Edição de Agosto do Repórter Local

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FARIA MARTINS O adeus a um grande actor e amigo p. 08 Nº 149 • ANO XIII • AGOSTO 2011 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE

JOANE • p. 03

Paróquia pede 100 euros por família para pagar obra da Casa Mortuária. Eleito do PSD diz que Câmara deve recuperar torre da igreja velha.

RONFE | p. 07

Caminhar contra o cancro VERMIL | p. 13 -14

. . . z e v a Era um cerram. n e a r o g a e olas qu ... cinco esc

Helena Fernandes: de Castelões à conquista do País através da TVI

RL MAGAZINE • p. 10 e 11

Festival da Juventude este fim-de-semana FUTEBOL | p. 154

“Novo estádio do Joane só avança se me sair o Euromilhões” Rui Ribeiro, presidente do GDJ

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REPÓRTER LOCAL • AGOSTO DE 2011 • 3

O CASO DA CASA MORTUÁRIA DE CREIXOMIL A Casa Mortuária é da Junta de Freguesia. A utilização implica o pagamento de uma taxa. Actualmente é de 50 euros para pessoas da freguesia e de 75 euros para pessoas de fora. Nos casos de pessoas com fracos recursos, o valor poderá ser revisto. A requisição da Casa Mortuária é feita na secretaria da Junta.

EM FOCO 1 JOANE | CASA MORTUÁRIA

Cem euros por família para pagar Casa Mortuária

Paróquia pede contributos aos paroquianos e garante que não será exclusiva para crentes Luís Pereira

A

paróquia de Joane está a pedir 100 euros por família para pagar a Casa Mortuária que vai agora começar a ser construída. “O valor foi calculado de forma estimativa e deve ser visto apenas como referência. Sabemos que há famílias que não podem contribuir com essa quantia mas há pessoas que poderão contribuir com mais”, explicou, ao RL, António Cardoso, da Comissão Fabriqueira. Face às incertezas quanto ao apoio da Câmara Mu nicipal para a obra, a paróquia tem feito algumas diligências para conseguir os 122 mil euros neces sários. Além dos 100 euros por família, a comissão pondera enviar cartas a pedir um maior apoio financeiro a quem tiver maiores possibilidades. A lista dos nomes (200) que poderão receber a carta está pronta e foi elaborada com a ajuda do e x - p re s i d e n t e d e Ju n t a A d ã o F e rn a n d e s . A F a b ri queira reúne este mês com uma comissão de apoio para decidir o conteúdo da carta e ponderar sobre o seu envio. “Pediram-me a colaboração e limitei-me a fazer a lista de nomes que julgo terem possibili dades de darem o seu apoio. Já assim foi feito em 1970 para pagar o campo do Grupo Desportivo de Joane. O povo, para determinados fins, reconhece a importância e c olabora. Se 100 pessoas aderirem, já é muito bom”, diz Adão Fernandes. De acordo com o projecto, a Casa Mortuária terá duas salas para velar os defuntos e casas de banho (apenas para dia s de cerimónias, não substituindo as “velhinhas” e deficientes casas de ban ho que se encontram junto à igreja, também elas a carecer de uma intervenção). O eleito do PSD na Assembleia de Freguesia de Joane, Porfírio Carvalho, sempre defendeu a construção da Casa Mortuária junto ao cemitério da vila mas compreende que, à falta de terrenos, ela avance no terreno junto à igreja. “Não é a situação ideal, mas a possível, e deve ser aproveitada dada a urgência que a obra tem para Joane”, remata.

M anue l Cu nha, e x-e le it o d a CDU na Asse mble ia de Freguesia (AF) diz que não é “radicalmente contra” o apoio da Junta de Joane e da Câmara de Famalicão à construção da Casa Mortuária pela paróquia, mas coloca muitas reticências. “Junta e Câmara demitem-se das suas obrigações em Joane. Lamento que a paróquia se meta onde não deve em vez de arranjar o que é seu e que carece de intervenção, como o salão”, argumenta. Se houver dinheiros públicos na obra, adianta, a Casa Mortuária deve ser gerida pelo poder político. “Não sendo a solução ideal e havendo esta oportunidade de resolver um problema que há muito ridiculariza a vila, não estou contra desde que se faça um protocolo com a paróquia e que seja o poder civil a gerir o espaço”, defende. Apesar de ser obra da paróquia, as entidades envolvidas asseguram que a Casa Mortuária será para crentes e não crentes. António Oliveira, da Junta, refere que ainda não se sabe a fórmula que oficiará essa garantia, mas acredita que existirá, tanto mais que “estão em causa dinheiros da Câmara e da Junta”. Em Ronfe a Casa Mortuária tem 20 anos, é propriedade da paróquia e é para uso exclusivo de fiéis da Igreja Católica. Quem não quiser usar a capela, a única alternativa que tem é velar o defunto em casa. “Numa situação extrema, poderemos recorrer à sede da autarquia”, admite Daniel Rodrigues, autarca de Ronfe.

tenho dúvidas que os joanenses estariam animados a despender algumas dezenas de euros. Joa ne é terra de vaidades!”, escreveu no Facebook do RL . Helena Ferreira e Tiago Monteiro também alinharam nas críti-

É incerto o arranjo da torre da igreja velha, em simultâneo com a obra da Casa Mortuária. Há quem, em Joane, tema que lhe aconteça o mesmo que aconteceu à igreja velha, derrubada em 1978 “No mínimo dos mínimos, a Câma ra de Famalicão de ve empenhar-se no restauro da torre como se com prometeu em 2009”. A af irmação é de Porfírio Carvalho, eleito do PSD em Joane e por três vezes candida to à Junta local. Em sua opinião, de ve ser “um ar ranjo condigno” e não apenas “para disfarçar ”, tanto mais que “o pro jecto está bem conseguido”, e por isso, “a Câmara e Junta não de vem perder a oportunidade de arranjar a torre, não faz sentido que assim não seja”. O arranjo da torre está pre visto no projecto mas não há ainda garan tia de f inanciamento. “A Câmara ti nha assegurado o arranjo da torre, contamos que tal aconteça embora não ha ja ainda projecto. O arranjo por si só não será caro, o que cus tará mais será o restauro dos sinos. O dinheiro que estamos a tentar arranjar será prioritariamente para a Casa Mortuária”, assegura Antó nio Cardoso, da paróquia . APOIOS AINDA POR DEFINIR

122 mil euros é muito ou pouco dinheiro para construír uma casa mortuária? A notícia do RL da edição passa da sobre o custo da obra da C asa M ortuária (122 mil euros), mereceu críticas na página do Facebook do jornal. “A megalomania continua à solta em Joa ne e o povinho é que a paga”, escre veu António Ferreira . Na mesma linha , Custódio Silva considerava o valor ele vado e apontava alternativas. “Na igreja paroquial está uma sala oposta à pia baptismal que é usada para reuniões e ofertórios. E xistem ainda os fundos da igreja que não têm proveito algum. Poderiam e de veriam ser apro veitados para salas de cateque se. Com tudo isto realizado, não

torre da igreja velha não deve ser esquecida

cas aos 122 mil euros da Casa Mortuária . A re velação do valor foi motivo de conversa na vila . Mas os 122 mil euros até foram o valor mais baixo de todas as propostas que foram apresenta das pelas cinco empresas convi dadas a entregarem or çamentos para a empreitada . De acordo com a acta que atribuiu a obra , a empresa joanense C onstruções Ribeiro da Silva foi a que apresentou o valor mais baixo. A C asa Mortuária foi adjudicada por cerca de 99 mil euros a que acresce o IVA , fazendo os 122 mil euros. A proposta mais elevada rondava os 160 mil euros, sem IVA .

Tal como avançou o RL , em exclu sivo, na edição anterior, ainda não há a totalidade do dinheiro para pagar a obra da Casa Mortuária (122 mil euros). O vereador da Câmara de Famalicão titular deste processo é José Santos. Ao R L , assegurou que a Câmara tem intenções de apoiar mas o valor está dependente do mon tante destinado a Famalicão pelo Orçamento de Estado. Assim, conclui, “não sabemos para já qual será o nosso contributo para a obra de Joane”. Sobre o arranjo da torre, que está pre visto no projecto feito pela Câmara , José Santos não quis pronun ciar-se por se encontrar de férias e, aquando do contacto do RL , não ter consigo o processo. O apoio da Junta de Joane está também garantido mas ainda não foi re velado. António Oliveira , vi ce-presidente, diz que o montante será discutido em Assembleia de Freguesia , mas garante que será um “apoio considerável”.


4 AGOSTO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

adeus escolas primárias Com a abertura do novo Centro Escolar de Joane, fecham cinco escolas do primeiro ciclo. Durante décadas receberam milhares de alunos. Nas páginas 10 e 11 recordamos memórias desses estabelecimentos.

EM FOCO 2 ENSINO | novo ano escolar

Centro Escolar marca regresso às aulas Director do Agrupamento de Ronfe admite fecho das escolas de Vermil e de Oleiros. Luís Pereira

A

abertura do novo Centro Escolar em Joane marca o início deste ano lectivo. O RL foi saber em que condições está a ser preparado o regresso às aulas nas escolas da região. A G R U PA M E N T O D E E S C O L A S BERNARDINO MACHADO Ainda sem inauguração oficial agendada, o Centro Escolar vai acolher, a partir de 15 de Setembro, 412 crianças do pré-escolar e do primeiro ciclo, com idades entre os três e os 10 anos, pela primeira vez reunidos numa só escola. “Vamos ter mais uma turma no pré-escolar. Em vez das duas ini cialmente previstas, conseguimos autorização para mais uma, face às muitas solicitações que tivemos. Chegaram a estar 20 crianças em lista de espera”, refere Alfredo Lima, director d o Agrupamento. Os acessos à nova escola estão concluídos embora haja ainda a possibilidade de mais uma via, aproveitando o caminho estreito que liga o Centro a Airão Santa Maria. Para que o trânsito não chegue a cruzar-se com o dos utilizadores da piscina e da EB 2,3, o acesso ao Centro Escolar será feito pelo lado do cemitério, pela nova via que permite o escoamento directo para a Estrada Nacional 206. Ainda no primeiro ciclo, além de Joane, o Agrupamento conta com mais 333 crianças. Em Mogege serão 124, divididas pelas duas escolas; Vermoim recebe 120 alu nos nas escolas de Agra Maior e Esta lagem ao passo que na escola de Matinhos, em Pousada, estarão 89 crianças. Em Mogege existe a possibilidade de integração das 21 crianças do Jardim-de-Infância na escola da Boca do Monte. A tendência de quebra do número de alunos no primeiro ciclo con tinua a verificar-se. E é preocupante. Tal como no ano passado, o Agrupamento volta a perder uma turma (cerca de 20 alunos). Na escola sede não existem alterações significativas: o ano lectivo arranca no dia 13 para os alunos do 5.º ano; os restantes anos começam no dia 17.

DADOS 4.694 número de alunos a frequentar as escolas cobertas pelo RL 412

Joan e, no Centro E scolar de Joane (pré-escola e 1.º ciclo)

124

Mog ege, divididos pelas duas escolas. É possível que ha ja a integração das 21 crianças do Jardim-de-Infância na escola da Boca do Monte.

120

Vermoim, nas escolas de Agra Maior e Estalagem.

89

Escola de Matinhos de Pousada de Saramagos.

694

Escola Bernardino Machado 422 do 2.º ciclo (5.º e 6.º ano); 254 do 3.º ciclo (7.º, 8.º e 9.º) 18 do Curso de Educação e Formação

1 . 639

Escola Sec. B enjamim Salagado 439 no 3.º ciclo 924 no secundário. 205 no nocturno. 61 nos CEF

758

Agrup. Abel Salazar (Ronfe). 161 no pré-escolar (47 em Sta . Maria , 18 em Airão S. João, 25 em Vermil). 156 no 1.º ciclo de Ronfe, 37 no 1.º ciclo Vermil, 87 no 1.º ciclo Airão Sta Maria , 29 no 1.º ciclo Airão S. João 21 no 1.º ciclo Oleiros.

791

Escola Abel Salazar 300 no 2.º ciclo 458 no 3.º ciclo . 33 nos CEF

SECUNDÁRIA DE JOANE COM 100 ALUNOS A MENOS Alfredo Mendes, director da Escola Secundária Padre Benjamim Salgado (ESPBS) diz que parte em desvantagem face às escolas e alunos das cidades de Guimarães e Famalicão. “Joane está entre dois grandes centros urbanos com escolas renovadas e com condições mais atractivas. É expectável que, face à situação do país, o projecto de modernização previsto para esta escola não avance nos próximos anos e isso deixa-nos preocupados porque os nossos alunos estão em desvantagem relativamente aos alunos das escolas das cidades”, argumenta. Mendes associa essa desvantagem à perda de mais de 100 alunos em relação ao último ano lectivo. Um maior número de reprovações no 9.º ano, a insuficiência de inscritos que não permitiu a continuação do curso de Artes Visuais e a abertura do curso de Medições e Orçamentos são outras das razões apontadas. “Não nos vamos deixar abater e não pe rmitire mos que nos que i ram rotular como escola de 2.ª ou 3.ª categoria. As instalações podem não ser tão modernas como as outras mas os resultados e o trabalho com os alunos está c o m p r o va d a m e n t e d e m o n s t ra d o que é bom e que pode melhorar”, assegura. A escola vai apostar em iniciati vas informais que mantenham os bons resultados nos exames de 9.º ano - a secundária obteve a 2.ª melhor classif icação entre as

escolas do concelho de Famalicão. Ao nível do secundário, registo para a grande procura do curso de Técnico de Auxiliar de Saúde que arranca este ano em parceria com o Hospital Narciso Ferreira. AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ABEL SALAZAR | RONFE A convicção de Silvério Silva, director do Agrupamento de Escolas Abel Salazar de Ronfe, é a de que este ano lectivo que agora começa seja o último a funcionar em muitos dos edifícios do 1.º ciclo das cinco freguesias de Guimarães cobertas pelo RL. “As candidaturas aos apoios para os centros escolares têm prazos rigorosos. Creio que este será o último ano sem Centro Escolar (CE) em Ronfe, caso contrário perde-se a oportunidade”, refere o director. Para este responsável, é inevitável que, com o CE, a escola de Vermil venha a fechar, passando os alunos para Ronfe. O Centro de Ronfe, sustenta, é “um inves timento demasiado grande para servir apenas uma comunidade”. “Vermil tem vindo a perder alu nos de forma acentuada, creio que acabarão por ir para Ronfe”, refere, adiantando que “faz todo o sentido também que a escola de Airão S. João acabe integrada na de Santa Maria”. Por outro lado, adianta, “Oleiros tem de tomar consciência que a escola encerrará no próximo ano. Este ano já está no limite mínimo de 21 alunos previsto na lei e é certo e sabido que esse limite vai baixar ainda mais”, alerta.


REPÓRTER LOCAL • AGOSTO DE 2011 • 5 AM IGO o TO R E ele vad DE AC m de GR AN rte S A UM e um ho me mo s. A mo é AD EU ere o se oso IN S | O nte , tal ent esq uec ud o qu and ais o MA RT ret ele FA RIA act or exc no bre za. Jamcul pa, sob cas o”. e des “Er a um e eno rm era o ção , nemtir, com o er áct lica car tem exp par a par nu nca ado no vo E dem asi MB RA, FAF

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/JF

joaquim forte

A nova vida que se espera das velhas escolas

tiago mendes (tiag0_mendez@hotmail.com)

cartoon rl

Em Agosto, Joane ficou sem Faria Martins, actor, fundador da Asso ciação Teatro Construção (ATC), fundador da Jangada Teatro de Lousada. Faria Martins fez rir e chor ar muita gente nas dezenas de peças de teatro em que participou. Os dois filhos, Sérgio e Bruno, her daram-lhe a paixão pelas artes cé nicas, pelo palco... Pers iste a dúvida sobre se Joane soube tratar bem este homem do palco. Uma boa forma de o home nagear, de lhe prestar tributo é per mitir que um dos últimos projectos em que Faria Martins se empenhou dê frutos. Faria Martins, juntamente com o filho Bruno e dois actores ingleses, todos eles radicados no Algarve, criaram a Associação Teatro da Di dascália. Um projecto que pretende diamizar Joane culturalmente. Ao q ue parece, a associação fundada por Faria Martins terá um pequeno espaço numa das escolas do primei ro ciclo que agora ficam devolutas, e o filho Bruno garante que a ideia passa por criar um espaço multidis ciplinar, com cursos de teatro e ex pressão dramática . Foi assim, num pequeno espaço provavelmente com outras prova -

ReguiLa

PUBLICIDA

editorial

RL , PE LO PA I, AD O LO U DO EV IST ME M RIA FA “U M HO EN TR ”. O FA S, OR ME BR UN MA RT IN O EN RA ÇÃ FA RIA re o UM CO er sob s é CO M r de diz ito , ma e pu sus pe a co mo o qu “ Tud o i pa rec erá um a pe sso rao rext pa co me u de ! Era ma no ver da um ser hu co m um inra pu el, o uc as, ivi sm sen sív há po po sit mo r qu e en te am um de hu os dia s din ari en orm e, tid o s últ im raç ão l e um sen e do até ao ece u sab no vej áve an ho u mp o co nh ref lec tia era o aco a . Qu em se tro , ist o de vid o. Tud o diz no tea fal se qu e lco ”! , co mo pa lco ho de pa rso de le? da AT C r bic um “ foi o pe rcu fun da do or da til, os) , act em Co mo erá rio têx ito s an do rra rto Fo i op ou lá mu tro Fil an Po alh de tea Tru pe do a tra (tr ab va an hia -se co mp al, da Sei co ntr ava Lo usa Re te en tro em m foi Vil a am en bé a Tea e ult im na Jan gad qu al tam r da ba lha mp an hia 19 99 . rec oou a an to da , co r, de sde eg ch qu do le en fun da qu e Joa ne lho de AT C? ha ba Ac no ! tra da er o cia m- renh ec do r e ac tor rec on he va . É fun da igo s de le im po rta pa ssa a Os am o qu e lhe be r qu e la Ter ra era pe rce i fez pe Iss o igo s. pa rta nte s am rso co nfo e o me u r mu ito rcu qu ida po qu e o pe qu e a ge m en ch ra im foi pre de mo nst s, é ass rca só Iss o u ma ida ! de ixo de le ser viv de ve vid a

PAG. 08 | adeus a faria martins O actor Faria Martins, fundador da ATC de Joane, faleceu no dia 17 de Agosto. Um dos seus últimos projectos foi a criação do Teatro da Didascália , que tem o filho Bruno como principal impulsionador.

DE

B

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pai, Joane ia do memór te a vila de o do lmen ália. Em pri vad hia se vê an Didasc izar cultura e ag ora um a co mp qu e m co qu atro da rta pú bli qu e era ter tro à po ere sao Te do em dina tea tro , corpo ta nte int ue r o tea e u mi mo sio na l de os dá rar s ap ba sta alq mi m fis mo qu coi sas zio Martin r e a ad a l g u m o p a r a pro ojecto du zia nto eu co c e r t o v a o go sta t e n a t Bruno or deste pr pro e s n e om mo m . Ta pe ito ica . e um em m se aberta art íst e l e san tesn s e s e n t qu e diz res C , n o mas fundad rei ra T e ne s dis

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RTIN IA MA

ções - que nasceu a Associação Te atro Construção de Joane, fundada por um grupo de jovens de então, onde pontificava Faria Martins. As escolas estão em destaque nesta edição. Não só por causa do arranqu e do novo ano lectivo mas, acima de tudo, pelo “fim de ciclo” das cin co escolas primárias de Joane que vão ficar devolutas e ocupadas pelo movimento associativo. As decisões no que toca à entrega dos espaços podem merecer reservas e faltará saber se, nalguns casos, não se pro curou “meter o Rossio na Betesga”, ou seja, contentar todos os pedidos de ocupação em detrimento da dife renciação qualitativa das propostas dos interessados. Agora, tal como escreve Sérgio Cor tinhas (pag. 17), é preciso analisar com rigor a actividade a desenvol ver pelas associações e avaliar o contributo desse trabalho para a população. Se é um dado muito po sitvo que as escolas não tenham sido vendidas ou alvo de negócios imobi liários (como noutras localidades) é preciso garantir que continuarão a ser espaços vivos. Uma responsabi lidade de quem é dono dos edifícios e de quem os vai ocupar.

UMA PASSADEIRA DIRECTA AO CANTEIRO! Diz o Código da Estrada que uma passadeira é para que os peões atravessem uma rua ou uma estrada de forma segura. Há sítios onde elas não existem e as populações clamam por elas, às vezes com protestos; há outros, como em Joane, na Rua da Ribeira, onde num pequeno troço de estrada existem três exemplares listados para passagem dos peões. No caso da passadeira da imagem, não se percebe verdadeiramente o seu propósito. A menos que estejamos perante uma nova modalidade de passadeira ou que os peões agora também circulem em cima de jardins. Não queremos acreditar que quem decidiu colocá-la naquele lugar estivesse a pensar não nos peões mas sim em alguma bicharada que adora pousar nos canteiros!

protagonistas escolas “primárias” Ao fim de décadas, as cinco escolas do 1º ciclo de Joane vão mudar de função. A abertura do novo Centro Escolar ditou o fecho destes estabelecimentos, por onde passaram gerações de alunos. O lado positivo deste fecho é o facto de passarem a ter novas funções; ao contrário do que aconteceu noutras localidades, as escolas de Joane não foram vendidas em hasta pública. faria martins Partiu cedo, aos 61 anos. Fundador da ATC e Joane, actor profissional, morreu sem ver concretizado um dos últimos projectos em que se envolveu: o Teatro da Didascália. Os filhos, ambos actores, prometem não deixar esmorecer o gosto pelo teatro que lhes foi inculcado pelo pai. Helena fernandes A jovem de Castelões é uma das

seis seleccionadas para a fase de Braga do programa da TVI “Canta Comigo”. Se for apurada no dia 11 (em directo a partir de Braga), Helena passa à final do concurso, dia 18. junta de vermil O Festival da Juventude (dias 2 e 3 de Setembro) é um sinal positivo e revelador de que o papel de uma autarquia não tem de se resumir a passar atestados ou a limpar caminhos. Espera-se que a iniciativa tenha adesão de público. antónio machado O presidente da “Associação Projecto Ronfe há 50 anos” é o rosto da iniciativa “Ronfe pela Vida”. Apostada em sensibilizar a população para as questões oncológicas, a iniciativa inclui um colóquio e uma caminhada que pretende encher a principal avenida da vila.

Repórter Local | Propriedade e Editor - Tamanho das Palavras, Lda, Rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão Telefone 252 099 279 E-mail geral@reporterlocal.com Membros detentores com mais de 10 % capital Joaquim Forte e Luís Pereira Director Joaquim Forte ( joaquimforte@reporterlocal.com) | Redacção Luís Pereira (luispereira@reporterlocal.com) | Paginação Filipa Maia | Colaboradores Ana Margarida Cardoso; Analisa Neto; Custódio Oliveira; Elisa Ribeiro; Fernando Castro Martins; João Monteiro; Luís Santos; Miguel Azevedo; Luciano Silva; Sérgio Cortinhas | Impressão Gráfica Diário do Minho | Tiragem 4000 ex. | Jornal de distribuição gratuita | Distribuição: Alberto Fernandes | Registo ICS 122048 | NIPC 508 419 514


6 AGOSTO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

famalicão | encontro de poetas na casa de camilo Decorre sábado, 3 de Setembro, no auditório da Casa de Camilo, em S. Miguel de Seide, a V edição da Portuguesia, encontro internacional de cultura e arte lusófonas que juntará 30 poetas de línguas portuguesas e espanholas. É um projecto do poeta brasileiro Wilmar Silva e do escritor famalicense Luís Serguilha, com apoio da Câmara de Famalicão.

DÁ QUE PENSAR!

Fórum

Condutores forjam avarias para burlar seguradoras

Bispo de Bragança joga futebol com amigos do Facebook

Há condutores que avariam os carros deliberadamente para não terem que pagar combustível e portagens no regresso das férias, do Algarve. Depois, accionam a assistência em viagem e fazem a viagem de táxi, à borla. As seguradoras já conhecem o esquema. São só dois ou três quilómetros na zona de Albufeira, mas devem ser o local onde, em percentagem, avariam mais carros em Portugal”, disse ao JN o responsável por uma agência de seguros que tem uma carteira com várias centenas de clientes. O “fenómeno” não é novo mas este Verão tomou enormes proporções, quem fala dele nunca dá a cara”.

“Uma partida de futebol será um dos primeiros desafios do novo bispo da Diocese de Bragança-Miranda. Quando foi nomeado, José Cordeiro, de 42 anos, confessou que um dos seus passatempos preferi dos é jogar futebol e um grupo de amigos decidiu lançar a pergunta no Facebook: “Gostaria de jogar futebol com o novo bispo?”. Muita gente está a aderir a esta iniciativa através da página na Internet www. grãodeamendoeira.com, que inclui notícias, um blogue e um espaço no Facebook. Em pouco mais de um mês já foi visitado por mais de 20 mil pessoas”.

Fo n t e : J O R N AL DE N OT ÍC I A S

Fo n t e : J O R N AL i

o que se diz A FRASE DO MÊS “A anunciada redução do número de vereadores municipais, mesmo que venha a situar-se próxima dos 40%, não terá significado efectivo na redução da despesa pública. É, portanto, mais uma falácia (...). Como se o problema do País estivesse nas autarquias”. Luís Paulo Rodrigues, adjunto do presidente da Câmara de Famalicão, no seu blogue

“Artesãos do Minho temem concorrência chinesa”. Diário do Minho

“Câmara de Famalicão entre as 10 maiores empregadoras” Manchete do jornal Opinião Pública

“No ano de 2010 registaram 45.666 dias de absentismo dos funcionários da Câmara de Guimarães, segundo estudo da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte”. Guimarães Digital

Se tiver fotografias que mostrem aspectos que já desapareceram ou efeitos das alterações na paisagem da sua terra , e se as quiser partilhar com os leitores, envie por mail , geral@reporterlocal .com, ou por correio.

JOANE, 1991 Rua da Senra , Joane. A imagem documenta a abertura da estrada de ligação entre os lugares da Senra/ Torre e Giestais. As marcas de ruralidade de outrora continuam bem presentes, apesar d o “ p ro g r e s s o ” . O q u e e ra u m carreiro de passagem de crian ças no percurso dos lugares das Fo n t e s e d a To r r e e e s co l a d e Giestais, é hoje uma estrada pavimentada com alcatrão. A zona envolvente continua a ser verde, com vinhas e campos, mas começam a surgir algumas casas e pequenos negócios. N ã o d e i x a d e s e r, c o n t u d o , um dos lugares periféricos de Joane mais tranquilos e característicos.

“A novela em Guimarães [sobre a Capital da Cultura 2012] tem qualquer coisa de obsceno na sua opacidade e no declarado divórcio entre as estruturas da manifestação e a população local, que é uma razão de ser maior do evento”. Augusto M. Seabra, Público

“Vítor Gaspar (Ministro das Finanças) anunciou uma taxa adicional de IRS de 2,5% nos rendimentos superiores a 150 mil euros e 3% no IRC.”. Notícia do DN

“Mais de 37 mil professores contratados não conseguiram colocação”. Notícia jornal Público

“A saída de um treinador do comando técnico nunca é uma decisão fácil, mas por vezes acaba por ser a melhor solução (…) Sentimos que não estavam reunidas as melhores condições e o ambiente mais agradável”. Emílio Macedo, presidente do Vitória de Guimarães, sobre saída do treinador Manuel Machado.

“Uma menina de sete anos foi à PSP da Afurada, em Vila Nova de Gaia, apresentar queixa por lhe terem roubado a boneca”. Correio da Manhã

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DIAS DE ONTEM


REPÓRTER LOCAL • AGOSTO DE 2011 • 7

LOCALIDADES

FAMALICÃO | artesanato e gastronomia Decorre até 11 de Setembro a Feira de Artesanato e Gastronomia de Famalicão, com 114 expositores e 12 restaurantes e tasquinhas. O programa inclui uma mostra de produtos alimentares regionais, além de vários espectáculos de música popular.

ronfE • solidariedade

Caminhar pela vida e sensibilizar para os problemas do cancro Iniciativa do projecto “Ronfe há 50 anos”, dias 16 e 18

R

onfe pela vida” é o nome de um conjunto de iniciativas promovidas pela recémcriada associação “Projecto Ronfe há 50 anos” que decorrem nos dias 16 e 18 de Setembro. A organização pretende sensibilizar a população para os problemas oncológicos, sobretudo o cancro da mama. A Liga Portuguesa Contra o Cancro e a Cruz Vermelha figuram como parceiros da iniciativa. “A ideia partiu de um associado que lidou com o problema de forma próxima e desafiou a associação a dinamizar uma iniciativa de esclarecimento”, explica António Machado, presidente da associação (foto). No dia 16, às 21:30 horas, está previsto um colóquio no salão paroquial em torno dos problemas derivados do cancro bem como formas de o prevenir. No domingo, dia 18, a partir das 14:30 horas, a associação pretende encher a avenida principal da vila (a da igreja) com uma caminhada que terá o percurso que normalmente é feito pela procissão das festas de S. Tiago e que contará com a presença de deputados da Assembleia da República e de autarcas. Depois da caminhada, o programa seguirá com uma tarde

musical assegurada por Nucha, Maria do Sameiro e Zé Amaro. “Queremos atingir as 2000 pessoas na caminhada. As estradas vão ser fechadas e todos os que participarem receberão uma pulseira para percebermos se o objectivo foi alcançado”, refere o dirigente. A caminhada tem um carácter gratuito embora estejam a ser vendidas camisolas alusivas a esta iniciativa pelo preço de um euro. “O dinheiro reverte para a Liga Portuguesa Contra o Cancro. As camisolas já estão praticamente todas vendidas, mas os interessados em colaborar com a Liga poderão fazê-lo entregando os seus donativos”, explica António Machado. À margem desta iniciativa, a associação prepara a festa do seu primeiro ano de existência, nos dias 10 e 11 de Setembro, com música clássica e uma palestra sobre as origens do Couto de Ronfe. Em simultâneo, prepara a construção de mais um presépio ao vivo e a recreação da presença de D. Afonso Henriques em Ronfe, no âmbito da Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012. “Segundo reza a história, o D. Afonso Henriques terá, em jovem, passado por Ronfe na quinta de Erlígio, irmão de Dom Egas Moniz, à data amigo próximo do rei”, explica Machado.

RONFE | CONCURSO PECUÁRIO Mais de uma centena de animais das raças autóctones Barrosã e Minhota marcaram presença no concurso pecuário da Associação de Agricultores de Ronfe (AAR), no passado dia 30 de Julho. A nona edição contou com “o maior desfile de bovinos do país”, segundo a organização, e com as populares “chegas” de carneiros.

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Luís Pereira


8 AGOSTO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

localidades

FARIA MARTINS | o adeus a um grande actor e amigo “Era um actor excelente, talentoso e um homem de elevado carácter e enorme nobreza. Jamais o esqueceremos. A morte nunca tem explicação, nem desculpa, sobretudo quando se é demasiado novo para partir, como era o caso”. ARTUR COIMBRA, FAFE

JOANE • TEATRO joane• cultura

Em memória de Faria Martins Bruno Martins dá corpo ao Teatro da Didascália. Em memória do pai, fundador deste projecto apostado em dinamizar culturalmente a vila de Joane Luís Pereira/JF

B

runo Martins, filho do falecido actor Faria M a rt i n s ( ve r c a i x a ) é o grande impulsionador de um novo projecto teatral que promete dinamizar a vila de Joane. O Teatro da Didascália foi fundado por actores de teatro além de Bruno e do pai, integra dois ingleses - e, apesar de estar actualmente em Tavira (Algarve), é em Joane que quer criar raízes - por agora, vai ocupar um espaço na escola de Montelhão. Bruno Martins, de 23 anos, seguiu as pisadas do pai e do irmão mais velho, Sérgio: ambos são actores profissionais. Bruno vive actualmente no Algarve, onde trabalha no AL-MaSRAH Teatro. “Eu também sou actor, para alegria do meu pai e desespero da minha mãe que gostaria de ter um filho médico”, diz.

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O pai acaba sempre por ser a vossa influência? Influenciou-nos a seguir uma carreira profissional enquanto actores, mas de forma involuntária, penso que foi apenas porque desde pequenos que assistíamos aos espectáculos dele e aprende -

mos a gostar e a admirar o teatro, mas em momento algum o meu pai nos disse abertamente para seguirmos uma carreira artística. Mas tenho a certeza de que ele se sentia muito orgulhoso por termos seguido os passos dele... O Teatro da Didascália vai ter espaço numa das escolas? Até à data ainda não me foi confirmada qualquer cedência de espaço por parte da Junta de Joane ou da Câmara de Famalicão. A ideia d o projecto passa por criar um espaço sede da companhia de teatro, mas será um espaço multidisciplinar dando lugar tanto ao teatro como à realização de cursos de teatro e expressão dramática. Tudo dependerá das condições e tamanho do espaço cedido”. Outrora, e muito graças ao seu pai, Joane foi um ponto importante no teatro nacional por causa da Associação Teatro Construção, que tem, nos dias de hoje, “produzido” menos. Olha com tristeza para i sso? A ATC construiu ao longo dos anos um público muito perspicaz e sensível ao teatro, um

público que agora se vê privado do mimo que era ter uma companhia profissional de teatro à porta que produzia coisas bastante interessantes. Tanto eu como qualquer joanense sente um certo vazio actualmente no que diz respeito à pouca produção da ATC, no entanto folgo em saber que no âmbito social a ATC continua a realizar um bom trabalho.

FARIA MARTINS 1950-2011

RIOPELE facturou 6,5 milhões

ENTREVISTADO PELO RL , BRUNO FARIA FALOU DO PAI, FARIA MARTINS, “UM HOMEM COM UM CORAÇÃO ENORME”. “ Tudo o que puder dizer sobre o meu pai parecerá suspeito, mas é pura verdade! Era uma pessoa como há poucas, um ser humano extraordinariamente sensível, com um co ração enorme, um positivismo in vejável e um sentido de humor que o acompanhou até aos últimos dias de vida . Quem o conheceu sabe do que falo. Tudo isto se ref lectia no palco, como se diz no teatro, era um “ bicho de palco”! Como foi o percurso dele? Foi operário têxtil, fundador da ATC (trabalhou lá muitos anos), actor da companhia de teatro F ilandorra em Vila Real, da Seiva Trupe do Porto e ultimamente encontrava-se a tra balhar na Jangada Teatro em Lousada , companhia da qual também foi fundador, desde 1999. Acha que Joane chegou a reco nhecer o trabalho dele enquanto fundador e actor da ATC? Os amigos dele reconheciam-no! Isso era o que lhe importava . É reconfortante perceber que a passagem que o meu pai fez pela Terra foi preenchida por muitos amigos. Isso só demonstra que o percurso dele deixou marcas, é assim que a vida de ve ser vivida!


REPÓRTER LOCAL • AGOSTO DE 2011 • 9

Agosto

cantar com helena fernandes Helena Fernandes cantará “Grita, Sente” de Diana Bastos e “Deixa-me sonhar” de Rita Guerra. A jovem cantora apela ao televoto dos leitores do RL para que consiga chegar à final do programa.

CANTA COMIGO EM BRAGA Sete anos depois da sua participação na segunda série do programa televisivo “Ídolos”, a jovem cantora de Castelões Helena Fernandes, volta a tentar a sua sorte, desta vez no programa de caça talentos da TVI “Canta Comigo”, apresentado aos domingos por Rita Pereira.

helena fernandes

“O “Ídolos” foi uma excelente experiência . Ponderei muito esta partic i p a ç ã o n o “C a n t a C o m i g o ” . H o j e j á t e n h o 2 8 a n o s e r e c e b e r u m n ã o nesta fase é mais complicado do que era antes”, diz Helena Fernandes A j ove m fo i s e l e cc i o n a d a e n t r e 3 5 0 c a n d i d a t o s q u e p r e s t a ra m p rova s no casting de B raga e será uma das seis f inalistas que subirão ao palco n o p ró x i m o d i a 1 1 d e S e t e m b ro . A t ra n s m i s s ã o e m d i r e c t o d e B ra g a já este ve marcada para o passado dia 21 de Agosto mas foi cancelada de vido à chuva . Se for apurada , Helena disputará na semana seguinte a grande f inal. “Dos seis, passam dois, um pelo voto telefónico do público e o outro por decisão do júri. Os dois de cada cidade Em 2004, Helena chegou ao disputarão no dia 18 a f inal 6.º lugar do “Ídolos”. Até há do programa”, explica a cantora ao R L . dois anos, foi uma das vozes Recorde-se que em 2004, da “Leopoldina”, campanha Helena conseguiu, entre de solidariedade de Natal. milhares de candidatos, chegar ao 6.º lugar do pro grama “Ídolos”. Depois disso, fez publicidade na TV de marcas de supermercados: foi, até há dois anos, uma das vozes da “ Leopoldina”, a campanha de solidariedade de Natal. Prof issionalmente é assistente s o c i a l d a C â m a ra d e Fa m a l i c ã o , a m ú s i c a é u m a o c u p a ç ã o d e t e m p o s livres. “Gostava de chegar mais longe do que cheguei no “Ídolos”, embora os formatos dos programas sejam diferentes. As músicas que vou cantar são difíceis e posso ser traída pelos nervos”, confessa .

Jogo de emoções

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Retirada do ensino, Sandra Ferreira, de R onfe, criou o projecto “Ecografias”. Encontros com crianças e idosos em instituições da região para falar e valorizar os afectos. No horizonte está o sonho de levar o projecto a reclusos. “Tento chamar o antigo à memória e tratar do lado humano da pessoa”, explica. Sandra Ferreira diz que os pais se de mitiram da sua função de educadores dos filhos. Nessa perspectiva, pretende levar crianças e jovens para um mundo que desconhecem. “Procuro interagir com os que me estão a ouvir através de elementos lúdicos que captem a atenção deles. Pretendo desbloquear as pessoas, fazê-las seres humanos

competentes”, explica. “Ecografia” nasceu da gratidão que Sandra Ferreira tem à tia-avó que a criou. Desde que ficou acamada, San dra tem-se dedicado a tempo inteiro a cuidar dela, despertando em si a necessidade de valorizar os afectos. “Utilizo a terapia como forma de evasão e de enriquecimento. É um projecto ambicioso porque não tem verbas mas dentro das ambições não pretendo morar nem demorar nelas”. Sandra Ferreira tem tentado cumprir o sonho de fazer chegar o seu projecto a reclusos. “É a minha ambição. Enquanto tal não acontece, continuo o contacto com os idosos e as crianças”.

Projecto de sandra ferreira promove encontros com crianças e idosos para valorizar afectos


10 AGOSTO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

Desafiámos os amigos do RL a contar as suas memórias do tempo em que se sentaram nos bancos das escolas de Montelhão, Giestais, Mato da Senra ou Cima de Pele.

Fernando Martins Lembro-me como era difícil passar o inverno devido ao frio, mas de vez em quando lá apanhava umas reguadas que me aqueciam as mãos. Chiklette Lopes Lembro-me de ir a pé de Cima de Pele para a escola de Montelhão.

E também me lembro que ninguém podia chegar tarde ou fazer erros pois a professora tinha sempre uma régua para castigar. ): Adelaide Machado Ainda me lembro do tempo em que esperávamos à porta da escola no inverno, cheios de frio, esperando que

joane • reportagem

As saudades que eu já tenho da m Retratos e memórias recolhidos pelo RL das escolas de Montelhão, Giestais, Avenida, Mato da Senra e Cima de Pele que agora encerram. Luís Pereira

O

arranque do novo ano escolar, este mês, representa o fim de um ciclo que envolveu muitas gerações de joanenses: as “velhinhas” escolas primárias vão fechar portas ao ensino e passar a ter novas ocupações (ver caixa). Para muitos, as “primárias” representaram o primeiro conta cto com o ensino. Não faltam memórias das cinco escolas que agora vão ter outro destino. O RL ouviu algumas. Miúdos com as calças de cotim presas por um fio é a imagem de uma escola do antigo regime. É uma das imensas memórias que Manuela Ferreira guarda de três décadas de professora nas esco las da Avenida e Montelhão em Joane. Começou com 18 anos, em 1960, numa escola da Avenida com uma única sala. Depois de uma passagem de sete anos por Airão S. João, regressou a Joane, onde esteve até à reforma, em 1994. “Na altura eram turmas com 40 alunos. Os miúdos eram o reflexo dos pais analfabetos. Dificuldades económicas e de higiene eram imensas. No caso das meninas, como dormiam com com binações, muitas vezes urinavam e o cheiro na sala de aula era insuportável. Dificuldades de linguagem eram também grandes obstáculos. Palavras que ainda hoje ouvimos dos antigos como “auga” (água) “maurga” (malga) era a

linguagem que usavam”, recorda. A separação de alunos era uma realida de: as meninas na escola da AvenidaMontelhão e os rapazes na escola de Mato da Senra. “Vinham crianças de Gavim, Monte do Rio e Cima de Pele, a pé, fizesse chuva ou sol. Não havia essa coisa dos pais levarem as crianças à escola, muito menos, transporte escolar. Vi muitos a virem descalços”, descreve Manuela Ferreira. O filho, Francisco, seguiu-lhe as pisadas (deu aulas nas escolas da Avenida e de Giestais) e recorda que, no inverno, quando se acendiam as salamandras, “era fumo por tudo quanto era sítio, era preferível passar frio”. De igual modo, diz ainda, “sempre que se partia um vidro era preciso escrever mais de 10 ofícios e só passado meio ano é que o vidro se arranjava”. A falta de funcionárias era outro problema, destaca João Tinoco, professor durante 30 anos em Giestais. “À sextafeira, tínhamos nós, professores e alunos, de varrer a sala”, recorda ao RL. A grande parte dos alunos, adianta, não fazia ideia do que era Lisboa”, as sinala Tinoco, descrevendo a odisseia que foi organizar uma visita escolar à capital. “Não havia auto-estradas e uma viagem de autocarro à capital durava um dia inteiro. Depois era muito caro e as crianças de Giestais pertenciam à classe pobre. Mas toda a escola foi a Lisboa e ao Jardim Zoológico”.

“ M a n u e l a Fe r r e i ra fo i p ro fe s s o ra d u ra n t e m a i s d e 3 0 a n o s . C o meçou com 18 anos, em 1960, numa escola da Avenida com uma ú n i c a s a l a . D e p o i s d e u m a p a s s a g e m d e s e t e a n o s p o r A i rã o S . João, regressou a Joane, onde esteve até à reforma , em 1994. A n t e s d o 2 5 d e A b r i l , r e co r d a , “ o s m a n u a i s e s t ava m a d a p t a d o s a o r e g i m e , e ra m m a ç u d o s , s e m g rav u ra s . A m a n e i ra d i t a t o r i a l q u e t ra b a l h áva m o s e ra r e f l exo d e o r d e n s d o r e g i m e . T í n h a m o s todo interesse que as crianças aprendessem mas sobretudo o brio prof issional de le var bons alunos ao exame da quarta classe”. e”.


REPÓRTER LOCAL • AGOSTO DE 2011 • 11

a professora chegasse com as chaves para abrir a porta. E também me lembro da régua da professora Zirinha da Senra, que ela usava com mestria e que nos fez passar de classe com distinção! Bons tempos apesar de tudo. Kel Costa Pela minha escola primária (Giestais), ja passaram por muitas geracões, desde o meu irmão mais

velho, que já tem 50 anos, até aos meus sobrinhos. Obrigado, professora D. Maria José. Ana da Silva Foi a fase mais importante da minha vida. Ainda hoje passo pela escola do Mato da Senra e lembro-me das brincadeiras de recreio, dos dias frios de inverno, da teimosia dos rapazes em quererem jogar à

minha escolinha!

bola mesmo quando chovia. Ruben Costa O meu primeiro amor foi na de Giestais! Maria Amélia Martins No meu tempo de escola (anos 60) o ensino era mais severo, sendo regra a recorrência aos castigos de régua; eram os únicos “bolos” que as crianças pobres desse tempo conheciam.

QUEM VAI OCUPAR AS ESCOLAS?

MEMÓRIA

U R BA N IZAR T E R R E NOS DAS ESCOLAS P R I M Á RIAS A ideia de construção, em Joane, de um Centro Escolar não é de agora . Há cerca de 15 anos, professores e Junta sonhavam com essa concretização. Conta João Tinoco, professor durante 30 anos na escola de G i e s t a i s , q u e a s e s co l a s e a J u n t a a p r e s e n t a ra m a o Presidente da Câmara de então, Agostinho Fernandes (PS), um projecto para construír um parque escolar que agrupasse as várias escolas do 1º ciclo. “Respondeu-nos que a ideia era magníf ica , mas que s e r i a m u i t o c a ra e i n v i áv e l a c u r t o p ra z o ” , r e co r d a o professor. O passo seguinte, prossegue, foi propor à Câmara soluções alternativas que permitissem arranjar o dinheiro necessário. Uma delas foi sugerir que a Câmara , na elaboração do Plano Director M unicipal, c a t i va s s e o t e r r e n o a d j a c e n t e n a p a r t e n a s c e n t e d a EB 2 , 3 B e r n a r d i n o M a c h a d o p a r a a c o n s t r u ç ã o d o Parque Escolar. “Apresentámos um plano f inanceiro em que demonstrávamos que com a venda dos terrenos das escolas que iam f icar de volutas se pagaria a construção do Centro Escolar ”. Para isso, refere João T i n o co , o s t e r r e n o s d a s e s co l a s q u e f i c a r i a m va z i a s co m o C e n t ro E s co l a r t e r i a m q u e s e r co n s i d e ra d o s , no PDM em aprovação, como terrenos de edif icação futura . A fase final da proposta foi apresentada em 2000 e, como se sabe, não foi por diante. Joane tem agora um novo Centro Escolar e as escolas darão lugar a instituições da vila . “A nossa ideia vai agora concretizar-se em benef icio das crianças de Joane”, conclui João Tinoco.

ESCOLA DE GIESTAIS Grupo Folclórico de Danças e Cantares de Joane; Grupo Etnográfico Rusga de Joane; Coral Divino Salvador de Joane; Grupo Infantil e Juvenil Danças Cantares de Joane; Associação de Pais dos Alunos da Escola Secundária de Joane; Associação Musical de Joane. ESCOLA DA AVENIDA Agrupamento do CNE de Joane; Guias de Portugal; Fraternidade Nuno Álvares. ESCOLA MATO DA SENRA Comissão Social Inter-freguesias | Loja Social. ESCOLA MONTELHÃO Associação Juventude de Joane; Escola de Atletismo Rosa Oliveira; Associação Didascália; Associação de Reformados; Joane BTT. ESCOLA CIMA DE PELE Ave Cooperativa de Intervenção Psico-Social (ACIP)



REPÓRTER LOCAL • AGOSTO DE 2011 • 13

ESPECIAL

POLÍTICA | NUNO MELO ASSU ME NOVAS FUNÇÕE S NO PP O joanense Nuno Melo vai assumir novas competências na estrutura nacional do C DS/PP, passando a representar o partido em questões institucionais e políticas. “Uma forma de libertar dirigentes que estão no governação. O partido não pode deixar de af irmar livremente os seus pensamentos e ideologias políticas só porque está numa coliga ção de governo”, explica Nuno Melo ao R L .

vermil • cultura

Iniciativa da Junta decorre nos dias 2 e 3 de Setembro

N

os dias 2 e 3 de Setembro, questões que dizem respeito à sua Vermil recebe a primei - t e r r a . E s t e é u m p r i m e i r o p a s s o ra edição do Festival da que queremos dar para começar a J u v e n t u d e , C u l t u r a e fomentar uma participação activa Desporto organizado pela Junta de e c r í t i c a d o s j o v e n s e m V e r m i l ” , Freguesia local com a colaboração r e f e r e M a r ç a l M e n d e s , d a J u n t a de alguns jovens voluntários. de Freguesia. O certame arranca esta sexta-feira A organização do evento surge na p e l a s 2 0 h 3 0 , n o s a l ã o p a r o q u i a l sequência do fórum de debate de da freguesia, com danças de salão i d e i a s p r o m o v i d o e m N o v e m b r o e teatro. de 2010 pela JSD de Vermil que Estão inscritas oito equipas mas - juntou alguns jovens da freguesia. c u l i n a s e t r ê s f e m i n i n a s p a r a O festival tem um orçamento que disputarem, no segundo dia de ronda os 1.500 euros, contando festival, um torneio de futsal, com início às 14:30 horas. A tarde desportiva decorre no Este é um primeiro passo que campo de jogos local queremos dar para começar que nos últimos dias a fomentar uma participação tem sido alvo de pequenas reparações para que activa e crítica dos jovens em o torneio decorra com Vermil todas as condições de segurança. A primeira edição do festival termina no sá bado, dia três, com dois concertos com a colaboração de voluntários musicais. da freguesia e do apoio da Câmara Ao palco, montado junto à sede da Municipal de Guimarães que cede autarquia, na rua Rodrigo Ribeiro, o palco para os concertos da noite s u b i r ã o d u a s b a n d a s : a j o a n e n s e do dia 3 de Setembro. “Coromole”, que actua a partir das “ N ã o q u e r e m o s e l e v a r m u i t o a s 21:00 horas e a banda “Dialectos”, e x p e c t a t i v a s p a r a n ã o s a i r m o s de Ronfe. A organização promete d e f r a u d a d o s . S e c o n s e g u i r m o s durante toda a noite uma pequena r e u n i r 2 0 0 p e s s o a s n o e v e n t o j á b a r r a c a c o m a l g u n s p e t i s c o s e será bom”, diz Marçal Mendes. bebidas. O RL é parceiro de promoção do “Pretende-se envolver e conscien- F e s t i v a l d a J u v e n t u d e , C u l t u r a e cializar a população jovem para as Desporto de Vermil.

PROGRAMA DIA 2 | Sex .

20:30 Danças de Salão Teatro C omédia LOCAL Salão Paroquial

DIA 3 | Sab.

2 1 : 0 0 - Concertos:

1 4 : 3 0 - Torneio de F utebol

“Coromole” “Dialectos”

LOCAL Campo de Jogos

LOCAL Palco Rua Rodrigo Ribeiro

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Festival da Juventude anima freguesia de Vermil


14 AGOSTO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

ESPECIAL

JOANE | BTT EATRO PRO MOV E C AM INHOS P ENOSOS A quinta edição dos “C aminhos Penosos”, organizada pela BTTeatro, realiza-se no próximo dia 11 de Setembro. A edição deste ano vai percorrer trilhos novos dos concelhos de Famalicão, Guimarães e Braga , com uma distância de 35km. As inscrições de vem ser feitas em www.btteatro.com. As mulheres não pagam.

Coromole: nova canção militante com origem em Joane

A

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daptam música portuguesa de intervenção e através dela querem passar uma “mensagem de alerta” para a s i t u a ç ã o d o p a í s . Z e c a A f o n s o , A ntónio Variações e “Diabo na Cruz”, abundam no reportório dos Coromole, banda joanense com um ano de existência, composta por sete amigos de escola. “Sempre tive ligações à música tradicional portuguesa e comecei por falar com um primo da ideia de uma banda neste registo. Depois do “passa a palavra” juntámo-nos sete, elaborámos o projecto e começámos”, narra Diogo Fernandes, mentor do projecto e multi-instrumentista da banda (toca concer tina, bandolim, viola braguesa e harmónica). Tiago Ferreira na guitarra melódica e voz; Pedro Oliveira na guitarra e solos; o baterista Marco Fernandes; André Silva na percussão, o baixista Diogo e Patrícia nos solos, compõem o restante figurino de Coromole, com idades entre os 16 e os 18 anos. À excepção de dois, todos os elementos são joanenses. No próximo sábado, dia 3, darão em Vermil, no Festival da Juventude, o oitavo concerto da banda. Bares e festas são os locais onde habitualmente actuam. “A ideia da banda é pegar nas raízes de música tradicional portuguesa e adaptá-las a versões nossas. O rock dos Xutos e a música pop, qualquer banda toca. Música inglesa estava fora de questão e por isso queremos marcar pela diferença”, assegura Tiago Ferreira. O grupo ensaia três dias por semana numa garagem a que chamam “estúdio improvisado” com direito a isolamento de som feito com… caixas de ovos! “Quem nos ouve tem gostado. Já tivemos um senhor que chorou quando nos ouviu tocar a “Grândola vila morena”.

A malta da nossa idade não está habituada a ouvir este tipo de música mas quando nos ouve, acaba por aderir. É música para todos os ouvidos. Os antigos revivem os seus tempos e os mais novos ouvem a música dos antigos num ritmo mais puxado”, asseguram. “Terra de maus olhares” (que garantem não ser Joane) e “Cinderela” são para já os

A ideia da banda é pegar nas raízes de música tradicional portuguesa e adaptá-las a versões próprias.

únicos originais da banda que vai entrar em g ravaçõe s, e mbora com alg u m amad orismo, de três temas para poder apresentar aos proprietários de bares e locais de diversão na mira de espectáculos. “Ainda ninguém teve lucro na banda a não ser uns kebabs no fim dos concertos na roulotte. O cachet é, para já, pouco elevado, ronda, na melhor das hipóteses, os 200 euros. Os ins trumentos são pertença individual e a banda apenas paga o material que se danificar”. Os Coromole têm página no Facebook. Para os interessados em conhecer melhor o traba lho da banda, a melhor forma de contacto é o telemóvel 910821992. L.P


REPÓRTER LOCAL • AGOSTO DE 2011 • 15

entrevista • rui ribeiro, presidente do GDJ

“Novo estádio só avança se me sair o Euromilhões” Presidente da Comissão Administrativa defende redução ao máximo da despesa Luís Pereira

Ru i R i b e i ro é o n ovo p r e s i d e n t e d o G r u p o D e s p o r t i vo d e Jo a n e . Ao R L , f a l a d a s i t u a ç ã o f i n a n ce i ra d o c l u b e , d e fe n d e u m a r e d u ç ã o co l o s s a l d a s d e s p e s a s e o r e fo r ç o d a a p o s t a n a fo r m a ç ã o . Q u a n t o a o “ b a d a l a d o ” p ro j e c t o d o n ovo e s t á d i o d o c l u b e , d i z q u e s e rá p o s t o d e l a d o d u ra n t e o s e u m a n d a t o e q u e s ó ava n ç a rá s e fo r b a fe j a d o p e l o E u ro m i l h õ e s . Já tomou pulso ao funcionamento e preocupações do clube? C h e g u e i h á p o u co t e m p o m a s o “ b i c h i n h o ” j á co m e ç o u a m e xe r u m b o c a d o . A p e s a r d e t e r m u i t a vo n t a d e e m t ra b a l h a r i s t o d á , d e f a c t o , m u i t a s dores de cabeça. A m a i o r p a r t e d o s d i r e c t o r e s ve m d a d i r e c ç ã o anterior… S o m o s n ove , a p rove i t e i a l g u m a s m a i s - va l i a s q u e e s t i ve ra m n a d i r e c ç ã o a n t e r i o r e p ro c u r e i t ra z e r a l g u m a g e n t e n ova . E s t o u co n v i c t o q u e t o d o s e s t ã o u n i d o s e m o t i va d o s . J á s a b e o va l o r d o p a s s i vo d o c l u b e ? Te n h o a l g u n s n ú m e ro s m a s s ã o a s s u n t o s q u e p r e f i ro , p a ra j á , g u a r d a r p a ra i n f o r m a ç ã o i n t e r na, apenas. M a s t e rá d e h ave r s a c r i f í c i o s … I s s o é c e r t o . Va m o s t e r q u e r e d u z i r a o m á x i m o a d e s p e s a . O d i n h e i ro e s t á m u i t o c a ro . Q u e p r i o r i d a d e s t e m t ra ç a d a s ? A o n í ve l d e s p o r t i vo q u e r e m o s f a z e r u m b o m i n í c i o d e é p o c a co m v i t ó r i a s e m t o d o s o s e s c a l õ e s . Pa s s o a p a s s o i r e m o s f a z e r o m e l h o r q u e p u d e r mos e soubermos. Queremos, no plano das est r u t u ra s , r e u n i r co m a C â m a ra p a ra p e r c e b e r a d i s p o n i b i l i d a d e d e s t a e m a p o i a r o c l u b e co m o r e l va d o s i n t é t i co . S e m o a p o i o d a C â m a ra , n ã o p o d e m o s co l o c á - l o . O f u t u ro p a s s a p e l a a p o s t a n a fo r m a ç ã o ? E n q u a n t o c á e s t i ve r s e rá e s s a a p o l í t i c a . Q u e r e m o s p r e p a ra r o c l u b e p a ra q u e a o l o n g o d a s p ró x i m a s é p o c a s o s a t l e t a s p e r m a n e ç a m n o c l u b e a t é à e q u i p a s é n i o r. M a s e s s e é u m t ra b a l h o p a ra a l g u m a s é p o c a s . S e m p r e q u e s e j a p o s s í ve l , o s j u n i o r e s s e rã o c h a m a d o s à e q u i p a p r i n c i p a l . E m b o ra e s t e j a h á a p e n a s u m m ê s n o c a r go , j á d e u p a ra p e r ce b e r p o r q u e é q u e o c l u b e s e d e f ro n t a t o d o s o s a n o s , n o f i n a l d a é p o c a , co m o va z i o d i r e c t i vo ? E s t o u a co m e ç a r e a i n d a é d i f í c i l d e p e r c e b e r

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i s s o . Pe l o q u e t e n h o v i s t o d a s é p o c a s a n t e r i o r e s , a s ra z õ e s a c a b a m p o r s e r f r u t o d e a l g u m a s d i ve r g ê n cias entre directores. O facto de alguns quererem t ra b a l h a r e e x i s t i r e m i n t e r f e r ê n c i a s d e o u t ro s p o d e t a m b é m co n t r i b u i r p a ra a l g u m a s d i ve r g ê n c i a s . E i s s o é a l go q u e n ã o q u e r q u e a co n t e ç a n a s u a direcção…? C o n t o co m a a j u d a d e t o d o s . Pe n s o e e s p e ro q u e , d a f o r m a co m o q u e ro q u e o c l u b e f u n c i o n e , i s s o s e rá e v i t a d o . C a d a d i r i g e n t e t e m u m a á r e a d e r e s p o n s a b i l i d a d e e t e m co m p l e t a a u t o n o m i a p a ra t ra b a l h a r, e m b o ra t e n h a m o s q u e t ra b a l h a r t o d o s e m s i n t o n i a e m p ro l d a i n s t i t u i ç ã o . Q u e ro q u e s e j a m o s l e m b ra d o s p o r f a z e r m o s u m t ra b a l h o vá l i d o . Po d e a co n t e c e r d e d e i x a r m o s a l g u m a s d í v i d a s , m a s a c a ba por ser normal. O importante é que se faça um t ra b a l h o co m r i g o r. E m q u e p é f i c a o p ro ce s s o d o n ovo e s t á d i o ? J á d i s s e e r e a f i r m o , a m e n o s q u e m e s a i a o E u ro m i l h õ e s o u h a j a a l g u é m q u e q u e i ra i n ve s t i r, e s t e m a n d a t o f i c a rá p o s t o d e l a d o . A sua chegada à presidência do Grupo Desportivo d e Jo a n e ( G D J ) t e ve a l g u m a m o t i va ç ã o p o l í tica, já que é um empenhado elemento do PSD? N ã o . C h e g u e i co m o a p o i o d o s s ó c i o s e p e l o a p e l o d o s a n t e r i o r e s d i r i g e n t e s q u e co n s i d e ra ra m q u e s e r i a a p e s s o a i n d i c a d a p a ra o c a r g o . S e m p r e g o s t e i d o G D J , d e r e s t o , h á d o i s a n o s t a m b é m e s t i ve n a direcção.

joane • futebol

Francisco Costa treinador do GD Joane Francisco Costa sucede a Jorge Bap tista no cargo de treinador do Grupo Desportivo de Joane (III Divisão, série A ). A sua primeira prova de fogo em casa , no domingo, dia 4, será frente ao Vianense. “Este campeonato é uma novidade para mim e para a maior parte dos jogadores. Garanto que deixaremos a pele em campo para conquistar os três pontos”, assegura o técnico. Esta é a sua quinta época em Barreiros. Treinou os juniores na época passada e foi ele quem pegou há quatro anos na primeira equipa de iniciados que subiu de divisão. Tem ainda uma passagem de quatro épocas pelo Serzedelo. “O Joane não nada em dinheiro, tem os jogadores que tem, para mim te rão de ser os melhores do mundo porque é com eles que vou traba lhar. Sou muito exigente e ambicio so. Pretendia treinar a equipa principal e encaro o lugar como uma oportunidade que estou a agarrar com unhas e dentes”, explica . O GDJ fez quatro jogos na pré-época . Empatou com o Oliveirense e o Torcatense, venceu o S. Cosme e o jogo de apresentação, no passa do sábado, frente ao Ruivanense. A equipa conta com 21 jogadores mas aguardam-se duas novas contrata ções. Sete passaram pela formação do clube e da época passada permanecem seis. Rui e André (ex-Famalicão), Russo (ex-Amares), Isma el (ex-Oliveirense) e dois jogadores do Louro completam o plantel. “Já transmiti a mensagem aos jogadores, a f ilosof ia passa por nada prometer e fazer tudo para conquistar pontos. Estamos a construir a base de uma equipa nova e os jogadores estão extremamente motivados e isso tem-se visto nos trei nos” refere Francisco Costa .


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16 AGOSTO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

OPINIÃO Os artigos de Opinião são da responsabilidade dos seus autores

Miguel Azevedo

Membro da Comissão Política do Núcleo de Joane do PSD

Reduzir a despesa O objectivo das co ntas públicas é reduzir o défice de 9,1% do PIB para 5,9%. Face ao desvio orçamental encontrado, o Executivo diz não ter tido outra opção que não avançar, para uma subida de IRS, equivalente a metade do subsídio de Natal, acima do salário mínimo nacional. Obrigou-se também à antecipação para Outubro do aumento do IVA do gás e da electricidade, previsto no memorando da “troika” apenas para 2012. A subida de impostos é justificada com a lentidão dos efeitos no défice dos cortes nas despesas. N ã o h á d ú vi d a s qu e s ã o m e d i d a s que vão dificultar a vida dos portugueses mais desfavorecidos já demasiado “fustigados” com a carga fiscal. A irresponsabilidade dos anteriores governos levaram

a esta triste situação. A consolidação das contas públicas não pode ser alcançada apenas pela parte da receita, até porque a carga fiscal está no limite do suportável. Reduzir a despesa do Estado é imperioso e é esse o caminho que o Governo tem de seguir. O PSD enquanto oposição demonstrou total apoio para todas as medidas que fossem necessárias para a redução do défice português pelo lado da despesa. Desafiou os portugueses, através da criação de um site, a propor ideias para cortar na despesa sem comprometer a qualidade dos serviços públicos. É caso para dizer que tem responsabilidade acrescida na matéria. É pois com expectativa que se aguarda >>

António Oliveira

Vice-presidente da Junta de Freguesia de Joane | PS

Velhas escolas com nova vida Ainda me recordo do meu primeiro dia de escola. Lembro-me sobre tudo das pessoas, da ansiedade, do receio daquilo que era novo para mim. Uma nova fase na vida se iniciava. Começava aí o meu percurso escolar. Estas sensações por mim sentidas, sentiu-as pro vavelmente embora com diferentes nuances, cada um dos que estão a ler este artigo. Neste mês de Setembro a “minha”, velhinha escola de Giestais, as nossas “velhinhas” escolas de Joane, vão deixar de cumprir a sua missão de servir de edifício que alberga alunos e a sua aprendizagem. Será que as antigas escolas primárias vão “morrer”, vão perder “vida”? Não. A Junta de Freguesia de Joane,

ciente da importância destes edi fícios desde há muito tempo que tinha traçado o destino a dar a tais escolas quando estas deixassem de cumprir a sua missão de edifícios de ensino. Sabíamos claramente que na nossa Vila existiam múltiplas associações do mais variado cariz, que por força de várias situações não possuíam um espaço que se pudesse chamar de sede. Um lugar para realizar reuniões, para traçar estratégias, ou muito simplesmente um local onde os associados se pudessem encontrar. De facto, são muitas as associações de Joane que não possuem um espaço a que possam chamar sede, tendo muitas vezes que improvisar >> locais de reunião


REPÓRTER LOCAL • AGOSTO DE 2011 • 17

ESTADO DO MUNDO | NICOLAU SANTOS (EXPRESSO)

OPINIÃO

“ O Mundo deixou de estar nas mãos dos políticos e passou para a s dos especuladores. Se não se mudar isto, esta história só pode a c a bar mal”.

opinião Só vamos notar a extinção do governo civil de Braga porque vamos deixar de ver o Sr. Governador nas suas mediáticas aparições a fazer oposição à Câmara Municipal de Famalicão

o anúncio dos cortes. Para já o sinal mais mediático foi a extinção dos 18 governos civis. Medida acertada e fácil porque os governos civis estavam desprovidos de competências e as poucas, de carácter administrativo, podem perfeitamente passar para as câmaras municipais com vantagem para as populações. Só vamos notar a extinção do governo civil de Braga porque vamos deixar de ver o Sr. Governador nas suas cirúrgicas e mediáticas aparições nas freguesias do concelho de Famalicão com o único objectivo de fazer política partidária de oposição à Câmara Municipal, em abuso permanente do cargo. O tribunal de contas, organismo a quem compete fiscalizar as contas do estado tem sob sua jurisdição a Administração central, local e

regional, empresas, institutos e fundações que consomem metade do PIB. Em 2010 entre os 13740 organismos do estado, o Tribunal de Contas só recebeu a contabilidade de 1724 e apenas fiscalizou 418. Portugal não tem capacidade para fiscalizar os organismos que recebem dinheiro do Estado com todas as consequências que daí pode m vir. Não restam dúvidas que é preciso reduzir drasticamente o número de entidades públicas e subsídios dados pelo Estado, de utilidade duvidosa. A extinção ou fusão de organismos financiados pelo Estado permitirá menos burocracia, menos clientelismo e menos estruturas e dirigentes. A redução que deverá ser ambiciosa reflectirá a necessidade de repensar as funções do Estado. Será necessário definir com clareza as áreas em que o Sector Público deve estar ou não presente. Precisamos de serviços públicos mais eficientes, mais ágeis, mais capazes de fu ncionar com qualidade e sem desperdícios. A situação em que este governo assumiu os destinos da nação é das piores da nossa história. Já demonstrou coragem mas a tarefa de, em simultâneo, diminuir o défice e relançar a economia é dificílima. Com a ajuda de todos será capaz.

A obra do novo Centro Escolar está finalmente concretizada, e os edifícios das antigas escolas, fruto da ideia, dinâmica e visão desta Junta de Freguesia, vão ser usados, na sua maior parte, como sede pelo movimento associativo da vila de Joane e de recepção de correspondência (as habitações dos seus presidentes ou associados). Como tal, desde logo, e já há muito tempo, a Junta de Freguesia reuniu com as associações de Joane e manifestou a sua intenção de junto da proprietária dos edifícios das agora antigas escolas, ou seja a Câmara Municipal de Famalicão, reivindicar a afectação de tais edifícios, para sede daquelas associações que não possuíam sede. Longo foi o caminho percorrido desde então, o certo é que, passado este tempo a obra do novo Centro Escolar está finalmente plenamente concretizada, e os edifícios das antigas escolas, fruto da ideia, dinâmica e visão desta Junta de Freguesia , vão ser usados, na sua maior parte, como sede pelo movimento associativo da vila de Joane. Os edifícios das escolas primárias

que têm muitas histórias para contar, vão ganhar de novo vida, outro tipo de “vida”, dinamizada pelo movimento associativo de Joane, que poderá contar com um espaço para desenvolver cabalmente as suas actividades. As salas existentes e os logradouros dos edifícios permitirão às associações de Joane desenvolver e mostrar as suas actividades com ainda mais dinâmica, com mais visibilidade, com melhores condições, e bem o merecem pois nunca foi, nem é fácil, realizar como realizam um trabalho abnegado, a troco de nada a não ser a satisfação de verem reconhecido o seu trabalho. As história das nossas escolas primárias dará pois lugar à história das associações Joanenses, os edifícios renascerão, agora não cheios de crianças, mas sim pujantes de vida associativa.

Sérgio Cortinhas Professor | Joane

Notas de fim de Verão

1. A cedência das escolas primárias devolutas de Joane deve ser um processo muito bem gerido. É uma oportunidade única que não existe noutros municípios que estão a vender as escolas devolutas em hasta pública para amortizar dívida. Por isso, deve ser analisada com muito rigor a actividade que as associações/ instituições desenvolverão nesses espaços e avaliado o contributo para a população do trabalho a ser desenvolvido. Deve ser contra tualizada responsavelmente a utilização desses espaços. Devem transformar-se em espaços vivos. Devem ser lançados concursos de ideias. Devem ser acolhidos projectos que contribuam para o desenvolvimento cultural, social e, porque não, económico da Vila. A Assembleia de Freguesia de Joane deve ser protagonista de um debate público sobre este assunto. Assim espero! 2. O que faz uma boa escola são os professores, pessoal não docente e os seus dirigentes e as dinâmicas educativas que estes conseguem desenvolver com a comunidade e os alunos contribuindo para o seu crescimento humano e cognitivo. Mas uma boa escola é também feita de bons equipamentos e instalações e de espaços adequados para desenvolver as referidas dinâmicas. O Centro Escolar de Joane que abre em Setembro mudará radicalmente para melhor as condições de ensino-aprendizagem e terá condições para ser uma boa escola. Mas diga-se, sob o ponto de vista arquitetónico e funcional, o novo Centro Escolar de Joane deixa muito a desejar. Observe-se, a partir da EN 206 ou da entrada Norte o novo Centro Escolar e conclui-se que o bom gosto e o equilíbrio urbano-paisagístico não esteve, de maneira nenhuma, na mente de quem projectou aquele edifício. Parece mais um bairro social mal projectado do que uma escola do 1º Ciclo. Infelizmente! 3. Não sei se o arquitecto do Centro Escolar foi o mesmo que projectou as lojas do largo da Feira (se é que houve, de facto, p roje cto p ara obra tão me díocre ) mas é mais uma obra de mau gosto arquite ctónico a que esta Câmara Municipal nos tem ha bituado em Joane. 4. Afinal somos tão pobres tão pobres que nem ricos temos. Va mos de mal a pior! Pensávamos que o corticeiro Américo Amorim era o homem mais rico de Portugal e um dos 200 mais ricos do mundo e não passa de um simples assalariado. Alimentávamos a esperança de o homem ter dinheiro para ajudar a endireitar as finanças do país mas, pelos vistos, nem um euro para mandar cantar um cego tem. Que rolha nos saíu! 5. Começam a confirmar-se as suspeitas levantadas antes das eleições: este g overno faz “jus” ao seu liberalismo de direita. O que significa que (e talvez seja essa uma das marcas distintivas da esquerda e da direita) agravará cada vez mais, através de impostos directos ou indirectos, as condições de vida das classes assalariadas menos ricas mantendo intocáveis os ricos, como se estes vivessem num offshore ou não fossem também grandes responsáveis pela crise (financeira) que vivemos.


18 AGOSTO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

ESQUECER O BACALHAU | JORGE FIEL, JN “O novo normal que vem aí implica esquecer o bacalhau (reservado para dias de festa) e resig narmo-nos à lata de atum”.

OPINIÃO

Escola morta, Escola posta Fernando Castro Martins

fernando.castro.martins@hotmail.com

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Pronto. Lá se foram as escolas das minhas nostalgias, a saber: a escola (masculina) do Montilhão, onde estudei de 1962 a 1965; a de Giestais, onde fiz a quarta classe; e a da Avenida, onde me graduei com o Diploma da 6ª Classe do Ciclo Complementar de Ensino Primário, em 19 de Julho de 1969. Foram s e is ano s i ne s qu e c í ve i s , p o r t o d as as razõ e s , e todos eles sob a docência de uma única professora, natural de Joane, de nome Rosa Salgado. A minha formação escolar básica resume-se, assim, a seis anos, três escolas, uma professora. Uma boa síntese. Em Joane as esc olas fecham, mas não é para que fiquemos sem elas. Na nossa vila, terra dinâmica e jovem, fecham as escolas velhas para que abram as novas. Felizmente contamos agora com um Centro Escolar moderno, central e bem apetrechado. Mortas as escolas velhas - além daquelas, a das Charrueiras e a de Cima do Pele -, seria ótimo que delas ficasse uma memória viva. Que os seus edifícios se mantenham de pé, preservando, tanto quanto possível, a sua arquitectura; e que os mesmos se destinem, agora, a fins culturais e públicos. E ainda que os seus nomes fiquem registados, também, na toponímia dos lugares, pois não podemos fazer tábua rasa desta marca inestimável do esforço educativa da comunidade durante tantas décadas. Posto isto, o que conta agora é que todos nos dediquemos, também, a construir uma Nova

Escola, já não no sentido do edificado, mas no âmbito da comunidade educativa. Hoje em dia todos somos chamados à Escola: os m ais velhos podem voltar a ser estudantes; os pais podem criar associações para participar, a seu modo, no projecto educativo dos seus filhos; a própria comunidade ou a sociedade civil pode ocupar as suas cadeiras nos órgãos de gestão dos próprios agrupamentos escolares, designadamente nos seus Conselhos Gerais. Não é nada pouco e não é nada mau para quem, como os da nossa geração, se habituaram ao quero posso e mando do regime corporativo do antigamente e dos inqualificáveis castigos corporais da nossa infância escolar. Como p ai e funcionário de uma e scola, julg o meu dever apelar especialmente aos encarregados de educação para que participem no mundo escolar dos seus filhos, a partir de casa, mas também no próprio estabelecimento de ensino. Por favor, não apareçam só para se queixarem disto ou daquilo; venham, e muitas vezes, para perguntar o que podem fazer para que as queixas deixem de ser necessárias. E se for preciso, ainda assim, pois apareçam também para a queixa e o protesto. Afinal estamos numa democracia e a participação tem de ser multifacetada. E perguntem pelas actividades em que os

O pior que podemos fazer é cruzar os braços. Lutar por uma melhor Escola e por um Mundo melhor não pode estar fora de nossa agenda.

encarregados de educação podem tomar parte: actividades culturais abertas; festa de Natal; semana da leitura; sessões de poesia, etc.. Estou só a divagar. Mas façam também propostas novas e participem sem medo e sem vergonha. A Escola faz-se com a matéria-prima que há. E integrem as associações de pais e encarregados de educação, para contribuir de modo mais elaborado. Claro que todo este interesse dá trabalho e ocupa tempo. Mas não nos esqueçamos que é pelos nossos filhos que o fazemos. Haverá uma razão mais mobilizadora? A mim aconteceu-me, numa reunião de associação de pais, ser eleito para o Conselho Geral da escola secundária de dois dos meus filhos. Exerci o cargo durante um ano, durante o qual integrei o grupo de trabalho que elaborou o Regulamento Interno escolar; usei o meu direito de voto na eleição da directora do estabelecimento de ensino; e tive uma inter venção sempre activa, cooperativa e exigente. Estou muito orgulhoso desta minha prestação, e muito gostava de ser copiado. (Porque este copianço não é negativo). As aulas terão início entre os dias 14 e 15 próximos. Muitas coisas estarão para acontecer na área da educação, nomeadamente a redução de apoios às famílias mais carenciadas. Também este modelo de gestão das escolas, participado e democrático (embora com direções unipessoais), está ameaçado de retrocesso para formas menos participativas, tendo já havido declarações nesse sentido. Os t e m p o s qu e vi ve m o s s ã o d e g ra n d e p e rp l e x i dade e exigência. O pior que podemos fazer é cruzar os braços. Lutar por uma melhor Escola e por um Mundo melhor não pode estar fora de nossa agenda.




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