Jornal Repórter Local

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p. 16, 17

SÉRGIO FERREIRA

Nº 153 • ANO XIII • DEZEMBRO 2011 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE

EM FOCO | p. 03

Ronfe tem menos habitantes, Joane já passou os 8000 POLÍCIA | p. 094

Arte sacra e objectos em ouro roubados da igreja de Vermil RONFE | p. 12

Por causa da crise, Câmara já não vai construir piscinas DESPORTO | p. 07

S. Silvestre da Juventude animou Castelões REPORTAGEM José Marques, deficiência não é barreira para este mestre de vários ofícios de Joane

Jovem actor de Vermoim a caminho da televisão

Natal solidário Populares de Vermil juntam-se para arranjar casa a vizinho. Loja Social de Ronfe ajuda cada vez mais pessoas. Família de Joane salva cadela. Edição de 32 páginas, 16 a cores

OLEIROS | p. 7

Junta toma conta de crianças para facilitar vida dos pais RONFE | p. 11

Obras do novo Centro Social já começaram STª MARIA | p. 16

Cumpriu-se a tradição dos bombos e de Santa Luzia ENTREVISTA | p. 23

MANUEL PIMENTA

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‘Fundir freguesias não resolve os problemas das pessoas”


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REPÓRTER LOCAL • DEZEMBRO DE 2011 • 3

2011

EM FOCO

cara lavada de joane JANEIRO 2011 | O novo Largo 3 de Julho esteve em destaque na primeira edição do ano que agora chega ao fim.

Ronfe perdeu habitantes, Joane já tem mais de 8000 Em 10 anos, freguesias RL de Famalicão cresceram; as de Guimarães perderam habitantes

N

uma década, todas as freguesias do concelho de Famalicão cobertas pelo RL ganharam população. Ao invés, todas as cinco freguesias RL do concelho de Guimarães perderam habitantes. Castelões foi a que conseguiu captar mais habitantes. Vermil tem menos 15% da população do que tinha em 2001, sendo, de resto, a freguesia RL que mais população perdeu. Este s indicadores estão expressos nos resultados provisórios dos Censos de 20011. No total, o RL cobre hoje uma região onde residem 25.798 pessoas, mais 583 do que em 2001. Francisco Sá, presidente da Junta de Castelões, diz que o aumento Freguesia

em 13,6% da população nesta localidade deve-se às suas características rurais. “Os jovens, quando casam, procuram ficar na freguesia. Este aumento julgo dever-se, também, ao género de habitação que há em Castelões. As pessoas das freguesias vizinhas procuram Castelões para viver, sobretudo, por não haver apartamentos mas vivendas. Por outro lado, a freguesia tem traços rurais, é sossegada e está p e rt o d a au t o -e s t rad a e d os nú c leos urbanos”, justifica o autarca. Se Castelões ganhou em 10 anos 275 habitantes (hoje são 2021), Vermil foi a que mais perdeu.Em 2001 viviam aqui mais 208 pessoas do que hoje. OS Censos atribuem à freguesia 1144 habitantes. A t e nd ê ncia d e d iminu ição d a p op u lação afectou todas as freguesias

POPULAÇÃO

RL do concelho de Guimarães. Oleiros continua a ter a mais baixa taxa populacional: não chega aos 500 habitantes (são 462habitantes, menos 48 que em 2001). “Não se tem construído habitações em Oleiros. Para ficarmos com os filhos da terra teria de haver mais construção, como não há, fogem para as freguesias vizinhas. É essa a única razão, tomara a eles ficarem cá”, considera o autarca da freguesia, Joaquim Pereira. Quanto às vilas, tiveram sortes diferentes. Os resultados provisó rios revelam que Joane ultrapassou a fasquia dos oito mil (8089) e continua a ser a localidade mais populosa. “A realidade de Joane é demasiado óbvia para apresentar grandes argumentos que justifiquem o aumento. Espero que alguns se interroguem sobre as

HOMENS

MULHERES

razões e reconheçam a grandeza da vila”, diz o presidente da Junta, Sá Machado. Ronfe também perdeu habitantes, embora poucos: hoje vivem na vila 4462 pessoas, menos 25 que em 2001. “Ronfe padece por estar no limite do concelho de Guimarães. Além disso, é mais atractivo e económico viver no concelho vizinho, onde as taxas de água e saneamento e as licenças são bem mais baratas. O PDM das freguesias de Famalicão permite mais construção e isso faz com que as pessoas saiam de Ronfe para irem para Joane ou Mogege, por exemplo. A emigração foi também um factor penalizador para Ronfe e os dados apurados fazem eco disso”, refere Daniel Rodrigues, presidente da Junta de Ronfe. FAMÍLIAS

2001

2011

2001

2011

2001

2011

2001

2011

Joane

+ 6,9%

7528

8089

3728

3958

3800

4131

2326

2690

Castelões

+ 13,6%

1746

2021

869

998

877

1023

500

615

Mogege

+ 0,3%

1938

1943

971

950

967

993

569

637

Vermoim

+ 1,3%

2893

2930

1449

1440

1444

1490

947

997

Pousada

+ 9,8%

2016

2234

993

1082

1023

1152

623

745

Ronfe

- 0,6%

4487

4462

2235

2209

2252

2253

1331

1483

Vermil

- 15,4%

1352

1144

672

559

680

585

398

376

Sta. Maria

- 9,3%

1859

1686

932

842

927

844

555

556

S. João

- 6,7%

886

827

430

401

456

426

274

248

Oleiros

- 9,4%

510

462

251

221

259

241

158

145 PUBLICIDADE

Luís Pereira


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REPÓRTER LOCAL • DEZEMBRO DE 2011 • 5

OPINIÃO | Páginas 23, 24 L U Í S S A N TO S : “ O s i l ê n c i o e a a c e i t a ç ã o n ã o s ã o p o r c e r t o a m e l h o r f o r m a d e r e a g i r. O s j o a n e n s e s p o d e m e d e v e m indignar-se”. MIGU EL AZEVEDO: “Não pagar a dívida signif ica a destruição total da credibilidade do País”.

26 DEZEMBRO DE 2011 • REPÓRTER

LOCAL

ENTREVISTA

festa na abertura da

escola

Escolar de Joane SETEMBRO 2011 | O Centro dia de festa antes abriu para 412 crianças. Um das aulas.

MANuEl PiMENTA

“Em Janeiro vamos centralizar todo o ensino na escola Boca do Monte” (independente) considera Presidente da Junta de Mogege não resolve problemas das que a fusão de freguesias do Vale do Pele pessoas e lamenta que a Associação tenha desaparecido

editorial

a já deu o seu aval, nãO parque). A Paróqui “fuSãO daS fREguESiaS . bem como a Câmara daS obter o acordo da ADERM? RESOlvE OS pROBlEMaS t a d e d o Será fácil Os interesses que fez nesta me É uma questão de negociar. r a c i m a d o s to? pESSOaS” seu último manda unca poderão esta os s do país do clube n constran judicial por causa d Os constrangimento da freguesia. Mas os e s p e ra d o p ro c e s s o e interesses u q o O ã n o r s e s i c r e f o e p r e r a s s vieram são conhecido e s i a d e po u s a d a ? gimentos financeiro l i m i t e s co m a f r e g u bem. Só desejo seja uma tem sido um grande ão é expectável que ilo acabe e que acabe u n q e a a e podemos dizer que i u e q d i ro a e p s m E o c o s que vão são da ligaçã te mandato. coração dos homen mandato. A conclu realidade ainda nes que Deus ilumine o verdade. da, o saneamento erente? ue seja tomada pela Castelões e Pousa Mogege é hoje dif tomar a decisão e q reside na dado e Carvalho e vejar as freguesias a da população que nos lugares do Con Não tem porque in É certo que a maiori d e Po u s a d a m a s , e m . Há qualidade isco, alargamentos r o r e ã u s s o n e e r M e m f o i e d d r p e a t ” u r s o a t a i p l d f a s n o a o b vizinh “zona de c e suportar stamos a recuperar e na capacidade de Po u s a d a n ã o co n s e g u e melhoramentos. E de vida, e isso vê-s termos documentais, da no lugar de Fonte e fora. As grandes uma poça abandona conquistar gente d o que defende. ve r m o i m bem feita, só falta , com excepção da r d o e n t r e po u s a d a e Longa, uma coisa empresas da região C o m o co m e n t a o a co nvolvente. o de freguesias? ajardinar o espaço e Riopele, estão cá. em matéria de fusã endo que previsto fazer? pel da oposição? l pelos seus actos. Ent O que ainda está Como avalia o pa C a d a u m é r e s p o n s áv e ão estou entralizar o ensino (com os dois eleitos c o m Ve r m o i m , m a s n Em Janeiro vamos c Temos convivido bem Po u s a d a f i c a m e l h o r o e por isso não judam mas ola Boca do Monte. m nenhum casament ão pessoas que não a e s , o ) pré-primário na esc d S a P s s o e d r e t o n i ã r a s s a erar que de Lousela p cam. n i n g u é m . Va m o s e s p Os alunos da escola também não compli quero namorar com e não nos a em 2013? gege com um único a sua posição porqu e r e d i s n andonar a polític co b para lá, ficando Mo e a r i a l a e V t u t a solver os s alunos. e à freguesia. tá previsto venha re espaço com todos o Já dei a minha part e parece que o que es sela? v i ç o s d e p ro x i m i d a d âmara de Arr e C s a s O m . s o a c o s s s e e õ p ç s a à l s Porque fecha Lou e As r p ro b l e m a que esta es e tem poucos alu? é hoje ninguém disse Tem poucas condiçõ do Costa são boas f i c a rã o d i s t a n t e s e a t r o problema que fui uito provável min e v m m l e o é s , o e á t r j a r m d a e n h v a c e a m f v i o o t ã a n r n t nos. Se Sim, mesmo reforma adminis av e r u m a Educação a mande mos recebido agora i ro d o p a í s . Te m d e h que o Ministério da eleito pelo PS. Não te e co n ó m i co e f i n a n c e nciamento ste ano lectivo. s do que aquilo que odelo actual de fina encerrar no final de nem mais nem meno reforma porque o m Junta do Monte tem ca01 e 2005. rquias é obsoleto. A A escola de Boca recebemos entre 20 mpetências das auta co e t e r a p r e ? e s s s o á m j n e u e l a d a S a P s s to com o nada interes pacidade para tan Em 2005 rompeu de Mogege não está ução mas auro e conservação. vezes em listas mos ser parte da sol Vai ter obras de rest candidatou duas do problema . Quere s elefantes previsto um centro Porque é não se d a r b o n s exe m p l o s . O Inicialmente estava independentes. f a ç a m - n o s o f avo r d e sias. lente e outras esoligação PSD/PP? e m b a i xo , n a s f r e g u e escolar com poliva candidatou pela c b ra n co s n ã o e s t ã o c á he Casteução do número de os pelo PS. Saí na l d e f u s ã o , a g ra d a - l truturas. Com a red Fui quatro mandat n o c e n á r i o p rováve ica uma ampliação. ões com o MAF. s i v i d s a d ? a e i c m n o alunos, não se justif ê d u seq l õ e s e pe emos no nsferir o 1º ciclo nesse ano, Mogege essa discussão. Sab A hipótese de tra Não deixei o PS e Não contribuo para m Joane scolar de Joane timo da Câmara de n o s f a m i l i a r i z a m o s co para o Centro E não recebeu um cên entanto que sempre cada? es. Fui fiel ao PS, t e l õ e s o u Pe d o m e . chegou a ser colo Agostinho Fernand e n ã o t a n t o co m C a s antiga da turo isso não venha seria não ficar com a passar pela ideia Não digo que num fu achei que o correcto a solução não podi momento a questão caram o partido e a pe l e ? a acontecer mas neste aqueles que prejudi a s s o c i a ç ã o va l e d o ca foi exe está acertado é a ei o processo e nun não se coloca. O qu minha freguesia. Não fui eu que lider eiros, porque é que o o primeiro ciclo e daria um bom candidato em sequer aos parc concentração de tod n , Machado o d Sá a c i l p sociação s . a e t do Mon alicão? t av e l m e n t e , c a i u . A pré-escolar na Boca à Câmara de Fam e s s e p ro j e c t o , l a m e n ita força ambicionou mas or isso não me proestas localidades mu Qual a obra que Não estou no PS e p de freguesias daria a malicão. guir concretizar? d e G u i m a r ã e s e d e Fa que não vai conse nuncio sobre isso. perante as Câmaras sta, foi parque desportivo “sucessor”? liderava , ao que con A transferência do Quem será o seu Mas na altura , quem por isso to da escola Boca do guesias nem nós ra i s t o s e j a o f i c i o s o e da ADERM para jun om a fusão de fre m a n d a d o c a l a r, e m b o c e s s o p a ro u . tizar-se. A ideia C ntecer. Em e o ro r c c p a n o á o r c e i s m o o e d ç u a ra t d b r o a s t m o o e u t c Mon sabemos é q u e s e b a i xo dades, e zona de lazer e um pessoas com capaci passa por criar uma acordo Mogege há r e v a h e . d o g á i r e m T o c . o o v ã i t polidesport algumas delas es Paróquia (dona do entre clube, Junta e

Luís Pereira

O

joaquim forte

Os nossos votos 1 - Não há como a quadra natalícia para despertar o discurso da solidariedade e da esperança. É de bom tom desejar Boas Festas, mes mo que tais votos surjam lado a lado com o discurso, interno e externo, de que o que mais temos, os portugueses, é festa em de trimento de trabalho e empenho! Esta postura para a solidariedade não devia ser apenas um “número habitual” do Natal, findo o qual os “actores” voltam à sua vida normal; e não deve confundir-se com “caridadezinha”, espécie de “sop a dos pobres”a que recorre quem está à margem da “sociedade ”. 2 - Vamos então à solidariedade: em Ver mil, um grupo de pessoas não agrupadas em nenhuma instituição ou irmandade, de cidiu passar do discurso à acção e assim mudar a vida de um vermilense em dificu dades e sem casa. Uma arranjou um quarto, outras deram o fogão, as loiças e as toalhas e outra contribuiu com a banca da cozinha.

Um bom exemplo e característico de meios mais pequenos, onde os sinais de pobrez a que crescem - são muitas vezes minorados pelas redes de entreajuda de vizinhos e co nhecidos (às vezes mais do que os próprios familiares). 3 - Que crescem os sinais de pobreza é uma evidência. E as medidas de austeridade, defendidas e aplicadas por teóricos pouco atreitos a lógicas sociais, vão agravar ainda mais a situação. Não admira, por isso, que em Ronfe (mas podia ser em Joane ou noutra freguesia qualquer) a Loja Social lançada pela Junta para ajudar pessoas de corda na garganta tenha cada vez mais visitas. Ali encontram a roupa, o calçado e outros bens que o sub sídio de férias ou os magros salários não conseguem comprar. 4 - “Despedimentos a torto e a direito”; “Despedir fica ainda mais barato”; “Indemnizações vão diminuir até 70 por cento

PAG. 26 | ENTREVISTA Manuel Pimenta, presidente da Junta de Mogege, critica a fusão de freguesias e anuncia centralização de todo o ensino na escola Boca do Monte.

face às leis actuais”; “Aumentos das taxas moderadoras na saúde”... Estes são títulos de notícias de jornais de um único dia desta semana. Espelham, dirá o leitor, o estado débil do País. Fazem meditar no rumo que ele segue. Atrevemo-nos, ainda assim, a desejar que as coisas comecem a melhorar. 5 - Esta edição assinala o Natal e é, também, a última deste ano. Uma edição com 32 páginas, 16 delas a cores. Manda a tradição que se expresse votos de Boas Festas e que se deseje um bom ano novo. Para muitos dos nossos leitores, o melhor que se poderá desejar é que 2012 não seja pior que este que agora termina. Pela parte do RL, espera-se que o novo ano seja o início de um novo ciclo, com novo alento, e que haja sempre capacidade para lutar contra as adversidades que atingem a imprensa local. Aos leitores, colaboradores e anunciantes, votos de Boas Festas da equipa do RL.

cartoon rl

protagonistas

tiago mendes (tiag0_mendez@hotmail.com)

sérgio ferreira Aos 21 anos, é uma das “estrelas” do teatro da região. Ligado à ATC de Joane e à AMVE de Vermoim, Sérgio Ferreira já fez cinema e prepara-se agora para o mundo da televisão. manuel pimenta Frontalmente contra a fusão de freguesias (“não vai resolver os problemas das pessoas”), o autarca de Mogege diz que a freguesia tem sido bem tratada pela Câmara de Famalicão. carlos coelho Pouco “frequentador” dos jornais, Carlos Coelho, eleito do PS na Assembleia de Freguesia de Pousada de Saramagos, revela uma postura de diálogo com o Executivo PSD. “ Tem respeito pelo nosso trabalho”, diz o eleito. junta de freguesia de oleiros Numa altura em que se fala em acabar com freguesias, a Junta de Oleiros mostra como se pode estar perto dos cidadãos: criou um serviço de babysiter para cuidar das crianças da escola local e descansar os pais.

LO JA S O C I A L D E RO N F E

Aberta há pouco mais de um ano, a Loja S ocial de Ronfe tem sido de t a l f o r m a p ro c u ra d a , t a n t o p e l o s fregueses locais como das fregue sias vizinhas, que muitas vezes a a u t a r q u i a , e n t i d a d e g e s t o ra , n ã o tem “mãos a medir ” para satisfazer tantas necessidades. O desemprego que assola a região e os salários baixos le vam cada vez mais gente a procurar a juda naquele espaço.

Repórter Local | Propriedade e Editor - Tamanho das Palavras, Lda, Rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão Telefone 252 099 279 E-mail geral@reporterlocal.com Membros detentores com mais de 10 % capital Joaquim Forte e Luís Pereira Director Joaquim Forte ( joaquimforte@reporterlocal.com) | Redacção Luís Pereira (luispereira@reporterlocal.com) | Paginação Filipa Maia | Colaboradores Ana Margarida Cardoso; Analisa Neto; Custódio Oliveira; Elisa Ribeiro; Fernando Castro Martins; João Monteiro; Luís Santos; Miguel Azevedo; Luciano Silva; Sérgio Cortinhas | Impressão Gráfica Diário do Minho | Tiragem 4000 ex. | Jornal de distribuição gratuita | Distribuição: Alberto Fernandes | Registo ICS 122048 | NIPC 508 419 514


6 DEZEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

MOGEGe | DISTRIBUIÇÃO DE PRENDAS A Associação Desportiva Carril de Mogege promove no dia 24 de Dezembro, a distribuição de brinquedos e guloseimas a todas as crianças da freguesia. Os Pais Natal saem da sede da associação pelas 13:30 horas, percorrendo todas as ruas da freguesia.

DÁ QUE PENSAR!

Fórum

Milhares de euros em obras de arte para decorar tribunal

Menino de 12 anos recebe medalha por salvar a mãe

O ex-administrador do Supremo Tribunal de Justiça Ricardo Campos Cunha garantiu em tribunal que quase todos os juízes conselheiros “pediram carro com motorista para baptizados e casamentos”. Ele é acusado de ter lesado o Estado em 344 mil euros, na compra de obras de arte, entre 2005 e 2006. Ricardo Campos Cunha explicou que as obras eram compradas através de uma loja de Guimarães, da qual ele e os pais são clientes, e que ganhou o concurso público para o fornecimento de material decorativo.

Um menino de 12 anos recebeu a medalha de “Cidadão exemplar” do INEM por ter contribuído para salvar a vida da mãe através de um telefonema para o 112. Às 00.41 horas do dia 8 de Maio, Luís Rodrigues apercebeu-se que a mãe, diabética e dependente de insulina, estava a ter uma crise de hipoglicémia (baixa de açúcar no sangue) durante o sono. Ainda tentou dar-lhe uma papa de açúcar mas, face à inércia da mãe, percebeu que o mais acertado seria chamar o INEM. O telefonema para o 112 salvou a vida da mãe.

Fo n t e : CO R R E I O DA M A NHÃ

o que se diz “Sem pressas, Nuno Melo continua a fazer o caminho que o há-de levar à liderança do CDS. Só não se entende porque tem ele necessidade de continuar a presidir à Assembleia Municipal de Famalicão, a cujas sessões volta e meia tem de faltar. Aliás, essa sua ligação à terra onde nasceu (e berço da sua carreira política) é reiteradamente esquecida nas entrevistas e declarações que faz. Será que a escada famalicense se tornou incómoda e já não chega para (o) lançar a objectivos mais altos?”. Carlos Sousa, blogue d´O Povo Famalicense

“Ministro Pedro Mota Soares elogia obra social em Famalicão”. Título jornal Correio do Minho

“Pena suspensa para condutor que matou mãe e filho, na Via Inter-Municipal”.

Fo n t e : J N

Título Opinião Pública

DIAS DE ONTEM

Se tiver fotografias que mostrem aspectos que já desapareceram ou efeitos das alterações na paisagem da sua terra , e se as quiser partilhar com os leitores, envie por mail , geral@reporterlocal .com, ou por correio.

“Ex-mulher de empresário de Famalicão disse em tribunal que orgias com Castelo Branco foram forçadas”. VERMIL , JUNHO 1999 O dia era de eleições para o Parlamento Europeu. A fregue sia de Vermil foi notícia a nível nacional por causa da ameaça de boicote. A população protestou desta forma contra a polémica gerada pela construção dos passeios de uma urbanização q u e , a l e g a d a m e n t e , i nva d i u a via pública . O certo é que o protesto le vou a q u e o ve r ea d o r r e s p o n s áve l pelo Planeamento e Gestão U r b a n í s t i c a n a C â m a ra M u n i cipal de Guimarães anunciasse a intenção de “reapreciar o processo”.

Correio da Manhã

«Há direitos de trabalho que têm um claro prazo de validade a expirar e os dias contados». O alerta foi feito por Miguel Costa, director da delegação de Guimarães da Autoridade para as Condições do Trabalho”. Diário do Minho

“Despedimentos a torto e a direito. Em 2012, indemnizações passam de 20 para 8 a 12 dias por ano”. Título do JN

“Portugueses vão trabalhar 315,7 milhões de horas grátis”. Título jornal Destak

“Governo quer eliminar os três dias de férias suplementares”. Título jornal Público

“Passos Coelho sugere a emigração a professores desempregados”. Título jornal Público

ReguiLa natal menos iluminado No Natal, as localidades com certa expressão costumam assinalar a quadra com iluminação. É como se as luzes também ajudassem as pessoas a ficarem mais animadas e imbuídas do espírito natalício. Uma iluminação festiva na principal entrada de Joane ajuda a dinamizar a vila. Se em anos anteriores as iluminações já deixavam a desejar, este ano a solução adoptada é ainda mais reveladora do período de contenção que atravessamos. Os joanenses e os visitantes da vila talvez percebam que não se gaste tanto dinheiro em iluminações, mas que a entrada da vila fica (ainda) mais na penumbra, isso fica!

“Bruxelas (Comissão Europeia) contraria Passos no apelo à emigração”. Diário Económico

“O eurodeputado do PSD Paulo Rangel sugeriu a criação de uma agência nacional para ajudar os portugueses que queiram emigrar, considerando que essa pode ser uma “segunda solução” para quem não encontra trabalho em Portugal”. Jornal de Notícias

“Cavaco diz que portugueses tiveram “vida fácil” com o euro”. Público


REPÓRTER LOCAL • DEZEMBRO DE 2011 • 7

LOCALIDADES

da região para o mundo FEVEREIRO 2011 | O RL destacou casos de jovens da região que tiveram que emigrar em busca de nova vida.

OLEIROS • AUTARQUIA

Junta toma conta de crianças para facilitar a vida aos pais Funcionária faz de babysiter das crianças da escola antes e depois das aulas para facilitar a vida aos pais

N

a freguesia de Oleiros, os pais das crianças que frequentam a escola local têm agora com quem deixar os seus filhos depois do horário escolar. Preocupada com a ameaça do fecho da escola, que empurrará a pequena localidadepara uma maior desertificação, a Junta de Oleiros tem usado a criatividade para evitar o encerramento. Agora, todos os pais que estejam em horário de trabalho quando as aulas terminam e não tenham com quem deixar os seus filhos, podem ter o problema resolvido: a autarquia contratou uma funcionária que acolhe e toma conta das crianças antes e depois do horário escolar. “Os pais não vão deixar as crian-

ças ao portão da escola até que as aulas comecem. Agora, podem deixá-las na sede de Junta. Todos os dias há lá alguém para tomar conta delas até a escola abrir e depois das aulas voltam para lá até os pais chegarem do trabalho”, explica Joaquim Pereira, presidente da autarquia. A medida foi adoptada para fazer face à falta de respostas de locais na zona, como centros sociais e ATL, e é também uma das formas de tentar fixar as poucas crianças da freguesia na escola. A Junta de Freguesia suporta o pagamento do valor simbólico da funcionária (uma desempregada) e não cobra qualquer mensalidade aos pais que necessitarem deste serviço. Quase metade dos pais das cerca de 20 crianças que frequentam a escola de Oleiros aderiu a este serviço da autarquia. PUBLICIDADE

Luís Pereira


8 DEZEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

localidades

VERMIL | EXPOSIÇÃO DE DESENHOS Os desenhos de Natal feitos pelas crianças que frequentam o Jardim de Infância de Vermil estão expostos na pastelaria Vila Belmir, junto à sede de Junta. Desafiados pelas educadoras, os mais pequenos passaram os últimos dias a representar em papel a visão que têm do Natal. O resultado pode ser visto por toda a população.

VERMIL joane•| política cultura

Faltas do eleito do PP julgadas no Tribunal Administrativo de Braga Luís Pereira

O

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caso das faltas de Filipe Machado, eleito do PP, das sessões da Assembleia de Freguesia de Vermil, começou a ser julgado. A fase de inquirição decorreu no passado dia 16 no Tribunal Administrativo e Fiscal de B raga (TAF). Segundo apurou o RL, às perguntas do juiz, do procurador e do próprio Filipe Machado (presente na qualidade de réu e advogado), responderam vários eleitos daquele órgão autárquico. Arrolados como testemunha por Filipe Machado, prestaram declarações o eleito do PS Domingos Barros e a segunda secretária da AF, Joana Vid al. O primeiro secretário, Rui Mota e o presidente do órgão, João Pinto, foram também ouvidos. Apesar de arrolado como testemunha, Marçal Mendes, secretário da Junta, acabou por não prestar declarações, já que Filipe Machado prescindiu de o interrogar. Em causa estão ausências de Filipe Ma chado das Assembleias de Freguesia. O eleito baseia a sua defesa, sobretudo, em correspondência electrónica que alega ter enviado para a Junta, procurando comprovar que justificou desta forma as faltas. Opinião contrária tem o Ministério Público, que procura provar a invalidade das justifica ções ou a falta delas. Após a inquirição, segue-se a fase das alegações, num prazo máximo de cinco dias, sendo previsível uma decisão no início do próximo ano. No limite, Filipe Machado poderá perder o mandato para que foi eleito nas últimas eleições autárquicas.

Decisão judicial deverá ser tomada no início de 2012. No limite, Filipe Machado (na foto) poderá perder o mandato para que foi eleito nas últimas eleições autárquicas

RONFE recolha de bens alimentares para o natal, organizada pela junta, ficou abaixo do esperado

A recolha de bens alimentares junto do comércio tradicional de Ronfe, le vada a cabo pela Junta de Freguesia , f icou aquém do esperado. Nos últimos anos, a autarquia tem promovido a recolha de bens para elaborar cabazes de Na tal que são distribuídos pelas famílias mais carenciadas. Este ano a recolha decorreu no passado dia 10 e registou-se uma diminuição de bens entregues. “Em contraste com a diminuição na entrega , há um aumento na procura”, re vela Daniel Rodrigues, presidente da Junta . O ano passado a autarquia conseguiu fazer cerca de 50 cabazes. Este ano os responsáveis vão tentar que esse nú mero seja mantido recorrendo a recursos f inanceiros da Junta . “Estamos preocupados porque porque não vamos conseguir chegar a todas as famílias. A Junta vai fazer um esforço para compor os cabazes para a judar as famílias que estão referenciadas pela acção social de Ronfe”, esclarece o autarca .


REPÓRTER LOCAL • DEZEMBRO DE 2011 • 9

a culpa é de fernando moniz MARÇO 2011 | Na entrevista ao RL, Nuno Melo, acusa Fernando Moniz de ser responsável pelos “atropelos urbanísticos em Joane”.

LOCALIDADES VERMIL • polÍCIA

Arte sacra e objectos em ouro “voaram” da igreja paroquial Assalto do dia 18 à igreja de Vermil provocou prejuízos de milhares de euros. PJ está a investigar o caso Luís Pereira

O

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s assaltantes c o n h e c i a m b e m a n o s s a igreja”. A certeza do pároco de Vermil no rescaldo do assalto à igreja paroquial é fundamentada em pormenores. “Só levaram peças de valor. Sabiam bem quais as imagens seculares, foram cuidadosos, não estragaram nada. Imagens e objectos que tiveram de deslocar de sítio, para chegarem ao que queriam, estão intactos”, revelou o padre José Castro ao RL. O assalto ocorreu na madrugada do dia 18. A arte sacra furtada representa um prejuízo de milhares de euros para a paróquia. Segundo o pároco, o assalto terá ocorrido a partir das três horas, uma vez que até a essa hora ainda se encontravam pessoas junto à igreja por causa da festa de Natal que decorreu no salão paroquial. “Entraram pela sacristia sem derrubar a porta. Foram habilidosos porque sabiam bem que a única forma de entrar era por ali, e só derrubando o canhão poderiam entrar. Foi o que fizeram”, contou o sacerdote. A cruz paroquial com 2,5 quilos de ouro maciço, vasos e cálices em ouro, as imagens do Coração de Maria e de S. Sebastião, oriundos da igreja antiga, são exemplos de objectos furtados. Dos mais recentes, apenas levaram as quatro lanternas usadas nas procissões - pormenor que deixa perplexo o pároco e aumenta a sua certeza quanto ao conhecimento que os assaltantes teriam dos cantos da igreja. “Grande parte do que levaram foi da sacristia. Da igreja apenas levaram os cálices do sacrário. Mas andaram por toda a igreja porque há sinais da presença deles junto à fonte baptismal”, descreveu. O que mais chocou o pároco foi deparar com as hóstias espalhadas pela sacristia. “Doeu-

me bastante esta insensibilidade. Algumas partículas que levaram estavam consagradas”, lamentou. Celeste Gonçalves, a zeladora da igreja, foi a primeira pessoa a deparar-se, por volta das 7:20 horas, com o cenário deixado pelos assaltantes. “Nem sei explicar como me senti quando abri a porta. É muito triste”, disse a zeladora. Chamada ao local, a GNR de S. Torcato comunicou o caso à Polícia Judiciária do Porto. Dois inspectores estiveram no local até ao final da manhã a recolher indícios para investigação.

M I S SA CO M CO N TO R N O S F Ú N E B R E S .

A notícia do assalto espalhou-se pela freguesia. No domingo, a missa decorreu em ambiente de consternação. “Parecia uma missa fúnebre. Começou mais tarde por causa da presença da PJ. Fiz um relatório do que se tinha passado. Do altar vi gente a chorar. Nem se cantou. Os mais antigos são os que ficam mais desolados porque o que foi roubado já vem da igreja antiga e tem um significado muito grande para eles”, referiu o pároco.


10 DEZEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

LOCALIDADES

AIRÃO S. JOÃO | PEQUENo-almoço de natal A “República dos Tesos” promove o “Pequeno-almoço de Natal” com objectivo de reunir a comunidade de Airão S. João. Os populares são desafiados a trazerem doçaria e petiscos para partilharem na sede da “República”. Além desta iniciativa, a República recolheu nos últimos dias alimentos para distribuir pelos mais necessitados e construiu o presépio comunitário.

VERMIL | ASSEMBLEIA

Presidente da Assembleia convidado a demitir-se Depois das críticas de Filipe Machado (PP), Marçal Mendes, secretário da Junta, diz ter aconselhado demissão de João Pinto Luís Pereira

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arçal Mendes, secretário da Junta de Freguesia de Vermil, aconselhou o presidente da Assembleia, João Pinto, a demitir-se do cargo. A revelação foi feita na última Assembleia de Freguesia, no passado domingo, depois de o assu nto ter sido focado por Filipe Machado. O eleito do PP considerou “penoso” o desempenho do presidente da quele órgão, eleito pelo PSD. “Se são amigos dele, como dizem, façam-no ver que tem sido alvo de chacota há muito tempo, mesmo pelas pessoas da vossa lista”, disse Machado. As declarações foram feitas na sequência do depoimento de Filipe Machado em tribunal, no âmbito do processo das suas faltas das sessões. “Mete pena ver que o presidente da Assembleia assegura em tribunal ter assinado um e-mail de esferográfica”, lamentou Filipe Machado, recebendo a concordância de Marçal Mendes. “Já desafiei o senhor Pinto a demitir-se das suas funções”, disse o secretário do Executivo. A Assembleia foi marcada pelo rescaldo do processo que envolve Filipe Machado. “Não é inventando histórias e colocando acções em tribunal que me tiram daqui”, assegurou o eleito. A acta da Assembleia em que Armando Vidal, presidente da Junta, admitiu a participação da empresa de que é sócio gerente na obra da Casa Mortuária, foi contestada pela oposição. Para evitar dúvidas, Marçal Mendes propôs a gravação das sessões, mas a proposta não mereceu acolhimento. Sobre a Casa Mortuária, Domingos Barros, do PS, solicitou cópia do cheque de 10 mil euros passado à empresa responsável pela empreitada bem como a acta da reunião do

Filipe Machado, eleito do PP, considerou “penoso” o desempenho do presidente da Assembleia, eleito pelo PSD. “Já desafiei o senhor Pinto a demitir-se das suas funções”, disse o secretário do Executivo.

Executivo em que a mesma foi adjudicada. O PS questionou ainda sobre a venda de sep u l t u ra s n o c e m i t é ri o , a l e g a n d o qu e a Ju n t a terá cometido erros na venda feita ao antigo presidente da Junta Josias Carvalho. Domingos Barros admitiu que terá sido vendida a mesma parcela de terreno duas vezes. Armando Vidal assegurou que todo o proces so foi “transparente” e que “a Junta loteou correctamente o terreno e o senhor Josias teve exactamente aquilo que está registado na Junta: três sepulturas, cada uma com dois metros quadrados”.


REPÓRTER LOCAL • DEZEMBRO DE 2011 • 11

dois rostos

LOCALIDADES

ABRIL 2011 | Mariana Amaro, investigadora, e Sá Machado, presidente da Junta.

RONFE | SOCIAL

Centro Social arrancou Obra adjudicada por cerca de 2,3 milhões de euros deve ficar pronta em 2013 Luís Pereira

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Guimarães, o pároco local já recebeu garantias de apoio, desconhecendo-se por agora o montante que será atribuído. Para já, o Município tem colaborado com a paróquia através da redução de 50 por cento dos valores pagos em taxas e licenciamentos. “Face à situação actual do país, estou preocupado mas ao mesmo tempo tenho confiança de que tudo irá acabar por se conseguir”, disse o sacerdote. A empresa de construção tem 10 meses para entregar a obra. No entanto, João Silva diz que apenas inaugura o equipamento quando tiver todas as licenças e mobiliário. Por essa razão, o mais provável é que o novo Centro Social de Ronfe abra as portas no início de 2013.

mais de 60 idosos no convívio de natal organizado pela junta

Mais de 60 reformados e pré-reformados da freguesia de Oleiros juntaramse num almoço-convívio, no passado domingo, dia 18, organizado pea Junta local. “Isto vem no seguimento do que fazemos com o magusto e o passeio da freguesia . Existem pessoas da mesma freguesia q u e p a s s a m m e s e s s e m s e ve r e m e e s t a é uma forma de se juntarem”, disse, ao RL , Joaquim Pereira , presidente da Junta de Oleiros. Este ano o almoço teve menos pessoas à mesa fruto das dificuldades de mobilidade de alguns idosos. Trata-se de uma i n i c i a t i va q u e c u s t a c e r c a d e m i l e u ro s aos cofres da Junta de Freguesia , mas o a u t a r c a l o c a l g a ra n t e q u e é “d i n h e i ro bem investido”. “Um bom trabalho de uma Junta não passa só por fazer pavimentos e alargamentos de ruas. Este é um investimento responsável e que aposta na sã convivência da população”, argumentou Joaquim Pereira . Depois do almoço, a tarde foi preenchida por música , que tirou das cadeiras mui tos reformados que não resistiram a um pezinho de dança .

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construção do novo Centro Social e Paroquial de Ronfe começou nos primeiros dias de Dezembro, um ano depois da data inicialmente prevista. Nesta primeira fase, foram demolidas as antigas bancadas do campo de futebol e o café. O atraso radica no processo de adjudicação, já que uma das empresas concorrentes recorreu do resultado do primeiro concurso público. A obra acabou por ser adjudicada à empresa Gabriel Couto por cerca de 2,3 milhões de euros. “É o culminar de um processo que demorou anos e é com alívio que a vejo no terreno”, confessou, ao RL, o pároco

local, João Silva. O edifício que vai ficar implantado junto à avenida principal da vila permitirá à paróquia a ampliação da creche - que passará a ter capacidade para 66 crianças; actualmente é de 27. O projecto contempla ainda três salas para o ensino pré-escolar. É nas res postas aos idosos que reside a principal necessidade da vila. Com o Centro Social pronto, Ronfe passará a ter um lar de idosos com capacidade de resposta para 39 utentes. O centro é financiado em 70 por cento por programas comunitários. Para obter o restante financiamento a paróquia recorreu a empréstimos bancários na ordem dos 600 mil euros. Da Câmara Municipal de

OLEIROS

Boas Festas


12 DEZEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

LOCALIDADES

FAMALICÃO | prémio nacional de construção O Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana distinguiu a Câmara de Famalicão com o Prémio Construção 2011. O prémio distinguiu a Urbanização das Bétulas que permitiu o realojamento de 30 famílias ciganas que durante anos ocuparam as barracas junto à estação de comboios.

RONFE | ASSEMBLEIA

Piscinas em banho maria Câmara de Guimarães vai construir Centro Escolar e, alegando dificuldades, coloca piscinas em segundo plano. Luís Pereira

A

s piscinas de Ronfe já não vão ser uma realidade pelo menos por agora. O recuo da Câmara de Guimarães ficou subentendido nas afirmações dos eleitos do PS na última Assembleia de Freguesia, no passado dia 11. “A Câmara confirmou-nos a intenção de construir o Centro Escolar, tendo dúvidas quanto à necessidade de uma piscina em Ronfe”, afirmou Manuel Azevedo, do PS. Juntamente com o Centro Escolar, a piscina foi uma das promessas do PS em 2009. “Espero que as pessoas que na altura vieram cá mostrar o projecto e vender ilusões venham agora explicar à população os motivos deste recuo. As de Serzedelo e Moreira avançaram e, como custaram muito mais do que o previsto, não houve dinheiro para fazer a de Ronfe”, afirmou Daniel Rodrigues, presidente da Junta. O autarca referiu que, em privado,

terá mostrado ao vereador Domingos Bragança compreensão face a um eventual recuo da Câmara. “Numa vila que tem ruas sem ilu minação pública, as prioridades devem ser outras, até porque há três freguesias vizinhas (Joane, Airão e Brito) que oferecem piscinas”, acrescentou. A notícia foi recebida sem surpre sas. De forma unânime, os eleitos

“Não é de piscinas que Ronfe precisa, mas também não precisa que venham para aqui vender ilusões”, disse Fátima Mendes, da CDU. pvp e

concordaram que a piscina não é um equipamento prioritário para Ronfe. “Sempre achei a ideia descabida. Não é isso que Ronfe precisa. Mas também não precisa que venham para aqui vender ilusões”, disse Fátima Mendes, da CDU. O encontro serviu ainda para votar o Orçamento de cerca de 150 mil euros para 2012 - aprovado pela maioria PSD, com abstenção do PS e CDU. ”Não estamos em tempo de grandes obras, as verbas do Fundo de Financiamento das Freguesias baixaram e os 30 mil euros que a Câmara dá são insuficientes. O próximo ano será para intervir no essencial”, justificou Daniel Rodrigues. Para Fernando Abreu, do PS, o Orçamento é a repetição do anterior. “Há 10 anos que a Junta insiste em reclamar da Câmara mas será que tem sabido pedir obra? Está na hora de dar as mãos. Digam o que precisam, marquem hora e dia e nós vamos à Câmara

convosco. Mas levem projectos, caso contrário, não valerá a pena”, disponibilizou-se o eleito. Já para Fátima Mendes o documento espelha a falta de rumo da Junta. “Andamos sempre nisto das boas intenções, no fim não se faz quase nada”. Na reunião, Daniel Rodrigues mostrou preocupação com a verba inscrita no orçamento da Câmara para o Centro Escolar, 500 mil euros, e criticou o corte na iluminação pública. “Aquilo que a Câmara poupa em Ronfe, gasta na iluminação da entrada de Guimarães. Aos parolos das aldeias corta-se a luz para que os meninos da cidade possam tê-la”, acusou o autarca. No final da sessão, alguns populares lembraram a degradação do piso da Rua da Gandra. Depois do protesto da plantação de couves nos buracos, a Câmara interveio na via, mas os populares consideram que não foi eficaz, uma vez que o piso já se encontra novamente degradado.


REPÓRTER LOCAL • DEZEMBRO DE 2011 • 13

o sorriso de cristiana

Dezembro

MAIO 2011 | Sorriso aberto, o de Cristiana Marques, de Airão Santa Maria, craque no Boccia.

joane • reportagem

A arte de “Zé Aleijadinho” Devido a uma meningite, José Marques só se consegue deslocar com ajuda dos braços e das mãos, mas percebe de tudo um pouco. O trabalho artesanal em madeira é o seu forte. Luís Pereira | Texto e Foto

D

evido a uma meningite detectada aos 13 meses de idade, José Marques, joanense de 61 anos, só se move com a força dos braços e das mãos colocados debaixo dos pés. O problema físico que tem nunca foi, contudo, impedimento para o trabalho. Nos lugares das Fontes e da Torre todos o conhecem pelas habilidades e polivalências de que está dotado. O “Zé Aleijadinho”, como carinhosamente é tratado, percebe de tudo um pouco mas o trabalho artesanal em madeira é o seu forte. Exemplo de superação, José Marques já trabalhou em construção civil e a casa onde vive e outras duas habitações vizinhas, pertencentes à família, foram erguidas com a ajuda do seu esforço e trabalho. “A doença nunca me impediu de trabalhar e ainda hoje faço de tudo. A casa onde vivo e as dos meus irmãos foram, de início ao fim, feitas por mim e por eles os dois”, confirma. Não há quem, por aquelas bandas, não conheça o “estaminé” de José Marques. Os fundos da casa são, há anos, ocupados pelo serrim que sai da madeira trabalhada para dar forma às mais diversas peças, móveis, restauros e até as conhecidas “alminhas” com as figuras de José, Maria e Jesus. Na oficina não há espaço para grandes maquinarias, tudo é trabalhado à mão. É lá que passa os seus dias, sentado numa velha caixa feita pelo próprio, em frente a uma janela e a uma espécie de balcão roçado de tantos anos de trabalho.

Tempos houve em que a miudagem, com proble mas nas “gingas”, pedia socorro a José Marques, que quase sempre arranjava solução. No campo, nos afazeres agrícolas, também não se furta ao trabalho. “Como nunca fui mimado e sempre precisei, pro curei sempre desenrascar-me. Fiz um bocado de tudo. Agora estou virado para a carpintaria mas já andei nas obras”, diz Marques ao RL. José Marques não é só um homem que espantosa mente consegue executar as mais diversas tarefas apesar das limitações físicas. É conhecido pela habilidade e pela perfeição que emprega no que faz. “Nunca tive quem me dissesse para fazer assim ou assado. Via os outros fazer e tentava fazer igual”, revela. Todos os dias, de manhã à noite, é vê-lo sentado a trabalhar. O seu “ninho” é também ponto de encontro de muitos, sobretudo reformados, que lá se entretêm em amenas cavaqueiras. “As pessoas, quando têm um tempinho, vêm para aqui conversar, a qualquer hora do dia”, conta José Marques, de sorriso sempre aberto, assobio e cantoria suficiente para fazer a sua própria telefonia. O “passa a palavra” tem sido a sua melhor publicidade e à sua oficina chegam pedidos de arranjos até de Vila do Conde. “Nunca me faltou trabalho, pelo contrário, às vezes tenho de rejeitar porque também tenho a minha vida”, finaliza José Marques.



REPÓRTER LOCAL • DEZEMBRO DE 2011 • 15

Um quarto de século JUNHO 2011 | Os 25 anos da elevação de Joane a Vila na primeira página do RL de Junho, e a constatação de que ainda há muito a fazer para ser vila de corpo inteiro.

VERMILENSES UNIRAM-SE PARA ARRANJAR CASA A JOÃO SILVA . ESTAVA A UM MÊS DE FICAR SEM TECTO E NÃO TINHA SOLUÇÃO NEM CAPACIDADE PARA , SOZINHO, ARRANJAR UMA CASA

Em Vermil,

solidariedade não é palavra oca Luís Pereira | Texto e Foto

Graças à solidariedade de alguns verm i l e n s e s , a v i d a d e Jo ã o S i l va m u d o u de rumo. Com 42 anos, solteiro, viveu durante muito tempo na residência de uma família local. Com a doença dos pais do proprietário da casa , João Silva foi convidado a sair da habitação para ceder o seu quarto ao casal idoso. O pedreiro de profissão é parco em palavras. Habituado a conviver com a solidão do dia-a-dia, é homem que s e a co s t u m o u a o u v i r e o b s e r v a r. N o c a fé d a t e r ra co n q u i s t o u a m i go s p e l o respeito e pela educação no trato. Por estes dias, João Silva calava fundo o desespero em que se encontrava . E s t ava a u m m ê s d e f i c a r s e m t e c t o e não tinha soluções nem capacidade p a r a , s o z i n h o , c o n s t r u i r u m l a r. O s convivas do café de todos os dias perceberam-lhe a agitação. Depois de se inteirarem da situação, um grupo de pessoas organizou-se em seu auxílio. “O Moisés ajudou-me muito e depois h o u v e u m a s e n h o ra q u e m e a r ra n j o u um quarto, outras deram-me o fogão, as loiças e toalhas. O Artur Cunha ofereceu-me a banca da cozinha”, conta João Silva . Um grupo de pessoas acabou por se mobilizar em torno da causa . Conseguida a casa arrendada , as “ tarefas” foram distribuídas. Enquanto uns tratavam das burocracias em Guimarães, como a luz e água , outros empenhavam-se no mobiliário e pichelaria para o novo lar. Moisés Silva foi um dos voluntários mais activos. Diz que a decisão de ajudar p a s s o u p o r co n s i d e ra r o co n t e r râ n e o um “ tipo f ixe que precisava de a juda”.

“O homem andava por aí preocupado. Juntaram-se algumas pessoas, cada uma contribuiu como pôde e conseguimos q u e o Jo ã o t i ve s s e u m a c a s a e co n d i ções mínimas para morar. Toda a gente colaborou e pôs tudo a funcionar”, explica Moisés Silva . A ajuda não esmoreceu e ainda hoje, já com João instalado no lar, continua . É que, apesar de solteiro, na realidade n u n c a Jo ã o S i l va v i ve u r e a l m e n t e s o zinho. Sempre te ve quem cozinhasse, lavasse a loiça e tratasse da roupa . Aos 42 anos teve que aprender tudo isso. Nesta fase inicial, os voluntários co n t i n u a m a p r e s t a r - l h e a u x í l i o . S ã o eles que, à medida da disponibilidade, se deslocam a casa para auxiliar em algumas tarefas. “A casa é antiga mas sinto-me bem. Só cozinhei na tropa , agora tive de voltar a aprender. As pessoas ajudam-me como p o d e m e e u a g r a d e ç o - l h e s . Fa l t a - m e agora um guarda-fatos”, confessa, agradecendo a a juda dos populares. A sua missão passa agora por adquirir ro t i n a s n ova s . D i z q u e n e m s e m p r e é f á c i l l i d a r co m a s o l i d ã o e h á r e c e i o s que lhe assombram os dias. “É complicado ser sozinho. O meu maior medo é dar-me alguma coisa de noite e não ter quem me acuda. De resto, tento n ã o d a r ra z ã o d e q u e i x a s à s p e s s o a s . Tr a t o b e m t o d o s , p o r o n d e p a s s o , cumprimento sempre”. Este ano, o Natal de João Silva fica marcado pela solidariedade que lhe permitiu aliviar um peso. Vai consoar com uma irmã, na esperança de dias melhores. “É uma noite especial e diferente. É pena que seja só uma vez por ano”, remata .


16 DEZEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

Sérgio ferreira 21 anos. Natural de Vermoim Despertou para o teatro aos 10 anos Faz teatro na ATC e na AMVE. Já fez cinema e o próximo passo será a televisão.

BI SÉRGIO FERREIRA

“quero chegar à televisão e ficar” Luís Pereira

É impossível ficar indiferente ao talento de Sérgio Ferreira. A carreira de actor deste jovem de Vermoim soma já vários êxitos. Em 2012 a sua carreira poderá passar pela televisão. No cair do pano do Festival de Teatro da ATC, Sérginho, como é conhecido, deu nas vistas com a interpretação de um criado na peça “Zé do Telhado”. E ainda recentemente, em Vermil, fez as delícias do público na pele do anão que subiu ao palco do Festival da Juventude. O seu talento nos palcos pode leválo à TV. Sérgio Ferreira já gravou o “piloto” para uma série que deverá ir para o ar na RTP. “A televisão é um desafio enorme e eu sei que vou lá chegar, mas com muita calma. Quero construir algo sólido, não quero 15 minutos de fama. Pretendo chegar e ficar”, assegura ao RL. O actor de 21 anos está no último ano de Teatro, Encenação e Interpretação na Escola Superior Artística do Porto. Já experimentou cinema,


REPÓRTER LOCAL • DEZEMBRO DE 2011 • 17

JÁ SOMOS 5000!

Página do rl no facebook ultrapassou os 5000 seguidores!

fez publicidade e no passado sábado subiu aos palcos do Teatro Nacional S. João do Porto (“um sonho pisar aquele palco”) com teatro de formas animadas. O teatro surgiu bem cedo na vida de Sérginho. Aos 10 anos desistiu da ideia de ser futebolista, depois de perceber que “Ronaldo só há um”. Despertou para a arte da representação na escola Bernardino Machado, em Joane, ao ouvir o professor António Paiva. “Disseme que eu tinha tudo para ser um grande actor. Aquela sinceridade fez-me pensar. A minha fisionomia ainda hoje me ajuda muito, como tenho uma cara singular consigo ter expressões que fazem rir as pessoas”, descreve. Mas foi na escola secundária de Joane que saltou para a ribalta, pela mão da professora Carmo. Com o grupo de teatro local ganhou prémios e fez workshops em Lisboa. Depois nunca mais parou. Entrou na secção de teatro da Associação Moinho de Vermoim e começou a privar com o teatro profissional da ATC. “A técnica aprende-se, o talento não, nasce com a gente. Não consigo explicar esta paixão, é muito natural. Em casa, a minha mãe diz que eu estou maluco porque passo a vida a falar de maneiras esquisitas. Chego a acordar a meio da noite a testar formas e apontamentos diferentes para a personagem”.

COMO VAI SER O NATAL? CONFRARIA DOS BOMBOS Andreia Campos Vai ser passado no aconchego da familia, A Confraria Bo e mimos. Bom Ano para todos, rodeada de muitosdos doces em especial para o RL. D. Engracia Fernandes Com os filhos e neta. Comemos bacalhau e doces como aí em Portugal. Para o ano vou para a reforma e depois vou fazer uma viagem em barco.

Apesar de fazer drama, é a comédia que lhe assenta como uma luva. “Qualquer actor tem o bichinho de chegar ao palco e partir tudo e eu consigo-o mais facilmente em comédia”, diz o jovem. Sérginho, contudo, assegura que tem “os pés bem assentes no chão” e a noção de que para chegar onde ambiciona o caminho é árduo e exige muito trabalho. “Quero fazer disto a minha vida profissional. Eu sei perfeitamente que se fosse a um casting dos “Morangos com Açucar” ficava e nunca digo que não, mas quero tudo a seu tempo. Há muita gente que faz “Morangos” e depois não faz mais nada e isso não me interessa”, argumenta o jovem actor de Vermoim. Certo de que o seu futuro passará por Lisboa, Sérgio não esquece as raízes e lamenta a falta de cinema em Famalicão. Em relação à região, diz que a ATC de Joane e a AMVE de Vermoim são “escolas de oportunidades”, não só para actores mas para as pessoas da região terem acesso ao teatro. “A ATC é um caso de sucesso. A falta de financiamento trava mais teatro em Joane mas já é bom ter o festival uma vez por ano. Tendo em conta que não estamos em cidades, haver uma ATC e um auditório que, pelo menos durante um período por ano, oferece teatro à região é maravilhoso”, remata o jovem actor.

Dora Fernandes Vou para a minha terra, Mértola (Alentejo). Espero que para o ano encontre trabalho e que, claro, tenha saúde. Bom Natal e Bom Ano Novo para todos. Manuela Alves Peixoto O Natal vai ser junto da famila. Comemos bacalhau e doces, para o ano peço saúde e que a mudança que vou ter no emprego seja apenas pelos seis meses que estão a prometer.

SANTA MARIA O t e a t ro s u r g i u b e m cedo na vida de Sérginho. Depois de perce-

200 no encontro de bombos

ber, como diz , que Ronaldo só há um, aos 10 anos desistiu da ideia de ser futebolista .

Cerca de 200 bombos rufaram no passado sábado, dia 18, em Airão Santa Maria. A quarta edição do encontro da Confraria dos Bombos teve os ingredientes tradicionais, com tocadores da terra e de fora e animação. Segundo André Cunha, da organização, este ano houve “mais tocadores e mais adesão da população”. “No primeiro ano as pessoas da terra tinham uma certa vergonha, mas hoje já participam com naturalidade”, diz. Este ano o encontro contou com o grupo de “Zés Pereiras” de Fafe que deu mais cor e animação ao certame. O encontro acabou por ser mais um número das festas locais (apesar de decorrer à parte do programa oficial de Santa Luzia). Num futuro próximo, a Confraria dos Bombos pretende organizar um encontro nocturno.



REPÓRTER LOCAL • DEZEMBRO DE 2011 • 19

...e de repente, o fogo! JULHO 2011 | Um manto negro de fumo cobriu o monte de S. Miguel e a freguesia de Vermil. O RL esteve lá.

JOANE • reportagem

Há cães com muita sorte! Família de Joane não ficou indiferente a cadela abandonada. E nem mesmo o dinheiro pedido pelo veterinário, 395 euros, a demoveu. Agora, a família Carvalho tem nove crias que procuram novo lar. A mãe, essa, já está adoptada pelos seus salvadores.

Luís Pereira

S

em que nada fizesse prever, de repente, a família Carvalho abriu as portas de casa a mais dez elementos. A história toma significado maior à luz da quadra natalícia. Uma cadela vadia, prenha, rondou durante os últimos dias um conhecido armazém de venda de cereais da Rua do Souto, em Joane. No início do mês, o animal acabou por escolher a entrada do estabelecimento como que para acabar com o sofrimento penoso em que andava. “Várias vezes ao dia ela passava por aqui, até que, há 15 dias, entrou, deitou-se junto do portão e não voltou a levantar-se. Eram evidentes os sinais de dor em que o animal estava”, descreve Jerónimo Carvalho, filho do casal que a cabaria por salvar a cad ela. O frio que nesse dia se fazia sentir aumentou o sentimento de pena da mãe de Jerónimo, D. Ana, que àquela hora se encontrava de serviço. Sem hesitar, cobriu a cadela, com apenas 25

cm de altura, com panos que a agasalharam durante todo o dia em que permaneceu na entrada do armazém. “À noite o meu pai chegou e viram que a cadela continuava em agonia e imóvel. Decidiram então levá-la a um veterinário”, prossegue Jerónimo. O veterinário deu poucas esperanças ao Sr. Carvalho. Disse-lhe que teria de optar: ou abatia o animal ou autorizava a operação para tentar salvar a cadela e as crias que estavam para nascer. “Para abater a cadela o meu pai tinha de pagar 90 euros e para operar o veterinário pediu-lhe 395 euros. Depois de pensar e como o tempo era precioso para o animal o meu pai negociou com o médico. Contou-lhe a história do que se tinha passado e fez-lhe ver que ia fazer um esforço financeiro porque a cadela não era dele e que o médico também deveria fazer a parte dele. A pagar e a pagar, que se tentasse pelo menos salvar o animal.

Conseguiu convencer o veterinário a fazer a operação por 220 euros e até já quer ficar com uma das crias”, narra Jerónimo. O final da história é surpreendente. A cadela salvou-se e nove lindas crias nasceram e ainda hoje permanecem sãs e salvas, fazendo as delícias de toda a família que tem tomado conta dos animais. “Como foi possível uma coisa de 25 cm ter nove crias! Agora a cadela é nossa, já a adoptamos. O animal parecia adivinhar que iriamos acabar por ajudá-la e por isso escolheu aquele sítio para pedir socorro”, relata Jerónimo. A família Carvalho não tem, no entanto, condições para ficar com todas as crias, e apela a quem queira ajudar para entrar em contacto com o armazém dos cereais na Rua do Souto, perto do café Angola. “Só entregaremos as crias a quem nos parecer dar certezas que tomará bem conta delas”, assegura Jerónimo Carvalho.



REPÓRTER LOCAL • DEZEMBRO DE 2011 • 21

CASTELÕES • aTLETismo

S. Silvestre da Juventude com recorde de participantes Prova da ADECA contou com 600 atletas. Melhor resultado da região foi para Jéssica Pontes da EARO de Joane

Luís Pereira

Foram batidos novos recordes de participação na S. Silvestre da Juventude de C aste lões. A prova de atletismo organizada pela Associação Desportiva de Castelões ( ADECA ) realizou-se no passado domingo, dia 18, e contou com mais de 600 atletas nos diversos escalões. O Liberdade Futebol Clube este ve em d esta que ao conquistar o primeiro lugar na prova principal, a dos juvenis, tanto no pódio fe minino como no masculino. Hélder Salazar e Jéssica Lopes foram os atletas autores desta proeza . No mesmo escalão, referência para o tercei ro lugar feminino conquistado por Jéssica Pontes, da Escola de Atletismo Rosa Oli veira (EARO) de Joane. A EARO conquistou ainda a

segunda posição no escalão benjamins A femininos, posição alcançada por Beatriz Fer nandes. Para as freguesias da região f icou também o terceiro lugar feminino da corrida popular, conquistado por Lurdes Pereira da Associação

A organização da S. Silvestre de Castelões já só tem em pensamento a prova do próximo ano, que marcará os 10 anos da iniciativa.

Moinho de Vermoim. A organização assegura terem sido superadas as expectativas para a edição da S. Silvestre deste ano e já só tem em pensamento a prova do próximo ano, que marcará os 10 anos da iniciativa . “No próximo ano teremos de limitar e colocar prazos para inscrições. Queremos fazer uma prova diferente e por isso estamos a pensar em organizar uma prova de cicloturismo no f inal da época desportiva para arranjar fun dos para a S. S ilvestre”, re velou Manuel Ribeiro, director da prova da ADECA . A S . Silvestre da Juventude foi abrilhantada pela presença de Dulce Félix , recentemente consagrada vice-campeã europeia em cortamato, que recebeu muitas solicitações du rante toda a manhã desportiva para exibir a medalha .


22 DEZEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

DESPORTO

airão stª maria | três mil euros para a UDA A Câmara Municipal de Guimarães aprovou, na última reunião de executivo camarário, um subsídio de 3 mil euros para a União Desportiva de Airão. O apoio servirá para suportar parte dos custos que o clube teve com a renovação do piso do campo e a substituição da vedação. No total, as obras custaram cerca de 9 mil euros.

CASTELÕES • FUTEBOL DE SALÃO

Multa paga pela ADECA atribuída à Junta de Castelões Associação de Futebol de Salão Amador de Famalicão entrega verbas de multas a Juntas Luís Pereira

A

Associação de Futebol de S a l ã o A m a d o r d e Fa m a l i cão ( AFSA ) vai entregar o valor das multas pagas pela Associação Desportiva de Castelões e Associação Desportiva d e Pe d o m e à s r e s p e c t i v a s J u n t a s de Freguesia. A decisão foi anunciada em conferência de imprensa e surge na s e q u ê n c i a d o s i n c i d e n t e s o co r r i d o s n a f i n a l d a s u p e r t a ç a co n c e l h i a d a s equipas seniores, disputada entre e s t a s d u a s fo r m a ç õ e s f a m a l i c e n s e s . Dos incidentes resultaram multas aos jogadores e aos clubes; agora , e depois das críticas de que foi alvo, a AFSA decidiu entregar esse d i n h e i ro à s a u t a r q u i a s d e C a s t e l õ e s e Pe d o m e . “A A F S A n ã o f i c a i m u n e d e r e s p o n sabilidades e pretende com isto d e i x a r c l a ro q u e s e p a u t a p o r u m a conduta idónea . Decidimos por isso prescindir das verbas recebidas

por cada uma das colectividades, r e l a t i va s a o s r e fe r i d o s i n c i d e n t e s , e que as mesmas seriam atribuídas às freguesias de origem das Associações envolvidas. Os presidentes de Junta já nos indicaram a quem ou em quê as verbas serão aplicadas”, explicam os responsáveis da AFSA . D e s t a fo r m a , a a s s o c i a ç ã o e n t r e g o u 3 7 5 e u ro s à J u n t a d e F r e g u e s i a d e

Castelões e 310 euros à Junta de F r e g u e s i a d e Pe d o m e . “A p e s a r d e n ã o s e t r a t a r d e v a l o r e s muito expressivos, estamos certos que as referidas quantias serão bem utilizadas pelos beneficiários designados pelos respectivos presidentes de Junta , e que muito beneficiarão quem delas está a necessitar”, diz a AFSA .

Festas Felizes

POUSADA • atletismo

ARPO na S. Silvestre de Castelões A A s s o c i a ç ã o Re c r e a t i va Po u sadense participou domingo, 1 8 d e D e z e m b ro , n a I X S . S i l v e s t r e d a Ju v e n t u d e , r e a l i z a da pela ADECA , na freguesia de Castelões. O c l u b e d e Po u s a d a f e z - s e r e presentar por 24 atletas dos escalões minis (femininos e masculinos), iniciados masculinos e populares. Em minis masculinos, Tiago S i l va , V í t o r C o s t a e Jo ã o S i l va a l c a n ç a ra m o t e r c e i ro l u gar por equipas. Em iniciados m a s c u l i n o s , Ro b e r t o O l i v e i ra , C a r l o s S i l va e Jo ã o C o s t a a l c a n ç a ra m o s é t i m o l u g a r, também por equipas. Po r f i m , n a co r r i d a d e p o p u lares, a ARPO esteve repres e n t a d a p e l o s a t l e t a s Jo a q u i m C o s t a , C a r l o s Fe r r e i ra , Jo s é Pe i xo t o , R a u l C a r va l h o , Jo s é M a g a l h ã e s , Á l va ro S o u s a , A n t ó n i o M a c h a d o , Jo s é M e i ra , R i c a r d o M e i ra , S é r g i o Fe r n a n d e s , F i l i p e S i l va , C a r l o s Simões, Armandino Couto, Jo s é S a n t a n a , M a n u e l A l m e i d a , M a n u e l Pe i xo t o e A n t ó n i o Machado.


REPÓRTER LOCAL • DEZEMBRO DE 2011 • 23

OPINIÃO Os artigos de Opinião são da responsabilidade dos seus autores

opinião

O direito à indignação

Luís Santos

Membro da Junta de Freguesia de Joane - PS

Nesta época em que diariamente somos “bombardeados” com medidas de austeridade. Em que aumentam os preços dos bens de consumo, aumenta a electricidade e o gás, aumenta a água e o IVA, aumenta o desemprego e diminuem os salários, é de inteira sens atez que o dinheiro que existe seja aplicado de forma justa e equitativa. E se deve ser assim nos orçamentos familiares, já nos dinheiros públicos é obrigatório que assim seja. Os dados dos últimos Censos começam a ser divulgados e no concelho de Famalicão várias freguesias perderam habitantes. Outras aumentaram, como foi caso da Vila de Joane, onde a população cresceu 548 pessoas em relação aos últimos censos de 2001. Se retirarmos as freguesias que fazem parte do aglomerado da cidade, Joane foi a segunda freguesia do concelho que mais cresceu em número de habitantes, numa

O silêncio e a aceitação não são por certo a melhor forma de reagir. Os joanenses podem e devem indignar-se.

demonstração clara da fixação em Joane de pessoas vindas de outras freguesias. Aqui encontram uma qualidade de vida superior à que oferecem as terras vizinhas. Mas este crescimento exige investimento. Exige por parte da Câmara Municipal uma visão sobre Joane que se desprenda de jogos políticos e que respeite os seus munícipes como parte integrante de um concelho e não criando divisões com as freguesias que não são da sua cor política. Os critérios de investimento nas freguesias por parte da Câmara, quer directos,

nova sede de junta na freguesia de Esmeriz, num investimento global que não andará longe de um milhão de euros. Não, não me enganei. É mesmo um milhão de euros. Para que saibam Esmeriz tem uma po pulação de 2.200 habitantes, já considerando aqui o resultado dos censos de 2011. Esmeriz tem direito a uma sede de Junta condigna? Claro que sim. Tem necessidade de um investimento desta grandeza? Claro que não. São estes critérios que ninguém entende, ou por outro lado, são facilmente entendidos numa lógica de favorecimento político, ignorando por completo a dimensão e necessidades de outras freguesias. O silêncio e a aceitação não são por certo a melhor forma de rea gir. Os joanenses podem e devem indignar-se. Uma mensagem final de solidariedade e votos de um Feliz Natal para todos os leitores do Repórter Local.

Quem se está a marimbar?

Miguel Azevedo

Membro da Comissão Política do Núcleo de Joane do PSD

O ex-primeiro ministro José Sócrates defendeu numa conferência em Paris que pagar a dívida é uma ideia de criança, que as dívidas dos Estados como Portugal são por definição eternas e que são para se gerir. Simplesmente incrível esta afirmação. José Sócrates foi primeiro ministro de Portugal nos últimos 6 anos e o nosso País endividouse mais nos últimos seis anos que nos anteriores 50. A capacidade para pagar essas dívidas ficou tão comprometida que estamos hoje em 2º lugar entre todos os países do mundo com risco de falência. Mas, admitindo a premissa errada de que a divida é para gerir e não para pagar, como é que se justifica que Sócrates não o tenha feito? Em 2009 a dívid a cresceu 10% do PIB num ano de recessão. Em 2010 cresceu 14% do PIB num ano em que o país cresceu pouco mais de 1%. Que gestão da dívida é esta? Não se pode gerir uma divida ingovernável.

quer através da celebração de protocolos para pequenas obras, atingem contornos escandalosos. Nos últimos dois anos a Câmara de Famalicão chamou todos os presidentes de Junta para anunciar que não iria celebrar parcerias ou protocolos para a realização de obras nas freguesias. Mas depois, “sorrateiramente”, celebra protocolos ou parcerias apenas com as freguesias que lhe convém. Mas gostaria de pegar num exem plo que considero elucidativo dos critérios que movem o executivo da Câmara de Famalicão. A construção da nova sede de Junta em Joane tem sido sistematicamente adiada, por dificuldades financeiras. A solução encontrada para a renovação do antigo quartel da GNR, tem que ser encarada como provisória e disso não abdicará o executivo da Junta de Joane. Mas ao mesmo tempo que alega dificuldades financeiras para investir em Joane, a Câmara constrói uma

Pagar a dívida não tem nada de liberal, ou socialista, ou qualquer outra coisa que tenha a ver com a ideologia política. Pagar a dívida tem a ver simplesmente com o fazer o que está certo, com honrar os compromissos

O Partido Socialista foi pedir, no início do ano, dinheiro para salvar este pais e Portugal ficou a menos de um mês de não ter

dinheiro para pagar salários aos funcionários públicos. Depois do disparate de Sócrates, agora um seu discípulo, o vicepresidente da bancada parlamen tar socialista vem dizer que se está marimbando para o pagamento das nossas dívidas. O vice-presidente acabou por ser amparado por Manuel Alegre que ainda afirmou que “irresponsabilidade é o servilismo”, numa alusão clara ao honrar de compromissos que este governo está a fazer. Estas declarações ilustram muito bem o princípio que orientou as governações do Partido Socialista de José Sócrates nos últimos seis anos, que nos enfiaram no buraco onde o nosso País se encontra actualmente. Pagar a dívida não tem nada de liberal, ou socialista, ou qualquer outra coisa que tenha a ver com a ideologia política. Pagar a dívida tem a ver simplesmente com o fazer o que está certo, com honrar os compromissos. A isto chama-se

agir de boa fé, que é o que falta a muita boa gente. O Partido Socialista apresenta sinais de conturbação. Fraco sinal para o País porque se deixarmos de ter unidade política em torno da austeridade vamos pelo caminho da Grécia. Na Grécia as medidas de austeridade nunca eram aprovadas no seu parlamento. Conclusão, a Grécia não pagou a dívida (aquilo que sugere o destacado socialista) e o resultado é o que se conhece. Não pagar significa a destruição total da credibilidade do País. Não é bom para os portugueses, não é bom para o governo e não é bom para o PS. É bom que os nossos políticos tenham juízo porque o pior de tudo é entrarmos no caminho da Grécia. No actual quadro de crise e de falta de confiança desejo a todos umas Boas Festas e Feliz Ano Novo. Citando o Cardeal Suenens, “a esperança não é um sonho, mas uma maneira de traduzir os sonhos em realidade”, haja esperança.


24 DEZEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

OPINIÃO

era uma vez... AGOSTO 2011 | Cinco escolas “primárias” sem alunos com a abertura do novo Centro Escolar.

A sociedade civil e a política local

Marçal Mendes

Secretário da Junta de Freguesia de Vermil - PSD

Porventura, não saberá o cidadão que as verbas transferidas do Estado para as autarquias locais foram reduzidas a valores próximos dos transferidos há três anos atrás. Significa, pois, que o valor da contribuição fiscal dos cidadãos, recurso legítimo e necessário para o desenvolvimento da freguesia onde habitam, ao invés de reverter para o financiamento direto da respetiva Autarquia, está a ser canalizado para um eventual interesse superior, fundado na calamidade financeira do Estado. Com efeito, as autarquias, por forma a prosseguirem o interesse público local, ficam mais vulneráveis ao arbítrio das transferências municipais e, cumulativamente, terão que proceder ao ajustamento, por excesso, das taxas locais ao custo real dos serviços públicos prestados. Requer-se uma actuação dos poderes públicos que seja mensurável, isto é, que obedeça a um justo equilíbrio entre a exigência pública e o sacrifício da população local.

A criação de órgãos consultivos civis, no âmbito da reorganização administrativa, permitiria à sociedade ter um papel mais activo em políticas de gestão financeira, de educação e de urbanismo, que atualmente estão adstritas ao poder arbitrário dos decisores públicos, alguns não sufragados pela própria comunidade.

Porém, este justo equilíbrio não tem apenas que ver com a forma certa de distribuir sacrifícios e benefícios. Tem que ver, também, com a valorização dos serviços e dos bens comuns, que só se poderá alcançar através da ponderação pública de pontos de vista diferentes. Precisamos de uma vida cívica mais robusta e participativa do que aquela a que nos acostumámos. A criação de órgãos consultivos civis, no âmbito da reorganização administrativa, permitiria à sociedade ter um papel mais activo em políticas de gestão financeira, de educação e de urbanismo, citando exemplos, que atualmente estão adstritas ao poder arbitrário dos decisores públicos, alguns não sufragados pela própria comunidade. Pela análise da vida pública das últimas décadas, facilmente constatamos que respeitar as decisões dos decisores políticos ou de entidades paroquiais, significa ignorá-las, deixá-las estar, e conduzir a nossa vida pública sem lhes

fazer referência. Mas esta atitude pode conduzir a um respeito falso. Significa suprimir o desacordo em vez de efetivamente o evitar, o que poderá causar revolta e ressentimento e contribuir para um discurso público mais pobre, preocupado com escândalos, sensacionalismos e trivialidades. Um empenho público mais vigoroso podia proporcionar uma base mais forte para a valorização dos bens comuns, no seio da qual grupos de cidadãos, identificados com um objectivo civil comum, fundavam as suas propostas para a educação, urbanismo ou cultura, sujeitas ao crivo político. Ideias de promoção de medidas conjuntas de eficiência, que passem pela partilha e dinamização de infra-estruturas, actividades, património e instituições de apoio social são a melhor maneira de salvaguardar os interesses dos cidadãos e elevar a dignidade das autarquias locais. É com esta forma de empenho público que se valorizam os serviços e os bens comuns ao serviço da comunidade.


REPÓRTER LOCAL • DEZEMBRO DE 2011 • 25

por D. VIRINHA

QU E N TES E B OAS!

CARTAS ABERTAS Comendador APARECIdo

Ilustre Pai natal (existas ou não)

A VOZ DE JOANE ANDA MUITO SILENC IO SA! A blogosfera é um meio de comunicação onde cabe tudo. O bom e o mau. O elogio e o in sulto. É, sem dúvida , uma nova plataforma ao serviço dos cida dãos. Lamenta-se, por isso, que um dos blogues mais recentes cá da zona esteja tão pouco acti-

vo. A Voz de Joane era uma es pécie de “selecções do Reader´s Digest ” da imprensa local. Ia fa zendo uma recolha das notícias que diziam respeito a Joane. A última actualização data de oito de Setembro: “EDP melhora rede e iluminação em Joane”. De então p ara cá, a Voz silenciou-se. É pen a .

regar a re lva em tempo de chuva intensa Uma das palavras que mais se ouvem - a par de crise - é “cor tar ”. Cortar nos gastos, cortar nos salários, cortar na ilumina ção pública , cortar, cortar... Ain da há pouco tempo a Câmara de Famalicão anunciou que ia cor-

tar nos gastos com a iluminação pública . Estranha-se, por isso, que ali para os lados do Largo 3 de Julho, em Joane, o sistema de rega do pequeno jardim relvado funcione mesmo em dias e noites de autêntico dilúvio. É vê-lo a funcionar à meia-noite mesmo com chuva intensa!

a corri da à ca deira de armindo costa O actual presidente da Câmara de Famalicão, Armindo Costa , está de saída , como se sabe. Não falta muito para 2013 e o PSD anda em movimentações para escolher o candidato. Leonel Rocha e Paulo Cunha são dois dos nomes mais falados. O pri meiro já manifestou o seu apoio a Paulo Cunha , na tomada de posse deste como presidente do PSD de Ribeirão. Leonel defendeu que as qualidades do actual vice-presidente da autarquia faz em dele um bom candidato à Câmara de Famalicão em 2013.

Meu prezado amigo das bar bas brancas. Permita-me, à laia de introito, que confesse que nunca fui muito de admirações e genu flexões à tua anciã figura. Es sas barbas bran cas, que nou tros cavalheiros são sinal de porte e dignididade, nunca me convenceram muito. Meu prezado am igo, nos meus tempos de petiz a criançada esperava a vinda do Menino Jesus com as magras prendinhas (o melhor que tive foi um quebra-nozes!) e não uma vestusta figura, gorda e anafada, vestida de vermelho, num trenó puxado por renas, coisa pouco vista por estas para gens! Olha renas! Eu sou do tempo do Menino Jesus nas palhinhas despi dinho, rodeado por Maria e José e aquecido por animais, e não esperava que um ancião oriundo lá das profundas do

ÁRVOR E DE NATAL

Polo Norte entrasse pela chaminé lá da quinta. Tal como diz o meu neto Joa quim, há que desconfiar de um velho de barbas brancas, obe so, que nos entra pela chami né enquanto dormimos, inven tado por uma bebida que faz muitas borbulhinhas! Mas que quer, a idade amole ce-nos o espírito e não admira que dê por mim a suspirar por prendinhas, agora que fran queei os 80. Mas adiante: não querendo ser apodado de velho rabu jento, e aderindo ao espírito conciliador desta quadra, cá venho fazer uso da minha pro sa para que o prezado se digne dirigir as suas bichas cá para casa e faça como o Ambrósio e providencie algo cá para este velho compincha. Aceite os melhores cumpri mentos deste que se assina Comendador Aparecido.


26 DEZEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

ENTREVISTA

festa na abertura da escola SETEMBRO 2011 | O Centro Escolar de Joane abriu para 412 crianças. Um dia de festa antes das aulas.

manuel pimenta

“Em Janeiro vamos centralizar todo o ensino na escola Boca do Monte” Presidente da Junta de Mogege (Independente) considera que a fusão de freguesias não resolve problemas das pessoas e lamenta que a Associação do Vale do Pele tenha desaparecido

Luís Pereira

O

que fez nesta metade do seu último mandato? Os constrangimentos do país são conhecidos e por isso não podemos dizer que tem sido um grande mandato. A conclusão da ligação com Castelões e Pousada, o saneamento nos lugares do Condado e Carvalho e boa parte do Mourisco, alargamentos e melhoramentos. Estamos a recuperar uma poça abandonada no lugar de Fonte Longa, uma coisa bem feita, só falta ajardinar o espaço envolvente. O que ainda está previsto fazer? Em Janeiro vamos centralizar o ensino pré-primário na escola Boca do Monte. Os alunos da escola de Lousela passarão para lá, ficando Mogege com um único espaço com todos os alunos. Porque fecha Lousela? Tem poucas condições e tem poucos alunos. Se não fechar já, é muito provável que o Ministério da Educação a mande encerrar no final deste ano lectivo. A escola de Boca do Monte tem capacidade para tantos alunos? Vai ter obras de restauro e conservação. Inicialmente estava previsto um centro escolar com polivalente e outras estruturas. Com a redução do número de alunos, não se justifica uma ampliação. A hipótese de transferir o 1º ciclo para o Centro Escolar de Joane chegou a ser colocada? Não digo que num futuro isso não venha a acontecer mas neste momento a questão não se coloca. O que está acertado é a concentração de todo o primeiro ciclo e pré-escolar na Boca do Monte. Qual a obra que ambicionou mas que não vai conseguir concretizar? A transferência do parque desportivo da ADERM para junto da escola Boca do Monte tarda em concretizar-se. A ideia passa por criar uma zona de lazer e um polidesportivo. Terá de haver acordo entre clube, Junta e Paróquia (dona do

parque). A Paróquia já deu o seu aval, bem como a Câmara. Será fácil obter o acordo da ADERM? É uma questão de negociar. Os interesses do clube nunca poderão estar acima dos interesses da freguesia. Mas os constran gimentos financeiros vieram arrefecer a ideia e não é expectável que seja uma realidade ainda neste mandato. Mogege é hoje diferente? Não tem porque invejar as freguesias vizinhas da sua dimensão. Há qualidade de vida, e isso vê-se na capacidade de conquistar gente de fora. As grandes empresas da região, com excepção da Riopele, estão cá. Como avalia o papel da oposição? Temos convivido bem (com os dois eleitos do PS), são pessoas que não ajudam mas também não complicam. Vai abandonar a política em 2013? Já dei a minha parte à freguesia. As relações com a Câmara de Armindo Costa são boas? Sim, mesmo no mandato em que fui eleito pelo PS. Não temos recebido agora nem mais nem menos do que aquilo que recebemos entre 2001 e 2005. Em 2005 rompeu com o PS e já se candidatou duas vezes em listas independentes. Porque é não se candidatou pela coligação PSD/PP? Fui quatro mandatos pelo PS. Saí na sequência das divisões com o MAF. Não deixei o PS e nesse ano, Mogege não recebeu um cêntimo da Câmara de Agostinho Fernandes. Fui fiel ao PS, achei que o correcto seria não ficar com aqueles que prejudicaram o partido e a minha freguesia. Sá Machado daria um bom candidato à Câmara de Famalicão? Não estou no PS e por isso não me pronuncio sobre isso. Quem será o seu “sucessor”? Com a fusão de freguesias nem nós sabemos como tudo irá acontecer. Em Mogege há pessoas com capacidades, e algumas delas estão comigo.

“fusão das freguesias não resolve OS problemas das pessoas” O q u e e s p e ra d o p ro c e s s o j u d i c i a l p o r c a u s a d o s l i m i t e s co m a f r e g u e s i a d e Po u s a d a ? E s p e ro q u e a q u i l o a c a b e e q u e a c a b e b e m . S ó d e s e j o que Deus ilumine o coração dos homens que vão tomar a decisão e que seja tomada pela verdade. É certo que a maioria da população que reside na “ z o n a d e c o n f l i t o ” p r e f e r e s e r d e Po u s a d a m a s , e m t e r m o s d o c u m e n t a i s , Po u s a d a n ã o co n s e g u e s u p o r t a r o que defende. C o m o co m e n t a o a co r d o e n t r e Po u s a d a e Ve r m o i m em matéria de fusão de freguesias? C a d a u m é r e s p o n s áv e l p e l o s s e u s a c t o s . E n t e n d o q u e Po u s a d a f i c a m e l h o r c o m Ve r m o i m , m a s n ã o e s t o u interessado em nenhum casamento e por isso não q u e r o n a m o r a r c o m n i n g u é m . Va m o s e s p e r a r q u e a t u t e l a r e co n s i d e r e a s u a p o s i ç ã o p o r q u e n ã o n o s parece que o que está previsto venha resolver os p ro b l e m a s à s p e s s o a s . O s s e r v i ç o s d e p ro x i m i d a d e f i c a rã o d i s t a n t e s e a t é h o j e n i n g u é m d i s s e q u e e s t a reforma administrativa vem resolver o problema e co n ó m i co e f i n a n c e i ro d o p a í s . Te m d e h av e r u m a reforma porque o modelo actual de financiamento e co m p e t ê n c i a s d a s a u t a r q u i a s é o b s o l e t o . A J u n t a de Mogege não está nada interessada em ser parte do problema . Queremos ser parte da solução mas f a ç a m - n o s o f avo r d e d a r b o n s exe m p l o s . O s e l e f a n t e s b ra n co s n ã o e s t ã o c á e m b a i xo , n a s f r e g u e s i a s . N o c e n á r i o p rováve l d e f u s ã o , a g ra d a - l h e C a s t e l õ e s e Pe d o m e ? Não contribuo para essa discussão. Sabemos no e n t a n t o q u e s e m p r e n o s f a m i l i a r i z a m o s co m J o a n e e n ã o t a n t o co m C a s t e l õ e s o u Pe d o m e . A solução não podia passar pela ideia antiga da A s s o c i a ç ã o Va l e d o Pe l e ? Não fui eu que liderei o processo e nunca foi explicado, nem sequer aos parceiros, porque é que e s s e p ro j e c t o , l a m e n t av e l m e n t e , c a i u . A a s s o c i a ç ã o de freguesias daria a estas localidades muita força p e r a n t e a s C â m a r a s d e G u i m a r ã e s e d e Fa m a l i c ã o . Mas na altura , quem liderava , ao que consta , foi m a n d a d o c a l a r, e m b o ra i s t o s e j a o f i c i o s o e p o r i s s o é q u e s e b a i xo u o s b ra ç o s e o p ro c e s s o p a ro u .


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REPÓRTER LOCAL • DEZEMBRO DE 2011 • 27

entrevista • CARLOS COELHO, ELEITo ps na assembleia de freguesia de POUSADA

“Temos pontos em comum com esta Junta” Luís Pereira

Como avalia o mandato do executivo de António Sousa? Tem sido o prolongamento do anterior, com a diferença de que este não ficará marcado por nenhuma obra emblemática. A Junta tem acolhido as propostas do PS? Procuramos apresentar propostas construtivas. Não podemos por em prática o plano que tínhamos perspectivado para a freguesia, mas queremos dar o nosso melhor e honrar a escolha de todos os que votaram em nós. Até agora as propostas tiveram eco na Assembleia e no Executivo, o que nos satisfaz bastante, porque demonstra que estamos atentos e temos conseguido alcançar o nosso propósito. Em entrevista ao RL, António Sousa garantiu que tem colaborado com a oposição e chamado o PS a participar nas decisões do Executivo. Corresponde à verdade? Dito dessa forma parece que temos alguma aliança com a Junta. É verdade que temos tido alguns pontos em comum. Também espelha bem a forma como temos exercido oposição. O mandato que nos foi atribuído não tem de servir só para ser oposição e marcar presença, temos também a obrigação de saber cooperar e distinguir os interesses políticos e até pessoa i s d o s i n t e re s s e s d a f re g u e s i a . Sempre que nos for solicitada a nossa participação, se for benéfica para a freguesia não diremos que não. Esta postura do Executivo espelha também o respeito que tem pelo nosso trabalho. O que falta fazer em Pousada? No imediato, concluir a pavimentação da rua Comendador José da Costa Oliveira nas traseiras da Riopele, que teria um papel nuclear a oeste nos acessos à feira semanal de Joane, servindo de alternativa viária entre Pousada, Mogege e até Castelões, isto porque a estrada nacional fica constantemente saturada no acesso a

Joane não só aos sábados, com a feira, mas mesmo em horas de ponta agora que se implantou nessa zona uma superfície comercial. Estou consciente das limitações e contingências que se impõem nesta fase das nossas vidas, mas elegia esta intervenção pelo impacto que teria na gestão do tráfego automóvel, podendo mesmo classificar esta intervenção de interesse concelhio visto tratar-se de uma operação que requer a participação de Pousada e Joane mas que no seu alcance atinge várias freguesias e o melhoramento do tráfego na estrada nacional. A Avenida S. Martinho, há muito que também merecia uma intervenção digna. Concorda com o acordo de Pousada com Vermoim em matéria de fusão de freguesias? Quero antes interpretar como um desejo de antecipar um cenário possível entre os muitos que se podem colocar. A não ser assim é claro que não poderia ter a nossa concordância. Isto porque as dúvidas que subsistem nesta controversa medida ainda são muitas. Uma medida destas tem sempre que passar pela Assembleia de Freguesia. Depois temos ainda a comissão concelhia que foi nomeada para estudar e propor as fusões. É prematuro avançar com cenários. É saudável que se discuta, visto que é uma medida de que o poder central parece não querer abdicar. Somos contra a fusão de freguesias, mas não podemos fugir da sua discussão e posterior implementação caso venha mesmo a acontecer. Estará disponível para liderar uma lista nas próximas autárquicas caso a fusão de freguesias não avance? Nesse cenário ou noutro qualquer, será sempre o PS a escolher os seus candidatos. Como militante do PS, estarei sempre ao dispor. O PS, com ou sem Carlos Coelho, pode conseguir uma vitória nas autárquicas em Pousada. É com este estado de espírito que estou a trabalhar neste mandato.


28 DEZEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

Natal

OUTUBRO 2011 | Destaque de primeira página para Rosa Faria, que aos 78 anos ainda arranja os equipamentos dos jogadores do GD Joane.

NATAL

JOANE

Presépios em Ronfe e Castelões

Ceia de natal da fraternidade nuno álvares

RONFE A A s s o c i a ç ã o “ P ro j e c t o Ro n f e h á 5 0 a n o s ” vo l t a a o r g a n i z a r o p r e s é p i o n a v i l a . Pa t e n t e n a a n t i g a e s co l a d a E r m i d a , p o d e s e r v i s i t a d o n o s d i a s d e N a t a l , u m e o i t o d e J a n e i ro d e 2 0 1 2 , d a s 1 5 : 0 0 à s 1 8 : 0 0 h o ra s . À m a r g e m d o p r e s é p i o , e s t e a n o e s t ã o t a m b é m e x p o s t a s m i n i a t u ra s e l a b o ra d a s pelo artesão António Machado, que o RL já deu a co n h e c e r, d e p e s s o a s q u e m a r c a ra m a h i s t ó r i a da localidade. No mesmo local, os visitantes pod e m v e r u m a e x p o s i ç ã o d e a l f a i a s a g r í co l a s

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a costureirinha!

C A ST E LÕ E S Pe l o 1 1 . º a n o co n s e c u t i vo o a g r u p a m e n t o d e e s c u t e i ro s d e C a s t e l õ e s r e c r i a u m p r e s é p i o h u m a n o . E s t e a n o f o i e x c l u s i va m e n t e f e i t o p e l a s e c ç ã o d o s C a m i n h e i ro s d o s e s c u t a s d a l o c a l i d a d e . O presépio pode ser visitado numa casa situada p e r t o d a i g r e j a p a ro q u i a l , n o d i a d e N a t a l e n o d i a o i t o d e J a n e i ro , e n t r e a s 9 : 3 0 e a s 1 7 : 3 0 h o ra s . A Fraternidade Nuno Álvares (FN.A ) de Joane assinalou o 28º aniversário da instituição com uma ceia de Natal realizada no passado dia 17 num restaurante local. A ceia de Natal, dizem os resp o n s áv e i s e m n o t a d e i m p r e n s a , juntou os ex-escuteiros joanenses co m a s r e s p e c t i va s f a m í l i a s . No âmbito do aniversário, a Fraternidade voltou também a co n s t r u i r o p r e s é p i o e x p o s t o n a i g r e j a p a ro q u i a l d e Jo a n e .


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30 DEZEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

salazar e a cadeira NOVEMBRO 2011 | Um barbeiro à moda antiga, Avelino Salazar, 60 anos de arte, um ex-libris da freguesia de Vermil

RONFE • reportagem

A loja do dar e receber Loja Social de Ronfe tem sido de tal forma procurada, tanto pelos fregueses locais como das freguesias vizinhas, que muitas vezes a autarquia, entidade gestora, não tem “mãos a medir” para satisfazer tantas necessidades.

Luís Pereira

D

eolinda Silva conhece bem todos os cantos de uma das lojas do edifício Solar do Pedroso, em Ronfe. É “cliente” habitual da “Loja da Solidariedade” da vila. O espaço, aberto há pouco mais de um ano, tem sido de tal forma procurado, tanto pelos fregueses locais como das freguesias vizinhas, que muitas vezes a autarquia, entidade gestora, não tem “mãos a medir” para satisfazer tantas necessidades. Com 50 anos, Deolinda Silva aguardava, naquele sábado em que a encontrámos, pela abertura da “Loja”, a “boutique” que veste toda a sua família. “Estou desempregada e lá em casa só o meu marido ganha. Tenho um filho de 29 anos que está aleijadinho. Venho cá desde que isto abriu. É uma boa ajuda”, diz. A visita daquele dia tinha, porém, outro objectivo mas a mesma fi nalidade: pedir ajuda. Sabendo da presença do presidente da Junta, Deolinda Salgado queria dar-lhe uma “palavrinha”, que partilhou com o RL. “Hoje vim porque soube dos cabazes para o Natal e queria ver se o presidente me dava um”, disse, num esforço para conter as lágrimas. Não se sabemos se vai ou não receber o cabaz, o que sabemos é que a história da Deolinda é

a história de muitos ronfenses, já que o número de pessoas com dificuldades tem aumentado. O número está muito para lá das 50 famílias que o ano passado receberam o cabaz. E nesta quadra Natalícia o cenário é ainda mais desolador. “São famílias que foram ficando sem emprego e não conseguem, apesar de tentarem, arranjar trabalho. Famílias que continuam com as mesmas responsabilidades, com casas para pagar ao banco; que com o pouco que têm ainda tentam acudir aos filhos. Famílias que já não têm a vergonha da pobreza encapotada. Este ano, isso acabou. Hoje já assumem e vêm à Loja da Solidariedade pelo próprio pé, em busca da ajuda disponível”, confirma o autarca Daniel Rodrigues.

A LOJA ESTÁ ABERTA TANTO PARA DAR A QUEM PRECISA COMO PARA RECEBER DE QUEM QUEIRA COLABORAR . MAS A PROCURA É BEM MAIOR QUE A OFERTA .

PROCURA MAIOR QUE A OFERTA O desemprego tem assolado não só Ronfe como as freguesias cobertas pelo RL. Desde que o RL noticiou a “Loja da Solidariedade”, revela o autarca, a procura passou as fronteiras de Ronfe, deixando a Junta com receio de não conseguir responder a tanta solicitação. Além disso, a procura aumenta na época do Natal. “O dinheiro é pouco, sou doente e há alturas em que o dinheiro não chega para comprar os me-

dicamentos. O que há, dá para roupa ou para medicamentos”, desabafa Deolinda Salgado. A loja está aberta todo o ano. Apesar do objectivo da autarquia passar por desafiar toda a gente a envolver-se no projecto, há sempre uma das partes que se encontra em falta. Ou seja, a loja está aberta tanto para dar a quem

precisa como para receber roupas, calçado e outros bens de quem queira colaborar. Nesta coisas, já se sabe, a procura é bem maior que a oferta. Diana Silva procura contribuir para inverter essa tendência. À mesma hora que encontramos Deolinda Salgado a procurar ajuda, esbarrámos com esta jovem carregada de sacos para entregar, repletos de malas, roupa, bijutaria e livros. “De vez em quando oferecia a uma família de Joane. Em Ronfe, é a primeira vez que venho entregar. Trouxe muita roupa porque tenho dois irmãos. Faço-o porque tenho a sorte de, neste momento, não passar por necessidades mas tenho muito medo de um dia vir a passar e não ter quem me deite a mão”. A mensagem é tão forte como o desafio deste espírito de solida riedade que a loja quer incutir. Nesta quadra, a Loja procura alargar o âmbito da sua acção, estando disponível para receber electrodomésticos e móveis. A Junta garante transporte para recolher os bens na casa dos beneméritos. A loja encontra-se aberta no primeiro sábado de cada mês, da parte da tarde. Durante a semana abre nas manhãs das terças-feiras e nas tardes das quintas-feiras.


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