Jornal Repórter Local

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JOANe •

pág. 10

Júlio Azevedo, mestre a criar santos de madeira Nº 146 • ANO XIII • MAIO 2011 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE

www.facebook.com/reporterlocal/

JOANE | p. 060

Junta retira sinalética colocada pela Câmara AIRÃO S. Mª | p. 08

ELEIÇÕES OPINIÃO • págs. 17 e 18

Dia 5 Junho, portugueses escolhem o caminho a seguir

Diferendo dos limites longe de terminar POUSADAI| p. 07M |

Margarida quer jogar bola mas Federação só aceita rapazes FUTEBOL | p. 13

Joane e Ronfe à procura de direcção PERFIL | p. 10-11 p. 09

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EM FOCO • p. 03

CRISTIANA MARQUES Paraplégica de Airão Santa Maria é craque no desporto

Feliciano Silva: ser padre aos 40 anos CRÓNICA | p. 14

O Galo da minha rua Ana Margarida Cardoso



REPÓRTER LOCAL • MAIO DE 2011 • 3

EM FOCO

FESTIVAL FOLCLÓRICO EM JOANE Realiza-se este sábado, dia 4, a 27.ª edição do Festival de Folclore do Grupo de Danças e Cantares de Joane. O festival decorre no Parque da Ribeira a partir das 21:00 horas. Participam o Grupo Folclórico as Varinas de Ovar, Grupo Regional de Moreira da Maia, Rancho de Sequeira (Braga) e Grupo do Centro Social e Cultural de Abragão, Penafiel.

Eleições legislativas 2011

Em matéria de campanha, assim se vê a força... de Joane José Sócrates passou por Joane. Passos Coelho esteve anunciado mas acabou por optar pela feira de Pevidém. Nas dezenas de candidatos que integram as listas dos vários partidos pelo círculo de Braga estão alguns famalicenses e vimaranenses. O RL ouviu alguns deles.

Candidatos locais O meu partido é melhor... “Para continuar a defender Famalicão com igualdades de oportunidades na justiça social e no desenvolvimento económico”. NUNO SÁ | PS, Famalicão

Luís Pereira

A

campanha eleitoral para as eleições do próximo domingo deixou clara a importância que Joane tem no concelho de Famalicão e até no distrito de Braga. Senão veja-se: José Sócrates, secretário-geral do PS, esteve em Joane, ladeado pelo “estado-maior” distrital, mas não esteve na sede do c o nc e l h o . O P S o p t o u p o r Jo a ne para o contacto de Sócrates com os apoiantes, no dia 27. Passos Coelho, é certo, nãoveio, apesar de ter sida anunciada a sua presença pelo PSD local, mas o CDS-PP apostou a sério na feira joanense, com Nuno Melo a desempenhar o papel de estrela da casa. A passagem de Sócrates teve direito a arruada (entre a rua de Telhado e a Associação Teatro Construção) e à presença dos notáveis socialistas. “Só o PS pode vencer esta crise preservando a justiça social e a igualdade de oportunidades”, disse Sócrates. Depois de beijos e abraços, Sócrates visitou a ATC, ouviu agra decimentos de uma criança pelo computador Magalhães e, ladeado por António José Seguro e Nuno Sá, candidatos por Braga, Fernando Moniz e Sá Machado,

“Mesmo sem líder, no sábado, dia 28, a caravana concelhia do PSD passou pela feira joanense, com Jorge Paulo Oliveira, Paulo Cunha e Armindo Costa”

defendeu a escola públca. “Aqui como em todas as escolas públicas, todos aprendem com os mesmos recursos, todos são iguais. Não se distingue o rico do pobre e é por isso que a escola pública garante a igualdade de oportunidades. Não quero viver num país onde não ex iste igualdade no acesso à educação”. O candidato escolheu Joane para chamar ignorante a Passos Coelho, por causa das suas decla rações contra as Novas Oportunidades. “O País pagou um preço por décadas de exclusão de muitos portugueses na educação. O nosso governo deu essa oportunidade a mais de um milhão de pessoas que m ostraram coragem. Temos orgulho nelas, e quando um líder político lhes chama ignorantes,

a única coisa que está a mostrar é que ignorante é ele”. Quem esteve para vir a Joane foi Passos Coelho, mas o PSD acabou por optar pela feira de Pevidém. A passagem estava prevista para o dia seguinte à de José Sócrates, de acordo com o anúncio do núcleo local do PSD. Com o aproximar da data - apurou o RL - o programa foi alterado e a passagem por Joane cancelada. A página do Facebook do RL anunciou o cancelamento enquanto que o PSD de Joane optou por manter o anúncio da vinda. Mesmo sem líder, no sábado, dia 28, a caravana concelhia do PSD passou pela feira joanense, com Jorge Paulo Oliveira, Paulo Cunha e Armindo Costa. E Joane volta a ser palco de nova acção de campanha, esta sexta-feira, à noite, no parque da Ribeira, com candidatos por Braga. Nuno Melo acompanhou Telmo Correia e Altino Bessa, candidatos do CDS por Braga, numa visita à feira de Joane. Nuno Melo puxou dos galões do PP: Telmo Correia e Altino Bessa, disse , foram, dos 19 deputados eleitos por Braga, os que mais trabalharam na última legislatura. A comitiva do PP saiu de Joane com palavras de simpatia de alguns feirantes.

“O PSD é o único partido que se apresenta com um programa de governo e não um enunciado de medidas avulsas e que permite dar cumprimento às exigências constantes do acordo de resgate financeiro assinado recentemente”. JORGE PAULO OLIVEIRA PSD, Famalicão “José Sócrates nada mais fez que desiludir quem nele votou e o PSD faz questão de demonstrar falta de preparação. O PCP e o BE provaram irresponsabilidade quando se recusaram em levar as suas ideias à “troika”. O CDS/PP não desiludiu, porque é o mais responsável, o mais preparado, o que tem melhor equipa e o que mais trabalhou”. ÂNGELA OLIVEIRA CDS-PP, Santa Mª Airão “Porque está em causa a decisão entre a mesma política de sempre por três partidos ou pela alternativa que recusa a submissão à Troika e à ingerência que se preparam para fazer no País”. CARLOS AZEVEDO CDU, Vermoim


4 MAIO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

DÁ QUE PENSAR!

Fórum

O perigo de um prédio abandonado em pleno centro da vila de Joane Desde que a empresa Peixoto e Rufino abriu falência que o prédio devoluto que se encontra junto ao Largo 3 de Julho, em Joane, tem sido um autêntico perigo para a segurança daqueles que o “visitam” quer para brincadeiras mais arriscadas, quer mesmo para alguns toxicodependentes. A última vítima foi um rapaz de 14 anos que brincava no local e caiu no buraco destinado ao elevador do prédio. O jovem encontrava-se no segundo piso e caiu para a cave. Esta não é a primeira vez que o prédio é palco de acidentes. Ainda este ano, um idoso foi também encontrado ferido no interior. O edifício abandonado não tem qualquer vedação sendo, aparentemente, livre o acesso ao seu interior. A escuridão do interior faz com que não sejam visíveis os reais perigos de uma construção inacabada.

DIAS DE ONTEM

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Se tiver fotografias que mostrem aspectos que já desapareceram ou efeitos das alterações na paisagem da sua terra , e se as quiser partilhar com os leitores, envie por mail , geral@reporterlocal .com, ou por correio.

o que se diz A FRASE DO MÊS “José Sócrates vai ficar na História de Portugal como o Primeiro–Ministro mais trabalhador de todos aqueles que a Nação já teve” Mário Martins, ex-director do Centro de Emprego de Famalicão, artigo de opinião no jornal O Povo Famalicense

“Espero que o PSD se lembre que o acordo foi negociado pelo Governo português com a ‘troika’ para defender o nosso país e não para suportar uma ideologia radical e aventureira que só prejudicaria o nosso país”. José Sócrates em campanha eleitoral

” Talvez volte, talvez volte, talvez volte”. Passos Coelho referindo-se a Santana Lopes

“Não aceito que me tratem como imbecil por pensar que a democracia que temos, com todas as suas imperfeições e defeitos, é o sistema menos mau para organizar a convivência colectiva”. Rui Herbon, escritor português

AIRÃO S. JOÃO, 1999 À p r i m e i ra v i s t a p o d e p a r e c e r um posto de transformação de electricidade, daqueles que se vêm frequentemente em zonas de monte. Mas não. A imagem documenta os balneários do Fórum de Airão, edifício de apoio ao campo de futebol daquele clube. Em volta , a terra batida não deixa adivinhar o que ali viria a surgir anos mais tarde: a construção do complexo de piscinas. Os balneários perderam entre tanto a cor branca e, também, alguma intensidade no que toca à sua utilização, mas ainda lá estão para os diversos jogos de futebol da associação e p a r a o u t ro s e n t r e “ s o l t e i ro s e casados”.

“A Associação de Ciclismo do Minho anunciou a suspensão do Grande Prémio do Minho. Em causa está o elevado custo com a segurança da GNR, cujo orçamento para 2011 ascendia a mais de 9 mil euros”. Guimarãesdigital.com “Em loteamentos e ambientes urbanos, está a ser desligado um por cada três postes de iluminação pública, sempre que não ponha em causa a segurança pública nocturna” Nota da Cãmara de Famalicão sobre os cortes na despesa com a luz pública “Durão Barroso gastou 28 mil euros por quatro noites em Nova Iorque” Diário de Notícias “Comissão Europeia gastou oito milhões de euros em festas e jactos privados”. Jornal Público “Esta semana, a águia alemã mais parecia o abutre de uma agência de rating”. Ferreira Fernandes, opinião no DN sobre o caso dos pepinos espanhóis.


REPÓRTER LOCAL • MAIO DE 2011 • 5

8 MAIO DE

R LOCAL

2011 • REPÓRTE

ES

LOCALIDAD

AFIA E MÚSICA promoNA FOTOGR ria de Joane formanNIDADE S da Secundá ia pelo NOVAS OPORTU Oportun idades icina de fotograf 17 de Junho, Novas uma of issão. A O Centro 27 de Maio, fotógraf o de prof . veu, no dia Costa , da música do José Augustoof icina na área uma realiza- se

s ta “guerra PS lamen Autarca dona Junta de Joane políticas”

SANTA MARIA

Em

• LIMITES

entre as duas

BREVE ãO dO bALC OR inAuguRA sOLiCiTAd úniCO dO

JOANE

localidades

nte, a ais rece da ssado m foi aborda Num pa Santa Maria para, na Junta de do terreno causa está rães, pelos donosP D M d e G u i m a do ação de revisão classific ntada a ser leva agrícol a. daram, até ao reserva s concor saber “Os técnico todos ficámo s a sido dia em que a CAOP não tinha d e ca que, afinal, o t e r r e n o e c e r e a uavam d altera , contin do Vinhal d o c o n c e l h o 20 casas M 17 r no PD Joane, dia ho. a consta Solirado em narra Carval passa por Foi inauguo Balcão Único do vizinho ”, a solução onde os a de Maio, BUS é um local Para o autarca os passos . Assim, os proO citador . resolve m todos sia já voltou actos repetir todos de Fregue iu à cidadão s rios a certos Assemb leia o s l i m i t e s e p e d blemas necessá ar o mes esa aprov se para fazer apesar jurídico s. nia de inaugu ração joanen Junta entre outros, Na cerimó ce que Joane, e x i g e presen tes, da região de mo. Aconteo c a r e n t r a v e s , tiveram ários do ol ários ovação de não c alguns empres s e funcion e e na apr d a d i local. gerente liberais m i leia is unan Joane, prof issiona pela Assem Não quesbancár ios, issiona is. docum ento ção dispon íveis.a p e r t e n c e a realiza outros prof “Estam os zon possibi lita que até agos que a imos O BUS tionamo aria, mas exig jurídico s realiza ento. para de actos poderia m ser Santa M vató o em Joane de um loteam o o a ra apenas so polític s e j a d i t o q u e s e Conser de escobert d nho da Lage, consen i Notário o sede f o ã a na n r em da hã altu dos Dorquivos o que quer tes apenas ue aman Por essa P. “Os a Sá são q que demos rias existen nomea damen te icado, da CAO Luís Pereira fomos nós rães”, vinca n t a e os marcos ca e r r o concelh o, Particu lar Autent a Guima ribei da Ju do Tombo a polémi a d seja pelo e o t icação eu-se Torre n que e é feito sid cument eacend ou modif o limite ssegura Machado, pre assunentre Joane zona”, a Constit uição horizon tal, e dos limites n t a M a r i a . claros: da orre na a que Heranç as Sa preside nte ro que c joanen se. r v a l h o l a m e n t proprie dade e Airão a licenido nados com Socie Carval ho, ema de ntónio C a a g o r a a s s u m Antóni o tos relacioConstit uição de Maria. ra A O probl h Social, terreno de Santa olíticas e 90, pa aso ten Partilha s, es num ão do Pacto uerras p eci h a l Junta í c i o d a d é c a d a d a o c o de lot os de “g passe, alterar a do Vin ciament dades, alteraç vel e Reconh oucontorn - No in om o im mites e re a Ru e i t C l r n automó s . e e ” o g ram entre s o a r e d L a s Registo celebra situa nos Censos larific nho da joanen Assinat uras, mbas c o e Moi autarq uias recente mente, a r i a f i c o u a mento de s. aprova do do Lour endo. A CAOP, as 25 de o difer mais tarde n i c i p a i s . ainda, A i r ã o S a n t a M que os tros serviçof ica na Avenid a (Laracordo , acendeu mu habita ntes, 011 dmitem s um 2 a a o 80 r s a a de i m r u l â Ma o q a p s c O Balcão Edifício Cruzeir r” cerca a Santa do Vinh as autar valho, “ elas dua e “perde o s m o r a d o r e s perten cem a s , s e g u n d o p usa Car Abril, 184, antes de cnicos d que, ac terreno s Julho). . M já que os habit a dos té ial Só go 3 de marães) a água petênci não foi são considerad iva Ofic m m o t s o a ria (Gui s r c t e n s i c i o n pagare r de Admi o este es, o p a Carta OP), tod o de Guimarã ção das assemJoane, apesarGuima rães. à aprova ugal (CA elh arães a de de Port no conc submet ido i c i p a i s d e G u i m à Câmar io está n territór leias mu cão”. ta ao b Famali cão. década s. Remon e de Famali de Moi O caso tem , no lugar licenci amento

dos limites o diferendo

territoriais

PAG. 08 | limites de airão com joane O caso da Rua do Vinhal não é novo mas parece longe de ficar resolvido: as duas Juntas concordam que a zona em causa é de Santa Maria mas a de Joane quer consenso político na aprovação por parte da Assembleia de Freguesia.

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R

editorial joaquim forte

ReguiLa

O dia depois de amanhã

tiago mendes (tiag0_mendez@hotmail.com)

cartoon rl

Domingo, 5 de Junho, há Eleições Legislativas. Delas sairá o próximo governo de Portugal. Que não terá, não senhor, tarefa nada fácil. As perspectivas para o que aí vem não são muito animadoras. Depois de 5 de Junho, é esperar para ver. A campanha eleitoral tem sido tão esclarecedora como as últimas, apenas mais dominada pela “novi língua”: “troika”, memorando de entendimento, TSU, resgate... Aqui e ali acena-se com receitas miraculosas para curar a debilidade do País, muito semelhantes por sinal às que certos “economistas do costume” esgrimem nas televisões: despedir uns milhares, baixar salá rios, acabar com impostos, privati zar (ensino, saúde, banca e o que mais for necessário). Ou seja, en viar moscas para as feridas que de vemos sarar. O País foi arra stado pela enxurra da da crise internacional provo cada pela ganância agiota dos “fi nanceiros” que poucos já parecem lembrar, em nome do sacrossanto princípio do funcionamento dos mercados. A angústia do dia depois de ama nhã. Em Portugal e na Europa co munitária, alegadamente unida,

de matriz social, cada vez mais uma locomotiva comandada pela populista chanceler alemã Angela Merkel, que tem feito pela coesão europeia o mesmo que o seu país fe z à agricultura espanhola, com a estridência precipitada em torno da epidemia dos pepinos. Domingo é dia de eleições. E se o “estado das coisas” é, mais do que nunca, preocupante, também maior será a responsabilidade de cada el eitor, começando desde logo por ir votar. Em período de campanha, José Sócrates, seretário-geral do PS, passou por Joane para o habitual contacto com os apoiantes. Passos Coelho esteve anunciado mas à úl tima a campanha acabou por ser desviada para a vizinha vila de Pevidém. Nuno Melo e os cabeças de lista por Braga do PP estiveram em Jo ane, na feira, onde o eurodeputado mostrou o à-vontade de “jogar em casa”. Dois factos que provam a importân cia de Joane ao nível do concelho de Famalicão, que chega até a su plantar o “peso” da própria cidade sede concelhia.

O PODER DO REPÓRTER Na última edição, em Abril, o RL noticiou a falta de sinalização junto ao cruzeiro de Joane, o que provocava confusões na circulação dos automóveis. O assunto originou aceso debate no Facebook do RL. A Câmara Municipal de Famalicão, entretanto, colocou já um sinal de STOP junto ao cruzeiro. Não sabemos se foi por causa da nossa notícia mas nesta edição, apraz-nos registar a iniciativa.

protagonistas partidos José Sócrates andou por Joane em campanha. Visitou a Associação Teatro Construção, deu autógrafos e defendeu a escola pública para todos. MARGARIDA MACHADO Uma verdadeira apaixonada pelo futebol, esta rapariga de 12 anos, de Pousada de Saramagos, atleta federada do GD Joane. A paixão é grande, mas os estatutos da Federação Portuguesa de Futebol não permitem raparigas no escalão de Iniciados! “Machismo”, acusa a atleta. CRISTIANA MARQUEs Tem 20 anos, é de Airão Santa Maria, sofre de paralisia cerebral e está entre as oito melhores atletas portuguesas que disputaram recentemente a fase final do campeonato nacional de Boccia. Além disso, é dona de um sorriso e optimismo que impressionam. “A vida é para ser vivida, o importante é não ficar parada”, diz Cristiana.

FELICIANO SILVA Aos 40 anos, Feliciano Oliveira foi ordenado diácono. Filho de emigrantes joanenses, nasceu e viveu em França até há seis anos, altura em que regressou às raízes joanenses e ingressou no Seminário Conciliar de Braga. No passado dia 15 foi ordenado diácono. Daqui a um ano será ordenado sacerdote. CARLOS OLIVEIRA O actual presidente do Desportivo de Ronfe, afinal vai mesmo recandidatar-se a novo mandato. Estabilizar as contas, tratar do relvado e assegurar a continuidade do treinador Eduardo Pereira, são alguns dos objectivos da sua candidatura. JÚLIO AZEVEDO Carpinteiro de profissão, é um apaixonado pela escultura de imagens de santos em troncos de madeira. Um dos seus sonhos é um dia ver uma das suas criações nos altares da igreja de Joane ou numa das procissões da vila.

Repórter Local | Propriedade e Editor - Tamanho das Palavras, Lda, Rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão Telefone 252 099 279 E-mail geral@reporterlocal.com Membros detentores com mais de 10 % capital Joaquim Forte e Luís Pereira Director Joaquim Forte ( joaquimforte@reporterlocal.com) | Redacção Luís Pereira (luispereira@reporterlocal.com) | Paginação Filipa Maia | Colaboradores Ana Margarida Cardoso; Analisa Neto; Custódio Oliveira; Elisa Ribeiro; João Monteiro; Luís Santos; Miguel Azevedo; Luciano Silva; Sérgio Cortinhas | Impressão Gráfica Diário do Minho | Tiragem 4000 ex. | Jornal de distribuição gratuita | Distribuição: Alberto Fernandes | Registo ICS 122048 | NIPC 508 419 514


6 MAIO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

LOCALIDADES

BOMBOS DE AIRÃO NO JAMOR A Confraria dos Bombos de Airão Santa Maria marcou presença no jogo da final da Taça de Portugal disputado entre o Vitória de Guimarães e o FC Porto. A festa também foi feita pelos homens aironenses que antes do jogo não deixaram de animar os adeptos vitorianos que rumaram ao Jamor ao som dos seus bombos.

JOane • polémica

Nova praça de táxis desperta novo diferendo entre Junta e Câmara A Junta de Freguesia de Joane retirou dois sinais de trânsito, colocados pela Câmara Municipal de Famalicão, a indicar a nova praça de táxis no Largo 3 de Julho, na baía de estacionamento em frente ao Centro de Saúde. A autarquia, segundo o presidente Sá Machado, agiu “por protesto” por não ter sido consultada pela Câmara. Luís Pereira

A

proveitando a renovação do Largo 3 de Julho, os taxistas terão acordado com Câmara e Junta a mudança da praça, duplicando para seis o número de lugares reservados aos táxis. Como a mudança tardava, e cansados de esperar, pediram à Câ mara sinalização a reservar aquela baía para os táxis. A Câmara foi célere na resposta e colocou, no dia 30 de Maio, os respectivos sinais. A Junta joanense não gostou de tanta celeridade sem ter sido consultada e, no mesmo dia, mandou retirar os sinais. “Em sinal de protesto. Fartámo-nos de pedir sinalização para o Largo 3 de Julho e para outras situações e a C âmara d e mora t e mp o inf init o a responder. Neste caso, a pedido não sei bem de quem, a Câmara foi célere e não deu cavaco à Junta”, argumenta Sá Machado. O autarca, contudo, diz estar ciente da autoridade da Câmara em matéria de sinalética mas lam enta que esta não aja sempre da mesma forma. “Na maior parte das vezes, o município consulta a Junta para dar parecer e apontar sugestões. Neste caso não disse nada, o que revela bem a forma como trata a Ju nta de Joane. Quando convém, atiram-se à Junta dizendo que é nossa responsabilidade , quando inte ressa, age m se m dar conhecimento”. Em Joane operam cerca de 10 táxis em três lugares, junto à Caixa Geral de Depósitos. A falta de espaços motiva muitas vezes o estacionamento

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“Na maior parte das vezes, o município consulta a Junta para dar parecer e apontar sugestões. Neste caso não disseram nada, o que revela bem a forma como trata a Junta de Joane”.

em segunda fila na avenida. “A nova praça está prevista no projecto do Largo 3 de Julho e tem toda a lógica que assim seja. Os principais utilizadores dos nossos serviços são idosos e doentes que vêm ao posto médico. Faz todo sen tido que tenham ali ao pé o veículo para os levar a casa”, argumenta o taxista Paulo Moura. Quem não vê com bons olhos a deslocalização são os moradores do prédio do Centro de Saúde. Com a nova praça, não sobram lugares para estacionar outras viaturas, já que seis lugares ficam reservados a táxis, um para pessoas com mobili dade reduzida e o restante espaço para ambulâncias. Depois da retirada dos sinais, a Câmara já voltou ao lugar, optando por pintar de amarelo o espaço, para evitar o estacionamento de viaturas. À margem da polémica, os taxistas continuam também a aguardar aparcamento na feira semanal. O RL sabe que no pedido feito à Câmara para o Largo 3 de Julho também constava o pedido de sinalização junto ao Parque de Laborins, que há mais de um ano acolhe a feira mas não tem lugares para táxis. “Falta apenas um euro de tinta para pintar o espaço a reservar e muitos euros de boa vontade. O problema de tudo isto é político, envolve guerras antigas entre Junta e Câmara e quem padece somos nós”, diz Paulo Moura. Por seu lado, Sá Machado desconhece qualquer pedido formal dos taxistas para poder dar seguimento.


REPÓRTER LOCAL • MAIO DE 2011 • 7

VERMIL | TORNEIO DE FUTEBOL DE SALÃO

LOCALIDADES

A Junta de Freguesia de Vermil organiza , em S etembro, um torneio de futebol de salão no ringue desportivo local. Inscrições, gratuitas, até 30 de Junho. Aberto a equipas masculinas e femininas, apenas para residentes em Vermil com idade igual ou superior a 16 anos. O torneio integra o I Festival de C ultura e Desporto de Vermil.

POUSADA • desporto

Margarida quer jogar futebol mas Federação só aceita rapazes Atleta federada do GD Joane desde os oito anos impedida de integrar equipa dos iniciados Luís Pereira

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argarida Machado tem 12 anos e desde os oito que é jogadora de futebol federada, jogando na equipa infantil do Grupo Desportivo de Joane. Tem uma paixão pelo futebol pouco vulgar nas raparigas. Este ano os estatutos da Federação Portuguesa de Futebol impedem Margarida de integrar a equipa dos iniciados porque só aceita jogadores do sexo masculino. Re st am ag ora p oucas alt e rnat ivas para que a jovem de Pousada de Saramagos prossiga o seu sonho. “É machismo vedar o acesso a raparigas ao futebol. Em praticamente todos os desportos as mulheres podem competir em igual circuns tância que os homens”, lamenta a jovem. O jeito para a bola, diz Margarida,

surge pela influência do pai e do padrinho (que foram em tempos atletas profissionais) e pela própria irmã. “Nos intervalos das aulas, na primária, jogava futebol com os rapazes. É claro que me chamavam Maria rapaz e outras bocas mas com o tempo fui-me acostumando porque o que adoro mesmo é jogar futebol”, relembra.

Aos oito anos Margarida Machado entra para os primeiros escalões de futebol federado na equipa do GDJ. Era a única rapariga e o facto de, à data, ter o pai como treinador, ajudou na integração. “Hoje os meus colegas tratam-me por igual e gostam de mim. O meu treinador, Valter Capela, a quem agradeço todo o apoio, reconheceu o meu mérito e pôs-me como sub-capitã da equipa. Sempre fui titular nos jogos”, conta orgulhosa a atleta pousadense. A época que agora termina foi a úl tima que Margarida pôde jogar nos i nf ant is . O s s e u s 12 ano s o b ri g a m a que suba de escalão no próximo ano. Acontece que os regulamentos impedem que a partir de agora a jogadora integre a equipa masculina. “A minha filha não é caso único. As leis assim estão feitas, temos que as aceitar”, lamenta o pai, Jorge Machado.

paixão pela bola passa pelo futsal Na família de Margarida Ma chado já está decidido que, independentemente da op ção que tomar, a jovem não vai deixar de praticar desporto. Já recebeu convite para integrar a equipa feminina de Vila das Aves, mas será rejeitado. “Não queremos porque a diferença de idades é mui ta . Aqui perto não existem equipas femininas por isso vai ter que se virar para outras alternativas. O basquetebol é uma opção”, sugere o pai. Margarida não se conforma com a ideia e diz mesmo que o basquetebol será a última opção. “Em primeiro lugar está a escola e por isso está fora de hipótese ir para lon ge. O mais parecido com o que fazia é o futsal e por isso é provável que acabe por tentar entrar numa equipa do concelho, até porque tenho também a minha irmã a jogar. Parada não vou f icar ”, assegura Margarida .


8 MAIO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

LOCALIDADES

NOVAS OPOR TUNIDAD ES NA FOTO GRA FIA E MÚSIC A O C entro Novas Oportunidades da S ecundária de Joane promo veu, no dia 27 de Maio, uma of icina de fotograf ia pelo forman do José Augusto C osta , fotógrafo de prof issão. A 17 de Junho, realiza-se uma of icina na área da música .

SANTA MARIA • LIMITES

Autarca do PS lamenta “guerras políticas” na Junta de Joane Em causa está o diferendo dos limites territoriais entre as duas localidades

Luís Pereira

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eacendeu-se a polémica dos limites entre Joane e Airão Santa Maria. O problema de licenciamento de lotes num terreno situado entre a Rua do Vinhal do Louro e Moinho da Lage reacendeu o diferendo. Ambas as autarquias admitem que os terrenos pertencem a Santa Ma ria (Guimarães). Mas, segundo a Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), todo este território está no concelho de Famalicão. O caso tem décadas. Remonta ao licenciamento, no lugar de Moi -

nho da Lage, de um loteamento. Por essa altura foi descoberto o erro da CAOP. “Os arquivos da Torre do Tombo e os marcos são claros: o limite é feito pelo ribei ro que corre na zona”, assegura António Carvalho, presidente da Junta de Santa Maria. No início da década de 90, para clarificar os limites e alterar a CAOP, as autarquias celebraram um acordo, mais tarde aprovado pelas duas câmaras municipais. Só que, acusa Carvalho, “por incompetência dos técnicos de Guimarães, o processo não foi submetido à aprovação das assembleias municipais de Guimarães e de Famalicão”.

Num passado mais recente, a Junta de Santa Maria foi abordada pelos donos do terreno para, na revisão do PDM de Guimarães, ser levantada a classificação de reserva agrícola. “Os técnicos concordaram, até ao dia em que todos ficámos a saber que, afinal, a CAOP não tinha sido alterada e o terreno e cerca de 20 casas do Vinhal, continuavam a constar no PDM do concelho vizinho”, narra Carvalho. Para o autarca a solução passa por repetir todos os passos. Assim, a Assembleia de Freguesia já voltou a aprovar os limites e pediu à Junta joanense para fazer o mes mo. Acontece que Joane, apesar de não colocar entraves, exige unanimidade na aprovação do documento pela Assemleia local. “Estamos disponíveis. Não questionamos que a zona pertence a Santa Maria, mas exigimos consenso político em Joane para que amanhã não seja dito que fomos nós que demos o que quer que seja a Guimarães”, vinca Sá Machado, presidente da Junta joanense. António Carvalho lamenta que o caso tenha agora assumido contornos de “guerras políticas joanenses”. Com o impasse, ainda recentemente, nos Censos 2011, Airão Santa Maria ficou a “perder” cerca de 80 habitantes, já que os moradores do Vinhal são considerados habitantes de Joane, apesar de pagarem a água à Câmara de Guimarães.

BREVE JOANE

inaugurado balcão único do solicitador

Foi inaugurado em Joane, dia 17 de Maio, o Balcão Único do Soli citador. O BUS é um local onde os cidadãos resolvem todos os problemas necessários a certos actos jurídicos. Na cerimónia de inauguração estiveram presentes, entre outros, alguns empresários da região de Joane, gerentes e funcionários bancários, prof issionais liberais e outros prof issionais. O BUS possibilita a realização de actos jurídicos que até ago ra apenas poderiam ser realiza dos em Notários e Conservatórias existentes apenas na sede de concelho, nomeadamente Do cumento Particular Autenticado, Constituição ou modif icação da propriedade horizontal, assun tos relacionados com Heranças e Partilhas, Constituição de Socie dades, alteração do Pacto Social, Registo automóvel e Reconheci mento de Assinaturas, entre outros serviços. O Balcão f ica na Avenida 25 de Abril, 184, Edifício Cruzeiro (Largo 3 de Julho).


REPÓRTER LOCAL • MAIO DE 2011 • 9

Maio

CRISTIANA MARQUES

BOCCIA: QUE desporto É este? Boccia é um desporto paraolímpico adaptado a pessoas com deficiências. É muito parecido com a malha só que com bolas. O objectivo é aproximar a bola do atleta à bola-alvo (branca). A Taça de Portugal de Boccia decorre de 10 a 12 de Junho, em Coimbra. Cristiana começou a praticar Boccia em Setembro do ano passado, depois de ter sido convidada pela Associação de Boccia Luís Silva , recentemente criada em Outiz , Famalicão. A atleta ganhou-lhe o gosto e já só sonha com os Paraolímpicos. Com oito dias de vida , Cristiana te ve uma paragem cerebral que não foi valorizada pelos médicos. Com o crescimento, os pais f icaram alertados q u a n d o co m p a ra va m o d e s e n v o l v i m e n t o d o co r p o d e C r i s t i a n a co m o d o s e u i r m ã o g é m e o . Ao co m p l e t a r u m a n o d e v i d a o s p a i s t i ve ra m a co n f i r m a ç ã o m é d i c a d e q u e a j o v e m p a d e c i a d e p a ra l i s i a c e r e b ra l motora que a atirou para uma cadeira de rodas até hoje. “Nasci praticamente tetraplégica e actualmente sou paraplégica . A e vo lução foi grande. Hoje consigo fazer uma marcha segura com o apoio e a cadeira (a motor) só a uso para tra jectos maiores”, refere Cristiana . Cedo aprendeu a superar obstáculos. O maior deles é o olhar das p e s s o a s . “ Pe n s e i q u e s e r i a m a i s f á c i l , m a s q u a n d o m e d e p a r e i c o m determinadas situações fui muito a baixo. Havia alturas em que queria desistir de tudo”. C o m 2 0 a n o s , C r i s t i a n a M a r q u e s v i u n o c u r s o d e g e r i a t r i a q u e a g o ra e s t á a f i n d a r, n o s a l ã o p a ro q u i a l d a f r e g u e s i a , u m a d i s t ra c ç ã o d e p o i s de várias frustrações na procura de trabalho. “É mau de mais ir a uma entre vista de trabalho e ouvir risinhos e comentários desapropriados. H o u ve u m a a l t u ra q u e m e d i s s e ra m d e c a ra s q u e s ó q u e r i a m p e s s o a s ef icientes e não def icientes”, relembra a atleta . Na infância diz ter tido boas experiências na primária e no secundário mas recorda dias a margos com o ensino preparatório. “Ainda há muito t a b u n a f o r m a co m o a s p e s s o a s e n c a ra m a s d e f i c i ê n c i a s . A i n d a h á a fazer para que a sociedade perceba que pessoas como eu também têm capacidades”. Os exemplos vêm de onde menos se esperam. É o caso de Cristiana M a r q u e s q u e a t o d o s o s l e i t o r e s d o R L r e co m e n d a : “ a v i d a é p a ra s e r vivida , com ou sem pernas, com ou sem braços, a saltar ou a coxear o importante é não f icar parada”, remata a jovem atleta .

CRAQUE DO BOCCIA

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Cristiana Marques, de Airão Santa Maria, tem 20 anos, sofre de paralisia cerebral e está entre as oito melhores atletas portuguesas que disputaram recentemente a fase final do campeonato nacional de Boccia.Isto depois de integrar o leque das quatro melhores atletas da zona norte, que ficam automaticamente apuradas.


10 MAIO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

Santos da casa

Júlio Azevedo, de Joane, transforma troncos de madeira em imagens de santos Luís Pereira

O

sonho de Júlio Azevedo é o de um dia poder ver uma das suas obras nos altares da igreja de Joane ou nos andores que percorrem as ruas da vila nas procissões religiosas. Carpinteiro de profissão, este joanense dedica quatro horas por dia a esculpir imagens de santos em troncos de madeira. Em cinco anos de dedicação à arte, Júlio Azevedo já esculpiu Santo Ant ónio, S. José , S. Bento, o Sagrado Coração de Jesus, entre outras figuras. “São poucos os que conhecem o que faço. Os amigos cheg am a gozar quando digo que vou trabalhar no Santo António ou noutro santo. Quando lhes mostro a imagem, engolem em seco”, diz Júlio. É preciso horas de paciência, criatividade e minúcia para desenhar todos os

pormenores da imagem. Uma obra chega a demorar dois meses, a trabalhar todos os dias, até assumir a forma final. “Cheguei a mostrar as imagens ao padre Marc Monteiro, de Airão S. João, e ele, quando tocou nos santos, emocionou-se”, conta o artesão. Os troncos de madeira – cedro e carvalho são a base das suas esculturas, todas com 80 centímetros de altura. “Compro um metro de madeira, coloco a imagem do santo à minha beira, vou tirando as feições e fazendo a imagem” Já lhe ofereceram várias vezes 1.500 euros por imagens. “Se vender fico sem as imagens e eu, para já, quero fazer algumas para mostrar às pessoas. E 1.500 euros não pagam o trabalho”, garante o artesão.

Apesar de continuar a não fazer a maioria, há cada vez mais sacerdotes ordenados com a minha idade.

A

os 40 anos, Feliciano Oliveira foi ordenado diácono. Filho de emigrantes joanenses, nasceu e viveu em França até há seis anos, altura em que regressou às raízes joanenses e ingressou no Seminário Conciliar de Braga. No passado dia 15 foi ordenado diácono. Daqui a um ano será ordenado sacerdote. É um caso de vocação tardia? Não a sinto como tal. É mais uma vocação amadurecida. Há cada vez menos sacerdotes. É fácil decidir-se por esta vocação? É uma opção pessoal mas feita dentro de uma comunidade. Nos tempos actuais, é uma grande responsabilidade mas não nos podemos levar só pelas dificuldades. É uma opção e um projecto de vida que passa tam bém por um certo encanto pelo sacerdócio. É preciso coragem? É preciso força. O jovem continua com a vida absolutamente normal embora exista sempre uma separação do mundo para melhor ser enviado para o mundo. É imprescindível ter convicções porque num mundo laico, sem elas, é fácil deixar-se levar. Mas isto serve


REPÓRTER LOCAL • MAIO DE 2011 • 11

“Be Happy” em guimarães Lembra-se da canção “Don’ t Worry, Be Happy”? O criador do sucesso, Bobby McFerrin vem ao Multiusos de Guimarães no próximo dia 3 de Julho. Um concerto inserido na Capital Europeia da Cultura. Bilhetes de 10 a 20 euros.

FELICIANO SILVA ser padre aos 40 anos Filho de pais joanenses, nasceu em França, há 40 anos. Foi ordenado diácono no dia 15 de Maio, em Braga. Daqui a um ano, se tudo correr como previsto, Joane terá missa nova. L.P. não só a um candidato a sacerdote mas também a qualquer um que se assuma como cristão para que possa viver realmente a sua fé. A sua vida foi feita em França, porque escolheu Portugal para ser sacerdote? Sobretudo pela ligação íntima às raízes a Joane. O modo de ser Igreja em Portugal acaba por ser diferente. Há vantagens num sacerdócio assumido aos 40 anos? Com a idade temos outra maturidade. Mas isso não significa que a decisão seja mais ou menos firme quando se toma aos 40 ou aos 26 anos. Não se pode estabelecer este tipo de comparações. Confio plenamente na vocação dos meus colegas mais novos. Apesar de continuar a não fazer a maioria, há cada vez mais sacerdotes ordenados com a minha idade. Preocupa-o a falta de vocações para a vida sacerdotal? A comunidade cristã preocupa-se

pelas vocações. Compete-nos estar atentos e acompanhar as vocações que vão surgindo Muitas delas perdem-se por vários motivos, competindo-nos estar atentos para não as deixar fugir. Deus provê sempre as vocações que a Igreja precisa. Até que ponto está ligado a Joane? Mesmo vivendo em França vinha com muita frequência a Joane. Ainda agora vou descobrindo e redescobrindo familiares. O que conheço de Joane é sobretudo pelo contacto familiar. Tenho muito orgulho em Joane e gosto muito da comunidade. É uma terra acolhedora. Tem sentido apoio do pároco local? Conheço há muitos anos os padres de cá, um (Fernando Silva) foi meu professor no seminário. Têm-me apoiado, assim como a comunidade. Gostaria de vir a ser o futuro pároco de Joane?

Nunca pensei nisso. Estará nas mãos do senhor bispo no dia em que a questão se colocar. A ordenação do passado dia 15 é apenas um primeiro passo com vista ao sacerdócio…. Nós somos ordenados diáconos na expectativa da ordenação sacerdo tal. Teremos agora cerca de um ano de estágio, findo o qual, espero ser ordenado padre. Em que paróquia vai estagiar? Ainda não sei, o mais importante é termos um sacerdote que nos irá acompanhar nesta formação mais prática. Que tipo de padre será: conservador ou progressista? Não existem padres conservadores nem progressistas. Existem várias formas de exercer o sacerdócio. O padre é um enviado do bispo para uma paróquia. Não há paróquias iguais. O sacerdote tem é de deixar-se acolher pela comunidade.



REPÓRTER LOCAL • MAIO DE 2011 • 13

região • futebol

Joane e Ronfe na hora decisiva

mogege • futebol

carril garante manutenção A Associação Desportiva do Carril de Mogege garantiu a perma nência na I Divisão do Campeonato de Futebol Amador de Fama licão. Na deslocação ao terreno do FC Landim, a AD Carril conseguiu um empate a duas bolas e garantiu a permanência .

VERMOIM • futsal

Taça nacional de seniores A equipa feminina do FC Vermoim venceu por 11-2 o Clube Soutelense, com golos de Patrícia (5), Ana (2), Filipa (2), Paula e Susy, apurando-se assim para as meias f inais da Taça Nacional, onde defrontará o AD Restauradores Avintenses, no próximo dia 4 de Junho, pelas 18:00 horas, no Pavilhão Municipal “ Terras de Ver moim”. A equipa de infantis venceu a A J Joane por 9-5, com golos de Emanuel (4), Francisco (2), Ruben (2) e Pedro (1), e sagrou-se campeã 2010-2011 da prova .

VERMOIM • btt

antónio bento campeão

Luís Pereira

O G r u p o D e s p o r t i vo d e Jo a n e co m e m o ra 8 1 a n o s n o p ró x i m o d i a 1 0 d e Ju n h o , m a s s o b r e a e f e m é r i d e p a i ra , m a i s u m a v e z , a s o m b ra d o i m p a s s e d i r e c t i vo . U m a s i t u a ç ã o q u e n ã o é n o va : n o f i n a l d e c a d a é p o c a n ã o s u r g e q u e m q u e i ra assumir as rédeas do clube. O ano p a s s a d o , co m a d e m i s s ã o d e S é r g i o Tro v i s q u e i ra , a s o l u ç ã o p a s s o u p o r u m a co m i s s ã o d i r e c t i va . M a s e s t e a n o - a p u ro u o R L - a e s m a g a d o ra m a i o r i a d o s o i t o e l e m e n t o s d a co m i s s ã o , n ã o p r e t e n d e co n t i n u a r. “ O a n o p a s s a d o j á f o i m u i t o a c u s t o . N a a l t u ra a c e i t e i p o r q u e r e s u l t ava d a d e m i s s ã o d e u m a d i r e c ç ã o e l e i t a p a ra d o i s a n o s . A g o ra n ã o ! S ó q u e m c á e s t á s a b e o t ra b a l h o q u e i s t o d á e e s t á n a a l t u ra d e v i r e m o u t ro s ” , co n f e s s a F ra n c i s co Fe r r e i ra , m e m b ro d a co m i s s ã o . O p ro c e s s o e l e i t o ra l j á co m e ç o u , co m a d e c i s ã o d e f a z e r, n o d i a d e a n i v e r s á r i o , a p r i m e i ra t e n t a t i va d e e n co n t ra r u m a d i r e c ç ã o . O r l a n d o O l i v e i ra , t a m b é m m e m b ro d a co m i s s ã o , m o s t ra - s e m a i s o p t i m i s t a e a co n s e l h a t ra n q u i l i d a d e . “ Pa ra j á n ã o d e v e m o s a l a r m a r. A co m i s s ã o e s t á e m f u n ç õ e s a t é 1 0 d e Ju n h o e a c r e d i t o q u e , d e n t ro d o s m u i t o s s ó c i o s d o Jo a n e , a s o l u ç ã o i rá a p a r e c e r ” , r e f e r e . O optimismo de Orlando Oliveira n ã o é , co n t u d o , o s e n t i m e n t o p r e d o m i n a n t e . Jo s é C a m p o s , o u t ro e l e m e n t o d a co m i s s ã o e e x - p r e s i dente do clube, partilha da visão d e F ra n c i s co Fe r r e i ra . “ F u i o ú n i co q u e d i s s e , p r e t o n o b ra n co , q u e n ã o e s t ava d i s p o n í v e l p a ra co n t i n u a r. J á e s t o u c á h á m u i t o t e m p o ,

c h e g o u a h o ra d e s a i r e n a d a m e f a rá vo l t a r a t rá s ” , a s s e g u ra C a m p o s , r e co m e n d a n d o , co n t u d o , q u e a s o l u ç ã o d e v e s e r e n co n t ra d a o m a i s d e p r e s s a p o s s í v e l p a ra e v i t a r o q u e a co n t e c e u n o a n o p a s s a d o . “A p ró x i m a é p o c a d e v e s e r p r e p a ra d a co m t e m p o . É p r e c i s o d a r u m a p a l av ra a o p l a n t e l a c t u a l , t o mar decisões quanto a jogadores e m e s m o e m r e l a ç ã o a o t r e i n a d o r. N ã o co m p e t e a e s t a d i r e c ç ã o f a z e r isso porque estamos de saída”. O c l u b e t e m a c t u a l m e n t e a s co n t a s e m d i a m a s e s t á p r e o c u p a d o co m o f a c t o d e a C â m a ra M u n i c i p a l d e Fa m a l i c ã o a i n d a s ó t e r p a g o 2 0 m i l d o s 8 0 m i l e u ro s e s t a b e l e c i d o s e m p ro t o co l o . D E S P O R T I VO D E R O N F E C a r l o s O l i v e i ra va i r e c a n d i d a t a r s e à p r e s i d ê n c i a d o D e s p o r t i vo d e Ro n f e n a s e l e i ç õ e s m a r c a d a s p a ra 1 2 d e Ju n h o e n ã o s e v i s l u m b ra m c a n d i d a t u ra s a d v e r s á r i a s . D e p o i s de ter afirmado a intenção de a b a n d o n a r o c a r g o , C a r l o s O l i v e i ra decidiu recandidatar-se “a pedido da actual direcção”. A aposta, diss e a o R L , é “ n a co n t i n u i d a d e , t a n t o a o n í v e l d e s p o r t i vo co m o a o n í v e l d i r e c t i vo ” . C o m o c l u b e f i n a n c e i ra m e n t e e s t a b i l i z a d o , C a r l o s O l i v e i ra a s s u m e co m o p r i o r i d a d e a r e s o l u ç ã o d o p ro b l e m a d o r e l va d o . A o co n t rá rio da turbulência do ano passado, n a s e q u ê n c i a d o i m p a s s e p ro vo c a d o p e l a s a í d a d a d i r e c ç ã o d e Jo ã o M a c h a d o , o c l u b e t e rá m a i s t e m p o p a ra p l a n e a r a p ró x i m a é p o c a . O treinador da equipa principal, E d u a r d o Pe r e i ra , d e v e rá co n t i n u a r. É e s s e , p e l o m e n o s , o d e s e j o d e C a r l o s O l i v e i ra .

O ciclista António Bento, da Associação Moinho de Vermoim, sagrou-se campeão regional de BTT do Porto, vencendo em Masters C . António Bento participa este f im-de-semana nos Nacionais de Ciclismo, em Mafra , ao lado de João Miranda , Carlos Fontes e Gabriel Castro. Entretanto, o atleta Alberto Baptista venceu a meia maratona da Régua na categoria de cadeira de rodas.


14 MAIO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

galo da madrugada A rua onde cresci não foi nunca uma daquelas ruas animadas e cheias de histórias que aparecem nos filmes americanos. Os meus vizinhos levam uma vida bastante reservada e alguns deles estão emigrados em França e só cá voltam no Verão. Tirando esses Agostos de chinfrineira desenfreada, com palavreado numa língua que nunca foi das minhas favoritas, a minha rua é bastante serena. A conversa com os vizinhos não vai muito além do corriqueiro “bom dia” sorridente e cordial, como se apenas se estivesse a cumprir um código de boas maneiras, há pouco trânsito e ninguém vem para a rua comemorar as vitórias dos jogos de futebol. Em vinte anos de existência, só me recordo de a serenidade da minha rua ter sido afectada uma única vez – e apenas durante uma tarde em que os meus pais decidiram arrancar a palmeira que enfeitava o jardim frontal da casa e teve de vir cá uma grua tirá-la. Isso sim, foi um grande dia, em que todos os vizinhos vieram à porta espreitar o evento e dar um ou outro conselho ao maquinista, que quase ia deixando cair a palmeira. Portanto, se o evento mais espectacular da minha rua nos últimos vinte anos foi a reti-

rada de uma palmeira, podem calcular que esta não é uma rua rica em histórias. Ou não o era, até há pouco tempo. É que, reviravolta das reviravoltas, a minha rua é agora uma das mais barulhentas da freguesia. Agora, tenho à minha porta um café que encerra às duas da manhã e um galo. E, o mais engraçado, é que não é o café que me incomoda, nem os seus clientes bêbados na madrugada. É o galo. Os bêbados fazem menos barulho que o galo. No silêncio da rua, o raio do galo começa a cantar sempre, certinho como um relógio, às cinco da manhã – e nem os vidros duplos conseguem impedir o som de perfurar o meu sono profundo. Não falha um único dia. E eu, tão bem habituada ao silêncio sepulcral do meu loteamento, acordo sempre com um despertador natural para o qual não fui habituada. Aliás, nunca pude ter um cão porque, cá em casa, queixavam-se dos uivos e ladrares. Um melro, muito menos, já que canta todo o dia e ninguém está para o ouvir. O meu gato, quando se põe a miar do fundo da sua gatice, ouve logo dois ou três protestos. Mas ao galo da vizinha, que canta entre as

O QUE FAZER COM ESTE PATRIMÓNIO CAPELA DA CARREIRA, JOANE, séc. XIV

cinco e as nove da manhã, ninguém vai lá reclamar. O galo que não é meu, cujo picano-chão não vou provar, pode pôr-se a fazer barulho e a tirar-me o sono, numa altura em que tenho exames e aulas às oito da manhã. E pouco me importa que o galo tenha de marcar território. Por mim, pode-se danar ele mais a sua marcação de território. Estou com papos nos olhos de tamanhas olheiras e estou a tentar arranjar um emprego. Ele só tem de andar a picar milho, eu tenho de escrever notícias. E garanto que é difícil fazê-lo quando se adormece todos os dias depois da meia-noite e se acorda às cinco da manhã. Por isso, parece-me que a minha marcação de território é prioritária, neste momento. Assim sendo, deixo aqui um conselho para a vizinha proprietária do galo cá da rua (que não sei quem é, mas vai para quem servir a carapuça): faça uma capoeira só com galinhas, e alugue um galo apenas quando quiser reprodução. Por agora, e enquanto não resolve o problema, eu ficava satisfeita com um pica-no-chão caseirinho e apuradinho, oferecido pela vizinha como pedido de desculpas. Fico à espera!

O R L co n t i n u a a d a r d e s t a q u e a o p a t r i m ó n i o e x i s t e n t e n a s n o s s a s freguesias. Uma forma de alertar para o estado em que se encontram muitos deles. A C a p e l a d a S e n h o ra d a C a r r e i ra , e m J o a n e , é d a s m a i s a n t i g a s q u e existem na vila . Mas este estatuto não lhe parece granjear uma atenção especial. Assim se explica que a sua utilização seja quase nula . Apesar das potencialidades do lugar. S i t u a d a q u a s e n o s co n f i n s d o t e r r i t ó r i o d a l o c a l i d a d e , n o l u g a r co m o mesmo nome (outrora conhecido por Lugar da Lapa), terá sido o p r i m e i ro t e m p l o re l i g i o s o co n s t r u í d o n a p a r ó q u i a j o a n e n s e ( a l g u re s no sec. XIV ). É dos poucos monumentos religiosos pertencentes à f re g u e s i a e n ã o à p a r ó q u i a , o q u e t a l ve z j u s t i f i q u e q u e e s t a n ã o z e l e por ela nem a dinamize. Ao l o n go d o s a n o s fo ra m e n s a i a d a s v á r i a s t e n t a t i va s d e d i n a m i z a r o templo, com festas em honra da santa , mas não tiveram continuidade. S ã o s o b re t u d o a s g e n t e s d o s l u g a re s d a s Fo n t e s e To r re q u e z e l a m e veneram a capela , evitando que o esquecimento seja total, sendo de lamentar que Joane não saiba aproveitar as potencialidades deste espaço, não só da capela , mas sobretudo do terraço de onde se obtém uma vista única sobre Joane.


REPÓRTER LOCAL • MAIO DE 2011 • 15

por D. VIRINHA

Q U E NT ES E BOAS!

LEGENDAS brincalhonas

CAMPANHA ALEGRE A Vila de Joane lá continua a ser ponto de passa gem para a juntamentos político-partidários. Na campanha para as Legislativas, o maior deles foi sem dúvida o de José Sócrates, que te ve direito a tambores e multidão. O líder do PS visitou a ATC e, perante o delírio da pequenada , distribuiu autógrafos e ainda ouviu ag radecimentos dos petizes pelos computadores Magalhães. Alguns pais não gostaram e dizem que vão pedir expli cações à ATC . Será que vão ou é só fogo-de-vista? MACHADO QUER VOLTAR À RIBALTA EM JOANE O ex-presidente do PSD de Joane, ex-director das piscinas da vila , ex-chefe da Fraternidade da pa róquia e candidato vencido, o ano passado, para a liderança do p artido, dá sinais de quer er voltar a ter palco político. Parece que no último plenário do PSD, Machado foi se vero nas críticas à condução do partido. O homem que, em 2002, depois de se ver envolvido numa polémica quanto ao ordenado que auferia enquanto director das piscinas, chegou a af irmar que recebia pouco para o que fazia , parece estar a reunir as tropas e tem os seus maiores aliados na juventude que não conseguiu chegar ao poder da JSD de Joane. Consta!

JOSÉ SÓCRATES EM JOANE “Se perder as eleições, vou ter que começar a andar à boleia” OLHE QUE NÃO, DOU TORA DORES! As notícias do RL sobre Vermil têm aquecido as conversas para aquelas bandas. Além do mosquito sobre churrascos que “assou” os ânimos da Associação do Pombal, também houve quem não gostasse da notícia da Assembleia de F reguesia . A propósito do receio da Junta quanto ao encerramento do infantário, a página do Facebook do RL te ve uma ilustre comentadora , de seu nome Dores Oliveira . Segundo a doutora , o jornalista teria deturpado o que tinha sido dito na Assembleia , e af inal o Jardim está de “ boa saúde”. A senhora Dores é uma prestigiada joanense, educadora no Jardim em questão. Mas olhe que não, doutora , foi mesmo isso que foi dito pelo Secretário. Fica apenas a curiosidade de saber como é possível alguém assegurar que houve deturpação se não este ve lá presente!

CARTAS ABERTAS Comendador APARECIdo

SOMOS 3500

EXMO. SR. PRESIDENTE DA JUNTA DE JOANe

Meu caro e ilustre autarca. Quando era um petiz com borbulhas na cara e o reumatismo estava ainda longe de se fazer notar como nos dias que correm, um dos grandes prazeres da mocidade desta zona era o cafezinho no velhinho café Central, ali mesmo colado à Estrada Nacio nal 206. O mui nobre estabelecimento era bem frequentado e ali paravam, a cada instante, as camionetas do Soares, do Ferreira das Neves, largando e recolhendo passageiros, uns vindos da Vila - ali levados por via de tra tar de assuntos sérios nas Finanças ou para comprar o Falpec na Casa Pinto -, outros da Póvoa de Varzim, a banhos nas ruas Elias Garcia e Serpa Pinto. O café fervilhava de actividade e lá de vez em quando, fosse porque o calor da vinhaça aquecesse os ânimos, fosse por qualquer questiúncula de saias ou da bola, lá estalava uma zaragata. Mas adiante. Se falo destas memórias de antanho - um vício que se adensa com a idade - é por que fiquei , como se diz, “com a pulga atrás da orelha”, quando, faz oito

SIGA-Nos! CAMPANHA DE JOSÉ SÓCRATES EM JOANE O post do RL sobre a visita de José Sócrates a Jo a n e fo i o m a i s co m e n t a d o e m M a i o . Aq u i f i c a uma resenha dos 41 comentários.

dias, por ali passava a caminho de Mogege, num moderno carro de pra ça, e vi que a casa de pedra escurecida pelo tempo e pelo esquecimento, está a ser “intervencionada”, como é costume ouvir-se da boca de políti cos. Aproveitei uma paragem providen cial da viatura no semáforo para espreitar dentro do possível o andamento da dita intervenção. Ainda indaguei junto do excelso motorista, bastante conhecedor das andanças da Vila de Joane, sobre o destino a dar ao espaço, mas não me soube responder. É claro que a Vila a que doutamente preside está a crescer e que o progresso não pode parar, muito menos com obstáculos de nostalgia, mas acalento a esperança de que ali não nasça um mastodonte urbanístico. Aceite os melhores cumprimentos deste que se assina Comendador Aparecido.

Cus tódio Castro Silva José Sócrates é um homem de circo. Portugal está a ser gerido por medíocres que prezam o espectáculo porque enganam a sociedade. Joao Mirra Tenho pena de realmente estarmos num país mediocre, mas não consigo concordar com depoimentos como o do Custódio. Não é o Sócrates que está mal mas sim qualqer um que vá para o Governo. Até a melhor pessoa do mundo se fosse para 1º ministro português, passado uns dias já era tratado como o maior palhaço d e t o d o s o s t e m p o s ! O g ra n d e p ro b l e m a d o n o s s o país não foi José Sócrates, foi sim Cavaco Silva , há uns anos, no tempo das verdadeiras vacas gordas. Isabel Silva Socrates não dignifica a democracia portuguesa . Mente, engana , manipula , põe o país a pedir e uma grande parte dos portugueses continua com ele. A minha f ilha apareceu em casa com dois autógrafos do Sócrates e até lhe agradeceu o Magalhães. L a m e n t áv e l e u p a g a r p o r u m s e r v i ç o à ATC , co m o muitos pais, e não ter uma palavra a dizer. João Mirra Muitos dizem mal poucos fazem bem. Onde está esse a l g o n o vo p a ra vo t a r ? O Pa s s o s C o e l h o ? N ã o , p o r favor, ver os ricos cada vez mais ricos? Não vou dizer que estou contente com o senhor Sócrates, mas mal por mal f ica quem está.


16 MAIO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

joanE • ENSINO

Oferta formativa Ao nível do secundário, oito cursos profissionais

Luís Pereira

A

E s c o l a S e c u n d á ri a P a d re Benjamim Salgado já tem definida a oferta educativa e formativa para o próximo ano lectivo. No ensino secundário, dentro dos cursos científico-humanísticos, a escola terá cursos de Artes Visuais, Ciência e Tecnologias e Línguas e Humanidades. A este nível oferece oito cursos profissionais, dois deles novos. “Temos grandes expectativas quanto ao curso técnico de mediações e orçamentos. É um curso para trabalhar em gabinetes, no âmbito da área da construção civil. Somos a única escola do concelho a ter este curso e mesmo no distrito de Braga não há muitas escolas com ele”, adianta Alfredo Mendes, director da escola. A segunda novidade tem a ver com o curso técnico de Auxiliar de Saúde, um curso que, segundo Alfredo Mendes, “tem uma capa -

cidade muito grande de empregabilidade, para centros de dia, hospitais geriátricos e trabalho com acamados em casa, em serviço de apoio ao domicílio. O curso serve para auxiliar os enfermeiros em tarefas com os doentes”. No âmbito do ensino para jovens, a escola terá os Cursos de Educação e Formação, um na área administrativa, outro de electricista e instalações e o de agente em geriatria. Para os adultos, além do processo de reconhecimento, validação e certificação de competências, a escola disponibiliza cursos de Educação e Formação de Adultos. O Centro de Novas Oportunidades mantém-se na escola, servindo como ponte com a comunidade. “A oferta ao nível dos adultos é idêntica à deste ano, não temos como objectivo aumentar o número de alunos, porque já temos um número elevado de adultos a frequentar a escola”, conclui Alfredo Mendes.

GUIMARÃES • INICIATIVA

Expo Guimarães abre dia 9 Decorre de 9 a 12 de Junho mais uma edição, a nona , da Expo Guimarães. Esta feira multissectorial regressa ao Multiusos numa organização conjunta da Tempo Livre, Câmara Municipal de Guimarães e Associação Comercial e Industrial de Guimarães. O jornal Repórter Local é parceiro na divulgação deste evento. A Expo Guimarães terá como novidade uma galeria dedicada à doçaria , vinhos, gourmet , produtos tradicionais, charcutaria e restaurantes. A abertura do certame a novos sectores de actividade e a entrada gratuita são algumas

das novidades deste ano. A organização aposta este ano num programa de animação que contempla espectáculos diários e outras actividades de diversão, procurando assim atrair ainda mais público. O programa de animação inclui Augusto Canário, Os Musiké, Xícara , Sons da Montanha , Rancho Folclórico de São Torcato, Rancho Regional Agrícola de Pevidém e Academia de Dança e Fitness da Tempo Livre. A Expo Guimarães estará aberta ao público nos dias 10 e 11 de Junho das 14h30 às 23h30 e no dia 12 Junho das 14h30 às 19h30.


REPÓRTER LOCAL • MAIO DE 2011 • 17

OPINIÃO Os artigos de Opinião são da responsabilidade dos seus autores opinião

A falácia da responsabilidade pelo urbanismo Miguel Azevedo

Membro da Comissão Política do Núcleo de Joane do PSD

Foram precisos 9 meses para que a Junta de Joane rectificasse um sinal de trânsito na rua do Relógio. Esta inércia não é de agora e tem-se agudizado nos últimos anos. Nem o embuste existente em que o presidente delega no 1.º vogal as funções de presidente e faz de conta que é presidente, altera as coisas. É mais do mesmo. Quase 20 anos de poder do dr. Sá Machado reflectem preguiça e cansaço de quem está esgotado. A mesma inércia já não existe quando se trata de responder a justas acusações da oposição, de responsabilizar a Câmara Municipal por tudo e mais alguma coisa ou de amplificar a ideia de que, se a Câmara Municipal não fosse do PSD, Joane seria a freguesia das maravilhas. O tempo tem-lhe dado o relaxamento referente à gestão da freguesia, com prejuízo para todos nós, mas

tem-lhe dado uma aceleração no que diz respeito à estratégia de comunicação no combate políticopartidário. Se houve um período em que, aproveitando o facto de estar desavindo com o Partido Socialista e com o seu camarada Fernando Moniz, esteve “calmo”, agora está agitadíssimo. Exemplo disso é o artigo de opinião que assina na última edição deste j o rn a l i n t i t u l a d o “ U rb a n i s m o e m Joane” em resposta à acusação do dr. Nuno Melo que responsabiliza Fernando Moniz pelos erros urbanísticos que Joane apresenta. Sá Machado sai em defesa do dr. Fernando Moniz, seu padrinho na nomeação política para a Administração do Hospital de Famalicão. Para quem tivesse dúvidas, elas desapareceram. As intervenções do dr. Sá Machado há muito que deixaram de ter como objectivo defender os interesses de Joane e dos Joanenses e estão centradas na gestão da sua carreira política. É vergonhosa a atitude. Percebe-se a tentativa de branquear a responsabilidade de Fernando Moniz, tanto mais que o dr. Moniz vai ser o próximo candidato à Câmara e é tempo de marcar posição. Concordo em parte com a acusação do dr. Nuno Melo. Acrescento apenas que faltou ao dr. Nuno

Melo identificar o outro grande responsável: o dr. Sá Machado. O dr. Sá Machado, que está na Junt a d e F re g u e s ia d e s d e 1992 t e nt a desresponsabilizar-se, como faz sempre, referindo que os pareceres da junta não são vinculativos. Diz também que procurou influenciar positivamente a posição da Câmara. O que é certo é que não conseguiu e não lhe conhecemos, como noutras situações, posições veementes relativamente a matérias de licenciamentos urbanísticos. O dr. Sá Machado centra-se na falta de “rectificação” do PDM, instrumento de gestão urbanística para tentar responsabilizar a actual câmara. Esquece-se é que Guimarães, Barcelos, Braga e Lisboa, só para citar alguns, também não têm os seus processos de revisão do PDM concluídos. No País são poucos os municípios que já o fizeram. É pois um falso argumento que apenas tenta esconder o cerne da questão. Há responsabilidades e há responsáveis. E os responsáveis são o dr. Fernando Moniz e o dr. Sá Machado que permitiram todos os atropelos urbanísticos cometidos em Joane e consequentemente um crescimento desordenado através do licenciamento de “tudo e mais alguma coisa”. Desde cedo que esta câmara se propôs a “qualificar o Território,

Promover a Qualidade de Vida”, e elegeu como fundamental o Planeamento e Urbanismo. A prová-lo está o facto de ser um pelouro do próprio presidente. Este executivo municipal editou o Regulamento Municipal da Urbanização e da Edificação no concelho, e o Manual de Procedimento sobre os trâmites, que reúnem todas as regras relativas ao licenciamento municipal. No fundo trouxe transparência a um processo onde ela não existia. Hoje cada munícipe pode, de modo simples e rápido através do site na internet, obter serviços e informação relativos a estado de processos. No tempo do dr. Fernando Moniz (e do dr. Sá Machado) nada disto existia. É pois u ma f al á c i a o at a qu e e f e c t u a d o à actual Câmara. Todos os erros urbanísticos têm chancela partido socialista. Na junta de freguesia e na Câmara Municipal. Nos últimos 20 anos o dr. Sá Machado foi presidente da junta. Ele e sua equipa são os grandes responsáveis por, por exemplo, as antigas barracas da feira, o edifício da Devesa Alta, o posto de combustível junto à capela de S. Bento, as construções em cima do cemitério e a recente e cada vez maior barracada que é o Parque de Laborins.

Crise financeira e crise de valores Luís Santos

Membro da Junta de Freguesia de Joane | PS Crise – “Alteração no c u r s o d e u m a d o e nça grave; momento perigoso e decisivo; falta de trabalho; embaraço na marcha regular dos negócios ; d e s a c o r d o p o l í t i c o que abriga o poder político a demitir-se…”

Todos estes sinónimos da palavra crise assentam de alguma forma na definição que sempre esteve presente na cabeça de cada um. Desde a crise na doença, à crise política passando pela crise nas empresas e no emprego. Facilmente encontramos exemplos desta crise na nossa vida diária e naquilo que as televisões nos trazem repetidamente até à exaustão. Mas esta crise é também uma crise de valores. Vivemos numa época que aceita como um dado adquirido que os valores estão em crise. Em todas as épocas sempre surgiram vozes manifestando idênticas

impressões. A nossa, neste ponto, parece ter assumido que teremos atingido uma crise generalizada. Não existem actualmente critérios seguros para distinguir o justo do injusto, o bem do mal, o belo do feio, tudo é relativo e subjectivo. Não existem valores. Tudo depende das circunstâncias e dos interesses em jogo. Facilmente se conclui que os valores que tradicionalmente eram dados como imutáveis, hoje, ou foram postos em causa ou foram abandonados. Em tempo de crise financeira e económica, todos os gastos devem ser repensados e ordenados por prioridades. E em alguns havemos de poder cortar. Será difícil cortar nos bens essenciais mas todos teremos alguns pequenos luxos que por certo podemos “abater”. Assim se reduz um orçamento e quem sabe até conseguimos chegar ao patamar por vezes inatingível da poupança. Muitos dos nossos hábitos diários podem ser repensados. Pode parecer insignificante mas somos o país da Europa onde mais gente

toma diariamente o seu pequenoalmoço no café ou pastelaria, facto que se deve, necessariamente, ao nosso elevado poder económico. Não há tempo para aquecer o leite, fazer o café ou as torradas. E depois é só um euro. Esta é a nossa mentalidade e não vamos com certeza querer comparar um português com um pobretanas dum nórdico, ale mão ou francê s, essa gente pindérica que toma o pequeno-almoço em casa... Isto aqui é outra loiça! Mas se temos que poupar e economizar, era bom que fossem todos a fazê-lo. O exemplo terá de chegar do próprio Estado, dos seus representantes, das câmaras municipais e juntas de freguesia. A Câmara Municipal de Famalicão decidiu também cortar nalguns gastos. Até aqui tudo certo (e há tanto por onde cortar), mas o pro blema está na lista das prioridades. Numa missiva enviada às juntas de freguesia anunciava cortes na rede pública de abastecimento de energia (candeeiros), desligando um em cada três. Advertiu a Junta

de Freguesia de Joane que irá anular contrato de abastecimento de energia ao cemitério, claro está que possivelmente o fará também nos outros cemitérios. Estas são as prioridades do município de Famalicão. Mas ficamos também a saber - e é só consultar a informação fornecida para autarquia - que esta adjudicou recentemente serviços a uma empresa de asses soria jurídica no valor de 98.000 euros. E tendo juristas nos seus quadros de pessoal. O corte nas verbas de protocolos e obras para Joane já estava em execução, iniciaram-se agora os cortes na energia. O executivo municipal está empobrecido, sem energia e sem capacidade para motivar os munícipes. Um apelo final para que todos os cidadãos em pleno direito exerçam o seu direito de voto no domingo. Independentemente das convicções políticas de cada um é fundamental a participação de to dos. Quanto menor for a abstenção, m a i o r l e g i t i m i d a d e t e re m o s p a ra exigir dos nossos representantes.


18 MAIO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

OPINIÃO

Lei do Estado ou lei da selva? Fernando Castro Martins

fernando.castro.martins@hotmail.com

Um desencanto generalizado faznos ouvir, um pouco por toda a parte, que os partidos e os seus políticos “são todos iguais”, e en tão, “que venha o diabo e escolha” no p róximo dia 5 de Junho. Muito particularmente, há por aí um discurso, nada inocente e muito desonesto, fazendo crer que o PS e o PSD, partidos dos quais sairá o próximo primeiro-ministro, são verdadeiros irmãos gémeos, nada os distinguindo de essencial. Ora, não obstante os condicionalismos a que o Partido Socialista tem estado sujeito na sua prática governativa, este muito se distingue do chamado Partido Social Democrata, que se encontra, agora, quase sem qualquer ligação à matriz ideológica homónima, afirmando-se actualmente, adepto

do modelo neoliberal. E, a meu ver, é de toda a importância que tenhamos em conta o ideário pelo qual cada um se rege, a que família política cada qual pertence – diz-me com quem andas, eu te direi quem és -, mais importante isto que o nome da agremiação, que essa etiqueta, em alguns casos, em nada corresponde ao conteúdo da embalagem. É sabido que é o PS, e só ele, em Portugal, que pode ostentar o reconhecimento da Internacional Socialista, associação esta que reúne a generalidade dos partidos socialistas e sociais-democratas em todo o mundo. O Partido Social Democrata, apesar do nome desa dequado, tem filiação na Interna cional Democrata Centrista e no Partido Popular Europeu, podendo dizer-se, portanto, um partido de centro-direita, conservador, neo-liberal, mas nunca um partido social-democrata no seu sentido verdadeiro. De resto, o programa eleitoral de Passos Coelho está em absoluta conformidade com os valores – eu diria contravalores! – do neo-liberalismo e em

total incompatibilidade com os princípios da social-democracia. E então, em que divergem a socialdemocracia do neo-liberalismo? Eu diria, para simplificar, que divergem sobretudo acerca do papel do Estado na sociedade. A social- democracia, do PS, entende que o Estado deve ter um papel regulador, tanto eficaz quanto possível, para assegurar a equidade social e a igualdade de oportuni dades para todos, a protecção dos mais fracos, os direitos básicos das populações à educação, à saúde, ao rendimento, à habitação. O neo-liberalismo do PSD, por sua vez, pretende um Estado pouco interventivo, pouco regulador, argumentando que o “peso” do Estado, seja na economia, seja na produção legislativa, limitam a liberdade, e, portanto, devemos caminhar para um Estado mínimo para que todos tenham toda a liberdade. Mas então, se todos passarem a ter toda a liberdad e o que poderá acontecer? Não é sabido que na selva há toda a liberdade e ainda assim os lobos não têm o bom-senso

de pastar ao lado dos cordeiros, repartindo a ração à moda do Evangelho, antes aqueles se atiram a estes transformando-os na sua própria refeição? Não há dúvida de que precisamos de um Estado forte, regulador, para que isto se não transforme na lei da selva. O PS, pelo menos, entende este princípio básico. E quando as esquerdas à sua esquerda dizem que o PS e o PSD são irmão gémeos, não estão, a meu ver, a prestar um bom serviço nem ao país nem a si próprios. O momento actual pede muito discernimento. E se o PCP e o Bloco têm o seu próprio projecto de sociedade a longo prazo, pelo menos no presente precisam de distinguir o essencial do acessório para que se salve, para já o que puder ser salvo. O liberalismo da selva é que não queremos. Que esse já era condenado até pelo precursor da Doutrina Social da Igreja, o padre Lacordaire, 1802-1861, quando sentenciava, com muita autorida de, frases deste calibre: “Entre o fraco e o forte, é a lei que protege e a liberdade que oprime” .

informar o seguinte: (...) a ASCUREP foi constituída em Maio de 2010, tem a sua sede na Rua do Pombal. Tem como fim a promoção de solidariedade soc i a l , a c t i vi d a d e s d e t e m p o s l i vre s , culturais e recreativas (...) é certo que realizamos passeios, festas e espetáculos (não apenas churrascos, como referido pela Dª Joana Vidal). Mais, perguntamo-nos se alguma vez pedimos a quem quer que seja, e em especial à Dª Joana Vidal, qualquer tipo de subsídio para a realização dos nossos “churrascos”? Não, nunca os deixamos e nunca os deixaremos de fazer. No entanto, realizamos igualmen te outras ações, nomeadamente de solidariedade: ação de solidariedade social (...).

O nosso persistente apelo junto da Vimágua, para a recuperação da Rua do Pombal, danificada pelas obras do saneamento, foi decisivo (...) Quanto ao comentário, no qual o Sr. Marçal Mendes refere que “a Junta só atribui subsídios às associações no final do ano e mediante prova do trabalho realizado”, queremos acrescentar que essa ideia foi sugerida pela nossa associação, aquando da reunião tida entre a Junta e outras associações de Vermil. Tudo isto, no intuito de mostrar que, de facto, temos interesse no subsídio, por que nos ajuda a realizar o nosso trabalho, mas, ao mesmo tempo, temos de trabalhar para o merecer. Continuando a men-

cionar citações do vosso jornal, quando o secretário executivo da Junta informa que “a Associação do Pombal não apresentou essas provas”, mas não esqueçamos que o trabalho realizado no curto espaço de vida da associação, no ano passado, foi bem visível e proveitoso! Dir-nos-á mas não deveriam ter apresentado essas ‘provas’ por escrito?. Possivelmente. E agora? Que fazemos? As outras associações fizeram-no? Por último, gostaríamos de deixar uma questão: não seria altura de todos quererem, mas quererem mesmo o bem comum e conseguirmos? A nossa associação é independente, sem qualquer sentido politico, e sem qualquer fim lucrativo”.

C A R TA S AO D I R E C TO R G e l a d o s e c h u r ra s co s e m Ve r m i l D i r e c ç ã o d a A s s o c i a ç ã o C u l t u ra l e Re c r e a t i va d e Po m b a l , Ve r m i l

“Tomamos a liberdade de escrever esta carta na sequência dos artigos publicados no vosso jornal nº 145, Abril 2011, na rubrica “O Mosquito” com o título “Gelados e churrascos em Vermil”, e relativamente à menção que fazem da nossa associação no artigo sobre a Assembleia de Vermil. É certo que o facto da nossa associação não ter sido contactada/ouvida não ajuda no esclarecimento das questões em causa, por este motivo, e no direito de resposta que nos é dado pela lei de imprensa (lei nº 2/99; artigo 24-1), vimos

CERTIDÃO

LUÍS MANUEL FIGUEIREDO BRANCO, notário com Cartório na Rua Ló Ferreira, nº 143, 1º andar, sala B-2, da cidade de Matosinhos: CERTIFICO, que neste cartório, a folhas 95 e seguintes, do livro de notas 40-E, se encontra exarada uma escritura de justificação, outorgada em 19/05/2010, na qual foi declarado por ROSA MARIA FARIA FERNANDES, e marido MANUEL FERNANDES DA CUNHA, casados sob o regime de comunhão de adquiridos, residentes na Rua das Almas de Matos, nº 249, freguesia de Joane, do concelho de Vila Nova de Famalicão, que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio rústico composto por um terreno de horta, com a área de 877m2, situado no lugar das Almas de Matos, freguesia de Joane, do concelho de Vila Nova de Famalicão, a confrontar do Norte com Manuel Fernando Faria Fernandes, do Sul com caminho público e Filomena Ribeiro Fernandes, do Nascente com Cláudia Maria Faria

Fernandes e outro, e do Poente com prédio urbano dos justificantes, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Vila Nova de Famalicão, mas está inscrito na respectiva matriz predial rústica, em nome do justificante marido, sob o artigo 1.453. Que, iniciaram a posse sobre este prédio, por volta do ano de mil novecentos e oitenta e cinco, por lhes ter sido doado por seus pais e sogros, Joaquim Ribeiro Fernandes e mulher Narcisa Ribeiro de Faria, casados sob o regime de comunhão geral, residentes no lugar da Tapada, da dita freguesia de Joane, sem que nunca tenha sido celebrada a respectiva escritura pública. Que, deste modo, não possuem título formal que lhes permita registar a seu favor na citada Conservatória do Registo Predial, o referido prédio, embora sempre tenham usufruído de todas as utilidades por ele proporcionadas, cultivando-o, colhendo os respectivos frutos, pagando os respectivos impostos, com ânimo de quem exercita direito próprio, sendo reconhecidos

como seus donos por toda a gente, fazendo-o de boa fé, por ignorarem lesar direito alheio, pacificamente, porque sem violência, contínua e publicamente, à vista e com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, e tudo isto por lapso de tempo bastante superior a vinte anos. Que, dadas as características de tal posse, os justificantes adquiriram o referido prédio por usucapião, direito que, pela sua própria natureza, não o podem comprovar por qualquer título formal extrajudicial. Está conforme. Matosinhos, 19 de Maio de 2011




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