Reporter Local

Page 1

EXCLUSIVO RL

• pág. 07

Casa Mortuária de Joane arranca em Maio JOANE | p. 150

Nº 143 • ANO XIII • FEVEREIRO 2011 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE

www.facebook.com/reporterlocal/

COMBUSTÍVEIS • pág. 12

Não há carteira para preços tão altos!

Salão é um perigo para crianças e jovens CASTELÕES | p. 097

Autarca local homenageado na televisão MOGEGE | p. 07

Uma paróquia, dois padres RONFE I| p. 08M | p

Casa do Povo quer saber paradeiro de 15 mil euros AIRÃO S.JOÃO | p. 06

Idosos aderem às consultas de fisioterapia

REPORTAGEM • pág. 10

Da região

VERMIL | p. 08

para o mundo EM FOCO • pág. 03

PUBLICIDADE

E se Airão fosse nome de uma só freguesia?

ANIVERSÁRIO • pág. 11

OPINIÃO • pág. 17 e 18

Leitores dão os parabéns pelos 13 anos do RL

Luís Santos, Miguel Azevedo e Sérgio Cortinhas

Junta integra mapa da Capital Europeia da Cultura HAJA SAÚDE | p. 13

Dois anos de bons conselhos médicos



REPÓRTER LOCAL • FEVEREIRO DE 2011 • 3

EM FOCO

SABer MAIS SOBRE AIRÃO Há muita informação sobre Airão Santa Maria e Airão S. João: na Internet (http://jf-airaosjoao.com; http://arcasm.com) ou em livro (Monografia de S. João de Airão, de Hilário Oliveira Silva, editada no ano 2000).

Airão S. João e Airão Santa Maria poderiam ser uma só freguesia?

INQUÉRITO RL

Autarcas falam da redução do número de freguesias O Governo está a estudar uma reforma administrativa do país, que poderá incluir a redução do número de freguesias, através da eliminação e fusão de algumas delas. Qual é a sua opinião? MANUEL PIMENTA Presidente de Junta de Mogege

O autarca vizinho, Domingos Forte Ferreira, é mais cauteloso: “qualAIRÃO ST. MARIA s declarações de Francisco quer fusão terá o protesto das poGonçalo, ex-presidente da pulações. A questão financeira não 2,16 km² área territorial Junta de Airão Santa Maria, colhe, há muito mais onde poupar, 1859 habitantes em defesa da fusão desta não nas freguesias”, sustenta o localidade com a vizinha Airão S. autarca. 524 edifícios João - publicadas na última edição Ângela Oliveira, eleita do PP na 51,8% população activa do RL - geraram intensa discussão. Assembleia de Freguesia de Airão “Ficaria uma freguesia boa, com Santa Maria, diz que “não faz sentido cerca de 2.500 eleitores, e teria continuar a insistir no modelo actual outra força”, declarou Gonçalo. de ordenamento do território” e AIRÃO S. JOÃO As declarações surgem numa altura defende a “fusão de freguesias” para em que se discute a redução do “reduzir os gastos do Estado com o 2,86 km2 área número de freguesias, no âmbito poder local”. “Muitas juntas não têm 886 habitantes da reforma administrativa do país. razão de existir e acarretam custos 222 edifícios António Carvalho, actual presidente desnecessários ao Estado”, realça. da Junta de Airão Santa Maria, Em relação ao caso de Airão Santa 49,1% população activa defende um debate “para que as Maria e Airão São João, “qualquer 222 edifícios pessoas não fiquem surpreendidas”. fusão nunca poderá ser feita a régua “A solução não será a curto prazo, e esquadro”, mas sim mediante um mas a médio e longo prazo vai processo que ouça as populações loacabar por acontecer. As freguesias cais. “Havendo entendimento entre Dados estatísticos do Censos 2001 poderão continuar tal e qual como as populações das duas freguesias, estão, o que deverá acontecer será penso que, além das vantagens que a fusão de serviços. Uma Junta, já referi, a população ganharia com uma casa mortuária, uma escola, e outros serviços, o aumento de peso e representatividade no concelho poderiam servir tanto Santa Maria como S. João. O e, portanto, aumento do poder reivindicativo junto tempo das capelinhas já acabou”, sustenta. da Câmara Municipal”. P a r a o a u t a r c a , a f u s ã o p e r m i t i r i a “ g a n h a r m a i s De resto, estas duas freguesias até possuem caracforça, sobretudo, financeira”. “O problema do bair- t e r í s t i c a s q u e f a c i l i t a r i a m u m a e v e n t u a l f u s ã o : o rismo poderia colocar-se na questão do concelho de pároco, Joaquim Faria, é o mesmo; o clube de futebol Joane, por exemplo. No caso de fusão de serviços, mais representativo é o União Desportiva de Airão, a população já aceitará melhor a solução. É hora de que fica em Santa Maria. Mesmo ao nível do nome, pensar-se em conjunto”, afirma. o processo estaria facilitado: Airão. Luís Pereira | Redacção

A

“Estou totalmente de acordo de uma revisão administrativa , quer ela preveja fusão de freguesias, quer de concelhos. É insustentável manter o modelo actual. As freguesias continuam a não ter meios, quer financeiros, quer outros, nem competências para dar resposta a tantas e diversas situações. Continuamos totalmente dependentes da sede das Câmaras. A verdadeira regionalização de que tanto se fala , deveria ser feita a partir das autarquias mais próximas da população”. DANIEL RODRIGUES Presidente da Junta de Ronfe “ Tendo em conta a dimensão e a ruralidade de algumas freguesias, sou de acordo que estas se fundam para que possam ganhar mais capacidade quer financeira , quer reivindicativa . Além das freguesias mais pequenas, existem outras que deveriam também ser fundidas. No exemplo do nosso concelho. A cidade de Guimarães concentra três freguesias, tal não faz sentido”. FRANCISCO SÁ Presidente da Junta de Castelões “Justifica-se em freguesias com menos de 300 habitantes. Numa freguesia como Castelões, que tem 2.000, não vejo razões. O peso político e questões economicistas não devem ser as únicas razões a prevalecer. As freguesias têm uma identidade e uma cultura muito próprias que devem ser respeitadas. No caso de Castelões, admito que se se fundisse, por exemplo, com Mogege, o peso político poderia ser maior, mas não estou a ver as populações a aceitarem isso, eu não aceito. Se em questões de limites de freguesias as desavenças e lutas já são grandes, o que fará numa situação de fusão”.


4 FEVEREIRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

DÁ QUE PENSAR!

Fórum

“Despediram a minha mãe” (grito de uma jovem em forma de grafitti na parede de uma fábrica)

A inscrição está na parede de uma fábrica de Joane: “DESPEDIRAM A MINHA MÃE”, com letra juvenil. E depois, a assinatura: “SARA”. E mais uma vez confirma-se a tese segundo a qual uma imagem vale mais do que mil palavras. Principalmente numa região como o Vale do Ave onde o desemprego atinge níveis preocupantes mas que regista, ao mesmo tempo, uma das taxas mais elevadas da Europa de população jovem. Fo t o : D i r e i t o s Re s e r va d o s

DIAS DE ONTEM

PUBLICIDADE

Se tiver fotografias que mostrem aspectos que já desapareceram ou efeitos das alterações na paisagem da sua terra , e se as quiser partilhar com os leitores, envie por mail , geral@reporterlocal .com, ou por correio.

OLEIROS, 2004 Quem passa na pequena freguesia de Oleiros não deixa d e a d m i ra r a “g ra n d e ” s e d e d e Ju n t a , u m e d i f í c i o co m c av e e dois andares pintado de tons amarelados, num ponto mais altaneiro da locali dade. A imagem ao lado tem mais de 10 anos e regista “para a posteridade” o arranque da construção da sede da Junta . O bloco principal lá está, a ganhar altura , ao lado da complexidade de máquinas e ferros. Hoje, a sede de Junta assegura os vários serviços de atendimento a cidadãos, as reuniões da Assembleia de Freguesia e o Gabinete de Enfermagem, aos sábados.

o que se diz A FRASE DO MÊS “(Fernando Moniz) teve que subornar alguém para o tirar da Câmara. Devia pedir, imediatamente, para sair do governo civil. Não pode ser impoluto como governador civil e como presidente da Comissão Política fazer aquilo que lhe apetece”. Armindo Costa, presidente da Câmara de Famalicão, a propósito das acusações de Fernando Moniz, líder da concelhia PS famalicense, suportadas por um documento camarário relacionado com o Plano Director Municipal. Jornal Opinião Pública. “Uma série interminável de favorecimentos particulares, acções judiciais, promiscuidades políticas, disparates urbanísticos, agressões ambientais e histórias da Carochinha. Surge agora a cereja em cima do bolo : um sinistro plano, ”top secret”, para destruir a magnífica zona escolar e desportiva da cidade. ”La Cosa Nostra” chegou a Famalicão”.

Raul Tavares Bastos, deputado municipal Famalicão, O Povo Famalicense

“Tenho sinceramente pena que o Sr. Tavares Basto termine a sua carreira politica e a sua intervenção cívica desta forma tão pouco digna. Famalicão merece empenho de qualidade e muitas vezes a quantidade e o querer estar sempre visível tolda o pensamento, até o politico.

Comentário-resposta de António Meireles a R. Tavares Bastos, blog O Povo Famalicense

“O núcleo de Investigação Criminal de Barcelos deteve um homem por suspeita de posse e tráfico de droga e realizou três buscas domiciliárias na freguesia de Vermoim” Opinião Pública

”Desde 1994, morreram mais de 20 pessoas na Circular Urbana de Guimarães” Título do Comércio de Guimarães


REPÓRTER LOCAL • FEVEREIRO DE 2011 • 5

editorial Joaquim Forte PAG. 08 em busca da normalidade em ronfe A C a s a d o Po vo d e Ro n f e e s t á a t e n t a r apaziguar os ânimos. Mas a polémica ainda paira: agora, a instituição quer saber onda páram 15 mil euros de apoio estatal.

As dúvidas dos 13 anos

por tiago mendes (tiag0_mendez@hotmail.com)

cartoon rl

Em Março de 1998 saiu o primeiro número do jornal Repórter Local, com sede em Joane e com um raio de abrangência de 10 freguesias. Representava o concretizar de uma aspiração de longa data que, contu do, demorou anos a ver a luz do dia. Ao longo destes anos contou com a caro lice de muitas pessoas. Conhe ceu altos e baixos - muitas vezes re flexo do maior ou menor dinamismo de quem o dirigia e das limitações típicas de um jornal “pequeno”. Durante anos foi a face mais visí vel da associação que o viu nascer: o Centro de Apoio Local de Joane. Com o passar dos anos, o CAL dei xou de ter actividade e extinguiu-se (se não oficialmente, pelo menos na prática). O jornal que muitos condenaram à morte, agonizou durante alguns me ses, mas sobreviveu e passou a ser propriedade de uma empresa, a Ta manho das Palavras, Lda, constituí da pela equipa que o assegurava. De forma transparente e sem intenções subterrâneas. Hoje, o RL é um órgão de comunica ção local reconhecido, bem implantado na região que cobre, que não fica nada a dever a jornais sedeados nas cidades de Famalicão e de Gui marães, com um grafismo moderno, atractivo, com um jornalismo vivo

– tudo, é claro, dentro das suas muitas limitações. Não significa que o jornal não se de pare com dificuldades. Pelo contrário. Elas, as dificuldades, são cada vez maiores. O RL vive da publicidade, exclusi vamente (é um jornal gratuito), e qualquer corte publicitário decidi do por empresas ou entidades - fru to da conjuntura financeira ou de outras razões não tão perceptíveis - representa um efectivo rombo na embarcação. Que pode acabar por provocar o seu naufrágio. O futuro é de apreensão no que toca à sobrevivência dos jornais locais este cenário, estas apreensões não são, claro, exclusivas do RL. Ao fim de 13 anos, se podemos salientar e agradecer as centenas de mensagens de parabéns que recebe mos – em particular através do Facebook (algumas delas transcritas nesta edição, na página 11) - tam bém não podemos olvidar a incóg nita que se vislumbra no horizonte. De qualquer das formas, importa o tempo presente: e enquanto houver força e arte, e acima de tudo base publicitária segura, o RL continua rá a trilhar o seu caminho. N OTA: Do aniversário daremos o devi d o destaque na próxima edição.

ReguiLa

VILA BOA...só de nome! O lugar chama-se Vila Boa, fica em Joane, mas de Vila Boa só tem mesmo o nome. Potencial não falta a este lugar, desde logo pelo conjunto patrimonial, mas este está votado ao abandono.

NA REDE http://gdairaocurva.blogs.sapo.pt A freguesia de Airão S. João não é muito conhecida pelo seu movimento associativo: são poucas as colectividades existentes na terra. Merece, por isso, realce a presença na Internet do Grupo Desportivo de Airão - Curviã. Trata-se de um blog que serve essencialmente para dar conta da actividade e prestações dos vários atletas desta associação. A última inserção data de 27 de Fevereiro e refere-se à presença do clube na prova dos 10 kms de Avintes. Vale a pena espreitar.

Repórter Local | Propriedade e Editor - Tamanho das Palavras, Lda, Rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão Telefone 252 099 279 E-mail geral@reporterlocal.com Membros detentores com mais de 10 % capital Joaquim Forte e Luís Pereira Director Joaquim Forte ( joaquimforte@reporterlocal.com) | Redacção Luís Pereira (luispereira@reporterlocal.com) | Paginação Filipa Maia | Colaboradores Ana Margarida Cardoso; AnalisaNeto; Custódio Oliveira; Elisa Ribeiro; João Monteiro; Luís Santos; Miguel Azevedo; Luciano Silva; Sérgio Cortinhas; Joana Cunha; António Oliveira | Impressão Gráfica Diário do Minho | Tiragem 4000 ex. | Jornal de distribuição gratuita | Distribuição: Alberto Fernandes | Registo ICS 122048 | NIPC 508 419 514


6 FEVEREIRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

CARNAVAL em airão santa maria

LOCALIDADES

A ARC A - Associação Recreativa e C ultural de Airão Santa Maria promove um desf ile de carnaval, terça-feira , a partir das 15 horas, entre a praia f luvial e a sede da associação. Há prémios para os 10 melhores mascarados.

aIRÃO S. JOÃO • SAÚDE

Fisioterapia na sede da Junta de Airão S. João

Redacção

M

PUBLICIDADE

aria Oliveira Machado, 74 anos, agarra-se à bengala para poder andar em condições. “É a idade. O que vale, para aliviar as dores, é a fisioterapia”, diz a septuagenária de Airão S. João enquanto se prepara para mais uma

sessão de “ginástica” na piscina local. Tal como ela, dezenas de pessoas, sobretudo idosos, têm aderido a esta nova iniciativa da Junta local. Depois de ter aberto um gabinete de enfermagem, a Junta decidiu dar um novo passo através de uma parceria com uma empresa ligada à fisioterapia. “É mais um exemplo de acção social dirigida a segmentos mais frágeis da população”, justifica

o presidente da Junta, Domingos Ferreira. Por outro lado, acrescenta, “é uma forma de aproveitar as potencialidades oferecidas pelo espaço da piscina, colocando-as ao serviço dos mais necessitados. As pessoas que têm capacidades financeiras vão a Braga, a Guimarães ou até ao Porto, os mais necessitados têm mais dificuldades, por isso, este serviço acaba por ir de encontro a essas pessoas”, completa o autarca. Rosa da Silva, de 67 anos, aplaude a iniciativa: aflita com as dores nas costas, decidiu aproveitar a iniciativa da Junta, ali mesmo “ao pé de casa”. “Tenho problemas de coluna e artroses, já vim cá 10 vezes. Se não fosse isto, já estava presa numa cama. Acho muito bem”, disse ao RL. Segundo Olívia Barbosa, fisioterapeuta, são principalmente idosos os que mais têm aderido às consultas, duas vezes por semana, numa sala do edifício da piscina, disponibilizada pela Junta de Freguesia. As consultas não são grátis, já que é preciso considerar os pagamentos às técnicas e do material, mas, salienta Raul Rosário, da clínica que assegura a parceria com a Junta, têm um custo para o utente muito abaixo do preço que é praticado no mercado. “A nossa postura é de parceria social, porque achamos que as freguesias mais pequenas têm dificuldades no acesso a determinados serviços de saúde”, disse o empresário ao RL. As sessões de fisioterapia decorrem duas vezes por semana: às segundas, das 14 às 18 horas, e às quartas, das 9 às 18 horas.


REPÓRTER LOCAL • FEVEREIRO DE 2011 • 7

LOCALIDADES joane • projecto

Casa Mortuária avança em Maio Paróquia pondera fazer peditório junto da população para completar financiamento Luís Pereira

A

PUBLICIDADE

construção da Casa Mortuária de Joane deve começar em Maio deste ano. A notícia foi avançada em primeira mão ao RL por António Cardoso, da comissão fabriqueira da paróquia. “Há uma semana foi aberto o concurso público; segue-se a abertura das propostas, um mês depois, sendo previsível a adju dicação durante Maio. Depois de adjudicada, a obra tem um prazo máximo de 180 dias para ser concretizada. Só por muito azar não teremos a Casa pronta ainda este ano”, adiantou aquele responsável. O projecto da Casa Uma década depois da elabo- Mortuária, com um ração do projecto, a Câmara custo que deverá Municipal de Famalicão deu rondar os 100 mil luz verde à construção da Casa Mortuária junto à torre euros, prevê também d a i g r e j a v e l h a d e J o a n e , a requalificação do abrindo caminho à concreti - exterior da torre da zação de uma das principais igreja velha. carências da vila. A obra é da responsabilidade da paróquia e, embora sem valores definidos, já tem garantido o apoio financeiro. “O município suportou os custos com o projecto e dispo nibilizou acompanhamento e fiscalização da obra, tendo manifestado também vontade de apoiar financeiramente mediante as possibilidades. Temos também a garantia de verbas da Junta de Joane, embora não sejam para já conhecidos os números”, explicou António Cardoso. Para além destas garantias, António Cardoso prevê a necessidade de recorrer a um peditório junto da popula ção. “O valor que faltará não será exorbitante pelo que, num único peditório, certamente conseguiremos todo o dinheiro para pagar a obra”, referiu. Segundo apurámos junto de fontes ligadas ao processo face à recusa de António Cardoso em adiantar valores -, o custo da obra deverá rondar os 100 mil euros, estando prevista também a requalificação da torre da igreja velha demolida em 1978. Ao contrário do idealizado, apurou o RL, nesta fase apenas será feito o arranjo exterior da torre. O RL teve acesso em primeira-mão a esta informação, que deverá agora ser comunicada em conferência de imprensa.

MOGEGE dois padres, uma paróquia

Desde o dia 6 de Fe vereiro que M ogege tem não um mas dois novos párocos. O anterior, Augusto Torres, deixou as funções de vido a problemas de saúde e a Diocese de Braga indicou para o seu lugar os padres Eduardo Abreu e Domingos Carneiro. Eduardo Abreu, de 68 anos, acumu la desde então a paróquia de M ogege com a de Oliveira S. Mateus. Já Domingos Carneiro, com 71 anos (na foto), terá a seu cargo as paróquias de M ogege e de Ruivães. Dois in solidum é a denominação jurídica que a Igreja dá aos casos em que uma paróquia é coordenada por dois sacerdotes. No caso de Mogege, Domingos Carneiro é o pároco mode rador. “ Trabalhamos em sintonia , em contacto permanente, para acolhermos todas as necessidades da paró quia”, assegurou o sacerdote ao RL . Domingos Carneiro diz que os sacerdotes têm sido bem recebidos pelos paroquianos. “Pretendemos fazer uma renovação na continuidade”, sintetiza o sacerdote. Sobre a indicação de dois padres, Domingos Carneiro lembra que “é uma solução da Igreja há muito tempo usada em muitos países”. “Em Portugal está-se a acabar o tempo em que cada paróquia tinha um pároco, terminando o modelo clássico. A falta de sacerdotes e as novas necessidades fazem com que os padres ago ra acumulem serviço em mais do que uma paróquia”, conclui.


8 FEVEREIRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

LOCALIDADES RONFE • associações

capela dias “há quem use a casa do povo de ronfe como arma de luta partidária”

Onde páram os 15 mil euros? Direcção da Casa do Povo vai pedir auditoria às contas da anterior gestão Luís Pereira

A

Casa do Povo de Ronfe vai auditar as contas da última direcção e ponderar uma queixa em tribunal para apurar o paradeiro de um financiamento estatal de 15 mil euros para obras na sede. “Agora sabemos que houve, de facto, má gerência e ninguém consegue saber onde param alguns dinheiros. Queremos responsabilizar as pessoas pela gestão danosa que tiveram”, afirmou Arsélio Ribeiro, presidente da Assembleia da Casa do Povo, eleito há seis meses. A instituição realizou no domingo, 27 de Fevereiro, a primeira Assembleia com os actuais corpos sociais. Boa parte do encontro teve como alvo Serafim Marques, expresidente da direcção, e Capela Dias, ex-presidente da Assembleia. Segundo os dirigentes em funções, a Casa do Povo terá de entregar ao Estado, até final desta semana, cerca de 15 mil euros referentes à primeira tranche de um pro-

A Assembleia aprovou novos estatutos ue substituem os anteriores, datados de 1970. Agora, qualquer cidadão pode ser sócio, não precisando de ser agricultor, como era exigido anteriormente. jecto de remodelação da sede. A candidatura foi apresentada em 2002 à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) que aprovou um financiamento de 50 mil euros. A CCDRN terá, ao longo dos anos, notificado a Casa do Povo para dar a conhecer o evoluir da obra. Face à ausência de respostas, um fiscal esteve no local, verificando que nada terá sido feito. No seguimento da fiscalização, a CCDRN terá pedido a devolução do dinheiro. “Não temos esse dinheiro. Não sabemos

como vamos resolver o problema, os responsáveis da altura vão ter que justificar-se em tribunal sobre o destino desse dinheiro”, disse Arsélio Ribeiro. Presente na Assembleia esteve D ani e l Ro d rig u e s , na qu al id ad e de advogado da Casa do Povo. O também presidente da Junta afirmou que a receita da renda da exploração do bar nunca terá entrado no banco. No encontro foram apresentadas as contas da gestão actual e reiterada a intenção de avançar com as obras na Casa do Povo com vista a instalar a sede da Junta de Freguesia. Para tal, os actuais dirigentes dizem que já reuniram com António Magalhães, presidente da Câmara de Guimarães. A Assembleia serviu ainda para aprovar os novos estatutos que substituem os que vigoravam desde 1970. Agora, qualquer cidadão pode ser sócio, não precisando de ser agricultor, como era exigido anteriormente.

Na assembleia geral da Casa do Povo de Ronfe, no dia 27, a actual direcção af irmou ter já respondido na GNR à queixa apresentada por Capela Dias contra o que conside rou “assalto à instituição”. Ouvido pelo R L , Capela Dias salien tou que “o processo está no Minis tério Público para apuramento de responsabilidades” e que aguarda “serenamente” o seu desfecho, “indiferente às mentiras, às calúnias e ao palavreado de quem não tem autoridade de nenhuma espécie para dar lições de ética , de prof issionalismo e de cidadania”. Este responsável ressalva que as af irmações de Arsélio Ribeiro, “embora com linguagem imprópria , apenas expressam descontentamento pela gestão da Casa do Povo, mas censura outros responsáveis (sem indicar nomes) por usarem a Casa do Povo “como arma de luta partidária”. “Os que f izeram declarações no desconhecimento das leis merecem compreensão; os outros merecem desprezo absoluto”, atira o ex-pre sidente da Assembleia Geral.

vermil • PROJECTO

Recuperar imóvel à boleia da Capital da Cultura A Junta de Freguesia de Vermil quer colocar uma residência abandonada, propriedade da paróquia, na rota de Guimarães, Capital Europeia da Cultura (CEC) 2012. A candidatura surge no âmbito do “Mapa 2012” que pretende transformar espaços devolutos do concelho de forma a acolherem actividades que sejam incluídas na programação da CEC. O imóvel de Vermil já acolheu, no passado, iniciativas da paróquia. Trata-se de uma casa com terreno actualmente entregues ao abandono, onde surgiram associações de Vermil. “Este imóvel devoluto é o indicado para um espaço que proporcione o acolhimento de actividades criativas durante e após a CEC2012. É a oportunidade de reutilização e regeneração deste espaço, transformando-o num espaço polivalente

vocacionado para diferentes áreas artísticas e manifestações culturais locais e concelhias”, explica Marçal Mendes, secretário da Junta local. Os promotores pretendem dotar o imóvel com salas de trabalho e de apoio a actividades criativas, (artesanato, artes, espectáculos, exposições, pintura, festas e tradições). A ideia passa ainda por aproveitar a ruralidade da freguesia e promover a gastronomia e o artesanato local. “Este é um espaço sustentável de todos e para todos, e a população da Freguesia está pronta para colaborar voluntariamente na sua reabilitação”, escreve Armando Vidal, presidente da Junta, em nota informativa. A candidatura está a ser analisada pela Câmara vimaranense, que já visitou o local.


REPÓRTER LOCAL • FEVEREIRO DE 2011 • 9

Fevereiro

HOMENAGEM EM DIRECTO NA TV Cerca de 20 castolenenses marcaram presença no estúdio, não poupando elogios ao trabalho do autarca e aproveitando para fazerem uma homenagem pública de agradecimento.

CASTELÕES

Autarca homenageado na

Praça da Alegria

“AÍNDA NÃO DESCOBRI O AUTOR DA PARTIDA” Francisco Sá foi homenageado pelo seu trabalho na área social à frente da Junta de Freguesia de Castelões Francisco Sá, presidente da Junta de Castelões, reagiu bem humorado à homenagem de que foi alvo, por um grupo de populares, com honras de tele visão. O programa “Praça da Alegria”, da RTP 1, dedicou boa parte da edição do dia 21 a C astelões e ao autarca local. “ F u i co n v i d a d o a e s t a r p r e s e n t e n o e s t ú d i o p a ra f a l a r d o papel das Juntas no combate à solidão e exclusão dos idosos. Estranhei por não perceber porque me tinham escolhido a mim. Não queria ir, indiquei-lhes que seria melhor o Centro Social falar do assunto. Como insistiram muito, acabei por a c e i t a r. D u ra n t e e s t e t e m p o , f u i a b o r d a n d o a l g u m a s p e s s o a s p a ra q u e v i e s s e m co m i g o , t o d a s r e c u s a ra m ” , co n t o u o autar ca ao R L . Com 10 anos no cargo (cumpre o último mandato, por força da lei), apresentou-se no estúdio da RTP longe de imaginar o que o esperava . “A conversa com o Jorge Gabriel e a Sónia A ra ú j o co m e ç o u co m o t e m a q u e m e t i n h a l e va d o l á m a s , a d a d a a l t u ra a p a r e c e u u m a d i r i g e n t e d a A D E C A . A p e s a r d e e s t r a n h a r, s ó q u a n d o f i z e r a m a l i g a ç ã o c o m o H é l d e r Reis, que estava em directo do Centro Social de Castelões, é qu e p er ce bi o ver da de iro mo ti vo d a mi nh a pr e sen ç a n o programa . Tremi por todos os lados”. “ Vejo isto com agrado. Levanta-nos o ego mas temos a noção que é, sobretudo, o reconhecimento de que não só de betão se faz o trabalho de uma autarquia local. O estar atento, a palavra amiga , o saber ouvir as pessoas para poder a judar, tem cada vez mais importância para as pessoas e a minha maneira de tratar os meus fregueses é a mesma , sejam eles de que cor política forem”, refere, agradecido, o autarca .


10 FEVEREIRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

hélder guimarães nos states Hélder Guimarães, 27 anos, de Joane, está há um ano a trabalhar nos Estados Unidos. Licenciado em Economia, aceitou a mudança proposta pela empresa na mira de assegurar a progressão na carreira. Voltar a Portugal não está fora de hipótese.

REPORTAGEM

Da região

para o mundo Há cada vez mais jovens da região a tentar a sorte no estrangeiro.

L

pectativas”, lamenta. úcia Rodrigues deixou Airão Todos estes jovens elegem a língua, o Santa Maria para tentar a sorte, c l i m a e a c u l t u r a c o m o a s p r i n c i p a i s c o m o m a r i d o , n a V e n e z u e l a . barreiras na adaptação a um novo país. “ Q u e r e m o s a l g o m a i s d o q u e E lamentam o facto de não verem persPortugal oferece”, justifica a jovem de pectivas que os façam regressar, apesar 27 anos que trabalha na restauração. das saudades. Opinião partilhada por Ana Almeida, de “Os jovens portugueses não têm a mesma Ronfe, há seis anos no Canadá a trabalhar e s t a b i l i d a d e d e e m p r e g o q u e o s p a i s numa pastelaria. Depois de terminar o tinham e isso dificulta a construção de 12.º ano, trabalhou num escritório mas um futuro”, afirma Mariana. cedo percebeu que o que ganhava não era suficiente. “Saí sem ter garantido emprego no Canadá”, refere, “Nos próximos 10 anos está fora excluindo a hipótese de regressar, de hipótese o regresso a Joane, para já, a Ronfe. Mariana Rodrigues, 25 anos, também só se o estrangeiro não tiver trade Ronfe, tem um percurso igual. balho para mim”, diz Célia Pinto, Fez o curso de hotelaria e turismo, em 2004, e depois foi para a Escócia desde 2007 na Suiça. em busca de estabilidade financeira. “O meu namorado trabalhava numa empresa muito instável e apareceu uma “ N o s p r ó x i m o s 1 0 a n o s e s t á f o r a d e oportunidade para ganharmos mais uns hipótese o regresso a Joane, só se o estrocos”, conta. trangeiro não tiver trabalho para mim”, C h e g o u à E s c ó c i a s e m e m p r e g o m a s diz Célia Pinto. numa semana encontrou colocação numa Hélder Guimarães, 27 anos, de Joane, fábrica de processamento e embalagem Licenciado em Economia, emigrou para de peixe. “O meu maior sonho é regres- os Estados Unidos em Março de 2010. sar, mas é cada vez mais uma realidade Não teve dificuldades de adaptação. distante, porque Portugal vai de mal a “O facto de se ter tratado da 2ª experiênpior”, lamenta a ronfense. cia fora de Portugal contribuiu para uma A h i s t ó r i a d e C é l i a P i n t o , d e J o a n e , é adaptação mais rápida e fácil”, refere. u m p o u c o d i f e r e n t e . O s p a i s e s t a v a m Quanto a um regresso, não está fora de e m i g r a d o s n a A l e m a n h a . E m 20 0 7 re - hipótese, até porque não é tão negativo na gressou a Joane e depois de três anos do avaliação que faz de Portugal. “Portugal curso de hotelaria partiu para a Suíça, tem um futuro para os jovens. onde trabalha na área de formação. “Em E s s e f u t u r o s e r á m e l h o r o u p i o r d e Portugal não nos dão reconhecimento. pendendo de o quão empreendedores e Quanto mais se estuda, pior são as ex- ambiciosos esses jovens são”, diz. Luís Pereira

Lúcia Rodrigues, de Airão Santa Maria, na Venezuela

Mariana Rodrigues, de Ronfe, está na Escócia


REPÓRTER LOCAL • FEVEREIRO DE 2011 • 11

ENRIQUECIMENTO CURRICULAR EM VERMIL CONFRARIA DOS BOMBOS A escola EB1A de Vermil disponibiliza actividades de enriqueciConfraria dos Bo mento curricular. O serviço funciona durante toda a semana, das 17:30 às 19:00. Duas monitoras asseguram o serviço. Os gastos são suportados pela autarquia local. Os encarregados de educação apenas devem assegurar o transporte das criança.

HAJA SAÚDE

dois anos de bons conselhos

A

secção “Haja Saúde” chegou ao f im. Durante cerca de dois anos, nas páginas do Repórter Local, os médicos Elisa Ribeiro e João Monteiro deram “consultas” a milhares de leitores. O desaf io partiu do RL a este casal de médicos - ela natural de Joane, ele de Vila do Conde - para que em cada edição do RL e numa linguagem simples mas sustentada , falassem de saúde. E de doenças. A hipertensão arterial, a diabetes, o tiroidismo, entre muitos outros, foram temas focados no espaço “Haja Saúde”. O RL considera que fez serviço público e manifesta publicamente um grande reconhecimento aos autores desta secção, que anuiram ao desaf io e que nunca deixaram de assegurar um espaço que granjeou muitos seguidores. A colaboração de Elisa Ribeiro e João Monteiro com o Repórter Local não se f ica por aqui. Em breve, certamente, teremos de novo a sua presença nas nossas páginas. O que muito nos honrará.

Que balanço fazem desta experiência de colaboração mensal com o RL? Foi uma boa experiência . O nosso papel enquanto médicos de família é também o de fazer a promoção da saúde e prevenção da doença , o que este tipo de actividades nos permite, através da divulgação dos artigos. Como escolhiam os temas? Tentamos que os temas abordados focassem temas fulcrais em termos de prevenção assim como patologias que pela sua prevalência ou gravidade se tornam importantes conhecer, não só no que toca ao tratamento, mas também à sua etiopatogenia , sinais e sintomas e meios de prevenção. Tiveram algum “ feed-back” de leitores ou pessoas conhecidas? Tivemos, de algumas pessoas, quer por terem aprendido um pouco mais sobre os temas abordados assim como, em alguns casos, terem utilizado os conselhos no seu dia-a-dia .

13 anos O RL nasceu em Março de 1998. Nos 13 anos de vida, recebeu parabéns de centenas de leitores. Aqui ficam algumas das mensagens deixadas na nossa página no Facebook. José Salazar Parabéns para o nosso jornal! União Desportiva Airão O nosso clube deseja que este orgão de Comunicação Social continue a fazer o mesmo trabalho que foi feito durante este 13 anos. Roque da Cunha Parabéns a todos os que fazem parte deste grande jornal! Ana Margarida Cardoso É com muito gosto que escrevo mensalmente para este jornal! :) Parabéns, RL! Cidade Hoje Jornal Parabéns extensivos a todos aqueles que mensalmente contribuem para que o jornal seja editado. António Oliveira Enquanto as pessoas continuarem a perguntar “Já saiu o repórter local?!” é bom sinal. Força e coragem, porque na actual conjuntura é bem preciso. José Carlos Campos Continuem o bom trabalho. Paula Sequeira Neste formato ou noutro qualquer, o que interessa é que não se deixe morrer o projecto. Fátima Fonseca Machado Parabéns e muito sucesso! Esperança Oliveira Parabéns. Amâncio Barbosa Gonçalves Parabéns ao RL por mais este aniversário e que os seus fautores não desanimem. João Ferreira Parabéns. Associação Desportiva Castelões Um feliz aniversário, RL. Parabéns e continuem com o vosso trabalho. Benjamim Mendes Votos da continuação do bom trabalho em prol das populações. São uma mais-valia para a região! Paulo Cortinhas Muitos parabéns ao RL e a todos os que o compõem. Continuação de bom trabalho. José Luís Araújo Muitos Parabéns e continuem. Jorge Sousa Parabéns aqueles que um dia sonharam criar um jornal em Joane e a todos que o têm conseguido trazer mês após mês até a casa dos seus leitores. :) Custódio Castro Silva O RL hoje é reconhecido pelos seus leitores como um meio de comunicação excelente. Sérgio Cortinhas Sinto muito orgulho em ter sido um dos fundadores mas também por saber que hoje o RL continua um jornal igual às suas origens: independente, próximo dos cidadãos, plural , inovador e interessante. O corpo e os membros são diferentes mas o espírito, a alma é a mesma. Antonio Sousa Parabéns pelos bons serviços que tem prestado a esta comunidade. Sei que não tem sido fácil mas o vosso trabalho está à vista e é reconhecido. A nossa região precisa do RL. Muito obrigado a todos os que por aí passaram e, claro, aos que aí estão hoje.


12 FEVEREIRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

100 mil viram “dinossauros” A exposição “O Mundo dos Dinossauros” que esteve no Multiusos de Guimarães de 14 de Janeiro a 27 de Fevereiro registou cerca de 100 mil visitantes. Recebeu a visita de grupos escolares. Foi a maior exposição temática até agora realizada no Multiusos de Guimarães.

REGIÃO • economia

COMBUSTÍVEI$ Preços para todas as poucas carteiras O preço dos combustíveis parece uma montanha russa: sempre a subir. O RL divulga os preços das gasolineiras mais baratas na nossa região. Há que poupar, caros leitores! As gasolineiras voltaram a subir os preços dos combustíveis. A Galp aumentou o preço do litro da gasolina em 3 cêntimos, enquanto o gasóleo ficou mais caro em 1 cêntimo. Também a Cepsa já mexeu nos preços dos combustíveis, com um aumento de 1,3 cêntimos para o gasóleo e de 2,7 cêntimos para a gasolina. As gasolineiras de marca branca também subiram os preços.

No caso d’Os Mosqueteiros, “em média, os aumentos previstos deverão rondar um cêntimo por litro no gasóleo e dois cêntimos por cada litro nas gasolinas. Nops últimos dias, o preço da gasolina avançou para o valor mais elevado de sempre, enquanto o ‘diesel’ está a poucos cêntimos do máximo histórico registado em 2008.

Desde o início do ano, o preço do gasóleo já subiu mais de 13 cêntimos, enquanto a gasolina encareceu 8 cêntimos. A influenciar a subida da matéria-prima está o aumento do petróleo nos mercados internacionais, que superou já a barreira dos 100 dólares por barril e a subida dos produtos refinados nos mercados internacionais.

PREÇO$ PetroJoane Cepsa Joane Sem Chumbo 95 €1.44 Sem chumbo 95 1,56€ Sem chumbo 98, 1,63€ Gasóleo €1.29 Gasóleo 1,40€

Creixoauto (Creixomil) Sem Chumbo 95 €1.47 Sem Chumbo 98 €1.56 Gasóleo €1.31 GPL Auto €0.765

Jumbo Guimarães Sem chumbo 95 €1.50 Sem Chumbo 98 €1.56 Gasóleo €1.344

joane • folclore

Rusga 20 anos: festival e disco O grupo folclórico Rusga de Joane vai celebrar 20 anos de actividade com um espectáculo e a apresentação d eum novo CD. O espectáculo “Vivências de um Povo” está marcado para domingo, 13 de Março, a partir das 15 horas, no Grande Au ditório da Casa das Artes de Famalicão (a entrada é livre), e conta com o apoio da Câmara Municipal de Famalicão Além do grupo organizador, participam o Grupo Típico de Ança - Cantanhede; Rancho Folclórico de Canelas - V.N. Gaia; Grupo Etnográfico do Alto Minho - Luxemburgo e o grupo Cantadeiras do Vale do Neiva, Viana do Castelo. O espectáculo, lembra a Rusga, tem um propósito especial: “os grupos participantes irão apresentar encenações etnográficas. A ideia é permitir ao público-geral ter acesso a outras formas, não tão comuns, de ver representado o folclore e etnografia, bem como, permitir aos grupos esmiuçar esta complexa e arriscada forma de apresentação”. O espectáculo culmina com o lançamento do novo CD do grupo, que inclui, além das músicas, cantigas tradicionais, uma das maiores bases do reportório do cancioneiro minhoto.

E-Leclerc Famalicão Sem Chumbo 95 €1.47 Sem Chumbo 98 €1.53 Gasóleo €1.32


QUERIDA INFÂNCIA Infância, tenho de parar por agora. Tenho muitos assuntos crescidos para tratar. Tenho de terminar a licenciatura, arranjar um emprego e encarar este período de chuva que assola o meu país.

que quase nem me lembro deles. E nos dias de chuva, deitávamo-nos na cama, brincáva mos, víamos desenhos animados com fin ais felizes, víamos o Buereré. Naquela altura, eu gostava da Ana Malhoa. Mas ela também cresceu, e não é mais do que uma memória. Escrevo-te também para te pedir descul pa. Houve uma altura, confesso, que queria que te fosses embora. Não queria estar m ais contigo. Perdoa-me, perdoa-me. A ânsia de quem quer crescer é um pequeno sinal da fu tura loucura dos adultos. É difícil evitá-la,

é uma doença à qual não consegues fugir. E tem sintomas, Infância. Digo-te para que, se um dia a apanhares, conseguires curar-te. O primeiro deles é pensar, pensar demais, pensar em tudo – com uma especial tendên cia para sobrevalorizar o que te faz infeliz. O segundo é apaixonares-te – e tens de ter cuidado com este. Ora tens calor, ora tens frio, ora te sentes nas nuvens, ora te sentes no fundo do poço. Pode dar-te vida, ou pode matar-te. O terceiro é magoares alguém. Se cresceres, vais fazê-lo, Infância. É inevitá vel, aqui. Por isso é que tens de fugir a sete pés e não entrar em contacto real com po tenciais transmissores desta doença. Porque este é o sintoma que mais dói. Aos outros, e a ti. Infância, tenho de parar por agora. Tenho muitos assuntos crescidos para tratar. Tenho de terminar a licenciatura, arranjar um emprego e encarar este período de chuva que assola o meu país. Já que não posso parar a tempestade, pelo menos quero ver se consi go fazer alguma coisa para não deixar que a água me entre em casa e destrua o que ainda não desmoronou. E é aí que vou buscar forças aos sonhos que partilhávamos, Infância. Voltarei a encontrar-te na minha memória. Ou, quiçá, apenas na minha imaginação. Não sei bem a diferença entre uma e outra, de qualquer das formas. Às vezes sinto que as minhas memórias nada mais são que fruto da minha imaginação. Até depois.

RL EMPRESAS • famobanho

Um novo alento para Airão S. João Empresa de Riba d´Ave escolheu Airão para se instalar. Famobanho tem 28 trabalhadores e prevê aumentar a facturação Quando a fábrica CPM fechou as portas, há cerca de dois anos, a freguesia de Airão S. João perdeu um dos principais empregadores. Foi um rombo para a peque na localidade. Agora, os pavilhões outrora ocupados pela actividade de tinturaria estão ao serviço de uma nova empresa que se dedica em exclusivo ao fabrico de móveis de casa de banho. “Estas instalações foram a melhor coisa para a nossa empresa”, garantiu ao RL o proprietário da Famobanho, Artur Faria. A empresa encontrou em Airão o espaço ideal para desenvolver a actividade. Criada há cerca de 10 anos, esteve em Riba d´Ave num espaço que, in forma o empresário, há muito se revelava insuficiente. “Estávamos muito limitados, as instalações eram em dois andares, com todos os inconvenientes operacionais daí decorrentes”, recorda Artur Faria. A empresa dedica-se em exclusivo ao fabrico de móveis para casas de banho para grossistas e parte da produção é escoada através do mercado externo. Os grandes armazéns ligados ao sector são os principais clientes. Emprega 28 trabalhadores e facturou cerca de dois milhões de euros no último ano. Para o presidente da Junta, Domingos Ferreira, a reactivação das instalações da antiga tinturaria foi “uma boa notícia”. “Permitiu dar um novo alento. As pessoas viram que Airão continua a ser procurada por empresas”, diz o autarca.

PUBLIREPORTAGEM

Escrevo-te com a saudade de quem há mui to te perdeu. Obviamente, o muito é relativo – os mais velhos dir-me-ão que ainda sou nova, e os mais novos dir-me-ão que já sou velha. Mas cresci. Já não tenho a doçura e a inocência que me conheceste. E como to dos os crescidos, amarguei. Lembro-me de quando brincava contigo e maldizíamos os adultos e as suas complicações. Lembro-me de quando não conseguíamos compreender o medo, a angústia, e a solidão. Naquela altura, Infância, era tudo simples e belo. Se caísse e me sujasse, ria-me e suja va-me mais um pouco. Hoje, escondo as nó doas, envergonhada. E escondo-as todas, In fância. As da roupa e as da vida. Os adultos também se sujam (e de que maneira!). E o pior é que não podemos estender a camisola à mãe, com um sorriso meio travesso e en vergonhado, e pedir para recuperar daquela peça o seu brilh o original. Porque não há nenhuma lixívia, por mais poderosa que seja, para esse tipo de nódoas. E neste mundo – onde eu não te encontro, onde eu não te vejo, onde a tua simplicidade simplesmente não aparece – eu escondo-as. Aperto-as contra o meu peito, bem forte, até penetrarem na pele e ficarem escondidas em mim. Infância, está a chover outra vez. Não tem parado de chover nos últimos tempos, neste país. Lembras-te de como era dantes? O céu esta va azul, o sol brilhava sempre. Bem, talvez esteja a exagerar. Havia dias de chuva, mas são tão enevoados na minha memória,


14 FEVEREIRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

região • futebol

Ricardo Silva no campeonato chinês Luís Pereira

O defesa central Ricardo, ex-Vitória de Guimarães, foi transferido para o clube chinês Shandong Luneng. Depois de passagens por Paços de Ferreira , Beira-Mar, Freamunde, Famalicão, Serzedelo e Ron fe, o central assinou um contrato de doi s anos com o Shandong Luneng , o campeão da última temporada , com 63 pontos, mais treze que o segundo classif ica do ( Tianjin Teda). O RL falou com o jogador sobre este novo passo na sua carreira de jogador que tem residência em Joane. O mandarim é mesmo a maior dif iculdade de um estrangeiro na China? Sem duvida que o mandarim é uma grande dif icul dade e será com certeza dif icilimo de aprender. No entanto, para mim, a maior dif iculadede neste momento é estar longe da mi nha família . Isso sim, custa muito, e também a alimen tação é muito difícil. Como tem sido a adapta ção? Para já tem corrido tudo bem, fui muito bem rece bido aqui e não me deixaram faltar nada . Como surgiu o convite e o que pesou para aceitar a transferência para o fu tebol chinês?

arpo presente em avintes A secção de atletismo da Asso ciação Recreativa Pousadense ( ARPO) participou, no passado f im-de-semana , na prova dos 10 quilómetros de Avintes. Os atletas da ARPO obtiveram as seguintes classif icações: em veteranos dos 40 aos 45 anos classif icaram-se Joaquim Silva (nona posição), Joaquim Coelho (15ª), Joaquim Costa (16.ª), José Peixoto (23.ª), Álvaro Sousa (25.ª) e Carlos Ferreira (27.ª). Em veteranos com mais de 50 anos, Raúl Carvalho classif i cou-se no 16.º posto. Em veteranos com mais de 60 anos, classif icaram-se José Maga lhães (terceiro lugar) e José Silva (quinto).

AIRÃO S.João • atletismo

Houve um interesse inicial que surgiu mas na altura foi muito superf icial. Quando nada o fazia esperar, a pro posta surgiu e exigiu uma resposta rápida , era pegar ou largar...

GD CURVIÃ foi terceiro em avintes

Qual é a principal dife rernça entre o nosso futebol e o asi ático? Neste momento ainda não disputei qualquer jogo, por isso não posso ainda responder a essa questão. Do que é que sente mais saudades, longe de casa? Da familia , é claro, é muito difícil estar longe da familia. Joane/Portugal, agora só nas férias? Exactamente, agora só nas férias é que posso regressar.

pousada • atletismo

O defesa central Ricardo, ex-Vitória de Guimarães, natural de Pousada de Saramagos, foi transferido para o clube chinês Shandong Luneng

O GD Airão- Curviã este ve tam bém nos 10 km de Avintes con quistou o 3º lugar do pódio. Pontuaram para esta classif i cação os atletas Mihail Lale v (12º geral, 9º senior), Pedro Costa (16º, 2º no escalão 4044 anos), João Vilela (36º, 6º 40/44) e M anuel Ferreira , 48 (10º 40/44). Recorde-se que a prova foi vencida por Óscar Mendes, do Liberdade F C , de Famalicão, com o tempo de 30’16’’ e por Luisa Oliveira , da AR Estrelas do Sul, com 35’33’’. A próxima prova do grupo de Airão S. João é o Grande Pré mio de Atletismo de S. José, na Póvoa de Lanhoso, no dia 13 de Março.


REPÓRTER LOCAL • FEVEREIRO DE 2011 • 15

DÊ-NOS A SUA SUGESTÃO Se acha que há pessoas que deveriam ser entrevistadas pelo RL, envie-nos a sua sugestão para reporterlocal@hotmail.com

ÚLTIMAS

JOANE • segurança

Um euro para reparar salão paroquial Paróquia pede nas missas para reparar o “velho” salão, mas há quem esteja preocupado com segurança do edifício

Luís Pereira

U

m euro é quanto está a ser pedido nas missas dominicais em Joane com vista a reparar o “velho” salão paroquial. A quantia não chega para uma obra

de fundo, reconhece António Cardoso, da comissão fabriqueira, e além disso, adianta, com o avanço da construção da Casa Mortuária (ver notícia nesta edição), é inevitável que o salão volte a esperar anos para ser remodelado. “Não

há dinheiro para tudo. No salão, vamos intervindo aos poucos, remendando buracos”. Sem uma intervenção de fundo no horizonte, a paróquia aguarda por uma reparação do telhado. Já tem orçamento mas não tem certezas quanto a datas.

O salão paroquial de Joane foi outrora ponto de encontro de jovens e palco de muitos espectáculos. Ainda hoje acolhe os movimentos ligados à paróquia. É ao sábado, com a catequese e os escuteiros, que junta mais crianças e adolescentes. O seu estado de degradação está à vista e a realidade do interior ainda consegue ser pior: chove nas salas e há quem tema pela segurança do edifício. Preocupado com o cenário, o joane nse Diog o Olive ira pediu explicações às entidades responsáveis. “Já basta de ignorância e de descuido por parte dos responsáveis. É um edifício antigo e completamente em ruínas, desactivado há décadas. Eu mesmo finalizei a catequese há mais de dez anos e já na altura era um edifício que colocava todos em perigo. Passaram-se anos e ainda é leccionada catequese no mesmo local. O edifício sofre de inundações, e infiltrações. É um local sem limpeza”, escreveu na carta enviada ao presidente da Câmara de Famalicão.

Na resposta, Armindo Costa diz que a Câmara notificou a paróquia e mostrou abertura para realizar uma vistoria técnica. “A situação poderá estar a colocar em risco a integridade física e a saúde das crianças e ca tequistas”, refere Armindo Costa em carta dirigida ao pároco Manuel Silva com conhecimento da Diocese de Braga e do arciprestado de Famalicão. Ouvido pelo RL, o arcipreste Mário Martins diz conhecer o assunto e partilhar das preocupações. “Tenho a certeza que o pároco está sensível ao problema e a tentar encontrar formas para o resolver”, afirmou. Diogo Oliveira espera que a sua iniciativa colha frutos e que o caso seja mediatizado de forma a “sensibilizar as pessoas para um assunto que a todos diz respeito”, e que tem revelado a incapacidade e desinteresse das autoridades competentes na resolução do problema”. O RL tentou por diversas vezes contactar o pároco Manuel Silva mas tal não foi possível.

JOANE • obras

Junta vai alargar acesso ao Centro Escolar A Junta de Freguesia de Joane vai alargar a Travessa da Devesa, que liga a rua da Devesa à rua de Vila Boa, para escoar o trânsito que se prevê intenso a partir de Setembro com a abertura do Centro Escolar. A Junta já chegou a acordo com o proprietário do terreno, preparando-se agora para alargar a via de maneira a criar um novo acesso à nova escola . Com a abertura do Centro Escolar, aquela zona irá sofrer um grande aumento de trânsito automóvel estando o estacionamento para viaturas a preocupar a autarquia . “Estamos a negociar com o proprietário do terreno que confina com a rua de Leognan, (até à Nacional 206) o recuo do muro aí existente, de modo a permitir, ainda que de forma provisória, o estacionamento de veículos automóveis de professores e funcionários”, refere a Junta . Quanto aos acessos, a Câmara foi

alertada para a “necessidade imperiosa” de ser realizada a ligação entre a rua da Devesa e a rua de Leognan até à estrada nacional. “ Vamos exigir a pavimentação do troço ainda em cubo, na rua de Leognan, atendendo à degradação do mesmo, o que permitirá a circulação do trânsito sem qualquer tipo de estrangulamento”, adianta fonte da Junta . Executivo e presidente da Assembleia de Freguesia visitaram, no dia 25, as instalações do Centro Escolar, numa altura em que os trabalhos da escola entram na fase final com vista à abertura no novo ano lectivo, em Setembro. “As obras correm a bom ritmo, faltando os espaços exteriores com a colocação dos pavimentos e a conclusão de dois recintos desportivos com relva sintética . Verificámos com agrado a dimensão do espaço como o destinado à cantina e do equipamento na cozinha

de apoio”, refere a Junta em nota de imprensa . A autarquia local quer que o Centro possa servir a comunidade escolar durante a semana e toda a população de Joane aos fins-de-semana . “A biblioteca pode ser aproveitada para a realização de colóquios; a cantina, para festas e os campos de relva sintética, para treinos das

escolinhas de futebol existentes em Joane”, sugere. Entretanto, a Associação de Pais promove sábado, dia 5, uma visita guiada às instalações do Centro Escolar, com a presença de responsáveis camarários e do agrupamento, sendo aberta a todos os pais dos alunos das escolas do primeiro ciclo de Joane.


16 FEVEREIRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

por D. VIRINHA

O povo quer paz n a casa A Casa do Povo de Ronfe parece querer trilhar novos caminhos e por uma pedra bem pesada em cima das polémicas passadas. OU talvez não. A sessão da Assembleia Geral do dia 27 de Fe vereiro te ve o seu quê de novidade. A começar pelo teor da convocatória : cheia de pontos e considerandos e assinada não só pelo presiden te da Assembleia Geral mas também pelo presidente da Direcção. Deseja-se que a calma volte àquela casa e que a guerrilha políticopar tidária f ique à porta . VEREADORES QUE MASTIGAM CHICLETE NA ASSEMBLEIA Quem são os “dois vereadores” da Câmara de Famalicão que têm por hábito mastigar chicletes nas assembleias municipais? Teresa Fidalgo, no seu blog (http://notas-ao-acaso.blogspot .com), diz que esta é daquelas coisas que “não podem NUN CA acontecer numa Assembleia Municipal”. E adianta : “Sobretudo se tais mastigadelas forem perpetradas por dois Vereadores, com umas grandes bocas abertas viradas para a frente da sala”. A autora do blog não diz se tais “ vereadores de bocas grandes” tam bém f izeram ou não bolinhas e estalinhos com as chicletes...! de incoerência não pode a j unta de joa ne ser acusada “Com a construção do posto da GNR , no Mato da Senra , a sede da Jun ta passará a ocupar as instalações onde funciona actualmente aquela corporação”. Este trecho faz parte do programa eleitoral do PS Joane às eleições autárquicas de...19 93. Pois é! Já na altura a equipa de Sá Machado defendia a solução que veio a adoptar em 2010: a GNR saiu para as novas instalações no Mato da Senra e a Jun ta instalou n o “ velhinho” quartel a sua sede, apesar de salientar que será provisório. Promessa cumprida! DR . JEKYL E MISTER HYDE A notícia do RL sobre o estado de degradação e abandono a que se encontra votado o Parque de Jogos de Vermil deu que falar naquela localidade. Nos ca fés, nas ruas, nos bastidores da autarquia e das residências de muitos vermilenses, foi um fartote de comentários. Quem não gos tou muito foi o jovem secre tário da Junta , Marçal Mendes, que chegou mesmo a recorrer ao Facebook para dizer que as declarações que prestou ao RL foram feitas na qualidade de “ci dadão” e não de Secretário! Não sab emos se ali houve “puxão de orelhas” paroquial, até porque

Marçal “zurziu” na Comissão Fabriqueira , ou se foi admoestado por superiores autárquicos...! De resto, a moda da duplicidade de personalidade é muito fre quente. Em Famalicão, o presi dente da Câmara local, o arqui tecto Armindo Costa , queixa-se do mesmo: acha que Fernando Moniz age de forma institucio nal enquanto governador civil de Braga e de forma diferente enquanto líder da Concelhia fa malicense do PS.

CARTAS ABERTAS Comendador APARECIDO

EXMO. Sr. presidente da Câmara de guimarães Ilustre autarca e doutor Antó nio Magalhães. Que estas pala vras singelas e escritas no inverno minhoto o encontrem de boa saúde. Como saberá certamente, tenho por Airão S. João um carinho assaz especial, lembro os tempos em q ue, petiz ainda, calcorreava a Curviã atrás dos bois ouvindo o chilrear dos passarinhos. Saiba vossoria que sou um in defectível admirador da sua obra à frente desse rincão pátria que é Guimarães. Mas não é esse o móbil desta missiva, a qual resultou de uma daqueles passeios idílicos (mais comuns nas páginas de Júlio Dinis) pelas serranias rochosas de Ai rão S. João. No alto da Curviã não consegui calar um suspiro, quase grito, de admiração ao dar de caras com uma enorme cratera com um grande lago de água parda lá no fundo. Pensei com os meus botões: “Olá! Que res ver que Airão S. João não tem uma mas duas piscinas?!”.

Não calo, em nome da verda de que muito prezo, o orgulho sentido pela construção, neste torrão, da piscina de Airão S. João, e tenho perfeita noção de que tal se deveu, em muito, ao denodo com que Vocelência assumiu o processo. Mas esta segunda piscina a que aludo mais não é do que a ferida na pai sagem de Airão S. João desferida por golpes impiedosos de pedreiras. Ilustre doutor António Maga lhães. Também eu defendo que não se deve tergiversar peran te atentados contra o ambiente, estou plenamente convencido que o Ilustre autarca, honran do os pergaminhos das gentes laboriosas das Terras de Basto, saberá ter este ousado desaba fo em consideração por forma a que quem de direito aja em con formidade. Aceite os melhores cumprimen tos deste que se assina Comendador Aparecido


REPÓRTER LOCAL • FEVEREIRO DE 2011 • 17

OPINIÃO Os artigos de Opinião são da responsabilidade dos seus autores opinião

A VIM e o Governo Civil de Braga Miguel Azevedo

Membro da Comissão Política do Núcleo de Joane do PSD

A Via Intermunicipal Joane Vizela (VIM), além de importante eixo rodoviário para os concelhos de Famalicão, Guimarães, Santo Tir so e Vizela, é também um acesso rápido e eficaz à auto-estrada A7, no nó de Serzedelo. A via encontra-se num estado de grande degradação provocada não só por falta de investimento em obras de conservação periódica, como também pela ausência de grandes obras de reparação e beneficiação. As características que apresenta não são compatíveis com as actuais exigências e necessida des de conforto e segurança. A AMAVE, entidade responsável pela sua construção, mostrou-se, desde o inicio, incapaz de gerir esta

infra-estrutura. Devido ao mais que conhecido estado da via, são frequentes os acidentes, muitos deles graves e alguns mortais. Segundo relatos recentes da imprensa local, em cinco anos, doze pessoas morreram em acidentes na VIM. E isto apenas no troço dentro do concelho de Famalicão. Compete ao Conselho Coordenador de Segurança Rodoviária Distrital fazer a análise de todos os acidentes rodoviários do distrito. A análise tem como objectivo contribuir activamente para uma constante redução da sinistralidade rodoviária. Este conselho coordenador, da responsabilidade do Governador Civil de Braga, o dr. Fernando Moniz, tem também o compromisso de identificar os pontos negros das estradas do distrito e fazer a sua coordenação para a sua eliminação. O Governador Civil tem sido incompetente. Os pontos negros são tão evidentes que não precisa de os identificar, mas a sua eliminação nunca foi concretizada. Sob a passividade do Governo Civil de Braga, a VIM continua a ser uma estrada sem segurança, o que devia envergonhar o senhor Governador. Em lugar disso, o dr. Fernando Moniz preocupa-se

mais em, abusando do cargo de representante do Governo no dis trito, fazer política partidária de oposição à Câmara de Famalicão. Certo é que subsiste um problema real e dramático. Ao contrário do governador a quem é devida em primeiro lugar esta competência, há quem tente alte rar o estado das coisas. Já foram apresentados na Assembleia da Republica (AR) dois projectos de resolução com vista à integração da VIM no Plano Rodoviário Nacional (PRN), considerando-a como Estrada Nacional, no sentido de ser o Estado a assumir a requalificação e manutenção da via através da empresa Estradas de Portugal (EP). Um foi apresentado pelo PCP (Agostinho Lopes, Julho 2010) e o outro pelo CDS-PP (Durval Tiago Ferreira, Janeiro 2011). Ambos os proponentes são deputados eleitos pelo circulo eleitoral de Braga. Os dois projectos foram chumbados. O famalicense dr. Nuno Sá, depu tado à AR do PS, é conhecedor do actual estado de degradação da via. Segundo a imprensa local, é também defensor da sua integração no PRN, pois a 19 de Janeiro de 2010 mostra-se preocupado com o estado da VIM e em saber que diligências a Câmara de Famalicão

fez sobre o assunto. O mesmo dr. Nuno Sá foi indicado pela direcção do PS para, no dia 20 de Janeiro, intervir em sede de trabalhos e discussão parlamentar do Projecto de Resolução apresentado pelo CDS-PP, na Comissão Parlamentar de Obras Públicas, Transportes e Comunicações. E foi ainda o mes mo dr. Nuno Sá que votou contra a proposta que estava em cima da mesa, inviabilizando assim a requalificação da VIM. Nuno Sá tem duas posições sobre o mesmo assunto: uma no conce lho, onde é a favor da integração no PRN, e outra em Lisboa, onde chumba a requalificação da via. Num tempo em que a classe política está cada vez mais descredibilizada, todos esperávamos acções que prestigiassem o exercício da actividade política. Para que possamos sonhar com o prolongamento da VIM até à circular de Braga são necessárias três coisas: que de forma rápida a via seja totalmente requalificada, de forma a fundamentalmente assegurar condições de segurança adequadas; pela sua importância, deve ser classificada como Estrada Regional, integrada no PRN e sob a tutela das EP; e que os políticos sejam sérios, justos e competentes.

Joane assume posição de relevo no concelho Luís Santos

Membro da Junta de Freguesia de Joane | PS

A construção de uma casa mortuá ria ou capela mortuária em Joane é uma necessidade premente. Po derá ser casa mortuária para uns e capela mortuária para outros. Quer seja, casa ou capela, o importante é que esteja aberta a todas as pessoas, independentemente dos seus credos e religiões. Só assim faz sentido uma conjugação de esforços entre a paróquia e as entidades civis, nomeadamente junta e câmara. São por demais conhecidas as dificuldades, sem pre que coincide no tempo mais do que um falecimento. As capelas, mais concretamente a capela de

S. Bento, não tem condições para albergar mais que um velório. O processo de edificação de uma casa mortuária tem sofrido ao longo do tempo diversos avanços e recuos. Mas o tempo actual obriga a que os avanços se sobreponham aos recuos e que a sua construção se torne uma realidade. A Junta de Freguesia tem este desde à muito, este assunto na ordem do dia. Há uma convicção enraizada de que será neste mandato que a obra acont ecerá. A paróquia de Joane é o parceiro ideal para ombrear com este pro jecto. E esta tem, de facto, tido um papel de relevo neste processo. A construção deste edifício necessita do contributo de todos; Câmara Municipal, Junta de Freguesia e população em geral. Todos os Joanenses serão chamados a con tribuir, dentro das possibilidades de cada um. A junta de freguesia saberá fazer todos os esforços necessários, que permitam um

“Dentro em breve pais e encarregados de educação serão convidados a visitar o Centro Escolar. O que os espera será uma grande surpresa.

contributo importante e válido para esta causa. Esta obra é um velho anseio de todos os joanenses e da junta de freguesia, e em breve será uma realidade. O novo Centro Escolar está em fase de conclusão. Se a Câmara Muni cipal tivesse acompanhado todo o

processo de construção com mais empenho, as crianças já poderiam este ano, ter aulas neste centro. Assim, abrirá para o próximo ano lectivo. Dentro em breve pais e encarregados de educação serão convidados a visitar o Centro Escolar. Conhecendo a realidade das diversas escolas primárias espalhadas pela vila de Joane, o que os espera será uma grande surpresa. Uma agradável surpresa. Cantina, biblioteca, quadros mul timédia, ar-condicionado, parque de jogos com relva sintética, etc. Condições excelentes para que as crianças encontrem na escola um local acolhedor, e que possibilite uma boa aprendizagem. A vila de Joane poderá orgulhar-se do seu novo Centro Escolar, e todos os pais saberão que os seus filhos ao deixarem o infantário, onde tinham condições excelentes, passarão para um local que lhes oferece iguais, ou ainda melhores condições.


18 FEVEREIRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

OPINIÃO

Sérgio Cortinhas

Professor. Presidente da Assembleia Geral da Associação de Professores das Escolas Particulares e Cooperativas com Contrato de Associação

Geração à rasca Os jovens da “geração à rasca” toleram um sistema político-administrativo onde o mérito dá lugar ao oportunismo e a competência é substituída pela cunha. No momento em que escrevo este artigo oiço um jovem político com responsabilidades autárquicas numa cerimónia oficial a dirigirse a cerca de duas centenas de outros jovens com um discurso vazio e desarticulado assente em meia dúzia de chavões desconexos e disparatados. Tem emprego e, supostamente, é bem remunerado. E vem-me à cabeça o debate do momento sobre o protesto nacional da “Geração à Rasca”. Enquanto penso naquilo que poderá vir a ser a maior manifestação cívica espontânea em Portugal oiço jovens a questionar uma deputada sobre o futuro da democracia, sobre uma democracia cada vez mais participativa e sobre a falta de qualidade da classe política. E penso nos principais motivos de revolta e indignação dos jovens, que os levou a utilizar as redes sociais para convocar para a rua os portugueses “desempregados, “quinhentoseuristas” e outros mal remunerados” no dia 12 de Março. No fundo, os jovens da geração “que parva que eu sou” sentemse desiludidos com um sistema político-administrativo que não lhes proporciona um emprego es tável com uma remuneração justa facilitadora de um projecto de vida risonho. Aquilo a que o filósofo Fernando Savater (“Ética para um Jovem”) designa por “Uma Vida Boa”. Têm razão estes jovens nestas e outras reivindicações? Sim. Têm toda a razão? Não. Vejamos porquê. 1. Os jovens, na escola, especialmente, no Ensino Básico, não são preparados para pensar, para tomar decisões, para serem cidadãos autónomos e activos, para raciocinar sobre os problemas e encontrar soluções criativas e inovadoras. São ensinados a assimilar conteúdos muitas vezes de forma desarticulada da realidade. Têm razão para protestar porque não

foram preparados para se orientar racional e autonomamente num mundo cada vez mais imprevisível e confuso. 2. Há dez anos havia metade dos desempregados de hoje. Um curso superior hoje não é sinónimo automático de um bom emprego e é verdade que há um certo corpo rativismo instalado que impede os actuais jovens (muitos deles com grande talento e valor) de serem advogados, professores e médicos ou de exercerem um cargo público ou até um cargo político. Têm razão os jovens quando exigem que os cargos e funções sejam abertos a todos em circunstâncias de igualdade equitativa de oportunidades, como defendia o Filósofo americano John Rawls em “Uma Teoria da Justiça”. Chama-lhe Rawls o “Princípio da oportunidade justa” que contribui para esbater as desigualdades sociais, onde Portugal, por sinal, é líder na Europa. 3. Os jovens passam muito tempo da sua vida na internet, nas redes sociais, no telemóvel a partilhar imbecilidades. Têm andado distraídos com minudências enquanto o tempo passa. Há um vazio de valores orientadores da sua conduta. Falta também algum espírito de sacrifício para enfrentar as adversidades. Quanto tempo dedicam à cidadania, a discutir os problemas do seu bairro e do seu país, a escutar os jornalistas, os políticos, os econo mistas e os empresários e a analisar criticamente as suas propostas? Quantos jovens participam activa e autonomamente nos partidos, no movimento associativo, nos órgãos públicos decisores? É aqui que os jovens não têm razão. Não têm razão quando criticam um sistema político-administrativo que não lhes proporciona um futuro risonho mas que passiva e acriticamente vão tolerando e aprovando. É esse mesmo sistema que permite que o jovem autarca referido no início desta crónica tenha garantido um emprego supostamente bem remunerado mesmo que revele falta de competência ou mérito para o exercício de tal função. Porque os jovens da “geração à rasca” toleram um sistema político-administrativo onde o mérito dá lugar ao oportunismo e a competência é substituída pela cunha. Um sistema gerador de desigualdades sociais. Pode ser que a manifestação do dia 12 de Março seja um sinal de mudança. Assim espero!




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.