Jornal Repórter Local

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EXCLUSIVO RL

• pág. 07

Junta de Joane propõe serviços da Câmara em loja do Largo 3 de Julho Nº 144 • ANO XIII • MARÇO 2011 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE

www.facebook.com/reporterlocal/

ANIVERSÁRIO • págs. 13 a 15

Autarcas e jornalistas falam do Repórter

JOANE | p. 070

Feira das Velharias no Largo 3 de Julho, em Abril Dez milhões de euros para renovar escola secundária VERMIL | p. 10

Pais e Junta criam ATL ENTREVISTA • pág. 03 e 04

Nuno Melo defende que o actual momento de crise obriga a repensar o projecto de construção da Cidade Desportiva de Famalicão

PUBLICIDADE

‘Fernando Moniz permitiu todos os atropelos urbanísticos cometidos em Joane’ RL MAGAZINE • pág. 10

NOVAS RUBRICAS • pág. 11

ATC liga Lourdes a Santiago de Compostela

O que fazer com este Património? nesta edição Casa de Vila Boa

Bárbara Rodrigues, premiada em concurso nacional

RONFE I| p. 08M | p

Câmara quer Centro Escolar em 2012 REGIÃO | p. 11

Censos 2011 entre o normal e o confuso OLEIROS | p. 09

Autarca faz Parque de Lazer da freguesia OPINIÃO | p. 17

Luís Santos, Miguel Azevedo e Fernando Martins



REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2011 • 3

ENTREVISTA

GESTÃO DÊ-NOS A SUA SU as que deveriam ser Se acha que há pesso , envie-nos a sua entrevistadas pelo RL cal@hotmail.com sugestão reporterlo

NUNO MELO

“Fernando Moniz é o principal responsável pelo crescimento desordenado de Joane” Eurodeputado do CDS-PP fala da sua terra natal, Joane, e afasta, “pelo menos para já”, candidatura à Câmara de Famalicão Luís Pereira

L

amenta que Joane não tenha, em tempos, reunido esforços e vontades políticas que lutassem por uma autonomia? Joane é uma vila singular pela dimensão social, diversidade produtiva, uma terra com gente dinâmica. Foi, mesmo vila, fortemente depreciada por muitos anos de gestão socialista que permitiu o seu crescimento desordenado que marcará por muitas décadas o seu futuro. Fernando Moniz já foi anunciado como candidato à Câmara, pois é precisamente ele que responsabilizo particularmente por ter permitido todos os atropelos urbanísticos em Joane. É o principal responsável pelo crescimento desordenado, licenciando tudo e mais alguma coisa, incapaz de definir zonas residenciais, de serviços e zonas industriais. Joane hoje tem fábricas no meio de casas e campos no meio das fábr icas. Não houve nem critério nem visão. Quanto à autonomia, o país precisa de uma reforma administrativa mas sou absolutamente contra a extinção de freguesias. Sou favorável, isso sim, à fusão de serviços, dandolhes massa crítica. Por exemplo, uma Junta dever ia servir um número mínimo de habitantes, mesmo que isso implicasse agregar administrativamente freguesias. Faz questão de mencionar sempre a sua origem joanense. Porquê? Porque sou joanense. E haverá pessoas que gostem tanto quan to eu de Joane, mas de certeza absoluta que não há ninguém que goste mais do que eu. Pelas minhas funções sou obrigado a repartir o meu tempo entre Bruxelas, Estrasburgo, Lisboa, Port o, Braga e Joane. Mas só em Joane me sinto verdadeiramente em casa. Posso a té dizer-lhe que até hoje, o resultado eleitoral que mais me marcou foi o obtido em Joane aquando da minha eleição para eurodeputado ( venceu com 29,19%).

autárquicas

vitória do psd | pp em joane depende da união das pessoas dos dois partidos

Que terra é esta que para evoluir tem que destruir ou mudar o que antes de nós fizeram e fizeram bem?

Concorda com a construção de raiz, na ordem dos 2 milhões de euros, de um novo campo de Barreiros? Não conheço o projecto, logo não o posso avaliar. Nos tempos que correm é preciso parar para pensar. Manda o bom senso que, pelo menos até se perceber o que vai acontecer a Portugal, os grandes investimentos sejam bem ponderados. O tempo das facilidades acabou. Joane tem agora o centro cívico que merecia?

Há questões de pormenor que para mim não são irrelevantes. Eu nunca tiraria dali o cruzeiro. Foi o local que cidadãos, há muitos séculos, escolheram para erguer um monumento à nossa escala. O projecto deveria ter sido adaptado ao que já estava implantado. Fa lamos de um bocado de Joane que já sangrou num passado recente. No topo da avenida há a torre da igreja que, sendo património nosso, foi demolida como foi e com marcas que subsistem. Que terra é esta que para evoluir tem que destruir ou mudar o que antes de nós fizeram e fizeram bem?! O passado é legado e deve ser respeitado. Do ponto de vista estético, todos os projectos são discutíveis. Nem se pode dizer que seja o projecto possível, eu não mexeria no cru zeiro; do ponto de vista comercial, teria ponderado outras coisas. Mas eu não sou presidente de Junta nem de Câmara, sou um munícipe.

Poderemos ter a oportunidade de planear bem com o que da ex-estamparia vai nascer? Naquele terreno é preciso saber gerir bem as expectativas legítimas de privados e o interesse público. Espero que haja ponderação no que dali nascerá naquele que é, porventura, o coração de Joane. Nota ainda para um ribeiro do qual é ladeado o centro e que merecia melhor tratamento. Temos aqui uma oportunidade. O que o envergonha na vila? Nada. Custa-me é perceber que apesar de todo o dinamismo que congrega, tenha sido alvo de um desordenamento que está à vista, fruto de uma governação camarária errada de outros tempos, de betão pelo betão, sem critério e sem visão. Conhece Miguel Ribeiro (PSD) e António Oliveira (PS)? Conheço, embora não tenha conhecimento pessoal suficientemente forte para poder avaliar com justiça. O PP tem concorrido no concelho coligado com o PSD. O que tem falhado em Joane para o centro-direita não colher a confiança dos joanenses? No dia em que em Joane, depois de feitas escolhas, todas as pessoas envolvidas neste processo se unirem verdadeiramente e acreditarem na vitória, ela acontecerá. Se, feitas as escolhas, parte das pessoas que se poderiam envolver baixarem os braços, darão maior vantagem ao adversário. Se lhe pedisse para escolher um ilustre joanense da actualidade, quem elegeria e porquê? É muito difícil escolher um único joanense. Há várias referências, do passado e do presente, dependendo das suas áreas de actividade. Ocorrem-me vários que com toda a justiça mereciam ser destacados, e por isso, prefiro não eleger uma única pessoa.


4 MARÇO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

ENTREVISTA

“Projecto da Cidade Desportiva de Famalicão deve ser ponderado” Nuno Melo defende que “projectos municipais que impliquem grau de endividamento considerável devem ser ponderados” Luís Pereira

O

CDS tem lutado contra as Parcerias Público-Privadas (PPP) e pedido o adiamento de grandes obras como o TGV. Em Famalicão, a Cidade Desportiva deve ser adiada? Não reclamo par a Famalicão menos do que reclamo para o país. O grau de endividamento é tremendo e todos têm obrigação de o restringir. Projectos municipais que impliquem um grau de endividamento considerável devem ser reponderados. Duvido até que haja possibilidade de financiamento na banca. O que falta fazer no concelho? Imenso. Famalicão tem um dina mismo de tal ordem que faz com que permanentemente haja necessidades. Como muitos investimentos estruturais foram feitos, em tempo de crise a questão social deverá ser determinante. Assim como o ambiente, o urbanismo, o apoio ao tecido produtivo industrial e comercial, e à actividade agrícola. Havia uma conta no Facebook usando o seu nome e a sua imagem assumindo uma candidatura sua à presidência da Câmara de Famalicão. Que leitura faz disto? Mesmo não sabendo quem eram os autores da página, pedi-lhes que parassem porque não fazia qualquer sentido. Não vou ser nem tenciono ser, pelo menos nos próximos anos, candidato à Câmara de Famalicão. Não faz sentido. Paulo Cunha daria um bom presidente da Câmara? N ã o m e a n t e c i p o a a n ú n c i o s f o rmais que devem ser feitos pelos partidos. Tenho a melhor opinião de Paulo Cunha, trabalhador, ho nesto e excelente vereador. E Leonel Rocha? Se há vantagem nesta coligação é que formou muitos e bons quadros. Não cometo a indelicadeza de fazer análises por comparação. Já agora, Sá Machado? Por maior simpatia que as pessoas me possam merecer, não significa que dariam bons candidatos à Câmara. As sondagens dão a vitória ao PSD de Passos Coelho e já se fala de uma coligação com o PP. Não teme que a imagem do partido “muleta” fique para

sempre ligada ao CDS-PP? As pessoas percebem as diferenças entre CDS e PSD. PS e PSD são diferentes mas têm políticas semelhantes. O país colapsaria se a alternativa governativa fosse a e xt re ma e s qu e rd a . A s o l u ç ã o d e verá passar por escolhas dentro do arco da governabilidade, mas seria agora muito importante o reforço do CDS em votos e mandatos. É p o s s ív e l u m a g o v e r n a ç ã o a três sem José Sócrates? Só seria possível sem Sócrates e no seu tempo que, entretanto, já foi ultrapassado. Há um ano o presidente do meu partido adian tou essa hipótese, ainda íamos a tempo. Agora o cenário só será possível de desenhar, contados que estejam os votos. Já se sente na pele de ministro? Não, sinto-me na pele de eurodeputado no mandato para que fui eleito. “Portas é o PM que Portugal precisa”. E Nuno Melo é o presidente que o PP necessita? De todo! E tenho a certeza que o novo cargo que haverá no partido, caso cheguemos ao Governo, não foi desenhado para mim. Hoje é mais claro para os analistas que a sucessão de

Paulo Portas passará por si… Isso é simpatia. A especulação que foi criada tem a ver com o novo cargo de presidente executivo. E como já disse, o cargo não foi criado a pensar em mim. Quem escolhe o presidente são os militantes. Tenho as minhas ambições bem definidas e elas não passam nem pelo governo nem pela presidência do partido. De Sócrates diz-se que é um “animal político”. Que rótulo lhe cairia bem a si? Não sou dado a rótulos, mas no dia em que for a enterrar nesta nossa terra (Joane), gostaria de ser recordado pelo trabalho, pela honestidade e pelo idealismo. Em Bruxelas, que imagem recolhe de Portugal junto das instituições europeias? É conhecido pelo país que gasta mais do que tem e muito acima daquilo que é a sua capacidade de pagar. Em seis anos de Sócrates a dívida portuguesa passou de 82 mil milhões de euros para 155 mil milhões. Os mercados avaliam Portugal tal e qual um banco avalia um cliente que pede dinheiro, e olham hoje para nós como um cliente de alto risco.

“Não

vou ser nem tenciono ser, pelo menos nos próximos anos, candidato à Câmara de Famalicão. Não faz sentido”.

NUNO MElo

“A minha verdadeira casa será sempre em joane” Como passa os tempos livres? Nos últimos dois anos, entre Estrasburgo, Bruxelas, Lisboa, Porto, Guimarães, Joane e Braga. A minha vida tem estado concentrada na política e cada vez tenho menos tempo para pequenos prazeres, como os carros antigos e a agricultura. A colecção de carros vai em quantos? Não vai em muitos. Compro carros muito velhos que vou restaurando aos bocadinhos. No mínimo, demoro dois anos a concluir o restauro. Mas talvez uns 6, 7 carros. É homem de pegar numa enxada? Toda a vida fui! Sou advogado porque, a dado passo, depois de ponderação familiar, decidi que não tirava o curso de agronomia mas o de direito. Vai trocar Joane por Leitões? Não, nunca. O único investimento que fiz até hoje foi adquirir uma terra em Leitões com uma casa que está a ser restaurada. Tenciono ter ali um sítio onde possa retirar-me e fazer coisas que gosto. No que de mim depender, a minha verdadeira casa será sempre em Joane. Que ideia tem da CEC Guimarães? Algumas notícias recentes não foram bons exemplos do ponto de vista da gestão pública, desde logo pelos vencimentos que me parecem absurdos. Ter sido necessário ir buscar gente de fora quando temos tanta gente qualificada não me parece correcto nem suficientemente justificado. Casa das Artes ou Vila Flor? Ambas. Vila Flor pela recuperação notável de um património que de outra forma poderia ser hoje um centro comercial. Casa das Artes pela capacidade de se ter conseguido, em Famalicão, criar um centro cultural de referência nacional. Porta Larga ou Café Central? Sem nada contra o Porta Larga, escolho o Central porque cresci indo lá, como ainda hoje o faço. Uma coisa que lhe dê prazer fazer mas que, por ser figura pública, não pode fazer, pelo menos com frequência? Não me posso dar ao luxo, por exemplo, de ter um excesso num jantar ou almoço porque facilmente poderia ser explorado num jornal ou no Facebook. Quantos amigos tem no FB? Mais de 10.000! Tenho duas contas, a primeira atingiu os 5.000, agora tenho outra que também já vai nesse número.


REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2011 • 5

PAG. 09 | PRESIDENTE MÃOS-À-OBRA O presidente da Junta é daqueles autarcas que não se limitam a lançar obra, eles próprios as fazem!

editorial Joaquim Forte

ReguiLa

Património e bons exemplos vista publicada nesta edição e pro feridas a propósito da deslocação do cruzeiro do largo 3 de Julho: “Que terra é esta que para evoluir tem que destruir ou mudar o que an tes de nós fizeram e fizeram bem?! O passado é legado e deve ser res peitado”.

O país vive dias conturbados. À crise que povoa os noticiários junta-se a troca de acusações entre partidos. O presidente da República marcou eleições para o dia 5 de Junho.

À ESPERA DE UM ARRANJO Há três anos, um acidente com uma ambulância na VIM, em Joane (zona do Vau ao fundo), deixou a protecção no estado que a foto documenta. Os rails ainda lá estão no mesmo estado. Não há uns cobres para arranjar isto, senhores autarcas? por tiago mendes (tiag0_mendez@hotmail.com)

O presidente da Junta de Oleiros, Joaquim Pereira,é o que se pode chamar um autarca “terra-a-terra”. E daqueles exemplos de autarcas que não se limitam a lançar obra, eles próprios as fazem! Actualmen te está empenhado, com outros vo luntários, em construir o Parque de Lazer que vai nascer na freguesia ainda este Verão. É claro que não é nenhuma obra “de vulto”, daquelas que costumam derrapar ao nível das contas, mas não deixa de ser um bom exemplo de como numa altura de crise (em que os famosos mercados andam nervo sos) se pode contribuir para controlar as contas.

cartoon rl

Qual é o principal património edifi cado digno de interesse existente na vila de Joane? E na Vila de Ronfe? Em Castelões? E nas restantes loca lidades cobertas pelo Repórter? As questões têm pertinência e justi ficam uma nova secção deste jornal. O RL começa hoje um conjunto de trabalhos para tentar “radiografar” o património edificado da nossa região (e esper a poder responder a essas questões): casas e solares, igrejas, capelas, marcos miliários, e outros espalhados por ruas, montes e vales. Será, também - assim o esperamos - uma forma de alertar para o esta do em que muitos desses elementos patrimonais se encontram. Não é difícil dar “de caras” com alguma dessas casas, desses marcos, em preocupante estado de degrada ção e até de abandono. Esperamos com este pequeno exem plo de serviço público e cidadania, e numa altura em que assinalamos 13 anos de actividade, alertar e mobili zar as entidades competentes e com uma palavra a dizer no que toca a salvaguarda do património. Vale a pena, a propósito, pegar em declarações de Nuno Melo, joanen se, eurodeputado do PP, na entre -

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Repórter Local | Propriedade e Editor - Tamanho das Palavras, Lda, Rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão Telefone 252 099 279 E-mail geral@reporterlocal.com Membros detentores com mais de 10 % capital Joaquim Forte e Luís Pereira Director Joaquim Forte ( joaquimforte@reporterlocal.com) | Redacção Luís Pereira (luispereira@reporterlocal.com) | Paginação Filipa Maia | Colaboradores Ana Margarida Cardoso; Analisa Neto; Custódio Oliveira; Elisa Ribeiro; João Monteiro; Luís Santos; Miguel Azevedo; Luciano Silva; Sérgio Cortinhas | Impressão Gráfica Diário do Minho | Tiragem 4000 ex. | Jornal de distribuição gratuita | Distribuição: Alberto Fernandes | Registo ICS 122048 | NIPC 508 419 514


6 MARÇO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

Fórum

DÁ QUE PENSAR!

A morte no alto de Santa Tecla

F oto: Repórter Local

Homem de Castelões, natural de Airão S. João, foi encontrado morto, em adiantado estado de decomposição

DIAS DE ONTEM

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Se tiver fotografias que mostrem aspectos que já desapareceram ou efeitos das alterações na paisagem da sua terra , e se as quiser partilhar com os leitores, envie por mail , geral@reporterlocal .com, ou por correio.

O corpo de Júlio Forte Ferreira, de 45 anos, desaparecido há 14 dias, foi encontrado na mata de monte de Santa Tecla, em Oliveira Santa Maria. O cadáver do homem, residente em Castelões, foi encontrado por um ex-colega de trabalho. O corpo encontrava-se entre rochas, a cerca de cem metros do local onde foi encontrada a motorizada. A GNR de Riba de Ave esteve no local com investigadores da PJ, um médico legista e mais tarde os bombeiros Famalicenses.

o que se diz A FRASE DO MÊS “Presidente de Junta de Pevidém foi vítima de tentativa de assalto por esticão. A autarca comunista Balbina Pimenta não ganhou para o susto e o caso levou o deputado do PCP, Agostinho Lopes, a expor a situação e a endereçar um pedido de explicações ao ministro da Administração Interna”. Notícia do Diário do Minho. É tão elevada a taxa de assaltos naquela vila que nem a autarca da CDU escapa! “Jorge Sampaio descontente com organização da Capital Europeia da Cultura 2012. “É preciso transformar o acontecimento em algo que os vimaranenses sintam também que é deles”, disse Jorge Sampaio” Público

JOANE, 1992 Em 1992, visto do alto, era este o aspecto de uma das zonas centrais de Joane. A estamparia V. C a r n e i r o e A . R a f a e l , c o m o s s e u s p av i l h õ e s , e a o l a d o a C a s a d e Te l h a d o , j á “ q u a r t e l g e n e ra l ” d a A s s o c i a ç ã o Te a t ro Construção. A fábrica já não existe (neste local); foi abaixo com a promessa de ali nascer uma urba n i z a ç ã o “ e m g ra n d e ” c a p a z d e transformar o centro da vila . Da urbanização só existe um projecto e da tal re volução no centro ainda não existe sinal. Não chegaremos ao ponto de sentirmos saudades deste cenário, mas só se a intervenção não demorar mais uma dezena de anos. Joane espera .

“Um homem de Famalicão foi detido pela GNR por ocupar ilegalmente uma casa de férias no Gerês, que não era sua” Opinião Pública

“Câmara de Guimarães vai utilizar cabras na limpeza de terrenos” Título, Guimarãesdigital.com

“20 por cento dos jovens portugueses com menos de 30 anos compra carros novos, bastante acima da média europeia de 11 por cento” Notícia, jornal Sol

“GNR deteve mais de uma dezena de suspeitos por tráfico de droga em Guimarães” Título do jornal O Povo de Guimarães

“Programa de governo do PSD mexe em saúde e pensões” Título do jornal Público

“Benfica proíbe a entrada de adereços portistas no Estádio da Luz” Público on-line


REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2011 • 7

Páscoa, sabores e saberes

LOCALIDADES

A E scola Secundária de Joane promove, nos dias 19 e 20 de Abril, a of icina de trabalho “Páscoa , três sabores, vários saberes”, no âmbito de um pro jecto de um grupo de alunos do 12º a no.

JOane • projectos

JOANE feira de velharias no dia 25 de abril, no largo 3 de julho

Serviços camarários no Largo 3 de Julho Luís Pereira

A PUBLICIDADE

Junta de Freguesia de Joane quer ocupar a quarta loja do Largo 3 de Julho com um posto avançado de serviços municipais. A Câmara de Famalicão, a quem compete deliberar sobre o destino a dar àquele espaço, já tem conhecimento das intenções e, segundo apurámos, mostrou aber tura para dar seguimento à proposta. Segundo o vice-presidente da Junta, António Oliveira, a ideia passa por concentrar na loja serviços só disponíveis e m Famalicão. “Contratos e pag amento de água e saneamento, licenciamento de obras particulares, certidões

e documentação sob alçada da Câmara podem ser tratados em Joane sem necessidade de fazer 11 quilómetros”, refere. O destino a dar à quarta loja tem sido tratado com algum secretismo. Foram avançadas algu mas hipóteses que geraram debate: café com esplanada e sede de uma associação desportiva foram algumas delas. O RL sabe também que a assinatura da cedência do espaço do Largo 3 de Julho, tão falada na campanha eleitoral para as eleições autárquicas de 2009, ainda não está concretizada, o que pode vir a ser um trunfo da Junta para pressionar a Câmara a seguir a sua opção quanto ao destino a da à quarta loja do Largo.

Realiza-se no próximo dia 25 de Abril, no Largo 3 de Julho, a primeira Feira de Antiguidades e Velharias de Joane. A iniciativa é da Junta de Freguesia , que pretende, desta forma , começar a dinamizar o centro da vila que está mais parado desde que a feira semanal foi transferida . “Será a primeira de outras feiras a rea lizar sempre nos feriados civis ao longo do ano. Queremos trazer a Joane expo sitores de numismática , selos, velharias e antiguidades”, explica , ao RL , António Oliveira , vice-presidente da Junta . De forma a re vitalizar o comércio local, António Oliveira assegura estarem ainda pre vistas outras iniciativas promovidas por associações. “Queremos dar vida e movimento ao centro e por isso estamos a estudar a forma de apoiar outras iniciativas que possam vir a ser criadas pe los comerciantes do Largo 3 de Julho de modo a trazer pessoas ao centro. Ha ja vontade, ideias e cá estaremos para as estudar e apoiar ”, garante o vice-presi dente da autarquia .


8 MARÇO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

LOCALIDADES

JOANE: CONVÍVIO só para homens de 1961 C o nv í v i o p a ra todos os homens de Joane nascidos em 1961. O programa inclui passeio com destino à Mealhada , visita às á g u a s d o Lu s o e Palácio do Buçaco. Inscrições: Fernando Silva e Fernando Abreu.

joanE • educação

Dez milhões para a secundária Escola joanense abrangida pelo programa de modernização do Parque Escolar

BREVE RONFe

CENTRO ESCOLAR: concurso público até final de agosto

Luís Pereira

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No próximo ano, a Escola Secundária Padre Benjamim Salgado, de Joane, vai entrar em obras, numa intervenção de fundo que ultrapassa os 10 milhões de euros. Segundo a calendarização prevista pela Parque Escolar (entidade de direito público de natureza empresarial que tem como principal função a requalificação e modernização de 370 secundárias do país até 2015),

o lançamento do concurso público para o projecto será entre Junho e Dezembro, seguindo-se, em 2012, a execução da obra. Das 303 escolas já seleccionadas, 90 (entre as quais a secundária de Joane) só este ano foram conhecidas; 75 já estão concluídas, 68 estão com as obras a decorrer e 24 encontram-se na fase de adjudicação. Recorde-se que na edição de Agosto, a propósito do regresso às aulas, Alfredo Mendes, director da escola, já falava

desta necessidade. “Uma escola que tem 26 anos está desadequada ao nível das infra-estruturas, às necessidades educativas actuais. Queremos tirar proveito da iniciativa do governo de requalificação do parque escolar”, disse então este responsável. Contactado pelo RL, Alfredo Mendes salientou a importância do investimento - “uma grande notícia para a escola e para Joane” -, ficando agora a aguardar “que tudo decorra dentro dos prazos que estão estipulados”.

A Câmara Municipal de Guimarães vai abrir, até f inal do mês de Agosto, concurso público para a empreitada de construção do Centro Escolar de Ronfe. O projecto (na imagem) já foi aprovado pelo município, que reuniu, recentemente, com a Jun ta de F reguesia de Ronfe para dar conta das suas intenções quanto à obra . Segundo apurou o R L , a Câmara Municipal vimaranense pretende ter a obra concluída até ao f inal do ano de 2012. Recorde-se que o Centro Escolar de Ronfe será instalado num ter reno junto à escola EB 2/3 Abel Salazar.


REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2011 • 9

Março

visitaS de estudo: LONDRES E batalha No âmbito dos Cursos EFA da secundária de Joane, os formandos dos Cursos de nível secundário, Técnico de Cozinha e Pastelaria, e nível Básico 3, Cozinheiros, visitaram a feira TecniPão, na Expo-Salão Batalha. Entretanto, um grupo de formandos visitou Londres, de 19 a 21 de Março, no âmbito da área de formação da Língua Inglesa.

Presidente mãos-à-obra Presidente da Junta de Oleiros e voluntários estão a construír o Parque de Lazer da freguesia

Bárbara Rodrigues UM PRÉMIO DO PLANO NACIONAL DE LEITURA Aluna do 12º ano da secundária de Joane alcançou terceiro lugar do concurso “Faça lá um poema” Um dos talentos de Bárbara Rodrigues é a poesia . Está-lhe na alma . E no sangue. E sta aluna do 12.º C da Escola Secundária Padre Benja mim Salgado, de Joane, obte ve o terceiro prémio do concurso “ Faça lá um poema”, lançado no âmbito do Plano Nacional de Leitura . O J O G O É o n o m e d o p o e m a q u e co n q u i s t o u o j ú r i e q u e va l e u a B á r b a ra o t e r ce i ro p r é m i o , n o e s c a l ã o d o e n s i n o s e c u n d á r i o . U m desaf io nada fácil, já que estavam “em jogo” poemas de centenas de estudantes de todo o país. O concurso resulta de uma iniciativa conjunta do Plano Nacional de Leitura e do Centro Cultural de Be lém. A entrega dos prémios decorreu no passado dia 20 de Março, no CCB, em Lisboa, numa cerimónia apresentada por Margarida Pinto Correia . Este e vento integrou o programa comemorativo do Dia Mundial da Poesia . B Á R B A R A Fo i s e l e c c i o n a d a p a ra r e p r e s e n t a r a e s co l a d e J o a n e , no seu escalão, por ter vencido o concurso literário daquele esta b e l e c i m e n t o d e e n s i n o . O p ro j e c t o t e m l e va d o à p a r t i c i p a ç ã o d e dezenas de alunos e até ex-alunos da escola .

Joaquim Pereira é daqueles exemplos de autarcas que não se limitam a lançar obra, eles próprios as fazem! Actualmente está empenhado, com outros voluntários, em construir o Parque de Lazer que vai nascer na freguesia ainda este Verão. Presidente da Junta de Oleiros há cerca de uma década, Joaquim Pereira está concentrado agora na construção do Parque de Lazer que idealizou para a localidade. Vai nascer junto ao rio Pele, num terreno com 900 metros, adquirido por 10 mil euros. Depois de relvado, o local vai ter mesas e bancos debaixo de boas frescas, aproveitando o curso de água que, também ele, será alvo de limpeza. A Junta prevê gastar cerca de 16 mil euros no parque e conta já com o compromisso de apoio da Câmara de Guimarães. “A ideia já existe há algum tempo mas só agora foi possível comprar o terreno. Vai ser uma coisa simples porque o terreno é, para já, pequeno. Numa fase seguinte queremos alargar, para cima ou para a outra margem do rio, com a aquisição de mais terreno”, explica o autarca. A reportagem do RL encontrou Joaquim Pereira, juntamente com o tesoureiro da autarquia e um outro voluntário, a construir os muros de limitação do terreno. De mangas arregaçadas e de enxada na mão. “Não pedi nenhum orçamento para fazer os muros. Comprámos a pedra e a mão-de-obra é dada por mim e pelo tesoureiro. Como temos um bocado de tempo e gostamos de trabalhar, entretemo-nos aqui um bocado”, conta o autarca. Esta não é a primeira obra da freguesia que surge das mãos do autarca. Em tempos reconstruiu a fonte velha, junto da igreja, e mais recentemente, requalificou a zona junto ao campo de futebol em terra batida. L.Pereira

(No próximo número, o talento de Sandra Ferreira)

ASSEMBLEIA GERAL

SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA CASA DO POVO DE RONFE Nos termos da Lei e dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral para reunir, em Sessão Extraordinária, no próximo dia 17 de Abril de 2011, pelas 10H00, na sede da casa do Povo de Ronfe, com a seguinte: ORDEM DE TRABALHOS PONTO ÚNICO – Deliberação sobre a cedência do direito de superfície sobre o edifício de cave e andar, actualmente a funcionar como sede da Casa do Povo de Ronfe, sito na Rua de S. Tiago, inscrito na matriz urbana de Ronfe com o artigo n.º 313 e descrito na conservatória do registo predial de Guimarães com o artigo n.º 1413 – Ronfe, a favor da Junta de Freguesia de Ronfe, a constituir pelo período de 50 anos. Ronfe, 28 de Março de 2011 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral | Arsélio Ribeiro


10 MARÇO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

PROCISSÃO DOS PASSOS EM JOANE Cumpriu-se a tradição. A procissão do Senhor dos Santos Passos desenrolou-se entre a capela de Celorico e a igreja, numa iniciativa coordenada pela Fraternidade Nuno Álvares, com ajuda dos escuteiros e Guias. A imagem volta à Capela de Celorico no domingo de ramos.

ATC a Caminho de Santiago Primeira de três fases da Caminhada decorre entre 9 e 19 de Junho Luís Pereira

mas que mesmo assim “a Entre 9 e 19 de Junho, 40 ATC terá de fazer uma boa pessoas vão per correr, a pé, Ao contrário de edições gestão das inscrições para a a primeira de três fases do anteriores, este ano os iniciativa não dar prejuízo”. caminho de Santiago entre Caminhos de Santiago Até porque a A T C f e c h o u Lurdes (França) e Compos começam em Lurdes, 2010 c o m u m p re j u ízo d e tela (Espanha), num total de França, e dividem-se em 32 mil euros, muito por mil quilómetros. Este ano, a causa dos 27 mil euros partida é dada em Lurdes, e a três fases distribuídas gastos em intervenções meta será a cidade espanhola ao longo de dois anos. inicialmente não previstas de Pamplona. na requalificação da Casa A ATC decidiu tornar os de Telhado. “Caminhos de Santiago” num p r o j e c t o p a r a d o i s a n o s . Na apresentação da “O valor é elevado, estamos a reunir esforços Caminhada, em conferência de imprensa no dia para inverter. Mas as obras eram necessárias. 28, esteve também Leonel Rocha, vereador da O défice é nas despesas extraordinárias, não Câmara de Famalicão, que apoia logisticamente nas correntes, que estão equilibradas”, referiu. Em jeito de balanço, Custódio Oliveira saliena iniciativa. “É um projecto pertinente que reúne vertentes tou que no ano que passou a ATC reforçou o culturais, desportivas e espirituais. Serve para apoio social que presta, tendo distribuído 39 muitos como uma revisão de vida”, referiu o 3 5 8 u n i d a d e s a l i m e n t a r e s q u e b e n e f i c i a r a m 133 famílias, e salientou a certificação de vereador. Cada inscrição custa 550 euros, com tudo in- qualidade e a aposta na Academia de Basque cluído. Custódio Oliveira admite que “é cara” tebol, “o projecto mais bonito que temos”.

EDNA CARDOSO, 1950 | 2011 Edna Cardoso, ex-vereadora na Câmara Municipal de Famalicão no primeiro mandato de Armindo Costa, sindicalista, jornalista, morreu no dia 27 de Março. Tinha 61 anos.

VERMIL

Pais e Junta criam ATL Junta de Freguesia prevê gastar 2800 euros no projecto. Das 41 crianças, 25 frequentam o ATL

A Associação de Pais da escola do primeiro ciclo de Vermil criou, em Março, o seu próprio serviço de actividades de tempos livres (ATL). Desta forma, as crianças em vez de saírem do edifício às 17h30, no fim das aulas, permanecem até às 19h00. Sem recursos financeiros, a associação pediu a colaboração da Junta, que paga a duas monitoras. Ao serviço aderiram os encarregados de educação de 25 das 41 crianças, que pagam cinco euros por mês (o transporte para casa é pago à parte). “Uma das exigências dos pais é que o ATL sirva para as crianças fazerem os trabalhos de casa. Os pais têm cada vez menos tempo livre e é muito complicado acompanhar os filhos nos trabalhos de casa. Assim, ficam descansados”, refere José Peixoto, da Associação de Pais. “O debate em torno do encerramento da escola só se decide caso não esteja garantida a qualidade e condições de ensino, e nunca por falta de alunos. E o nosso argumento primordial é garantir essa qualidade que, por efeito, cativará os pais”, refere Marçal Mendes, secretário da Junta de Freguesia.


REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2011 • 11

JUDOCA DE RONFE EM QUARTO NA ANADIA A secção de Judo da Casa do Povo de Ronfe participou em Sangalhos - Anadia, nos campeonatos nacionais Seniores e de Cadetes, com Rui Rodrigues, Carlos Dias, Ricardo Rodrigues e Paulo Lopes. Em Cadetes, Paulo Lopes ficou em 4.º lugar, apurando-se para o Campeonato da Europa (Abril em Coimbra).

REGIÃO

Sensibilidade e bom Censo(s) O Censos 2011 (XV Recenseamento Geral da População e o V Recense ame nt o G e ral d a H ab i t aç ão ) e s t á a decorrer dentro da normalidade na nossa região. “Não tem havido problemas de maior. Nos primeiros dias houve alguma dificuldade no acesso à Internet, mas depois normalizou. Até agora já fizemos mais de 50 por cento dos inquéritos”, disse ao RL o coordenador do Censos em Airão Santa Maria. O que corre mal, adianta, “é que nalgumas freguesias foram recru tados recenseadores sem grande disponibilidade e agora têm gran des dificuldades de resposta”, adianta Carvalho. Em Ronfe, António Sousa, coordenador dos Censos 2011, mostra-se preocupado com os problemas no preenchimento online. “As pessoas sentem-se defraudadas porque vão à Junta para fazer o recenseamen -

to online e ficam muito tempo à espera”, refere. Desde 21 de Março que o recenseamento pode ser efectuado pela Internet ou em papel. A partir d e 10 e a t é 24 d e A b ri l a p e na s s e aceitam formulários em papel. Face aos problemas informáticos, em Ronfe, quem se deslocar à sede da Junta para preencher online, acaba grande parte das vezes por ter de o fazer em papel, diz Sousa. “A esmagadora maioria das pessoas chega à Junta com os impressos por preencher, obrigando a redobrados trabalhos que, face às limitações de pessoal, torna o processo moroso”, avança aquele coordenador. Terminado o prazo de entrega online, os responsáveis têm acesso a quem não respondeu em cada localidade, deslocando-se novamente a essas residências para o levantamento.

A r e s p o s t a a o s q u e s t i o n á r i o s p e l a I n t e r n e t d ecorre até 10 de Abril. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), “se, por acaso, alguém não tiver recebido os questionários em sua casa , juntamente com o envelope co m o s c ó d i go s d e a ce s s o à I n t e r n e t , d e ve d irigir-se à sua junta de freguesia ou co n t a c t a r a l i n h a d e a p o i o ( 8 0 0 2 2 2 0 1 1 )”. O preenchimento dos Censos reveste-se de carácter obrigatório. A recusa ou o fornecimento de informações inexa c t a s , i n s u f i c i e n t e s o u s u s ce p t í ve i s d e i nduzir em erro são puníveis com co i m a s d e 2 5 0 a 3 7 4 0 , 9 8 e u ro s .

O QUE FAZER COM ESTE PATRIMÓNIO CASA DE VILA BOA, JOANE Imóvel com origem no século XVI

O Re p ó r t e r L o c a l i n i c i a n e s t a e d i ç ã o u m co n j u n t o d e t ra balhos sobre o património existente nas nossas freguesias. Pretende-se, mais do que um trabalho de cunho académico, dar a conhecer imóveis ou outros elementos patrimonais de relevo e, acima de tudo, alertar para o estado de degradação e abandono em que se encontram muitos deles. Vários leitores do RL chamaram a atenção para a importância da Casa de Vila Boa , situada no lugar com o mesmo nome, n a V i l a d e Jo a n e . E l a ve m re f e re n c i a d a e m d i ve r s o s l i v ro s e sítios na Internet dedicados ao Património. No caso de Joane, s e r á d o s p o u co s “ v e s t í g i o s ” d e u m c e r t o “ C e n t ro H i s t ó r i co ” e d o s p o u co s e l e m e n t o s p a t r i m o n a i s q u e i m p o r t a p re s e r va r (destruída que foi a Igreja Velha). No último numero, o RL já fez referência a esta casa , na sec ção ReguiLa , e o tema foi um dos mais comentados na nossa página do Facebook. Vários leitores lamentaram o estado de degradação da casa e do casario em volta , no mesmo lugar. Segundo se lê no sítio da Câmara de Famalicão na Internet , “a casa foi adquirida em 1682 pelos trisavós de Francisco Jerónimo d e Va s co n c e l o s e C a s t ro , a d m i n i s t ra d o r d o co n c e l h o à d a t a da sua fundação em 1835. É uma casa em L do tipo solarenga característica da região do Minho, com capela e escadaria de entrada de um só lanço, de estilo barroco” .


12 MARÇO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

preços de combustíveis: errata Na peça da última edição sobre os preços dos combustíveis, alguns preços não estavam correctos, nomeadamente os do Jumbo de Silvares e da Cepsa de Joane. Tal aconteceu porque o RL foi induzido em erro por um site que fornece os preços de todos os postos de abastecimento de combustíveis do país. Aos lesados e aos leitores o RL apresenta desculpas.

cerejeira em flor “Sakuras”, disse ela, apontando para as árvores. Eram cerejeiras. O símbolo do Japão. “Primavera. Flor. Renascer”. Eu sabia, antes de pisar solo nipónico, da importância das cerejeiras em flor para os japoneses.

Sentada há já uns bons minutos em cima dos joelho s no chão da sala, num tapete de bambu, eu conseguia sentir as pernas a ficar dormentes. Aquela era uma casa tipicamente japonesa, onde não existiam camas nem móveis altos – nem sequer grandes luxos, num país onde a tecnologia de ponta era uma das suas grandes bandeiras. “Para uma ce rimónia de chá” , disse-me o meu pai de acolhimento, no seu inglês enferruja do, “é preciso paciência”. Torci o na riz. Paciência nunca tinha sido uma das minhas virtudes. Nem minha, nem da população latina em geral, sempre tão apaixonada, explosiva e repentina. Mas esta r no Japão, a viver com uma família japonesa, era o mesmo que estar num universo paralelo. As convenções com as q uais cresci e aprendi a viver não se aplicavam lá. Por isso mantive-me assim, o peso do corpo sobre os joelhos, enquanto me questionava porque deveria uma cerimónia de chá ser dolorosa. Enquanto isso, o meu pai de acolhimento expli cava-me todos os passos. “Quando ser ves o chá, tens de ser delicada e suave. Ombros relaxados, olhar sereno. Tens de esperar que o teu convidado se le vante para te levantares também, ou se ria má-educação. Quando dói, temos de ignorar a dor”, disse-me. Quando aproximei a tigela dos lábios e as minhas papilas gustativas se aperce beram do sabor do chá verde e pastoso, não consegui evitar uma careta. O meu pai de acolhimento soltou uma garga lhada, visivelmente divertido pela visão de uma estrangeira sem o auto-controle tão caracteristicamente nipónico. Per guntei-lhe, ainda a braços com a tosse, porque tinha o chá de cerimónia de ser

tão amargo. “O sabor pode não ser bom, mas se o fazes em honra de um convi dado, para o fazeres sentir bem-vindo, tens de fazer o sacrifício”. A minha mãe de acolhimento, uma se nhora pequena e frágil que não falava mais do que umas palavras básicas de inglês, questionou o marido sobre a mi nha reacção. A resposta que ele lhe deu, eu obviamente não entendi – o meu ja ponês era tão rudimentar como o inglês dela. Mas quando se voltou para mim, com um sorriso compreensivo e doce, disse apenas algumas palavras – as suficientes para eu perceber a essência da cultura japonesa. “Primeiro, inverno. Depois, verão. Primeiro, estudo, depois resultados. Primeiro, sacrifício, de pois recompensa. Primeiro mau, depois bom”. Enquanto ainda absorvia as suas pala vras, ela atirou-me uma outra. “Gam bare!”, disse. Aquela, eu conhecia. Não há tradução fiel para tal expressão, mas será algo como “esforça-te, puxa-te até ao teu limite”. Quando a cerimónia acabou, a minha mãe nipónica levou-me até à estação de comboio. No caminho, feito a pé, pas sava por um parque. Espaços verdes no Japão são como um oásis no deserto, e por isso são adorados. A conversa, ape sar de difícil devido às complicações linguísticas, não parou de surgir. Não me recordo bem como, mas ela ensinou-me a história do parque, contoume histórias da sua vida, e eu ria com ela e deixava-me envolver na conversa, que não era feita nem em japonês, nem em inglês, mas sim num misto das duas coisas – com mais alguns ingredientes à mistura. “Comunicamos com o coração”, dir-me-ia ela, uns dias mais tarde. “Sakuras”, disse ela, apontando para as árvores. Eram cerejeiras. O símbolo do Japão. “Primavera. Flor. Renascer”. Eu sabia, antes de pisar solo nipónico, da importância das cerejeiras em flor para os japoneses. As ruas pintavam-se de cor-de-rosa a partir de Março, num cenário oriental de cortar a respiração. “E se chover muito em Março e a flor cair antes de terem tempo de apreciar a sua beleza?”, questionei-a, com recurso a mímica, desenhos num bloco de notas e algum japonês básico. Ela encolheu os ombros e, com uma simplicidade avas saladora que só agora compreendo, dis se: “Renascerá”.

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O peditório da paróquia de Joane para restaurar o Salão Paroquial foi um dos temas mais comentados no Facebook do RL. Aqui ficam alguns dos muitos contributos.

Edna Carvalho Só se for 1€ a cada habitante do planeta. O salão está completamente degradado desde o meu tempo de escola primária! Nem sei como isso ainda é possível! Miguel Miranda Ainda hoje serve várias instituições, como o CNE e a catequese frequentada por centenas de crianças, o que é preocupante pelo adiantado estado de degradação. César Rodrigues Colocar à venda, permutar, o que quiserem, mas é lamentável chegar a este ponto. Fátima Fonseca Machado Por estas e por outras é que o meu filho não vai à catequese quando está mau tempo e quando está bom tempo, vai mas deixa-me sempre com o coração nas mãos! Maria das Dores Oliveira Existe um projecto para o salão paroquial desde o ano 2000. Só que ficou na gaveta. Há outros interesses, nomeadamente interesses pessoais de determinadas pessoas. A quem de direito, investiguem para bem das crianças. Luis Filipe Magalhães Antes de renovarem o salão estudem o que será melhor para Joane: um restauro total ou a demolição e construção de uma infraestrutura moderna e mais funcional (os custos não devem ser muito diferentes). Mais importante que isso: como rentabilizar o investimento no futuro. Quanto ao peditório, acho que seria desnecessário se não se tivesse gasto tanto dinheiro mal gasto. FÓRUM RL facebook O novo recinto da feira semanal de Joane tem servido para a realização da feira (ao sábado) e para uma ou outra actividade (como o salão automóvel). De que forma poderia Joane dinamizar melhor este espaço? Aceitam-se ideias para o debate. Luís Miguel Duarte Porque não negociar a realização de feiras de emprego, de artesanato e gastronomia (em vez de as realizar no Parque da Ribeira)? Porque não juntar todas as festas religiosas de Joane, e fazer uma só, grande e que chame gente de todo o lado, com muitos atractivos e que envolva toda a zona da actual feira e a zona circundante? Há freguesias como Pousada e Ronfe com menos potencial e mais pequenas que Joane com festas muito maiores e muito mais famosas. Adelaide Machado E porque não (neste tempo de crise) disponibilizar o local para as pessoas venderem os vegetais que cultivam nos seus quintais e também os seus animais (galinhas, coelhos, etc) mas exclusivamente produtos directamente dos produtores, não revendas. Seria um incentivo à pequena produção e uma ajuda às familias que doutra forma não têm como escoar os seus produtos. Álém de que animava o local e os consumidores teriam produtos mais saudáveis à disposição.


REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2011 • 13

ESPECIAL

Parabéns ao Repórter L ocal, pela clareza da informação que le va até aos leitores. Isso mostra o comprometimento do Jornal que é um óptimo veículo de comuni cação e surpreende pela qualida de que melhora a cada edição.

“O RL só pode estar de parabéns por se tratar de um órgão de comunicação social plural, da nossa terra que dá uma dimensão informativa a factos que de outra forma nem sequer seriam co nhecidos. É um património de Joane e da região. L onge vidade, é o que desejo ao R L”.

francisco sá

NUNO MELO

presidente da junta de castelões

Desde 1998

O Repórter Local é hoje um jornal reconhecido na região - e referi mo-nos ao grupo de freguesias dos concelhos de Famalicão e de Gui marães. Vários autarcas solicitados pelo RL salientam isso mesmo nesta edição, a par de outras ca racterísticas que tornam este jor nal num meio fundamental para as nossas localidades. O último número do RL é a prova desse reconhe cimento e de como um “jornal pequeno” consegue ch egar longe. A notícia sobre o projecto da Casa Mortuária de Joane saiu em pri meiro lugar neste jornal e foi, pos teriormente, tratada pelos jornais de Famalicão. A “Carta Aberta” do Comendador Aparecido, dirigida ao presidente

da Câmara Municipal de Guima rães, alertando para eventuais perigos (além da ferida na paisagem) da exploração de pedreiras em Airão S. João, motivou a deslocação àquela freguesia de uma patrulha da Polícia Municipal de Guimarães. Para averiguar. Por último, o Governo Civil de Braga , através do Conselho Coor denador de Segurança Rodoviária Di strital, respondeu à direcção do RL por causa de um artigo de Opi nião sobre a Via Inter-Municipal. São alguns exemplos do reconhe cimento de que goza este “peque no jornal” que agora completa 13 anos. Os parabéns são, em primeiro lugar, para os leitores - os de sempre - e para os anunciantes.

presidente da Ass. MUNICIPAL DE VNF


14 MARÇO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

RL 13 anos

O R L tem feito um serviço meritório em prol da divulgação das actividades desenvolvidas por todos e para todos, na nossa região. Desejo que este trabalho, do qual são pioneiros no nosso meio, perdure no tempo, ultrap assando dif iculdades e que continue a estimular o sentido crítico das nossas gentes, de forma a inf luenciar positivamente o desenvol vimento destas freguesias. ANTÓNIO CARVALHO

IMPRENSA LOCAL: E O FUTURO?

presidente da junta de AIRÃO STª MARIA

Que importância tem a imprensa local no desenvolvimento das comunidades em que está inserida, e de que forma pode vencer as dificuldades que enfrenta?

SANDRA GONÇALVES DIRECTORA DO JORNAL O POVO FAMALICENSE

Aos 13 anos, o RL soube conquistar a sua “maturidade”, assumindo-se como órgão de referência no concelho e na região, liderando temas, pondo “o dedo na feri da”, promovendo a discussão e o debate de ideias sobre os assuntos com impacto sobre a comunidade que serve. E tudo isto é o que de ve ser um órgão de informação, porque a responsabilidade jornalística vai bem para além da simples tarefa de relatar factos. Sobretudo nos tempos conturbados que vivemos, importa criar uma sociedade civil com espírito crít ico, atenta e interessada . E isso só se consegue com uma imprensa livre e responsável, consciente da sua im portância na informação, e sobretudo na formação. Nesse patamar o RL sabe estar à altura do desaf io de informar. Parabéns, e que o futuro seja construído sobre a solidez da sua “maturidade” enquanto projecto jornalístico.

JOÃO FERNANDES DIRECTOR DO JORNAL OPINIÃO PÚBLICA

Aproveitamos esta oportunidade para felicitar o RL pelo seu 13º aniversário e pelo importante contributo que tem dado à região onde está inserido e em particular à Vila de Joane. Ne sta conjuntura económica difícil, hoje mais do que nunca é um desaf io permanente manter um jornal local

e mais difícil se torna quando os projectos são encarados de uma forma séria e prof issional. Espero que nesta árdua caminhada o RL se mantenha por muitos anos como nosso concorrente.

RICARDO FERNANDES DIRECTOR DO JORNAL O POVO DE GUIMARãES

A época que vivemos é particularmente exi gente para os jornais, especialmente para os locais. As redes sociais e a facilidade de acesso à informação parecem tornar cada vez mais dispensáveis os órgãos de comunicação social e os jornalistas. Mas as tecnologias da informação e comunicação são também a maior oportunidade para os jornais locais e regionais, que de vem ser capazes de entender que com essas ferramentas podem reforçar aquela a sua principal mais-valia : a capacidade de entenderem os anseios de populações a que habitualmente os grandes meios de comunicação dão muito pouca atenção. Não há como os jornais locais para ouvir os anseios das populações e alertar quem tem esse poder para mudar o que está errado. Porque estão mais próximos, ouvem mais cedo e conhecem melhor os problemas e as possíveis soluções para aquilo que cada um enfrenta . E porque estão em po sição privilegiada para dar a conhecer os bons exemplos que podem motivar-nos colectivamente em momentos de dif iculdade como este.

Caiu a árvore que não foi notícia? Quando se estuda comunicação é normal ouvir-se repetir o conceito: o que não é comunicado não existe. O exemplo clássico é da árvore que terá caído no meio do bosque. Alguém pode dizer que a árvore caiu, se ninguém tem conhecimento, se ninguém viu, se ninguém divulgou o facto? Que força e importância têm factos, pessoas, re alizações, organizações, comunidades e cidades que não são objecto de notícia? O ditado popular diz-nos: o que não é visto não é lembrado. Sabemos, como explica Paul Watzlawick da escola de Palo Alto, que em sociedade é impossível não comunicar, porque palavra ou silêncio, presença ou ausência têm sempre valor de mensagem. Contudo, comunicar de forma proactiva através do sistema mediático determina os temas que a opinião pública debate, inf luencia as opções dos decisores políticos, económicos e sociais e mos tra o grau sociocultural de uma comunidade. O RL ao longo de 13 anos marcou a agenda das comunidades situadas no coração do Vale do Ave. Naturalmente, umas vezes de uma forma mais intensa , outras passando despercebido. Serviu para noticiar, informar e af irmar pessoas, instituições, empresas, acontecimentos que de outro modo corriam o risco de ser esquecidos. É prova do grau de desenvolvimento sociocultural da comunidade, ao mesmo tempo que contribuiu para o seu crescimento. Inf luenciou directa ou indirec tamente as opções de decisores políticos, econó micos e sociais a favor da comunidade onde está inserido. Pode aqui e além ter cometido um ou outro erro. Mas só não erra quem nada faz . É por estas razões que estão de parabéns os que sonharam, projectaram, f izeram e fazem o Repórter Local.

CUSTÓDIO OLIVEIRA Consultor de Comunicação


REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2011 • 15

HOSPITAL DE RIBA D´AVE ASSINA ACORDO COM MINISTÉRIO

RL 13 ANOS

O Ministério da Saúde vai pagar 22 milhões de euros a 12 hospitais das Misericórdias para prestação de cuidados de saúde. Entre eles conta- se o

hospital de Riba de Ave.

REFERÊNCIA

DANIEL RODRIGUES presidente da junta de RONFE

“O RL acompanhou-me ao longo dos nove anos em que exerço o cargo de presidente de Junta , sou uma das testemunhas do tra balho desenvolvido por este jornal. Como todos os projectos, te ve altos e baixos, foi amadurecendo e hoje é um jornal de referência na nossa região. Há quem diga que o 13 é um número de azar, neste caso penso que é de sorte porque re vela um passado de trabalho e de implementação junto dos seus leitores”.

PROXIMIDADE

ARMANDO VIDAL presidente da junta de VERMIL

“A Junta de Freguesia de Vermil felicita o RL e reconhece o tra balho desenvolvido ao longo de 13 anos. A sua acção constitui um meio de veiculação de informação e consagra um trabalho de proximidade que contribui para a coesão das comunidades locais que abra nge. Apesar das dif iculdades e constrangimen tos vários, a sua difusão de verá sempre pautar-se pela defesa do interesse público e da ordem democrática”.

RL EMPRESAS

BALCÃO ÚNICO DO SOLICITADOR EM JOANE

Abre segunda-feira , 4 de Abril, o primeiro Balcão Único do Solicitador de Joane. Com a instalação deste serviço, agora será possível comprar e vender uma casa , um automóvel, criar uma empresa , ou certif icar fotocópias e traduções, bem como autenticar documentos sem a necessidade da deslocação a Famalicão ou Guimarães. O s o l i c i t a d o r Pa u l o B ra n co , r e s p o n s áv e l p e l o b a l c ã o q u e t e m s e d e n o Edifício Cruzeiro, na Avenida 25 de Abril , explicou ao RL que “o balcão surge no âmbito das novas competências dos solicitadores que passaram a t e r co m p e t ê n c i a s a t é a go ra exc l u s i va s d o s n o t á r i o s , co m o co m p ra s e vendas, os mútuos, as partilhas e hipotecas”. Paulo Branco realça que “o grande objectivo dos balcões passa pela desformalização e simplif icação de vários actos”, esperando que o de Joane venha a servir, não só a Vila mas toda a região da área de inf luência do R L . Registo predial, registo automóvel e actos de sociedade (alterações, co n s t i t u i ç ã o , d i s s o l u ç ã o ) p a s s a rã o a s e r p o s s í ve i s d e r ea l i z a r a go ra e m Joane no Balcão Único.

RENAULT PROMOVE SEGURANÇA PARA TODOS

PROJECÇÃO

DOMINGOS FORTE presidente da junta de AIRÃO

“Orgulho-me de ter feito parte da equ ipa que assegurou os primeiros anos de vida do R L . Graças a este jornal, freguesias como Airão S. João passaram a ter outra projecção e até um meio de defesa . O RL marcou - e continua cada vez mais a marcar - as comunidades locais que serve, com a sua informação, opiniões e debates. Passa também por cada um de nós - leitores - contribuir para que o projecto prossiga”.

Durante os meses de Abril e Maio a Renault le va o s e u p ro g ra m a d e e d u c a ç ã o e s e n s i b i l i z a ç ã o r o d o v i á r i a - S e g u r a n ç a p a r a To d o s - p a r a a estrada . São dez as cidades que vão acolher nos concessionários da Renault o SPT Tour, uma acção que, através de várias actividades (teatro d e f a n t o c h e s “A Re vo l t a d o s S i n a i s ” , j o g o s d e Puzzle “Encontra o Sinal” e o atelier “O meu co n s e l h o d e s e g u r a n ç a ro d o v i á r i a ” ) , t e m p o r objectivo promover junto das crianças uma cultura de segurança nas estradas.


16 MARÇO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

por D. VIRINHA

Ú LT I M A HORA* CRUZEIRO DE JOANE VAI SER VENDIDO A Feira de Joane vai aproveitar a primeira Feira de Antiguidades de Joane, no dia 25 de Abril, no Largo 3 de Julho, para vender o Cru zeiro. Depois de ter sido deslocalizado com a renovação do Largo, o Cruzeiro perdeu a sua função de rotunda e a Junta entende que, sen do assim, mais vale vendê-lo. Resta aguardar pelas melhores propostas de preço! os recados do senhor comendador O Comendador Aparecido, colega de coluna , no último número escre veu ao Presidente da Câmara de Guimarães por causa da “pis cina” de Airão S. João “construída” pelas empresas que ali extraem pedra hà anos. Enviada ao terreno uma patrulha da Polícia Munici pal de Guimarães para averiguar da localização da referida “piscina” e p ara agir em conformidade. E spanta q ue tenha sido necesssária uma Carta Aberta do Comendador Apare cido para a Câmara vimaranense mostrar alguma acção. O cenário no alto de Airão S. João e freguesias vizinhas - dos concelhos de Famalicão e de Braga - é por demais conhecido.

CARTAS ABERTAS Comendador APARECIdo

* Pe que n a b r i n cadei ra de 1 º de A b ri l.

EXMO SR. PRESIDENTE DA JUNTA DE AIRÃO S. JOÃO Meu caro e ilustre autarca. Como sabe, sou um apaixonado pelo mundo rural. Nada como o aroma de um campo acabado de frezar! Fiquei, pois claro, deveras entusiasmado - dentro dos limites que um velho coração como o meu aguenta quando li na imprensa a ideia peregrina da edilidade vma ranense de incumbir um grupo de cabras da diligente tarefa de limpar terrenos maninhos de várias localidades. Ora aí está uma daquelas ideias que, se importada de um qualquer país da Europa civilizada, re ceberia os maiores encómios de todos, incluindo daqueles que, desconhecedores, porventura, da singularidade da vida campestre, logo desataram a apoucá-la! Plenamente cônscio de que afr onto as recomendações

do meu médico, ouso, caro e ilustre autarca, humildemen te, pedir-lhe que no próximo Natal tenha a amabilidade de me en viar, pelo Chico taxista, dois queijinhos maneirinhos e um avantajado cântarinho de lei te de cabra para enrijecer a musculatura. Afora o vinho verde tinto carrascão, é do queijinho de cabra que eu mais gosto! Bem haja quem em boa hora teve a ideia de colocar cabras em ve z de brigadas de cantoneiros a limpar bermas e va lados das ervas daninhas. E se acaso necessitar de poiso aonde albergar as ditas cabrinhas, não hesite, pois lá na minha quinta o que mais há é espaço. Aceite os melhores cumpri mentos deste que se assina Comendador Aparecido.


REPÓRTER LOCAL • MARÇO DE 2011 • 17

OPINIÃO Os artigos de Opinião são da responsabilidade dos seus autores opinião

Geração à rasca Luís Santos

Membro da Junta de Freguesia de Joane | PS

Numa das minhas últimas visitas pela internet, encontrei um texto, que li com afinco. E lembro-me de ter pensado, que aquela escrita representava com exactidão um sonho que tivera dias antes. Por tamanha coincidência não posso deixar de o partilhar. Por isso este mês decidi fugir um pouco da política caseira e centrar-me num problema que nos afecta cer tamente a todos, mas em especial a quem é pai ou mãe. “Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa vida abastada, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida. Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações. A ironia de tudo isto é que os

jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo. Nunca uma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos. Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor. Os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes o s e s t u d o s q u e f a z e m d e l e s a g eração mais qualificada de sempre, mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos, entradas nos locais de diversão, cartas de con dução e 1º automóvel, depósitos de combustível, dinheiro no bolso. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada. Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegan-

do para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já qu e e l e e ra t od o p ara o t rabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes. Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego. Foi então que os pais ficaram à rasca. Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música, bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado. Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada aos pais. São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que ab dicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem telemóveis de última geração. São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer “não”. Um “não” que

nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, têm necessidades, têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar! A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas. Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras. Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável. Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada. A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la. Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de uma generalização injusta. Pode ser que nada/ninguém seja assim...”.

À terceira cai quem quer Miguel Azevedo

Membro da Comissão Política do Núcleo de Joane do PSD

José Sócrates estava à espera da melhor oportunidade para provocar a crise. Como o principal partido da oposição se comportava com sentido de responsabilidade e de estado, viabilizando o PEC I, II, III e o orçamento de estado para 2011, havia que montar uma estratégia. Eis que se lembra em comprometer Portugal em Bruxelas com o IV pacote de medidas de austeridade (PEC IV) sem falar como o Presi dente, a Assembleia da República nem com o PSD com quem tinha um acordo. Como se isso não bastasse torna público que se não tiver apoio não está disponível

para continuar a governar. A arrogância que se tornou sua principal imagem de marca, traduzida na incapacidade de reconhecer um só erro, a manifesta incapacidade de estabelecer pontes, imprescindíveis para um governo minoritário, tinha o seu último episódio neste acto que só tinha como objectivo provocar a sua demissão. Conseguiu. A postura do Primeiro Ministro não foi de quem quer estabilidade e revelou o seu sentido de estado e de conveniência política. Está por explicar porque sendo o actual PEC para vigorar até 2013, o que sucedeu para ser agravado? Porque, segundo o governo, estando o orçamento a ser executado e os objectivos a ser atingidos, porquê apresentar um novo PEC? As medidas anunciadas no PEC IV insistem em não diminuir um Estado cada vez mais despesista e sacrificam os mesmos de sempre, em resultado da incompetência do Governo, e contrariam o acordo com o principal partido da oposição que permitiu a viabilização do Orçamento do Estado para este ano.

Por esse motivo o PSD não podia viabilizar mais este PEC. O governo socialis ta caiu porque escolheu essa via. Fê-lo de forma consciente. A estratégia de José Sócrates que insiste em enganar os portugueses, nunca esquecer que em 2009 apenas para ganhar eleições, em plena crise financeira disse que ia aumentar empregos, aumentar ordenados, melhorar pensões, oferecer medicamentos, conduz agora o discurso e o debate para a alegada responsabilização do PSD por esta crise política. É a estratégia da vitimização. José Sócrates tenta iludir os Por tugueses tentando criar a ideia que a alternativa é muito má, é uma alternativa que vai privatizar o País e que nos vai tirar tudo o que temos. Nada mais falso. O que é verdade é que face à situação que José Sócrates nos deixa não se podem prometer facilidades. O que é verdade é que o novo Governo que virá não tem espaço para errar. Ninguém conhece ao certo a verdadeira situação financeira do Esta do. Sem a conhecer não é possível

aos partidos criar soluções de fundo, com objectivos a longo prazo que resolvam a situação em que nos encontramos. Por este motivo para que os programas eleitorais dos partidos que se apresentem às próximas legislativas sejam sérios, seria de todo útil uma auditoria às contas públicas. Seria mais fácil decidirmos tendo os partidos a apresentar soluções partindo do mesmo pressuposto de forma a que quem ganhe as eleições não tenha como desculpa o “real” estado das contas públicas. A c amp anh a e l e it o ral qu e s e avi zinha vai ser longa, dura e pelos sinais, provavelmente suja. Da parte do PS já se sabe o inacei tável discurso da vitimização está em marcha, mais do que ensaiado. Da parte do PSD apresentará uma alternativa capaz de criar condições para que Portugal possa ter um novo rumo. Apresentará uma política de rigor e seriedade que proporcione aos Portugueses olhar para o futuro com esperança. Claro que é fundamental conhecer o “real” estado das contas públicas. Os portugueses já se iludiram duas vezes, à terceira cai quem quer.


18 MARÇO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

OPINIÃO

Joane a passo de caracol Fernando Castro Martins

fernando.castro.martins@hotmail.com

E se todos os leit ores do Repórter Local “na diáspo ra” desatassem a escrever para o seu jornal? É verdade que as diversificadas experiências de quem está fora; somadas com o amor comum ao torrão natalício, garantiriam, com toda a certeza, um enriquecimento contínuo a todos os que são formados e informados por esta incontornável instituição de papel e tinta. Então, se assim é, e aproveitando a amabilidade do director, eu dou já o pontapé de saída. E neste primeiro texto começo por me

apresentar. Eu nasci em Joane, onde vivi os primeiros 25 anos, residindo agora, há 29, na cidade de Braga. A mais forte herança que trouxe da minha terra, para além da natural influência familiar, reuni-a nesse velhinho salão paroquial, em centenas de reuniões da Juventude Operária Católica (JOC), sendo minhas referências principais o Custódio Rodrigues, o Amaro Simões, o Custódio Oliveira, a Olívia Lopes. Foi esta excepcional organização de jovens trabalhadores que acabou por me retirar da terra, pois acabei por assumir, sucessivamente, quase todos os cargos directivos nos planos diocesano e nacional, repetindo, mais tarde, idênticas tarefas na Liga Operária Católica (LOC). Ora, uma vez saído de Joane para me instalar, primeiro em Braga, depois em Lisboa, no exercício das minhas funções dirigentes, acabei por me fixar posteriormente na

capital do Minho. A minha formação cristã moldoume profundamente ao ponto de entender que a vida e a inteligência que nos foram dadas são tempo e instrumento de missão, no sentido de um mundo melhor, mais justo, mais solidário, mais livre e mais igualitário, ou seja, em linguagem mais teológica, meios de constru ção do Reino de Deus entre nós. Foi nesta convicção que sempre conduzi a minha vida, tendo enriquecido humanamente e procurando distribuir os lucros imateriais do percurso. Agora, aos 54 anos, feliz da vida, dou-me conta do quanto devo às minhas origens joanenses. E do quanto gosto de Joane. É verdade que a nossa freguesia parece progredir a passo de caracol. Levou 50 anos a construir uma igreja e uma noite a derrubar outra; tem um centro cívico em intermináveis obras de S. Torcato; um salão paroquial há décadas

em ruínas; uma casa mortuária só agora em projecto; uma economia sem chama; uma parte do povo sem esperança. Tudo isto se vê a olho nu, e se vai lendo, também, nas páginas do Repórter Local. Não dá para entender. Até porque conhecemos freguesias bem mais pequenas a crescer em harmonia e onde as infra-estruturas vão aparecendo à medida e ao surgir das necessidades. Mas este jornal é um extraordinário motor de desenvolvimento. Sem ele, estou certo, tudo seria pior. Porque informa, porque alerta, porque forma, porque inquieta. Esta chama não pode esmorecer. Precisa do combustível das opiniões diversificadas, das notícias exactas, da publicidade promotora. Um bem-haja à equipa que elabora este órgão precioso, a quem ofereço a minha colaboração à medida das suas opções editoriais.

DIREITO DE RESPOSTA

“A VIM e o Governo Civil de Braga” José Ferreira Lopes Chefe de Gabinete do Governador Civil de Braga Exmo. Sr. Director do RL, Joaquim Forte. Com o pedido de publicação em futura edição do jornal que dirige, e no sentido de repor a verdade dos factos que mereceram o texto de opinião em epígrafe, cumpreme informar o seguinte: 1.Por delegação do Sr. Governador Civil, sou eu que presido ao Con se lho Coorden ador de Segurança Rodoviária Distrital de Braga e por isso responsável directo por todas as questões relacionadas com as delicadas questões da Se gurança Rodoviária no Distrito; 2.Como é reconhecido no texto pelo Sr. Miguel Azevedo, foi a AMAVE que procedeu à constru ção da VIM, e é ela a responsável pela sua manutenção, e só deixará de o ser quando negociar com qualquer outra entidade essa competência, o que aliás tem tentado fazer. Mas a verdade é que, até esse momento, e se realmente acontecer, a responsabilidade pela manutenção daquela via intermunicipal cabe inteiramente à AMAVE; 3.Sabemos que a par de diligen cias para resolver no futuro a

questão chave da manutenção da VIM, os Municípios abrangidos decidiram, no seio da AMAVE, proceder por sua conta aos trabalhos de manutenção nas áreas que lhes compete, de forma a trav ar a efectiva degradação que tem atingido aquela Via; e isso já está a ser feito por alguns dos municípios, mas é indispensável que seja por TODOS; 4.As pessoas merecem e legitimamente exigem, que aquela via tenha uma manutenção mínima que assegure condições de segurança para quem nela circula, o que infelizmente não está a acontecer de forma uniforme; 5.É pois indispensável que todos os municípios envolvidos assumam as suas responsabilidades, e tratem de assegurar nas suas áreas a manutenção daquela via, até encontrarem uma solução global para o problema; as pessoas, os cidadãos em geral, é que não podem ser vítimas desta indefinição, em que são responsáveis os respectivos municípios, e nesta área em concreto, o Município de Famalicão; 6.É pena que o autor da Opinião em questão fale de coisas que não sabe, designadamente: o que é em termos legais um “ponto negro”? Poderia e deveria saber que um “ponto negro” é um lanço de

estrada com o máximo de 200 metros de extensão, no qual se registaram, pelo menos, 5 acidentes com vítimas, no período de um ano, e cuja soma de indicadores de gravidade é superior a 20; Poderia e deveria saber que a competência legal para identifi car os “pontos negros” não cabe ao Governador Civil, mas sim à ANSR (Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária), que anualmente os publicita. E aí sim. Já cabe ao Governador Civil, ou em quem delegou competências (como é o caso presente), que deve desenvolver todos os esforços, em colaboração com as diversas entidades responsáveis nesta área, para a rápida eliminação dos factores que possibilitam a existência de pontos negros nas nossas estradas. 7.E é isso que tem acontecido. 8.Não sabe, mas poderia saber que no Distrito de Braga tem vindo, felizmente, a baixar nos últimos anos, o número de “pontos negros” identificados pela ANSR. Em 2007 foram 7; em 2008 foram 5; e em 2009 foram 4. Aguarda-se para muito breve o anúncio dos eventualmente existentes em 2010. 9.Sabia que nos últimos 2 anos, dos “pontos negros” identificados, 3 deles se registaram no concelho de Famalicão? E que

foram imediatamente eliminados por acção do Governo Civil de Braga e parceria activa das Estradas de Portugal, do Município e das 3 Juntas de Freguesia abrangidas? É esse o trabalho concreto que é feito, sem aparato mas com a eficácia que se requer, para melhoria das condições de circulação nas nossas estradas. Em resumo, na VIM, e pelas razões descritas, não existe nenhum “ponto negro”, ao contrário do que disse o Sr. Miguel Azevedo, mas há, isso sim, troços perigosos cujas causas é preciso urgentemente eliminar, e aí deve estar o trabalho atento e empenhado do respectivo Município e da própria AMAVE. 10.Para finalizar, (...) e para que não esteja a divulgar dados incorrectos sobre a sinistralidade naquela via, dentro do Município de Famalicão, informo que a sinistralidade foi a seguinte: 2007 - 8 Acid; 2008 - 12 acid; 2009- 13; 2010 - 14 acid. Já agora, fica com a informação de que a maior parte desses acidentes ocorreu na freguesia de Oliveira Santa Maria , razão para que os responsáveis do Município e da própria freguesia reforcem os seus cuidados tendentes à melhoria das condições de segurança naquela importante via.




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