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BENTO MACHADO No Brasil, a domar cavalos e a lutar por uma vida melhor
p. 12
Nº 152 • ANO XIII • NOVEMBRO 2011 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE
p. 10 e 11 VERMIL
Salazar, barba e cabelo à moda antiga
EM FOCO | p. 03
Cemitério de Joane vandalizado por adolescentes TRAGÉDIA | p. 034
Mulher morreu atingida por taipal de AIRÃO S. JOÃO | p. 8 uma carrinha República JOANE | p. 07 dos Tesos foi Cenas de pancadaria “instaurada” há em café fizeram um cinco anos ferido OPINIÃO | p. 17 e 18
LUÍS SANTOS MIGUEL AZEVEDO FERNANDO MARTINS
RL MAGAZINE | p. 09
Joane já tem uma Casa dos Super Dragões
STª MARIA | p. 09
Encontro de Bombos a 17 de Dezembro DESPORTO | p. 16
José Sousa, vice-campeão nacional de Rallycross ENTREVISTAS | p. 14
ANTÓNIO SOUSA “Apesar da crise, Pousada tem obra no terreno” DOMINGOS BARROS
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“Vermil continua uma freguesia parada”
Avenida Doutor Mรกrio Soares 71 Joane 4770-260 JOANE 252 921 505 jocolor@gmail.com
REPÓRTER LOCAL • NOVEMBRO DE 2011 • 3
EM FOCO 1
Junta promete agir A Junta de Freguesia de Joane promete agir para evitar novos actos de vandalismo. “ Vamos reforçar a segurança, colocando um portão automático mas situações desagradáveis como estas fogem muitas vezes do nosso controlo”, segundo o vice-presidente da autarquia, António Oliveira.
joane | polémica
Cemitério vandalizado Actos terão sido praticados por adolescentes. A Junta de Freguesia de Joane, proprietária do espaço, lamenta o sucedido e promete agir para evitar novos actos de vandalismo.
Luís Pereira
A
lgumas sepulturas localizadas nos fundos do cemitério de Joane foram vandalizadas na passada terça-feira, dia 29 de Novembro. Ao que tudo indica, os actos de vandalismo deverão ter ocorrido ao final da tarde mas só na manhã do dia seguinte é que foram detectados. A GNR de Joane, que esteve no local, já tem suspeitos e há testemunhas que garantem tratar-se
Cerca de cinco sepulturas foram o alvo dos estragos. Vários objectos fúnebres foram destruídos, como quadros e jarras de mármore.
de adolescentes que frequentam a Escola EB 2/3 Bernardino Machado. “Vi quatro ou cinco rapazes, por volta das cinco da tarde, a saírem do cemitério. Como tinha ouvido barulhos de vidros a partir pensei que tivessem feito asneiras mas nunca imaginei que os estragos fossem tantos”, relatou ao RL uma mulher que preferiu o anonimato, garantindo ter repreendido os rapazes quando estes saíram do cemitério.
Cerca de cinco sepulturas foram o alvo dos estragos. Vários objectos fúnebres foram destruídos, como quadros e jarras de mármore. A sepultura do pai de Paulo Faria foi a mais vandalizada. Alertado p o r vi z i n h o s , e n c o n t ro u a c a m p a sem nada em cima do tampo de mármore. Com a ajuda de um escadote, Paulo teve de saltar para o pequeno monte que faz fronteira com o cemitério para recolher partes dos objectos que, depois de destruídos, para ali foram lançados. “Encontrei isto tudo limpo. O que destruíram estava no monte. Ainda ninguém me contactou. Não se admite, têm de ser encontrados os responsáveis por este vandalismo. Só pode ser canalha da escola. Alguém vai ter que se responsabilizar”, disse ao RL visivelmente perturbado com o que encontrou. Segundo relatos de algumas pes soas que na manhã de quarta-feira se juntaram, indignadas, no cemitério da vila, os portões estariam abertos para lá do horário estipulado de encerramento (17h00). A Junta de Freguesia de Joane, proprietária do espaço, lamenta o sucedido e promete agir para evitar novos actos de vandalismo. “Infelizmente não é a primeira vez que isto acontece. A Junta não tem capacidade de colocar um vigia a toda a hora no cemitério. Vamos reforçar a segurança, colocando um portão automático mas é preciso salientar que situações desagradáveis como estas fogem muitas vezes do nosso controlo”, referiu o vice-presidente da autarquia, António Oliveira.
Morreu diante das filhas atingida por taipal U m a c i d e n t e co m co n t o r n o s i n vulgares matou, no passado dia 2 6 , M a r i a R i b e i ro , u m a j o a n e n s e d e 5 1 a n o s . Tu d o a co n t e c e u p o r vo l t a d a s 1 4 : 0 0 h o ra s d e s s e sábado quando o taipal de uma c a r r i n h a p e r t e n c e n t e a f e i ra n t e s q u e r e s i d e m n o m e s m o co n c e l h o s e s o l t o u e e m b a t e u co n t ra a m u l h e r e m Po u s a d a d e S a ra m a gos. A c a r r i n h a v i n h a d a f e i ra s e m a n a l d e Jo a n e e a co n d u t o ra s ó s e a p e r c e b e u d o o co r r i d o a l g u m a s d e z e n a s d e m e t ro s d e p o i s , q u a n do o taipal derrubou também um s i n a l d e t râ n s i t o .
A v í t i m a d e s l o c ava - s e p a ra o c e m i t é r i o d e Po u s a d a , p e l a b e r m a d a E s t ra d a N a c i o n a l 2 0 6 , a co m panhada por um neto e duas das c i n co f i l h a s . A p e s a r d e s o co r r i d a n o l o c a l p o r u m a V i a t u ra M é d i ca de Emergência Rápida e pelos B o m b e i ro s Vo l u n t á r i o s d e Fa m a l i c ã o , M a r i a R i b e i ro n ã o r e s i s t i u à violência do impacto do taipal e a c a b o u p o r f a l e c e r. A GNR esteve no local tendo t a m b é m a t a r e f a d e p ro t e g e r a co n d u t o ra d a c a r r i n h a q u e f o i a l vo d a r e vo l t a d e a l g u n s p o p u l a r e s q u e s e co n c e n t ra ra m n o l o cal do acidente.
4 NOVEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL
RONFE | teatro do oPrimido em pevidém O g r u p o Te a t ro d o O p r i m i d o d e Ro n f e a p r e s e n t a , n o d i a 7 d e D e z e m b ro , n o a u d i t ó r i o d a Ju n t a d e F r e g u e s i a d e Pe v i d é m , p e l a s 2 1 : 0 0 h o ra s , a p e ç a “ Fa b r i c a r ” . O g r u p o r e s u l t a d a p a r c e r i a co m a G u i m a rã e s 2 0 1 2 C a p i t a l E u ro p e i a d a C u l t u ra .
EM FOCO 2 joane • teatro
Festival fechou com casa cheia na homenagem a Faria Martins
Peça “Zé do Telhado” marcou o regresso de Custódio Oliveira aos palcos Luís Pereira
O
auditório do Centro Cultural de Joane tornou-se pequeno para acolher todos os que, no passado dia 26, quiseram prestar homenagem ao falecido actor joanense Faria Martins e assistir à peça “Zé do Telhado”, que encerrou o festival da Associação Teatro Construção (ATC). A apresentação da peça marcou o regresso ao teatro do presidente da instituição, Custódio Oliveira, autor da encenação e da adaptação do texto de Hélder Costa levado ao palco do auditório por actores amadores e profissionais da casa. Recorde-se que “Zé do Telhado” revelou-se um grande sucesso de bilheteira na década de 80. Na altura, a peça tinha no elenco nomes como Francisco Alves e Faria Martins, que deu vida à personagem principal. “Quando pensamos em dizer “presente” ao Faria, chegamos à conclusão que a melhor forma de o fazer era voltar a encenar o “Zé do Telhado”. Nos anos 80 fizemos esta peça, também com o Faria. Chegamos a representá-la na Suécia e em Paris e foi muito interessante”, referiu Custódio Oliveira ao RL.
“Quando pensamos em dizer “presente” ao Faria, chegamos à conclusão que a melhor forma de o fazer era voltar a encenar o “Zé do Telhado” CUSTÓDIO OLIVEIRA Presidente da ATC
A homenagem ao actor e fundador da ATC aconteceu no final da peça. Ainda em p a l co o s a c t o r e s p ro c l a m a ram a vida de Faria Ma rtins e arrancaram aplausos e “ vivas” às cerca de 300 pessoas que estiveram presentes. No f inal, visivelmente emocio nada , a viúva e os f ilhos de Fa r i a M a r t i n s a j u d a ra m a descerrar uma placa que fica na instituição a perpetuar a memória do actor falecido em Agosto passado.
festival teve mais público
A e s t r e i a d e “ Z é d o Te l h a d o ” e n c e r r o u a 2 7 . ª e d i ç ã o d o Fe s t i v a l d e Te a t r o d a A T C . D u r a n t e O u t u b r o e Novembro, várias e importantes co m p a n h i a s n a c i o n a i s d e t e a t ro ( “A Barraca” e “Companhia do Chapitô”, por exemplo) estiveram em Joane com espectáculos diversos, a preços de dois e três euros. Ao RL , em jeito de balanço, Custódio Oliveira mostrou-se satisfeito. “Os festivais de teatro vinham a decair em termos de público e este foi o festival que, nos últimos 10 anos, te ve mais público. É um óptimo sinal. Tivemos várias sessões com lotações esgotadas, o que nos coloca num bom caminho para continuar ”, adiantou. O presidente da instituição revela que a lotação média dos espectáculos atingiu uma percentagem próxima dos 90%. “Mais do que a percentagem, o importante é que o que aconteceu hoje volte a repetir-se muitas vezes. Há aqui uma comunhão de muitos anos do público com o teatro e isso já vem m e s m o a n t e s d o Te a t r o C o n s t r u ç ã o , porque na década de 40 já existia um grupo que tinha bastante peso em Joane. Não fomos nós a iniciar o teatro em Joane”, realçou. Há muito tempo que Custódio Oliv e i r a n ã o s e e n v o l v i a e m p ro j e c t o s t e a t r a i s d o g r u p o d a ATC . “ Z é d o Telhado” marcou o seu regresso aos palcos. “Já tinha muitas saudades do teatro. A peça foi preparada num mês, com três e quatro ensaios por semana . É recompensador ter uma casa cheia em dia de estreia”, desabafou.
REPÓRTER LOCAL • NOVEMBRO DE 2011 • 5
OPINIÃO | Páginas 17, 18 MIGUEL AZEVEDO: “Joane e o Orçamento de Estado 2012”; L U Í S S A N TO S : “ S e r á q u e m e n o s f r e g u e s i a s i r á s i g n i f i c a r menos gastos?”.
14 NOVEMBRO DE 2011 • REPÓRTER
LOCAL
ENTREVISTA
e 2013 fusão com vermoim data houver aspirações da minha mas se à
“ tudo é incerto terá, natuVermoim também as não parte em ser candidato, que o Xavier Forte, saindo, ralmente, e não acredito a seu tempo para o suceder. tudo deixe alguém preparado será estudado”.
sousa entrevista • antónio
boa “A obra consegue-se com gestão do dinheiro” freguesias (PsD-PP) fala da fusão de Presidente da Junta de Pousada e. é preciso usar a criatividad e diz que em tempo de crise Luís Pereira
A
dicado crise tem preju ras em a execução de ob Pousada? s apoios Apesar dos cortes no da continua a ter financeiros, Pousa s alte rnati obra no te rre no. Procuramo protocolos com a vas quando não temos o. Existem pessoas Câmara de Famalicã colaborado. Nos e empresas que têm ambém nasceram últimos dois anos t ruas na freguesia novas e importantes a em consonância por iniciativa privad é o caso da rua com a Junta, como Manuel Carvalho.
editorial
er na freguesia Que obra falta faz iada? e que tem sido ad venida principal A intervenção na a ma intervenção (junto à igreja), u a porque entendo cara e que não é feit tirem zonas sem que enquanto exis usada essa não é saneamento em Po prioridade.
o para resolver Tem sido solicitad ao desemprego? questões ligadas ante mas temos Não é ainda alarm eno aumento de registado um pequ o cemitério reretudo de famílias O alargamento d pedidos de ajuda sob imaginação da não se detectaria sulta de alguma onde aparentemente . Temos actuado autarquia… acilmente a miséria não . O terreno onde f ito disfarçada para u m a É mais um exemplo m r o f e d a t n to custava à Ju udando na medida incidiu o alargamen expor as pessoas, aj eguimos que uma . l e v í 50 mil euros e cons s s o p o na legaliza- d família que tinha interesses q u i r i s s e o volta ad m e a mas das mais n u o g z l a a m u m e e t d o a ã ç ousad permitindo que a P a região. tantes empresas d espaço por esse valor, es argamento impor l a m u e s s i dificuldad u g às e s n o c a freguesi Junta está atenta etros quadrados A em quase dois mil m essas empresas? zero. O problema d empregadas em praticamente a custo emos mais pessoas ra sepulturas fica T bitantes. Temos da falta de espaço pa Pousada do que ha s durante 60 anos. omover encontros resolvido pelo meno tido o cuidado de pr belecer o terreno? presários para esta m Que obras estão n e e r t n e e d o ã ç a t epavimen ento e de ajuda. Sobretudo obras de r ontes de entendim aneamento e me- p s em Pousada que ruas, colocação de s Há grandes empresa ipamentos como a rodução e que não lhoramentos de equ estão a diminuir a p momento estamos espaço, ao passo sede de Junta. Neste ecessitam de tanto a de Santa Justa. n se encontram em a intervir na Avenid que há outras que Estas necessida. o t n e m i c s ranco cre lho voluntário, f tadas e, sempre O recurso ao traba s podem ser concer da biblioteca , d e nta pode servir de como no caso do piso que solicitada, a Ju reduzir custos? onversações. é alternativa para s mediadora nas c o d a b á s s o a a d a s u o Quem passa em P em trabalho com orado com o vê várias pessoas posição tem colab o A -obra mão-de ce m volunt ários que ofe re eu executivo? rações. A última s dimento com para pequenas repa os tido um bom enten m e T onde S. Martinho, ontribuído com aconteceu na Avenida oposição que tem c nas de estaciona- a fazemos quesse delimitaram as zo ias e por isso mesmo socorremo- nos i d e de lado os eleitos mento. Constantem ente tão de não colocar a acudir a várias ortantes para p m i s a i r é t a m m dessas pessoas par e do PS situações. Pousada.
joaquim forte
Reformar freguesias Os protestos que marcaram a interven ção do Ministro Miguel Relvas no fecho do Congresso da Associação Nacional de Fr eguesias, em Portimão, expressa bem a posição de reserva da grande maioria dos pr esidentes de Junta quanto ao projecto de “reorganização” das mais pequenas autar quias do País. Estamos convencidos de que, exceptuando uma mão cheia de municípios onde a re organização se vai fazer por militância dos seus presidentes ou devido às suas carac terísticas eminentemente urbanas (caso de Lisboa), o mais certo é que a “reforma” seja adiada. O tempo é escasso e a informação muito pouca. Sobram dúvidas. A principal das quais tem a ve r com a confirmação de que a medida resultará numa efectiva (e signifi cativa) poupança. Melhor faria o Governo em dar tempo para gizar uma reforma bem sustentada, que não tenha como aparente única preocupa ção agradar à sacrossanta “troika”.
e Financiamento através do Fundo d obra e gere o dide Freguesias, para e da Câmara para nheiro da verba livr despesas correntes.
ximo ano haja Teme que no pró heiro para as ainda menos din freguesias? s nestes dois anos As obras que fizemo para a população seriam suficientes com o trabalho da se sentir satisfeita to mas queremos Junta neste manda tivemos qualquer mais. Este ano não ara e não foi por protocolo com a Câm e fazer obra, isso isso que deixamos d maginação e boa consegue-se com i . A Junta canaligestão do dinheiro e vem do Estado, u q a b r e v a za toda
Temos registado um pequeno os de aumento de pedid ajuda, sobretudo de famílias não se onde aparente mente detectaria facilmente a miséria.
de freguesias “espero que a fusão nto não seja o estrangulame do poder local”
a d e ve r a junta de freguesi po r q u e a c e r t o u c o m usada? m o i m a f u s ã o d e po o co n t rá r i o hado de surpresa e, a não gosto de ser apan o. É também sto de estar informad d e o u t ro s co l e g a s , g o da a pensar a p o p u l a ç ã o d e Po u s a p a ra co l o c a r d e s d e j á as soluções d ro t n e D . rá e t e u q s e no assunto e nas opçõ não tenho erta nos colocarão, de fusão que pela c nada está é a melhor solução. d ú v i d a s q u e Ve r m o i m e c e r, t e m o s er mesmo que acont decidido mas, se tiv o assunto. d a p a ra d i s c u t i r m o s já um ponto de parti são de freguesias? vê b e n e f í c i o s n a f u razer novas que a fusão possa t Eu quero acreditar l o , s e a c t ua l i d a d e s . Po r e x e m p ambições para as loc s o n h a r co m r s i s ó , n u n c a p o d e rá a l m e n t e Po u s a d a , p o midade, em rá , p o r v e n t u ra , l e g i t i u m a e s co l a E B 2 / 3 , t e o assunto r m o i m , p a ra p e n s a r n c a s o d e u n i ã o co m Ve for apenas ulacional. se a fusão face ao aumento pop to, então aí n e m i t s e v n i o n rtar uma fórmula de co gulamento caso de puro estran estamos perante um do poder local.
cordo com uem acusa que o a como responde a q a mogege, rma de dizer “não” ve r m o i m fo i u m a fo cidos? t e m co n f l i t o s co n h e co m a q u a l po u s a d a habitantes ntas, não teriam 5000 Po u s a d a e M o g e g e , j u freguesia, idir sobre uma outra e a fusão deveria inc ente que existe um d i v e É . o l p m e x e r o Castelões, p freguesias n a s f ro n t e i ra s d e s t a s m a l - e s t a r, s o b r e t u d o seria tão bem o ã n e g e g o M m o c e se calhar a fusão o n ú m e ro i n c i p a l p r e n d e - s e co m a c e i t e , m a s a ra z ã o p r de habitantes.
cesso das to como será o pro não se sabe ao cer a da fusão s de 2013 por caus eleições autárquica í ve l p a ra o assim, está dispon de freguesias. mesm co n t i n u a r ? sem fusão nde desgaste. Mesmo te n h o s e n t i d o u m g ra canje a certeza se me re o h o h n e t o ã n , s a i s e de fregu didatarei.
Um presidente de uma Junta como Pousada de Saramagos, que passe a ter a incumbên cia de gerir não uma localidade mas três, com um número de eleitores acima dos 6000, certamente que não desempenhará o cargo nas mesmas condições financeiras que exercia anteriormente (nalguns casos, o mesmo é dizer de forma graciosa!). A poupança com a eliminação de executi vos de duas autarquias será anulada pela necessidade de pagar um vencimento ao presidente da nova Junta, que deverá ter como base o de um vereador camarário - se se quer reformar, é preciso que tal passe também pela indignidade que se verifica ao nível do que ganha um presidente de Junta. O tempo de dificuldades que se vive - não exclusivo de Portugal, ao contrário da tese defendida por muitos ainda há bem pou co tempo - não pode significar a aceitação letárgica de tudo. Os cortes impostos em nome da crise não devem destituir os ci dadãos, os movimentos cívicos ou os partidos da oposição, do seu sentido crítico.
PAG. 14 | ENTREVISTA António Sousa, presidente da Junta de Pousada, diz que em tempo de crise é preciso usar a criatividade.
No caso das freguesias, se alguns autarcas até a encaram como forma de atingir outros patamares mais elevados, não pode dar-se o caso de se aceitar tudo, mesmo tratan do-se do poder local mais pequeno e des de sempre mais maltratado pelos poderes mais fortes (assim se explica, de resto, que outra anunciada reforma - a dos Municí pios - tenha desde logo caído por terra!). É preciso reformar, claro. Não é aceitável que cada freguesia queira ter no seu terri tório um centro social, uma sede de Junta maior do que a do vizinho, uma piscina ou outros serviços sem uso e sorvedouros de dinheiro ao nível da sua manutenção. Agregar serviços, sim. Um Centro Social, um gimnodesportivo, uma escola para vá rias freguesias será mais aceitável do que eliminar, apressadamente, freguesias aos magotes! NOTA: Esta edição saiu com alguns dias de atraso. Pelo facto apresentamos desculpas. A próxima edição do RL sairá a 22 de Dezembro.
cartoon rl
protagonistas
tiago mendes (tiag0_mendez@hotmail.com)
AGOSTINHO SALAZAR É o que se chama um “barbeiro à moda antiga”. Há 60 anos que Agostinho Salazar passa os dias a cortar cabelos e barbas em Vermil. O velhinho anexo de porta estreita situado por debaixo das escadas de uma habitação serve-lhe de barbearia e de ponto de encontro para tertúlias sobre futebol e política. JOSÉ SOUSA Em Airão Santa Maria mora um vicecampeão nacional de rallycross. O título pertence a José Sousa e foi conquistado, pela segunda vez, em Setembro deste ano, em Montalegre, no termo de
mais uma época do campeonato nacional de rallycross. DOMINGOS BARROS Eleito do PS na Assembleia de Freguesia de Vermil, Domingos Barros afirma, na entrevista da página 15, que “há muitas dúvidas na obra da Casa Mortuária” da freguesia. REPÚBLICA DOS TESOS A “República dos Tesos” de Airão S. João está a festejar cinco anos. Nasceu em 2006 pela mão de um grupo de pessoas que quis reeditar um projecto original de quatro jovens lançado naquela freguesia, em 1979.
BENTO MACHADO
N o B ra s i l , p a ra o n d e e m i g ro u e m 2006, Bento Machado, natural d e A i rã o S a n t a M a r i a , d i r i g e u m a f a z e n d a d e 5 0 0 h e c t a r e s . Tr a t a r de cavalos, à boa maneira dos “cow b oys ” , é u m a d a s s u a s t a r e f a s .
Repórter Local | Propriedade e Editor - Tamanho das Palavras, Lda, Rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão Telefone 252 099 279 E-mail geral@reporterlocal.com Membros detentores com mais de 10 % capital Joaquim Forte e Luís Pereira Director Joaquim Forte ( joaquimforte@reporterlocal.com) | Redacção Luís Pereira (luispereira@reporterlocal.com) | Paginação Filipa Maia | Colaboradores Ana Margarida Cardoso; Analisa Neto; Custódio Oliveira; Elisa Ribeiro; Fernando Castro Martins; João Monteiro; Luís Santos; Miguel Azevedo; Luciano Silva; Sérgio Cortinhas | Impressão Gráfica Diário do Minho | Tiragem 4000 ex. | Jornal de distribuição gratuita | Distribuição: Alberto Fernandes | Registo ICS 122048 | NIPC 508 419 514
6 NOVEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL
ronfe | assembleia de freguesia A Assembleia de Freguesia de Ronfe reúne no salão paroquial da vila no próximo dia 11 de Dezembro, pelas 9:30 horas. Da ordem de trabalhos consta a apreciação e votação do Plano de Actividades e Orçamento para 2012.
DÁ QUE PENSAR!
Fórum
Mais 45 trabalhadores para o desemprego em Famalicão
Cerca de 90 lares encerrados em 10 meses
A empresa Ramos & Teixeira, sediada em Santiago de Antas, junto ao Citeve, concelho de Famalicão, não pagava aos 45 trabalhadores desde Agosto e os funcionários, a grande maioria mulheres, entraram com um pedido de insolvência, que lhes permita aceder ao subsídio de desemprego. A empresa, com mais de 35 anos, laborava na área da confecção, especialmente gangas e sarjas, e as funcionárias contam que sempre houve encomendas até às últimas férias que começaram a 17 de Agosto.
Perto de 90 lares foram encerrados nos primeiros dez meses deste ano, mais do dobro do que em 2010. As irregularidades mais verificadas prendem-se com a falta de alvará, más condições das instalações e de segurança. Falta de licença de utilização, de director técnico e de um livro de registo de admissão de utentes são outras irregularidades. Relativamente aos idosos que se encontravam nos lares encerrados, alguns foram acolhidos pela família e outros encaminhados para outras estruturas da Segurança Social.
Fo n t e : CI DA D E H O J E
Fo n t e : P Ú B L ICO
o que se diz “A Europa vai ficar espantada quando souber que há cabras a limpar as bermas das estradas em Guimarães”. Joaquim Teixeira (BE), Noticias de Guimarães.
“Adivinha-se um ano de 2012 de luta e de luto”. Cândido Capela Dias, eleito da CDU na Assembleia Municipal de Guimarães.
“A extinção das freguesias, alegadamente proposta pelos tecnocratas do FMI, não vai diminuir em nada a despesa pública de Portugal. Por uma razão elementar: a generalidade dos autarcas das freguesias trabalha graciosamente pelas suas comunidades e as freguesias não têm dívidas. Por isso, não sei onde é que o Governo vai poupar dinheiro com a extinção das freguesias mais pequenas, que são aqueles cujo presidente da Junta nem é remunerado”. Luís Paulo Rodrigues, adjunto do presidente da Câmara de Famalicão, blog “Câmara Corporativa
DIAS DE ONTEM
Se tiver fotografias que mostrem aspectos que já desapareceram ou efeitos das alterações na paisagem da sua terra , e se as quiser partilhar com os leitores, envie por mail , geral@reporterlocal .com, ou por correio.
RONFE, ANO 1999 No ano em que a foto foi tirada , já se adivinhava a dimensão da n ova e s co l a E B 2 , 3 A b e l S a l az a r, e m Ro n fe . A v i l a g a n h ava maior representatividade ao nível da educação, deixando d e “d e p e n d e r ” d e J o a n e e d e Guimarães até ao nono ano de escolaridade. Numa zona outrora pontuada por campos e mata nascia um pólo de en s i n o , co m p l e m e n t a d o , p o u co depois, com o pavilhão gimnodesportivo Aurora Cunha . A go ra j á s ó f a l t a o C e n t ro E sco l a r, p r e v i s t o p a ra o t e r r e n o fronteiro.
“O presidente da Câmara de Guimarães avisou que só autoriza a colocação de iluminações natalícias nas ruas da cidade se o projecto revelar qualidade”. Guimarães Digital
“As nossas empresas na área da energia e do ambiente metem-me dó que sejam transformadas nos anéis que nos garantem, para já, a conservação dos dedos. Notícias destas juntamente com as afirmações da “troika” levam a pensar que nos querem transformar na barata e simpática sopeira desta Europa”. Rui Vítor Costa (PSD), Guimarães Digital
“Quem diga que o País deve ser administrado como uma empresa não está no terreno da Democracia, porque uma empresa não é democrática, nem tem que ser”. Pacheco Pereira (PSD), jornal Público
“Mais de 70% dos portugueses fizeram sexo no automóvel”.
ReguiLa UM buraco a meia da estrada Eis, caros leitores, o estado actual da rua que conduz ao novo Centro Escolar de Joane, à EB 2,3 Bernardino Machado e ao Complexo de Piscinas. É claro que a empreitada ainda não está terminada e que a chuva provoca destas coisas, mas para uma zona onde circulam muitas viaturas, muitas delas com crianças das escolas e das piscinas, dar de caras com uma cratera destas é um bico d´obra! O tempo de crise certamente que não explicará este cenário, até porque não é uma tonelada de saibro que custará tanto dinheiro!
Título do JN
“Há um excedente de dois mil milhões de euros para injectar na economia”. Passos Coelho em entrevista ao Público
“Neste Natal, os portugueses só vão ter meio subsídio por opção exclusivamente política do Governo, sem necessidade do ponto de vista financeiro, e com consequências gravosas” Miguel Larangeiro, deputado do PS eleito por Braga
“Supermercados com encerramentos pela primeira vez numa década”. Título jornal Público
REPÓRTER LOCAL • NOVEMBRO DE 2011 • 7
LOCALIDADES
JOANe | 290 diplomas novas oportunidades O Centro Novas Oportunidades da secundária de Joane entregou 290 diplomas aos formandos dos Cursos de Educação e Formação de Adultos, no dia 30 de Novembro numa sessão com a presença do director da escola, do vereador da Educação da Câmara de Famalicão e do vice-presidente da Junta de Joane.
joane • polícia
Cenas de pancadaria em café do centro provocam um ferido e muitos prejuízos Desacatos prolongaram-se por muito tempo e foi necessária a intervenção do Pelotão de Intervenção da GNR de Braga Luís Pereira
U
m indivíduo de 27 anos, residente em Joane e referenciado pela GNR, foi detido no passado sábado, dia três de Dezembro, na sequência de desacatos provocados num bar situado no rés-do-chão do edifício “Fontes” em Joane. Segundo apurou o RL, o jovem ter-se-á deslocado ao bar à procura de um outro indivíduo da mesma idade, residente em Pousada de Saramagos, para um ajuste de contas. A confusão terá sido gerada depois do jovem pousadense, na sequência de provocações do rapaz de Joane, ter espetado um garrafa numa das pernas do indivíduo que mais tarde acabou detido. Os incidentes decorreram cerca das 21:30 horas e os ânimos demoraram a acalmar, tendo concentrado vários populares junto ao local que assistiram aos desacatos. A GNR de Joane acabou por pedir reforços ao Pelotão de Intervenção de Braga. No total foram cerca de 12 os militares envolvidos na operação. Depois dos distúrbios provocados dentro do bar, as cenas de pancadaria continuaram no exterior do estabelecimento. O joanense acabou por ser detido por injúria e coacção aos agentes da GNR, bem como por resistência à detenção. Ainda no exterior, e já algemado, segundo fonte da GNR local, o individuo ainda tentou fugir. Já detido, foi transportado pelos Bombeiros de Famalicão ao hospital da cidade por causa do ferimento que sofrera na perna, acabando
por levar 16 pontos. De volta a Joane, o jovem passou o fimde-semana detido no quartel da GNR, em Laborins, tendo sido presente a tribunal ontem, dia cinco, acabando por ser libertado com termo de identidade e residência como medida de coacção. No dia seguinte, a GNR de Joane registou quatro queixas contra o individuo, entre as quais do proprietário do bar onde começaram
os incidentes. Depois de “China”, este tem sido dos jovens que mais “dores de cabeça” tem dado à GNR de Joane. Contra ele recaem vários processos, incluindo de ameaças aos agentes da GNR e desacatos vários. Trata-se do indivíduo cujo irmão apedrejou, em Maio do ano passado, o posto da GNR por discordar da detenção do jovem - o mesmo que este fim-de-semana voltou a visitar a cela da GNR de Joane.
joane • polícia
Aumentam casos de violência doméstica
GNR evita assalto ao supermercado Freitas
Um homem com cerca de 50 anos foi obrigado pelo Tribunal de Famalicão a abandonar a sua residência depois de ter violentado e ameaçado a esposa em frente de agentes da GNR de Joane. A GNR foi chamada à habitação do casal no passado dia 26. Na presença dos agentes, o homem terá ameaçado a esposa, motivo suficiente para ser detido. Depois de passar o fim-de-semana no quartel da GNR, o indivíduo foi presente a Tribunal, que impôs como medida de coacção o abandono da casa onde residia com a mulher e dois filhos. O alcoolismo estará na base deste caso de violência doméstica pelo que, além de abandonar a residência, o indivíduo será sujeito a internamento para desintoxicação. Os casos de violência doméstica não param de aumentar na região tendo a GNR local registado cada vez mais queixas, o que preocupa esta força.
Pela segunda vez em dois meses, a GNR de Joane evitaou que as instalações do “Supermercados Freitas” em Joane fossem assaltadas. Depois de há dois meses ter detido dois homens de Creixomil nas instalações do antigo supermercado, situado à face da Estrada Nacional, na madrugada de segunda-feira, dia cinco de Dezembro, a guarda joanense surpreendeu seis indivíduos que já se encontravam no interior do pavilhão, preparando-se para novo assalto. Recorde-se que as instalações estão fechadas ao público desde que a empresa abriu falência. Contudo, no interior do pavilhão encontram-se ainda bens e produtos a aguardar pelo desfecho do processo de insolvência.
8 NOVEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL
localidades
famalicão | orçamento de 92 milhões A Câmara de Famalicão, de maioria PSD-CDS/PP, aprovou as grandes opções do plano e orçamento para 2012, no montante de 92 milhões de euros. Os vereadores do PS votaram contra por entenderem que “a política que o documento traduz não é a melhor para o momento que vivemos”.
joane• cultura airão s. joão associativismo
BREVES RONFE
“natal solidário” para ajudar carenciados
Cinco anos de “República dos Tesos” Texto: Luís Pereira | Foto: Beatriz Ferreira
A
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“República dos Tesos” nasceu em 2006 em Airão S. João pela mão de um grupo de pessoas que quis reeditar um projecto original de quatro jovens lançado em 1979. “Somos um grupo de jovens de espírito alegre e divertido que trabalha em prol da comunidade”, resume Hilário Matos, um dos responsáveis pelo renascer da “República”. O projecto começou há cinco anos com a recuperação da casa que serviu de sede à original “República”. Os novos “republicanos” apostam no aumento da oferta cultural na freguesia e no fortalecimento da relação da comunidade com o meio envolvente. “Não estamos fechados só a jovens, pelo contrário, hoje são os mais velhos os que mais se envolvem nas actividades”, revela Hilário Matos. A 26 e 27 de Novembro, a “República dos Tesos” assinalou o quinto aniversário com um programa que incluiu um magusto comunitário e uma ex-
posição de fotografia com trabalhos resultantes da “Estafeta fotográfica”. Uma estafeta que desafiou os participantes a fotografarem três pontos diferentes de um percurso previamente definido, tendo presentes os temas “Gentes”, “Agricultura” e “Livre” (na foto, trabalho vencedor na categoria “Gentes”). O conceito da “República” era inicialmente olhado com desconfiança. Ao fim de cinco anos, diz Hilário Matos, a atitude da população mudou. “O pequeno-almoço no Natal, depois da missa, é um bom exemplo disso. As pessoas juntam-se e trazem qualquer coisa para partilhar”, explica Hilário Matos. No desporto, a “República” prepara novo passeio de bicicletas “Gingatesos”; na cultura, vai promover tertúlias sobre leitura. A estas juntam-se os colóquios, o presépio comunitário e as festas temáticas para jovens. “Estamos disponíveis para trabalhar em rede com as instituições da freguesia. Se preciso for, como já aconteceu, disponibilizamos o nosso espaço a quem quiser realizar iniciativas”, conclui.
Em tempos de crise, a Junta de Fregue sia de Ronfe quer aproveitar a quadra natalícia para responder a situações de pobreza na vila , lançando a iniciativa “Natal Solidário”. “Pre vê a recolha de materiais diversos - papelaria , livraria , equipamentos electrónicos e informá ticos, alimentos, vestuário, brinquedos - para posteriormente distribuir pelos que atravessam dif iculdades”, explica o presidente da Junta , Daniel Rodrigues. O “Natal Solidário” arranca a 10 de De zembro com a recolha junto do comércio local de alimentos que permitam a elaboração dos cabazes de Natal. A novidade deste ano está na recolha de outros bens e materiais diversos para reforçar a “Loja da Solidariedade”, que funciona no Solar do Pedroso. “A Junta disponibiliza-se para receber todo o tipo de bens que as pessoas considerem rele vantes para partilhar, assim como se disponibiliza para os recolher, nomeadamente aqueles de maior porte, junto das casas”, avança o autarca . A “Loja da Solidariedade” vai estar aberta nos dias 10 e 17 de Dezembro para distribuir os bens já recolhidos e os que até lá sejam recebidos.
REPÓRTER LOCAL • NOVEMBRO DE 2011 • 9
josé cid em guimarães José Cid actua no dia 10 de Dezembro (22:00 horas) no Multiusos de Guimarães, com a participação especial de Rita Guerra, Paulo Bragança, Diego Miranda e Dino Freitas.
Novembro joane • associações
Super Dragões em Joane Espaço localizado face à Estrada Nacional 206, na zona da Labruge, pretende ser um ponto de encontro e de confraternização de adeptos do Futebol Clube do Porto e de captação de elementos para a claque dos Super Dragões.
SUPER DRAGÕES JOANE NA NET
Os Super Dragões de Joane estão acessíveis através da Internet . A página do grupo no Facebook é: http://pt-br.facebook .com/S.D.Joane
Luís Pereira
Fernando Madureira , líder dos “Super Dragões” , inaugurou em Joane, no passado dia três de Dezembro, a p r i m e i ra c a s a o f i c i a l d a c l a q u e d o s portistas. A abertura da Casa dos Super Dragões joanense contou com honras do líder da claque, Fernando Madureira . “Existem muitas casas dos Super Dragões por todo o país mas esta é a p r i m e i ra o f i c i a l p o r s e e n co n t ra r devidamente legalizada” , explicou Madureira ao RL . “É a primeira vez que venho para estes lados. Fui abordado por alguns adeptos e desde logo manifestei disponibilidade e apoio dos Super Dragões para que a casa abrisse” , referiu o líder da claque. Tr a t a - s e d e u m e s p a ç o l o c a l i z a d o junto à Estrada Nacional 206, perto dos postos de abastecimento de combustível da Labruge. No edifício azul, composto por rés-doc h ã o e p r i m e i r o a n d a r, f u n c i o n a r á
diariamente serviço de café e espaço de convívio entre portistas. A casa dos Super Dragões de Joane tem como objectivo captar os portistas da região, cativando-os para que façam do espaço um ponto obrigatório não só para ver os jogos de futebol mas também para a confraternização. “Sei que nesta zona de Joane há m u i t o s p o r t i s t a s e e s p e ro q u e e l e s nos a judem a manter a casa . A partir de agora os adeptos desta zona já têm uma casa de referência onde podem adquirir todas as semanas bilhetes p a ra ve r o s j o g o s o u p a ra re co l h e r informações do clube” , adiantou. N a p a s s a g e m p o r Jo a n e , o l í d e r d a claque portista manifestou ainda o desejo de que, através da casa joanense, possa ser desenvolvido u m t ra b a l h o j u n t o d o s j ove n s , co m vista à captação de novos sócios para o Futebol Clube do Porto e de e l e m e n t o s p a ra a c l a q u e d o s S u p e r Dragões.
rufam os bombos! Os bombos voltam a rufar em Airão Santa Maria . A Confraria dos Bombos prepara-se para organizar um novo encontro de tocadores, dia 17 de Dezembro, a partir das 15:00 horas. A concentração do quarto Encontro de Bombos será feita junto à capela de Santa Luzia, local de partida do desf ile pela freguesia .
A iniciativa tem conquistado, ano após ano, cada vez mais adeptos. Além do rufar das caixas e bombos, a t a r d e é p re e n c h i d a p e l a d i ve r s ã o e convívio, havendo petiscos e b o m v i n h o d a re g i ã o n o l o c a l . A o s interessados em participar que não tenham bombo ou caixa , a Confraria garante uma solução.
10 NOVEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL
aqui não há marcações! Hoje com 69 anos, reformado, Agostinho Salazar abre o estabelecimento só de tarde. Quem chega aguarda pela vez porque, como à moda antiga , na barbearia do Agostinho não há marcações.
vermil • reportagem
Barba e cabelo, ó freguês?
Agostinho Salazar leva 60 anos na arte de “barba e cabelo”. Pela sua pequena barbearia em Vermil, ponto de encontro para tertúlias animadas, passaram gerações de clientes. O barbeiro não se queixa de falta de clientela. Luís Pereira
H
á 60 anos que Agostinho Salazar passa os dias a cortar cabelos e barbas em Vermil. O velhinho anexo de porta estreita situado por debaixo das escadas de uma habitação, na entrada de Vermil por Santa Maria, serve-lhe de barbearia há três décadas. “Tinha 10 anos quando comecei a trabalhar neste ofício. Sempre em Vermil. Primeiro na casa dos meus pais e só mais tarde vim para aqui”, diz Agostinho Salazar em conversa com o RL. O barbeiro de serviço em Vermil já foi artista de circo e é conhecido na terra pela intervenção política (ainda hoje é consultado pela concelhia de Guimarães do CDS-PP), mas é na arte de usar a navalha, pente e tesoura, a fazer lembrar tempos antigos, que Agostinho Salazar se sente mestre. “Trabalhei no circo “Mariano” e num em Joane chamado “Torralvo”. Era ilusionista, ainda hoje faço truques para entreter quem vem à barbearia. Mas isso era um passatempo. O que eu gostava mesmo era de barbearia. Paguei 200 escudos para aprender com outro barbeiro e comecei logo a trabalhar”, conta. Pela velhinha e pequena barbearia passa hoje diversa clientela. De sapateiros a “senhores doutores” juízes, médicos e padres. E não só da freguesia. Tem clientela vinda de Joane e muita que chega de Guimarães e de Braga. Pelas tesouras de Salazar já passaram cabelos de gerações. Hoje desfaz barbas a netos e filhos de clientes de uma vida. “Tenho clientes que vêm cá desde sempre. A mais de 50% da clientela hoje já não lhes levo dinheiro. Todos os vizinhos que cortem aqui o cabelo não pagam e quando algum está doente, vou ao hospital cortar-lhes a barba. Quando estão doentes não recebem e por isso não devem pagar”, diz. Corte de cabelo e barba custa quatro euros. O preçário é simples como simples é a disposição e mobiliário da casa. Quem chega à barbearia de
REPÓRTER LOCAL • NOVEMBRO DE 2011 • 11
atc solidária A ATC de Joane promove um fim-de-semana solidário. O programa inclui, no dia 10, às 17:00, uma Maratona de Fitness; e, no dia 11, às 16:00, teatro com a peça 3G. A entrada custa um bem de consumo não perecível (arroz, massa, azeite, óleo, conservas, cereais, fraldas, etc.).
Agostinho não encontra exposições de produtos de beleza diversos como nos salões de cabeleireiros modernos. Só o essencial preenche a velha banca. “Sei trabalhar. O mais frequente são os cortes normais mas se me aparecer um individuo a pedir-me cortes mais complexos, também os faço, à minha maneira. Sou um artista e percebo da arte”, assegura Agostinho Salazar. A oferta de salões de cabeleireiros que na última década cresceu exponencialmente na região, afasta os mais novos da barbearia “do antigamente”. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, embora Agostinho Salazar não se queixe da falta de clientela. Hoje com 69 anos, reformado, Agostinho Salazar abre o estabelecimento só da parte da tarde e tem dias que está de tesouras entre dedos até às 21h00. Quem vem, aguarda pela vez porque, como à antiga, na barbearia do Agostinho não há marcações. “Hoje os homens gostam de ir arranjar o cabelo às cabeleireiras. Vão não só pelo corte de cabelo, se é que me percebe (risos). Se chegar aqui uma senhora para cortar o cabelo, não corto, indico-lhe uma cabeleireira. Mas já cortei a muitas senhoras. Antigamente não havia cabeleireiras, desde que apareceram, deixei de cortar”, conta.
C O R TA C A B E LO , FUTEBOL E POLÍTICA
N ã o s ó d e co r t e s d e c a b e l o s e f a z a c a s a . C o m o t í p i c a que é, a barbearia de Agostinho Salazar é também uma c a s a d e t e r t ú l i a . S ã o m u i t o s o s q u e l á p a s s a m s ó p a ra u m a a m e n a c ava q u e i ra . “ Fa l a - s e d e p o l í t i c a e d e f u t e b o l . N u n c a d i s c u t i c o m ninguém, problemas de clubes. Tenho o meu, sou portista mas não Pinto da Costa . Não há hipótese de grandes exaltações nas conversas porque corto-as logo. Como não q u e ro m e l i n d ra r n i n g u é m , p o u c a p o l í t i c a l o c a l s e f a l a . M a s o s p ro b l e m a s d o p a í s e s t ã o s e m p re n a co n ve r s a ” . Agostinho Salazar não quer sequer pensar no dia em q u e t e r á d e e n co s t a r d e f i n i t i va m e n t e a b a t a e s ve r d e a d a q u e u s a p a ra t ra b a l h a r. “ A b a r b e a r i a é a m i n h a p a i x ã o . À s ve z e s s e i q u e e s t o u a t ra b a l h a r d e g ra ç a m a s n ã o m e f a z d i f e re n ç a a l g u m a . S e c h e g a r a q u i u m c l i e n t e a p e d i r u m co r t e b e m f e i t o , d i g o - l h e l o g o q u e vo u f a z e r - l h e u m co r t e i g u a l a o d o m a i o r p i l ã o d e S a n t a M a r i a . Pa ra m i m i s s o é u m a o f e n s a ! S e t o d o s p a g a m i g u a l , n ã o h á m o t i vo p a ra co r t a r co m p ro f i s s i o n a l i s m o d i f e re n t e ” , co n c l u i .
12 NOVEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL
domar cavalos sem violência Neste momento estou a domar uma égua que nasceu aqui na fazenda usando uma técnica de Monthy Roberts, um americano que usa um novo método sem recurso a violência, mas sim com muita cumplicidade, carinho e compreensão.
reportagem
BENTO MACHADO encantador de cavalos no Brasil
Natural de Airão Santa Maria, Bento Machado “deu o salto” para o Brasil, em busca de novo rumo para a sua vida pessoal e profissional
C
orria o ano de 2006 quando Bento Machado, nado e criado na freguesia de Santa Maria de Airão, decidiu e m a l a r a s t r o u x a s e z a r p a r, c o m a companheira , rumo ao Brasil. C h e go u a Po r t o S e g u ro a 1 3 d e O u t u b ro d e 2 0 0 6 , t a l c o m o Pe d r o Á l v a r e s C a b r a l e m 1500. Ultrapassada a fasquia dos 50 anos, B e n t o M a c h a d o p ro c u ra n o a n t i g o t e r r i t ó r i o português, um novo futuro, ciente, porém, das dif iculdades. “Sempre sonhei ter terras onde pudesse ter animais de várias raças, principalmente cavalos. Sem previsão ou planeamento essa oportunidade surgiu e não pensei duas vezes”, contou ao RL . Bento Machado dirige uma fazenda de 50 hectares, com gado de leite e colheita de limão (12 hectares). “ Tenho ainda toda a bicharada p a ra c u i d a r, c ava l o s , p o r co s , g a l i n h a s , p e r u s , gansos, patos, pavões, cães, gatos”. A única ligação anterior ao mundo da agricultura e c r i a ç ã o d e g a d o é f a m i l i a r. O a v ô e r a u m conhecido proprietário de terras e, com alguns dos filhos, “já era um criador de gado com importância na freguesia de Airão Santa Maria”, re vela Bento Ma chado. A falta de formação na área pecuária, a adaptação aos usos e costumes das gentes da região, as dificuldade de integração no co m é r c i o d o s p ro d u t o s e p r i n c i p a l m e n t e n a lida com a mão-de-obra rural, são alguns dos obstáculos com que se depara o emigrante. “Com o tempo acabei por aprender a lidar co m o g a d o , a co n h e c e r d o e n ç a s e a a p l i c a r medicamentos, a aplicar produtos no tratamento de árvores frutíferas como o limão (lima) e a enxertar ”. Bento Machado não quer adociçar o relato, fazer como muitos emigrantes que escondem a s a g r u ra s d o p a s s o d a d o . “ Ta m b é m t i ve q u e aprender a lidar com animais que cá apelidam
de peçonhentos (venenosos), como cobras, escorpiões, tarântulas. Todo o cuidado é pouco, em caso de necessidade de um antídoto é preciso ir ao hospital, e aqui os meios não são iguais aos da Europa . Se precisar de uma ambulância para a zona rural isso pode le var o seu tempo. Uma picada de alguns destes animais, se não for tratada rapidamente, pode le var à morte ou à amputação de membros”. INSEGURANÇA E SAÚ DE
Quando decidiu dar um novo passo na sua vida , Bento tinha a noção de que o Brasil é o novo país das oportunidades. Mas elas não caem do céu. “São do tamanho do próprio país, enormes, e para o investidor estrangeiro é necessário um potencial f inanceiro muito grande”. As saudades são enormes. “Da família (f ilhos, m ã e , i r m ã o s ) , d o s a m i g o s e , c l a ro , d a n o s s a gastronomia - do bacalhau, presunto, chouriços, vinho e castanhas... Nunca mais comi desde que vim para cá!”. Do que gosta mesmo é do clima , 40 graus no Verão, 20 no Inverno. Po r a g o ra e s t á f o ra d e q u e s t ã o o r e g r e s s o à t e r r a . O m a i s q u e p o d e a co n t e c e r, d i z , s e o Brasil não se revelar o “el-dorado” ansiado, é r u m a r, c o m a m u l h e r, p a r a o u t r o p a í s o u mesmo outro continente. “Com a actual crise político-f inanceira que avassala a Europa , não dá vontade de regressar ”, justif ica Bento.
O lado mais negativo é a insegurança e a falta de assistência médica . “A insegurança é provocada principalmente pelo consumo e venda da droga . Há um abandono escolar enorme e, como consequência , falta de formação prof issional. A assistência médica , principalmente nas zonas r u ra i s , l e m b ra o s n o s s o s p o s t o s d e s a ú d e d e Joane ou Ronfe de há 50 anos. Mesmo na região urbana essa assistência é muito precária”. Q u a n d o v e i o d e f é r i a s , n o Ve r ã o d e s t e a n o , notou as mudanças nas terras que fazem parte do seu passado. “Em Joane gostei do novo Largo 3 de Julho, da nova feira , do posto da GNR e do Centro Escolar. Claro que em todas as freguesias se notam mudanças, mas achei as de Joane bem mais signif icativas”. À distância , Bento não perde o contacto com o que se passa em Joane, em Santa Maria , em Ronfe. E em grande parte graças ao RL . “ C o m a p o s s i b i l i d a d e q u e o vo s s o j o r n a l m e proporciona , vou estando ao corrente da situação política na nossa região”, diz Bento, que continua a dar mostras de um sentido crítico: “Os dirigentes autárquicos continuam a ter uma política seguidista em relação aos partidos que representam, prejudicando os interesses das freguesias e suas populações. Refiro-me mais precisamente aos casos de Joane e Ronfe onde os responsáveis camarários boicotam o trabalho dos presidentes de Junta . É o presidente da Câmara de Guimarães que, por questões partidárias, retira ou não dá apoio ao presidente da Junta de Ronfe; é o presidente d a C â m a r a d e Fa m a l i c ã o q u e , t a m b é m p o r questões partidárias, procede da mesma forma com o presidente da Junta de Joane”. Lá longe, em Porto Seguro, Bento Machado luta diariamente para alcançar um futuro melhor. E espera pela próxima vinda de férias às terras do seu passado. Até lá, “um santo e feliz Natal e tudo de bom para 2012 aos meus f ilhos, mãe, irmãos e amigos de toda essa região”.
REPÓRTER LOCAL • NOVEMBRO DE 2011 • 13
por D. VIRINHA
Q U E N TES E BOAS!
CARTAS ABERTAS Comendador APARECIdo
EXMO. SR. PRESIDENTE DA Guimarães CEC 2012
Q u em chega ao blog da “República d o s Te s o s ” d e p a r a - s e c o m e s t e cartaz . Espera lá! A “República” va i oferecer um brinde, com a juda d e uma famosa bebida , aos jovens de Airão S. João? Não! Afinal, foi uma iniciativa na Cantina da Universidade do Minho, em G u i marães.
SIGA-Nos! SOMOS 4920 A POLÉMICA DOS CORTES NA ILUMINAÇÂO PÚBLICA A notícia do último RL sobre a “nova política” da Câmara de Famalicão para a iluminação pública , gerou dezenas de comentários no nosso Facebook. “A i l u m i n a ç ã o s e r á d e s l i g a d a n a s horas em que não há movimento de pessoas”, avançou ao RL o vereador José Santos. Os cortes anunciados não agradam a todos os leitores. Aqui f icam alguns dos comentários. A n a F r e i t a s D e c e r t e z a q u e p a ra f u t i l i d a d e s co n t i n u a a h a v e r dinheiro... Miguel Campos Realmente há situações que são inadmissíveis e esta é uma delas. H e l e n a A z eve d o E s t a m e d i d a s ó ve m b e n e f i c i a r o a u m e n t o d a actividade criminosa . C a r l a A z e ve d o C o n co r d o t o t a l m e n t e , m u i t a s p e s s o a s co m o e u t ra b a l h a m n o p r i m e i ro t u r n o e q u a n d o va m o s t ra b a l h a r é u m a escuridão total, quem se desloca a pé para o trabalho tem que andar com lant ernas. Cunha Manuel É uma péssima medida , põe em causa a segurança de pessoas. Em Joane, onde passeios para peões quase não existem, onde a rede viária é má, é quase criminoso desligarem a luz pública . Sugiro que pelo menos f iquem acesas lâmpadas arternadas. Miguel Campos A publicidade colocada em outdoors, as festas, os passeios, tudo isso são gastos que então devem ser repensados. Vitor Azevedo Espero é que as autarquias não poupem na farinha , para depois gastar em farelo. Carlos Campos É preciso combater o desperdicio. Temos rotundas com chafarizis ligados de dia e noite e o zé povinho que se lixe!
Meu prezado Senhor, Não tenho a subida honra de privar com vossoria pois, além do mais, aqui o torrão onde as sisto ao transcorrer doloso dos meus últimos dias, dista uma boa soma de quilómetros da Cidade-Berço onde o meu ilus tre tem montado quartel-ge neral, proveniente de Lisboa, por mor de dirigir a Capital da Cultura. A Cultura, já dizia o meu patrí cio, é uma batata! Fico assaz desiludido sempre que os meus cansados olhos deparam com casos pouco dignificadores da Cultura, como sejam salas de cinema às moscas. O Eça é que a sabia toda, nada se alcança, nada tem visibili dade se não passar pelo crivo da Capital! E a província nada consegue sem esses senhores vindos da Capital, homens de ofícios diversificados, em boa
nivelação com essoutros ho mens de elite que são certos professores universitários que de manhã leccionam em Lisboa e à tarde em Famalicão! Pois não escondo rotundo des gosto por saber que o meu mui ilustre e admirado Manoel de Oliveira, cineasta centenar, tenha recebido tratamento de polé na semana que findou, numa sessãozinha (15 marman jos!) de cinema mal enjorcada pelos assessores e programa dores da CEC vindos certamen te lá da capital do reino. Como homem amante das le tras e da boa cultura, só desejo que a CEC seja um marco digno de referência futura e que não seja apenas uma montra de ourivesaria carregada de jóias cobertas de ouro. Aceite os melhores cumprimen tos deste que se assina Comendador Aparecido.
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QUE “ROUBALHEIRA”! Um dos números das célebres Festas Nicolinas de Guimarães (festejos centenários dos estudantes vimaranenses) chamase “Roubalheiras”. Consiste em quê? Durante a noite e madru gada , elementos da Comissão de Festas (estudantes) “roubam” tudo o que lhes aparece: este ano, por exemplo, foram sur ripiadas balizas de futebol do Vitória de Gui marães; carrinhos de compras dos supermercados; tabuletas de trânsito e até uma retro-escavadora! Os objectos roubados são depois colocados numa praça central da cidade onde os legítimos propr ietários os podem recuperar. Ao contrário desta “ tradição” que pode susc itar muitas reser vas a quem não está “imbuído” do espírito Nicolino - há outras “roubalheiras” que não são provisórias como estas, mas sim de f initivas. E os portugueses já estão a sen ti-las!
14 NOVEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL
fusão com vermoim e 2013
ENTREVISTA
“ Tudo é incerto mas se à data houver aspirações da minha parte em ser candidato, Vermoim também as terá, natu ralmente, e não acredito que o Xavier Forte, saindo, não deixe alguém preparado para o suceder. Tudo a seu tempo será estudado”.
entrevista • antónio sousa
“A obra consegue-se com boa gestão do dinheiro” Presidente da Junta de Pousada (PSD-PP) fala da fusão de freguesias e diz que em tempo de crise é preciso usar a criatividade. Luís Pereira
A
crise tem prejudicado a execução de obras em Pousada? Apesar dos cortes nos apoios financeiros, Pousada continua a ter obra no te rre no. Procuramos alte rnati vas quando não temos protocolos com a Câmara de Famalicão. Existem pessoas e empresas que têm colaborado. Nos últimos dois anos também nasceram novas e importantes ruas na freguesia por iniciativa privada em consonância com a Junta, como é o caso da rua Manuel Carvalho. O alargamento do cemitério resulta de alguma imaginação da autarquia… É mais um exemplo. O terreno onde incidiu o alargamento custava à Junta 50 mil euros e conseguimos que uma família que tinha interesses na legalização de uma zona em volta adquirisse o espaço por esse valor, permitindo que a freguesia conseguisse um alargamento em quase dois mil metros quadrados praticamente a custo zero. O problema da falta de espaço para sepulturas fica resolvido pelo menos durante 60 anos. Que obras estão no terreno? Sobretudo obras de repavimentação de ruas, colocação de saneamento e melhoramentos de equipamentos como a sede de Junta. Neste momento estamos a intervir na Avenida de Santa Justa. O recurso ao trabalho voluntário, como no caso do piso da biblioteca, é alternativa para reduzir custos? Quem passa em Pousada aos sábados vê várias pessoas em trabalho com volunt ários que ofe re ce m mão-de -obra para pequenas reparações. A última aconteceu na Avenida S. Martinho, onde se delimitaram as zonas de estacionamento. Constantemente socorremo-nos dessas pessoas para acudir a várias situações. Teme que no próximo ano haja ainda menos dinheiro para as freguesias? As obras que fizemos nestes dois anos seriam suficientes para a população se sentir satisfeita com o trabalho da Junta neste mandato mas queremos mais. Este ano não tivemos qualquer protocolo com a Câmara e não foi por isso que deixamos de fazer obra, isso consegue-se com imaginação e boa gestão do dinheiro. A Junta canaliza toda a verba que vem do Estado,
através do Fundo de Financiamento de Freguesias, para obra e gere o dinheiro da verba livre da Câmara para despesas correntes. Que obra falta fazer na freguesia e que tem sido adiada? A intervenção na avenida principal (junto à igreja), uma intervenção cara e que não é feita porque entendo que enquanto existirem zonas sem saneamento em Pousada essa não é prioridade. Tem sido solicitado para resolver questões ligadas ao desemprego? Não é ainda alarmante mas temos registado um pequeno aumento de pedidos de ajuda sobretudo de famílias onde aparentemente não se detectaria facilmente a miséria. Temos actuado de forma muito disfarçada para não expor as pessoas, ajudando na medida do possível. Pousada tem algumas das mais importantes empresas da região. A Junta está atenta às dificuldades dessas empresas? Temos mais pessoas empregadas em Pousada do que habitantes. Temos tido o cuidado de promover encontros entre empresários para estabelecer pontes de entendimento e de ajuda. Há grandes empresas em Pousada que estão a diminuir a produção e que não necessitam de tanto espaço, ao passo que há outras que se encontram em franco crescimento. Estas necessidades podem ser concertadas e, sempre que solicitada, a Junta pode servir de mediadora nas conversações. A oposição tem colaborado com o seu executivo? Temos tido um bom entendimento com a oposição que tem contribuído com ideias e por isso mesmo fazemos questão de não colocar de lado os eleitos do PS em matérias importantes para Pousada.
Temos registado um pequeno aumento de pedidos de ajuda, sobretudo de famílias onde aparentemente não se detectaria facilmente a miséria.
“espero que a fusão de freguesias não seja o estrangulamento do poder local” Po r q u e a c e r t o u c o m a J u n t a d e F r e g u e s i a d e Ve rm o i m a f u s ã o d e Po u s a d a ? N ã o g o s t o d e s e r a p a n h a d o d e s u r p r e s a e , a o co n t rá r i o d e o u t ro s co l e g a s , g o s t o d e e s t a r i n f o r m a d o . É t a m b é m p a ra co l o c a r d e s d e j á a p o p u l a ç ã o d e Po u s a d a a p e n s a r n o a s s u n t o e n a s o p ç õ e s q u e t e rá . D e n t ro d a s s o l u ç õ e s de fusão que pela certa nos colocarão, não tenho d ú v i d a s q u e Ve r m o i m é a m e l h o r s o l u ç ã o . N a d a e s t á d e c i d i d o m a s , s e t i v e r m e s m o q u e a c o n t e c e r, t e m o s j á u m p o n t o d e p a r t i d a p a ra d i s c u t i r m o s o a s s u n t o . Vê b e n e f í c i o s n a f u s ã o d e f r e g u e s i a s ? Eu quero acreditar que a fusão possa trazer novas a m b i ç õ e s p a r a a s l o c a l i d a d e s . Po r e x e m p l o , s e a c t ua l m e n t e Po u s a d a , p o r s i s ó , n u n c a p o d e rá s o n h a r co m u m a e s co l a E B 2 / 3 , t e rá , p o r v e n t u ra , l e g i t i m i d a d e , e m c a s o d e u n i ã o co m Ve r m o i m , p a ra p e n s a r n o a s s u n t o face ao aumento populacional. Se a fusão for apenas uma fórmula de cortar no investimento, então aí estamos perante um caso de puro estrangulamento do poder local. Como responde a quem acusa que o acordo com Ve r m o i m fo i u m a fo r m a d e d i z e r “ n ã o ” a M o g e g e , co m a q u a l Po u s a d a t e m co n f l i t o s co n h e c i d o s ? Po u s a d a e M o g e g e , j u n t a s , n ã o t e r i a m 5 0 0 0 h a b i t a n t e s e a fusão deveria incidir sobre uma outra freguesia , Castelões, por exemplo. É evidente que existe um m a l - e s t a r, s o b r e t u d o n a s f ro n t e i ra s d e s t a s f r e g u e s i a s e se calhar a fusão com Mogege não seria tão bem a c e i t e , m a s a ra z ã o p r i n c i p a l p r e n d e - s e co m o n ú m e ro de habitantes. Não se sabe ao certo como será o processo das eleições autárquicas de 2013 por causa da fusão d e f r e g u e s i a s . M e s m o a s s i m , e s t á d i s p o n í ve l p a ra co n t i n u a r ? Te n h o s e n t i d o u m g ra n d e d e s g a s t e . M e s m o s e m f u s ã o de freguesias, não tenho hoje a certeza se me recandidatarei.
REPÓRTER LOCAL • NOVEMBRO DE 2011 • 15
entrevista • domingos barros, ELEITo do ps na assembleia de freguesia de vermil
“Há muitas dúvidas na obra da Casa Mortuária” Luís Pereira
Que avaliação faz destes dois anos de Executivo PSD? São a sequência do mandato anterior. A freguesia continua parada e só agora se consegue ver qualquer coisa, com a Casa Mortuária. O PS tem cumprido o seu papel de oposição? Temos feito algumas propostas que o Executivo não acolhe. A mais recente é a nossa posição contra a fusão de freguesias. Vermil ainda vai a tempo de evitar a fusão? Nós somos contra, a Junta parece que já está derrotada e já assume preferências. O governo ainda não traçou o mapa e por isso Vermil deveria apresentar propostas alternativas de forma a evitar a fusão. A quem? A quem de direito. Tem havido manifestações contra a fusão e Vermil poderia criar um movimento cívico que lutasse contra. Política de proximidade não é colocar as pessoas a andar cinco ou seis kms à procura de uma Junta para dizer que está uma lâmpada fundida na sua rua. Eu faria pressão para que Vermil não fosse anexada. Não faria mais sentido discutir as opções que Vermil terá em caso de fusão? Em caso de inevitabilidade é preciso conhecer bem os contornos em que será feita e só depois partir para a discussão. Quando o presidente diz que o modelo está esgotado, percebese bem que está já conformado. Vai pedir uma fiscalização à Casa Mortuária? Sou a favor da Casa Mortuária mas o que está a ser feito em matéria de dinheiros é muito duvidoso. Armando Vidal assumiu na Assembleia que a obra tinha sido adjudicada por ajuste directo e de seguida deu uma entrevista a falar de três orçamentos e que o trabalho de serralharia era gratuito. Não se percebe porque é que, sendo gratuito, já foram pagos 10 mil euros. Há muitas contradições. Os 10 mil euros foram pagos à Serralharia Vidal?
Não, foram pagos ao empreiteiro mas o trabalho foi feito pela serralharia. Está a dizer que esse dinheiro foi para a Serralharia? Não estou a dizer isso mas parece-me claro que há dúvidas. Se o PS tem dúvidas, porque não pediu uma auditoria? Vamos esperar pela próxima Assembleia para saber mais pormenores, nomeadamente, se haverá inverdades na acta do último encontro. Est ão em causa q uest ões de legalidade? Não digo que haja ilegalidade, digo que existem muitas dúvidas. Vai ser pacífico o encerramento da escola? Vermil tem duas turmas em cada sala e isso não faz sentido, por isso, ir para o Centro Escolar de Ronfe, será melhor desde que sejam garantidas condições de transporte e de alimentação. O que fazer com a escola? Pode ter vários aproveitamentos, como um centro de dia. Armando Vidal elogia o trabalho de oposição feito por Filipe Machado (PP) e desvaloriza por completo o que é feito pelo senhor. Como reage? Evidencía bem a personalidade do presidente. Ficaria lisonjeado se isso me fosse dito pelo Filipe Machado; dito por Armando Vidal não me merece comentários. O que acha das ausências de Filipe Machado? Não faltou a mais de duas ou três assembleias de forma injustificada. O problema é que justificava à Junta. Cada um, neste em concreto, deverá assumir as suas responsabilidades. Incomoda-o o facto de se falar que Armando Vidal terá sido sondado para concorrer pelo PS? Não estou nada incomodado até porque não sei se foi ou não sondado. Está disponível para uma nova candidatura? Teremos de aguardar, em primeiro lugar, pelo que irá acontecer a Vermil em matéria de fusão de freguesias.
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GUIMARÃES | doacção de medula óssea Cerca de 500 pessoas participaram na angariação de dadores para o Registo Português de Dadores de Medula Óssea, realizada no dia 4 de Dezembro no Multiusos de Guimarães, organizada pela Tempo Livre e pelo Centro de Histocompatibilidade do Norte.
16 NOVEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL
santa maria • automobilismo
Campeão José Sousa prepara a filha para lhe seguir as pisadas
VERMOIM • atletismo
Atletas da AMVE em alta
A Associação Moinho de Vermoim participou no Cross Internacional de Amora . João Antunes f icou em 9º lugar em Sub-23. Ângelo Ribeiro ( Juniores) f icou em 16º. No 2º Corta-Mato do GD Airão Curviã, no sector feminino, em Infan tis, Fátima Almeida f icou em 7º lugar, Ana Carneiro em 10º lugar, Ana Veiga em 15º lugar e Tânia Ribei ro em 16º lugar. Em Juvenis (Fem.) Bianca Magalhães f icou em 6º. Em Veteranos II, Jorge Cunha f icou em 4º, seguido de João Costa e Augusto Antunes. Agostinho Costa f icou em 11º. Em Veteranos III, Joaquim Costa f icou em 3º, Manuel Matos ( Veteranos IV ) f icou em 6º lugar.
joane • atletismo
Oito pódios no corta-mato de Airão S. João
Piloto de Airão Santa Maria é vice-campeão nacional de Rallycross a Ta ç a d e R a l l yc ro s s . C a s t e l o B ra n co , S e v e r d o Vo u g a e L o u s a d a s ã o n o r m a l m e n t e p o n t o s o b r i E m A i rã o S a n t a M a r i a m o ra u m v i c e - c a m p e ã o g a t ó r i o s p a ra e s t a m o d a l i d a d e . N a s p i s t a s , Jo s é n a c i o n a l d e ra l l yc ro s s . O t í t u l o p e r t e n c e a Jo s é S o u s a , co m o s e u C i t ro ê n Z X , t e m r e c e b i d o b o a s S o u s a e f o i co n q u i s t a d o , p e l a s e g u n d a v e z , e m c r í t i c a s d e e n t r e o s a f i c i o n a d o s , p e l a d e s t r e z a S e t e m b ro d e s t e a n o , e m M o n t a l e g r e , n o t e r m o co m q u e co r r e . d e m a i s u m a é p o c a d o c a m p e o n a t o n a c i o n a l d e O s c u s t o s e l e va d o s , co n t u d o , t ê m a f a s t a d o p a r ra l l yc ro s s . t i c i p a n t e s d a co m p e t i ç ã o t e m e n d o - s e q u e a p ró O p i l o t o , e m d e c l a ra ç õ e s a o R L , co n f e s s a q u e a x i m a é p o c a n ã o p o s s a a r ra n c a r. “ S e t u d o co r r e r s u a g ra n d e p a i x ã o “ s ã o o s c a r ro s ” e q u e a o l o n g o b e m , a co m p e t i ç ã o vo l t a e m M a r ç o , e m Fa m a l i d o s 1 9 a n o s q u e l e va d e co m p e t i ç ã o p ro c u ro u c ã o , o p ro b l e m a é q u e a Fe d e ra ç ã o t e m e q u e n ã o h a j a i n s c r i t o s s u f i c i e n t e s p a ra a r ra n c a r, e e s s a é a s e m p r e “ f a z e r o m e l h o r e m c a d a p ro va ” . S o u s a a i n d a n ã o r e c e b e u o t ro f é u d e v i c e - c a m - a m e a ç a a c t u a l q u e m e p r e o c u p a ” , e x p l i c a . p e ã o m a s j á s e p r e p a ra p a ra a p ró x i m a é p o c a . N o r m a l m e n t e e s t e p i l o t o co m p e t e n o e s c a l ã o “ 2 l i t ro s a t m o s f é r i co s e d u a s Enquanto aguarda pela enro d a s m o t r i z e s ” m a s a f a l t a t r e g a d o t í t u l o ( e m J a n e i ro , de participantes obrigou-o numa cerimónia a realizar a co n q u i s t a r o t í t u l o co r n o Pav i l h ã o At l â n t i co e m O gosto que José Sousa tem rendo na categoria das L i s b o a ) Jo s é S o u s a t e m p a s pelo cross e pela competição q u a t ro ro d a s m o t r i z e s . sado parte dos seus dias a O g o s t o q u e Jo s é S o u s a a d a p t a r o c a r ro . já contagiou a filha, que se t e m p e l o c ro s s e p e l a co m “ C o r ro co m u m C i t ro ê n Z X . tem revelado a maior das p e t i ç ã o j á co n t a g i o u a f i E ra b ra n co , a g o ra p i n t e i - o fãs do pai. lha , que se tem revelado a p a ra v e r d e e e s t o u a p r e p a m a i o r d a s f ã s d o p a i . Po r rá - l o p a ra a s p ró x i m a s p ro i s s o , Jo s é S o u s a e n co n t ra va s . S e e s t e d e s p o r t o n ã o f o s s e t ã o c a ro o m e u c a r ro e s t a r i a m u i t o m a i s s e t a m b é m a p r e p a ra r u m o u t ro c a r ro p a ra q u e a f i l h a vá t r e i n a n d o , n a e x p e c t a t i va d e q u e m a i s e vo l u í d o ” , a s s e g u ra . Po r é p o c a , r e a l i z a m - s e s e t e p ro va s a co n t a r p a ra t a r d e v e n h a a s e g u i r a s p i s a d a s d o p ro g e n i t o r. Luís Pereira
A Associação Escola de Atletismo Rosa Oliveira participou, no dia 27 de Novembro, no II Corta-Mato de Airão Sª João, com 26 atletas dos diversos escalões. Sílvia Oliveira venceu em iniciadas; Jessica Pontes em juvenis. João Ferreira foi 3º em iniciados. Participaram ainda Vânia Ribeiro, Sara Oli veira , Carlos Fernandes, Sara Dias, Bruno Sampaio, Pedro Silva , Rui Oliveira , José Pereira , Luís Macha do, Luís Sebastião, Cláudia Costa , Anabela Pinto, Herminia Pereira , Paula Quintela , Manuel Machado, Joaquim Coelho, Paulo Oliveira e Américo Oliveira . Nos escalões de formação, a associação de Rosa Oliveira conseguiu o 3º lugar por equipas.
REPÓRTER LOCAL • NOVEMBRO DE 2011 • 17
privatizar por aí | ricardo costa (expresso)
OPINIÃO Os artigos de Opinião são da responsabilidade dos seus autores
“Sejamos claros: mais do que privatizar nós vamos permi tir a nacionalização de empresas por governos estrangei ros. Fazer isto pode ser uma enorme burrice”.
opinião
Joane e o Orçamento de Estado 2012
Miguel Azevedo
Membro da Comissão Política do Núcleo de Joane do PSD
Anualmente as freguesias têm direito a uma participação nos impostos do Estado provenientes da receita do IRS, IRC e do IVA, nos termos da Lei das Finanças Locais, a qual constitui o Fundo de Financiamento das Freguesias. Em linha com o que já estava inscrito no memorando de entendimento assinado com a “troika”, as juntas de freguesia vão voltar a receber menos verbas do Orçamento do Estado. Estes cortes já eram esperados pois foram incluídos no memorando de entendimento da “troika” com o governo socialista. Em termos glob ais Câmaras e Juntas de Fre guesia têm uma redução de 6,5% relativamente ao valor de 2011. A redução efetuada pelo governo de Pedro Passos Coelho apresen ta reduções proporcionalmente inferiores às efectuadas pelo governo de José Sócrates em 2011. No presente ano a freguesia de
Em tempo de austeridade, a Junta de Joane deve empenhar-se em criar a inexistente ligação à população. Joane viu José Sócrates reduzir transferências para a freguesia em 8,59% (menos 7.497,00 euros) face ao ano anterior. Para 2012, o Orçamento do Estado impõe uma redução de 4,96% (menos 3.954 euros), comparativamente a 2011. O aperto que Joane terá é resultado da difícil tarefa que o Governo tem de pôr em prática, com o objectivo último de aplicar uma política de ajustamento financeiro e orçamental, que procura fazer sair o País da difícil situação que atravessa, resultado de vários anos
desafio de procurar outras formas de sustentar a sua actividade e colmatar as perdas anunciadas. Apesar do corte que a Junta de Freguesia vai sofrer, este pode perfeitamente ser colmatado com uma optimização das receitas da feira semanal sem, no entanto, agravar as taxas já existentes. Não pode pois servir de desculpa à sistemática inacção latente há anos no executivo. Como nas empresas, a gestão autárquica deve assentar em estratégias de desenvolvimento que sejam dinâmicas, actuais e versáteis, adaptando-se em cada momento aos novos desafios. Por isso, em tempo de austeridade, a Junta deve empenhar-se em criar a inexistente ligação à população e actuar naquilo que deve ser o seu papel, nomeadamente na área social, cultural, recreativa e des portiva. Áreas em que esta Junta falhou redondamente.
Será que menos freguesias irá significar menos gastos?
Luís Santos
Membro da Junta de Freguesia de Joane - PS
A Associação Nacional de Freguesias (Anafre) está a debater com o Governo várias propostas de reorganização administrativa que dignifiquem as freguesias e que tenham em consideração as especificidades do território. O Governo por seu lado, prepara-se para lançar um debate nacional sobre a reforma administrativa do país. O principal objectivo é reduzir o número de freguesias. De acordo com o secretário de Estado da Administração Local, a ideia é replicar o modelo que foi feito em Lisboa (redução das actuais 53 freguesias para 24) a todo o território nacional. A verdade é que a extinção de freguesias no meio urbano, é de certa forma pacífica. As pessoas raramente mencionam a freguesia onde vivem, referindo-se sempre à cidade. Quem mora no centro urbano de Famalicão não diz que mora na freguesia de Vila Nova de Famalicão, mora simplesmente na cidade. Mais, estas freguesias
de governação socialista. Este orçamento é o contrário dos orçamentos socialistas, que já em período de dificuldades, eram despesistas, pouco exigentes, facilítistas, ilusórios e pouco realistas. Este é um orçamento duro e exigente, que não esconde as dificuldades e não cria falsas expectativas. O momento é de gr andes tormentas na Europa, na zona euro. De tormentas pela situação de endi vidamento a que o país chegou, pela dificuldade de financiamento das nossas empresas e de tormenta pela insegurança que as pessoas sentem. O momento tem que ser enfrentado com coragem e deter minação. Importa referir que, no contexto nacional, a penalização que Joane terá é inferior à média. De qualquer modo afectará o orçamento da Junta de Freguesia para 2012. Assim, cabe a este executivo o
A redução de freguesias só por isso não representa uma poupança assinalável para os cofres do Estado.
estão inseridas na área de influência directa do município, isto é, todas as obras e investimentos nas vias de comunicação, parques, jardins, infra-estruturas são rea lizadas pelo município, pois estas freguesias estão inseridas no polo urbano. O caso tem outro figurino quando a discussão passa por freguesias afastadas das sedes de concelho ou freguesias com históricos de rivalidades com freguesias vizinhas.
Para muitos presidentes de Junta esta alteração, a entrar em funcionamento, vai trazer problemas para as populações, porque todos gostam de ser da freguesia onde nasceram, onde foram criados e onde vivem. Cada freguesia gosta de permanecer com as suas tradi ções. É verdade que não podemos ficar agarrados, às tradições, a situação actual do país é grave e exige intervenções em várias frentes, sendo também necessária uma reorganização territorial e administrativa. A questão é ter a sensibilidade necessária para lidar com esta situação. A junção de freguesias não pode ser ordenada por decreto, ou tendo por base simples medidas aritméticas. É p re c i s o c o nh e c e r p ro f u nd a m e nt e a realidade de cada freguesia. Este é um tema que dever ser quanto antes discutido nas Assembleias de Freguesia. Mas para isso o Go verno precisa de publicar o estudo inicial para que esta discussão se possa fazer pois desde que este
tema foi lançado para discussão pública já passaram vários meses, e nada foi feito. Depois fazem-se as coisas a correr e obviamente ficam mal feitas. Na realidade a redução de fregue sias só por isso não representa uma poupança assinalável para os cofres do Estado. Quem já fez contas diz que pode chegar aos 2,8 milhões de euros. Mas a agre gação de freguesias, irá também exigir dos novos decisores mais e melhores investimentos. Acredito que a junção de freguesias deva ser feita não por razões economicistas mas sim por razões objectivas e fáceis de explicar ao cidadão. Desta reforma, as populações é que devem tirar benefícios. Uma melhor qualidade de atendimento, uma mais rápida resolução dos seus problemas diários, mais e melhores equipamentos sociais e de lazer e que tragam melhor qualidade de vida. Este deve ser o princípio orientador, a partir daqui a discussão estará lançada.
18 NOVEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL
GASPAR NO LUGAR DE COELHO | NICOLAU SANTOS (EXPRESSO) “O ministro das Finanças é o representante da ortodoxia do B C E no Governo português. E se as coisas correrem muito mal, não é de excluir que venhamos a ter, a prazo, Gaspar no lugar de Coelho, por imposição da Alemanha . Já houve surpresas maiores”.
OPINIÃO Os artigos de Opinião são da responsabilidade dos seus autores
fernando.castro.martins@hotmail.com
A esmagadora maioria das famílias não deixa passar o Dia de Todos os Santos sem visitar os seus parentes no cemitério, sendo que, em alguns casos, estas reuniões familiares só têm paralelo na véspera de Natal. Neste caso, os encontros são à volta da mesa dos vivos, naquele, ao redor do jazigo dos mortos. Por esta razão simples, faz todo o sentido que não se toque no dia santo de um de Novembro. Natal
e um de Novembro são, cada um a seu modo, os dias das famílias. Também por este motivo se esperaria que os autarcas dessem mais atenção aos cemitérios e não se inibissem, até, de estender o seu entusiasmo construtivista a este sector. Digo isto após visita ao cemitério de Joane, onde resolveram acrescentar ao recinto um recanto encafuado nas traseiras de um prédio de habitação, sem a dignidade e a estética que os
cartas à direcção Textos devidamente identificados por carta ou por correio electrónico - geral@reporterlocal.com
U M ATAQ U E À R EPÚ BLICA N E L C U N H A - J OANE
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Na proposta do Governo de redução de feriados consta a supressão o 5 de Outubro, o feriado da comemoração da República . A Re p ú b l i c a r e p r e s e n t a L i b e r d a d e , I g u a l d a d e e F ra t e r n i d a d e . Re p r e s e n t a a l i b e r d a d e d o c i d a d ã o d e p e n s a r e s e ex p r i m i r, p a r t i c i p a r n a v i d a co l e c t i va o n d e e s t á i n s e r i d o . D e e l e g e r o s s e u s repr esentantes e governantes. Representa a igualdade de todo o cidadão perante a lei; independentemente do género sexual, cor ou raça , credo religioso, opção de ideologia política . Não há homem que seja mais que outro homem perante a lei geral do Estado. Na República , ninguém por nascimento tem direitos adquiridos.
nossos finados merecem e os nossos vivos reclamam. E isto com a agravante de ser obra apenas para alguns anos, sem visão de futuro. Outra coisa seria pensar-se num novo cemitério, aberto a novos paradigmas e que avançasse a par de uma pedagogia permanente de relação com a morte e com os mortos. Um só exemplo: na nossa região não há ainda adeptos significativos pela cremação, mas também não há a logística
Representa a fraternidade, a solidariedade na sociedade. Promove, por exemplo, o direito à saúde e educação de forma universal. Meios de subsistência para classes mais frágeis, como portadores de deficiências, crianças ou os mais seniores. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são três palavras que representam uma ordem social, mas sobretudo uma moral humanitária . Um avanço civilizacional. No dia 5 de Outubro 1910 foi destituída a monarquia , destituído um poder político alcançado por via da s u c e s s ã o . D e s t i t u í d o u m p o d e r a r i s t o c rá t i co e m que alguns, sem para isso terem feito algo, tinham privilégios na sociedade e sobranceria perante os seus semelhantes. Esses parasitas, assim como uma Igreja que lhe andou sempre associada , nunca a c e i t a ra m a p e r d a d e p r i v i l é g i o s . To d o s e s s e s s e re viram depois no regime fascista de Salazar. Para eles, pelo menos a classe dirigente do país, não era fruto da escolha dos “plebeus”. É bem notório que os actuais governantes, assim como os partidos que os suportam não gostam da República , não têm princípios republicanos. Isso vê-se no combate que têm feito à universalidade na educação, na saúde, nos subsídios que garantem um mínimo de subsistência com dignidade a desempregados, a doentes, a portadores de
para a fazer, sendo que o forno crematório mais próximo está em Guimarães e inoperacional porque ninguém o procura nem conhece.
ND: Este texto não foi publicado na edição de Outubro do RL por falta de espaço. Ao autor, Fernando Castro Martins, e aos leitores, apresentamos as nossas desculpas.
def iciências. O líder da Igreja Católica afirmou recentemente que a Igreja estava disposta a negociar a su pressão de dois feriados religiosos, em troca da anulação de dois civis. Essa organização s e m p r e s e q u i s co n f u n d i r co m o E s t a d o , t e r privilégios como isenções de impostos do largo património que detém, muito dele adquirido nos tempos da Inquisição. Já sem falar dos dinheiros que sempre movimentou de várias f o r m a s , s e m d a r q u a l q u e r “c a v a c o ” a o E s t a d o . A I g r e j a é i n i m i g a d a Re p ú b l i c a . S e m p r e co m b a t e u d e t o d a s a s f o r m a s a Re p ú b l i c a e os princípios republicanos, sempre combateu o pensamento livre das pessoas. É obvio que a Igreja exigiu que o feriado da República fosse suprimido. Estes governantes, em grande parte descendentes dos que perderam privilégios nos regimes da aristocracia e da ditadura , estes governantes servidores de organizações como a Igreja que quer estar acima do Estado, estes governantes que são inimigos da Liberdade, Igualdade e F ra t e r n i d a d e vã o a b o l i r o f e r i a d o e m q u e s e comemora a República . É mais uma prova de que os actuais governantes promovem um retrocesso civilizacional. Viva a República!
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Fernando Castro Martins
Reflexões diante da Morte e da Vida