Jornal Repórter Local

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ENTREVISTA ALEXANDRE OLIVEIRA

Patrão da Riopele diz que políticos tratam têxtil como “parente pobre” p. 18

Nº 161 • ANO XIV • AGOSTO 2012 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE

EM FOCO | p. 3 e 4

Vermil • pág. 07

Festival põe jovens a mexer Ronfe • pág. 08

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Desfolhada e chega de bois

Juntas ‘à força’!

Joane pág.08

Proposta da Câmara de Guimarães prevê fusão de Vermil, Airão S. João e Airão Santa Maria. Oleiros agrega-se a Leitões e Figueiredo. Ronfe fica como está. A fusão de Vermil com as duas “Airões”, em detrimento de Ronfe, é a que mais divisão tem causado. O debate promete!

Vermoim pág.09

GD JOANE “Elas” é que mandam na claque!

FOLCLORE Danças e Cantares de Joane: a cantar desde 1985

Pag. 11

Pag. 12

Rusga de Joane na Braga 2012 Sérgio Ferreira: primeiro livro aos 31 anos OPINIÃO pág.17

Quintino Pinto: “Um contentor e alguns porcos (humanos)”


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REPÓRTER LOCAL • AGOSTO DE 2012 • 3

AIRÃO STª Mª 1.686 habitantes 1.591 eleitores

EM FOCO

+

VERMIL 1.144 habitantes 1.105 eleitores

+

AIRÃO S. JOÃO 827 habitantes 765 eleitores

=

3.657 habitantes 3.461 eleitores

AGREGAÇÃO DE FREGUESIAS o debate que começa agora! Proposta da Câmara de Guimarães agrega Airão Santa Maria, Airão S. João e Vermil. Oleiros funde-se com Leitões e Figueiredo. DOMINGOS FORTE DISPONÍVEL PARA CONCORRER A UMA AUTARQUIA PELO PS

Luís Pereira

A

rentrée política da região está a ser marcada pela proposta da Câmara Mu nicipal de Guimarães no âmbito da agregação de freguesias, que reduz para 48 as actuais 69 freguesias do concelho. No leque das fusões estão Vermil, Airão S. João e Airão Santa Maria; Oleiros funde-se com Leitões e Figueiredo. A vila de Ronfe ficará como está. O novo figurino para as freguesias vimaranenses cobertas pelo RL está longe de reunir aplausos e a fusão de Vermil com as duas “Airões”, em detrimento de Ronfe, como chegou a ser equacionado

durante algum tempo, é a que mais divisão tem causado. O processo da agregação imposta pelo governo, no seguimento do memorando da troika, continua a ser marcado pela incerteza. As Assembleias Municipais tê m que aprovar as propostas até 15 de Outubro. Depois, seguem para análise do governo para posterior aplicação. Em entrevista ao RL (ver caixa), Domingos Bragança, presidente do PS de Guimarães e vereador do Município vimaranense, asse gura que as AF vão ser chamadas a pronunciarem-se de forma a “conferir maior legitimidade à proposta”.

Há autarcas que dizem que a proposta reflecte os interesses do PS, caso do presidente da Junta de Ronfe, o social-democrata António Sousa. A um ano das autárquicas, a agregação das freguesias causará dores de cabeça na elaboração das listas. Será difícil aos partidos congregarem vontades que agradem a todos e de todas as freguesias. São muitas as dúvidas nesta altura sobre o assunto. A agregação é criticada pelos autarcas mas ela parece ser inevitável e caminhar a passos largos para ser imposta. Nada será como antes no xadrez político da região. O debate começou agora… e promete!

Domingos Forte, presidente da Junta de Airão S. João, está disponível para liderar uma nova candidatura pelo PS. O autarca cumpre o terceiro mandato e estará impedido de concorrer de novo à sua Junta. Contudo, a agregação de freguesias e as dúvidas que a lei da limitação de mandatos colocam podem fazer com que encabece de novo uma candidatura do PS a uma autarquia. “A nova lei não é esclarecedora”, argumenta Domingos Forte, adiantando que “se ela permitir que nos candidatemos a outras freguesias” pode muito bem encabeçar uma lista. “Ainda sou muito novo, g osto mu ito d a política e do meu partido e estou disponível para o PS e para a mi nha freguesia. Ainda tenho muito para dar e quero dar muito”, diz Domingos Forte ao RL. Um cenário possível pode ser encabeçar a lista à União das Juntas de Freguesia de Airão S. João, Airão Santa Maria e Vermil. Neste caso, Domingos Forte terá um sério adversário em António Carvalho, líder da Junta de Airão Santa Maria, que não esconde a apetência pelo desafio.

“Nenhuma sede de Junta será encerrada” DOMINGOS BRAGANÇA Presidente do PS Guimarães. Vereador das Obras Municipais da Câmara Municipal de Guimarães

Que critérios presidira m à p ro p o s t a ? D e f i n i m o s n ã o m e xe r n a s vilas porque, por si, já têm dimensão adequada. Evitámos que houvesse u m a g ra n d e d e s p ro p o r ção entre as freguesias a g l o m e ra d a s . A p ro p o s t a g a ra n t e u m e q u i l í b r i o d e importância de cada freguesia. S a n t a M a r i a d e A i rã o s e rá a “ s e d e ” d o “ t r i o ” S a n t a M a r i a , S . Jo ã o e Ve r m i l ? A lei define por si que a f r e g u e s i a co m m a i o r p o p u l a ç ã o e m a i s c e n t ra l

s e j a a s e d e d o co n j u n t o das freguesias agregadas. Q u e f a z e r co m o s e d i f í c i o s d a s s e d e s d e Ju n t a ? N e n h u m s e rá e n c e r ra do. Queremos que seja o p r e s i d e n t e d a Ju n t a a deslocar-se às sedes actuais de cada freguesia a g r e g a d a p a ra a t e n d e r a população, evitando a deslocação das pessoas. A s p o p u l a ç õ e s vã o s e r ouvidas? F i z e m o s o t ra b a l h o d e c a s a p a ra n ã o p e r m i t i r que fosse o governo a a g r e g a r, a r é g u a e e s q u a d ro , o co n c e l h o . Q u e r e -

mos que as Assembleias d e F r e g u e s i a s e p ro n u n c i e m s o b r e a p ro p o s t a d e f o r m a a co n f e r i r - l h e maior legitimidade. H á q u e m ve j a n a p ro posta u m “d e s e n h o ” p a ra b e n e f i c i a r e l e i t o ra l m e n t e o P S . . . Um documento destes p r e t e n d e e n co n t ra r p o n tos de identidade cultura l e n ã o p e r m i t i r d e s p ro p o r ç õ e s . O P S t e m 4 8 f r e g u e s i a s n o co n c e l h o e m u i t a s t a m b é m f o ra m a g r e g a d a s . Po d e h av e r q u e m f a ç a e s s a s l e i t u ra s m a s n ã o h á ra z ã o p a ra

elas existirem. Se olharm o s p a ra a p ro p o s t a v ê se de tudo: freguesias do P S a g r e g a d a s co m o u t ra s do PS; freguesias do PSD co m f r e g u e s i a s d o P S ; f r e g u e s i a s d a C D U co m o u t ra s d o P S … N ã o t e m fundamento a crítica do f avo r e c i m e n t o . P r e vê co n t e s t a ç ã o ? Ninguém quer a agregação, mas o governo obriga-nos e por isso tentám o s f a z e r u m a p ro p o s t a c a p a z d e f a z e r co m q u e alguns investimentos sejam melhor rentabilizados.


4 AGOSTO DE 2012 • REPÓRTER LOCAL

EM EMFOCO FOCO

VERMIL | fusão de freguesias Vermil vai debater a proposta da Câmara Municipal de Gui marães que prevê a agregação da freguesia a Airão Santa M a r i a e A i rã o S . Jo ã o . O d e b a t e é o r g a n i z a d o p e l a Ju n t a d e F r e g u e s i a l o c a l e e s t á m a r c a d o p a ra e s t a s e x t a - f e i ra , d i a 7 , pelas 21:00 horas, no salão paroquial.

Agregação gera incertezas no arranque para as autárquicas A um ano das eleições autárquicas, a agregação das freguesias causará dores de cabeça na elaboração das listas partidárias

AUTARCAS CASO A CASO

Luís Pereira

A PROPOSTA DA CÂMARA DE GUIMARÃES MARCA O INÍCIO DAS ESCOLHAS PARA AS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS. A FUSÃO DOS “aIRÕES” COM VERMIL CRIA UM NOVO E IMPORTANTE NÚCLEO ELEITORAL . A ESCOLHA DOS CANDIDATOS PARA O LÍDERAR NÃO SERÁ PACÍFICA.

A

um ano das eleições autárquicas, a agregação das freguesias causará dores de cabeça na elaboração das listas partidárias. Será difícil os partidos congregarem vontades que agradem a todos e de todas as freguesias. São muitas as dúvidas que se colocam nesta altura sobre o assunto. Quem será o candidato do PS ao trio de freguesias Santa Maria/S. João e Ve rmi l ?! Re i vi nd i c ará Ant ó ni o C a r valho a legitimidade de encabeçar a lista socialista, usando do peso populacional da freguesia que preside (Santa Maria), entre a “troika”

das freguesias?! Poderá o autarca Domingos Forte, candidatar-se?! Sendo esta uma “nova freguesia”, podem, afinal, os autarcas com três mandatos, contornar a lei da limitação de mandatos e candidatarem-se novamente a um cargo de presidente da Junta?! E o socialista Domingos Barros de Vermil, que palavra terá na hora de definir a lista?! Do lado “laranja”, conformar-se-á Armando Vidal (presidente da Junta de Vermil) e seu secretário, Marçal Mendes com esta solução?! Como impor o poderio que o PSD tem em Vermil às outras duas freguesias, maiores em população e ambas com maiorias socialistas?! Recorrerão estes autarcas a coligações com o PP, tal como o partido fez para a Câmara Municipal?! Nesta hipótese, estará Filipe Machado, (eleito do PP na AF de Vermil) disposto a unir-se aos actuais rivais para assegurar os interesses da terra?! Ângela Oliveira (eleita do PP na AF de Santa Maria) colaborará numa hipotética lista de coligação?! A nova realidade que em 2013 se afigurará no espectro político local pode provocar um novo fenómeno na cena política: o das listas independentes. Este poderá ser o caminho que alguns poderão percorrer, esgotadas que estejam as hipóteses de consensos dentro das estruturas partidárias.

ARMANDO VIDAL PRES. JUNTA DE VERMIL “Sendo uma lei do governo, o que decidirem teremos de acatar. As freguesias estavam bem como estavam, será o cidadão a sofrer as consequências. As pessoas de Vermil revêem-se mais com Ronfe do que com Santa Maria por isso não tem pés nem cabeça a fusão com Airão. O curioso é que na proposta existem soluções para freguesias que, juntas, terão mil eleitores, tantos como Vermil já tem isoladamente. A proposta é uma clara jogada política”.

ANTÓNIO CARVALHO PRES. JUNTA DE STA . MARIA “Sou contra qualquer agregação mesmo que ela preveja que Sta. Maria seja a freguesia agregadora. Não será com o meu aval que a proposta seguirá em frente. Se com Airão S. João existem coisas em comum, com Vermil, Santa Maria não tem relações. Não temos a ânsia de sermos pólo agregador mas se eu fosse habitante de Vermil, preferia esta solução do que a fusão com Ronfe porque aí, a freguesia ficaria diminuída”.

ANTÓNIO SOUSA PRES. JUNTA DE RONFE “Apesar de a decisão não afectar directamente Ronfe não posso deixar de fazer uma leitura político-partidária da decisão que não deixa, desta forma, que o PSD cresça elei toralmente. Basta olhar para a história para perceber que há mais identificação social e cultural de Vermil com Ronfe do que com Santa Maria. É uma proposta que não tem em conta as pessoas e quem a elaborou terá de a sustentar. É lamentável que não se tenha auscultado as pessoas. Ronfe tem escala e centralidade, é indiferente ter mais ou menos território mas penso que a decisão prejudica gravemente Vermil”.

DOMINGOS FORTE PRES. JUNTA DE AIRÃO S. JOÃO “Nunca me sentarei à mesa para negociar a extinção da minha freguesia e mobilizarei a minha população para travarmos a agregação promovida por um ministro sem qualquer credibilidade (Miguel Relvas). Estou disp o í ve l p a r a c o n c o rr e r a u m a autarquia, pelo PS”.


REPÓRTER LOCAL • AGOSTO DE 2012 • 5

OPINIÃO | Página 16 A f u s ã o d e Ve r m i l c o m A i r ã o S . J o ã o e A i r ã o S a n t a M a r i a está a causar forte discussão na freguesia . Marçal Mendes, secretário da Junta , e Filipe Machado, membro da Assembleia de Freguesia , escre ve sobre o assunto.

18 AGOSTO DE 2012 • REPÓRTER

LOCAL

ENTREVISTA

16 M€

s da volume de negócio Riopele em 2011.

35/4 0 ANO S

t ra b a l h a d o r idade média de um da Riopele

til como o “Os políticos tratam o têx re” pob e parent

E OLIVEIRA ENTREVISTA • ALEXANDR

País e descarta conjuntura económica do or da região, fala da actual res tem hoje 900 Riopele, principal empregad O administrador da têxtil que já teve 4200 trabalhado não próximos dois meses. A empresa da parte política, que mais despedimentos nos souberam criar condições

rário, ao sector, pelo cont ara o criaram condições p como 85 destruir, tratando-o ecuando país o parente pobre. Um anos: como coturis não pode viver só do meçou a Riomo e dos serviços, precisa pele? favor os da indústria. Sou a Começou em 1927, com mas inho, dos mercados abertos meus avós, num mo elas já existem, s o regras; d i v o com m s e r a e t s i com do -nas é preciso é fazerem pela água. sada cumprir. A escolha de Pou O têxtil português tende teve a ver com as raízes a desaparec er? da família Oliveira? e com É uma indústria de O meu avô era de Mogege. mesmo o é presa futuro mas não É curioso que a em Há esias têxtil de há dois anos. abarca cinco fregu ue eu sada, factores internos q do concelho: Pou s não ogege domino, os externo Joane, Vermoim, M la de la-se e não tenho uma bo e Castelões. Hoje fa idade ias, a cristal. A electric em fusão de fregues o, as fazêsubiu 30% este an Riopele já conseguiu as-primas subiram i r é t a m la há muito! im uma e isso tem um enorme A empresa teve e sopacto nas contas. forte component arae 60. Flexibilizar e emb cial na década d meno do tecer os despedi O Grupo Desportiv mo resulta do ele é a ser t o s , c o Pessoal da Ripop A Riopele continua Trabalho, - Código de disso exemplo… ? um dos grandes empre dimos que só o cederíamos equipode salvar empresas ESTÁ Tem DESPEDIR Começou por ser uma região. gadores da voltar aos 4200 a clubes destas freguesias. mas Se pudesse pa de futebol 100% consti arães FORA DE CAUSA maior 900 trabalhad ores O Vitória de Guim res da trabalhado res era a tuída por colaborado recujá teve muitos mais… NOS PRÓXIMO S da minha vida. chegou a pedir e cameguei alegria Riopele que entrou no uma No ano em que ch ou minimamente DOIS MESES sámos. Mantemos FNAT . Tra- Não est peonato da antiga (1974) tinha 4.200 colaboraçã o com o Joane, preocupado com o Código (actual INATEL) e chegou m cá famílias inum camadas a v pretende as a h l a para apenas b é usa Riopele o , A que l a on n o r e s de Trabalho, a ser campeã naci teiras. Há porme to de regularidespedir mais traba jovens. mosa No i n s t r u m e n conquistando a fa uma que contam a história. irá satisfazer lhadores? Houve, portanto, ando ento zação, nunca Taça de Ouro. Só qu cual da parque de estacionam das pessoas. A minha maior preo preocupação soci na a m a a totalidade chegamos à II divisão nto da empresa chegar rno faz bem pação neste mome empresa… mitiu de E s t e g o v e cional é que se per de ncho estar estacionada s mais tinuar a seguir é garantir os postos Chegámos a ter ra nais. tarde e m c o n jogadores profissio múNos 600 bicicletas, mais o da Troika? trabalho que existem. folclórico, banda de ros, o o t a s . memorand a Pessoas como o Bar substituídas por m e equipa de ciclismo. róximos dois meses, ho que tenha sido p s c sica a a t o n ã a t N e o c s a V o , Piruta junHoje não tenho uma pessoa t u d o f a l h a n ç o s , h á v á r i a s Riopele não despede mas Construímo s o bairro am o Nos outras, representav há bol e Não que venha de bicicleta. daí para a frente, não to ao campo de fute coisas muito positivas. clube na primeira divisão ce da anos 60 as pessoas viviam e s t o u c o m i s t o a q u e r e r pre visões. os dois prédios à fa ições. e trabalhavam simultanes aos em casas sem cond r este governo. A Os leitores podem interestrada destinado s que defende amente na empresa. emos Havia trabalhadore isa que concordo rogar-se será ao tercei colaboradores. Ced ar de única co Porque terminou? ara a pediam para trabalh esbanjou muito ro mês que despede... também o terreno p divi m na é que se Chegamos à primeira as sinoite porque tinha Não é nada disso, significa creche de Pousada. clube dinheiro e há muit que o 7 l 1 são em 1977/78 e o a t a r s a o aqueciment s g i as a a o c n e empresa tão só que as Passaram-s dé tuações megalóma terminou no início da nde faltava em casa. e deve por um como estão não permitem anos sobre o gra la-se em- que se pode cada de 80. Hoje fa s a A falência de muitas que se faça previsõe incêndio num pavilhão e das v e - s e ponto final. muito dos sistemas rdapresas têxteis de ios que se mais de dois ou três meses da empresa. Reco altura a ç ã o Há empresár crise? corrupções. Naquela a falha na antecip m da de distância . se desse dia? timas p o r - aproveita isso existiu. Nas úl empreságente a pedirdo caminho da ex o Algarve. Aconn a maus v muita a e t s Há e E s bons u o s Há s a p três jornadas a que tação? há bons e maus lhe emprego? teceu tudo de form rupo e c t o r rios como muita coisa com o G s e Portugal tem um s . Há gente que Recebo muitas carta ainda hoje não sei explicar. presa e e é médicos Desportivo e a em go. têxtil muito grand ido muito do seu emails a pedir empre A empresa estava parada, o a s e tem met não podia estar associada sido mas normal que haja b Às vezes chegam de onde de férias. Talvez tenha - capital nas empresas,e d i t o a a situações que começaram Há más empresas. O encerra menos esperamos. um curto-circu ito. Toda há limites. Não acr a ultrapassar o desejável. dia caiu. mento de algumas deve-se que haja empresário s que pessoas da classe mé frente da estrutura alguO que é feito do campo à falta de visão de que estão a sofrer muito. Tivemos vários incêndios se estejam a aproveitar. o d n i u l c n i , de jogos? s dúvi mas pessoa mas aquele foi, sem Ainda hoje tem condições da, o maior. decialtura na fantásticas,

Luís Pereira

R

JOAQUIM FORTE

A (des)união das freguesias Já aqui se escreveu que a “agregação de freguesias” é uma medida discutível do ponto de vista da eficácia economizadora para o País. Depois dos protestos de autarcas (ficou célebre a vaia ao ministro Miguel Relvas, num encontro de autarcas) e da ausência de dados concretos quanto ao modelo a adoptar, eis que começam a surgir as propostas das Câmaras Municipais, a quem o Governo passou a “batata quente” da implementação local de uma reforma administrativa que tem o condão de unir autarcas de todos os partidos. Em Famalicão ainda não é conhecida a proposta, mas não se esperam alterações nas cinco freguesias cobertas pelo RL. Em Guimarães, das 69 freguesias surgirão 48 novas entidades, com designações genéricas de União das Juntas de Freguesia X, Y e Z. Assim, Airão S. João, Airão Santa Maria e Vermil ficarão juntas numa dessas Uniões. E como se previa, já estalou a discussão quanto a esta União, em particular em Ver-

mil, onde a pregferência do poder local ia para uma ligação a Ronfe. Espera-se que haja uma atempada e eficaz campanha de informação junto das populações quanto a esta nova realidade e que sejam tranquilizadas nos seus principais receios: o afastamento de serviços ou o fecho de autarquias. E teremos um estilo novo ao nível dos presidentes destas Uniões: o presidente itinerante que irá ter com as populações às respectivas sedes. A empresa Riopele foi criada há 85 anos. Em 1974, tinha 4200 trabalhadores. Hoje, são 900. Nos tempos fortes do têxtil do Vale do Ave chegou a ter um clube de futebol na I Divisão Nacional. A empresa surgiu em Pousada mas hoje “espalha-se” também por Joane, Mogege, Vermoim e Castelões. Nestas freguesias não falta quem, directa ou indirectamente, tenha mantido contacto com o universo da têxtil. Famílias inteiras tiveram ali o seu

protagonistas FESTIVAL DA JUVENTUDE Os jovens de Vermil parecem querer dar mostras de que não estão adormecidos. Com pouco dinheiro, a associação “Despertar”, com apoio da Junta local, promove no dia 15 de Setembro mais uma edição do Festival da Juventude. Resta esperar pela adesão, não só dos jovens mas também da população em geral. MENINAS DO GD JOANE Duas jovens de 14 anos tiveram a ideia, que ganhou força através do Faceboook. O Grupo Desportivo de Joane volta a ter uma claque, desta vez dinamizada pelo sexo feminino. A estreia é já no próximo jogo do clube em casa (23 Setembro).

ALEXANDRE OLIVEIRA A empresa Riopele já empregou 4200 trabalhadores, nos tempos áureos do têxtil da mão de obra intensiva. Hoje, são apenas 900, mas a empresa de Pousada continua a ser a principal empregadora da região. O administrador Alexandre Oliveira fala da conjuntura financeira, descarta mais despedimentos (por agora) e acusa a classe política de tratar o têxtil como “o parente pobre”

SÉRGIO ferreira Mais um autor das letras desta região. Sérgio Ferreira, licenciado em Economia mas apaixonado pela escrita, apresenta no dia 29 o seu primeiro livro, “Ao encontro do teu silêncio”. O autor, de 31 anos, encontrou na escrita um passatempo depois de ter ficado desempregado.

Propriedade e Editor - Tamanho das Palavras, Lda, Rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão Telefone 252 099 279 E-mail geral@reporterlocal.com Membros detentores com mais de 10 % capital Joaquim Forte e Luís Pereira Director Joaquim Forte ( joaquimforte@reporterlocal.com) Redacção Luís Pereira (luispereira@reporterlocal.com) | Paginação Filipa Maia | Impressão Gráfica Diário do Minho | Tiragem 4000 ex. | Jornal de distribuição gratuita Distribuição: Alberto Fernandes | Registo ICS 122048 | NIPC 508 419 514

PAG. 18 | ENTREVISTA A l exa n d r e O l i ve i ra , a d m i n i s t ra d o r d a Riopele, diz, na entrevista ao RL , que não estão previstos mais despedimentos... pelo menos nos próximos dois meses!

principal trabalho: o objectivo de quem franqueava os portões da empresa era “meter” os filhos. Os tempos mudaram: o têxtil é um sector extremamente dependente de tecnologias que dispensam mão de obra. Depois de ter “emagrecido” os seus recursos humanos (para usar uma expressão muito em voga), a Riopele navega no mar encapelado da competição mundial. Alexandre Oliveira, o administrador do grupo, lembra que os preços da electricidade (subiram 30% este ano) e das matérias-primas “têm um enorme impacto nas contas”. Talvez por isso se mostre cauteloso ao dizer que não estão previstos mais despedimentos... nos próximos dois meses. NOTA: Quintino Ferreira Pinto assina nesta edição a primeira de (espera-se) muitas colunas de opinião neste jornal, marcando o seu regresso ao contacto com os nossos leitores, num sinal, também, de diversificação de colunistas do RL.

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editorial


6 AGOSTO DE 2012 • REPÓRTER LOCAL

o que se diz

Fórum

“Estamos pobres e descrentes, todavia ainda não estúpidos de todo”. Miguel Sousa Tavares, Expresso

DÁ QUE PENSAR!

“Vereador CDU na Câmara de Guimarães votará contra proposta de agregação de freguesias” Guimarães Digital

“Distrito de Braga já tem 80 mil desempregados” Comércio de Guimarães

“Famalicão registou 10159 desempregados em Julho”

“Caixa multibanco rebentada e assaltada em Pevidém. Assaltantes usaram gás para o rebentamento”

Opinião Pública

Guimarães Digital

DIAS DE ONTEM

Condutor com 3,45 de taxa de álcool por litro de sangue detido pela GNR A d e t e nção f oi f e it a p e l a GNR d e Lord e l o. O cond u t or d e 50 anos conduzia a sua viatura com álcool a mais. Sujeito ao teste, verificou-se que tinha uma taxa de álcool de 3,45 gramas por litro de sangue. O limite é de 0,5 gramas! O condutor foi notificado para comparecer a Tribunal. FONTE: Guimarães Digital

A PSP deteve, em Guimarães, um homem de 62 anos na posse de cocaína e heroína suficientes para 178 doses, que valeriam cerca de 890 euros. Parte da droga foi encontrada na roupa do homem, enquanto a restante estava na viatura em que se fazia transportar e na sua residência. A polícia apreendeu-lhe ainda uma viatura, dois telemóveis, 10.069 euros, vários relógios e moedas de colecção. O detido está indiciado por tráfico de droga e vai ser pre sente a tribunal, para aplicação das respectivas medidas de coacção. FONTE: Correio da Manhã

ReguiLa

UMA ESCULTURA NO CENTRO DE JOANE? Os joanenses já repararam numa máquina retro-escavadora estacionada há dias no centro de Joane, no Largo 3 de Julho. Alguns leitores já questionaram se será alguma escultura modernista ali colocada para dar vida à zona. O mais certo é que esteja à espera para alguma obra naquele descampado na sala de visitas da vila.

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Sexagenário detido pela PSP, em Guimarães, com droga no valor de 890 euros

JOANE, ESTAMPARIA RAFAEL , 1998 Os mais velhos dirão: “Eu ainda sou do tempo da estamparia no centro de Joane”. Dos mais novos, muitos nasceram já depois da fábrica ter ido abaixo. A nova urbanização e nova centralidade prometidas para a z o n a o u t ro ra o c u p a d a p o r p a r e d e s i n d u s t r i a i s n ã o h á m e i o d e s a i r e m do papel. Aguarda-se!


REPÓRTER LOCAL • AGOSTO DE 2012 • 7

LOCALIDADES

RONFE | FARMÁCIA ASSALTADA A farmácia de Ronfe foi assaltada est a quarta-feira , dia cinco. Cerca das 21:00, um indivíduo com um capacete na cabeça ameaçou, com uma arma branca , a funcionária exigindo o dinheiro em caixa . Assustada , a funcionária fugiu e o homem acabou por assaltar a caixa . O assalto terá rendido cerca de 2.500 euros. A GNR de Guimarães este ve no local.

VERMIL • ANIMAÇÃO

Festival da Juventude anima freguesia Certame decorre no parque junto à igreja e inclui desporto, música, dança e fotografia Luís Pereira

D

esporto, música, dança e fotografia voltam este ano a Vermil com a segunda edição do Festival da Juventude, no dia 15 deste mês, o primeiro organizado pela recente associação Despertar. Entre as novidades está a concentração de toda a programação num único dia. Pedro Oliveira, presidente da Despertar Vermil, explicou ao RL que a decisão pretende conseguir mais afluência e, “sobretudo, não massacrar o público”. Outra novidade prende-se com o programa nocturno, que passa a ter lugar no parque de estacionamento junto à igreja. A organização prevê uma adesão similar à do ano anterior (600 pessoas). A primeira edição foi organizada pela Junta de Freguesia de Vermil, que este ano surge apenas como parceira. “Na prática é o mesmo grupo de pessoas a organizar, com a diferença de que agora há uma associação autónoma, cabendo à autarquia o apoio logístico. Somos 15 elementos e há muito tempo que vimos trabalhando para o festival. No dia contaremos com a ajuda de mais jovens voluntários”, adianta Oliveira. São altas as expectativas da organização quanto à adesão de público. O evento quer afirmar-se na região e a aposta deste ano passa por atrair público de fora de Vermil. “A esta distância de tempo já há muita gente a falar do festival e muitas pessoas fora da freguesia têm procurado saber informações sobre o festival, o que nos eleva a expectativa”. O orçamento ultrapassa os mil euros e a organização apela ao apoio das empresas locais. Pelo segundo ano consecutivo, o RL volta a associar-se ao evento, surgindo como media partner do Festival.

O II Festival da Juventu de de Vermil, no dia 15 de Setembro (sábado), começa com a caminha da “Pequenos passos, grandes gestos”, de manhã, que percorrerá vários pontos da freguesia . A concentração é às 9:00 horas, junto à sede da Junta de Freguesia . A inscrição custa um euro (não

SIGLA DEP E DJ PETER Z GARANTEM A ANIMAÇÃO MUSICAL DO FESTIVAL DA JUVENTUDE

há pré-inscrições, basta aparecer). A partir das 10:00 horas, realiza-se o torneio de futsal, com algumas novidades, como a prova para crianças até aos 15 anos (masculinos e femi ninos), da parte da ma nhã. A prova para maio res de 15 anos, do sexo masculino, será às 14:00

Cabeça de cartaz do Festival da Juventude de Vermil, a banda Sigla Dep, de Ronfe, está já a preparar o concerto do próximo dia 15. “Como é um concerto mais longo, exige mais preparação. O público pode contar com muita música de qualidade”, assegura Tomé Dias, vocalista da banda. Depois de algum tempo retirado para compor novos temas, o grupo vê no festival a oportunidade de um regresso aos concertos. Com um EP editado,

horas. A tarde de futsal termina com as f inais do torneio, em todos os escalões, às 18:00 horas, no Campo de Jogos de Vermil . A participação tem o custo de dois euros e é restrita a residentes e exresidentes de Vermil. O ex-líbris do festival é a programação noctur na . O recinto (o parque

a banda de João Passos, Leandro, Leonel e Tomé Dias dedica-se sobretudo à música rock. Além de originais, o concerto de Vermil passará pelos “covers” de bandas conhecidas. “É preciso que a região apoie as bandas de garagem da terra, de outra forma elas acabam por morrer”, diz Tomé Dias. Peter Z é o nome artístico de João Pedro, 19 anos, Dj com presença assídua em casas de diversão nocturna. “Quando passo música,

ao lado da igreja) abre às 20:00 horas, com a expo sição de fotograf ias tiradas no âmbito do concur so “Eternizar Vermil”. Um grupo de Danças inaugu ra o palco do festival que recebe, às 22:00, a banda “Sigla Dep”, de Ronfe. A partir das 23:00, a animação f ica a cargo dos Djs Luís Silva e Peter Z .

esqueço os meus problemas. É o meu antidepressivo”, diz ao RL. Peter Z actua no festival à meia-noite com muito “house” comercial. “O conceito do festival é bom e faz falta iniciativas do género nas freguesias. Pode ser uma alternativa às discotecas habituais da malta nova”, considera. O jovem Dj teve formação na área e lamenta que muitos não consigam separar o amadorismo do profissionalismo.


8 AGOSTO DE 2012 • REPÓRTER LOCAL

JOANE | Festa do desporto a 30 de setembro A ATC de Joane promove no dia 30 de Setembro mais uma edição do passeio e corrida Famalicão - Joane e Vermoim - Joane. A inscrição custa dois euros e pode ser feita até 20 de Setembro. Além de uma t-shirt , os participantes habilitam-se a 10 bicicletas e um computador.

LOCALIDADES LOCALIDADES

RONFE • iniciativa

Desfolhada, chega de bois e animação

A

Associação de Agricultores de Ronfe promove, no próximo dia 15 de Setembro, uma desfolhada minhota e uma chega de bois. A iniciativa tem início às 15:00 horas, junto à Casa do Povo, com as chegas de bois e de carneiros. A novidade deste ano é uma monumental

garraiada, a partir das 17:00 horas. “O público vai poder agarrar os touros, vindos das ganadarias próprias, numa praça improvisada”, explica a organização. A iniciativa conta também com uma desfolhada (18:30) encerrando com a actuação de Tiago Ma roto.

Cinema ao ar livre em Ronfe Mais de uma centena de pessoas assistiram a uma sessão de cinema ao ar livre em Ronfe. Uma iniciativa inserida na programação da Capi tal Europeia da Cultura-Guimarães 2012 que pretende le var cinema às vilas do concelho. Ronfe estreou a experiência a 25 de Agosto com o f ilme “O meu irmão é f ilho único” de Daniele Luchetti.

A sessão de cinema decorreu num espaço lateral da igreja paroquial e contou com a colaboração do Ci neclube de Guimarães e da Junta de Freguesia local. No mês de Setembro a iniciativa re pete-se com mais duas sessões. No dia 14 será exibido o f ilme “Super 8” e no dia 22, “Cavalo de Guerra” de Ste ven Spielberg.

Feira Rural em Joane A Feira Rural de Joane regressa ao Parque da Ribeira nos dias 15 e 16 de Setembro. A quarta edição deste certame organizado pelo grupo folclórico “Rusga de Joane” e Câmara Municipal de Famalicão abre na noite de sábado com um arraial animado pelo Rancho Folclórico de Ponte de Lima e por um grupo de cavaquinhos do Porto. O recinto terá de novo três tasquinhas geridas pelos três ranchos folclóricos de Joane. No domingo, 12 grupos terão expostos para venda produtos agrícolas, animais, arte-

sanato e têxteis. A animação fica a cargo de ranchos folclóricos de Felgueiras e Rio Tinto. O certame, que o ano passado registou quatro mil visitantes, encerra com o habitual encontro de concertinas. A Câmara Municipal de Famalicão mantém-se como parceiro na organização, cabendo-lhe suportar os encargos financeiros (cerca de três mil euros, segundo a organização). Para Ricardo Carneiro, a parceria “é um casamento feliz que se pretende eterno”.

Rusga de Joane na Braga 2012 O grupo folclórico “Rusga de Joane” actua no próximo sábado, dia oito, na Capital Europeia da Juventude - Braga 2012. O rancho joanense vai apresentar o espectáculo de rua “Viagem pela Memória – Quadros Cénicos da Identidade Cultural Famalicense”. O espectáculo retrata a identidade cultural do concelho nos finais do século XIX e foi criado para as Festas Antoninas deste ano, em resultado da parceria do grupo e do Gabinete do Património Cultural Imaterial do Município. A actuação está agendada para as 18:00 horas na Praça da República, em pleno centro histórico da cidade dos arcebispos.


REPÓRTER LOCAL • AGOSTO DE 2012 • 9

JOSÉ CARRERAS CANTA EM GUIMARÃES O Multiusos de Guimarães recebe, no dia seis de Outubro, o concerto do conceituado tenor espanhol José Carreras, acompanhado pela Fundação Orquestra Estúdio. Os bilhetes para o concerto variam entre os 25 e os 95 euros.

Primeiro livro de Sérgio Ferreira “A o e n co n t ro d o t e u s i l ê n c i o ” é o p r i m e i ro l i v r o d e S é r g i o F e r r e i r a , d e Ve r m o i m . O a u t o r, d e 3 1 a n o s , l i ce n c i a d o e m Eco n o m i a , encontrou na escrita um passatempo depois d e t e r f i c a d o d e s e m p re g a d o . Po r i n c e n t i vo d e a d m i ra d o re s , co m p i l o u e m l i v ro v á r i o s textos da sua autoria . “ O l i v ro a p a re c e n u m m o m e n t o d a m i n h a vida em que as coisas não começaram a correr bem e em que precisei de silêncio. É, sobretudo, uma ref lexão de vida” , descreve o a u t o r. A apresentação do livro, a cargo da escritora Ana Margarida Cardoso, está agendada para 2 9 d e s t e m ê s , p e l a s 2 1 : 3 0 h o ra s , n o C e n t ro de Estudos Camilianos, em Seide. “Sempre escrevi crónicas que ia publicando nas redes sociais e suscitava o interesse de amigos que diziam que tinha alguma aptidão para a escrita e por isso resolvi t e n t a r a s o r t e ” , e x p l i c a S é r g i o Fe r re i ra . O autor tem contado com o apoio da C â m a ra M u n i c i p a l d e Fa m a l i c ã o e e s p e ra esgotar a edição durante a apresentação em Seide.

TEATRO

A Birra do Morto O núcleo de teatro da Associação Cultural d e Ve r m o i m e s t r e i a sábado, oito de Setembro, a peça “A B i r ra d o M o r t o ” , co m encenação de Filipe Ribeiro. A comédia, terceiro trabalho do grupo, sobe ao palco do salão paroquial da freguesia pelas 21:00 horas. “ A p e ç a co m p o r t a u m olhar crítico actual sobre os vícios da sociedade (...) de uma forma hilariante mas acutilante do primeiro ao último minuto”, escreve o grupo. Com 90 minutos de duração, o espectáculo tem entrada livre.

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VERMOIM• CULTURA


10 AGOSTO DE 2012 • REPÓRTER LOCAL

FAMALICÃO | CINECLUBE DE JOANE Setembro reserva ainda cinco sessões de cinema promovidas pelo Cineclube de Joane, na Casa das Artes de Famalicão. “Um eléctrico chamado desejo”, dia 12; “Cosmopolis”, dia 13; “Michael”, dia 20; e “Nana”, dia 27, antecedida pela curta-metragem “Rafa”, do português João Salaviza.

Piscinas de Airão alternativa barata à praia Em tempo de crise, milhares passaram pelas piscinas que manteve os preços do ano passado Luís Pereira

João Pereira veio de Oleiros em busca de um mergulho nas águas azuladas para aplacar o calor de Agosto. “Nada melhor do que um m e r g u l h o p a r a a c a l m a r. F i c a m a i s b a ra t o d o q u e i r à Póvo a ” , d i z o jovem ao RL . Ta l c o m o e l e , m i l h a r e s d e p e s s o a s passaram, desde 18 de Junho, pela piscina de Airão S. João. “Um sucess o ” , a f i r m a D o m i n g o s Fo r t e , p r e s i dente da Junta local, proprietária do equipamento. José Costa e a namorada repetem o elogio à piscina (“fazia falta nesta zona”) e só lamentam que o clima, às vezes, pregue “umas partidas”. No ano de estreia (2011), a piscina foi procurada por 11 mil pessoas, s e g u n d o a Te m p o L i v r e , e n t i d a d e municipal que gere a infra-estrutura . Como o período de funcionamento ainda não terminou (só no final de Setembro), este ano ainda não há r e g i s t o s d a a f l u ê n c i a , m a s D o m i n go s Fo r t e a d m i t e d e s d e j á u m a “ l i g e i r a d i m i n u i ç ã o ” p o r f o r ç a d o Ve r ã o instável. “Nos dias de muito calor a lotação esteve esgotada”, revela o autarca. O utente-tipo das piscinas de Airão continua a ser diversificado, apesar de existir um ligeiro destaque dos mais jovens. “Em Julho recebemos sobretudo grupos de escolas e inf a n t á r i o s . Te m o s f a m í l i a s i n t e i r a s e p e s s o a s d e m a i s i d a d e . H á u m l i g e i ro d e s t a q u e p a r a o n ú m e ro d e j o v e n s ” . Indiferente às críticas do passado em torno do investimento, Domingos

Fo r t e a c r e d i t a q u e o s 5 0 0 m i l e u ro s investidos em Airão S. João estão j u s t i f i c a d o s p e l a p ro c u r a e r e n t a bilidade.Além disso, argumenta, s ã o “ u m a exc e l e n t e a l t e r n a t i va p a ra as famílias da região face à crise que o país atravessa”, e que têm aqui uma alternativa barata para o Ve r ã o . “ Te m o s a s e n t r a d a s m a i s baratas de todas as piscinas do concelho porque mantivemos os preços. É claro que não é a praia mas é um sítio agradável e uma excelente resposta para as famílias”, refere o autarca, revelando que continua à espera de apoios para criar o parque de lazer no espaço envolvente.


REPÓRTER LOCAL • AGOSTO DE 2012 • 11

VERMIL | ZÉ AMARO NAS FESTAS DE S. MIGUEL O cantor Zé Amaro é cabeça de cartaz das festas de S. Miguel-o-Anjo de Vermil. O artista actua domingo, dia 30, pelas 16:00 horas. Uma demonstração de cães (sábado, às 16:15); o conjunto musical “Myllenium” (à noite, antes do fogo-de-artifício) e as cerimónias religiosas (domingo de manhã) fazem parte do programa, que fecha com o Rancho Folclórico de Candoso S. Martinho e com Zé Amaro.

As meninas da claque, olé! Os resultados também se fazem nas bancadas. Elas querem ajudar o GD Joane Luís Pereira

H

á um grupo de jovens joanenses que está a mobilizar-se para criar a claque do Grupo Desportivo de Joane. Para já, a divulgação tem sido feita pelo Facebook e pelo “passa a palavra” entre amigos. O fórum conta com 67

aderentes e no próximo jogo do clube em casa, a claque pretende estrearse nas bancadas do campo de Barreiros, independentemente do número de adeptos que consiga reunir. O projecto nasceu por iniciativa de duas raparigas de 14 anos. Fãs incondicionais do Joane, Catarina Vaz e Diana Ro-

drigues estão convictas de que o clube vai mesmo ter claque oficial. “Desde pequena que acompanhava os jogos todos com o meu pai. Como ele foi para o estrangeiro, agora só vejo os jogos em casa”, diz Catarina Vaz. A claque que o clube tinha deixou de existir e as duas amigas viram nisso uma oportunidade para

reactivar um grupo de apoio. “Começámos por brincadeira, há um ano, num grupo no Facebook que falava da vida do clube e dos jogos. Éramos, no início, apenas 15 membros. Começaram a incentivar-nos para que divulgássemos a página e conseguimos mais aderentes. Este ano, criamos uma nova página exclu-

A claque pretende fazer parte da caminhada do JOane para a manutenção na II divisão nacional de futeboL sivamente da claque”, refere Catarina Vaz. Segundo as jovens, alguns membros da direcção do clube e jogadores estão a par e apoiam a ideia. A claque começa, assim, a organizar-se e já tem bandeiras e tambores. “Queremos reunir um grupo que, pelo menos nos jogos em casa, apoie a equipa. Temos falado com amigos para aderirem, será uma boa experiência. Há cânticos de apoio que já existiam e vamos continuar a usá-los”, explica. Alguns atletas das camadas jovens do Joane já aderiram à claque que pretende fazer parte da caminhada do clube nesta época para a manutenção na II divisão nacional de futebol. “Esta época vai ser mais difícil que a passada e por isso requer mais apoio para lutarmos pela manutenção. Se conseguirmos um grupinho jeitoso, ajudamos a motivar os jogadores”, ambicionam as jovens. Os interessados em aderir ao projecto podem contactar as jovens pela página do Facebook “Claque do Joane”.


12 AGOSTO DE 2012 • REPÓRTER LOCAL

danças e cantares na feira rural A terminar um Verão intenso, o Grupo Danças e Cantares prepara a actuação na Feira Rural de Joane, no dia 15 de Setembro. Um certame que tem sido uma oportunidade na colaboração entre os três grupos folclóricos da vila.

JOANE • ASSOCIATIVISMO

CURIOSIDADES E NÚMEROS formado em 1985, o grupo tem 50 elementos ESPEROU SEIS anos até entrar na federação portuguesa de folclore actuou em França , Espanha e Suíça . Vai estar na Feira Rural de Joane E na feira de S. Miguel . VIVE COM O subsídio da Câ mara de Famalicão e com o dinheiro das actuações

Danças e Cantares

desde 1985

A

história do Grupo Folcló rico Danças e Cantares de Joane está associada à história dos dois outros grupos da vila: nasceu no seio da associação que ainda hoje detém o Grupo Infantil e a Rusga de Joane nasc eu pela mão de ex-elementos do Danças e Can tares. A ideia surgiu, em 1983, no seio do Coral, mas depressa se deu a ruptura com a direcção deste. “Praticamente fomos expulsos”, atira Deolinda Salgado, vice-presidente do Danças e Can tares. O rancho enfrentou sérias dificuldades nos primeiros anos (a apresentação oficial, em 1985, recorda Deolinda, foi feita “sem instrumentos”) mas valeu a vontade dos 45 elementos. “Com o primeiro dinheiro comprámos instrumentos e trajes”, recorda a dirigente. Deolinda Salgado reivindica o

deolinda salgado, vice-presidente do danças e cantares, REivindica o estatuto de “grupo mais original” de joane

estatuto de grupo mais original de Joane porque “trabalha de forma diferente” e é “o mais fiel à recre ação do passado”, sem desvirtuar “o que era Joane” e sem copiar grupos de outras terras. “Somos fiéis às tradições e história de Jo ane: simples porque nunca houve grandeza em Joane”, assegura. A dirigente considera natural a rivalidade entre grupos mas diz que se consegue trabalhar em sintonia, como acontece na Feira Rural. De resto, vê com agrado a possibilidade de os três grupos organizarem, em Joane, “um único e grande festival capaz de atrair o turismo folclórico”. Com cassetes e CDs editados, o grupo conta com 50 elementos e já teve de recusar a entrada de novas pessoas. “É preciso muita disponibilidade e amor para andar nisto, conciliar vidas pessoais e profissionais com o grupo nem

Em O utubro passa a ter sede na escola de M ontelhão . EM 2013 edita um novo disco.

sempre é fácil”, explica. O grupo actuou em França, Espanha e Suíça e recusou convites para ir ao México e Brasil. “Para nós ou os convites permitem a ida de todos os elementos ou então não vai ninguém”, garante Deolinda.


REPÓRTER LOCAL • AGOSTO DE 2012 • 13

futebol • taça

Joane e Ronfe afastados da Taça de Portugal As duas equipas cairam logo à primeira eliminatória

BOCCIA • PARALÍMPICOS

Famalicense ganha medalha nos jogos Paralímpicos A selecção nacional de Boccia aos jogos Paralímpicos de Londres 2012 que conquistou a medalha de prata integra um atleta de Famalicão, Luís Sil va . Com José Macedo e Armando Costa (suplente) tornaram-se os primeiros medalhados portugueses nesta edição dos Jogos. Antes da partida para Londres, a selecção nacional estagiou em Vermoim, nos dias 10 e 11 de Agosto, no Pavilhão Municipal. Por essa altura , a treinadora nacional Helena Bastos assegurava que a equipa iria dar “o seu melhor para honrar o país”. Promessa que acabou por ser cumprida aquando da conquista da medalha de prata . A selecção nacional de Boccia é constituída por oito atletas. Para além do famalicense Luís Silva fazem ainda parte da selecção Susana Barroso, Fernando Ferreira , Cristina , Domingos, Armando, João Paulo e Artur.

BTT • JOANE

“Caminhos Penosos” no dia 16

Luís Pereira

O

Grupo Desportivo de Joane e o Desportivo de Ronfe foram afastados da Taça de Portugal na primeira eliminatória da competição. A eliminação dos dois clubes da região aconteceu a 26 de Agosto. Ambas as equipas disputaram o jogo em casa sendo que o Limianos venceu o Grupo Desportivo de Joane por

1-0. Já o clube ronfense p e rd e u a e l i m i n a t ó ri a p a ra o Pinhalnovense, por 2-1. Entretanto, as duas formações já se estrearam, no passado dia três, nos j o g o s d o s r e s p e c t i vo s c a m peonatos. O Desportivo de Ronfe conquistou os três pontos ao vencer em casa o Esposende na sequência de uma grande penalidade, marcada já em tempo de descontos. Mau início de época teve o clube de Barreiros.

FC Vermoim representa Portugal na Taça das Taças Europa de Futsal

Na deslocação a Chaves, o GDJ não conseguiu evitar uma goleada de 4-1, na abertura do campeonato nacional da II divisão. Depois de uma paragem de dois fins-de-semana, os jogos regressam no dia 23 de Setembro. Nesse domingo haverá dérbi concelhio com o Joane a receber, no Campo de Barreiros, o FC Famalicão. O Ronfe desloca-se a Esposende para defrontar o Marinhas.

A equipa feminina de futsal do FC de Vermoim participa em Milão, Itália, nos dias 22 e 23, na I Taça das Taças Europa de Futsal Feminino. A competição será um marco na história do futsal feminino uma vez que se trata da estreia de uma competição oficial europeia, reconhecida pela FIFA e pela UEFA. Na época passada, as atletas de Vermoim sagraramse bi-campeãs nacionais sendo por isso as escolhidas para representar Portugal num torneio organizado pelo comité italiano e em que participarão também equipas da Rússia e de Espanha.

O clube BTTeatro organiza a 16 Setembro a sexta edição do passeio “Caminhos Penosos”. Este ano, a concentração, partida (às 09:00 horas) e chegada serão no Parque da Ribeira . Como nas edições anteriores, todos os participan tes terão pequeno-almoço, além de uma exposição de bicicletas, o sorteio de material BTT e a oferta de um saco. Segundo a organização, o passeio deste ano volta a percorrer trilhos dos concelhos de Guimarães e Famalicão numa extensão de 37 quilómetros, com subidas, descidas e “single-tracks” desaf iantes.

ATLETISMO • CLUBES

ARPO e EARO com bons resultados no GP de Barcelos

Os iniciados da secção de atletismo da ARPO ( Associação Recreati va Pousadense, na foto) conquistaram o primei ro lugar por equipas no Grande Prémio de Atle tismo de Alvelos (Barce los), no dia um de Setem bro. Individualmente, a ARPO conquistou o 1.º

lugar no escalão infantil ( João Sousa) e o segun do em Veteranos 5 ( José Magalhães). Em Barcelos marcou ain da presença a Escola de Atletismo Rosa Oliveira , com o atleta Henrique Paredes, campeão na cional M50, que f icou em 2.º lugar.


14 AGOSTO DE 2012 • REPÓRTER LOCAL

REGRESSO ÀS AULAS REGRESSO ÀS AULAS • agrupamento de escolas pe. benjamim Salgado

Menos 11 funcionários para 3200 alunos No arranque do novo ano lectivo, Agrupamento mostra-se preocupado com a diminuição de 11 operacionais NÚMEROS PRÉ-ESCOLAR 125 alunos Centro Escolar de Joane: 64 (3 turmas) Boca Monte (Mogege) 21 (1) Agra Maior ( Vermoim) 40 (2)

A

14 de Setembro arranca mais um ano lectivo, o primeiro do recente Agrupamento de Escolas Padre Benjamim Salgado de Joane (formado pela secundária e pelo antigo Agrupamento de Escolas Bernardino Machado). São mais de 3.250 alunos. Se ao nível da colocação de professores (mais de 300 distribuídos por todas as escolas) não houve dificuldade, já com o pessoal não docente, o Agrupamento mostra-se preocupado com a diminuição de 11 operacionais. “Tem sido difícil a obtenção, junto do governo, do número de operacionais necessários para o funcionamento de todas as escolas do agrupamento. As condições financeiras têm sido dadas como justificação. Há vários anos que as escolas do agrupamento têm uma parte do pessoal não

docente ocupada com pessoas que são colocadas pelo Instituto de Emprego. O ano passado foram atribuídas 32 pessoas, neste ano foram, inicialmente, dados 16 contratos e mais tarde autorizados mais cinco”, explica Alfredo Mendes, presidente da Comissão Administrativa Provisória do novo Agrupamento, adiantando que a situação afecta todas as escolas e “cria problemas muito grandes”. No campo das dificuldades surge também a colocação de uma psicóloga. Alfredo Mendes revela que ainda não foi aberto concurso para o efeito e que o mais provável é que o ano lectivo arranque sem este serviço (para mais de três mil alunos, o Ministério da Educação disponibiliza uma única profissional da área). Mas nem tudo são más notícias. Por exemplo, o prazo de funcionamento do Centro Novas Oportunidades da

secundária viu prolongada até 31 de Dezembro deste ano a autorização de funcionamento. “O projecto financeiro tem folga suficiente para o funcionamento decorrer sem qualquer constrangimento”, assegura Alfredo Mendes. Por outro lado, a escola Bernardino Machado, de Joane e Boca do Monte, de Mogege, estão a ser alvo de melhorias. A primeira representa uma intervenção directa do Agrupamento e prevê a requalificação do refeitório e arranjos no exterior e interior. Na escola de Mogege, os trabalhos são da iniciativa da Câmara Municipal e visam dotar o edifício de maior comodidade. “A alteração em termos administrativos não afectou o desempenho do trabalho que normalmente já era feito pelas duas escolas mas obviamente que exigiu um maior trabalho de coordenação”, salienta Alfredo Mendes.

2.º CICLO 407 alunos Esc. Bernardino Machado (18 turmas) 3.º CICLO 657 alunos Esc. Bernardino Machado 244 (11 turmas) Esc.Pe. Benjamim Salgado 413 (18) SECUNDÁRIO 980 alunos Esc.Pe. Benjamim Salgado EDUCAÇÃO | FORMAÇÃO Esc.Benjamim Salgado: 32 alunos (2 cursos) CURSOS EFA : 330 alunos Centro Novas Oportunidades TOTAL : 3.212 alunos Professores: 310

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Luís Pereira

1.º CICLO 681 alunos Centro Escolar de Joane: 355 (16 turmas) Boca Monte (Mogege) 81 (4) Lousela (Mogege) 30 (2) Agra Maior ( Vermoim) 61 (3) Estalagem ( Vermoim) 62 (3) Matinhos (Pousada) 92 (4)


REPÓRTER LOCAL • AGOSTO DE 2012 • 15

REGRESSO ÀS AULAS

Localidades

FAMALICÃO | MARATONA FOTOGRÁFICA Realiza-se a 29 de Setembro a II Maratona Fotográfica de Famalicão, subordinada ao tema “Doze Horas, Doze Temas, Doze Fotografias”, promovida pela associação Artes de Movimento. A prova decorre entre as 09:30 horas e as 22 horas. As inscrições podem ser feitas até 25 de Setembro.

REGRESSO ÀS AULAS• agrupamento de escolas ABEL sALAZAR

Ronfe quer ensino secundário na vila Director do Agrupamento alude aos “casos dramáticos” de dispensas de professores

O

Agrupamento de Escolas Abel Salazar quer implementar o ensino secundário na escola sede, em Ronfe. A ideia não é nova mas assume cada vez mais contornos de poder vir a concretizar-se. A direcção do Agrupamento está empenhada em convencer a Direcção Regional de Educação do Norte, que está a estudar a proposta. “Somos um agrupamento de periferia com dimensão bastante para manter-se. Perdemos alunos para o concelho de Famalicão em permanência, alimentando-o ao nível secundário. Queremos que haja a possi bilidade de termos o ensino secundário cá”, concretiza Silvério Silva, director do

Agrupamento. A Carta Educativa para o concelho de Guimarães deverá incluir esta hipótese, sem que o alargamento ao secundário obrigue à construção de um novo equipamento.“Queremos transformar esta escola num mega agrupamento com oferta do secundário. Faz-me confusão que esta zona do concelho não tenha essa resposta, tanto mais que temos condições físicas para isso”, realça o responsável. Enquanto a ideia não passa do papel, o Agrupamento de Ronfe já prepara o próximo ano lectivo, com arranque a 14 de Setembro, para os 1.518 alunos. Os horários zero dos professores têm colocado problemas na organização do regresso às aulas. “Sã0

NÚMEROS* Pré-escolar | 161 alunos Vermil: 25 Santa Maria : 47 Airão S. João: 20 1.º ciclo | 630 alunos Airão Santa Maria : 87 (4 turmas) Airão S. João: 30 (2) Vermil: 42 (2) Ronfe: 154 (8) 2.º ciclo | 285 alunos Escola Abel Salazar (14) 3.º ciclo | 426 alunos Esc. Abel Salazar (20) TOTAL : 1.518 alunos Professores: 135 *O Agrupamento Abel Salazar e n g l o b a e s co l a s d e t r ê s f r e g u e sias que o RL não cobre, pelo que os totais publicados por ciclo de ensino são resultados globais do Agrupamento.

casos dramáticos. Dizer a um colega que pertence ao quadro da escola há vários anos, que vai ter de concorrer à mobilidade porque não temos serviço para lhe dar, é desagradável. Conseguimos conter aquilo que eram as perspectivas iniciais, mesmo assim não conseguimos segurar cinco professores na escola sede”, revela Silvério Silva. Ao nível do primeiro ciclo, o novo ano lectivo do Agrupamento fica marcado pelo encerramento da escola de Oleiros. Os alunos desta freguesia passam a frequentar a escola de Airão Santa Maria.Em Vermil receiam-se novos protestos dos pais. A escola, que este ano até teve um ligeiro aumento do número de alunos (de

37 para 42), viu ser-lhe retirado o pré-fabricado que servia de refeitório. “O pré-fabricado tinha todas as condições e mais algumas mas o custo do aluguer tornou-se insuportável para a autarquia. Dentro da escola adaptouse um espaço, até agora polivalente. Não é, de todo, a situação ideal. A Associação de Pais não está nada satisfeita com a solução, ela não serve. O espaço, por muitas adaptações que lhe façam, não tem condições, é exíguo e apertado. Os miúdos vão ficar pior servidos”, lamenta o director do Agrupamento. Quanto ao novo Centro Escolar, como não há novidades sobre o arranque da obra, Silvério Silva não arrisca prognósticos.

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Luís Pereira


16 AGOSTO DE 2012 • REPÓRTER LOCAL

OS TROIKOS “Mas se são os troikos que nos visitam, porque são eles a receber-nos?”.

OPINIÃO

FERREIRA FERNANDES, DN

opinião

Marçal Salazar

Secretário da Junta de Freguesia de Vermil (PSD)

VERMIL: QUAL A MELHOR SOLUÇÃO? A proposta da Câmara Municipal de Guimarães no âmbito da agregação de freguesias reduz para 48 as actuais 69 freguesias do concelho. Vermil, Airão S. João e Airão Santa Maria passam a constituir uma nova “freguesia”; Oleiros funde-se com Leitões e Figueiredo. A vila de Ronfe ficará como está. A fusão de Vermil com Airão S. João e Airão Santa Maria, em detrimento de Ronfe, como chegou a ser equacionado, é a que mais divisão tem causado, estando agendada uma sessão para esta sexta-feira. O RL pediu opiniões sobre este “desenho” a dois autarcas vermilenses. As Assembleias Municipais têm que aprovar as propostas até 15 de Outubro.

1. A reforma da reorganização territorial conheceu novos contornos, designadamente na circunscrição territorial de Guimarães. Pela análise da proposta da Câmara, verifica-se um desequilíbrio territorial e desadequação demográfica que demonstra a falta de audição prévia das populações e autarcas neste processo. Sendo coerente, defendo a reorganização administrativa das Freguesias, com a condição elementar de ser acompanhada de um novo regime de atribuições e competências. As Freguesias estão enfraquecidas pelo diminuto regime de competências e, se ficarem para trás neste processo, acabarão por sucumbir às novas exigências sociais e económicas. Quer isto dizer que autonomia não tem que ser sinónimo de dependência. A defesa da autonomia local só pode ser feita com autarquias sustentáveis e desenvoltas, dotadas de escala e verdadeiro poder autónomo, por forma a diminuir o estado de dependência e mendicidade das Freguesias em relação às

Câmaras. 2. A proposta da Câmara cria a “União das Freguesias de Vermil, Airão Sta. Maria e Airão S. João” sem, contudo, pôr em causa o interesse da preservação da identidade cultural e histórica de cada uma delas. Porém, a cultura e história destas freguesias é tão díspar que o bairrismo acabará por se revelar. Trata-se, pois, de verdadeira afirmação de identidade, pois nenhuma população quer que lhe tirem algo que lhes pertence por natureza. Contudo, a racionalidade e a razoabilidade, na medida em que se é dotado de bom senso, que se pede às populações, são conceções que devem igualmente povoar a mente dos responsáveis pela formulação desta proposta. Na prática, a população destas Freguesias, assim como de Leitões, Oleiros e Figueiredo, continuarão a não ter poder e voz suficientes para reivindicar o apoio necessário ao seu desenvolvimento, porquanto a proposta ora apresentada não coloca estas freguesias mais ru-

rais em igualdade de armas com Ronfe e Brito, que serão os únicos polos centralizadores de serviços que realmente interessam às populações – saúde, educação, assistência social e emprego. Há, todavia (ou havia), alternativas. Por um lado, as Freguesias com maior índice de habitantes e equipamentos coletivos, no quadro da prestação de serviços públicos de proximidade (que não é sinónimo de distância), devem ser consideradas como preferenciais polos de atração das Freguesias contíguas. Por outro lado, a proposta da Câmara contempla Freguesias não agregadas com menos população do que Vermil, e do que cada um dos Airões, pelo que não quero acreditar que estejam aqui em causa interesses partidários. O Presidente da Câmara refere publicamente que “os autarcas devem ter a perceção da aceitação ou não do processo por parte das populações”. Pois bem, endereçolhe um convite para vir a terreiro ouvir o povo destas Freguesias.

Filipe Machado

Eleito CDS-PP na Assembleia de Freguesia de Vermil

A agregação de freguesias parece ser uma realidade incontornável. Há quem esteja a favor e quem esteja contra. Pessoalmente sou contra, muito mais, nos moldes, parâmetros e timing que foram adotados. Não iremos assistir a nenhuma agregação mas sim a uma verdadeira fusão e extinção de freguesias, bastando para tanto atentar seriamente na recente Lei nº 22/2012 de 30/5. Do lado daqueles que defendem a agregação propala-se o modelo obsoleto da administração local ou organização administrativa e dos – nunca exemplificados e esclarecidos – inúmeros benefícios para as populações. Do lado dos opositores, assume especial relevo o argumento da identidade, cultura e história próprias de cada freguesia. Os argumentos dos defensores são uma verdadeira falácia de uns quantos iluminados políticos que desconhecem a verdadeira realidade das populações. Da leitura da sobredita Lei, não se vislumbra nada do que os ditos defensores da agregação tanto

apregoam. Nesse diploma vejo inúmeras incongruências e uma clara e nítida vontade em extinguir freguesias sem que nele conste, habilmente, a expressão extinção. Esta decisão governativa, para além de não ser, nem se basear numa resposta a qualquer problema concreto do país, não se traduzirá em qualquer poupança, bem pelo contrário. A mencionada Lei vai de encontro ou dá absoluta razão àqueles que se opõem à agregação: vai inevitavelmente extinguir freguesias que, na maioria, resultaram de uma identidade popular muito própria, nalguns casos, com significado de séculos. Por isso, não tenho dúvidas que os critérios associados a esta redução são meramente quantitativos, sem qualquer fundamento do ponto de vista da organização harmoniosa do território e dos mais profundos sentimentos das populações. Como Vermilense, no que concerne à proposta do município de Guimarães, entendo que do mal, o menos. Nenhuma vantagem resultará da agregação de uma

pequena freguesia a uma vila Vermil a Ronfe, como tanto se propalou. Tornaria mais fácil a extinção da freguesia. Quem defende a agregação de Vermil a Ronfe ou a Brito está embaído na velha tentação daquele pobre que se alia ao rico pensando que dessa forma também vai ser rico e quando acorda constata que afinal não passa de seu servo. Será mais vantajoso para Vermil agregar-se a uma ou duas freguesias com as mesmas características. Se esta dita reforma chegar ao Tribunal Constitucional será declarada inconstitucional. Nada se alterará, salvo a distância que alguns fregueses irão ter que percorrer e o despertar do bairrismo natural das nossas populações, esquecido ou negligenciado pelos iluminados políticos. A terminar: porque será que nunca os nossos queridos políticos se lembraram que um terço ou mesmo um quarto dos deputados na Assembleia da República chegam para as encomendas do país? Porquê nunca uma reforma da AR?


REPÓRTER LOCAL • AGOSTO DE 2012 • 17

ARTESANATO “A Feira de Artesanato de Famalicão é uma espécie de salada, e uma salada quanto mais rica melhor”.

OPINIÃO

ARMINDO COSTA , O POVO FAMALICENSE

Um contentor e alguns porcos (humanos)

Quintino Ferreira Pinto Jurista - Joane

mente ter decorrido um debate com tão magno assunto e cujas conclusões estarão vertidas em três resmas de papel formato A4, de 50 gramas! Já quase a desesperar sobre a inaudita falta de tema lembrei-me que podia falar dum ecoponto. Sim, leram bem: um ecoponto. Não um ecoponto qualquer, mas um muito especial com o qual mantenho uma estreita relação de, ouso até dizer, amizade. Falta-lhe, é certo, um apetrecho para pilhas e afins, não tem o ar de modernidade que outros mais recentes têm, mas cumpre a sua função a preceito. Como bons amigos que somos, ele aceita todo o

Sérgio Cortinhas Professor - Joane.

1. O mês de Julho marcou, em Joane, o arranque de um inovador programa de atividades culturais organizadas - no novo auditório de Joane - pela Junta de Freguesia e o Jornal Repórter Local. Foram colóquios, apresentações de livros, concertos de música, poesia, cinema, entre outros, que trouxeram a Joane figuras como D. Jorge Ortiga, Carvalho da Silva ou Agostinho Fernandes. É importante esta iniciativa por dois motivos: em primeiro lugar, porque demonstra a importância das autarquias estabelecerem parcerias com as associações e instituições da Vila, atitude que pode capitalizar para Joane maior e melhor oferta cultural, recreativa ou social, considerando a capacidade “empreendedora” do movimento associativo e, de uma maneira geral, das instituições que necessitam sempre do apoio do poder público. Em segundo lugar, demonstra também que, desde que haja iniciativa, criatividade e vontade, é possível realizar (em tempo de crise) iniciativas culturais com pouco custo, como julgo ter sido o caso. Parabéns ao RL e à Junta de Freguesia

lixo reciclado que eu persisto em separar em casa e depositar no recipiente apropriado e eu devolvo o gesto respeitando-o e nunca, mas mesmo nunca, deitando lixo para o chão ou do lado de fora! E no entanto, há sempre um entanto, nem todos são capazes deste gesto de amizade. Já por lá vi estores, lavatórios, trapos, caixas e caixas com garrafas e, pasme-se, pelos dias que correm, até uns tubos de plástico. Os tubos, esses descansam sobre o asfalto e o resto da entulheira por onde calha. E isto numa das artérias mais movimentadas de Joane. Tenho para mim que esta falta de educação devia ser

motivo de vergonha para os sucessivos porcos (pois outro nome não têm) que por ali vêm todos prazenteiros, seja dia, seja noite deixar à porta alheia o lixo que não querem em casa. Sim, que isto de se ser porco tem que se lhe diga, especialmente quando se é um suíno da espécie humana. Normalmente o lixo que não queremos em casa, não nos importamos de o despejar à porta dos outros. E, embora nunca tenha inquirido nenhum dos porcinos da espécie humana que assim actuam, estou certo que todos seriam unânimes em grunhir: “A Câmara, se quiser, que o venha buscar!”. E até têm razão, conquanto no caso deles o

que devia suceder era que lhes despejassem depois o lixo em casa. Aí sim, era de mestre. De gajo, como se costuma dizer. Claro está que esta pequena historieta não retrata nenhum ecoponto dos que estão por Joane, muito menos um que está situado na Avenida Padre Silva Rego mas que podia estar mesmo nas barbas da nossa GNR. E claro está que nesta faustosa terra não existe um porco da espécie humana (escrevo isto não vá dar-se o caso de alguém se s e n t i r o f e n d i d o ) , e e u é qu e deliro por não conseguir assinalar este regresso com um texto daqueles só ao alcance dos profissionais da opinião locais!

Uma clareira cultural em Joane pelo sucesso da iniciativa. Abriu-se uma clareira cultural em Joane que deve manter-se. 2. Nesta série de colóquios coube-me a tarefa de moderar (por amável convite do meu amigo Joaquim Forte) a sessão intitulada “O trabalho em tempo de mudança”, com o ex-Secretário Geral da Central Sindical CGTP, Carvalho da SIlva. Foi, na minha opinião, uma sessão interessante, considerando a experiência na matéria e o modo assertivo como Carvalho da Silva aborda as questões mais importantes sobre o trabalho, num tempo de profundas transformações no mundo laboral. Da intervenção de Carvalho da Silva destaco algumas preocupantes ideias com as quais concordo e que cito aqui de memória. a) Os direitos das pessoas (a um Trabalho digno, a uma Saúde Pública apoiada pelo Estado, a uma Educação de qualidade, a Apoio Social justo…) tem que estar acima dos interesses económicos. Ou seja, tem que haver direitos inalienáveis para continuarmos a viver num Estado de Direito. b) As recentes alterações da legislação laboral

revelam que estamos perante o mais duro acerto de contas entre o capital e os trabalhadores. Assistimos ao maior ataque, nos últimos 60 anos, à classe trabalhadora. c) O imenso desemprego conduzirá a sociedade portuguesa a políticas de empobrecimento de uns (a maioria) que contribuirá para o acumular de riqueza de outros. O desemprego provocará perda de produção, perda de liberdade, exclusão social, perda de relações humanas, perda de vida familiar. d) Não há uma sociedade democrática sem uma democracia social. Por isso, o ataque aos direitos sociais arrasta fatores de demolição da democracia. Fico à espera da resposta dos cidadãos da referida sociedade portuguesa, dominada e anestesiada cada vez mais pelo capitalismo neoliberal de que é fiel representante o nosso primeiro- ministro Passos Coelho. Uma resposta que, incompreensivelmente, tarda em chegar. Assim toleramos (apenas com argumentos económicos falaciosos) um retrocesso social histórico sem precedentes, há muito ansiado por alguma classe capitalista empregadora.

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Após um longo interregno quebrado por culpa exclusiva do nosso director Joaquim Forte, eis que aqueles que se dão à maçada de me ler me têm de volta às lides opinativas. Pensei marcar a “rentrée” com umas alfinetadas sobre “a crise, a «troika» e o défice”, mas desisti quando vi uns a suspirar por clemência e outros a lavarem as mãos como Pilatos! Também pensei em preencher o espaço de opinião com uma ficha de inscrição para a Universidade de Verão com possibilidade do tema ser um inédito “Joane, que futuro?”, mas também desisti quando o director me alertou para o facto de ainda recente-


18 AGOSTO DE 2012 • REPÓRTER LOCAL

ENTREVISTA

16 M€

volume de negócios da Riopele em 2011.

35/40 anos

i d a d e m é d i a d e u m t ra b a l h a d o r da Riopele

entrevista • Alexandre oliveira

“Os políticos tratam o têxtil como o parente pobre” O administrador da têxtil Riopele, principal empregador da região, fala da actual conjuntura económica do País e descarta mais despedimentos nos próximos dois meses. A empresa que já teve 4200 trabalhadores tem hoje 900 Luís Pereira

R

ecuando 85 anos: como começou a Riopele? Começou em 192 7, com os meus avós, num moinho, com dois teares movidos pela água. A escolha de Pousada teve a ver com as raízes da família Oliveira? O meu avô era de Mogege. É curioso que a empresa abarca cinco freguesias do concelho: Pousada, Joane, Vermoim, Mogege e Castelões. Hoje fala-se em fusão de freguesias, a Riopele já conseguiu fazêla há muito! A empresa teve uma forte componente social na década de 60. O Grupo Desportivo do Pessoal da Ripopele é disso exemplo… Começou por ser uma equipa de futebol 100% consti tuída por colaboradores da Riopele que entrou no campeonato da antiga FNAT (actual INATEL) e chegou a ser campeã nacional, conquistando a famosa Taça de Ouro. Só quando chegamos à II divisão na cional é que se permitiu jogadores profissionais. Pessoas como o Barros, o Piruta, o Vasco e tantas outras, representavam o clube na primeira divisão e trabalhavam simultaneamente na empresa. Porque terminou? Chegamos à primeira divi são em 1977/78 e o clube terminou no início da dé cada de 80. Hoje fala-se muito dos sistemas e das corrupções. Naquela altura isso existiu. Nas últimas três jornadas passou-se muita coisa com o Grupo Desportivo e a empresa não podia estar associada a situações que começaram a ultrapassar o desejável. O que é feito do campo de jogos? Ainda hoje tem condições fantásticas, na altura deci-

dimos que só o cederíamos a clubes destas freguesias. O Vitória de Guimarães chegou a pedir e recusámos. Mantemos uma colaboração com o Joane, que o usa para as camadas jovens. Houve, portanto, uma preocupação social da empresa… Chegámos a ter rancho folclórico, banda de música e equipa de ciclismo. Construímos o bairro junto ao campo de futebol e os dois prédios à face da estrada destinados aos colaboradores. Cedemos também o terreno para a creche de Pousada. Passaram-se agora 17 anos sobre o grande incêndio num pavilhão da empresa. Recordase desse dia? Estava no Algarve. Aconteceu tudo de forma que ainda hoje não sei explicar. A empresa estava parada, de férias. Talvez tenha sido um curto-circuito. Toda a frente da estrutura caiu. Tivemos vários incêndios mas aquele foi, sem dúvi da, o maior.

D ESPED IR ESTÁ FORA D E CAUSA NOS PRÓXIMOS D OIS MESES A Riopele pretende despedir mais traba lhadores? A minha maior preocupação neste momento é garantir os postos de trabalho que existem. Nos próximos dois meses, a Riopele não despede mas daí para a frente, não há pre visões. Os leitores podem interrogar-se será ao tercei ro mês que despede... Não é nada disso, significa tão só que as coisas tal como estão não permitem que se faça previsões a mais de dois ou três meses de distância . Há muita gente a pedirlhe emprego? Recebo muitas cartas e emails a pedir emprego. Às vezes chegam de onde menos esperamos. Há pessoas da classe média que estão a sofrer muito.

A Riopele continua a ser um dos grandes empre gadores da região. Tem 900 trabalhadores mas já teve muitos mais… No ano em que cheguei (1974) tinha 4.200. Trabalhavam cá famílias inteiras. Há pormenores que contam a história. No parque de estacionamento da empresa chegaram a estar estacionadas mais de 600 bicicletas, mais tarde substituídas por motas. Hoje não tenho uma pessoa que venha de bicicleta. Nos anos 60 as pessoas viviam em casas sem condições. Havia trabalhadores que pediam para trabalhar de noite porque tinham na empresa aquecimento que faltava em casa. A falência de muitas empresas têxteis deve-se a falha na antecipação do caminho da exportação? Portugal tem um sector têxtil muito grande e é normal que haja boas e más empresas. O encerra mento de algumas deve-se à falta de visão de algumas pessoas, incluindo

da parte política, que não souberam criar condições ao sector, pelo contrário, criaram condições para o destruir, tratando-o como o parente pobre. Um país não pode viver só do turis mo e dos serviços, precisa da indústria. Sou a favor dos mercados abertos mas com regras; elas já existem, é preciso é fazerem-nas cumprir. O têxtil português tende a desaparecer? É uma indústria de e com futuro mas não é o mesmo têxtil de há dois anos. Há factores internos que eu domino, os externos não e não tenho uma bola de cristal. A electricidade subiu 30% este ano, as matérias-primas subiram e isso tem um enorme im pacto nas contas. Flexibilizar e embaratecer os despedimentos, como resulta do Código de Trabalho, pode salvar empresas? Se pudesse voltar aos 4200 trabalhadores era a maior alegria da minha vida. Não estou minimamente preocupado com o Código de Trabalho, é apenas um instrumento de regularização, nunca irá satisfazer a totalidade das pessoas. Este governo faz bem em continuar a seguir memorando da Troika? Não acho que tenha sido tudo falhanços, há várias coisas muito positivas. Não estou com isto a querer defender este governo. A única coisa que concordo é que se esbanjou muito dinheiro e há muitas situações megalómanas a que se pode e deve por um ponto final. Há empresários que se aproveitam da crise? Há bons e maus empresários como há bons e maus médicos. Há gente que tem metido muito do seu capital nas empresas, mas há limites. Não acredito que haja empresários que se estejam a aproveitar.




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