Jornal Repórter Local

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Ronfe •

págs. 10 e 11

Conheça a invejável colecção de rádios antigos de José Ribeiro Nº 145 • ANO XIII • ABRIL 2011 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE

www.facebook.com/reporterlocal/

OPINIÃO • págs. 17 e 18

Sá Machado responde a Nuno Melo em defesa de Fernando Moniz

“Quem está em falta no Urbanismo é a actual Câmara”

JOANE | p. 060

Sem cruzeiro, trânsito mais complicado no centro da vila RONFE | p. 07

Junta põe obras na gaveta para reduzir na despesa POUSADAI| p. 04M |

Idosa de 85 anos morreu afogada num tanque público

EM FOCO | p. 03

MARIANA AMARO

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RL MAGAZINE

Joanense na equipa que tenta encontrar cura para Alzheimer Património: O que fazer com o aqueduto de Castelões?

Santa Apolónia: os trabalhos por detrás da festa de Pousada

CASTELÕES | p. 06

Começaram as obras da Casa Mortuária VERMIL | p. 07

Sandra Ferreira: escrita, crianças e idosos

Eleito do PP em vias de perder mandato por faltas



REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 2011 • 3

EM FOCO

CENTRO ESCOLAR DE JOANE São 20 salas de aula com capacidade para turmas com 24 alunos cada uma. Existem outras duas salas destinadas a 50 crianças do pré-escolar.

EDUCAÇÃO

Centro Escolar de Joane: investimento de três milhões de euros pronto a abrir portas O RL foi conhecer o novo equipamento de ensino, que terá capacidade máxima para 480 alunos.

+ DADOS O Centro Escolar de Joane representa um investimento de 3 milhões de euros. É um equipamento modelar. Conheça algumas das novidades.

Refeitório escolar. Condição fundamental para implementar a escola a tempo inteiro.

Luís Pereira

A

empresa ACA já deu por terminada a obra do Centro Escolar de Joane. Os edifícios estão pron tos e já começaram a receber o primeiro mobiliário e as primeiras visitas dos pais. Nos próximos meses, até à abertura do ano escolar, a Câmara de Famalicão, dona da obra, e o Agrupamento de Escolas Bernardino Machado, terão de preparar a transição de todo o 1º ciclo de ensino e o préescolar joanense para a nova casa. “Está previsto em Julho estar tudo pronto para funcionar. Já temos todo o material, faltam apenas alguns detalhes. A rede de transporte escolar para os alunos das zonas mais distantes está a ser preparada com o Agrupamento e a Associação de Pais”, refere Marco Magalhães, do pelouro da Educação do município. Trata-se de três imponentes edifícios cujas condições são unânimemente consideradas de excelência. A preocupação em alguns sectores, hoje é outra: terá Joane crianças suficientes todos os anos para ocupar tanto espaço? “Não vejo, num futuro próximo, necessidade das crianças de ou tras freguesias vizinhas se trans -

“É uma escola de excelência, por isso prevê-se que possa ser procurada por crianças de outras freguesias, nomeadamente de G u i m ar ães”, ad m i t e Marco Magalhães ferirem para o Centro Escolar de Joane. Todas têm dinâmica suficiente para não encerrarem. Previsivelmente, o próximo ano lectivo arrancará, feita a fusão das várias escolas actuais, com 15/16 turmas”, assegura Magalhães. São 20 salas de aula com capacidade para, cada uma, receber turmas com 24 alunos do 1º ciclo. Existem actualmente 346 alunos a frequentar este ciclo de ensino em Joane, menos 130 do que prevê a capacidade máxima do Centro Escolar (480 alunos). O novo equipamento educativo acolhe também a única turma do concelho destinada exclusivamente a alunos autistas ou com multi-deficiência, que hoje funciona, provisoriamente, em Vermoim.

Existem outras duas salas destinadas a 50 crianças do préescolar.“É uma escola de excelência, por isso prevê-se que possa ser procurada por crianças de outras freguesias, nomeadamente de Guimarães”, admite Magalhães. Ao contrário do inicialmente previsto, a entrada principal será feita pela parte junto do cemitério. Quanto a acessibilidades, Junta e Câmara têm procurado soluções, nomeadamente na aquisição de terrenos privados. “Em Setembro todos os acessos estarão prontos. A entrada principal foi alterada porque chegou-se à conclusão que, se os alunos entrassem pela entrada junto à rua de Leognan, o trânsito seria caótico com os utilizadores da escola Bernardino Machado e das piscinas”, explica Marco Magalhães. Durante o terceiro período de aulas, cada uma das actuais 5 escolas primárias farão visitas à nova escola, estando previstas aulas experimentais. Maria Casinhas, da ACA, refere que toda a obra decorreu conforme projectado. “Os únicos problemas foram os iniciais quanto ao terreno. Entraves absolutamente nor mais que estamos já habituados e preparados para solucionar”, garante esta responsável.

20 salas para o primeiro ciclo, 2 para o pré-escolar. Equipadas com quadros interactivos.

Além do recreio coberto de 500 metros quadrados, conta com 2 campos de futebol sintéticos.

Outra novidade: uma ampla biblioteca escolar com 200 metros quadrados de área.


4 ABRIL DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

DÁ QUE PENSAR!

Fórum

Idosa caiu ao tanque e só foi encontrada no dia seguinte Uma mulher de 85 anos foi encontrada morta dentro de um tanque público em Pousada de Saramagos, na segunda-feira, 2 de Maio. A idosa, que estava desaparecida desde o dia anterior, costumava utilizar o tanque público, junto à sua casa, para se abastecer de água e lavar roupa. Naquele dia t e rá id o abas t e ce r-se e , p or qu alqu e r mot ivo, t e rá tropeçado, acabando por morrer afogada. Trata-se de uma mulher conhecida da população, uma vez que há anos que vendia na feira de Joane e era proprietária de uma loja antiga de roupa, na freguesia de Pousada, no limite com Joane. O tanque público em causa era usado quase em ex clusivo pela idosa e há muito que não sofre qualquer tipo de intervenção da Junta de Freguesia local. No local esteve a GNR de Joane bem como os bom beiros de Famalicão. O corpo será autopsiado para determinar as causas da morte.

DIAS DE ONTEM

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Se tiver fotografias que mostrem aspectos que já desapareceram ou efeitos das alterações na paisagem da sua terra , e se as quiser partilhar com os leitores, envie por mail , geral@reporterlocal .com, ou por correio.

o que se diz A FRASE DO MÊS “A freguesia de Castelões precisa de uma Casa Mortuária, apesar de ninguém a querer estrear” Francisco Sá, presidente da Junta de Castelões, ao RL, a propósito da colocação da primeira pedra da Casa Mortuária da freguesia, no passado dia 1 de Maio. “Agora que foram apresentadas as contas dos protocolos realizados com as freguesias em 2010 (...) que dizer desta falta de bom senso? Ribeirão recebeu quase 235 mil euros e Joane recebeu… ZERO! E que dizer deste sectarismo inaceitável para quem se apregoa de democrata?” Sá Machado, presidente da Junta de Joane

JOANE, 1965 A igreja velha de Joane ainda não tinha ido ao tapete, derrubada por um golpe fatal desferido de madrugada . Lá está, na imagem, uma nesga do monumento degradado, com uma das emblemáticas imagens brancas no alto. Em plano mais destacado, o f a m o s o t a i p a l d e m a d e i ra q u e durante anos serviu de parede dos fundos da igreja nova, começada a erguer em 1955. Uma cruz improvisada e uma porta para os f iéis. O resto, faz parte do passado e da memória de muitos: a ramada , o muro e a casa onde hoje existe o adro.

“Na sessão do 25 de Abril da Assembleia Municipal de Famalicão, da esquerda à direita, todos foram capazes de, pela negativa, caracterizar o momento presente do País, sem encontrarem nada de positivo que merecesse ser apontado. O sectarismo é um dado evidente nos políticos locais e nacionais, mas tanto sectarismo enfadonha e empobrece quem fala e quem escuta” Mário Martins, O Povo Famalicense

”O acordo que o Governo conseguiu não mexe no 13.º mês, nem no 14.º mês, nem os substitui por nenhum título de poupança. Não mexe no 13.º mês, nem no 14.º mês dos reformados” José Sócrates, primeiro-ministro demissionário,

“Não é difícil de adivinhar o suspiro de alívio que terá percorrido o País depois de ouvir falar o primeiro-ministro. Segundo José Sócrates, salários e pensões da grande maioria dos portugueses não vão ser cortados, nem se vai mexer nas regras referentes às reformas, nem no salário mínimo nacional este ano. Mas o problema não está no que já se sabe, está no que falta saber Editorial, Diário de Notícias


REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 2011 • 5 R LOCAL

REPÓRTE

• ABRIL DE 2011

•7

te. sobre ambien um fórum l de Joane, AMBIENTE Maio, no Centro Cultura de FÓRUM DO leia do núcleo. ORGANIZA PSD promov e, a 26 se a Assemb do local, realizade Joane no mesmo O núcleo 10 de Maio, Antes, a

PSD JOANE

de perder CDS-PP po de faltas Eleito do excesso de Freguesia Assembleia ato pora quatro sessões da mand areceu ado não comp

VERMIL •

AUTARQUIA

RONFE

O RTA O CINT JUNTA APE UZIR NAS PARA RED DESPESAS despes a

na vai cortar vão f icar de Ronfe pre vistas da A Junta uência s s das obras gãos e alguma . Uma das conseq s dos ór inancia mento membro em motivo na gaveta é o f im do f ia . Com um dato os , s conten ção anual da fregues icos que ompareçam a autarautárqu o c do passeio quase 50 mil euros,“aperta r o tivo, nã A lei de justifica guidas”. ues vai o passivo ssões se berá a Daniel Rodrigdeixar de pagar a três se a que ca quia de na aind semJunta vai entreg ar a organi-. determi to da As pode cinto”. “A vai aos jovens r elemen achado anual e entida des qualque me juventu de passeio ilipe M ato de o caso às defesta da heranç a a quem o mand bleia expor e s , s e n d o q u e a zação da perder deixar S-PP na D t n C tem e t o . to quero e d uma Não comp manda eleito Fredisse o autarcaaponta para cerperda de leia de Tribun al seguir ”, cisão de Assemb O exio de contas ada pelo 90% dos . O proVermil. O relatór na ordem dos de ser decrett i v o p a r a q u e ntados AF) de receu tra guesia ( execuç ão mil euros orçame maiori a não compa t i v a s Adminis pela foi indepe ndente consecu ca de 180 foi aprova do eleitos do duza efeito. do, record e-se, sessões aprese ntou docum entovotos contra dos a quatro FreMacha de não bleia Filipe ser órgão, para a Assem PSD, com ra daquel e ues referiu nem pediu eleito para pela primei ina PS e da CDU.Daniel Rodrig Escolar de Vermil , justific ação tal como determ Em 2005, guesia de , Na sessão, do PSD. istrati va. o do Centro substit uído, ade da Câmara vez, em listaseu Arman do Vidal, tutela admin a AF, se ao project que um a lei da respon sabilid para idente d “melho r o PSD escolh pato, pres de Junta, ado Ronfe, da que será João Pin ue Filipe Mach o, preocu meu pai, actual presid ente a , a o p a s s o ento do garanti ndo a q a ndo, contud manute nção. de list justific a o falecim assegur izado d de ecidiu r cabeça hotel”, mostra aprese ntado e avança com r a c o m o b a p t chado d assegu rar aos custos pedi s e ias não tem ut lipe Ma ndente , ção quanto ter dinheir o para , aponas ausênc s , a m e s a a o Nesta últimamas o q u e F i como indepe ção para s na dia equipa mento” o dia, “Não vamos minha filha. concor rer d o d o i s l u g a r e ntro de nção do r para mudad o ento”, em in que, de rá reuni a manute que fosse acolhim . leições, consegu mbleia i não teve ltimas e da Asse lista tou o autarca o que fazer. cien- pedido F. Nas ú eleito da dmi- A único a o eleito. o a determ inar l diz estar e foi t do u alega to, Macha lei da t º , 2009, P. de manda Já Filipe gundo a rtigo 8. de perda tou Se no seu a n - do CDS-P rativa, te do risco s e g u r e q u e t e n a de ma s. n i s t as em perd ras sessõe embora ncorrem duas primei s c o i n c i d i u “ i adiar as iõe as reun “Uma d

Filipe Mach

PAG. 07 | eleito faltoso Filipe Machado corre o risco de perder o mandato de eleito do PP na Assembleia de Freguesia de Vermil devido a faltas.

Luís Pereira

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editorial Joaquim Forte

ReguiLa

Boas e más notícias De Joane: boas e más notícias. Há uma joanense numa equipa de in vestigadores que acaba de apre sentar um passo em frente no tratamento da doença de Alzheimer; o 25 de Abril passou sem qualquer iniciativa (até o Grande Prémio de Atletismo da AMITORRE foi cance lado por falta de dinheiro); a Feira de A ntiguidades e Velharias foi can celada e espera por melhores dias... A modernidade ao serviço da tradi ção. A Queima do Judas, tradição que perdeu o fulgor de outros anos, pode ser salva pelas novas tecnolo gias, como a Internet? A Associação Teatro Construção de Joane mostra que talvez sim. A as sociação de Custódio Oliveira man teve a tradição da queima do Judas, nas vésperas da Páscoa, mas acres centou-lhe um toque de modernida de, ao colocar na Internet (via You Tube) pequenos filmes com ence nação de algumas quadras do tes tamento de Judas e alertando para algumas situações negativas exis tentes em Joane – o salão paroquial ao abandono, a torre sineira da ve lha igreja, o estado da VIM, a falta de casa de banho no novo Largo 3 de Julho, etc.

Além de inovador, não teve o carác ter tão brejeiro, quase obsceno, de algumas quadras do testamento em papel. E por fim, o FMI. O Governo anun ciou que o acordo com o Fundo Mo netário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu “não mexe no 13º mês, nem no 14º mês, nem os substitui por nenhum título de poupança”. É claro que mexe em muita coisa. Por exemplo, estabelece como meta para Portugal a redução, até às elei ções autárquicas de 2013, do núme ro de câmaras e juntas de fregue sias. Actualmente são 308 Câmaras e 4.259 juntas de freguesia. O assunto vai suscitar, na nossa região, o debate que se impõe. De resto, o RL já iniciou esse deba te, ao lançar para discussão a possí vel fusão de algumas freguesias, no caso concreto, Airão S. João e Airão Sa nta Maria. Mas esse debate ainda mal começou.

MEGAFONE »»» FOGO-CRUZADO

O PSD de Joane acusa Sá Machado, presidente da Junta, de ter enganado os joanenses. Em causa está a alegada ausência do autarca na condução dos destinos da vila desde que, há um ano, assumiu o cargo de vogal na direcção do Centro Hospitalar do Médio Ave e o facto de ter delegado funções no vice-presidente da autarquia, António Oliveira.

NOTA: Esta edição do RL saiu com um li geiro atraso. Pelo facto pedimos desculpa aos leitores e anunciantes.

protagonistas MARIANA AMARO Doutoranda em Glasgow, integra a equipa de investigadores que descobriu um novo método que constitui um avanço na detecção precoe da doença de Alzheimer. Sá MACAHDO O presidente da Junta de Joane resolveu assumir a defesa de Fernando Moniz, que foi alvo de críticas feitas a este jornal por Nuno Melo, presidente da Assembleia Municipal, a propósito do urbanismo na vila. FILIPE MACHADO Foi eleito para a Assembleia de Freguesia de Vermil em 2009, na lista do CDSPP, mas de então até agora já faltou a

OS DOIS LADOS DO MESMO RIBEIRO Com a instalação do supermercado Bolama em Joane, o ribeiro de Cortinhas que corre para o lado de Laborins foi reabilitado. Mas basta olhar para o outro lado da ponte ( junto à feira) para perceber que o ribeiro continua maltratado, sujo e cheio de vegetação. Desta vez foi o privado a dar exemplo ao público!

quatro sessões seguidas daquele órgão. Corre agora o risco de perder o mandato. Um exemplo pouco abonatório para o eleito em causa e para o CDS-PP. JOSÉ RIBEIRO A sua colecção de rádios antigos é digna de realce: 14 gravadores de bobines, mais de 10 rádios que funcionam a válvulas e inúmeros gira-discos. Tudo guardado com cuidado na sua residência, em Ronfe. Grupo Desportivo de JOANE Perdeu com o “rival” Famalicão, mas manteve o segundo lugar na tabela. Espera-se agora “festa rija” no jogo com o Paredes que pode ditar a subida de divisão.

MIGUEL RIBEIRO Presidente do PSD de Joane

SÁ MACHADOO Presidente da Junta de Joane (PS)

“Sá Machado enganou os joanenses ao candidatar-se sabendo que não ia exercer o cargo. Continua a enganar os joanenses fazendo de conta que é o presidente mas dando os poderes a outro. António Oliveira participa activamente no embuste”.

“O PSD de Joane revela desespero face ao futuro. Ao contrário do que se passa a nível concelhio, tenho representado a freguesia da qual sou presidente e tenciono continuar a sê-lo”.

“Numa República e numa Democracia os cargos não se herdam. Esta mesma táctica já foi usada para que o dr. Sá Machado pudesse receber em “herança” a presidência da Junta de Freguesia”.

“O que o PSD denuncia em Joane não critica em Famalicão, onde o vice-presidente da Câmara Paulo Cunha é que tem representado a Câmara”.

Repórter Local | Propriedade e Editor - Tamanho das Palavras, Lda, Rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão Telefone 252 099 279 E-mail geral@reporterlocal.com Membros detentores com mais de 10 % capital Joaquim Forte e Luís Pereira Director Joaquim Forte ( joaquimforte@reporterlocal.com) | Redacção Luís Pereira (luispereira@reporterlocal.com) | Paginação Filipa Maia | Colaboradores Ana Margarida Cardoso; Analisa Neto; Custódio Oliveira; Elisa Ribeiro; João Monteiro; Luís Santos; Miguel Azevedo; Luciano Silva; Sérgio Cortinhas | Impressão Gráfica Diário do Minho | Tiragem 4000 ex. | Jornal de distribuição gratuita | Distribuição: Alberto Fernandes | Registo ICS 122048 | NIPC 508 419 514


6 ABRIL DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

LOCALIDADES

NOITES DE TEATRO EM VERMOIM A Associação C ultural de Vermoim apresenta sábado, 7 de M aio, pelas 21h00, no salão paroquial, o actual gru po de teatro da instituição. Será durante o e vento “Noites de Teatro”, que contará ainda com o grupo do Curso Prof issional de Animação Sociocultural da secundária de Joane, do G rutaca de Seide S. Miguel.

JOane • trÂNSITO

Sem cruzeiro, trânsito ficou mais complicado

Luís Pereira

A

deslocalização do cruzeiro do centro de Joane, efectuada no âmbito da requalificação do Largo 3 de Julho (antiga feira), continua a gerar discussão. Depois de representantes da paróquia terem solicitado à Câmara Municipal de Famalicão, dona da obra, para repensar a mudança, também Nuno Melo, presidente da Assembleia Municipal e euro-deputado do PP, na entrevista ao RL, mos trou reservas quanto à opção. A Câmara famalicense considera que a mudança do cruzeiro foi a m e l h o r o p ç ã o p a ra g a ra n t i r a f l u i dez do trânsito no centro da vila, deixando o cruzeiro de funcionar como rotunda, como acontecia até à reabilitação do Largo. O problema é que o trânsito tem sido uma confusão naquela zona. Não só por causa do desaparecimento da “rotunda” que era o cruzeiro, mas, principalmente, pela falta de sinalética. Resultado: os automobilistas, sobretudo em alturas de maior tráfego, parece que não

conseguem perceber quem tem prioridade na zona. Como o Largo é ponto de confluência dos veículos procedentes da Rua 25 de Abril, Rua Pedro Hispano e Rua de S. Bento, a confusão instala-se com relativa facilidade. O PSD tinha já alertado para a situação em Dezembro passado, na sessão da Assembleia de Freguesia. Na altura, sugeriu à Junta de Freguesia que colocasse provisoriamente uma rotunda para facilitar a circulação automóvel. Volvidos quatro meses, a situação permanece. Por essa ra zão, o PSD voltou à carga na última sessão da AF (dia 28). Mas a solução provisória não é fácil de tomar. Sá Machado, presidente da Junta, recordou que a obra do Largo 3 de Julho está por concluir e que o trânsito é um dos problemas que se encontram por resolver. “A Junta não pode passar por cima das entidades responsáveis. Não podemos, simplesmente, chegar ao local e colocar uma rotunda. A sinalética tem que ser homologada pela Direcção Geral de Viação, caso contrário, não tem qualquer efeito”, argumentou o autarca do PS.

CASTELÕES • PROJECTO

Arrancaram as obras da Casa Mortuária

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Começaram as obras da Casa M ortuária de Castelões. O investimen to (na ordem dos 120 mil euros) é da paróquia , mas foi a Junta que pagou os gastos com o projecto. No lançamento da primeira pedra (dia 1 de Maio), o vice-presidente da C âmara , Paulo Cunha , assegu rou o apoio do município, sem re velar o valor. A Casa Mortuária vai surgir junto à igreja , onde se encontram actualmente as casas de banho (que serão demolidas), terá uma sala principal para velar os defuntos, outra de apoio para familiares e

instalações sanitárias. O prazo de execução é de 18 meses. “É o f im de meia dúzia de anos de uma batalha de tantas buro cracias. A obra f ica perto de património que está sob alçada do Instituto de G estão do Patrimó nio Arquitectónico, que demorou muito tempo até dar o seu aval. Castelões precisa , apesar de ninguém a querer estrear ”, considera Francisco Sá, presidente da Junta de Castelões. Actualmente, a capela de Santo António tem servido como local onde são velados os defuntos.


REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 2011 • 7

PSD JOANE ORGANIZA FÓRUM DO AMBIENTE O nú c l e o d e Jo a n e d o P S D p ro m ove , a 2 6 d e M aio, no Centro Cultural de Joane, um fórum sobre ambiente. Ante s , a 1 0 d e M a i o , n o m e s m o l o c a l , r ea l i z a - se a Assembleia do núcleo.

VERMIL • autarquia

Eleito do CDS-PP pode perder mandato por excesso de faltas Filipe Machado não compareceu a quatro sessões da Assembleia de Freguesia Luís Pereira

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ilipe Machado pode perder o mandato de eleito do CDS-PP na Assembleia de Freguesia (AF) de Vermil. O exindependente não compareceu a quatro sessões consecutivas daquele órgão, não apresentou justificação nem pediu para ser substituído, tal como determina a lei da tutela administrativa. João Pinto, presidente da AF, assegura que Filipe Machado não tem apresentado justifica ção para as ausências e avança que, dentro de dias, a mesa da Assembleia irá reunir para determinar o que fazer. Já Filipe Machado diz estar ciente do risco de perda de mandato, embora assegure que tentou adiar as duas primeiras sessões. “Uma das reuniões coincidiu

com o falecimento do meu pai, a outra com o baptizado da minha filha. Nesta última pedi que fosse mudado o dia, mas o pedido não teve acolhimento”, alega o eleito. Segundo a lei da tutela administrativa, no seu artigo 8.º, “incorrem em perda de man-

dato os membros dos órgãos autárquicos que, sem motivo justificativo, não compareçam a três sessões seguidas”. A lei determina ainda que caberá a qualquer elemento da Assembleia expor o caso às entidades competentes, sendo que a decisão de perda de mandato tem de ser decretada pelo Tribunal Administrativo para que produza efeito. Filipe Machado, recorde-se, foi eleito para a Assembleia de Freguesia de Vermil, pela primeira vez, em listas do PSD. Em 2005, o PSD escolheu Armando Vidal, actual presidente de Junta, para ser cabeça de lista, ao passo que Filipe Machado decidiu concorrer como independente, conseguindo dois lugares na AF. Nas últimas eleições, em 2009, foi o único eleito da lista do CDS-PP.

RONFE JUNTA aperta o cinto para reduzir nas despesas A Junta de Ronfe vai cortar na despesa e algumas das obras pre vistas vão f icar na gaveta . Uma das consequências da contenção é o f im do f inanciamento do passeio anual da freguesia . Com um passivo de quase 50 mil euros, a autarquia de Daniel Rodrigues vai “apertar o cinto”. “A Junta vai deixar de pagar o passeio anual e vai entregar a organização da festa da juventude aos jovens. Não quero deixar herança a quem me seguir ”, disse o autarca . O relatório de contas aponta para uma execução na ordem dos 90% dos cerca de 180 mil euros orçamentados. O documento foi aprovado pela maioria PSD, com votos contra dos eleitos do PS e da CDU. Na sessão, Daniel Rodrigues referiuse ao projecto do Centro Escolar de Ronfe, da responsabilidade da Câmara , garantindo que será “melhor que um hotel”, mostrando, contudo, preocupação quanto aos custos de manutenção. “Não vamos ter dinheiro para assegurar a manutenção do equipamento”, apontou o autarca .


8 ABRIL DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

LOCALIDADES

corrida da mãe e dos pequeninos Rea l i z a m - s e domingo, 8 de Maio, a VI C orrida da Mãe e o XI Famalicão-Joane dos Pequeninos. As inscrições podem ser fe i t a s a t é d ia 7 na ATC ou no dia da prova , junto à partida , no Parque da Ribeira .

joanE • INICIATIVA

Feira de velharias cancelada, mas volta um dia destes! Falta de acesão de feirantes determinou decisão da Junta de Freguesia

Luís Pereira

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Feira de Velharias prevista para o feriado de 25 de Abril, no Largo 3 de Julho, foi cancelada. A iniciativa da Junta de Joane acabou por não se realizar, embora dois expositores tivessem marcado presença. Segundo António Oliveira, vice-presidente da autarquia, a dúzia de expositores convidados, com o aproximar da data informaram a Junta de que não compareceriam por se tratar do dia a seguir à Páscoa, considerando-o “desajustado” aos

seus afazeres. “Começámos a ficar com um número reduzido de participantes e por isso cancelámos o certame”, justifica. Mesmo com a feira cancelada, quem passou pelo Largo 3 de Julho no feriado pôde observar a presença de dois expositores, que alegadamente não terão sido informados do cancelamento. “Tiveram conhecimento da feira através do site de uma associação ligada a estes eventos e decidiram aparecer sem pedir informações. Como eram de bastante longe, pediram para expor o que traziam

para que a viage m não fosse e m vão. A Junta não viu nenhum inconveniente e permitiu”, refere António Oliveira. Apesar do canc e l a m e n t o , a F e i r a d e Ve l h a r i a s continua a estar nas intenções da Junta. Quanto à data, ainda não está definida, tal como foi revelado na última Assembleia de Freguesia de Joane. O modelo preconizado pela Junta continua a ser o de encontrar um feriado para agendar a iniciativa, faltando saber se pretende que a Feira tenha uma periodicidade certa ou não, tal como acontece em diversas localidades vizinhas.

BREVE JOANE

grande prémio AMITORRE cancelado Por falta de apoio

Pela primeira vez em 12 anos, a Associação de Moradores da H abitorre ( AMITORR E), de Joane, não realizou o Grande Prémio de Atletismo do 25 de Abril. A culpa foi da falta de dinheiro. “Fizemos tudo ao nosso alcance para avançar com a prova . Chegámos a pedir licenciamento, mas quando não há garantias de dinheiro, não se pode arriscar ”, referiu Fernando Pereira , diri gente da associação. A iniciativa representa uma despesa de 2.500 euros. H abitualmente, a Câmara de Famalicão comparticipava com os troféus. Este ano, a associação foi informada pelo vereador Leonel Rocha que a Câmara apenas pode ria apoiar com 200 euros. “O ano passado tivemos promessa de apoio de privados que, depois, não se conf irmaram, tendo a associação suportado o prejuízo. Este ano, sem a juda da Câmara , seria impensável correr riscos”, refere o dirigente. A prova da A MITORRE juntava dezenas de atletas e das poucas iniciativas e vocativas do 25 de Abril em Joane.


REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 2011 • 9

Abril

ESCOLA EVOCOU BERNARDINO MACHADO A escola Bernardino Machado homenageou o seu patrono, no dia 28 de Abril, com várias iniciativas e com a presença de Manuel Machado Sá, neto de Bernardino Machado. O programa incluiu a presença do grupo de folclore dos alunos do 1º ciclo e uma exposição sobre Bernardino Machado.

sandra ferreira ESCRITA E PINTURA Vive em Ronfe. Tem 34 anos. Estudou Letras e Literaturas Modernas, mas “aposentou-se” do ensino para colaborar com os tios-avós que foram acamando.

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“Escre vo para viver e vivo para escre ver ”, sintetiza Sandra Ferreira , que também pinta “umas coisitas de amadora”. Realiza sessões d e e s c r i t a e a c t i v i d a d e s d e a n i m a ç ã o s o c i o c u l t u ra l co m d i v e r s a s entidades culturais, colabora com bibliotecas, escolas e entidades culturais. L I V R O S A u t o r a d a o b r a i n f a n t o - j u v e n i l “ Pa p o i l a , o p r í n c i p e e o sonho” (2006), tem uma nova obra infanto-juvenil em fase de pu blicação. Terminou dois livros de poesia , “Eco. Graf ias do Tempo” e “Lugares sem Onde”, e escre ve uma narrativa extensa , “ Tâmaras em f i m d e t e m p o ” , s o b r e a ve l h i ce . É a u t o ra d o p ro j e c t o “ Eco . G ra f i a s da Memória - infância / velhice” que procura le var a instituições. TEM NA MANGA “Um projecto de escrita com reclusos. Colabora co m j o r n a i s l o c a i s . P ro f u n d a m e n t e e s p i r i t u a l va l o r i z a a s r e l a ç õ e s h u m a n a s e v ê n e l a s a s u a f r a g i l i d a d e . É a u t o r a d o b l o g u e w w w. papoilasonhadora .blogspot .com. A D O R AVA To c a r p i a n o m a s o q u e a co m o v e é o s o m d o v i o l i n o : assegura que não morre sem aprender a tocar piano. “Os livros são o meu mundo, a escrita o meu refúgio. Prometo escre ver mais e espero ser melhor, enquanto Ser Humano


10 ABRIL DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

SORTEIO AUTOMóVEL GD JOANE Grupo Desportivo de Joane, realizou o Sorteio de um Automóvel cujo número premiado foi 5335, correspondente ao primeiro prémio da lotaria da Páscoa.

Santa Apolónia foi linda a festa!

JOSÉ RIBEIRO, coleccionador Começou a coleccionar em 1994. Hoje tem 14 gravadores de bobines, mais de 10 rádios que funcionam a válvulas e inúmeros giradiscos. O máximo que deu por um aparelho foram 400 euros.

RÁDIOS HÁ M Mas poucos

RL foi espreitar o trabalho que antecede as tradicionais festas de Pousada Luís Pereira

O tempo instável não afastou as centenas de pessoas que no passado fim-de-semana foram até Pousada de Saramagos atraídos pela tradicional festa em honra de Santa Apolónia. A padroeira dos dentistas, dos que sofrem dos d e nt e s e d o s p o u s ad e ns e s , f o i u ma ve z mais celebrada, confirmando que é das principais romarias da região. Carrosséis, farturas, carrinhos de choque, música, fogo-de-artifício e as cerimónias religiosas foram os condimentos da romaria para chamar o povo da freguesia e dos arre dores. Mas, que trabalho está por detrás de tudo isto? É muito e longo o trabalho que uma comissão tem para erguer todos os anos uma festa com a dimensão das de Santa Apolónia. Desde Outubro que Jo sé Peixoto e os restantes nove elementos da comissão começaram a preparar a festa. “O primeiro passo é arranjar dinheiro, com peditórios na freguesia, nas empre sas e

Luís Pereira

pedidos à Câmara e Junta”, conta. Em ano de crise financeira, a comissão não se queixa. “O peditório correu melhor do que esperávamos. O facto da festa ser muito co nhecida e reconhecida, faz com que empresas de fora também apoiem. Os pousadenses são generosos e orgulham-se da festa e, mesmo com sacrifícios, colaboram”, refere José Peixo to. Alem dos peditórios, a comissão organiza ainda uma cozinha regional e um leilão. Este ano o orçamento da festa fixou-se nos 30 mil euros. A maior dor de cabeça, segundo Peixoto, é o espaço para vendedores. “Estamos cada vez mais limitados. Por isso, quem der mais, é mais amigo e tem prioridade”, conta. “Dá-nos gozo fazer a festa, apesar do trabalho. Somos todos de Pousada, crescemos a ver os nossos pais e avós a organizar uma grande festa na freguesia e queremos que isso continue”, deseja José Peixoto.

H

á música todos os sábados na Rua da Polé, em Ronfe. O “dj” de serviço é José Ribeiro e o som vem dos fundos da sua casa. Mas, a música é relevada para segundo plano. O que faz José Ribeiro “dar música” é, sobre tudo, o “amor aos parafusos”, como diz. Desde 1994 que colecciona rádios antigos. É dono de 14 gravadores de bobines, mais de uma dezena de rádios de madeira que funcionam a válvulas e inúmeros gira-discos d o s qu a i s a s g e r a ç õ e s m a i s n o va s n e m s o nham que existiram outrora. Compra-os em feiras de antiguidades, completamente desconcertados, e a todos eles dá vida. “Garanto que tenho em minha posse o rádio mais antigo que se vendeu no país. Tem tantos anos quanto a rádio tem em Portugal. Andei oito vezes atrás dele”, assegura. Apesar de ter rádios de série limitada, um de que só existem quatro modelos e outros tantos centenários, o que acaba por cativar este coleccionador, natural de Mogege, é o som que deles sai, depois de horas e horas de restauro. “É diferente dos rádios de agora. É um som mais puro. Os de hoje têm muita técnica, muita mistura, levam muitos efeitos”, considera. Cada um tem uma bobine especifica fazen do com que saiba qual o estilo de música que do aparelho vai sair quando o ligar. E testa-os todos os sábados.

Com 36 anos José Ribeiro tem particular apreço pelo primeiro rádio, que deu início à colecção. Diz ser o mais valioso, quer pela antiguidade e raridade mas também por razões afectivas.


REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 2011 • 11

MUITOS! como estes...

O QUE FAZER COM ESTE PATRIMÓNIO ARCOS DE CASTELÕES Século XVIII

José Ribeiro tem 14 gravadores de bobines, mais de 10 rádios que funcionam a válvulas e inúmeros gira-discos

Diz José que assim tem de ser para não enferrujar. “Ponho aqui um fadinho da Amália a tocar como nunca ouviu tocar”, desafia. Com 36 anos José Ribeiro tem particular apreço pelo primeiro rádio, que deu início à colecção. Diz ser o mais valioso, quer pela antiguidade e raridade mas também por razões afectivas. “Quem o deu, já não está cá”, revela.

Como compra rádios desconcertados não “perde muito a cabeça” com preços - o máximo que deu foram 400 euros - e transforma-os em peças valiosas. “Isto é o meu futebol. Não gosto da bola e em vez de ir para o café, entretenho-me aos sábados nisto. Podia dar-me para pior!”, brinca enquanto exibe com orgulho a invejável colecção à reportagem do RL.

Datados do ano de 1720, os aquedutos de águas livres de Castelões, mais con h e c i d o s p e l o s a r co s d e C a s t e l õ e s , s ã o o ex- l í b r i s d a freguesia em matéria de património. Situam-se entre os lugares de Santiago e da Bouça e fazem parte da Quinta de Santiago. Do conjunto de aq u e d u t o s o r i g i n a l r e s t a m 1 7 a r co s u m a ve z q u e a l g u n s d e l e s f o ra m p a r c i a l m e n t e d e s t r u í d o s p o r c a u s a d a co n s t r u ç ã o d a auto-estrada . Num monte pró x i m o d o s a r co s e n co n t ra - s e u m t a n q u e q u e r e co l h e água de três na s ce n t e s . D o s i s t e m a d e t ra n s p o r t e d e á g u a o r i g i n a l , h o j e a p e n a s m u d a a fo r m a e n t u b a d a co m o a á g u a é t ra n s p o r t a d a por cima dos a r co s . A s u a f u n ç ã o o r i g i n a l m a n t é m - s e . N ã o s e p o d e d i z e r q u e o s A r co s d e C a s t e l õ e s e s t ã o d e g r a d a d o s . A q u e s t ã o q u e n o s d i a s d e h o j e s e co l o c a à q u e l e p a t r i m ó n i o c a stolenense é quanto ao seu aproveitamento para fins turísticos. O imóvel aguarda, desde 1993, classificação pelo Instituto de G e s t ã o d o Pa t r i m ó n i o A r q u i t e c t ó n i co e A r q u e o l ó g i co ( I GE S PA R ) . Além de forma l i z a r a i m p o r t â n c i a d o m o n u m e n t o , a c l a s s i f i c a ç ã o implica o resp e i t o p o r vá r i a s r e g ra s e m t u d o o q u e s e p r e n d a co m o monumento. A falta de terrenos públicos em redor afastou a ideia inicial de construção de u m p a r q u e d e l a z e r j u n t o a e s t e m o n u m e n t o . A Ju n t a de Freguesia de Castelões tem procurado estabelecer parceria co m o m u n i c í p i o d e Fa m a l i c ã o co m v i s t a a r e q u a l i f i c a r o s a r co s , sendo a limpez a d o s a q u e d u t o s u m a p r i o r i d a d e a co n c r e t i z a r co m a colaboração d o s e s c u t e i ro s l o c a i s . Uma feira do livro anual e a realização de palestras e colóquios junto aos arcos, são a s i n t e n ç õ e s d a a u t a r q u i a p a ra d i n a m i z a r o e s p a ç o e transformá-l o n u m p o n t o t u r í s t i co d o co n ce l h o d e Fa m a l i c ã o .


12 ABRIL DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

Investigadora de Joane dá cartas na luta contra Alzheimer Mariana Amaro licenciou-se na Universidade do Minho e está a fazer doutoramento em Glasgow, na Escócia. Luís Pereira

M

ariana Amaro, estudante natural de Joane a fazer doutoramento na Escócia, integra a equipa da Universidade de Glasgow que esteve na origem de uma importante descoberta no combate à doença de Alzheimer. O resultado da investigação foi publicado na revista “Physical Chemistry Chemical Physics”. “No decurso do meu trabalho descobri um método que, através da detecção de sinais fluorescentes, indica quando se começam a formar agregados de uma determinada proteína”, referiu Mariana Amaro ao RL. Esses agregados, adiantou, “são tóxicos para os neurónios e têm um impacto negativo no cére bro. Outros métodos utili zados actualmente só conseguem detectar estes agregados num estado avançado, quando já são relativamente grandes e organizados. O nosso método dá indicações do início do processo de agregação permitindo uma detecção muito mais precoce do fenómeno”. Mariana Amaro considera que a doença de Alzheimer tem grande impacto na sociedade e ainda mais nas famílias das pessoas afectadas. “Com o envelhecimento da população a procura de uma cura é cada vez mais urgente. A proteína que eu estudo está intimamente relacionada com a

“Esperamos que outros grupos sigam os nossos passos e que se consiga encontrar terapias eficazes na luta contra o Alzheimer”, refere Mariana Amaro, que está a fazer o doutoramento em Glasgow, na Escócia. doença e o facto de ainda não se saber m u i t o s o b re o “ p o rqu ê ?” e o “ c o m o ?” esta proteína forma agregados é uma das razões pelas quais ainda não se conseguiu uma terapia eficaz para a doença de Alzheimer”. A aplicação mais imediata deste método, adianta a investigadora natural de Joane, é a sua utilização para o desenvolvimento de medicamentos. “O trabalho tem vindo a ser desenvolvido ao longo dos últimos dois anos e meio. Pretendemos mostrar à restante comunidade científica o potencial desta técnica. Esperamos que outros grupos sigam os nossos passos e que se consiga encontrar terapias eficazes n a luta contra o Alzheimer”, salienta Mariana Amaro.

MARIANA AMARO, 27 anos, licenciou-se em Ensino de Física e Química, em 2006, na Universidade do Minho. Após terminar o curso começou a t rabalhar como invest igadora no grupo de F ísic a Atómica, Molecular e Óptica do Centro de Física da UM. Em 2008 foi para Glasgow, com uma bolsa para Doutoramento no Departamento de Física da Universidade de Strathclyde. Neste momento está na fase final de quase três anos de trabalho de investigação.


REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 2011 • 13

região • futebol

GD Joane perde mas mantém lugar de subida Luís Pereira

Mesmo tendo perdido o dérbie concelhio frente ao rival FC Famalicão, o Grupo Desportivo de Joane continua em posição de subida de divis ão. Domingo passado, dia 1 de M aio, o clube joanense recebeu o Famalicão em jogo a contar para a 6.ª jornada da fase da subida da III divisão Série B. A formação da casa acab ou vencida (1-2 foi o resulta do). Mesmo com a derrota , o GDJ continua em 2.º lugar, com 30 pon tos, mais um que o Paredes e a 5 do Famalicão. Do jogo, o GD Joane foi desde muito cedo quem mostrou os melhores indicadores ofensivos. Carlos Manuel, aos 9 minutos, de fora da área rematou mas a bola acabou por sair muito perto do poste da baliza de Rui Forte. O Famalicão foi crescendo no terreno, e, ao mi-

nuto 21, Zezé lançou o aviso com um remate perigoso, com Sérgio a responder com uma grande intervenção. Minutos depois, em jogada rápida da turma famalicense, Zezé concretizou o primeiro golo da partida após cruzamento efectuado pela lateral esquerda . O Joane rea giu à desvantagem no marcador e aos 34 minutos conseguiu o golo da igualdade. Bruno cobrou um livre junto à linha lateral e, sem sofrer nenhum desvio, a bola só parou no fundo da baliza defendida por Rui Forte. O FC Famalicão marcou o golo da vitória aos 84 minutos, num lance que parecia perdido, Andr é Claro conseguiu ir à linha de fundo, cruzar e assistir Zezé que surgi u ao primeiro poste a desviar de cabeça para o fundo das redes. Na próxima jornada , a 8 de Maio, o GD Joane desloca-se a Paredes: se vencer, consolida a 2ª posição; perdendo, desce à 3.ª posição.

arpo vence em landim A secção de atletismo da Asso ciação Recreativa Pousadense ( ARPO) participou (1 de M aio) no GP de Atletismo de Landim. O destaque vai para Ricardo Rodrigues (Séniores) e Tiago Silva (Minis) que venceram. E m Infantis, a ARPO obtive o 3º lu gar por equipas com João Sousa (10º), H élder Lopes (11º) e Pedro Lopes ( 12º). Em Iniciados, Bruno Sampaio f icou em 4º. Em Seniores, obteve o 2º lugar por equipas com Ricardo Rodrigues (1º), Joa quim Silva (5º), Joaquim Costa (10º) e Álvaro Sousa (14º). E m Veteranos, 2º lugar por equipas com Joaquim Coelho (8º), M anuel Ribeiro (12º), Raúl Carvalho (14º), Paulo Carvalho (16º), Carlos Ferreira (17º) e José M agalhães (27º).

VERMOIM • CICLismo

AMVE triunfa em fafe

castelões • futebol de salão

ADECA com época em cheio Esta pode ser uma época recheada de títulos para a Associação Desportiva de Castelões ( ADECA ). A equipa sénior do clube vai jogar a f inal da taça concelhia de futebol de salão amador com a Associação Desportiva de Pedome e, por outro lado, no passado domin go, dia 1 de Maio, os iniciados da ADECA garantiram a presença na f inal da taça , ao golearem o Cabeçudense por 7-0 na meia-f inal da competição. Para o campeonato, a equipa prin cipal da ADECA subiu ao primeiro

pousada • atletismo

lugar da tabela classif icativa da primeira divisão do campeonato concelhio da A FSA ( Associação de Futebol de Salão Amador). A quatro jornadas do f im do campeonato, a ADECA assume a liderança com 60 pontos, mais um que a AD de Pedome, equipa com defronta rá em casa , na penúltima jornada do campeonato. O próximo jogo do clube é no recinto desportivo da AD ECA , no sábado, dia 7, pelas, 16:30 horas, frente á formação do Landim.

A secção de Ciclismo de Estrada venceu um dos escalões da prova Fafe-Srª da Graça . E m Masters 40 Gabriel Castro foi o grande vencedor. Em BTT, na 2ª XCO Regional do Porto. András Herczog (elites M) f icou em 4º. Em Veteranos C , António Bento f icou em 3º. A A MVE também este ve no GP de Landim. Inês Marinho venceu em Minis F. No mesmo es calão José Silva f icou em 2º. Participaram ainda José Silva (8º) e Domingos Silva (9º), Inês Rosa , Mariana Torres, Joana Silva e José Pimenta . A equipa de Séniores participou no G P dos Ceramistas em Barcelos. Ângelo Ribeiro venceu em Juniores M. Em Veteranos II, Augusto Antunes f icou em 2º.


14 ABRIL DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

O BOM QUE NEM SEMPRE É CERTO E então dei por mim em frente a dois cami nhos. Era sempre assim, tinha sido sempre assim. Um rol d e escolhas atrás de escolhas, decisões atrás de decisões. Parei. Um deles era estreito e sinuoso, escuro – de onde esta va, no centro da encruzilhada, conseguia ver as s ilvas com os seus espinhos ameaçadores brilharem com os raros raios de luz raros que timidamente penetravam por entre a es curidão do túne l. O outro era exactamente o oposto. Era claro, confortável, convidativo. Era o bom e o mau, uma oposição constante, uma indecisão permanente. Hesitei. O bom e o mau. Não sabia dizer qual deles era o cert o e qual deles era o errado. A vida tinha-me ensinado que o fácil nem sempre era o bom – mas o masoquismo não era algo que me agradasse particularme nte. Eu sabia, no fundo, que tudo se resumiria àquele momento. A decisão do caminho a trilhar. Porque, para tudo, há sempre duas escolhas. Em primeira instância, temos a hi pótese e a negação da hipótese. O fazer ou não fazer, o comer ou não comer, o amar ou não amar, o querer ou não querer. E depois, temos a hipótese certa e a hipótese errada,

a hipótese difícil e a hipótese cómoda – go vernar para ser amado ou governar para resolver problemas? Resolver o problema ou fingir não vê-lo, esperando que alguém ar que com a responsabilidade que negligencia mos? Sentei-me, com a cabeça entre as mãos, sus pirando. Quem é que eu estava a querer en ganar? A minha consciência, ou a minha mo ral? De verdade, nem sei qual é a diferença entre uma e outra. Certo é que eu já sabia qual a opção que devia tomar – o que não queria exactamente dizer que fosse a opção que eu queria tomar. Mas o querer e o de ver nunca foram grandes amigos, e naquele momento guerrilhavam-se dentro de mim – algo que tem acontecido toda a minha vida. Olhei o caminho sinuoso e escuro. Não ia ser fácil, eu sabia. Podia imaginar os espinhos a rasgar-me a roupa e a perfurarem-me a pele fina. E havia uma imensidão de desafios que a escuridão ocultava. Sobreviveria para re ceber a benesse de ter escolhido a hipóte se negra? Poderia ficar ali toda uma vida a contemplá-la – não saberia, de qualquer das formas. O meu estômago comprimiu-se. O

medo da escolha. Mas eu sabia o que tinha de fazer. Levantei-me, devagarinho, sentindo o pulsar do sangue nas veias. A adrenalina corria-me no corpo. Estás viva, sussurrava-me o medo ao ouvido. Um caminho fácil levaria ao para sitismo, à corrupção, e muito provavelmente à desonra. Escolhi o meu caminho. Ainda não cheguei ao fim, nem sequer a meio dele. Ainda só te nho uns arranhões, e sei que, ao longo do caminho, haverá feridas mais profundas e difíceis de cicatrizar. Mas, no final de tudo, cada uma delas será o marco de uma vitó ria. Mostrá-las-ei a quem escolheu o outro caminho, a quem chegou intacto, sem dor nem sofrimento, sem medo, e sem marcas de vida. Provavelmente rir-se-ão de mim, chamar-me-ão tola por ter escolhido tal ca minho. Mas então contar-lhes-ei as minhas histó rias, tão mundanas e comuns, mas importan tes para mim. Escutar-me-ão em silêncio, no vazio da sua própria existência. Sentir-meei orgulhosa. E aí, saberei que vivi.

VERMIL • assembleia

Junta teme encerramento de Jardim Infantil Internet gratuita disponibilizada pela autarquia só tem alcance de 150 metros e não chega às casas da zona Luís Pereira

A

Junta de Freguesia de Vermil teme que no próximo ano lectivo não existam crianças em número suficiente para que o Jardim-de -Inf ância (JI) local func ione. Marçal Mendes, secretário do exe cutivo, avançou, na Assembleia de Freguesia de 16 de Abril, que o JI conta apenas com 15 crianças inscritas para o próximo ano lectivo, colocando em causa a sua continuidade. O auta rca aproveitou para sensibilizar a Assembleia para que co nvença os pais a inscreverem as crianças na creche. Numa Assembleia que registou nova ausência do eleito do PP, Filipe Machado, coube a Domingos Barros o papel de opositor ao executivo PSD. Questionado pelo socialista, Marçal Mendes admitiu que o sistema wireless instalado pela autarquia para acesso gratuito à Internet na zona da sede de Junta, apenas funciona num raio de 150 metros, sendo difícil, ou impossível, aceder dentro das casas

em redor. Durante a discussão do relatório de contas de 2010 (que acabaria aprovado pela maioria PSD), duas facturas referentes a obras estive ram na mira de Domingos Barros, do PS, que estranhou o custo de 2500 euros para “um pequeno arranjo na rua Rodrigo Ribeiro”. “É um exagero pagar tanto dinheiro por 20 metros de passeio em que não se utilizou mais do que

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10 sacos de cimento”, apontou. Armando Vidal, presidente da Junta, informou que o valor contempla também outras obras, como a intervenção na fonte de Amorim, e lamentou que Barros não seja tão célere em elogiar quando a Junta consegue adjudicar obras “a bom preço”. O pagamento do desaterro no terreno da futura casa mortuária também suscitou dúvidas ao eleito do PS. “O valor dos cheques não bate certo com o da factura”, acusou Barros. Marçal Mendes disponibilizou-se para mostrar as cópias dos cheques, assegurando que o serviço estaria pago. Os critérios de atribuição de subsídios pela Junta às associações mereceram reparos ao eleito do PS. Segundo Barros, a Junta discrimina as associações, dando o exemplo da Associação do Pombal. Na resposta, Marçal Mendes referiu que “a Junta só atribui subsí dios às associações, no final do ano e mediante prova de trabalho realizado. A Associação do Pombal não apresentou essas provas”.


REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 2011 • 15

por D. VIRINHA

Q U E N TES E BOAS! Ah, GRANDE SÓCRATES! O Grupo Desportivo de Joane subiu ao 2.º luga r da tabela classif icativa depois de ter vencido o Amarante FC . O único golo da partida foi apontado por Sócrates que, juntamente com Zé Pedro, ainda durante a primeira parte do encontro, tiveram que abandonar o cam po do Barreiros, por lesão. Ainda dizem mal do Sócrates! VENHAM DE LÁ ESSES DÍSTICOS! José C arlos Fernandes, eleito do PSD, surgiu na última sessão da Assembleia de Freguesia de Joane munido de dois dísticos autocolantes que acabou por oferecer à Junta . Porquê? Para a Junta colocar no sinal que proíbe o trânsito no acesso à feira semanal de Joane, em Laborins. Admirador confesso do Comendador Apa recido, que le vantou a questão, José Car los Fernandes insiste que o sinal em causa de ve ser mais claro no que toca a informa ção: além da indicação “Proíbido em dias de feira”, de ve referir que a feira é ao sábado. Uma vez que a situação permanece há vários meses, tomou a iniciativa de oferecer os dísticos à Junta para os colar no referido sinal. A Junta aceitou a oferta mas disse que não a poderia utilizar.

UMA FEIRA DO ARCO DA VELHA! A Junta de F reguesia de Joane anunciou, t i midamente é certo, a realização de uma Feira de Velharias no Largo 3 de Julho (a propó sito, apesar de novo, com cara lavada , este largo central de Joane parece cada vez mais velho!). É de louvar a intenção de dar vida a esta “sala de visitas” da vila . O problema é que, a julgar pela amostra , não se augura nada de muito bom quanto ao esforço de dinamizar o centro. Senão veja-se: a feira foi anunicada para o feriado 25 de Abril; como a adesão parece ter sido pouca , a Junta decidiu cancelar a dita feira (apareceram dois vendedores, de longe, que de vem ter ido embora a cogitar). A Junta diz que pretende realizar a feira mas ainda não sabe quando nem como. De qua lquer das formas, não se sabe se imbuído do espírito da Feira , o certo é que o vice-pre sidente da Junta , António Oliveira , acabou de adquirir um Mercedes... mas dos antigos! Curiosamente, comprado ao líder da JSD de Joane! É UMA ESTRELA , COM CERTEZA! O presidente da Junta de C astelões, Francis co Sá, é o que se pode chamar uma estrela da TV. Primeiro foi a honra de ver a freguesia em destaque na Praça da Alegria , onde foi convidado especial; depois, na TVI falou de an siedade (espero que a o estado de ansiedade

CARTAS ABERTAS Comendador APARECIdo

não tenha a ver com 2013 e com a Câma ra); por último, te ve nova aparição tele visiva no programa do Fernando Mendes, “O Preço Certo”. Temos estrela , sem dúvida! GELADOS E CHURRASCOS EM VERMI l Falar de gelados e de churrascos numa Assembleia de Freguesia não é, à primeira vis ta , uma situação muito comum. M as em Vermil foi o que aconteceuna última sessão. E de forma acalorada . Foi tão acalorada que terá sido por isso que a discussão acabou por redundar nos gelados! Vamos por partes: a propósito da falta de apoio à Associação do Pombal, questão le vantada por Domingos Barros, do PS, Joana Vidal, secretária da mesa da Assembleia , não este ve com meias medidas: “Não faz sentido a Junta ter de apoiar associações que apenas existem para fazerem churrascos para os moradores daquela zona”. Domingos Barros contrapôs, visando em par ticular Rui Mota , secretário da Mesa e mem bro da Associação de Pais: “O que não é legí timo é dar subsídios a associações que usam o dinheiro para dar geladinhos às crianças, discriminando-as. Com o dinheiro que a Jun ta deu à Associação de Pais, o Rui foi comprar geladinhos, só que para umas crianças deu um M ini Milk , para outras, deu M agnum´s e pôs a canalhada toda a chorar debaixo do carvalho da escola”.

SIGA-Nos! SANTA APOLÓNIA EM POUSADA Moises Trovisqueira Quando era criança esta era a maior festa que conhecia na região, um acontecimento importante, lembro-me com saudades da pista com os carrinhos de choque mais o poço da morte que eram montados no local hoje ocupado pelo supermercado, aquilo é que era ... Pa u l o N o g u e i r a A S a n t a A p o l o n i a p e r d e u a l g u m do seu romantismo (contaram-me que antigamente havia excursões a Pousada de Saramagos para virem a esta festa), mas mesmo assim continua a ser uma das grandes romarias de Famalicão.

EXMO SR. PRESIDENTE DA JUNTA DE JOANe Meu caro e ilus tre autarca. As maleitas da idade já não me per mitem grandes passeatas pelo nos so torrão joanense. Mas enquanto as forças o permitirem, bem como a bengala, lá tei marei em calcorrear becos e caminhos, à uma em busca de novidade, à outra para aspirar o ar fresco e recordar os meus tempos de moço. Pois numa das minhas deambulações joaninas, fui desembocar ali para os lados de Subcarreira, onde dei de caras com uma casa de bom perpianho revelador de certa dignidade dos seus habitantes, à qual espetaram um acrescento que suscita reservas a quem, como eu, é um acérrimo de fensor do património minhoto. O au mento da dita habitação, ao que sei, não agradou a muita gente. Mas a Câmara, que tem poder nestas ma -

térias, autorizou o dito cujo. Para os meus olhos conservadores, é um atentado urbanístico. Pois não seria bem mais indicado e sensato que o novo andar, a ser autorizado, seguisse o resto da construção, man tendo a estrutura granítica? Imagi no, além do mais, que do alto deste casarão se possa enxergar tudo o que a vista alcança em redor, a Penha, o monte de Santa Tecla, mas também qualquer piscina na vizinhança, com o que isso representa de invasão de privacidade de ilustre gente! Duvido que nesta fase do andamento da carruagem seja possível inverter o que já foi feito, mas não quis deixar de partilhar consigo estas mi nhas apreensões. Aceite os melhores cumprimentos deste que se assina Comendador Aparecido.

10 MILHÕES DE EUROS PARA OBRAS NA ESCOLA SECUNDÁRIA DE JOANE Custódio Oliveira O desenvolvimento passa por Joane na sua face mais bonita - a educação A m â n c i o G o n ç a l ve s B o a va i e l a ! . . . E s t á t u d o b e m , desde que não bula comigo!... Jorge Sousa Um país pobre que pensa que tem pais ricos, pois em tempo de crise e de dif iculdade p a ra m u i t o s d e v e m o s a s s e g u ra r q u e s ó s e g a s t a o necessário e 10 milhões é muito dinheiro para uma remodelação de uma escola . José Bairrinho E stou de acordo com a remodelação. agora dizer que se vai gastar 10 M€, não será melhor fazer uma escola de raiz? L u i s D u a r t e Pa r a q u ê ? A l é m d e f i c a r a i n d a m a i s dispendioso, demoraria mais tempo e seria mais moroso. D o m i n go s C o r t i n h a s Q u e m f o i q u e d i s s e q u e n ã o havia dinheiro? O investimento na educação é essencial, mas, será mesmo necessário? pelo que conheço a escola ainda tem excelentes condições de funcionamento. Ou será mais uma forma de engordar mais as principais construtoras nacionais?


16 ABRIL DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

joanE • assembleia de freguesia

As cabras e a erva

Relvado do Largo 3 de Julho comentado na reunião

Luís Pereira

S

á Machado acusa a Câmara Municipal de Famalicão de ter mentido quando, em 2010, disse aos presidentes de Junta do concelho que não haveria protocolos com as freguesias. “Os vereadores mentem aos presidentes de Junta. Dizem-nos que não há dinheiro para protocolos e depois vemos no relatório de contas do município que Ribeirão recebeu 234 mil euros em protocolos, Pousada, que tem um quarto dos eleitores de Joane, recebeu 75 mil euros, e Joane não recebeu nenhum. As freguesias que não tiveram são todas do PS”. A acusação foi feita na Assembleia de Freguesia de Joane, a 28 de Abril. O autarca criticou ainda Manuel Guimarães, eleito da PSDPP e deputado municipal, de ter concordado com o que considera “discriminação” ao ter votado fa voravelmente o relatório de contas da C âmara. “E votei bem. Se fosse ao contrário, fazias o mesmo”, respondeu Manuel Guimarães. O relatório de contas da Junta foi aprovado pela maioria PS, com votos contra do PSD/PP. A coligação PSD/PP não hesitou em criticar o relatório.

“O valor para o investimento é o mais baixo de que há memória. É o espelho de um executivo cansado”, disse Miguel Coelho. “Ou fazíamos obra ou diminuíamos a dívida. Optámos pela segunda. Não é por acaso que a 31 de Dezembro tínhamos um passivo de 85 mil euros e hoje a dívida é de 35 mil”, referiu o presidente da Junta. O apoio aos escuteiros foi outro dos temas. Miguel Coelho, também chefe do CNE, quis saber porque é que os escuteiros não foram apoiados pela Junta. A resposta foi dada por António Oliveira: “Tem que começar a definir se vem ocupar o lugar de deputado vestindo a farda de todos os joanenses ou só com a de chefe dos escuteiros. Chegam à Junta muitos pedidos de subsídios. Mediante o alcance, uns são aprovados, outros não. O dos escuteiros não foi. Nunca escrevemos a ninguém a dizer que o subsídio não foi atribuído, o CNE não seria excepção”. Sobre o Largo 3 de Julho, Oliveira adiantou que a Câmara tinha informado que a obra ainda estava por terminar, o que levou Sá Machado a estranhar: “A Junta ainda não assinou o di reito de superfície das lojas mas já lá instalaram lojistas”.

FRASES da sessão “O Miguel tem que começar a definir se vem ocupar o lugar de deputado vestindo a farda de todos os joanenses ou só com a de chefe do CNE”. António Oliveira (PS) para Miguel Coelho (PSD-PP), chefe do CNE. “Qualquer dia ainda vamos ter cabras para cortarem a relva do Largo” Carlos Rego (PS) sobre o estado da relva no novo Largo 3 de Julho.

“A J u n t a a i n d a n ã o a s s i n o u o direito de superfície das lojas do Largo 3 de Julho mas já lá instalaram lojistas”. Sá Machado a criticar a Câmara de Famalicão “ S e a o b ra n ã o e s t á a c a b a d a e criticam isso, porque razão a Junta anda já a fazer actividades no Largo?” Luis Fernandes (PSD-PP) para Sá Machado


REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 2011 • 17

OPINIÃO Os artigos de Opinião são da responsabilidade dos seus autores opinião

Urbanismo em Joane Sá Machado

Presidente da Junta de Freguesia de Joane | PS

O meu amigo Dr. Nuno Melo, actual Presidente da Assembleia Municipal, em entrevista publica da recentemente no RL, procurou responsabilizar o Dr. Fernando Moniz, pelos erros urbanísticos que Joane ap re se nta. Como é sa bido tive o privilégio de assistir ao evoluir da situação desde 1992 e desde então procurei influenciar positivamente a acção da Câmara, p o i s e n t e n d i q u e a l g u n s e r r o s t inham sido cometidos no passado e que ainda hoje subsistem como aber rações. O Dr. Nuno Melo por certo não está lembrado de vários loteamentos e licenciamentos que ocorreram até ao ano de 1982 (antes de Agostinho Fernandes ou Fernando Moniz), mas se olharmos para os loteamentos/licenciamentos urbanísticos - traseiras do campo de futebol, Rua da Ribeira (antes da abertura da via), Rua de Gavim, Rua e Travessa de Cornide, Mato da Senra e Largo da Junta - foram

autorizados sem qualquer rede de saneamento, rede de abastecimento de água, rede águas pluviais, passeios e pavimentos alguns em calçada à portugue sa. E sta re ali dade é ainda visível e por isso não se pode ignorar. Por outro lado, ficaria bem ao Dr. Nuno Melo reconhecer que foi com o Dr. Fernando Moniz, enquanto vereador do Urbanismo (a partir de 1990), que foi elaborado e aprovado o Plano Director Municipal, peça fundamental, para que daí em diante, o ordenamento do território começasse a ser uma realidade. O Plano Director tinha um período de vigência de 10 anos, findos os quais, daria origem ao processo de rectificação. Tal deveria ocorrer a partir de 2004 e a verdade é que estamos em 2011 e o único Plano é de 1994. Mais! Foi com o Dr. Fernando Moniz que foram elaborados os primeiros e únicos cenários urba nísticos para Joane e as Unidades de Gestão Urbanística, sendo estas as únicas peças de ordenamento a sustentar a acção urbanística da Câma ra até ao presente. A actual Câmara prometeu por diversas vezes, em campanha eleitoral, o plano de urbanização para Joane. O Dr. Nuno Melo sabe que esse plano foi prometido desde 2001 (aquando das eleições A u t á rqu i c a s ) e e s t a m o s e m 20 11 . Os únicos planos que existem são os de 1991, 1996 e 1997 que ainda

Se alguém está em falta é a actual Câmara, que há 10 anos, não apresentou qualquer peça que constitua o mínimo instrumento de orientação urbanística.

hoje constituem a base do Depar tamento de Urbanismo para a Vila de Joane. Ou seja no tempo em que Dr. Fernando Moniz exerceu os mandatos como vereador do Urbanismo. Contudo e já no tempo da actual Câmara, há evidências daquilo que devermos considerar mau urbanismo. Basta que se percorra Joane e se quiserem poderei mostrar os pareceres contraditórios que ocorrem dentro da Câmara, face a processos de licenciamento existentes na Câmara Municipal. E nunca é demais lembrar que os pareceres da Junta não são vincu lativos e por isso e por vezes vão parar à gaveta. Ninguém mais do que o Dr. Fernando Moniz procurou fomentar o Planeamento Urbanístico para

assim sustentar o bom ordenamento do território municipal e em consequência melhor intervenção urbanística. A falta de outras peças de planeamento urbanístico que desde 2001 deveriam ser levadas a cabo, poderiam ter melhorado o trabalho então iniciado, facto que ainda hoje se aguarda e que não pode, como pretendeu o Dr. Nuno Melo, atribuir-se ao Dr. Fernando Moniz que desde 1999, não é vereador do Urbanismo. Mais ainda! Ninguém, de boa fé, pode desvalorizar a acção directa que Fernando Moniz protagonizou em questões centrais do desenvolvimento da Vila de Joane, em várias vertentes, desde a social até à segurança pública. Mas ainda no campo restrito do planeamento urbanístico, para além do referido, é de elementar justiça recordar que foi com Fernando Moniz que se desbloqueou o processo de transferência da “Tinturaria Rafael”, libertando o espaço numa zona de vital importância para a consolidação urbanística da nossa Vila. Não é por acaso que hoje temos o Parque da Ribeira e a possibilidade de abrir novos eixos no centro. Se alguém está em falta e não tem manifestado preocupação com o planeamento e gestão, é a actual Câmara, que há 10 anos, não apresentou qualquer peça que constitua o mínimo instrumento de orientação urbanística.

Os partidos não são todos iguais Miguel Azevedo

Membro da Comissão Política do Núcleo de Joane do PSD

Os técnicos da troika UE/BCE/FMI estão em Portugal para determinar a dimensão da ajuda de que Portugal necessita. Ainda não se sabe que medidas são necessárias para repor a economia em bom caminho. O que se sabe é que em 1983/84 o

FMI emprestou a Portugal o equivalente a 3,5% do PIB de então e que na altura foram necessárias medidas de contenção que atingi ram toda a população. Agora tem-se falado de um empréstimo equivalente a cerca de 50% do PIB. É um buraco brutal, cuja paternidade é conhecida, e que obriga com toda a certeza à adopção de duras medidas. Aqueles que nos puseram na crise não têm condições para nos tirar dela. Por isso não é possível mu dar de políticas sem mudarem os prota gonistas. Os candidatos são conhecidos e todas as listas de candidatos a de putados à assembleia da república já estão fechadas e são também conhecidas. O Partido Socialista, através da sua

colossal máquina de propaganda, tem tentado instalar a ideia de que os partidos são todos iguais. Assiste-se a uma intensa campanha contra os partidos políticos. Mas, nas próximas eleições, a alterna tiva não é entre os partidos que eventualmente gostaríamos de ter, mas entre aqueles que temos. Desses, apenas um partido mostra preocupação em mudar. O Partido Social Democrata. O PSD substitui 60% dos cabeças de listas dos círculos distritais, substitui 2/3 dos candidatos a deputados e “abriu-se” à sociedade civil com a inclusão em lugares de destaque de cidadãos vindos de fora do universo dos partidos. No nosso distrito é o único partido que apresenta um cabeça de lista que é de Braga.

Também é certo que os políticos estão desacreditados e é altura de se criarem formas de participação cívica aberta à sociedade civil sem “reboque” partidário. Creio que mais tarde ou mais cedo é necessário criar condições para o aparecimento de candidatos independentes, que se possam apresentar a votos sem a cobertura de um partido político. As prioridades do próximo governo serão certamente as políticas eco nómicas e sociais e em particular o problema do desemprego. Mas não pode passar outra legislatura sem que seja feita uma verdadeira revisão da lei eleitoral, onde não falte a introdução de círculos uni nominais e a redução do número de deputados dos actuais 230 para 180.


18 ABRIL DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

OPINIÃO

Fernando Castro Martins

fernando.castro.martins@hotmail.com

Mude-se o governo, ou mude o povo? E se a culpa da actual crise social, económica e política não for sobretudo dos políticos, mas, principalmente, dos cidadãos? Muitos não contarão com uma pergunta destas, por considerarem óbvio que a responsabilidade é sempre “de quem manda”, ou “do governo”, nunca lhes ocorrendo que cada povo tem, em certa medida, o governo e a governação que merece. Isto é, numa primeira fase são os cidadãos que escolhem ou se abstêm de escolher o seu governo; e, posteriormente, são esses mesmos cidadãos que têm ao seu dispor imensas possibilidades de fiscalização, de participação e de protesto que o sistema democrático lhes permite e das quais geralmente se demitem. Tudo isto, em referência à vida política, propriamente dita. Mas, privadamente, também os cidadãos podem, e de que maneira, contribuir para uma sociedade melhor, economicamente sã, equi tativa e progressiva. Só que nada se faz sem custos e esforço, seja dispondo de sossego pessoal, seja correndo riscos de investimento, seja, ainda, arriscando o bom nome ou prestígio. Afinal, isto está assim porque, em parte, ninguém está para se chatear em demasia. Eu tenho todo o prazer de colaborar amistosa e gratuitamente com o director do jornal, com os modestos textos que sou capaz de redigir. Até porque considero que esta colaboração pode ser em si mesma uma eficiente participação de cidadania, e a mesma é muito mais livre e sai muito melhor se não for remunerada. Eu sei que já poucos entendem esta atitude de gratuitidade, esta postura de participação desinteressada. Mas eu devo lembrar a já minha “tradição” como “colunista” ou “opinador”, também de “ardina”, em Joane ou a partir de Joane. Durante a adolescência e na fase de jovem adulto fui vendedor em Joane do “Juventude Operária”, órgão da JOC, escrevendo também, ocasionalmente, para esta publi-

cação, felizmente ainda existente. No pós 25 de Abril, integrei a equipa que divulgava o jornal “Perspectiva”, nado e criado em Joane, logo em Julho de 1974, por jovens sedentos de uma sociedade mais justa e igualitária. Cada exemplar deste pequeno jornal que, deve dizer-se, teve a sua linha editorial em conformidade com os sobressaltos da época, custava dois escudos e cinquenta centavos, pouco mais de um cêntimo, sendo de quarenta escudos, vinte cêntimos, a assinatura anual. Tudo isto era dinheiro na altura. Mas não faltavam ao jornal nem colunistas nem vendedores militantes. Metíamo-nos nas camionetas e íamos vendê-lo às portas das fábricas. No fim da venda entregava-mos sempre todo o dinheirinho, religiosamente apurado, ao responsável pelas finanças, e, geralmente, até o custo do transporte pagava cada um do seu bolso, para que a causa da luta “pela sociedade nova” fosse mais perfeita. É certo que quase todos os jovens adolescentes da altura tinham dinheiro no bolso, fruto do trabalho profissional que iniciava, quase universalmente, ao catorze anos. Os tempos agora são outros. Não se pode pedir aos jovens de hoje o que não têm. Mas as causas, hoje, também já não são as mesmas. Depois do “Perspectiva”, tivemos ainda em Joane “O Minhoto”, que se transformou mais tarde em “O Povo Minhoto”, e a dinâmica militante mantinha-se. Com isto quero dizer que intervir através da comunicação social pode ser, também, um dever de cidadania. Uma forma de participação, de denúncia, de propor, de exigir, de combater. Ter a nossa freguesia/região ao dispor um órgão como este não é nada mau. Muito mau pode ser o comodismo da nossa gente. Que geralmente não luta e raramente abre a boca. A não ser para dizer, entre impropérios, que o governo não presta.




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