Jornal Repórter Local

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Viagens na minha terra em charrete! Nº 157 • ANO XIV • ABRIL 2012 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE

p. 10

ESPECIAL p. 3 a 6

airão Santa Maria

Ronfe, vila com traços rurais

Casal de idosos burlado por falsos doutores da Segurança Social p. 10 e 11

VERMIL | p. 084

PP acusa: “Casa Mortuária foi uma negociata” POLÍTICA | p. 194

Joane poderá ter secção do PS RONFE | p. 14 e 154

Investigador recolhe contos e lendas sobre a localidade

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O RL faz o balanço dos 13 anos de elevação de Ronfe a Vila

JOANE | p. 12 e 13

Artur Fernandes faz da pedra uma arte

DESPORTO | p. 22

ENTREVISTA | p. 18

O MOSQUITO | p. 17

GD Joane “corre o risco” de subir de divisão

“Se existe investimento em Vermoim, ele não é visível”

Uma Aventura em Joane e Internet da Idade da Pedra!

JOSÉ AZEVEDO | Eleito do PS Vermoim



REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 20112 • 3

RONFE

13 anos de VILA

R

1999

Ano da elevação de Ronfe a Vila.

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onfe é vila há 13 anos. O estatuto não lhe confere nenhum tratamento especial, é mais um motivo simbólico de orgulho. Mas não deveria ser a s s i m . “A s v i l a s d e v e r i a m s e r d i f e r e n c i a d a s d a s f r e g u e s i a s d o p o n t o d e v i s t a d e co m p etências, e isso não foi feito”, sustenta o “novo” presidente da Junta de Ronfe, António Sousa . Numa coisa todos os inquiridos pelo RL no â m b i t o d e s t e t ra b a l h o s o b r e Ro n fe p a r e c e m estar de acordo: a vila continua a ostentar o s s e u s t ra ç o s d e r u ra l i d a d e . N ã o s ó n o q u e toca à convivência (“todos se conhecem e

RONFE VILA : PROJECTO DE LEI 647/VII “A povoação de Ronfe reúne as condições necessárias previstas na Lei n.° 11/82, de 2 de Junho, para que possa ser elevada à categoria de vila. Assembleia da República, 17 de Março de 1999. Os Deputados do PS: Alberto Marques; Sónia Fertuzinhos; Artur Sousa Lopes; Francisco Assis; Manuel dos Santos; Laurentino Dias; Antóno Ramos e Martinho Gonçalves”.

entrea judam”, diz o pároco) mas também no que concerne aos equipamentos. “Modernizou-se bastante mas ainda há muita co i s a a f a z e r ” , a f i r m a L u í s G o n ç a l ve s , d o P S , realçando como ponto negativo o clima de conflito com a Câmara que foi imagem de marca de Daniel Rodrigues. De resto, estes 13 anos coincidem com a renúncia do presidente da Junta , que alegou falta de tempo para o cargo. Abre-se aqui, também, um novo ciclo, com António Sousa na presidência , com um novo estilo, certamente, capaz de deitar água na fervura da crispação

co m a C â m a ra , s e m d e i x a r d e r e c l a m a r p a ra a vila aquilo a que ela tem direito. A ruralidade da vila evidencia-se também n a a u s ê n c i a d e u m “c e n t ro c í v i co ” d e f i n i d o . “Continua a ser uma incógnita”, refere Fátima Mendes, eleita da CDU. A vila é atravessada pela Estrada Nacional 206 e i s s o , e n t r e o u t ro s f a c t o r e s , co n t r i b u i p a ra que se dilua a noção de centralidade. Nos 13 a n o s d e v i l a q u e a g o ra s e a s s i n a l a m , h á q u e ter em conta o conselho dado pelo pároco João Silva : “Em Ronfe falta mais debate e intervenção”.


4 ABRIL DE 2012 • REPÓRTER LOCAL

ronfe 13 anos

de vila

RONFE 13 ANOS: programa festivo Ronfe festeja 13 anos de vila nos dias 12 e 13 de Maio. O programa inclui, no sábado, a sessão solene no salão paroquial, com homenagem a entidades e personalidades da vila e entrega dos prémios aos alunos com distinção das escolas. No domingo, missa solene, de manhã e, à tarde, estreia do grupo de teatro da Escola EB 2,3 Abel Salazar com a peça “A experiência”.

“As vilas deveriam ser diferenciadas das freguesias em termos de competências” António Sousa é o “novo” presidente da Junta de Ronfe após renúncia ao cargo por parte de Daniel Rodrigues Luís Pereira

J

á se sente na pele de presidente da Junta de Ronfe? Estou preparado há algum tempo. O dia-a-dia de presidente no terreno não conheço em concreto, mas a vida da freguesia não me é desconhecida. Chegar ao cargo na sequência de uma demissão não diminui a sua legitimidade por não ter sido votado pelos eleitores? Não sinto qualquer constrangimento. Ao nível local o voto nas pessoas tem mais importância mas estou absolutamente confiante no trabalho que farei. Além disso, as pesoas reconhecem-me e ligam-se às candidaturas do PSD na vila. Daniel Rodrigues saiu de presidente alegando falta de tempo. Agora vêmo-lo envol vido na Casa do Povo, no PSD de Guimarães e na direcção do Vitória. Admite que haja ronfenses defraudados? A explicação da saída ele já a deu. Há cargos que menciona que não lhe ocupam tempo, como o do Vitória de Guimarães… Mas na Casa do Povo, será necessária disponibilidade… Sim mas ele já m ostrou que sabe fazer equipas que conseguem dividir trabalhos. Mas é legítima alguma incompreensão? Em 2001 ele explicou que defen d e dois mand atos d e cinco anos cada… M as c and id at ou-se em 2 0 0 9 a mais quatro e não a dois… Não vejo nisso traição do voto. Os ronfenses aperceberam-se das dificuldades que o Daniel Rodrigues tinha em gerir o seu tempo. Tomara a nós que ele permaneça ligado à vila. Teme ser penalizado em 2013? A demissão pode ter o seu peso mas não é determinante. As pessoas avaliam o projecto e o trabalho feito. Temos um projecto elaborado por uma equipa que quer levá-lo até ao fim. A forma poderá mudar mas o programa é o mesmo. Pensa reforçar a área social nestes tempos conturbados? A Junta não tem orçamento para grandes apoios sociais. Tem-se feito um bom trabalho com a Loja Social. Ronfe integra uma Rede Social de Freguesias e é para ela

LUÍS GONÇALVES - PS “Ronfe modernizou-se bastante mas ainda há muito a fazer, em comparação com outras freguesias. A Junta bateu-se por mais investimento mas muitas vezes falou de mais, a falta de humildade prejudicou a relação com a Câmara. A Câmara não discrimina Ronfe e a prova está no Centro Escolar que vai nascer”.

FÁTIMA MENDES - CDU “O centro cívico continua uma incógnita, não sei onde e o que é, apesar disso estar sempre a ser falado pela Junta como obra importante que até criou dívida na autarquia. Falta fazer muito no desporto, que não seja futebol, e na cultura, e que a Casa do Povo seja revitalizada. Há um terreno dado à Junta, na Lourinha, que ainda hoje está a monte. Não é um balanço positivo. Se não fosse a escola dar vida, o que seria desta vila?”.

JOÃO SILVA - PÁROCO “Ronfe mantém os traços de ruralidade. Todos se conhecem e entreajudam. Falta mais debate e intervenção e um papel mais activo das associações . Não temos registado aumento significativo de pedidos de ajuda. Admito que haja muita pobreza envergonhada. O conflito entre Junta e Câmara nunca traz coisas boas. Ronfe ainda é terra de gente de fé e convém que, sobretudo nos tempos que correm, isso se mantenha”.

que encaminhamos os casos de maior necessidade. A Casa da Juventude será uma bandeira? Sim, mas não só, queremos uma casa onde os ronfenses possam conviver. As pessoas ficam desempregadas cada vez mais cedo e não têm onde ocupar o tempo. O edifício do futuro Centro Escolar de Ronfe terá espaço para isso. Como está a transferência da Junta para a Casa do Povo? A Câmara de Guimarães prometeu apoio e contamos com ele. A Junta irá fazer o seu trabalho e espero que , com a p rováve l p re sid ê ncia de Daniel Rodrigues, ele ajude a entregar efectivamente a Casa do Povo aos ronfenses. Sabe quando arranca o Centro Escolar? Sei que está a concurso, que houve dois adiamentos da adjudicação e isso preocupa-me. A Câmara desistiu das piscinas. Fariam falta? Os equipamentos são sempre bemvindos. Este país caiu agora na realidade e a Câmara justifica-se com a falta de dinheiro. Pode-se discutir a opção.O Centro Escolar não merece discussão, não abdicaremos dele. Falta muito para Ronfe ser vila de corpo inteiro? Ronfe está inserida num concelho e por isso não podemos exigir equipamentos que existem numa freguesia ao lado. Temos um centro de saúde, a escola… Só até ao 9.º ano, sem pré-

escolar público e secundário… A questão do pré-escolar não se colocará com o Centro Escolar; o 12.º ano existe em Joane - é de outro concelho mas no ensino isso não pode ser barreira. “Ronfe é uma aldeia grande que nunca chegou a ser efectivamente vila”: concorda? A definição de vila não passa pela obrigatoriedade de ter bombeiros, GNR, ensino secundário... Ronfe preencheu os requisitos para ser vila em 1999. As vilas deveriam ser diferenciadas das freguesias do ponto de vista de competências, e isso não foi feito. Ronfe é hoje muito diferente ? Sim. O desenvolvimento não adulterou o seu aspecto rural, o que deve merecer congratulações. Há razões para rivalidades com a vila de Brito? Brito cresceu nos últimos anos porque teve que acompanhar o crescimento que Ronfe teve. Não tem nada a mais do que Ronfe. Esse é um discurso favorável à Câmara de Guimarães… Sei reconhecer as coisas mas também sei que houve um forte crescimento de Brito com finalidades políticas para que daí fossem retirados efeitos comparativos, o que felizmente acabou por não acontecer. Sobre a agregação de freguesias, qual é a sua opinião? Esta reorganização territorial é imposta. Se não for acompanhada pelo reforço das competências e apenas encarada pelo corte cego nas despesas, não fará qualquer sentido. “Ganhar” Vermil é suficiente para Ronfe? As freguesias que decidirem agregar-se com Ronfe ficarão a ganhar porque adquirem escala. As que optem por manter a sua ruralidade e perder cada vez mais população, ficam a perder. O melhor para Ro n f e p a s s a p o r c e rt a s f re g u e s i a s se fundirem connosco. Tem havido conversas com a Junta de Vermil? Sim, Vermil já percebeu que só poderá ganhar com escala. Caberá aos responsáveis avaliar se a ganham juntando-se a freguesias mais a norte ou connosco. O que espera da Câmara de Guimarães? O respeito pela Junta de Ronfe. Foi difícil ao PS Guimarães digerir as três derrotas em Ronfe, é pena que isso se tenha reflectido no tratamento da Câmara com Ronfe.


REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 20112 • 5

ronfe 13 anos

de vila

FESTAS DE S. TIAGO COM “CAÇA-TALENTOS” A final do “Caça Talentos” é no dia 12 de Maio, no âmbito das comemorações dos 13 anos de vila. Para a final foram seleccionados 10 concorrentes. O “Caça Talentos” visa recolher fundos para as Festas de S. Tiago, que este ano têm um orçamento de 45 mil euros, o mais baixo dos últimos tempos.

“Ronfe ainda não evoluiu” Artur Antunes, administrador e fundador do Grupo Casa do Papel, segundo maior empregador de Ronfe, fala da Vila, da economia e confessa que teme que estale violência social em consequência do aumento do desemprego

Luís Pereira

C

om cerca de 145 colabo radores, o Grupo Casa do Papel é o segundo maior empregador de Ronfe, onde está há 13 anos, os mesmos que Ronfe tem de Vila . A empresa resulta de um projecto familiar de Artur Antunes e esposa . “Hoje somos talvez a maior e m p r e s a d o ra m o d o p a í s ” , d i z o administrador Artur Antunes. A empresa manteve, em 2011, o s 1 8 m i l h õ e s d e e u ro s d e f a c turação do ano anterior e Artur Antunes acredita que chegará ao f inal do ano com os mesmos resultados. Apesar da conjuntura a d ve r s a , o e m p r e s á r i o s a l i e n t a que não prevê despedimentos. A trabalhar por todo o continente, ilhas e em Angola , a empresa p r e p a ra - s e p a ra r e fo r ç a r a s u a i n t e r ve n ç ã o n o m e r c a d o d o s u l do p aís, com uma delegação em Cascais.

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Ao fim de 13 anos de vila, como vê Ronfe? Com alguma mágoa. Não vejo grande diferença de há 10 anos para agora. Ronfe ainda não evo luiu. Ainda hoje não se sabe onde é o seu centro. Ronfe tem, apesar de tudo, uma zona que poderia dar um grande centro, bastava “dar cabo” da fábrica Josim. Quando me sair o euromilhões, ofereço-o a Ronfe. Faltam equipamentos? Tem alguns equipamentos (infantário, posto médico, centro de dia), mas podia ter mais. A empresa tem ciente o seu papel social em Ronfe? Não há instituição em Ronfe que nos possa acusar de não colabo rar. Os tempos são de contenção. Se antigamente tínhamos 100 mil euros para dar, hoje temos 50 mil e temos de repartir o mal pelas aldeias.

Há empresários que se estão a aproveitar da crise? A crise serviu para justificar muita coisa que não tem justificação. Há quem abuse da palavra. Como vê a política local? Nunca tive partido. Sou de Vermil, fui o presidente da comissão dos três primeiros recenseamentos. Fui assediado várias vezes para concorrer a presidente da Junta, nunca aceitei. Cheguei a ser apon tado como candidato do CDS, do PSD e até fui convidado pelo PS. Não tenho partido. Está fora das suas ambições? Terei de me reformar primeiro! A polític a deveria ser uma paixão e não uma profissão. A paixão pelo escutismo permanece? Na minha juventude estive ligado aos escuteiros. Eu continuo a privilegiar o escutismo por ser uma escola para a vida. Não quer dizer que todos os escuteiros sejam virtuosos. Posso não fazer uma

boa acção por dia mas se fizer uma de dois em dois anos, garanto-lhe que vale por todos os dias. Há muita gente a pedir-lhe emprego? Se eu levasse cinco euros por cada pessoa que me pede emprego, conseguia ir de férias para o Havai durante um ano inteiro. Onde vai parar o país em crise? Temo a violência social que possa advir de tanto desemprego. Um casal desempregado, sem fundo de desemprego, com filhos bebés, o que farão em desespero? Não aprovo, mas compreendo algumas reacções. Já está a preparar a sucessão dentro das empresas, sobretudo no seu filho. É sinónimo de reforma? Eu contava reformar-me para o ano, com 60 anos de idade e 40 de Caixa, mas o governo estragou-me os planos! Hei-de passar a minha reforma numa pequena quinta que tenho em Vermil.

DANIEL RODRIGUES DEPOIS DA JUNTA, PREPARA-SE PARA “ATACAR” DIRECÇÃO DA CASA DO POVO DE RONFE A direcção da Casa do Povo de Ronfe vai apresentar a demissão em bloco, a mais de um ano do fim do mandato, na Assembleia de sócios no início de Maio. Daniel Rodrigues, que abandonou a presidencia da Junta por falta de tempo, será candidato à liderança . Arsélio Ribeiro, actual presidente da Assembleia , esteve na origem das polémicas eleições. Em Dezembro de 2009, em entrevista ao RL , denunciava a alegada falta de transparência na direcção de Serafim Marques. Ficou famosa a s u a a c u s a ç ã o : “A C a s a d o Povo é uma casa de lambões”. A entrevista desencadeou episódios conturbados que culminaram com a eleição da actual direcção – que ainda hoje não é reconhecida pelo presidente da Assembleia de então, Capela Dias. A direcção diz ter encontrado uma situação “pantanosa” nas contas, descobrindo uma dívida de 15 mil euros às finanças. “Conseguimos um acordo com as finanças e organizamos financeiramente a Casa do Povo. Na Assembleia i r e m o s a p r e s e n t a r a s co n t a s e anunciar que está na hora de dar lugar a outros”, diz Arsélio Ribeiro, assegurando que não fará parte da próxima equipa . Sem nunca ter desempenhado funções directivas na Casa do Povo d u ra n t e o s 1 0 a n o s d e presidente da Junta, Daniel Rodrigues foi dos mais críticos da gestão de Serafim Marques. Foi, de resto, entusiasta da mudança directiva em 2010 e o rosto mais visível na denúncia das alegadas irregularidades. Ao RL , confirma a intenção de concorrer e assume como prioritária a transferência da sede da Junta para a Casa do Povo. “Conto reunir uma equipa capaz de abrir a instituição ao povo”, disse ao RL . A provável eleição para a Casa do Povo, a participação no PSD de Guimarães e no Vitória podem fazer aumentar as críticas dos opositores, mas Rodrigues diz que os três projectos ocupam menos tempo que o cargo de presidente da autarquia . A Casa do Povo conta com cerca de 20 sócios, sendo pouco provável que surja outra lista adversária do ex-autarca de Ronfe.


6 ABRIL DE 2012 • REPÓRTER LOCAL

13 anos

de vila RONFE • INVESTIMENTO

FINANCIAMENTO É UM QUEBRA-CABEÇAS Nem tudo são rosas no processo de construção do n o v o C e n t ro S o c i a l . “ N o t o t a l , a comparticipação oficial não chega a 900 mil euros”, diz o p á ro co . C o n t a s f e i t a s , é p r e c i s o a r ra n j a r 1 , 5 m i l h õ e s d e e u ro s . A paróquia contraiu já um empréstimo bancário de 700 m i l e u ro s . Fa l t a o u t ro t a n t o . “ O restante vai-se arranjando na g e n e ro s i d a d e d a s p e s s o a s , q u e têm feito um grande esforço, e contamos também em ter o apoio da Câmara . De resto, como em Dezembro disse ao RL , mantenho as preocupações mas t a m b é m a e s p e ra n ç a ” , r e f e r e o padre. Este responsável mostra ainda preocupações ao nível da sustentabilidade do Centro

Novo Centro Social custa 2,3 milhões de euros Se correr como previsto, ficará pronto em Outubro Luís Pereira

D

esde a construção do novo estádio do clube da terra, inaugurado em 2009, que Ronfe não via nascer um investimento de grande envergadura . Com o p ro j e c t o d a s p i s c i n a s e n f i a d o n a g av e t a p e l a C â m a ra d e G u i m a rã e s e o Centro Escolar à espera , a p a ró q u i a ava n ç o u co m “ a g ra n d e o b ra ” d o n o vo C e n t ro S o c i a l . U m investimento de 2 milhões e 380 mil euros que, se tudo correr co m o o p r e v i s t o , f i c a rá p ro n t o e m Outubro deste ano, ocupando a área do antigo campo de jogos do e x t i n t o Ju v e n t u d e d e Ro n f e . “Isto provoca muitas dores de cabeça . Pode parecer simples d o p o n t o d e v i s t a d e co n s t r u ç ã o civil mas gera todo um mundo de problemas de recursos, de dinheiros e toda a carga burocrática”, explica ao RL o p á ro co Jo ã o S i l va ( n a fo t o , j u n t o à s o b ra s ) . O edifício terá lar de idosos, c r e c h e e p r é - e s c o l a r, a l é m d e e s c r i t ó r i o s , co z i n h a e l ava n d a r i a , segundo o engenheiro responsável p e l a o b ra , d a co n s t r u t o ra G a b r i e l Couto. Creche, pré-escolar e apoio domiciliário não são valências

d e s c o n h e c i d a s d a Pa r ó q u i a . N a s actuais instalações (no salão paroquial), elas funcionam há muitos anos de forma condicionada pelo espaço. A nova casa terá mais co n d i ç õ e s e m a i s c r i a n ç a s ( 6 6 e m v e z d a s a c t u a i s 2 7 ) . Pa ra o e n s i n o p r é - e s co l a r, e s t ã o r e s e r va d a s t r ê s salas. “A s i n s t a l a ç õ e s a c t u a i s s ã o resultado de várias adaptações de um edifício que já existia e estamos muito condicionados em espaço uma vez que, com o tempo, os requisitos foram aumentando e tornou-se i n co m p o r t áv e l e n co n t ra r e s p a ç o s que obedecessem a todos eles. I s s o f o i u m a d a s ra z õ e s q u e n o s levou a avançar com a obra”, e x p l i c a Jo ã o S i l va . A novidade reside nas respostas para a terceira idade, passando Ronfe a ter um lar para 39 utentes. “Era a necessidade mais premente”, co n f i r m a o p á ro co . De acordo com o corpo técnico, a obra vai a entrar numa fase menos v i s í ve l . “ E s t e t i p o d e e q u i p a m e n t o e x i g e u m t ra b a l h o m i n u c i o s o a o n í v e l t é c n i co . Va m o s e n t ra r a g o ra naquela parte chata em que de fora poderão pensar que nada está a s e r f e i t o , p o r q u e é u m t ra b a l h o sobretudo de interior”, refere o e n g e n h e i ro Pe d ro a o R L .

e defende “um equilíbrio” na política de admissão de utentes: prioridade aos que têm as reformas bastante baixas, co n t ra p o n d o co m p e s s o a s co m possibilidades financeiras. “Caso co n t rá r i o , n ã o s e rá p o s s í ve l p ô r isto a funcionar”, argumenta. N a v i s i t a q u e o R L f e z à o b ra , o técnico da empresa Gabriel Couto garantiu que os trabalhos têm decorrido como previsto, p e l o q u e s e co n t i n u a r e m n e s t e ritmo, tudo indica que será p o s s í v e l c u m p r i r o p ra z o .

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ronfe

ONDE ANTES ERA UM CAMPO DE FUTEBOL O novo Centro Social da Paróquia de Ronfe está a crescer no antigo campo de jogos do clube da terra . Terá lar de idosos, creche e pré-escolar, além de escritórios para administração, cozi nha e lavandaria .


REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 20112 • 7

OPINIÃO | Páginas 20, 21 Luís Santos: “Famalicão no topo do desemprego”; Nel Cunha: “Inaugrações com políticos menores?”.

18 ABRIL DE 2012 • REPÓRTER

LOCAL

ENTREVISTA

JOSÉ AZEVEDO

José Aze vedo será Nas eleições de 2013, Junta de Vermoim: o candidato do PS à aproveitan“À partida serei o candidato, actual e trazendo elementos da equipa nosso projecto”. do mais gente para o

entrevista • JOSÉ AZEVEDO

em “Se existe investimento l” íve Vermoim, ele não é vís presidente da Junta.

Azevedo responde ao mudou. então a sua postura à Junta de Vermoim, José oposição A sua postura de do que a é menos política ida, como de Joaquim Alme rte? sugere Xavier Fo osição consual é a avaliação que Temos feito uma op e sugese faz do mandato d trutiva, apontando ideias ão faremos é Xavier Forte? tões ao executivo. N adinhas nas É um trabalho sem o papel de dar palm tem Freguesia. visão de futuro. Exis costas da Junta de er sobre o que Vermoim O que querem sab obras estruturantes o no cemiapret i o e ã f n r o e v s i t a u c á e t x s e e o e e u a q necessit que ainda executá-las. tério de Vermoim senta propostas para e x-fiacção de não saibam? Falo da aquisição da ão-somente nua a ser um O que temos dito é t Vermoim, que conti idadãos que a freguesia, o que nos dizem os c espaço estrutural para a como está campanha de discordam da form que foi bandeira de cemitério. ue nada fez a ser organizado o Xavier Forte mas q strução das do a fábrica Discordamos da con recentemente quan ento difecapelas. É um elem esteve em leilão. ta críticas. para a renciador que levan Apresenta r um projecto a aquisição do leilão, Outra tem a ver com fiacção no último dia nuiu igamente, as i t n m A i . d s a o r ã u n t l , u S p P e s o s a z d como fe o terreno, pessoas compravam a proposta? rar o pacote espaço seja agora terão de comp Só queremos que o campa por r ao serviço completo: terreno e adquirido para esta S P o três vezes o t s d u o c t jec 3.500 euros. Um da freguesia. O pro praticado! É incentivar os superior ao que era serviu somente para a a sugestão, e que uma Junta tenh responsáveis, foi um Vermoim? i m p o r t a n t liar até taria diferente em ita mas é preciso ava e c e r r o p m i a um desafio... r e , o ã ç c o Além da ex-fia egurou, ao é legítimo obrigar Xavier Forte ass da proximi- que ponto ia tante tirar proveito e abertura dispor de uma quant RL, que não houv . Falta uma cidadão a “O discurso de Xavier ta altura, é dade à auto-estrada à data, para que, sobretudo nes dos proprietár ios, passado o industrial, apoio a projectos r. a t zona r sobre o p m o … c l Forte e e v d ó l i m c í i f i s o d vender omo horta ém da falta com cariz social, c ser um objecQueixam-se tamb A aquisição deveria da Junta, repetindo que comunitárias. turo. Diz-se to… tivo com vista ao fu eração do de projec ário Diz-se que a regen fazem bons lquer obra é necess quando chegou não que com a crise se autárquicas Em qua s a o d m i a t x l i f ú a s s l i e a a n n m i a o S t p i P u m ám to e u negócios, o preço est ssociação um projec Na havia nada, revela falta teve por base a A stava à data. ue se está a fazer. baixo hoje do que e oim e que sobre o q isso não existe. Moinho de Verm ontade. Não O que há é falta de v de respeito por todos os m a l a v a n - obra do cemitério p o r d i v e r s a s dela se tira algu g o d e t ransonamos p e d imo s qu e s e f aç a al . Como co- Já questi ém nos discamento político s a aquisição seus antecessores” vezes a Junta e ningu cendente, mas apena s menta? consoante o documentos nem no a z i l i b i n o p o s s a a n do espaço, depois, o tã Há elementos que es no que fazer. e is so l e vant a d ú vid as. dinheiro, pensa-se s e m p e n h a r e scl are ce , ciação e no PS, a de sidera utócom o acordo inforão só teve de Xavier Forte con , m a s e x i s t e Concorda o freguesia, a coligaç funções autárquicas ecto… Pousada no âmbit ortivo não pico o vosso proj p a r a ç ã o d e mal com aprovar. O gimnodesp claramente uma se eguesias? para a cons- a o executivo muito d a f u s ã o d e f r O projecto aponta oi uma ambição só d funções. A AMVE já existia s l á S o m o s f r o n t a l m e n t e c o n t r a . N ã o de Junta com f m lutou trução de uma sede al, a Junta PS també elemento u s t c n a a u t g n l u a J e a a d d r o s o ã e d t ç a n n b e a u t c n a in Forte percebemos a i um anfiteatro e um ele. O discurso de Xavier é. terem chegado. t o d o s e s t e s por im, foi um tiro no p nta, repede empresas. Para (ex-tesou- de Vermo bre o passado da Ju , Marco Magalhães m parque de so rdamos com a fusão ndo chegou serviços, previu-se u , eleito da Não conco ndo sempre que qua rá reiro do executivo residente de ti ntecer, Vermoim te falta de estacionamento. O p tem sido o mas a aco havia nada, revela coligação na AF) contradiz- n ã o fre g ue sia agre gadora. rabalho de Junta acha surreal mas l v o d e c r í - de se r uma speito não só pelo t vosso principal a u a n d o f a l a re pontos em comum todos m e e t d s s i a x e m e a s S d a i n e r m l a s A se na entrevista q n e oaquim ém existem tica. Fazem-no a p necessidade J com Pousada, tamb justamente nessa antecessores. egítimo pereições de 2013? l l e lugar os seus l e e É e u . s q d e a õ n a l t o e t t n s n u e a J C m a a m n d o o a i c t l c de esta e com a fa e O presidente A crítica relaciona-s . orquê de Pousada re muitas central da freguesia tinha para guntar o p oane (PS) recor de respeito que ele Na nossa opinião, á 10 anos, J Concorda que h Como é nor- não Castelões? a Vermoim para criticar à com os eleitos do PS. o u a J u n t a , vezes ão se puser, caberá licão por quando o PS deix oi novidade se a quest Câmara de Fama mal, o cargo na AF f um atraso a a decisão. muito nesta freguesia a freguesia tinha s do PS e de população para todos os eleito n h a s e q u e , investir idato em 2013? nte não o fazer em em relação às vizi xperiência, Será cand , início havia pouca e S D - P P , f o - e alegadame serei o candidato nfortante com a coligação P pelo Marco À p a r t i d a oane. Não é desco s d a e qu ique era aproveitada estimentos J oim? ro ve it and o e l e me nt o . ap a s o u t l u s ram captados inv n i a m r o f para o PS de Verm t Magalhães de Vertrazendo mais gen e importantes? e investimento em reconhecer pa actual e do que S e e x i s t Ele próprio chegou a so projecto. s o n o a r a e p d s e d e Não concordo. Ao contrário f o i a m o i m , e l e n ã o é v i s í v e l . o id que se tinha exced Junta, e esdiz o presidente da PS na Junta, o qu mia da Com o í n o p o t a z e f e u q S Junta P

Candidato do PS em 2009 Luís Pereira

Q

editorial Ir além ou ficar aquém 1 - Os factos continuam a mostrar que o Poder tem tendência para ser inflexível com os fracos e flexível com os grandes. Corta-se na iluminação pública das localidades esquecidas em nome da poupança; impõe-se uma reorganização territorial das freguesias (essas gastadoras!), sem ouvir as pessoas, para poupar uns tostões; aperta-se o cerco ao contribuinte normal e às pequenas empresas, sem poder de pressão, sufocados em impostos e cortes... Em suma, o Poder orgulha-se de ir além da Troika com os pequenos, mas fica aquém da Troika com os grandes grupos - da EDP à Banca. Mas não só. 2 - A Câmara de Guimarães acaba de isentar o Vitória de Guimarães do pagamento de uma taxa de ocupação do Estádio D. Afonso Henriques, propriedade municipal, no valor de 61.150 euros, para ajudar o clube (tem um passivo de milhões, herança da gestão moderna de empresários empre-

endedores - os mesmos que muitos liberais gostavam de ver a gerir o Estado!). O valor da taxa não é muito significativo, e por isso, a Câmara faria melhor em conceder outro tipo de apoios ao clube do que copiar o Governo de Passos Coelho, concedendo excepções. Com que legitimidade vai agora a Câmara de Guimarães exigir ou impor cortes nos apoios ao movimento associativo, ou convencer os cidadãos que têm que ficar às escuras para permitir umas poupanças aos cofres municipais? 3 - Ronfe é vila há 13 anos. Tal como Joane, o estatuto de pouco vale. A não ser pelo simbolismo de emoldurar. Ronfe, tal como Joane, ganhou mais uns prédios, umas rotundas, mas continuam sem competências algumas que as distingam de uma mera freguesia de 1000 almas - com enorme respeito por estas. A melhor forma de honrar o estatuto de

PAG. 18 | ENTREVISTA José Azevedo, eleito do PS em Vermoim, responde à entrevista de Xavier Forte, presidente da Junta (última edição do RL) e confirma que será candidato em 2013

Vila seria conferir-lhes mais competências. Será possível? 4 - Passou o 25 de Abril e o 1º de Maio. Nos dois feriados, os centros comerciais encheram-se de trabalhadores. O 1 de Maio já se arrisca a ser conhecido por Dia do Consumidor. O patrão do Pingo Doce conhece como ninguém a realidade portuguesa. De uma só vez, deu uma machadada no simbolismo do Dia do Trabalhador e nas posições dos sindicatos, e teve os consumidores a seus pés, em verdadeiras escaramuças consumistas em ambiente de austeridade. Nota final Falta ano e meio para as Autárquicas. Para lá da incógnita que reina em torno da “agregação de freguesias” (e de como o processo eleitoral será feito nesse caso), começam a surgir movimentações no que toca às indicações de candidatos.

protagonistas CAPELA MIGUEL Está a fazer recolha de contos e lendas sobre Ronfe para publicar em livro. Com formação na área de antropologia e com pós-graduação em Património, cultura e turismo, Capela Miguel dedica-se há vários anos ao património imaterial. ARTUR FERNANDES Operário da construção civil, aproveita as horas vagas para dar asas à sua criatividade. O jardim de casa, em Cima de Pele, Joane, é uma verdadeira montra de esculturas esculpidas pelas suas mãos.

GD JOANE O que deveria ser encarado como um prémio - a subida de divisão pode ser, fruto da conjuntura económica, uma penalização. O clube de Joane está em primeiro lugar, com três pontos de distância do segundo classificado, mas a subida pode significar um aumento brutal de despesas. JOSÉ AZEVEDO É o rosto do PS na freguesia de Vermoim. Na entrevista ao RL , acusa o presidente da Junta, Xavier Forte, de não respeitar os seus antecessores.

“DESCENTRALIZAR O PS” S é r g i o C o r t i n h a s , m i l i t a n t e d a co n c e l h i a d e Fa m a licão do PS, defende a criação de uma secção do partido em Joane. O ex-presidente da Assembleia de Freguesia entende que o exemplo de R i b a d ’A v e d e v e s e r r e p r o d u z i d o n o u t r o s pontos do concelho, e por isso propôs q u e a C o n c e l h i a d e Fa m a l i c ã o f o r m a l i z e o pedido junto da Federação Distrital.

Repórter Local | Propriedade e Editor - Tamanho das Palavras, Lda, Rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão Telefone 252 099 279 E-mail geral@reporterlocal.com Membros detentores com mais de 10 % capital Joaquim Forte e Luís Pereira Director Joaquim Forte ( joaquimforte@reporterlocal.com) | Redacção Luís Pereira (luispereira@reporterlocal.com) | Paginação Filipa Maia | Colaboradores Ana Margarida Cardoso; Analisa Neto; Custódio Oliveira; Elisa Ribeiro; Fernando Castro Martins; João Monteiro; Luís Santos; Miguel Azevedo; Luciano Silva; Sérgio Cortinhas | Impressão Gráfica Diário do Minho | Tiragem 4000 ex. | Jornal de distribuição gratuita | Distribuição: Alberto Fernandes | Registo ICS 122048 | NIPC 508 419 514


8 ABRIL DE 2012 • REPÓRTER LOCAL

VERMOIM | ATLETISMO DA AMVE A AMVE participou no GP de Landim. Eis alguns resultados: Minis: Inês Marinho, 3º lugar; Rafael Silva, 1º. Benjamins: Inês Rosas, 3º; Infantis: Ana Veiga, 3º; Iniciados: José Silva, 10º; Diana Oliveira, 4º.

LOCALIDADES JOANE • ASSEMBLEIA joane• cultura

Casa Mortuária anima discussão entre PSD e Junta de Freguesia

Auditório na antiga sede de Junta

Sessão marcou regresso à antiga sede da Junta, em Telhado, e teve lotação esgotada

Remodelação “low-cost” em tempo de crise ficou por seis mil euros

Luís Pereira

A

s conversas entre o pároco, o PSD e a Junta de Joane aqueceram a Assembleia de Freguesia, que, no passado dia 30, regressou à antiga sede da autarquia e que contou com lotação esgotada (além de populares do lugar de Celorico, indignados por causa de um conflito com uma moradora do Bairro Francisco Simões, também os novos dirigentes do PSD e da JSD estiverem em peso). A discussão teve como pano de fundo a construção, pela paróquia, da Casa Mortuária e a recente reunião entre PSD e pároco. José Fernandes, do PSD/PP, informou que o sacerdote terá garantido que, ao contrário do anunciado pela Junta, não existe protocolo para a utilização do espaço e que só a Paróquia mandará nele. O pároco mostrou-se ainda surprendido ao ser informado de que o apoio da Junta seria de cinco mil euros em vez dos previstos 10 mil. “O pároco disse-nos que a Casa Mortuária será regida apenas pela paróquia. Ele é padre, não mente.

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JOANE • INAUGURAÇÃO

“O pároco disse-nos que a Casa Mortuária será regida apenas pela paróquia. Ele é padre, não mente. Acredito mais nele que no presidente da Junta que já nos enganou algumas vezes”. Acredito mais nele que no presidente da Junta que já nos enganou algumas vezes”, atirou o eleito. Sá Machado não gostou da insinuação e assegurou que o pároco estará ao corrente do apoio e das pretensões da Junta. “Vamos fazer uma acareação com o padre Manuel. Não queiram ter o exclusivo das conversas com o pároco. As coisas levam o seu tempo e a Paróquia demorou a resolver os problemas dos terrenos. A obra está em cur so com o apoio da Junta. Estou curioso por saber se o apoio da Câmara vem ou não e de quanto será” , respondeu Machado.

Na insistência, o eleito da coligação quis saber da existência ou não do protocolo que acautele a utilização daquele espaço por crentes e não crentes. “Há um pré-acordo que acautela essa utilização por todos. Será formalizado mais tarde”, assegurou o autarca. ESCOLAS PRIMÁRIAS ENTREGUES

Outro assunto quente foi a cedência d a s e s c o l a s p r i m á r i a s à s a s s o c i ações. Carlos Rego (do PS) criticou a entrega, em exclusivo, da maior (Avenida) aos escuteiros, considerando que a Paróquia já tem o salão paroquial. Miguel Coelho, do PSD-PP e chefe do CNE, assegurou que a atribuição foi discutida entre Paróquia e todos os movimentos paroquiais. Quanto às restantes: Cima de Pele fica com Cooperativa ACIP; Gies tais, com Rancho Infantil, Rusga de Joane e Cooperativa Didascália; Montelhão, com Danças e Cantares, Joane BTT, Escola de Atletismo Rosa Oliveira, Associação de Reformados e Associação Juventude de Joane. A de Mato da Senra será gerida pela Comissão Social Interfreguesias.

A Junta de Freguesia de Joane aproveitou o 25 de Abril para inaugurar o novo auditório na antiga sede da autarquia , na Rua de Telhado, que já foi sede de Junta e Gabinete de Inserção Profissional. Datado de 1968, há muito que o edifício não tinha ar de casa nova , por muitas latas de tinta que a oposição chegasse a oferecer. “Sinto-me feliz . Vinte anos justificam um balanço. Fizemos muito e não temos razões para estar tristes”, disse Sá Machado. Por força da austeridade, a remodelação ficou por seis mil euros. A Junta reaproveitou materiais, foi aos saldos (ao RL o autarca disse que as cadeiras foram compradas em promoção na Staples) e aceitou a oferta de tecidos. “É um espaço que serve para tudo, inclusive para Casa Mortuária se for necessário”, disse Machado. A Junta aproveitou para fazer o balanço “da obra feita” desde que, em 1992, Sá Machado assumiu o cargo de presidente. “Não quero que isto seja visto como uma homenagem. Nos 20 anos achei que deveria partilhar o meu balanço com os joanenses”, referiu o autarca . Os joanenses não foram muitos (cerca de 70), mas suficientes para lotarem o auditório. Representantes de associações, partidos, ex-autarcas e o pároco marcaram presença . Da Câmara não esteve ninguém, até porque, justificou Machado, “não convidamos ninguém de fora”. Os membros do executivo PS ofereceram uma caneta com inscrição em prata alusiva aos 20 anos da presidência de Sá Machado. Caneta paga do bolso deles, salientaram os autarcas.


REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 20112 • 9

JOANE | ISABEL ALÇADA NA BIBLIOTECA A escritora Isabel Alçada esteve no dia 17 de Abril na biblioteca da escola Bernardino Machado. A autora da colecção “Uma Aventura”, assistiu a dramatizações de algumas das suas obras e conversou com os alunos. Um deles desafiou-a a escrever “Uma Aventura em Joane”.

localidades

RONFE • ASSEMBLEIA

VERMIL • ASSEMBLEIA

Daniel Rodrigues deixa Junta com dívida de 45 mil euros

“Casa Mortuária foi uma negociata”

Autarca oficializou renúncia ao cargo de presidente e aproveitou última sessão da Assembleia para aumentar o tom de crítica à Câmara de Guimarães. Luís Pereira

D

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aniel Rodrigues deixa a Junta de Ronfe com uma dívida de 45 mil euros. O au tarca apresentou o relatório de contas de 2011 no dia 29, na Assembleia de Freguesia em que também oficializou a renúncia ao mandato. O passivo foi o tema dominante. Assumindo parte da responsabilidade, Rodrigues justificou-o com a falta de apoio financeiro da Câmara de Guimarães, admitindo, contudo, que “a Junta de Ronfe, no passado, gastou acima das suas possibilidades”. Mas, adiantou, “quando entrei, em 2002, a dívida era de 200 mil euros, valor que a Câmara se prontificou logo em transferir para tapar o buraco que os do PS tinham deixado”. Na sua última Assembleia o autarca foi mais longe nas críticas à Câmara, acusando-a de discriminar Ronfe. “Airão S. João não tem 100 mil euros para pagar uma piscina, alguém a pagou. Há Juntas onde, se a obra derrapar, a Câmara aprova subsídios extras para as pagar. A nós mandam-nos desenrascar”, acrescentou. O relatório aprovado pela maioria PSD aponta uma exe cução de 74% e uma descida em 14% das despesas corren tes. A Junta informou que brevemente irá celebrar um protocolo na ordem dos 30 mil euros com a Câmara de

Guimarães que será canalizado para amortizar dívida. Luís Gonçalves, do PS, mostrou-se “muito preocupado” com a dívida e sugeriu “um esforço maior em poupar e cortar em despesas com as comunicações”. Fátima Mendes, da CDU, mostrouse impressionada com certas despesas, como os “valores avultados” em seguros automóveis, e aconselhou a Junta a comparar preços. O pedido de renúncia não teve comentários do PS e da CDU durante a sessão, mas à margem do encontro, ao RL, Luís Gonçalves acusou Rodrigues de irresponsabilidade. “Foi por orgulho que se recandidatou, por ter um colega de profissão (António Gonçalves, advogado, do PS) do outro lado. Foi por birra. Se não tinha intenções de levar o mandato até ao fim, não se candidatava”, disse o eleito do PS. Confrontado com o facto de o candidato do PS em 2009 não ter assumido o lugar na Assembleia de Freguesia, Gonçalves não deixou de con denar o colega de partido. “Sou obrigado a dar a mão à palmatória. Fico triste”, confessou. Sobre Ant ónio Sousa, “novo” presidente da Junta, Luís Gonçalves espera que defen da os ronfenses e zele pelos “interesses da freguesia”.

A Casa Mortuária de Vermil per manece num impasse, à espera de dinheiro para que as obras prossi gam. A Junta aguarda que a Câmara de Guimarães aprove o protocolo, no valor de 112,5 mil euros, para suportar os encargos com a obra . Esta foi uma das novidades avança das por Armando Vidal , presidente da Junta , na última Assembleia de Freguesia , no dia 22, em resposta à oposição que o “ bombardeou” com dúvidas e considerações sobre a empreitada . Do valor em causa , o montante de 10 mil euros já foi pago, o restante será transferido por tranches, explicou Vidal. A construção da Casa Mortuária tem sido pródiga em episódios. Desde os trabalhos de serralharia , que geraram polémica face à participação da empresa do autarca , que a obra está suspensa . Arman -

A sessão ficou ainda marcada pela aprovação, pela maioria PSD, do relatório de contas de 2011 (115 mil euros) e pela falta de limpeza das bermas das estradas da freguesia do Vidal reiterou que os trabalhos avançarão consoante chegar o f inanciamento. “Por este andar, daqui a nada será necessário demolir a estrutura actual. Porque razão a obra está pa rada há tanto tempo? Só se fez a parte do ferro porque alguém ti nha interesse nisso?”, questionou o eleito Abílio Oliveira , do PS. Sobre o assunto, o so cialista Do mingos Barros fez-se acompanhar da acta que tinha solicitado à As sembleia , referente à reunião de executivo que adjudicou a obra , mas foi Filipe Machado, do PP, que colocou mais dúvidas. “Esta acta comprova que tudo o que a Junta tem dito sobre a adjudicação e a participação da serralharia do presidente na obra , é mentira . A acta

diz , expressamente, que só seria convidada uma empresa para fa zer a obra , contrariamente aos três convites a outras empresas que depois vieram dizer que f izeram. Isto prova que a Casa Mortuária foi uma negociata entre vocês”, acu sou Machado. Domingos Barros le vantou dúvidas pelo facto de a data da reunião de executivo em que foi feita a adju dicação não coincidir com a que está no aviso colocado na obra . Na defesa do executivo, Marçal Men des explicou que as datas não eram iguais porque a af ixada na obra refere-se à data do licenciamento e assegurou a Filipe Machado que não houve promiscuidade. “Sempre dissemos que tinha havi do uma adjudicação directa a uma empresa . Mais tarde, depois da reunião da adjudicação e num pro cedimento meramente administra tivo, tomámos a iniciativa de pe dir três orçamentos para comparar preços”, referiu o secretário. Armando Vidal quis rematar o as sunto da empreitada - “é chover no molhado” -, mas Filipe Machado, sem concretizar, anunciou “mais novidades para bre ve”. “A Junta vai meter novamente o pé na poça”, vaticinou o eleito do PP. A Assembleia f icou ainda marcada pela aprovação, pela maioria PSD, do relatório de contas de 2011 (115 mil euros) e pela limpeza das bermas das estradas da freguesia , que deu que falar. Irónico, Domin gos Barros fez notar que as ruas se encontravam “mais f loridas” e pe diu explicações sobre a ausência de limpeza . A falta de dinheiro, respondeu Armando Vidal, le vou a Junta a rescindir o contrato com a empresa que assegurava a limpeza , passando o trabalho a ser feito ao abrigo do serviço comunitário determinado pelo Tribunal. “Quem tiver ervas à porta , venha buscar o carrinho à Junta e cortem-nas”, disse o presidente. A oposição indignou-se. “Antiga mente a Junta dava passeios, agora dá enxadas”, sublinhou Filipe Machado que pediu ao presidente da Junta que repetisse a af irmação para que constasse em acta , pedi do que foi acedido. L .P.


10 ABRIL DE 2012 • REPÓRTER LOCAL

VERMOIM | ANDEBOL COM 100 CRIANÇAS A Associação Cultural de Vermoim promoveu, no dia 29 de Abril, no Pavilhão Municipal “ Terras de Vermoim”, o II Torneio de Andebol com mais de 100 crianças das sete escolas do Agrupamento Bernardino Machado de Joane.

AIRÃO St.ª Maria • dramA

JOANE • LAZER

Viagens na minha terra...de charrete!

Casal de idosos burlado por falsos doutores da Segurança Social Casal burlado por dois homens ficou sem ouro avaliado em mil euros, na sua residência, perto da capela de Santa Luzia Luís Pereira | Texto e Foto

“ E s t a b r i n c a d e i ra t e m co m o o b j e c t i vo o convívio de quem gosta de cavalos e de atrelados de animais”, explicou José Faria . O passeio terminou com um almoço e com a certeza de uma nova edição no próximo ano. A organização pretende envolver a s e n t i d a d e s p ú b l i c a s , J u n t a s e C â m a ra Municipal de Famalicão, num esforço de conferir à iniciativa uma maior projecção.

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Há dois anos que José Faria organiza uma concentração de charretes em Joane. Na deste ano (dia 15 de Abril), participaram 70 amantes da actividade equestre, vindos de Famalicão, Vizela , Guimarães e Santo Tirso. Num percurso de 25 quilómetros, as charretes desf ilaram por Joane, Airão Santa Maria , Oleiros, Leitões, S. Clemente de Sande e Vermil.

Junta Ronfe

U

m casal de idosos de Airão Santa Maria ficou sem o ouro que tinha em casa, avaliado em mil euros, burlado por dois homens que se fizeram passar por “doutores” da Segurança Social. Tudo aconteceu na tarde do dia 19, quando o casal foi visitado pelos burlões na sua residência, perto da capela de Santa Luzia. Teresa Costa, de 79 anos, recebeu-os ao portão de casa. Depois de se inteirarem de quem se encontrava na propriedade, os homens pediram-lhe


REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 20112 • 11

JOANE | FOTOGRAFIAS DE VIAGENS NA BIBLIOTECA Está patente no pólo de Joane da Biblioteca Municipal de Famalicão a exposição “Lugares Algures”, que reúne fo tograf ias de viagens de Gilberto Costa . Horário: segunda , das 9 às 15:00 horas; terça a sexta das 9 às 19:30 e sábados das 9 às 16:00 horas. h t t p : / / w w w. g i k a p h o t ography.com

Os homens começaram a questionar o casal acerca dos seus rendimentos. “Estavam bem vestidos e eram conversadores. Como disseram que eram da Segurança Social, abri-lhes os portões”, disse Manuel Oliveira, um dos idosos burlados.

para chamar o marido, Manuel Oliveira, de 82 anos. O casal não tem dúvidas que os burlões terão recorrido a algum sonífero. “A minha mulher nunca vomita e teve logo que ir à casa do banho. Mais, os três cães nunca param de ladrar e depois de eles chegarem meteram-se no ninho e calaramse. Tiveram que deitar alguma coisa, não tenho dúvidas porque eu, a dada altura, já não sabia o que fazia nem o que dizia”, relatou o octogenário ao RL. Os homens começaram a questionar o casal acerca dos seus rendimentos. “Estavam bem vestidos e eram conversadores. Como disseram que eram da Segurança Social, abri-lhes os portões. Queriam saber da reforma, a nossa idade, que estavam a fazer as perguntas de porta-a-porta para ver se aumentavam a reforma de quem

ganha menos”, relatou o homem. Alguns minutos bastaram para a conversa evoluir para outro nível. “Disseram-nos que se tivéssemos dinheiro em casa, no dia seguinte ele ia perder a validade. Eu estranhei e ainda lhe perguntei porque é que só vinham avisar àquela hora”, contou o homem burlado. Daí a convencerem o casal a entregar-lhes o dinheiro para, alegadamente, ser trocado pelo “novo”, foi um instante. Quando deu por si, Manuel Oliveira já estava dentro de casa à procura do ouro. “Tinha um trancelim, um cordão e dois anéis. Já fizemos as contas, valiam à volta de 200 contos (mil euros). Como virei costas nem me lembrei de fechar o portão. Quando me apercebi, um deles já estava dentro de casa, atrás de mim. Quando viu a lata do ouro, meteu-a logo ao bolso”, descreve Manuel Oliveira. Não satisfeito, o burlão continuou a insistir para que o idoso procurasse por dinheiro e o e nt re g as s e . “ Acabe i p or l he d ize r qu e tinha algum, para cima de 40 contos (200 euros). Quando o viu, passou-me as unhas ao dinheiro e fugiu”, relatou o octogenário. O burlão levou apenas o ouro porque, ao fugir, esbarrou na mulher, que, apercebendo-se da marosca, ainda conseguiu retirar o envelope com o dinheiro das mãos do “doutor”. Os burlões fugiram num carro. Os vizinhos acorreram e chamaram a GNR que esteve no local. “Nunca pensei passar por isto com esta idade. Agora desconfio de toda a gente e até ando a tomar calmantes”, desabafou o idoso.


12 ABRIL DE 2012 • REPÓRTER LOCAL

POUSADA | ERGUER A BANDEIRA NO 1º DE MAIO Em Pousada de Saramagos, a tradição de erguer a ban deira no 1º de Maio cumpriu-se mais uma vez . No dia em que Portugal foi ao supermercado, José Magalhães e um grupo de trabalhadores ergueu o mastro com a ban deira vermelha na ponta . Em nome dos trabalhadores. Fo t o : Jo ã o Fe r r e i ra

JOANE • TALENTOS

O MESTRE DA PEDRA Artur Fernandes, operário da construção civil, dá asas ao seu talento através da criação de esculturas em pedra. Moinhos, igrejas, espigueiros - são muitas as criações deste joanense, patentes no terreno da casa onde vive. Luís Pereira | Texto e Foto

É

impossível passar pela Rua d e C i m a d e Pe l e , e m Jo a n e ( junto à fábrica Fersoni) sem deixar de reparar nas esculturas em pedra expostas no jardim da casa situada mesmo na c u r va . O m o i n h o co m á g u a s e m p r e a co r r e r, a i g r e j a e o e s p i g u e i ro , e n t r e o u t ra s c r i a ç õ e s , c h a m a m a a t e n ç ã o de todos os que por lá passam. O que poucos saberão é que as esculturas são meticulosamente criadas por um dos residentes

da moradia . Artur Fernandes é o habilidoso de serviço, como se a u t o - i n t i t u l a . O p e rá r i o d a co n s t r u ção civil, este joanense descobriu o gosto de trabalhar na pedra e os seus tempos livres passa-os de m a r t e l o n a m ã o , a c r i a r e s c u l t u ra s que estão espalhadas pela casa da mãe, onde vive. “Dá-me gozo trabalhar a pedra e criar coisas. Às vezes lembro-me e decido fazer umas habilidades nas horas extras”, explica Artur


REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 20112 • 13

JOANE | CORRIDA DO DIA DA MÃE A ATC organiza no domingo, seis de Maio, entre as 10:00 e as 11:30, a VII Corrida e Caminhada da Mãe e o XII Famalicão Joane dos Pequeninos. As inscrições podem ser feitas até cinco de Maio na ATC ou no dia da corrida .

JOANE • POLÍCIA Fe r n a n d e s . Além do trabalho que tem exposto no jard i m , A r t u r j á co n s t r u i u d i v e r s o s e l e m e n t o s , co m o a c a i x a d e co r r e i o e u m a s a l m i n h a s d e v e n e ra ç ã o a S . Jo s é . “A p e ç a q u e m a i s g o s t o é a igreja e o moinho”, informa o artista . Artur transforma os restos de pedra que recolhe de pedreiras da região em peças a r t í s t i c a s , n u m t ra b a l h o m e t i c u l o s o q u e ex i g e t e m p o e p a c i ê n c i a . Po r q u e a p e d ra n ã o é toda igual, explica . “A p e d r a a m a r e l a é m e l h o r d e t r a b a l h a r d o que a azul”, concretiza o joanense. “Não tenho ideia do tempo que perco porque vou fazendo à medida da disposição e da vo n t a d e ” , r e f e r e . A r t u r r e a l ç a q u e , a p e s a r d e t e r vá r i a s e n co m e n d a s d e p e s s o a s co n h e c i d a s o u d e o u t ra s q u e co n h e c e m a s u a a r t e , n ã o t ra b a l h a “ p a ra f o r a ” ; o q u e “c r i a ” f i c a e m c a s a , e m b o r a a m ã e j á o t e n h a av i s a d o q u e o e s p a ç o co m e ç a a s e r p o u co p a ra co l o c a r t a n t a s e s c u l t u ra s ! “A s p e s s o a s p a r a m n a r u a p a r a o b s e r v a r a s peças e adoram. Não faço nada para fora , a p e s a r d e m u i t a g e n t e m e p e d i r. D e l o n g e a longe lá abro uma excepção a um amigo, mas nesses casos não levo dinheiro”, diz co m o r g u l h o .

Com a mão na massa Maços de tabaco, moedas e fe r ra m e n t a s fo ra m a p r e e n d i dos pela GNR de Joane na madrugada do dia 21 d e A b r i l n a s e q u ê n c i a d e u m assalto, horas antes, a uma pastelaria no lugar de S. Bento. Depois do alerta, a GNR patrulhou as estradas da região e deteve os assaltantes que se faziam transportar numa viatura Renault Mégane. Os ocupantes, duas mulheres e um

homem, entre 19 e 24 anos de idade, residentes em Ronfe, Gondar e Ruivães, foram detidos. Na viatura, a GNR apreendeu o material roubado e pés de cabra , que terão sido usados para arrombar a máquina de tabaco (mais tarde e n co n t ra d a n u m d e s c a m p a d o ) , b e m como a carrinha utilizada no assalto. Os jovens foram constituídos arguidos e presentes ao Tribunal de Famalicão.


14 ABRIL DE 2012 • REPÓRTER LOCAL

POUSADA | PROVA DE CICLISMO EM POUSADA A Associação de Ciclismo de Pousada de Saramagos promove a sua prova no dia 12 de Maio, entre as 14:00 e as 18:30 horas. O itinerário, com partida e chegada na sede da Junta da Freguesia , inclui passagens pelas avenidas do Cruzeiro, da Tapada , do Riopele e S. Martinho.

ERA UMA VEZ, HÁ MUITO TEMPO, NUMA TERRA DE NOME RONFE O investigador Capela Miguel vai “à memória das pessoas” para recolher lendas e narrativas de Ronfe. Medos, bruxas e encruzilhadas, são os temas mais complicados quando se faz recolha de lendas e contos de uma terra. Luís Pereira | Texto e Foto


REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 20112 • 15

272 kms

C

apela Miguel, professor e i n v e s t i g a d o r, e s t á a f a z e r recolha de contos e lendas sobre Ronfe que serão publicados em livro. O projecto já foi apresentado à Junta de Freguesia local e aguarda decisão d e a p o i o f i n a n c e i ro . E n q u a n t o i s s o , o p ro f e s s o r c o n t i n u a o t r a b a l h o d e recolha pela vila , ouvindo histórias dos habitantes mais antigos. Com formação na área de a n t ro p o l o g i a e c o m p ó s - g r a d u a ç ã o e m Pa t r i m ó n i o , c u l t u r a e t u r i s m o , Capela Miguel dedica-se há vários anos ao património imaterial. Com uma colecção de 144 lendas e contos das várias freguesias do co n c e l h o d e G u i m a rã e s , o p ro f e s s o r tem sido requisitado pelas escolas e autarquias do concelho para desenvolver projectos e publicações. “A o l o n g o d o s a n o s t i v e a oportunidade de contactar os velhos e t e r a p a c i ê n c i a d e o s e s c u t a r, reunindo muito material”, explica . Capela Miguel tem trabalhado com o Agrupamento de Escolas Abel S a l a z a r e m p ro g r a m a s d e a n i m a ç ã o cultural e foi desafiado por um ro n f e n s e a m i g o p a r a , à s e m e l h a n ç a d o q u e j á f e z co m o u t ra s f r e g u e s i a s , contar a vila em contos e lendas. “J á t e n h o p e l o m e n o s c i n c o c o n t o s e l e n d a s e m q u e e s t o u a t r a b a l h a r.

JOANE | CAMINHO DE SANTIAGO EM BICICLETA Em três dias, os 15 elementos do grupo BTT da ATC de Joane percorreram 272 Kms para fazerem o Caminho de Santiago pela costa . O grupo, em autonomia total, chegou intacto e em óptimas condições a Santiago de Compostela .

Nesta primeira fase, a ideia passa pela recolha , ouvindo as histórias”. O p ro j e c t o p r i n c i p a l , p o r é m , é m a i s abrangente. “A Junta de Ronfe mostrou t o d a a a b e r t u ra , co m o n o r m a l m e n t e fazem as juntas porque têm todo o interesse e vontade em divulgar o seu território. A dificuldade é financeira , não de vontade. Uma edição conjunta é sempre mais f á c i l . S e a f r e g u e s i a q u i s e r, e u f a r e i u m l i v ro e x c l u s i v a m e n t e d e R o n f e , como já fiz para outras freguesias, mas o projecto principal passa por compilar lendas e contos das freguesias do agrupamento Abel Salazar”, explica . O r e s u l t a d o d o p ro j e c t o s e rá s e m p r e a junção da memória dos mais velhos com o trabalho de investigação. A começar pelos topónimos. “Há muito trabalho de recolha . É obrigatório ler Martins Sarmento antes de avançar com o trabalho de i n v e s t i g a ç ã o . Te n h o d e i r à m e m ó r i a das pessoas”, diz . Uma das histórias que tem trabalhado e m Ro n fe e s t á l i g a d a a o Re i d o Pé g u . Existem, diz Capela Miguel, várias versões em torno da personagem. “Brito e Ronfe gladiam-se pela propriedade da história . Ele era S a l va d o r d e B r i t o , n ã o d e Ro n f e . E ra um pirata português que vendia a espada a quem lhe pegasse”.

CAPELA MIGUEL Professor e investigador, está a fazer recolha de contos e lendas sobre Ronfe que serão publicados em livro. Com formação na área de antropologia e com pós-graduação em Património, cultura e turismo, Capela Miguel dedica-se há vários anos ao património imaterial.

Duas lendas LUGAR DOS INFERNOS “Os contos mais difíceis de trabalhar são os ligados aos medos, às bruxas e encruzilhas. Sobretudo as freguesias que têm água corrente. Aí há sempre histórias ligadas aos monstros que saem de água . Em Ronfe, em determinado momento, o rio tem um sítio que se chama o lugar dos Infernos, onde faz remoinho e chega a ser interdito tomar banho. Há quem diga que quem ali entra é sugado pelas águas e vai para os infernos”.

TOPÓNIMO DE VERMIL A lenda conta que, com a chegada dos romanos, o chefe do povoado do monte S. Miguel mandou o f ilho estar vigilante para ver se avistava a chegada do inimigo. Às tantas, o chefe pergunta : -Que vês rapaz? -Estou a ver mil, respondelhe o f ilho -A ver mil?!, retorquiu o pai. -Não, mais de mil!


16 ABRIL DE 2012 • REPÓRTER LOCAL

Fórum

DÁ QUE PENSAR!

RONFE | INSCRIÇÕES PARA JARDINS DE INFÂNCIA Estão abertas, até 15 de Junho, as inscrições para os jardins-de-infância do agrupamento de escolas Abel Salazar de Ronfe, para crianças entre os três e os cinco anos de idade. A componente lectiva é gratuita para todos os frequentadores. Inscrições na secretaria da escola.

DIAS DE ONTEM

GNR deteve ladrões com 125 litros de gasóleo roubados em estaleiro de Ronfe A detenção dos dois homens ocorreu junto à igreja de Pedome. A GNR de Riba d´Ave estranhou os movimentos de uma carrinha e decidiu investigar. Resultado: no interior estavam seis bidões com 125 litros de gasóleo roubado de um estaleiro de obras da Rua do Morgado, em Ronfe, e a mangueira usada para a “transferência”. Os homens são de Vila das Aves e vão aguardar o desenrolar do processo em liberdade. Fonte: Guimarães D i g i t a l

Câmara de Guimarães já cortou...15 lâmpadas! As câmaras municipais estão a cortar na ilumina ção pública para pouparem dinheiro. No concelho de Guimarães, por exemplo, de um universo aproximado de 41 mil lâmpadas de iluminação públicas, já foram desligadas 15, de acordo com o plano de poupança de energia. Fonte: Guimarães D i g i t a l

JOANE, NO MEIO DOS ESCOMBROS, 1978 A fotograf ia é de 10 de Julho de 1978. Um monte de escombros da igreja velha de Joane, demolida a 11 Março desse ano. Ficou a torre sineira . Volvidos 34 anos, o c e n á r i o é d i fe r e n t e . Ao l a d o d a t o r r e e s t á a s e r co n s t r u í d a a C a s a M o r t u á r i a . Os joanenses esperam também que a torre seja devidamente recuperada , em nome da defesa do Património. E da memória .

ReguiLa TANQUE EM DEGRADAÇÃO Este é o tanque público da Calçada, em Vermil. Outrora faziam-se filas de espera para esfregar a roupa com sabão no cimento irregular dos tanques. Nos tempos em que as máquinas de lavar eram um luxo, as mulheres da zona lavavam ali a roupa. Agora, já quase ninguém ali lava a roupa à mão. O resultado salta à vista: a vegetação cresce em torno dos tanques e o verde tapa a água que chega límpida do monte. Preservação do património é o que se pede aos responsáveis.

Jovem detida pela polícia por ter mordido o seu cão Uma jovem de 19 anos foi acusada de crueldade animal, nos Estados Unidos, por ter mordido o seu bulldog quando estava embriagada. “O bulldog depois mordeu-lhe para se defender”, explicou a polícia. Os vizinhos chamaram a polícia depois de terem ouvido gritos. A jovem foi depois detida por consumo de álcool antes da idade legal, 21 anos nos EUA, e libertada sob o pagamento de u ma caução de três mil dólares (2300 euros).

o que se diz

Fonte: Jornal de N o t í c i a s

“Hoje comemoramos o 25 de Abril, num dia de chuva e frio. Melhor seria que estivesse um dia de sol radioso. Infelizmente, esta é a realidade de hoje”. Cerejeira Leitão, presidente da Assembleia Municipal de Famalicão

“Câmara de Guimarães isentou Vitória do pagamento de taxa de ocupação do estádio D. Afonso Henriques, no valor de 60.150 euros.”. Guimarães Digital

“A democracia, mesmo quando existe formalmente, nem sempre está realmente viva. Às vezes respira mas está apenas ligada à máquina. Como em Portugal”. José Vítor Malheiros, Público

“Trabalhadores estão a perder mais direitos em nome da austeridade”. Público

“Pingo Doce, 50, CGTP e UGT, 0.” Uma abada!” Ferreira Fernandes, Diário de Notícias

“Famalicão ultrapassa fasquia dos 10 mil desempregados” Opinião Pública

“União de Sindicatos de Braga diz que 90 mil empregos foram destruídos em quatro anos no distrito” Guimarães Digital

“Passos Coelho à espera de níveis de desemprego a que não estávamos habituados”. Título do Público

“Os números do desemprego são preocupantes. O desemprego tira-nos o sono” Ministro Miguel Relvas citado pelo JN

“Só em 2018 os funcionários públicos e pensionistas poderão voltar a receber os subsídios (férias e de Natal) por inteiro”. Público


REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 20112 • 17

por D. VIRINHA

QUENTES... E B OAS !

UMA AVENTURA EM JOANE

A escritora (e ex-ministra da Educa ção) Isabel Alçada - aquela da vozi nha suave, muito indicada para fazer o Vitinho - este ve em Joane, na es cola Bernardino Machado. Assistiu a dramatizções e leituras de obras suas e depois conversou com os alunos. No meio das perguntas, lá saiu o de saf io de um aluno para que Isabel Alçada escre va mais um capítulo da série “Uma Aventura”, mas desta vez centrada ... na vila de Joane! Seria bonito, sim senhor, ler “Uma Aventura em Joane”! Matéria não fal ta . E até algum mistério. O Mosquito até sugere à escritora que em vez das gémeas Teresa e Luísa , do Pedro, do Chico e do João, e dos cães Caracol e Faial - a equipa da aventura joanense seja constituída pelos gémeos Miguel Ribeiro e Miguel Aze vedo, acompanhados pelo Ivo, pelo Tozé e pelo Porfírio. É gente capaz de desvendar certos mistérios: O mistério da igreja demolida ; O mistério do candidato peregrino; O mistério do presidente ausente; A Aventura no Parque da Ribeira ; Uma Aventura Pe rigosa no Salão Paroquial...

CRAVOS NA LAPELA A Junta de Joane festejou o 25 de Abril. I n a u g u ro u u m a u d i t ó r i o m u l t i f u n ç õ e s ( p o d e r á servir até como capela mortuária, disse o presidente da Junta , certamente convencido de que a Casa Mortuária que está a ser construída pela paróquia poderá não vir a ser o espaço aberto que se deseja) e para assinalar os 20 anos da presidência de Sá Machado. E s e Pa s s o s C o e l h o e o s s e u s m i n i s t r o s , q u e são acusados de estarem a matar “o espírito de Abril” , colocaram os tradicionais cravos vermelhos na lapela , em Joane as preferências vão mais para outro tipo de f lores!

PERGUNTA : JOANEN SE: ACHA QUE SE DEVE FA ZER U M A ACARE AÇÃO ENTRE O PRE SIDEN TE DA JUNTA E O PÁROCO PARA VER QUE M MENTE SO BRE A CA S A MORTUÁRIA? R es postas por pombo correio PARA A S EDE Da JUNTA

SEDE DO BLOCO ASSALTADA A sede do Bloco de Esquerda de Famalicão foi assaltada , há dias. Os dirigentes bloquistas só deram por ela quando se dirigiram para a sede para prepara r em a conferência de imprensa em que anunciaram uma lista única à Coordenadora Concelhia . Talvez se explique por isso o ar de desalento e de espanto de José Luís Araújo e de Adelino Mota!

I N T E R N E T DA I DA D E DA P E D R A ! O PSD apontou o dedo ao Site da Junta de Joane mas não há nada mais importante para apontar na vila?. Aquilo, o Site, é mesmo uma amostra de como não vale a pena gastar um tostão na Internet! Mas Joane não está isolado nesta matéria . Noutra vila , Ronfe, o Site da Junta local padece do mesmo. Quem o visita depara com uma mensagem do presidente (Daniel Rodrigues, que já bateu com a porta!) alusiva ao Natal de 2011! Seria bom saber qual é a adesão da população a este tipo de plataformas. Será que os cidadãos procuram informações nos sites das juntas? Os tempos são de crise e talvez isso explique este “desleixo” com a Net . Ou não há ninguém nas Juntas com capacidades para gerir e alimentar um Site?


18 ABRIL DE 2012 • REPÓRTER LOCAL

JOSÉ AZEVEDO Nas eleições de 2013, José Aze vedo será o candidato do PS à Junta de Vermoim: “À partida serei o candidato, aproveitan do elementos da equipa actual e trazen do mais gente para o nosso projecto”.

ENTREVISTA entrevista • JOSÉ AZEVEDO

“Se existe investimento em Vermoim, ele não é vísível” Candidato do PS em 2009 à Junta de Vermoim, José Azevedo responde ao presidente da Junta. Luís Pereira

Q

ual é a avaliação que faz do mandato de Xavier Forte? É um trabalho sem visão de futuro. Existem obras estruturantes que Vermoim necessita e o executivo não apresenta propostas para executá-las. Falo da aquisição da e x-fiacção de Vermoim, que continua a ser um espaço estrutural para a freguesia, que foi bandeira de campanha de Xavier Forte mas que nada fez recentemente quando a fábrica esteve em leilão. Apresentar um projecto para a fiacção no último dia do leilão, como fez o PS, não diminuiu a proposta? Só queremos que o espaço seja adquirido para estar ao serviço da freguesia. O projecto do PS serviu somente para incentivar os responsáveis, foi uma sugestão, um desafio... Xavier Forte assegurou, ao RL, que não houve abertura dos proprietários, à data, para vender o imóvel… A aquisição deveria ser um objectivo com vista ao futuro. Diz-se que com a crise se fazem bons negócios, o preço está muito mais baixo hoje do que estava à data. O que há é falta de vontade. Não p e d imo s qu e s e f aç a al g o d e t ranscendente, mas apenas a aquisição do espaço, depois, consoante o dinheiro, pensa-se no que fazer. Xavier Forte considera utópico o vosso projecto… O projecto aponta para a construção de uma sede de Junta com um anfiteatro e uma incubadora de empresas. Para todos estes serviços, previu-se um parque de estacionamento. O presidente de Junta acha surreal mas contradizse na entrevista quando fala justamente nessa necessidade de estacionamento naquele lugar central da freguesia. Concorda que há 10 anos, quando o PS deixou a Junta, a freguesia tinha um atraso em relação às vizinhas e que, com a coligação PSD-PP, foram captados investimentos importantes? Não concordo. Ao contrário do que diz o presidente da Junta, foi a Junta PS que fez a toponímia da

“O discurso de Xavier Forte sobre o passado da Junta, repetindo que quando chegou não havia nada, revela falta de respeito por todos os seus antecessores” freguesia, a coligação só teve de a aprovar. O gimnodesportivo não foi uma ambição só do executivo actual, a Junta PS também lutou por ele. O discurso de Xavier Forte sobre o passado da Junta, repetindo sempre que quando chegou não havia nada, revela falta de respeito não só pelo trabalho de Joaquim Almeida mas de todos os seus antecessores. O presidente da Junta de Joane (PS) recorre muitas vezes a Vermoim para criticar a Câmara de Famalicão por investir muito nesta freguesia e alegadamente não o fazer em Joane. Não é desconfortante para o PS de Vermoim? Se existe investimento em Vermoim, ele não é visível. Com o PS na Junta, o que es-

taria diferente em Vermoim? Além da ex-fiacção, era importante tirar proveito da proximidade à auto-estrada. Falta uma zona industrial, apoio a projectos com cariz social, como hortas comunitárias. Diz-se que a regeneração do PS nas últimas autárquicas teve por base a Associação Moinho de Vermoim e que dela se tira algum alavancamento político. Como comenta? Há elementos que estão na associação e no PS, a desempenhar funções autárquicas, mas existe claramente uma separação de funções. A AMVE já existia muito antes de alguns elementos lá terem chegado. Marco Magalhães (ex-tesoureiro do executivo, eleito da coligação na AF) tem sido o vosso principal alvo de crítica. Fazem-no a pensar nas eleições de 2013? A crítica relaciona-se com a falta de respeito que ele tinha para com os eleitos do PS. Como é normal, o cargo na AF foi novidade para todos os eleitos do PS e de início havia pouca experiência, que era aproveitada pelo Marco Magalhães de forma insultuosa. Ele próprio chegou a reconhecer que se tinha excedido e desde

então a sua postura mudou. A sua postura de oposição é menos política do que a de Joaquim Almeida, como sugere Xavier Forte? Temos feito uma oposição construtiva, apontando ideias e sugestões ao executivo. Não faremos é o papel de dar palmadinhas nas costas da Junta de Freguesia. O que querem saber sobre o que está a ser feito no cemitério de Vermoim que ainda não saibam? O que temos dito é tão-somente o que nos dizem os cidadãos que discordam da forma como está a ser organizado o cemitério. Discordamos da construção das capelas. É um elemento diferenciador que levanta críticas. Outra tem a ver com a aquisição das sepulturas. Antigamente, as pessoas compravam o terreno, agora terão de comprar o pacote completo: terreno e campa por 3.500 euros. Um custo três vezes superior ao que era praticado! É importante que uma Junta tenha receita mas é preciso avaliar até que ponto é legítimo obrigar o cidadão a dispor de uma quantia que, sobretudo nesta altura, é difícil de comportar. Queixam-se também da falta de projecto… Em qualquer obra é necessário um projecto e um painel afixado sobre o que se está a fazer. Na obra do cemitério isso não existe. Já questionamos por diversas vezes a Junta e ninguém nos disponibiliza documentos nem nos e scl are ce , e is so l e vant a d ú vid as. Concorda com o acordo informal com Pousada no âmbito da fusão de freguesias? Somos frontalmente contra. Não percebemos a intenção da Junta de Vermoim, foi um tiro no pé. Não concordamos com a fusão, mas a acontecer, Vermoim terá de se r uma fre g ue sia agre gadora. Se existem pontos em comum com Pousada, também existem com Castelões. É legítimo perguntar o porquê de Pousada e não Castelões? Na nossa opinião, se a questão se puser, caberá à população a decisão. Será candidato em 2013? À partida serei o candidato, ap ro ve it and o e l e me nt o s d a e qu ipa actual e trazendo mais gente para o nosso projecto.


REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 20112 • 19

JOANE | PSD CRITICA SITE DA JUNTA O P S D d e J o a n e c r i t i co u a f a l t a d e a c t u a l i z a ç ã o d o s í t i o n a I n ternet da Junta de Freguesia , dizendo que “há meio ano que não t e m i n f o r m a ç ã o a c t u a l i z a d a ” , o q u e r e v e l a “d e s l e i xo d a Ju n t a e “d e i x a o s c i d a d ã o s m a i s d i s t a n t e s d o e x e c u t i v o e d a p o l í t i c a ” . “Não se justif ica um site de tão baixa qualidade, desactualizado e opaco”, diz o PSD.

Política

JOANE • Política

PS poderá ter secção em Joane Para este socialista, a inexistência de uma secção em Joane “revela um afastamento quase total dos cerca de 150 militantes da vida do PS”, resumindo-se a sua participação à votação em eleições para a concelhia. A secção, se criada, chamará a si toda a orien tação política local, incluindo a indicação dos candidatos à Junta. Não admira por isso que possa despertar interesse. E reservas. Sá Machado, presidente da Junta e “líder oficioso” do PS em Joane, entende que a pro posta “deve ser discutida no lugar próprio”, o secretariado da Concelhia. Já Luís Santos, membro da Junta de Joane, considera que a

SÉRGIO CORTINHAS

“A criação da secção do PS em Joane implica o empenho dos dirigentes mais influentes do PS em Famalicão (onde incluo Sá Machado)”

secção pode “dividir em vez de ajudar”. Para Carlos Rego, eleito do PS na Assembleia, a criação da secção “é indiferente”. Aliás, adianta, “já existiu e desapareceu por falta de dinamismo”. E conclui: “Os núcleos existem mais para promover pessoas”. Xavier Oliveira, putativo candidato do PS à Junta, considera que a secção pode ser fundamental para conferir peso a Joane na hora de se fazer ouvir em Famalicão. “Ninguém deve temer a criação do núcleo nem estar agarrado ao poder, a renovação é salutar”, defende. Orlando Oliveira confessa que em tempos foi defensor da secção, mas que agora tem dúvidas, embora admita que Joane tem con dições para o criar. “Será extemporânea a sua criação numa altura em que faltam menos de dois anos para as autárquicas”, refere. Lino Ribeiro, militante do PS, não é entusiasta da ideia e aponta o exemplo de Ribeirão, onde a secção “apenas serviu para divergências de poderes”.

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S

érgio Cortinhas, militante da conce lhia de Famalicão do PS, defende a criação de uma secção do partido em Joane. O ex-presidente da Assembleia de Freguesia propôs que a Concelhia de Fama licão formalize o pedido junto da Federação Distrital. “É um caminho para a descentralização do PS e de aproximação aos militantes, simpatizantes e cidadãos em geral. Não faz qualquer sentido que no concelho haja apenas a secção de Riba d’Av e”. justifica Cortinhas. Cabe agora à Comissão Política Concelhia encaminhar o pedido para a Federação Distrital de Braga. “Não antevejo um processo fácil”, admite o socialista. Implica, adianta, um empenho dos “dirigentes mais influentes do PS em Famalicão (onde incluo Sá Machado)” no sentido de convencer a Distrital da importância da secção. “Doutro modo será muito difícil considerando a tradicional resistência dos dirigentes em Famalicão para a criação de novas secções”.


20 ABRIL DE 2012 • REPÓRTER LOCAL

1 de maio no sítio do costume Editorial do Público

OPINIÃO

“O facto de ter sido esta a notícia do 1 de Maio (promoção 50 por cento do Pingo Doce) diz muito do Portugal que somos nestes dias difíceis”.

opinião

Membro da Junta de Freguesia de Joane (PS)

O 25 de Abril teve este ano comemorações na Vila de Joane. A Junta de Freguesia assinalou a passagem dos 38 anos da revolução de Abril com a inauguração de um pequeno auditório nas antigas instalações da sede da junta. Apesar do programa conter música, assinatura de protocolos com o movimento associativo e discursos oficiais, o que perdurará e ficará ao serviço da comunidade joanense é o auditório. Um espaço multifacetado com capacidade para cerca de 70 pessoas, aberto à população e onde se podem realizar conferências, seminários, debates, apresentações musicais entre outros eventos. Fica lançado o repto ao movimento associativo joanense e à comunidade em geral para que faça use deste auditório pois ele está ao serviço de todos e só assim faz sentido a sua inauguração e o investimento realizado. O desemprego continua a aumentar em Portugal atingindo números deveras preocupantes. Dentro do distrito de Braga, o concelho de Famalicão ocupa um lugar de destaque, ainda que pela negativa, quanto aos números do desemprego. É o terceiro concelho do distrito com maior número de desempregados, ultrapassando a fasquia dos 10.000 desempregados. Dados revelados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional. No final de Março estavam inscritos no Centro de Emprego 10.205 pessoas, mais

Famalicão no topo do desemprego

570 que no mês anterior. Preocupante também é o número de jovens desempregados com menos de 25 anos. Dos números apresentados mais de 1.100 situam-se nesta faixa etária. Sem trabalho e consequentemente sem entrada de rendimentos no agregado familiar, a vida de muitos famalicenses agrava-se diariamente. Os investimentos da Câmara Municipal em grandes obras, como são exemplo o Parque da Cidade onde serão investidos mais de 12 milhões de euros, são obras importantes e que irão trazer qualidade de vida aos famalicenses, em particular aos que vivem na zona urbana. Mas este e outros investimentos similares só fazem sentido quando se inserem num concelho todo ele saudável, onde as famílias tenham condições dignas para viverem o dia-a-dia e terem esperança no futuro. Não sou contra as grandes obras do município, mas sou apologista que muito do investimento do Executivo camarário deveria ser orientado para a criação de postos de trabalho. Não me refiro aos empregos oferecidos pela Câmara a muitos seguidores, pois esses apenas resolvem a situação de alguns e agravam o orçamento do município só em salários. Refiro-me a políticas de incentivo para a criação de novas empresas no concelho, a políticas de incentivo que levem empresas, multinacionais portuguesas ou estrangeiras a abrirem

Dentro do distrito de Braga, o concelho de Famalicão ocupa um lugar de destaque, ainda que pela negativa, quanto aos números do desemprego, ultrapassando a fasquia dos 10.000 desempregados

unidades industriais no concelho de Famalicão. Uma verdadeira promoção do concelho. Todos sabemos que o têxtil vai

continuar a perder empregos nos próximos anos. E todos sabemos o que o têxtil representa na vida de muitas famílias, com agregados familiares inteiros a dependeremm desta indústria. São necessários postos de trabalho alternativos ao têxtil, sob pena de vermos o desemprego continuar a aumentar assustadoramente. Este é um papel que se exige à Câmara Municipal e ao seu presidente. Não chega fazer revistas coloridas preenchidas com fotografias do Sr. Presidente em inaugurações e eventos e esquecer que se é presidente de um concelho com mais de 10.000 desempregados. Para quem abandonará a presidência da Câmara no próximo ano, este não é de certeza um legado de que se possa orgulhar.

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Luís Santos


REPÓRTER LOCAL • ABRIL DE 20112 • 21

ALGUÉM NOS DISSE ISSO? JOSÉ V. MALHEIROS (PÚBLICO) “Alguém votou o f im dos subsídios de férias e Natal? Era ine vi tável? Alguém nos disse isso antes das eleições? Ou mentiramnos?”

OPINIÃO

Nel Cunha Joane

Submeter a um credo religioso, com a bênção por um padre, uma escola pública que se quer democrática na recepção dos alunos, mas sobretudo na edu-

cação que promove, respeitando a diversidade, é também tentar reduzir o âmbito dessa escola. Há quem diga que lançar água benta na inauguração de uma escola não passa de um acto simbólico, algo de pouca importância. Se assim é, também não havia a importância de a fazer, mantendo o respeito pela laicidade do Estado. Portanto, coisas reduzidas, próprias de pessoas com fraca extensão republicana. Fraco e pobre é o Estado que não assegura o ensino público de forma universal e gratuita, assim como a valorização permanente das pessoas, sem outra distinção que não seja resultante da capacidade de cada um. Atenuar as diferenças ou até col mata-las, é uma função também da escola pública. Uma escola pública deve ser agregadora, não promovendo distinções sociais, religiosas, de raças ou outras que humilhem ou desrespeitem de qualquer forma uma parte. O presidente da Junta de Joane é com isto que se deve preocupar, que a nova escola eduque, forme as crianças para que venham a ser bons cidadãos. E se estes vierem a exercer actividade política, estejam preparados para o fazerem como políticos maiores, não tenham comportamentos que os tornem políticos reduzidos. As inaugurações, com grandes ou pequenos figurões, não espelham muito a qualidade de uma escola, servem mais para exibicionismos saloios, próprios de políticos com dimensão reduzida.

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A inauguração do novo Centro Escolar de Joane, integrado no Agrupamento de escolas que conta com o nome do republicano Bernardino Machado, parece ter provocado alguma zanga na Junta de Freguesia. Isto porque não contou com a presença de um figurão do governo nacional, tal como aconteceu em inaugurações de outras escolas do concelho. Um amigo meu, apoiante entusiasta de Sá Machado, disseme: “a Junta tem razão, pois a escola nova foi inaugurada por políticos menores”. Bem, se Armindo Costa teve a intenção de desrespeitar Joane ao não convidar governantes para o evento, e se Sá Machado só estivesse preocupado em ter presente um figurão, para ele próprio se sentir com alguma dimensão figurativa - a ser assim, de facto portaram-se como políticos menores. Só comportamentos menores é que tornam reduzidos os políticos, independentemente dos cargos que ocupem. O presidente da Câmara, quando quis entregar a uma empresa privada a responsabilidade de construção do Centro Escolar de Joane, ficando a mesma empresa com a gestão de todo o Agrupamento, como um negócio, tendo garantidos os clientes que são os alunos, já provou ser capaz de decisões sem dimensão de homens de Estado.

Centro Escolar: inauguração com políticos menores?


22 ABRIL DE 2012 • REPÓRTER LOCAL

JOANE • FUTEBOL

Quer o GD Joane subir de divisão? Subida é um cenário possível mas pode significar um esforço financeiro arrasador Luís Pereira

A subida de divisão é ou não um o b j e c t i vo p r e t e n d i d o p e l o G r u p o D e s p o r t i vo d e Jo a n e ? A q u e s t ã o é p e r t i n e n t e , n u m a a l t u ra e m q u e o c l u b e s e g u e n o p r i m e i ro l u g a r d a série A da III Divisão Nacional. M e s m o q u e p e r c a n o p ró x i m o d o m i n g o ( 6 ) , f r e n t e a o M a r i a d a Fo n t e ( ú l t i m o c l a s s i f i c a d o ) , o Jo a n e co n t i n u a rá l í d e r. A t r ê s j o g o s d o f i m do campeonato, é cada vez mais real a possibilidade de subida - a ú l t i m a v e z q u e t a l a co n t e c e u f o i n a época de 1999-2000. A s u b i d a t ra rá , co m c e r t e z a , a l e grias aos adeptos e aos jogadores, mas também muitas dores de cabeça aos dirigentes que já se vêem a f l i t o s p a ra co n s e g u i r p a t ro c í n i o s e v e r b a s u f i c i e n t e p a ra p ô r t o d a a e s t r u t u ra d e s p o r t i va a f u n c i o n a r no actual escalão. Uma subida pod e rá a r ra s a r a s co n t a s d o c l u b e e co m p ro m e t e r o s e u f u t u ro . O t r e i n a d o r, F ra n c i s co C o s t a , j á d i s s e ( R L Fe v e r e i ro ) q u e n ã o p r e t e n d e p e d i r a o s j o g a d o r e s p a ra p e r d e r e m p a ra e v i t a r a s u b i d a . “A minha ambição é ganhar jogos e ficar nos lugares de subida”, disse F ra n c i s co C o s t a , r e m e t e n d o u m a d e c i s ã o p a ra a d i r e c ç ã o . O p r e s i d e n t e d o c l u b e , R u i R i b e i ro , v ê co m e n t u s i a m o a p o s s í v e l s u b i d a à I I d i v i s ã o . “ N ã o e ra e s s e o

n o s s o o b j e c t i vo , m a s s i m g a n h a r j o g o s . S e t a l a co n t e c e r, é a r e co m pensa pelo esforço”, diz . S e s u b i r, n ã o d e i x a d e s e r i ró n i co q u e o G D Jo a n e o co n s i g a n u m a é p o c a e m q u e co n t a co m u m d o s m a i s b a i xo s o r ç a m e n t o s d a s u a h i s t ó r i a ( 1 8 5 m i l e u ro s n o co n j u n t o d e t o d a s a s c a m a d a s ) . C l a ro q u e , a d m i t e R u i R i b e i ro , o s c u s t o s n a d i v i s ã o s e g u i n t e s e rã o b e m m a i o r e s . N ã o s ó “co m a s d e s p e s a s de inscrição de jogadores” mas p r i n c i p a l m e n t e “co m a s d e s l o c a ç õ e s ” , j á q u e “ a s d e s p e s a s co m

o plantel podem não ser mais e l e va d a s ” . U m a co i s a R i b e i ro g a ra n t e : “ N ã o g a s t a r e m o s o que não tivermos”. A questão da possível subida s e rá a n a l i s a d a p e l a d i r e c ç ã o e pela Assembleia, ainda antes do final do campeonato, a 27 d e M a i o . A l i d e ra r u m a co m i s s ã o a d m i n i s t ra t i va q u e f o i d i f í c i l d e e n co n t ra r n o i n í c i o d a é p o c a , R u i R i b e i ro m o s t ra - s e s a t i s f e i t o co m o t ra b a l h o d e sempenhado e não descarta u m a r e c a n d i d a t u ra .

Fundador aconselha cautela Com mais de 20 anos como presidente do clube e único fundador ainda vivo, Custódio Ribeiro gostrava que o GD Joane subisse à II divisão nacional, mas sugere muita cautela e “que a direcção não altere a filosofia de gastos que tem seguido”. Acima de tudo, diz este conhecedor dos campeonatos distritais e nacionais, se subir, o clube “não deve entrar em loucuras, porque depois pode haver quem não queira pegar nele”. “Há equipas na divisão de honra dos campeonatos distritais que gastam mais do que aquilo que o Joane gasta nos nacionais. Subindo, a despesa é maior com as deslocações, as receitas pouco melhoram mas o problema tem a ver com a qualidade. Numa segunda divisão o nível de competição é maior e é nesta divisão que muitos clubes entram na loucura de comprar jogadores caros”, explica Ribeiro. Para o fundador do GDJ, nem sempre dinheiro significa qualidade. Isso está patente na equipa actual do Joane. “Este ano, fez uma equipa com os jogadores que os outros clubes não queriam. E está a lutar pela subida e os outros não”, finaliza.




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