parte integrante dele e digamos que este é o nosso jornal”.

QUINZE ANOS DEPOIS

IGREJA DE JOANE

Grupo “Trovas ao Vento” acabou

O destaque no RL de Março de 1998

Em Março de 1998, o grupo musical “ Tr o v a s a o Ve n t o ” l a n ç a v a o p r i m e i r o álbum e o RL destacava o acontecim e n t o n a p r i m e i ra p á g i n a d a p r i m e i ra edição. Passados 15 anos, o grupo de Airão Santa Maria já não existe: chegou ao fim há um ano, depois de 20 anos a levar a música tradic i o n a l p o r t u g u e s a a t o d o o p a í s . “A disponibilidade de cada um não era a mesma e as preferências musicais t a m b é m m u d a ra m . Po r i s s o , d e c i dimos suspender”, explica Ricardo Cunha, um dos sete elementos do grupo. Depois do CD de 1998, o grupo a i n d a e d i t o u “ M o i n h o s d e Ve n t o ” e a cassete “Curviã”. Os sete elementos continuam muito ligados à música e alguns abraçaram outros projectos. “ Pe r c o r r e m o s t o d o o p a í s e c h e g á mos a ir ao estrangeiro. Ficam as memórias”, diz Ricardo Cunha.

TESTEMUNHOS

Quem passou por cá!

O pároco de Joane, Manuel Silva , errou em três anos e meio as previsões que deu ao RL , na sua primeira edição, acerca da conclusão das obras da igreja paroquial. Da entrevista que o sacerdote concedeu a este periódico, na edição zero, em Março de 1998, a garantia de que as obras f i c a r i a m p ro n t a s “d e n t ro d e d o i s a n o s ” fez a primeira manchete do mensário. Na realidade, só cinco anos depois a igreja seria inaugurada (7 de Setembro de 2003). As obras prolongaram-se ao longo de mais de 50 anos e ainda hoje é alvo de reparações, criticando-se um certo luxo. Não há valores finais dos custos da obra mas, à data da inauguração, o pároco avançava o valor de cinco milhões de euros (um milhão de contos). A cerimónia da sagração da igreja, em 2003, presidida pelo Arcebispo de Braga , D. J o r g e O r t i g a , f o i e n s o m b ra d a p o r u m co m u n i c a d o a s s i n a d o p o r C u s t ó d i o Fe r n a n des a denunciar a alegada descriminação de que tinha sido alvo o seu grupo coral (de que ainda hoje é presidente) por não ter sido envolvido na festa. O episódio rompeu as relações entre pároco e coral, ruptura que ainda hoje persiste.

NEL CUNHA | COLABORADOR DO RL

“Apesar de algumas ondulações e vicissitudes, o RL tem marcado a região. Divulgou acontecimentos, promoveu eventos públicos, denunciou, foi para muitos emigrantes o elo de ligação com as suas terras. Que continue a ser, por muitos anos, um espaço de Democracia”.

SÉRGIO CORTINHAS | FUNDADOR E PRIMEIRO DIRECTOR DO RL “É sempre com especial agrado que comemoro os aniversários do RL. Por ter estado, juntamente com alguns amigos de Joane na sua génese e ter sido o seu primeiro director. Outro é porque verifico que o RL continua uma instituição bem viva na região e é uma referência no domínio da comunicação social, que mantém a matriz que esteve na base sua criação: um jornal próximo de Joane, das terras vizinhas e das suas gentes; um jornal plural, independente que traz sempre histórias novas e interessantes para contar aos seus leitores em cada edição. Em tempos de crise, o RL continua a ser uma “pedrada no charco” do jornalismo e da cultura da região.”

E S PA Ç O À CIDADANIA

A R M I N D O C O S TA Presidente da C . M d e Fa m a l i c ã o

“A e r a d a g l o b a l i z a ç ã o e d a c o m u n i cação em que estamos mergulhados aproximou o mundo. A qualquer minuto do dia temos acesso ao que de mais importante se passa nos quatro cantos do globo. Paradoxalmente, introduziu também uma tendência de maior distanciação das pessoas com as suas localidades mais próximas. A notícia do mundo ganhou primazia sobre a notícia da terra. Neste contexto, o papel da comunicação social local cresce em importância, tornando-se mesmo decisivo para a coesão e dinâmica comunitárias. A cidadania ativa , que é pedra basilar do regime democrático, alimenta-se

RUI FARIA | EX-PRESIDENTE DO CAL “O RL sempre evitou ser subserviente a partidos ou autarcas. O facto de não ter aderido ao novo acordo ortográfico tem um simbolismo especial e deveria ser motivo de inveja de muita da nossa imprensa nacional”. CUSTÓDIO SILVA | COLABORADOR “O RL acompanhou o progresso das freguesias e estampou nas suas páginas os acontecimentos que hoje fazem parte da história da região”.

e desenvolve-se do envolvimento das pessoas para com o seu meio. Para isso, os cidadãos precisam de conhecer a realidade próxima que os envolve, assim como necessitam de um espaço informativo que promova a pluralidade de opiniões e incentive à participação comunitária . É este papel que tem desempenhado o jornal “Repórter Local”, num contributo importante para a coesão e crescimento das freguesias da zona nascente do concelho de Vila Nova d e Fa m a l i c ã o . Nos tempos difíceis em que vivemos, espero que o “Repórter Local” saiba encontrar armas para contornar este

ANA FREITAS | EX-DIRECTORA “O RL está perto das populações e informa de forma imparcial. Um bem-haja àqueles que não o deixaram “morrer”, apesar de todas as adversidades”. EMÍLIA MONTEIRO | JORNALISTA “Hoje o RL tem ainda mais importância. Porque continua a ser um jornal ‘nosso’ da região e soube lidar com a concorrência. Sobretudo, é um jornal independente politicamente. E isto é cada vez mais raro”.

contexto económico desfavorável e q u e s e m a n t e n h a a t i vo p o r m u i t o s a n o s , continuando a desempenhar o seu importante papel com imparcialidade, informando os seus leitores, dando voz aos seus anseios e preocupações, às suas opiniões e sugestões. Na passagem do 15.º aniversário do jornal, deixo os meus parabéns a todos quantos tornam possível que o jornal seja uma realidade todos os meses. É um trabalho valioso que merece ser acarinhado e incentivado. Um bem-haja pelo vosso trabalho e muita coragem para o futuro. Parabéns.


REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2013 • 5

ARMANDO VIDAL | PRESIDENTE DA JUNTA DE VERMIL “Sem os jornais de abrangência local, nas freguesias nada acontece. Em assuntos da competência municipal, como por exemplo a (falta de) conservação das estradas, o RL constitui um meio mais mediático de chamar a atenção do poder municipal de que existem freguesias para lá do centro d a c i d a d e . Te m u m v í n c u l o m u i t o f o r t e c o m a c o m u n i d a d e ” .

RL 15 ANOS

João Moura

Jornalista e escritor | Joane

Viagens na minha terra

É difícil saber onde estava 15 anos atrás, quando saiu a primeira edição deste jornal. Ter-me-ei cruzado com ele no Café A n g o l a , o n d e b r i l h a va n o s matraquilhos e aprendi a jogar King of Fighters com os melhores? Ou no Café Central? Tê-loei visto no Quiosque da Feira, onde tinha um elefante para as crianças brincarem e aonde um dia dei mesmo 20 escudos a uma namorada para ir passear nele pois era muito infantil para o meu gosto? (melhor forma de terminar um namoro de sempre, disseram-me os amigos)! Ou terá sido na biblioteca da escola? Na ATC? CAL? Vá, é mais do que difícil lembrar do

momento, diria mesmo quase impossível, mas também isso não é importante. Neste momento, até podia jurar que foi no café do Joane, mesmo depois de passar no Sr. Abílio para comprar umas gomas… O que é importante é que na altura ficou-me gravada a ideia que ainda hoje em dia tenho. Um jornal local é essencial para a sua comunidade, e quando abro este jornal e lhe passo as páginas uma a uma, sinto o mesmo que toda a gente da minha terra sente: este jornal pertence-me, mesmo não fazendo parte dele e mesmo que não apareça o meu nome em nenhuma

SÁ MACHADO

riedade na realização de protocolos. Não basta duplicar a verba livre em 2002 e desde então não o a c t u a l i z a r. P r e g o u - s e a autonomia e eu aplaudi. Contudo, quando os decisores perceberam que tal iniciativa prejudicava os seus intentos logo desenharam modelos alternativos. Se o RL pode fazer mais para alterar este estado de coisas? Claro que pode! Contudo sujeita-se a perder a publicidade que a Câmara distribui pelos jornais. Apesar de paga por todos nós! Este condicionamento da imprensa é visível e, para mim, é demasiado óbvio bastando observar as fotografias que são distribuídas pela central municipal”.

“a excessiva dependência das freguesias das câmaras é gritante e susceptível de comportamentos claramente antidemocráticos.”

nem que seja algo que se passou na casa do meu vizinho. Por isso, este repórter que cobre a região de uma ponta a outra merece também felicitações. Ele viaja por nós e nós viajamos com ele. Se o Repórter Local fará uma edição especial daqui a outros 15 anos provavelmente ninguém o saberá dizer. Mais vale aproveitar e celebrar este momento. Assim, daqui a 15 anos quando te perguntarem onde estavas tu quando saiu a edição especial do 15º aniversário deste jornal, aí, pode ser que já te lembres bem (digo eu para os meus botões).

MANUEL PIMENTA

Presidente da Junta de Joane.

“A c e n t r a l i d a d e p r o t a gonizada pelas sedes de concelho em paralelo com o modelo definido para as autarquias locais, condicionam à partida o desenvolvimento local. Ou seja, a excessiva dependência das freguesias das câmaras é gritante e susceptível de comportamentos claramente antidemocráticos. A realidade famalicense, sobejamente conhecida e denunciada por mim ao longo dos 23 anos que levo de exercício autárquico, penalizou as freguesias, sujeita-as aos desmandos municipais, levando alguns autarcas a efectuar verdadeiras acrobacias mentais. Qualquer estudo sério que alguém possa e queira fazer constatará o óbvio: as freguesias, de um modo geral, vivem na dependência do município, facto que convém aos decisores municipais que usam expedientes e demagogia quanto baste para controlarem o seu propósito maior ignorando a justa e verdadeira distribuição da riqueza pelos munícipes. Não basta falar em homogeneidade, quando constatamos a arbitra-

notícia. Só o facto de podermos folhear um jornal é já de si louvável, nestes dias em que os jornais e as edições em papel têm de se gladiar com a era digital (por falar nisso, alguém vai colocar um gosto neste texto se o publicar no Facebook?). Hegel disse um dia que ler o jornal era a oração da manhã do homem moderno, e, felizmente, há muita gente moderna que ainda sabe manter hábitos antigos, como o de rezar jornais. Por mais pequena que seja a minha região, há sempre algo que se passa nela que eu não tenho o mínimo conhecimento sem ser pelo jornal,

Presidente da Junta de Mogege

ONTEM COMO HOJE Em 1998, quando surgiu o Repórter Local, Sá Machado e Manuel Pimenta eram presidentes da Junta de Joane e de Mogege. Quinze anos depois, permanecem nos cargos (a que dirão adeus a partir de Outubro). Razão para duas visões dos dois autarcas “resistentes” a propósito dos 15 anos do RL .

Que contributo deu o RL no desenvolvimento das 10 freguesias? Aqui e ali, o RL teve papel relevante. Quando surgiu, foram criadas grandes expectativas à sua volta, muitas delas foram largamente ultrapassadas e o seu 15º aniversário é exemplo disso. Ajudou, por exemplo e no caso de Mogege, a que as freguesias mais pequenas adquirissem maior escala concelhia? Quando se informa o que temos de bom na nossa região e particularmente nestes tempos deprimidos, mas também se chama a atenção daquelas lacunas que preocupam os anseios e bem-estar das populações, isso chama-se utilidade pública. Há muito a fazer ainda no que concerne a união, pelo menos entre as cinco freguesias do concelho d e Fa m a l i c ã o , c a p a z d e captar investimento que sirva o conjunto? Já lá vai o tempo em que cada autarca tinha que lutar por aquilo que era básico na sua freguesia (vias de comunicação, sede de junta , escolas, rede de água , saneamento, recolha de resíduos sólidos, zonas verdes, parques infantis e

desportivos e até habitação). Estas questões estarão numa fase adiantada , mas há obras importantes que não fomos capazes de c o n c r e t i z a r. A p o n t o q u a t r o : Va r i a n t e a J o a n e c o m um gancho às principais indústrias de Mogege; VIM entre Joane e Braga (são apenas oito quilómetros à circular da capital de distrito); Centro de Saúde de raiz para não sermos subalternos, com prejuízos graves para os mais humildes, na medida em que não existe qualquer transporte público directo para a zona de onde somos tutelados; Relançamento da Associaç ã o Va l e d o Pe l e , d a z o n a de influência do RL . Para que estas obras de grande significado poss a m a c o n t e c e r, e x i g e - s e uma parceria dos autarcas, empresários, movimento associativo. E o RL , se for forte e sem medo, se possível mais assíduo, trazendo para a praça pública aquilo que são as prioridades da região, mesmo que, para isso, tenha que sacrificar as coisas mais medianas, certamente que prestará um contributo precioso para que esta zona do país seja mais desenvolvida, que precisa e merece.


6 MARÇO DE 2013 • REPÓRTER LOCAL

OPINIÃO | Página 17 Fernanda Faria : “Doze anos, dois rostos”;

editorial JOAQUIM FORTE

PAG. 12 | RL Magazine A Santa Apolónia, uma das mais tradicionais festas da região, regressa a Pousada de Saramagos no próximo fim-de-semana. Fomos conhecer os preparativos.

Os próximos quinze anos Num tempo em que a informação é cada vez mais globalizada e mais acessível aos leitores - basta pensar que através da Internet é possível, em segundos, aceder às últimas notícias do País e o Mundo -, a informação local, de proximidade, assume-se, por um lado, cada vez mais importante e, por outro, cada vez mais complexa. Por paradoxal que possa parecer, a informação que vai de encontro aos problemas, às aspirações, às realizações; a informação que dá conta de talentos diversos, do debate de ideias nas freguesias, torna-se cada vez mais uma tarefa complicada. Editar um jornal local é mais difícil do que saber o que se passa, ao minuto, num qualquer país europeu. Garantir a publicação de um jornal apostado em ir para lá do simples “corta e cola” de textos oriundos de autarquias, partidos

e outras instituições; um jornal que queira assumir uma prática de proximidade com as pessoas nas várias localidades onde é lido - e muito lido - é um enorme desafio e um exercício na corda bamba. Mais difícil quando se trata de um projecto de dimensão reduzida, feito por entrega de um punhado de pessoas. O que nos permite continuar são os leitores, os anunciantes e um grupo de colaboradores que através das suas opiniões dão um contributo para uma maior cidadania local. Mas há muitos motivos animadores para apontar numa altura em que o RL assinala 15 anos. Quando um jornal arrasta um cada vez maior número de leitores; quando concita referências elogiosas; quando o seu trabalho mexe com uma certa “institucionalização burocrática” no reino das

protagonistas Junta de vermil A Câmara de Guimarães tem andado pelas freguesias do concelho a recolher propostas de projectos apresentadas por cidadãos, autarcas, dirigentes associativos, no âmbito do Orçameno Participativo. Na sessão destinada às freguesias de Airão Santa Maria , Airão S. João e Vermil, um dos factos mais notados foi a ausência de qualquer representante da Junta de Vermil. O presidente Armando Vidal alegou, à última da hora, a f a z e r e s p ro f i s s i o n a i s mas podia ter-se feito representar pelo seu número dois, por exemplo.

pedro ferreira Pe d r o Z i m a n n ( n o m e artístico de Pedro Ferreira , de Castelões) venceu um concurso de vídeo lançado pelo músico norteamericano Numonics. O videoclipe do jovem de 24 anos foi e s co l h i d o e p r e m i a d o com 500 dólares, de entre mais de 50 a concurso. CASA DO PAPEL Paira a incerteza quanto ao futuro da empresa Casa do Pa p e l , d e R o n f e , q u e e n f r e n t a u m p ro c e s s o de insolvência despoletado por um credor e há notícias co n t ra d i t ó r i a s q u a n t o à suspensão da laboração.

notícias; quando elementos do partido A nos cola ao partido B e o partido B nos cola ao partido A - são sinais de que estamos no bom caminho em matéria editorial. Lê-se no editorial do RL de Março de 1998: “...nada de político move este projecto e as pessoas que o assumem”. Volvidos estes anos podemos subscrever a afirmação, mas ao mesmo tempo dizer que nos move a política na medida em que a política interessa, altera, condiciona, envolve os cidadãos leitores deste jornal. Seremos “políticos” sempre que sejam postos em causa interesses legítimos das populações ou quando actores da política tomarem decisões passíveis de reparo, de contestação, de confronto. Somos políticos na amplitude aristotélica, defensores e praticantes da diversidade de ideias e do confronto.

o que se diz SANTA APOLÓNIA Promete-se festa rija no próximo fim-desemana , em Pousada de Saramagos. A tradicional festa a Santa Apolónia apresenta cartaz cheio na música de romaria - Toy e Quim Barreiros - sem esquecer o lado religioso (este ano com o aliciante de u m a c a p e l a r e n o va d a ) . Tudo graças ao esforço de voluntários como Cristina e Filipe Silva .

Propriedade e Editor - Tamanho das Palavras, Lda Rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão Telefone 252 099 279 E-mail geral@reporterlocal.com Membros detentores de mais de 10 % capital Joaquim Forte e Luís Pereira

“HÁ INVESTIMENTOS QUE NÃO PODEM SER TRAVADOS” Armindo Costa, presidente da Câmara de Famalicão, Cidade Hoje

“Tenho alguma dificuldade em compreender como é que é possível viver-se hoje com um salário mínimo de 485 euros”. Joaquim Lima, Administrador da ADRAVE

A candidatura de Paulo Cunha à presidência da Câmara de Famalicão será apresentada oficialmente no dia 7 de Abril, pelas 18,00 horas, no Pavilhão Municipal” Marcelo Rebelo de Sousa, TVI

“A Câmara de Braga vai subsidiar com 1577 euros as freguesias interessadas em contestar judicialmente o novo mapa de organização do território”. Jornal de Notícias

“Utentes queixam-se da falta de medicamentos na farmácia de serviço de Guimarães” Guimarães Digital

“Um homem foi assaltado em Ronfe, poucos minutos depois da meia noite, na via pública. Guimarães Digital

“O problema na política dos últimos dois anos é que é chocha, pseudo-racioanal. Seguro não põe emoção, Passos não põe emoção e quando aparece Sócrates a pôr emoção, mesmo que as pessoas odeiem, faz a diferença”. Marcelo Rebelo de Sousa, TVI

“Artigos de higiene pessoal e produtos alimentares foram os produtos mais furtados em supermercados durante o ano passado”. Público

Director Joaquim Forte ( joaquim.forte@gmail.com) Redacção Luís Pereira (luispereira@reporterlocal.com) Paginação Filipa Maia Colaboradores Luís Santos; Sérgio Cortinhas; João Moura; Quintino Pinto Impressão Gráfica Diário do Minho | Tiragem 4000 ex. Jornal de distribuição gratuita Distribuição: Alberto Fernandes | Registo ICS 122048 | NIPC 508 419 514


REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2013 • 7

LOCALIDADES

CASTEÕES | JUNTA AMPLIA CEMITÉRIO O cemitério de Castelões vai ser ampliado após a cedência de u m t e r r e n o p r i va d o à Ju n t a d e F r e g u e s i a . O a l a r g a m e n t o é u m a necessidade (o actual atingiu o limite de lotação) e permitirá acrescentar gavetões e mais 180 campas uniformizadas. O “novo” c e m i t é r i o c u s t a r á e n t r e 2 0 0 e 3 0 0 m i l e u ro s , s e n d o f i n a n c i a d o pelas concessões e pela Câmara (arranjos exteriores).

AIRÃO STª Mª• AUTARQUIA

Junta de Vermil faltou à sessão sobre Orçamento Participativo Sessão promovida pela Câmara Municipal de Guimarães para recolher propostas dos cidadãos

Luís Pereira

A

ausência da Junta de Freguesia de Vermil foi o facto mais notad o na s e s s ão d o O rç a me nt o Participativo promovida pela Câmara Municipal de Guimarães, no dia 16, em Airão Santa Maria e dirigida às populações da futura União de Freguesias de Santa Maria, Vermil e Airão S. João. Para António Magalhães, presidente da Câmara de Guimarães, a ausência de autarcas do PSD desta e de outras sessões realizadas

no concelho, é propositada e estratégica mas “prejudica a população”. “O PSD queria ter a paternidade do Orçamento Participativo, como não tem, desligou-se disto. É um milhão de euros de investimento a que o PSD vira costas”, disse António Magalhães ao RL. A ausência foi igualmente salientada por António Carvalho, presidente da Junta de Santa Maria, e pelo vice-presidente e candidato do PS à Câmara, Domingos Bragança. Ao RL, o presidente da Junta de Vermil, Armando

Vidal, justificou a ausência com “compromissos profissionais de última hora”. A Câmara de Guimarães reservou um milhão de euros do orçamento municipal para aplicar em projectos propostos e votados por cidadãos do concelho (maiores de 18 anos). Em Junho as propostas serão colocadas à votação dos vimaranenses. Do valor total, metade será alocado a projectos da área social; 250 mil euros destinam-se a ideias ligadas à cultura e outro tanto para o desporto.

Cada projecto vencedor terá um tecto financeiro de 50 mil euros. A Câmara tem promovido várias sessões para explicar a os cidadãos o que é um Orçamento Participativo e para colher ideias. “Se se cingirem a projectos estritamente locais, as outras populações não aderem porque não ficam servidas. Devem servir uma rede de interesse concelhio para que as pessoas sintam que serão úteis em Santa Maria, em Oleiros ou no Centro histórico”, sugeriu António Magalhães.

J U N TA D E SA N TA MARIA PROPÕE PAV I L H Ã O E BALNEÁRIOS Da sessão de Airão Santa Maria saíram poucas propostas. Alguns dirigentes associativos locais aproveitaram para pedir financiamento para as suas associações, queixando-se dos cortes nos subsídios anuais da Câmara. A ideia mais consistente partiu do autarca António Carvalho: a construção de um pavilhão gimnodesportivo que sirva as três freguesias da União, um importante equipamento para as crianças, associações, clubes e população da União de Freguesias”. O presidente da Câmara de Guimarães não fechou a porta à proposta do pavilhão (“é mais difícil de concretizar”) mas lembrou que a União de Freguesias vai contar com um financiamento mais generoso, à luz da lei: mais 20% de verba para a Junta; mais 1% do IMI do concelho e mais 0,5 % do IMI rústico”, especificou. Segundo fonte municipal, o atraso do Govero no pagamento de três milhões de euros está a colocar a Câmara de Guimarães numa situação complicada, podendo até ver-se impedida de aplicar algumas verbas em virtude da chamada “Lei dos Compromissos”.

vermoim• social

Lar de Idosos abre em Setembro O lar de idosos do Centro Social e Paroquial de Vermoim deve abrir no primeiro dia de Setembro. Depois de vários impasses que atrasaram os trabalhos, a direcção do Centro Social garante que desta vez não há obstáculos à abertura. Marco Magalhães, vicepresidente da instituição, afirma que a obra ficará

pronta em Junho e nos próximos dias será aberto o c oncu rs o p ara aqu is iç ão do mobiliário. “Os meses de Julho e Agosto serão para formação do pessoal e no dia um de Setembro a obra será inaugurada e o equipamento entrará em funcionamento”, adianta este responsável. O custo da obra é de 1,2 milhões de euros. O atra-

so nos pagamentos dos apoios da Segurança Social obrigou a instituição a parar com a obra, em meados do ano passado, mas a situação ficou regularizada. O equipamento contempla valências para a terceira idade, com capacidade de acolhimento de 20 utentes no lar, 25 em regime de centro de dia e 15 no apoio domiciliário.


8 MARÇO DE 2013 • REPÓRTER LOCAL

XAVIER FORTE | PRESIDENTE DA JUNTA DE VERMOIM

LOCALIDADES LOCALIDADES

“O RL retrata nas suas páginas eventos que de outra forma seriam ignor a d o s . É p o r v e z e s f i o c o n d u t o r e n t r e ó r g ã o s d o p o d e r. Fa z - n o s r e f l e t i r sobre a actualidade e aquilatar da justeza das nossas pretensões. Nesta época conturbada , é bom saber que existe um jornal local que sobrevive graças à teimosia e carolice de algumas (poucas) pessoas, sem depender do poder instituído em qualquer das suas vertentes”.

RONFE • ECONOMIA

Incerteza paira sobre Casa do Papel Empresa com 70 trabalhadores enfrenta processo de insolvência intentado por credor

A

empresa “Casa do Papel” enfrenta um processo de insolvência despoletado por um credor e ao que o RL apurou, o administrador de insolvência deverá comunicar esta terça-feira, dia dois, o futuro do segundo maior empregador de Ronfe. O Jornal de Notícias noticiou que a empresa suspendeu a laboração, mas o RL confirmou, junto de trabalhadores, que a Casa do Papel ainda trabalhou depois disso, apesar de haver “pouca ou nenhuma esperança” quanto à sua viabilidade. A administração terá apresentado recurso ao pedido de insolvência mas já deu conta das dificuldades e da incerteza do futuro da empresa aos

seus 70 trabalhadores. Ninguém se atreve, contudo, a admitir o pior dos cenários. Jorge Antunes, filho do administrador, foi parco em comentários, limitando-se a dizer que “está tudo em avaliação” em resposta às questões colocadas pelo RL. Ficou por responder, por exemplo, se a administração vai apresentar um plano de recuperação, como afirmam alguns trabalhadores. A confirmarse, o encerramento terá um impacto de proporções alarmantes nas freguesias de Vermil e Ronfe, onde reside a maior parte dos trabalhadores. Em 2011, a facturação da empresa atingiu os 18 milhões de euros e há precisamente um ano o administrador, Artur Antunes, em entrevista ao RL, mostrava-se cauteloso quanto à boa

saúde da empresa. “Estamos bem, dentro da conjuntura. O país está a lutar e nós também. A indústria hoteleira já não trabalha à noite e nós vivemos dela. A situação não é crítica mas

se começar a afundar, eu não faço milagres. Não penso despedir ninguém, esta é uma empresa que evita despedir”, garantia o empresário na edição do RL de Abril de 2012. A Casa do Papel existe

desde 1986 e está em Ronfe há 14 anos. Foi PME Líder no ramo do papel e de artigos de hotelaria. Outra empresa do grupo, a Valpratos, já deixou de laborar.

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Luís Pereira


REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2013 • 9

ANTÓNIO SOUSA | PRESIDENTE DA JUNTA DE RONFE O RL faz a defesa do pluralismo, dá voz às comunidades das freguesias, funcionando como veículo de divulgação das aspirações do seu povo, dando a conhecer o que de mais relevante se passa em cada uma delas. A existência do RL é de relevar pelo contributo que dá à ligação e manutenção de laços de familiaridade, muito particularmente com os deslocados e emigrados que têm neste jornal uma fonte de informação que os mantém “ligados” a casa”.

Castelões Pedro fez vídeo para músico dos States A montagem foi feita com apoio da D a l ila Fernandes”, explica o jovem. D e pois de carregar o vídeo no Youtub e , Pedro Ferreira enviou o link para o a r t i s t a d a F l o r i d a e p a ra o j ú r i . N o passado dia 11, ficou a saber que o s e u t ra b a l h o t i n h a s i d o o e s co l h i d o . “ F i quei, naturalmente, contente. Não t i n h a m u i t a s ex p e c t a t i va s d e g a n h a r p o r que a concorrência tinha qualidad e ” , confessa . Pe d ro Ferreira espera que o prémio o ajude a entrar no mercado de trabalho, e m Junho, no f inal da licenciatura , e que ajude também os colegas “actores”, que estão desempregados. “Qualquer trabalho na área do design, vídeo ou publicidade. Em último caso, i r e i ra para o 0estrangeiro”, refere. Enquanto isso, Pedro trabalha , a co nvite da Câmara de Famalicão, num documentário sobre o 25 de Abril com entrevistas a duas pessoas de cada uma d a s 49 freguesias do concelho sobre a Revolução e que será exibido em Abril n o Centro de Estudos Camilianos, em C e i de. L .P.

O videoclipe premiado pode ser visto no canal do realizador no Youtube (youtube.com/pzimmer) e nas plataformas da Internet do artista norte-americano Numonics.

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P

e d ro Z i m a n n ( n o m e a r t í s t i co d e Pe d ro Fe r r e i ra , d e C a s t e l õ e s ) ve n ce u u m co n c u r s o d e vídeo lançado por um músico nor t e - a m e r i c a n o . O v i d e o c l i p e d e s t e jovem de 24 anos foi escolhido e p r e m i a d o co m 5 0 0 d ó l a r e s , d e e n t r e m a i s d e 5 0 a co n c u r s o , p a ra i l u s t ra r o te m a “ M y O t h e r L ove ” , d o d i s co d e Numonics (o tal artista que ocupa o “ top 1 0 ” d o s m a i s o u v i d o s n a F l o r i d a , Esta d o s U n i d o s ) . A es t r e i a d e Pe d ro Fe r r e i ra n a á r ea d o v í d e o o co r r e u e m co n t ex t o d a l i ce nciatura em Design Gráfico. Quando viu, na Internet , o desafio lançado por N u m o n i c s , d e c i d i u c o n c o r r e r. E s c o lhe u o t e m a , e l a b o ro u a “ s t o r y b o a r d ” (esp é c i e d e g u i ã o ) e fo i p a ra o t e r r e n o f ilm a r d u ra n t e q u a t ro d i a s , e m Jo a n e , Escudeiros e Braga . Os amigos António Soa r e s , d e Jo a n e e Nu n o Fe r r e i ra , d e Ver m o i m , s ã o o s a c t o r e s . “A n a r ra t i va b a s e i a - s e n a v i d a d e d o i s criminosos. Os “actores” desempen h a m p a p é i s s i m p l e s , j á q u e s e t ra t a de um videoclipe (cerca de dois minut o s d e d u ra ç ã o ) e n ã o d e u m f i l m e .


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REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2013 • 11

ANTÓNIO CARVALHO | PRESIDENTE DA JUNTA DE SANTA MARIA “O RL pode e deve dar a conhecer ao poder Municipal o ponto de v i s t a d a s p e s s o a s , p o i s e s t e p o r v e z e s n ã o c h e g a l á . Pa r a b é n s p e l a persistência demonstrada , resistindo a todas as arduidades. Que este trabalho perdure, com imparcialidade e o profissionalismo possível (pois sei que o jornal vive quase da paixão de alguns) que nos têm habituado”.

Mais apostas na casa dos milhões

Luís Pereira

O

café de Mogege onde, no passado dia 12, foi registado o boletim do primeiro prémio do Euromilhões, tem registado um aumento de clientes e de apostas. O dono, Pedro Melo, admite que a presença de “caras novas” no estabelecimento e um aumento de apostas no principal jogo da Santa Casa, são consequências do prémio de 15 milhões. O café teve o seu momento de fama por ter sido ali que foi registado o boletim vencedor. “As conversas aqui no café giram em torno de quem terá sido o sortudo. É impossível saber se a pessoa não quiser identificar-se. Nem conseguimos deduzir se foi ou não para um apostador de Mogege porque registam-se aqui apostas de dezenas de trabalhadores das fábricas à volta e uma grande parte não é de Mogege”, assegura Pedro Melo. O proprietário da casa que herdou do pai não tem parado nos últimos dias num corridinho de jornalistas que alterou a rotina. “É uma publicidade gratuita enorme”, admite Pedro Melo, salientando que um dos prémios portugueses ter sido registado em Mogege “é extraordinário”. Quando ficou a saber que o totalista tinha registado a aposta no seu estabelecimento, Pedro Melo nem quis acreditar. “Foi uma grande alegria”, confessa. Este foi o primeiro grande prémio registado no café de Mogege. O melhor palmarés da casa, ainda no tempo em que a gerência era do pai, foram dois primeiros prémios do Totoloto: um de 30 mil contos (150 mil euros) e outro de 12 mil contos (60 mil euros). Nada que se compare aos 15 milhões de euros do passado dia 12.

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O café onde foi registado o primeiro prémio de 15 milhões de euros do Euromilhões, em Mogege, tem verificado um acréscimo nas apostas


12 MARÇO DE 2013 • REPÓRTER LOCAL

JOANE | ALUNOS DA SECUNDÁRIA PREMIADOS Bruno Vieira e Pedro Silva (na foto), alunos do Curso Profissional de Informática de Gestão da Escola Secundária de Joane, conquistaram o quarto lugar num concurso nacional de programação informática promovido pela Universidade de Aveiro. No passado dia 8, em Aveiro, estiveram 31 equipas (62 alunos de 14 escolas secundárias), tendo a de Joane alcançado a quarta posição.

pousada • romaria

Santa Apolónia Jovens voluntários mantêm tradição Capela renovada A festa de Santa Apolónia deste ano tem um atractivo extra . O tecto e os altares da capela da padroeira , conhecida por “santa dos dentes” , foram restaurados nos últimos meses e os fiéis poderão v e r, p e l a p r i m e i r a v e z , durante a festa , o resultado das obras feitas pela C o m i s s ã o Fa b r i q u e i ra e q u e c u s t a ra m 4 5 m i l e u ro s , 10 mil dos quais comparticipados pela Câmara de Fa m a l i c ã o . Luís Pereira

O

que leva Cristina e Filipe Silva, um jovem casal de Pousada de Saramagos, a dedicarem-se, com alguns amigos, à organização da principal festa da freguesia? A resposta é simples: a devoção a Santa Apolónia e o amor à terra. Ela é uma veterana – leva já quatro edições da festa no currículo -, mas ele estreou-se em 2012, convencido pela companheira. Resultado: Filipe ganhou-lhe o gosto e este ano figura de novo na comissão que não se poupa a esforços para fazer da Santa

Apolónia uma das mais populares romarias da região. Basta olhar para o cartaz: Toy e Quim Barreiros. Por detrás há meses de trabalho, iniciado em Novembro, e “muitas consumições” para arranjar patrocinadores. “A crise não impediu as pessoas e as empresas de contribuírem”, refere Cristina Silva. As dificuldades, diz o casal, existem mas não serão nunca pretexto para desistir da organização, “uma paixão” que dá trabalho mas que permite criar muitos amigos. “Uns vão ficando e puxam os outros. Tenta-se sempre meter gente nova para dar continuidade”, diz Cristina.

A Santa Apolónia, adianta, “é a festa da freguesia e dificilmente acabará, haverá sempre alguém para lhe dar continuidade”. A prioridade é arranjar dinheiro para pagar as despesas. Quanto maior for o financiamento, melhor será o cartaz. Este ano, contudo, a tarefa até está facilitada uma vez que o juiz da festa assumiu pessoalmente o pagamento do cachet à principal estrela,Toy. O orçamento da festa é de 22 mil euros e a receita resulta do peditório na freguesia, dos patrocínios, dos “comes e bebes” na sede da Junta, do leilão e das taxas pagas pelos comerciantes presentes

no recinto. Uma coisa é certa, diz Cristina: “No dia da festa é preciso ter o dinheiro para os artistas, caso contrário, eles não actuam”. A Santa Apolónia (no fim-desemana a seguir à Páscoa) atrai milhares de pessoas. Este ano a perspectiva-se uma enchente face ao cartaz. Como boa romaria minhota que é, mistura o sagrado e o profano de forma evidente. Veja-se o programa: grupo de concertinas de Airão Santa Maria e fogo-de-artifício, na sexta; Toy, banda “CiKlone” e fogo-de-artifício com música, no sábado; missa, procissão e Quim Barreiros, no domingo.


REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2013 • 13

FRANCISCO SÁ | PRESIDENTE DA JUNTA DE CASTELÕES “Um jornal como o RL é de grande importância para promover e defender os legítimos interesses das populações. É um verdadeiro aliado quer do Poder Municipal, quer do Poder Local, porque dá conta de situações que de outra maneira seria difícil denunciar ”.

LOCALIDADES

vermil • autarquia

Câmara pode deixar de financiar Casa Mortuária Luís Pereira

A

Casa Mortuária de Vermil pode não ficar concluída tão cedo. A Câmara de Guimarães continua à espera de três milhões de euros do Governo e o atraso pode origi nar problemas em função da Lei dos Compromissos. A Casa Mortuária, orçada em mais de 110 mil euros, esteve sempre dependente do apoio da Câmara. Reconhecendo que o presidente da Junta, Armando Vidal, “tem feito tudo para resolver o problema”, António Magalhães realça que “a Lei dos Compromissos” pode obrigar a alterações, porque “limita muito a

acção das Câmaras”. No caso de Guimarães pode impedir “um contributo como gostaríamos” para a obra de Vermil. O presidente da Câmara critica, contudo, a forma como a Junta lidou com o processo. “Obras com alguma dimensão têm que contar com um trabalho municipal de base, o que não se verificou desde o início por culpa da Junta, que deveria ter trabalhado em rede com a Câmara de Guimarães”, para evitar “deitar tudo por água abaixo”. Segundo António Magalhães, Vermil não seguiu os trâmites necessários e por isso a Casa Mortuária consta dos “novos projectos”

municipais. Confrontado com estas declarações, Armando Vidal espera que a Câmara respeite o que consta do protocolo assinado com Vermil. “Falta metade do dinheiro. O que temos dá para a placa, depois logo se verá”, diz, adiantando que será “um desgosto” se a capela ficar por acabar, até porque em Outubro deixa funções e não esconde que gostava de sair com obra para mostrar. “Se não conseguir acabar, desejo que os que vierem a governar esta terra o consigam”, diz. M U I TA H I S TÓ R I A

Armando Vidal (PSD-PP) chegou à Junta em 2005

determinado a concretizar um projecto já com 16 anos, do seu antecessor, Josias Carvalho, do PS, para uma Casa Mortuária. O projecto foi prioridade no programa de 2008, mas não avançou porque a Junta considerou-o “inviável”. Regressou ao plano de 2009, ano da reeleição de Vidal, mas pouco se avançou, apenas o desaterro. Em 2010, a Junta adoptou novo discurso: a Casa Mortuária “é para se ir fazendo” em função dos apoios da Câmara (AF de Abril de 2010). O ano terminou e a Junta tinha toda a oposição a exigir contas pelo atraso, e Armando Vidal continuava a garantir que a obra seria

terminada. O “sonho” de Vidal parecia, finalmente, ganhar forma no Verão de 2011, com a aplicação da estrutura metálica e com novo apoio da Câmara (10 mil euros). Mas o sonho passou a pesadelo dois meses depois: pressionado pela oposição, o autarca foi obrigado a confessar, na AF, o envolvimento da sua empresa na obra. A polémica instalou-se (ver caixa) e a obra parou. Em Abril de 2012, a Junta aguardava protocolo com a Câmara de 112,5 mil euros. “Porque razão a obra está parada há tanto tempo? Só se fez a parte do ferro porque alguém tinha interesse nisso?”, questionou Abílio Oliveira, do PS.

O ponto mais polémico surgiu quando se ficou a saber do envolvimento da empresa do presidente da Junta na empreitada . A empresa de que Armando Vidal é gerente executou os trabalhos de serralharia , subcontratada por outra , que Vidal, na qualidade de presidente da Junta , contratou por ajuste directo para executar a obra . A oposição acusou-o de infringir a lei. Pressionado, o autarca acabou por afirmar que os trabalhos da sua empresa eram “oferta” à freguesia . Agora , a Câmara de Guimarães coloca sérias reservas à forma como a Junta PSD-PP conduziu o processo. O que se seguirá?



REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2013 • 15

AUTÁRQUICAS 2013

JOAQUIM PEREIRA | PRES. JUNTA OLEIROS “O RL contribui muito para que a população de Oleiros fique esclarecida sobre o que se passa na região. As Câmaras estão atentas ao jornal e ao que este noticia. Continuem com o bom trabalho e a fazer melhor pelas populações”.

VERMOIM • candidatos

Soluções de continuidade Secretário da Junta é opção do PSD-PP. PS volta a apostar em José Azevedo Luís Pereira

M

De cima para baixo: Manuel Carvalho (PSD-PP); José Azevedo (PS) e Carlos Azevedo (CDU)

anuel Carvalho, actual Secretário da Junta de Freguesia de Vermoim, foi convidado pela coligação PSD-PP para encabeçar a lista às próximas eleições autárquicas, mas remete uma decisão para Abril. Carvalho sempre foi visto como o “braço direito” de Xavier Forte, presidente da Junta de Vermoim, com quem esteve nos últimos três mandatos. Impedido pela lei de concorrer de novo, Xavier Forte não esconde a preferência pelo seu Secretário. Internamente, a disputa pelo lugar de cabeça de lista envolveu Carvalho

e Licínio Pinto, também ele membro do actual executivo, mas o primeiro conseguiu reunir os apoios da concelhia de Famalicão do PSD e do líder da Junta de Vermoim. No PS, há mais de um ano que José Azevedo se assume como candidato em Vermoim (isso mesmo ficou claro na entrevista que deu a este jornal), repetindo o desafio de 2009. O candidato tem trabalhado na formação da equipa e acredita que este ano o PS tem todas as condições para vencer (o que não acontece há 12 anos), até por causa da saída de cena de Xavier Forte. Por decidir está a recandidatura de Carlos Azevedo

pela CDU, candidato em 2005 e 2009. Contactado pelo RL, o actual deputado na Assembleia Municipal de Famalicão recusou confirmar a recandidatura, lembrando que a revelação dos candidatos da coligação no concelho está agendada para o dia 25 de Abril. Carlos Azevedo não é militante do PCP mas tem-se revelado um independente importante no panorama comunista do concelho. Azevedo foi eleito em 2005 para a Assembleia de Freguesia de Vermoim, lugar que perdeu para o PS nas últimas eleições, em 2009. Em contrapartida, conseguiu, nesse mesmo ano, a eleição para a Assembleia Municipal.

união de freguesias • candidatos

PS anuncia este mês o nome do cabeça de lista Domingos Bragança, presidente da concelhia de Guimarães do PS e candidato à Câmara vimaranense, não confirma ainda António Carvalho, presidente da Junta de Airão Santa Maria, como candidato socialista à União de Freguesias de Santa Maria, Vermil e Airão S. João. A escolha, adianta, será feita entre António Carvalho, de Santa Maria, e Domingos Forte, de Airão S. João, a que se juntará

a representante escolhida pelo PS em Vermil. Trata-se, apurou o RL, de Marlene Fernandes, que tem forte ligação aos movimentos paroquiais de Vermil e já integrou a Assembleia de Freguesia. Entretanto, Domingos Bragança afasta de vez os rumores de uma eventual participação de Armando Vidal, presidente da Junta de Vermil, do PSD, no figurino da lista do PS para as eleições autárquicas

de Outubro na nestas freguesias. “Armando Vidal tem uma relação cordial com a Câmara de Guimarães mas não fará parte das listas do PS. Nunca houve contactos neste sentido”, afirma Domingos Bragança. Marlene Fernandes é a segunda mulher escolhida pelo PS para listas nas freguesias da área do RL, depois de Adelaide Silva em Ronfe.

joane • polícia

Guias assaltadas seis vezes em dois anos Em dois anos, a sede do núcleo de Joane das Guias de Portugal já foi assaltada e vandalizada por seis vezes. O último caso aconteceu no passado dia 15 de Março: as janelas da sede, no salão paroquial, foram partidas. ”A situação começa a deixar-nos desmoralizadas. Somos uma associação sem fins lucrativos, temos vendido biscoitos para angariar dinheiro suficiente para repor as tendas que nos roubaram (e que são dispendiosas) e temos de o gastar a “compor” a sede sempre que alguém decide ir para lá vandalizar”, refere Ana Monteiro, chefe da I Companhia de Joane. Os assaltos começaram a registar-

se em 2010. Desde então, têm sido registados dois furtos por ano. “Para além de espalharem tudo pelo chão, incluindo bens alimentares, espalharam sacos de lixo. Em 2011, numa das duas “visitas” roubaram-nos duas tendas novas conseguidas com tanto esforço para substituir as que tínhamos”, relata a dirigente. A GNR de Joane tem registado as ocorrências sem que, até à data, tenha descoberto os autores. “Tentamos ir “barricando” a nossa sede e melhorar a sua segurança. Tudo o que tínhamos de valor como materiais de campismo, materiais guidistas, retirámos e guardámos em nossas casas”, conclui.

C A S T E LÕ E S Bruno Campos, independente pelo PS Bruno Campos é o candidato d o P S p a ra a J u n t a d e F r e g u e sia de Castelões, rendendo o veterano Francisco Sá, que já cumpriu três mandatos e está, por isso, impedido por lei de nova candidatura . Tr a t a - s e d e u m a u t a r c a d e 3 1 anos, geógrafo de profissão, q u e i n t e g ra o E x e c u t i v o l o c a l desde 2005 com o cargo de Secretário. Bruno Campos está no terreno a estabelecer os contactos para formar a lista mas não se esperam novidades em relação à equipa actual. “Não parto em vantagem em relação a candidaturas adversárias só porque estou na Junta desde 2005. Seria errado entrar para a campanha a pensar o contrário”, considera Bruno Campos. Francisco Sá, actual presidente da Junta , é considerado, mesmo pelos adversários, um “autarca-modelo”, e isso é “uma grande responsabilidade” que pesa sobre os ombros de Bruno Campos. “Sei que posso contar com o seu apoio, ele já fez saber que continuará a estar disponível para ajudar a freguesia e isso é muito bom”, assegura o candidato independente apoiado pelo PS. Entretanto, o actual presidente da Junta , Francisco Sá, é um dos muitos autarcas impedidos por lei de encabeçarem novas candidaturas. O seu trabalho em Castelões não passou despercebido não só ao PS, que lhe deu o apoio nas três candidaturas, como t a m b é m à c o l i g a ç ã o P S D / P P. O RL apurou que Francisco S á f o i co n v i d a d o a e n c a b e ç a r listas do PS e do PSD/PP em três freguesias do concelho d e Fa m a l i c ã o : G a v i ã o , o n d e é funcionário da Junta local, em Requião e em Mogege. A todas, Francisco Sá disse não e o mais provável é que figure na lista do PS na terra onde foi presidente de Junta durante 12 anos.


16 MARÇO DE 2013 • REPÓRTER LOCAL

DISCUSSÃO A c a n d i d a t u ra P S D - P P à Ju n t a d e Jo a n e a c u s o u a Ju n t a d e t e r r e c u s a d o c e d e r o A u d i t ó r i o d a a n t i g a s e d e d a a u t a r q u i a p a ra a r e a l i z a ç ã o d o Fó r u m . A Ju n t a d i z q u e s e l i m i t o u a s e g u i r o r e g u l a m e n t o . L e i a o s a r g u m e n t o s d e u m e d o o u t ro l a d o .

AUTÁRQUICAS 2013 OPINIÃO JOANE • fórum

Associações querem mais atenção Luís Pereira

A

s associações de Joane têm um défice de cooperação. Esta foi uma das ideias saídas do “Fórum por Joane” promovido por Xavier Oliveira, candidato do PSD-PP à Junta de Freguesia, no dia 29 de Março, no átrio do Centro Cultural. Custódio Fernandes, presidente da Associação Coral Divino Salvador, Bernardino Peixoto, dirigente do Grupo Desportivo de Joane e Francisco Melo, director geral da ATC (em substituição de Custódio Oliveira), compuseram o painel. Perante algumas dezenas de pessoas, o Fórum traduziu-se na apresentação dos problemas com que se debatem as três associações representadas.

Francisco Melo acabou por alargar o debate aos problemas das associações. Considerando que “o associativismo é a forma de participação democrática que mais contribui para o desenvolvimento de Joane”, Melo acusou, contudo, as “lógicas de competição entre associações que nem sempre são saudáveis”. Custódio Fernandes aproveitou para criticar a não atribuição ao Coral de uma sala nas escolas primárias, alegando que isso vai “fazer com que a associação perca a certificação para continuar a dar as aulas de inglês”. Bernardino Peixoto lamentou a falta de colaboração dos joanenses com o clube, traduzida no número de sócios (500) que considera “muito baixo” para um clube que “merecia ter pelo menos um

sócio por cada casa”. O GDJ, adiantou, vive com dificuldades financeiras e precisa urgentemente de construír um novo balneário e um campo de relva sintética, faltando para tal um outro olhar por parte do poder local e municipal. “Outros clubes há que nada lhes falta. Está na hora de olharem para o Joane, que tem cada vez menos receitas”, afirmou.

O papel do Estado nas associações dividiu o painel. Custódio Fernandes considera que as associações substituem o Estado em iniciativas que este se demite de promover e que, por isso, o poder local tem por obrigação dotar as associações de apoio financeiro. Visão diferente tem Francisco Melo: “as associações devem também ser pró-activas

porque o Estado não tem que fazer tudo, tem é a obrigação de promover a cooperação”, disse. A terminar, o candidato do PSD/PP, Xavier Oliveira, salientou que a Junta de Joane deve ter papel determinante na cooperação entre associações e anunciou novo Fórum dedicado às mulheres joanenses, no dia três de Maio.

Auditório Público

Candidato envergonhado

Ricardo Guedes | Membro do Núcleo de Joane do PSD

Luís Santos | Vogal da Junta de Joane

Xavier Oliveira solicitou formalmente à Junta de Freguesia de Joane o espaço da antiga sede da Junta para a realização de um fórum de discussão sobre assuntos de interesse para a freguesia. Em ofício assinado pelo seu presidente, a Junta de Freguesia recusou-se ceder o espaço, referindo que o pedido “não se enquadra em nenhuma das situações em que a Junta de Freguesia deliberou para autorizar a cedência”. Em primeiro lugar, gostaria de denunciar a nulidade da alegada deliberação, uma vez que a competência para estabelecer normas de administração do património da freguesia é da Assembleia de Freguesia e não da Junta de Freguesia. A exemplo de outros equipamentos, existe a obrigatoriedade de um regulamento (devidamente aprovado pela AF) que regula a cedência do espaço, documento esse que não existe porque o PS recusou-se a agendar em sede de AF, recusando a proposta do PSD. Fico perplexo com a recusa do Presidente de Junta em ceder as instalações da antiga sede da Junta, que são públicas, para a realização de um fórum de discussão com os Joanenses. Tanto mais que no passado o mesmo presidente de Junta cedeu o referido espaço aos seus “camaradas” de partido aquando das eleições para a comissão política do PS de Famalicão,

demostrando assim dois pesos e duas medidas nas suas decisões. Desta forma o Presidente da Junta, ao recusar ceder as instalações para a realização de um fórum para discutir assuntos que interessam às populações, adoptou uma postura discriminatória. Este equipamento é público e foi devidamente solicitado, o Sr. Presidente da Junta ao recusar ceder a sala da antiga só porque é um evento organizado pela oposição foi antidemocrático, e revelou uma atitude lamentável de retaliação partidária que não dignificou a instituição a que ainda preside.

Os últimos acontecimentos confirmam o que os joanenses há muito suspeitavam: o PSD de Joane mostra alguma vergonha do seu candidato à Junta e o seu candidato tem uma imensa vergonha em se assumir como candidato do PSD à Junta. A vergonha tem inicio na sua carta de apresentação, em que, encapotado de suposta independência, o candidato escolheu cores neutras para a sua carta aos joanenses, ocultando totalmente as siglas dos partidos que o apoiam. Essa vergonha revela-se agora com clara evidência com a realização do Fórum e, pasme-se, pelo pedido dirigido à Junta para c e d ê nc i a d o a u d i t ó ri o d a a n t i g a s e d e . Após a sua inauguração a 25 de Abril de 2012 (altura em que começou a funcionar como auditório) a Junta aprovou em reunião um conjunto de regras básicas para o seu uso, que vigorarão até aprovação de regulamento. Ficou estipulado que o auditório só seria cedido a instituições da Vila com pedidos devidamente fundamentados, e que poderiam também ser realizadas acções de formação se solicitadas por pessoas colectivas, estando vedada a cedência para actos públicos de ordem política. Porquê este conjunto de regras? Imagine-se que todo e qualquer cidadão de Joane ou de freguesias vizinhas se lembrava de solicitar o auditório para uma venda em grupo, uma reunião familiar, uma sessão de marketing, um fórum, e por aí adiante! A Junta teria que ceder o auditório sob sua administração a todo e qualquer cidadão que o solicitasse? Todos concordamos

certamente que não. No entanto, e apesar disso o cidadão candidato sentiu que devia ter um tratamento especial. Vejamos: na Junta apenas deu entrada um requerimento subscrito em nome pessoal e singular do cidadão candidato do PSD, para a cedência do auditório no dia 29. Foi o referido cidadão, por ofício, convidado a reformular o pedido para cumprir as regras básicas. Não satisfeito, e sentindo-se merecedor de tratamento especial, o cidadão em causa, singularmente, sem fazer referência a qualquer partido, coligação ou movimento, respondeu, acrescentando ao pedido apenas que tal fórum pretendia dinamizar uma discussão cívica sobre assuntos de interesse para a freguesia e joanenses, aberta a toda a população. Tal pedido foi indeferido uma vez que o mesmo não cumpria os requisitos da deliberação da Junta. Aqui se revela a vergonha do PSD Joane e do seu candidato. O PSD que nada tinha solicitado à Junta, e não é o promotor da iniciativa, inicia a sua estratégia de vitimização. Tem vergonha de solicitar um auditório para um evento seu e do seu candidato, mas vem em defesa desse candidato que se envergonha, que assim se refugia pela primeira vez nas siglas que nunca assumiu. Ao PSD de Joane não chega exigir aos outros o cumprimento das regras. Tem de começar primeiro a cumprir as existentes, e perder a vergonha de assumir um candidato, que mostra também ele, vergonha de representar o PSD de Joane.


REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2013 • 17

por D. VIRINHA

dispensado atravé s do jornal? O p r e s i d e n t e d a J u n t a d e Ve r m i l , o e m p r e s á rio Armando Vidal, tem anunciado algumas vezes que não tem pretensões a continuar na vida autárquica. Mas a julgar pelos últimos zunzuns, mesmo que tal aconteça , não deixará de dar os seus “puxões de orelhas” finais e de exigir ter “uma palavra a dizer”. O a u t a r c a f i c o u s u r p r e e n d i d o a o l e r, n o último jornal, o anúncio feito pelo seu delfim, Marçal Mendes, de que seria, alegadamente, o cabeça de lista do PSD-PP à União de Freguesias de Airão Santa Maria , A i r ã o S . J o ã o e Ve r m i l . O M o s q u i t o p r e senciou há dias um desabafo de Armando Vidal, dirigido ao PSD de Guimarães: “Olha! Fui dispensado pelo jornal!”. Será que Armando Vidal não vai retirar-se da vida autárquica?

PSD-PP de g uimarães repree nde psd-pp do gover no

pornografia intelectual Pol ít ic a e p o rn o gra f ia nã o s ão dois termos que casem muito bem. E sempre que surgem juntos ou prenunciam algum escândalo ou resultam de desabafos acalorados. Mário Martins, outrora um dos destacados estrategas do P S e m Fa m a l i c ã o - n o c o n s u l a d o de Agostinho Fernandes - usou as duas palavras para enviar um recado para o interior do PS:

“Não considero normal é que muitos daqueles que viam “Deus no Céu e Sócrates na Te r r a ” , q u e e s t a v a m d i s p o n í veis para cometer “harakiri” pelo ex-primeiro-ministro, tenham agora exactamente os mesmos sentimentos por António José Seguro! Isto é intelectualmente pornográfico e politicamente intolerável!”

A candidatura do PSD-PP à Câmara de Guimarães acaba de dar um bom exemplo de independência ao conceber uma estratégia promocional que constitui um claro puxão de orelhas ao PSD-PP do Governo. Nos outdoors do can-

didato da coligação espalhados pelo concelho, são evidentes os recados enviados ao Governo: “Primeiro as Pessoas”; “Captar Investimento, Promover Emprego”... Uma boa forma de sugerir mudanças de rumo!

DOMI NG OS BRAGANÇA , o ca ndidato do ps à Câ mara de g uimarães , confessou no faceb ook que a nda a ler poesia chinesa . espera -se que nã o esteja a ficar com os olhos em bico com a cam Pan ha!

OPINIÃO

Doze anos, dois rostos Fernanda Faria

Ex-presidente PSD Joane

Este é o meu primeiro artigo de opinião, de muitos que se avizinham por aí, no Repórter Local que completa nesta edição 15 anos ao serviço da região. Ao longo destes 15 anos, o RL acompanhou o desenvolvimento dos concelhos na sua área de abrangência e imprimiu nas suas páginas os acontecimentos que hoje fazem parte da história da região. Apesar das dificuldades que certamente existiram ao longo destes anos, o trabalho sempre foi feito e superado. Pa-

rabéns! O tema escolhido para este artigo não podia deixar de ser Joane! Ao longo destes 12 anos tivemos dois rostos: o Dr. Ivo Sá Machado, presidente da Junta de Freguesia de Joane, e o Arq. Armindo Costa, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, que durante esses mandatos estiveram de costas voltadas e com isso perderam todos os Joanenses e Joane. Um teve um lapso de memória do que prometeu

nos discursos empolgantes e de multidão, o outro andava ocupado em arranjar um melhor emprego e protagonismo esquecendo-se da sua freguesia, Joane. Joane para estes dois homens esteve sempre em segundo plano, nunca foi uma prioridade, porque senão, teriam conseguido por as divergências políticas de lado e pensar nos Joanenses que votaram neles, que lhes incumbiram tarefas, que acreditaram neles e que hoje ao longo destes 12

anos se sentem defraudados e enganados! O Sr. Presidente de Câmara e restantes Vereadores sempre apregoaram: “apoiamos os nossos autarcas, todos, e revemonos na actuação de todos os autarcas. São autarcas modelo e temos o prazer de poder contar com eles todos”. Tiveram aqui mais outro lapso de memória: o autarca de Joane não é um autarca modelo, longe disso, e penso não se reverem na sua actuação, porque em muitos

momentos o demonstraram, como por exemplo nas várias ausências do Sr. Presidente de Câmara em actos importantes de Joane. Por conseguinte, esperemos que os próximos rostos que se avizinham sejam diferentes, apesar da escola ser a mesma, não tenham lapsos de memória e que tenham cuidado com o que vão apregoar quando em Outubro nos vieram bater à porta, porque eu não vou ser branda...



artes marciais • troféu

atletismo • EARO

Campeão mundial é de Joane

Torneio em Braga

O campeão do mundo em iniciados de artes marciais é de Joane. Bruno Oliveira representa a Academia Alex Ryu Jitsu de Joane e conquistou o título em Segóvia, Espanha, no passado dia 17, no decorrer do Campeonato Mundial de Artes Marciais. No campeonato, organizado pela ICKKF/FEAM World Championship All Styles, a Academia joanense fez-se representar por dois atletas no escalão de iniciados, que integraram a selecção da Federação Portuguesa Alex Ryu Jitsu. Neste escalão, os joanense disputaram o título com 34 atletas, em Rumble Sparring (combate). Bruno Oliveira acabou por se destacar ao vencer o combate final a um adversário espanhol, que jogava em casa. O grande desgaste da fase de eliminatórias não impediu Bruno Oliveira de trazer para Joane o título de campeão mundial. A Academia salienta que Bruno Oliveira combateu numa das classes mais disputadas no Mundial.

Maria João, atleta infantil da Escola de Atletismo Rosa Oliveira (EARO), de Joane, venceu a sua série nos 600 metros do Torneio de Abertura em pista ao ar livre, com o tempo de 1.52:47. O torneio decorreu a 23 de Março no Estádio 1.º de Maio, em Braga e alguns atletas da equipa joanense bateram os seus recordes pessoais. Na prova, Ana Marinho foi terceira e Sara Oliveira foi vencedora de série em 800 metros juvenis femininos, batendo o seu recorde pessoal.

Escapar à descida O GD de Joane só depende de si para permanecer no campeonato nacional de futebol da II divisão. A quatro jornadas do fim, ocupa o 14.º lugar entre as 16 equipas com apenas dois pontos de diferença do “lanterna vermelha”, o Padroense. No passado sábado, o GDJ empatou a uma bola com o Tirsense, num jogo em que o árbitro foi o protagonista ao mostrar dez amarelos à equipa de Francisco Costa (Rui Pereira acabou por ser expulso por acumulação). Nas cinco jornadas jogadas em Março, o Joane conquistou sete dos 15 pontos possíveis (duas vitórias, duas derrotas e um empate).A 28 de Abril, o GDJ joga com o Gondomar (12.º); antes, já no próximo domingo, defronta, fora, o Varzim (8.º) e no dia 14 recebe o Amarante (13.º), jogando fora com o Boavista (10.º) a penúltima jornada da época.

atletismo • AMVE

Torneio de Pavilhão As equipas benjamins A masculinos e femininos da Associação Moinho de Vermoim (AMVE) foram as vencedoras colectivas do Torneio de Pavilhão organizado pelo Clube de Cultura e Desporto de Ribeirão e Associação de Atletismo de Braga, no dia 16. José Lima foi segundo e Rafael Silva e Inês Marinho, terceiros.

motocrosse • joane

MP nas competições nacionais Rui Ribeiro, Rui Magalhães, João Oliveira e Vítor Mós são as apostas da equipa joanense Moto Penedo Competições (MP) para disputar este ano os campeonatos nacionais de motocrosse. A apresentação da equipa de pilotos para 2013 decorreu em Joane, no passado dia 20, em que foi também anunciada a participação nos campeonatos nacionais de MX e SX, e no Troféu Norte e Campeonato Regional Norte PentaControl. João Oliveira, o mais jovem piloto da equipa (13 anos), vai competir no Campeonato Nacional Mx Iniciados, no Troféu Norte e no Campeonato Regional iniciados com uma KTM 85. Em Honda CRF 250, Rui Magalhães tem no Super Crosse o centro dos seus objectivos, mas alinhará também no Campeonato Regional Norte. Vítor Mós estreia-se em simultâneo em quatro provas nacionais com uma Kawasaki KFX 250:

FUTEBOL • GD JOane

Campeonatos Nacionais de Motocross e Supercross, Troféu Norte e Regional Norte PentaControl. A MP ompetições participou, entretanto, com três pilotos, na primeira prova do Na-

cional de Mx, em Freixo de Espada Cinta, destacando-se João Oliveira (iniciados), com o 2.º lugar. No Nacional Mx 2 Open alinharam os pilotos Vítor Mós e Rui Magalhães.

FUTEBOL • DESP. RONFE

Subir está fora das ambições do clube A subida não faz parte dos planos do Desportivo de Ronfe no arranque para a segunda fase do campeonato da III Divisão Nacional de Futebol. Mas, garante o treinador Eduardo Pereira, “ganhar continua a ser o objectivo de cada jogo” para provar que o clube de Ronfe não é “o coitadinho deste campeonato”. Realista, o técnico lembra que dos seis clubes que podem disputar a subida “o Ronfe é o que está menos preparado e o que tem menos estrutura”. Os restantes, salienta, “são equipas de capitais de distrito e algumas já assumiram a luta pela subida”. A III Divisão vai desaparecer na próxima época e as limitações financeiras do clube “são entraves” a pretensões mais ambiciosas, mais do que consequência de “falta de motivação da equipa técnica e dos jogadores”.O plantel, as lesões e castigos dos jogadores aumentam as dificuldades do clube para os nove jogos que faltam até ao final do campeonato. “Não há recursos financeiros que permitam reforçar a equipa. Temos 20 jogadores e é com esses que jogaremos. Até aqui se percebe a diferença para os nossos adversários”, conclui o treinador.

ANDEBOL • AC Vermoim

Goleada em Felgueiras A equipa infantil feminina do ACV Andebol Clube goleou o CA Barrosas. O resultado favorável a equipa de Vermoim de 29-1 foi obtido em Felgueiras. Já no jogo caseiro, as atletas do escalão juvenil ganharam frente às vizelenses do Callidas Club por 18-6.



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