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Nº 140 • ANO XII • NOVEMBRO 2010 • GRATUITO • MENSAL • PROPRIEDADE: TAMANHO DAS PALAVRAS, LDA
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MANUEL MACHADO
“Tenho boas memórias de Joane”
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O treinador do Vitória foi professor em Joane durante 15 anos. Ao RL, recorda esse tempo e fala do actual momento da sua equipa
DIRECTOR: JOAQUIM FORTE
EM FOCO | pág. 03 e 04
As grandes superfícies vão “matar” o pequeno comércio? JOANE | pág. 07
Guerra de comunicados entre PSD e Junta RONFE | pág. 18
Escola da Ermida ocupada por artesão AIRÃO S. JOÃO | última
Junta lança Gabinete de Enfermagem REPORTAGEM | pág. 17
Um dia com dadores de sangue em Joane LIVROS | pág. 09
Luís Represas esteve em Joane e Mogege apromover livro
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REPÓRTER LOCAL • NOVEMBRO DE 2010 • 3
EM FOCO
“Há 4 anos comprei o terreno mas só agora foi possível tornar realidade esta loja porque são projectos um pouco complicados”. António Silva, administrador do grupo Bolama
MEMÓRIA
Investimento de 10 milhões de euros Novo supermercado em Joane cria 87 postos de trabalho. Pequeno comércio teme efeitos.
Luís Pereira
O
novo supermercado Bolam a inaugurado em Joane representou um i n v e s t i m e n t o de 10 milhões de euros e criou 87 postos de trabalho directos. A inauguração (19 de Novembro) contou com a presença do vice-presidente da Câmara de Famalicão, Paulo Cunha, do presidente da Junta de Joane, Sá Machado e de muitos populares. A loja situa-se junto à EN 206, tem uma área de 2.000 metros quadrados de venda ao público e está dotada de parque de estacionamento coberto e descoberto, uma galeria com 4 lojas e bar.
EM FOCO |
António Silva, administrador do grupo, diz que a centralidade foi a razão principal da escolha. “Há 4 anos comprei o terreno mas só agora foi possível tornar realidade esta loja porque são projectos um pouco complicados e também porque se tratava de uma zona de reserva agrícola”, referiu António Silva ao RL. Em dia de abertura, a Junta de Freguesia esteve representada pelo presidente, Sá Machado, que salientou o trabalho de parceria entre autarquia e o grupo, nomeadamente ao nível da ligação à feira. “A Junta não deixou de pugnar para que o empreendimento fosse feito com qualidade. A escolha do local para a
nova feira foi pensada a contar com este equipamento. O arruamento de ligação à feira não estava inicialmente previsto e só foi possível fruto de entendimento entre Junta e Bolama. Foi um casamento feliz”, referiu o autarca. Quanto às críticas do PSD acerca da não construção da rotunda p r o m e t i d a , M a c h a d o d i z qu e n ã o fazem sentido. “A rotunda esteve prevista num projecto inicial, que não vingou. A partir do momento em que não há vontade de criar um eixo para Mogege, não faz sentido a rotunda. Não faço rotundas por vaidade”. Paulo Cunha, vice-presidente da Câmara famalicense, congratulou-
se com a abertura do supermercado, considerando que “é um excelente investimento para o concelho e para a região” numa altura de “dficuldades conhecidas na bacia do Ave em matéria de emprego”. Além de Joane, o Bolama, como noticiou o RL em primeira mão, adquiriu, em Ronfe, as antigas instalações da fábrica Josim, uma área com 40 mil metros quadrados que poderá vir a ser a base logística do grupo, complementada com uma componente urbanística. “Temos neste momento dois bons armazéns, se houver necessidade de usar as instalações de Ronfe para esse efeito, iremos fazer”, admitiu António Silva.
ELOGIOS AO INVESTIMENTO MARCAM INAUGURAÇÃO
PAULO CUNHA Vice-presidente da Câmara de Famalicão
“A Junta não deixou de pugnar para que o empreendimento fosse feito com qualidade. A escolha do local para a nova feira foi pensada a contar com este equipamento. O arruamento de ligação à feira não estava inicialmente previsto e só foi possível fruto de entendimento entre Junta e Bolama . Foi um casamento feliz”.
MIGUEL AZEVEDO Vice-presidente do PSD Joane “Num momento de profunda crise, que tem massacrado especialmente a região do Vale do Ave, este investimento vem criar emprego, o que é sempre bem vindo. A comparação com os acessos criados pela Junta de Freguesia à nova feira é mortífera para a obra da Junta”.
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“É o reconhecimento do sector privado do investimento público que tem sido feito pela Câmara nesta zona . Não podemos proteger o pequeno comércio fechando o investimento àqueles que têm potencial e vontade de criar infra-estruturas como esta do Bolama”.
SÁ MACHADO Presidente da Junta de Joane
Viatura 4-6-9 lugares e Viatura para pessoas com mobilidade reduzida
Serviço permanente: 917 514 596 | 252 991 646
4 NOVEMBRO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL
EM FOCO região • economia
Pequenos comerciantes temem pelo futuro dos seus negócios Pastelarias, supermercados, mercearias e churrasqueiras estão apreensivas e receiam não poder competir com os preços praticados na novo média superfície comercial Luís Pereira
H
á alguns pequenos comerciantes da vila de Joane, sobretudo os que estão instalados na proximidade do novo supermercado, que temem pelo futuro dos seus negócios com a instalação do supermercado Bolama. Proprietários de pastelarias, supermercados, mercearias e churrasqueiras estão apreensivos e receiam não poder competir com os preços praticados naquela média superfície comercial. “Com pão a sete cêntimos não há padaria que resista”, desabafa um comerciante. “É evidente que a facturação irá baixar mas estou optimista quanto ao futuro. Vai resistir quem tiver capacidade financeira de comprar em quantidades para obter maiores descontos junto dos fornecedores”, disse António Ribeiro, um dos comerciantes contactados pelo RL. Sá Machado, presidente da Junta local, mostra-se, no entanto, optimista e acredita haver espaço para todos. “O Bolama não vai tirar nem mais nem menos. O que vai acontecer é que aquilo que muitos joanenses procuravam em cadeias de supermercados em Braga, Guimarães e Famalicão, agora têm-no ao pé de casa num espaço airoso e idêntico aos dessas cidades”, argumenta. Na mesma linha de pensamento está Paulo Cunha, vice-presidente da Câmara de Famalicão. “O pequeno comércio tem um papel importante
OPINIÃO
CUSTÓDIO OLIVEIRA Consultor de Comunicação; Presidente da Associação Teatro Construção de Joane
a desempenhar e não é concorrencial a estas cadeias de supermercados. Quem irá perder serão, sobretudo, as cidades de Guimarães e Famalicão, uma vez que as pessoas desta zona, que procuravam estes serviços nestas cidades, passarão a fazê-lo agora em Joane”, disse o vice-presidente do executivo municipal. Para Sá Machado, a vinda do Bolama vai, no entanto, exigir uma adaptação do pequeno comércio. “Os preços nem sempre são competitivos, deve haver uma adaptação das estruturas mini. Eu sou pela concorrência e pelo mais barato, quem ganha é o consumidor. Há pequenas mercearias que continuam a ter preços muito bons em detrimento dos hipers. Conheço em Joane alguns bons exemplos
de mercearias que já cá estão há muitos anos que vão diversificando e personificando os seus serviços. Exemplos disso, são as mercearias que se encarregam elas próprias de levarem os produtos às casas dos clientes porque há muitas pessoas, sobretudo idosos, sem mobilidade e transporte. Este pode ser um caminho”, sugere o autarca joanense. Já Paulo Cunha fala em ajuda ao comércio tradicional. “Temos disponibilidades e meios para encaminhar problemas que possam surgir com o pequeno comércio. Não podemos proteger o pequeno comércio fechando o investimento àqueles que têm potencial e vontade de criar infra-estruturas como esta do Bolama”, conclui.
POLÍCIA
“CHINA” ABSOLVIDO DE CRIME QUE CONFESSOU Sérgio Ribeiro, natural de Ver mil, mais conhecido por “China” foi absolvido de um assalto que confessou ter cometido. O caso remonta a Janeiro de 2007. Um escritório de duas advogadas foi assaltado nas Ta i p a s t e n d o o s l a r á p i o s f u r tado dois computadores. A GNR fez uma perseguição que c u l m i n o u n u m a t ro c a d e t i ro s tendo “China” sido baleado num pé. Nessa altura , confessou às autoridades o crime e cooperou na reconstituição do assalto. Acontece que Sérgio Ribeiro e ra , à d a t a , m e n o r d e i d a d e e a lei obriga à presença de um advogado sempre que o suspeito seja sujeito a interrogatório ou reconstituição. A conf issão e a reconstituição foram feitas sem a presença de um legal representante de defesa . Este facto fez com que a conf issão da autoria do assalto e a sua consequente reconstituição, fossem invalidadas pelo tribunal, não resultando de prova para incriminar Sérgio Ribeiro. “China” encontra-se detido no estabelecimento prisional de Paços de Ferreira . O jovem, agora com 20 anos, está envolvido em mais de cinquenta processos. Até à data foi apenas condenado a prisão efectiva por dois crimes. Por cúmulo jurídi co, “China” sairá em liberdade por altura do Natal.
Chorar sobre leite derramado O guru da gestão, Michael Armstrong , diz que o primeiro objectivo do gestor de ve ser : desenvolver uma orientação para o futuro. Esta orientação para o futuro passa pela liderança da inovação e pela capacidade de antecipar as mudanças. Uma das características mais marcante da sociedade actual é a mudança . Camões, há cerca de 450 anos, cantava com inegável beleza e profundidade: Mudam-se os tempos, mud am-se as vontades, - Muda-se o ser, mudase a conf iança ; - Todo o mundo é composto de mudan ça , - Tomando sempre novas qualidades. Mas no tempo do autor d´ Os Lusíadas, as mudanças eram lentas. Le va vam décadas e séculos a acontecer. Hoje, a velocidade com que se af irmam as mudanças é ele vadíssima . Há umas décadas, para se construir um supermercado com as respectivas infra-estruturas, se melhante ao que agora surge em Joane, le varia sempre
mais que um ou dois anos. Se pensarmos em centenas de anos atrás, a construção le varia décadas. Este apa receu ali ao lado da E strada Nacional em dois ou três meses. As mudanças, nos fenómenos sociais, nas infra-estruturas, nos equipamentos, nas paisagens urbanas, acon tecem a uma velocidade inesperada e por isso, algo es tonteante. Quem tem a responsabilidade de gerir ou de liderar tem que ser capaz de pre ver o que aí vem. Tem que saber antecipar-se às mudanças. Se os comerciantes na Vila de Joane e nas freguesias limítrofes compreendessem as dinâmicas e os sinais de mudança de toda a actividade comercial, teriam sido capazes de inovar e hoje estariam preparados para enfrentar a nova situação criada pelas grandes e médias superfícies comerciais. Adiantará chorar sobre o leite derramado?
REPÓRTER LOCAL • NOVEMBRO DE 2010 • 5
editorial Joaquim Forte PAG. 17 REPORTAGEM O RL acompanhou várias pessoas que doaram sangue, no dia 25 de Novembro, na recolha que teve lugar na escola Bernardino Machado, organizada pela Associação de Dadores de Sangue de Famalicão
Investimento em tempo de crise Em tempos de c r i s e - e m qu e o n o ticiário dos pr i n c i p a i s m e i o s d e comunicação na c i o n a l é d o m i n a d o por novas com m u i t o p o u c o â n i m o -, um investime n t o d e 1 0 m i l h õ e s de euros em Jo a n e s ó p o d e s e r e n carado com alg u m â n i m o . É certo que está e m c a u s a u m a l o j a que vive do co n s u m o d e c o m p r a dores, que não p r o d u z , q u e n ã o é uma unidade tr a n s f o r m a d o r a . M a s con vém não es q u e c e r o u t r o d a d o : o novo superme r c a d o q u e a b r i u h á 15 dias em Joan e c r i o u t a m b é m 8 7 postos de traba l h o d i r e c t o s . N u m a altura em que o d e s e m p r e g o a n d a na “casa” dos 1 0 p o r c e n t o , n ã o deixa de ser po s i t i v o . Por outro lado, d o p o n t o d e v i s t a urbanístico, nã o e s t a m o s p e r a n t e um pavilhão ine s t é t i c o , c o m o t a n tos que existem a o l o n g o d a e s t r a da nacional 20 6 e n t r e F a m a l i c ã o e Guimarães. E e m t o r n o s u r g i r á , por certo, uma o u t r a c o m p o n e n t e deste investime n t o : a u r b a n i z a ç ã o que se espera v e n h a a p r o s s e g u i r os mesmos prin c í p i o s s u b j a c e n t e s ao ordenament o d a s u p e r f í c i e c o mercial.
por tiago mendes (tiag0_mendez@hotmail.com)
cartoon rl
O Largo 3 de Ju l h o e m Jo a n e , c o m as suas “barra c a s ” q u e d u r a r a m
d é c a d a s , e r a t ã o f r a qu i n h o , t ã o c o n s e n s u a l m e n t e “ f e i o ” q u e qu a l quer alteração que nele fosse feita só poderia ser melhor. O “ p e q u e n o ” n o v o La r g o qu e a v i l a vai passar a ter, em 2011, depois d e u m a v e r d a d e i r a n o ve l a q u e f o i e está a ser a requalificação, nada t e m a v e r c o m o qu e h a v i a a n t e s . É c l a r o qu e i s s o n ã o i n v a l i d a q u e muita gente ache dispensável (porque no fundo segue o mal que se tentou corrigir) a opção por construír o edifício com as quatro l o j a s , a l i c o l o c a d o d e t r a v é s , a i mpedir o sentido de continuidade a u m a p r a ç a q u e p o d e r i a s e r a qu i l o que a vila merece: um espaço de lazer, de convívio, de estar de características urbanas. Fica-se com a impressão de que não foi feito tudo o que era possível (neste caso por parte da Câmara de Famalicão) para que isso fosse viável. As l o j a s l á e s t ã o , m a i s b o n i t a s , a p e s a r d e t u d o ; o La r g o e s t á “ d e c a r a l a va d a ” , e r e s t a a g o r a e s p e r a r que depois da inauguração ele se transforme num centro aprazível e cuidado. E neste aspecto não basta apontar culpas se cada um não assumir a sua responsabilidade.
protagonistas ANTÓNIO SILVA O empresário do grupo Bolama contraria o cenário de crise que por aí circula, ao investir 10 milhões de euros numa nova loja do grupo em Joane. ATC JOANE Em tempo de crise, é uma boa notícia o anúncio da ATC de Joane de que vai lançar um programa de apoio à criação de micro-empresas destinadas apenas a desempregados. Resta esperar que o orçamento da ATC para 2011, afectado pela conjuntura de crise, não ponha em causa o projecto. MANUEL MACHADO O actual treinador do Vitória de Guimarães, que está a fazer uma boa época futebolística, fala ao RL sobre Joane. Porquê?
Porque o técnico foi, durante 15 anos, professor na escola secundária da vila. LUÍS REPRESAS O cantor, fundador dos Trovante, esteve em Joane e Mogege em acções de promoção do seu primeiro livro junto das escolas. Luís Represas respondeu a perguntas, vendeu livros e deu autógrafos. CONFRARIA DOS BOMBOS O grupo de Airão Santa Maria quer reunir 500 tocadores de bombo na freguesia, em Dezembro, por ocasião das festas a Santa Luzia. junta airão s. joão A pensar nos idosos, a autarquia lançou o Gabinete de Enfermagem. É gratuito.
NA REDE http://www.freg-mogege.pt/ O sítio na Internet da Junta de Freguesia de Mogege. Embora pouco actualizado, permite aceder a fotografias (um número bastante reduzido, porém), fornece dados históricos, informações sobre o movimento associativo, festas e romarias desta freguesia do concelho de Famalicão.
Repórter Local | Propriedade e Editor - Tamanho das Palavras, Lda, Rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão Telefone 252 099 279 E-mail geral@reporterlocal.com | Membros detentores com mais de 10 % capital Joaquim Forte, Luís Pereira Director Joaquim Forte ( joaquimforte@reporterlocal.com) | Redacção Luís Pereira (luispereira@reporterlocal.com) | Paginação Filipa Maia | Colaboradores Ana Margarida Cardoso; Custódio Oliveira; Elisa Ribeiro; João Monteiro; Analisa Neto; Emília Monteiro; Luís Santos; Sérgio Cortinhas; Luciano Silva; Joana Cunha; Miguel Azevedo; António Oliveira | Impressão Gráfica Diário do Minho | Tiragem 4000 ex. Jornal de distribuição gratuita | Distribuição: Alberto Fernandes | Registo ICS 122048 | NIPC 508 419 514
6 NOVEMBRO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL
Fórum
Doce Novembro
é assim opinião EMÍLIA MONTEIRO
Novembro é um mês estranho. Acaba o Dia de Todos os Santos (logo no dia um) e começa o Natal. Todos dizem que é preciso poupar, as câmaras e as juntas de freguesia anunciam cortes nas iluminações natalícias mas, a meio do mês, já não faltam sininhos e estrelinhas a alumiar as ruas. O mesmo acontece nas casas particulares onde parece haver um estranho concurso para ver quem põe primeiro o ‘pisca-pisca’ a piscar na varanda . Este ano, Novembro foi também o mês do corte nos abonos. Muitos dos que achavam que esta medida era ‘só para os ricos’, perceberam, finalmente, que a crise é para todos e que basta aumentar o IVA para que todos os preços aumentam independentemente do número de supermercados existentes por metro quadrado.
o que se diz
Novembro das folhas a cair, das castanhas quentinhas, das romãs e do Outono é também o mês das fábricas a fechar, o mês da greve geral, o mês das apertadas listas de compras e das ‘candidaturas’ aos cabazes de Natal das instituições de solidariedade. Acredito que nenhuma família ficará rica se receber dois ou três cabazes mas acredito que a verdade e a honestidade devem voltar a reinar entre os valores éticos que governam a sociedade. E há, por aí, tanta pobreza encoberta pela vergonha de pedir! A doçura de Novembro, que já cheira a Natal, podia servir de embalo a uma pequena reflexão sobre o que mudou de um ano para o outro. Mas, para isso, é preciso alguma coragem. E, estou mesmo convencida, que actualmente, pensar pode ser um acto muito perigoso.
A FRASE DO MÊS “Há muito que devias ter levado no focinho, minha grande vaca” Frase atribuída por uma trabalhadora ao patrão de uma empresa têxtil de Guimarães, segundo a Lusa “Capital da Cultura Guimarães 2012 é de importância estratégica para o Vale do Ave”
Armindo Costa, presidente da Câmara Municipal de Famalicão
“Famalicão voltou a ser notícia pelas piores razões (...) O nosso cadastro colectivo foi manchado por um acto impensado do dono de uma mercearia grande - de insígnia estrangeira, ainda por cima” Carlos Sousa, blog O Povo Famalicense
“Câmara de Guimarães vai contratar 26 técnicos superiores em 2011 para diferentes serviços da autarquia”
DÁ QUE PENSAR!
www.guimaraesdigital.com
Gerente de supermercado atropelou grevistas
Fiéis podem assistir à missa dentro dos carros com o cão ao lado
O gerente do “Intermarché” de Calendário atropelou duas mulheres que se encontravam integradas no piquete de greve à entrada do parque de estacionamento da loja. O mesmo responsável apontou ainda a arma à cabeça de um outro grevista. As duas mulheres feridas receberam tratamento hospitalar. A PSP tomou conta da ocorrência. O gerente foi detido e levado à esquadra. A viatura foi apreendida.
Na Florida (Estados Unidos da América), há uma igreja cristã onde os crentes podem assistir à homilia sentados no seu automóvel e com o cão ao lado. Todas as semanas há pelo menos 700 fiéis que ouvem o sermão do padre sintonizando o auto-rádio. A missa é celebrada ao ar livre, perto da igreja, e as pessoas podem assistir dentro dos carros, acompanhadas por quem quiserem, incluindo cães. Basta sintonizar no auto-rádio a frequência certa.
Fonte: Expresso
Fonte: Sábado
”Bernardino Machado foi um homem que pensava o Estado e a sociedade. Cem anos depois, o investimento na instrução tem plena actualidade” Paulo Cunha, vice-presidente da Câmara de Famalicão
“Fui eu que pedi à minha mãe para ir para o Brasil. Ao cruzar a fronteira de Vilar Formoso, ouvi na TSF: “´Fátima Felgueiras está em prisão preventiva”. Ela olhou para mim e disse acelera” Sandra Felgueiras, filha da ex-presidente da Câmara de Felgueiras, Correio da Manhã
“Os sindicatos dos enfermeiros não percebem porque é que só os médicos podem acumular salários e reformas” Revista Sábado
“PS quer descontos para clientes que prescindam de sacos no supermercado” Título do jornal Público
“Dantes, perto de cada aldeia havia uma fábrica. Hoje, há um hipermercado. O excedente de mão-de-obra rural que outrora ia trabalhar nas linhas de montagem vai agora para as caixas registadoras”.
DIAS DE ONTEM
Paulo Moura, Público
JOANE, 1962 A fotograf ia apresenta , no verso, a data de 25 de J a n e i ro d e 1 9 6 2 . A Ve l h a i g r e j a d e Jo a n e , m a i s a sua torre sineira , mal se apercebem do perigo que espreita nas costas. Ao fundo, perigosamente perto, o “fosso” da nova igreja , começada a construír sete a n o s a n t e s , co m o q u e s e p r e p a ra p a ra e n g o l i r o monumento... E engoliu, de facto!
Se tiver fotografias antigas, que mostrem aspectos que já desapareceram ou efeitos das alterações na paisagem da sua terra , e se as quiser partilhar com os leitores, envie por mail , geral@reporterlocal .com, ou por correio.
REPÓRTER LOCAL • NOVEMBRO DE 2010 • 7
LOCALIDADES
JOANE • polÍTICA
“Centro da vila poderia ser melhor”
A
JSD de Joane vai a votos no dia 11, mas corre o risco de não poder usar, como anunciou, a antiga sede da Junta. Segundo apurou o RL, a Jota pediu aquele espaço à Junta mas não esperou por resposta para fazer a publicitação do acto eleitoral, nomeadamente no órgão oficial do PSD. O RL apurou que a antiga sede pode não estar livre para o dia pretendido. A alternativa poderá passar pela actual sede. No entanto, a alternativa colide com a legalidade do acto eleitoral. O actual presidente recandidatase ao cargo e, ao que tudo indica, Luís Fernandes não terá opositor. Depois da notícia do RL de que o núcleo de Joane violava os estatutos quanto à
duração dos mandatos e da possível candidatura opositora, a concelhia da JSD acelerou o processo eleitoral. O protagonista da alternativa seria Simão Sousa. Na altura, ao RL, Hélder Costa, presidente da concelhia, revelou o apoio a Luís Fernandes e assegurou que Simão Sousa não constava da lista de militantes, pelo que não poderia candidatar-se. Simão Sousa confirma, mas assegura que a ficha de adesão foi entregue em Abril. E acusa: “há alguém interessado em que eu não seja militante”. Ao RL, Luís Fernandes fala do acto eleitoral e mostra reservas quanto ao projecto d e re novação do ce ntro da vila por parte da Câmara de Famalicão (ver caixa).
Porque se recandidata? Para reestruturar o núcleo e ajudar a ganhar a Junta em 2013. Que actividades foram promovidas no seu mandato? Fizemos um “bike papper” e empenhámonos na candidatura de Porfírio Carvalho. É suficiente para uma recandidatura? A JSD não pode resumir-se às actividades lúdicas. Fizemos um trabalho de proximidade com o partido de forma a sermos o “braço armado” do PSD. Que objectivos tem? Aumentar militantes e fazer colóquios. Que tem a dizer sobre a violação dos estatutos no que toca à duração de mandatos? Nunca deveria ter acontecido mas já vinha sendo prática de mandatos anteriores. A situação manteve-se porque também existiu uma mudança na direcção da concelhia. No congresso nacional, está p re vis t a a al t e ração d o mand at o p ara dois anos.
PSD vs JUNTA
Guerra de comunicados A Junta de Freguesia de Joane (PS) acusa o PS D local de “falta de ideias e de ter digerido mal a derrota” de há um ano. Em comunicado, responde às acusações feitas pelo PSD que, em jeito de balanço, classifica o primeiro ano de mandato da Junta de “francamente negativo”. “Um ano bastou para demonstrar o embuste das promessas do PS”, escreve o PSD. “O PSD elegeu como o problema que mais preocupa os joanenses a gravação das sessões da Assembleia de Freguesia, confundindo os seus problemas e lutas com os problemas dos joanenses”, responde a Junta. A não concretização da rotunda junto à nova feira é também apontada pelo PSD. “O recinto de sonho prometido terminou numa feira de pesadelo”. A Junta afiança que o PSD sabe que a rotunda só será efectuada se se confirmar a ligação rodoviária a Mogege. “Anda obcecado em dizer mal por dizer e arriscase a dizer asneiras. A nova feira é um sucesso. Tínhamos razão quando decidimos avançar com a mudança. Fomos visionários e isso irrita solenemente o PSD”,
refere a Junta. O PSD acusa a autarquia de estar “sem rumo”, muito por força do que diz ser o “abandono” das suas funções por parte de Sá Machado, que “ofereceu em herança a gestão diária ao seu vice”. “Só um PSD de Joane, com um líder ausente a cerca de mil Km de distância (Madeira), poderia emitir um comunicado que revela todo o desconhecimento das necessidades de Joane”, contrapõe a Junta PS. A Junta desafia o adversário a pronunciar-se sobre o “alheamento da Câmara” em relação a Joane e sobre os atrasos nas obras do Largo 3 de Julho e do Centro Escolar. “A Câmara não atribui nenhum protocolo a Joane e por isso as obras não apareceram. O presidente da Câmara nem o presidente da Junta de Joane recebe”, diz a autarquia PS. O PSD vê na atitude da Junta em relação à Câmara um crescendo de agressividade. “O presidente de Junta, mais preocupado com o seu futuro político, passou a trabalhar contra a Câmara”, acusa o PSD.
Não se consegue entender com Simão Sousa? Não consta dos cadernos eleitorais e a minha preocupação deve ser com os militantes. Gosta da JSD e nessa medida atribuo-lhe algum crédito. Foi “empurrado” para a liderança da JSD? Não mas não tive o apoio necessário do partido. Fui lançado aos 19 anos e sem experiência política, que entretanto adquiri. Concorda com a mudança da feira? Concordo, mas as condições não são as melhores. O que pensa do novo centro da vila? Falta informação acerca da ocupação da quarta loja. Poderia ser melhor. O centro deveria ter mais interactividade, com esplanadas que atraíssem mais a população. Um posto multimédia para a juventude seria uma boa ideia. O que falta em Joane? Um posto de Internet sem custos e espaços para reunir o associativismo.
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Luís Fernandes é o único candidato às eleições na JSD, a 11 de Dezembro
8 NOVEMBRO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL
INAUGURAÇÃO EM VERMOIM A Associação Cultural de Vermoim inaugura sábado, 4 de Dezembro, pelas 16h30, as obras de melhoramento da sua sede, com a presença de representantes da Câmara de Famalicão, seguindo-se um magusto convívio aberto à população.
LOCALIDADES RONFE • INVESTIMENTO
BREVE VERMIL • POLÍTICA
encontro de jovens com fraca adesão
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A iniciativa Jovem de Vermil (dia 20) contou com fraca adesão de jovens. Ao desafio da JSD local compareceram apenas 12 jovens que lançaram ideias para dinamização da juventude local, nomeadamente a promoção de talentos nas áreas da pintura , música , dança , fotografia e literatura , e a criação de um dia para fomentar a prática de desporto e hábitos de vida saudáveis. A organização não deixou de criticar “o alheamento cívico dos jovens, que se excluem a si própriosda cidadania activa” deixando que “alguém decida por eles”.
Piscina pode ficar junto ao Pavilhão A Câmara Municipal de Guimarães está a negociar com o proprietário de um terreno localizado por detrás do Pavilhão Aurora Cunha para instalar as futuras piscinas cobertas da vila. A informação é avançada ao RL por fonte ligada ao processo que assegura que as negociações estão “bem encaminhadas”. A novidade foi dada recentemente aos autarcas do concelho, no decorrer da tradicional reunião com os presidentes de Junta, com vista à elaboração do plano e orçamento da Câmara para 2011. Recorde-se que o local inicialmente previsto para as piscinas cobertas situava-se na mesma zona onde deverão acabar por ficar instaladas. O terreno previsto inicialmente, junto à escola Abel Salazar, foi, entretanto, destinado à instalação do futuro Centro Escolar da vila. O município de Guimarães deverá avançar já em 2011 com o início da construção das piscinas uma vez que a candidatura a programas de apoio
terrenos
financeiro já se encontra aprovada. Em declarações ao RL, o vice-presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, admitiu que o terreno junto ao pavilhão é um dos três que estão a ser alvo de negociações. “Temos três terrenos em vista e estamos ainda a negociar. O que posso dizer é que são todos
situados na zona central da vila”, disse Domingos Bragança. Confirmando-se a localização, Ronfe fica com uma zona central da freguesia que reunirá dois equipamentos desportivos (pavilhão e piscinas) e dois equipamentos de ensino (a escola EB 2/3 e o futuro Centro Escolar).
REPÓRTER LOCAL • NOVEMBRO DE 2010 • 9
Novembro
CONFRARIA DOS BOMBOS A Confraria dos Bombos de Airão Santa Maria quer reunir 500 tocadores na freguesia, no dia 18 de Dezembro (14h30) junto à capela de Santa Luzia. Para uma maior participação, a Confraria disponibiliza bombos a quem não tiver e queira participar.
JÁ SOMOS 1600!
Luís Represas RL a escrita do Trovante
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O cantor Luís Represas esteve em Joane e em Mogege, no dia 18, a apresentar o seu primeiro l i v r o , “A c o r a g e m d e T i ç ã o ” . O f u n d a d o r d o s Trova n t e e n co n t ro u - s e co m a s c r i a n ç a s d a s e s colas do primeiro ciclo e jardim-de-infância de Mogege e depois da escola B ernardino M achado de Joane. Nos contactos, autografou livros e
respondeu aos alunos. Luís Represas disse que nunca te ve intenção de escre ver um livro para crianças, mas sim “contar u m a h i s t ó r i a p a ra l e i t o r e s d o s 7 a o s 7 0 a n o s ” e confessou a sua paixão pela música e pela escrita , salientando a importância da leitura : “ todos os livros são bons para se ler ”.
: : MINI ENTREVISTA :: São importantes estes encontros com os alunos? Na medida em que tornam as coisas mais p e s s o a i s , o co n t a c t o e n t r e o a u t o r e o l e i t o r é sempre importante. Desta forma , o autor deixa de ser um ser estranho passando a ser visto como alguém como eles. Além disso, há espaço para a interacção. E stes encontros são também importantes para nós enquanto autores uma vez que podemos sentir a realidade do ambiente escolar. Gostou do que encontrou em Mogege e Joane? Foram encontros completamente diferentes. Em Mogege eram crianças muito pequeninas co m q u e m t e m o s d e f a l a r co m u m a l i n g u a g e m d i fe r e n t e . E m Jo a n e fo i n u m a m b i e n t e m a i s d e d e b a t e , o n d e o s m i ú d o s p r e p a ra ra m q u e s t õ e s maravilhosas.
D e p o i s d e “A c o r a g e m d e T i ç ã o ” , p o d e m o s esperar por um novo livro? Claro que lhe tomei o gosto, teremos de aguar dar pela hora em que chegar um novo impulso para escre ver. E s c r e ve r u m l i v ro é u m a e s p é c i e d e p ro l o ngamento de uma música? É outra música muito própria!
A abertura do supermercado Bolama em Joane dominou a discussão no Facebook Sérgio Cortinhas É talvez o maior investimento público ou privado de sempre em Joane. O que prova que a região de Joane é uma terra com enormes potencialidades económicas, ainda por explorar. Se assim não fosse, como se justificaria que uma empresa privada investisse dois milhões de contos num dos momentos mais críticos da história recente de Portugal. É também um sinal das potencialidades e necessidades de investimento público que tanto tem faltado em Joane. Ângela Machado O Bolama é o Cristo Rei de Joane! Nova Optica Joane está a precisar de uma “novidade” porque o comércio de uma forma geral está adormecido! Nesta perspectiva é bom noticiar estes eventos! Roque da Cunha Não critico ninguém e espero muito sucesso. O que é bom para uns é menos bom para outros. Carla Mendes Já temos em Joane quem faz mais barato e já cá está há algum tempo. Mas é bom ter cá o Bolama para haver mais emprego. Ângela Machado Foi uma inauguração abençoada! Estou ansiosa por chegar a Joane e fazer peregrinação até ao Bolama! Repórter Local Não se esqueça do bordão de peregrino! Marciana Teixeira Parece-me que vai provocar o fecho de pequenos supermercados. VivaLight HealthClub É uma mais valia para Joane, já era preciso uma superfície com estas condições e muito bem situada. Os mercados mais pequenos vão ser afectados mas espero que não fechem. Manuel Cunha Será que os produtos no Bolama são na maioria produzidos cá? Sérgio Cortinhas A empresa construiu um novo empreendimento que sob o ponto de vista urbanístico (apesar da volumetria da construção) é exemplar e revelou bom gosto. Outros sigam o seu exemplo no futuro.
10 NOVEMBRO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL
CAMINHAR PARA AJUDAR A Associação Teatro Construção de Joane promove no dia 12 de Dezembro a caminhada e passeio de bicicleta entre a Casa de Camilo, em Seide, e Joane com o objectivo de juntar bens e produtos para ajudar os que mais precisam. As inscrições custam 1 euro + 1 bem de consumo.
Manuel MACHADO
“GOSTava dO Ambiente semi-rural de Joane” Luís Pereira
Tem saudades de Joane? Tenho. É um sítio que recordo e onde de vez em quando ainda vou, sobretudo para conviver co m os colegas do grupo de Educação Física da escola secundária. Mantém, portanto, ligação com a escola secundária Padre Benjamim Salgado (ESPBS). Só do ponto de vista afectivo. De resto, a ligação é apenas ao nível do en sino. Eu sou professor e estou com licença sem vencimento. Que recordações tem da vila? Estive 15 anos a dar aulas em Joane. Poderia ter mudado de escola e nunca o fiz, por isso, as recordações que tenho só podem ser as melhores. Gostava daquele ambiente semirural de Joane. O que conhece da vila? Conheço alguns restaurantes: Porta Larga, Café Central e Serenata. Eram sítios onde diariamente fazia refeições. Joane é uma pequena vila, não haverá assim muito mais, além disso… Do que conhece, acha que faltam equipamentos desportivos em Joane? Apesar de não ter uma noção muito efectiva da realidade (as coisas entretanto pode m ter mudado), pelo que conheço, acho que está bem equipada. A construção das piscinas veio complementar o que já existia, nomeadamente os espaços muito bem equipados que tem a Escola Secundária. As aulas de educação física eram uma espécie de ensaios para os treinos que depois fazia nos clubes de futebol? São coisas diferentes. Uma coisa é desporto de rendimento, outra, bem diferente, é o desporto inserido no processo educativo.
Chegou a “aproveitar” alguns alunos para os clubes? Lembro-me do Armando Silva, de Brito, que se profissionalizou e chegou a jogar na I Divisão de futebol. O que o fez ser treinador de futebol? Sempre estive ligado ao desporto. A modalidade que ajudou ao meu crescimento desportivo foi o andebol, desporto em que me federei, em paralelo com as aulas de Edu cação Física. A dada altura surge o convite do Vitória de Guimarães para preparador físico e, no seguimento disso, acabei por ter alguma formação no futebol, que, à data, não conhecia muito bem. De preparador físico passei a técnico e coordenador da formação até que a dada altura entendi que me poderia lançar a solo. Comecei então no Fafe, da III Divisão, passei pelo Moreirense, Académica, Braga e regressei a Guimarães. O que é indispensável num treinador de futebol? Tem que ter conhecimentos específicos da modalidade. Deve ter qualidades ligadas à gestão de grupos. É fundamentalmente um gestor de recursos humanos. O sucesso depende de muitos factores, invoco sempre o sentido de justiça que tem de estar presente. Num grupo em que todos têm ambições, só 11 jogam e por isso a selecção tem de ser feita com base na justiça. O Vitória está em segundo lugar. É possível acreditar que uma equipa dita menor pode ganhar a I Liga de futebol? É possível, mas a estatística não abona a favor. Em duas décadas só dois cubes, além dos três grandes, conseguiram a proeza. Um deles, o Boavista, pagou a factura muito forte do investimento e do atrevimento que teve
(desceu de divisão). Isso acontece por fenómenos que ultrapassam o futebol propriamente dito? A realidade é que os três grandes reúnem uma base social de apoio e uma cobertura medi ática que se diferencia dos restantes clubes de uma forma abissal. Além disso, os três grandes gerem orçamentos dez vezes maiores que os restantes. Tudo isso, obviamente que os distingue e os torna permanentemente favoritos. Qual é a sensação de disputar um derby com um rival (Braga) que também já treinou? Conheço as duas casas mas conheço melhor a do Vitória, porque estou ligado a ela de forma mais duradoura. Ambos têm uma dimensão m u i t o s e me l h a nt e , e m t e rmo s d e e s t ru t u ra . A diferença está na massa adepta, a do Vitória é muito mais numerosa e aguerrida. O Braga tem tido maior pujança em termos de resultados mas nada disso é permanente, e por isso, a verdade é que ambos os clubes são muito semelhantes. O derby arrasta sempre as mesmas coisas: algum entusiasmo e alguns factores de carácter social que ultrapassam o futebol têm sobretudo a ver com a rivalidade entre as duas cidades. Foi justo o resultado (2-1)? Foi. Houve quem o contestasse mas é sempre assim, quando se perde, encontram-se sempre razões para atenuar e justificar a derrota. Temos que ser compreensivos quanto a isso. O que seria um bom resultado para o VSC, no final da época? Cumprir o objectivo traçado de forma clara: ficar nos cinco primeiros, fazendo com que isso se traduza uma participação em compe tições europeias.
REPÓRTER LOCAL • NOVEMBRO DE 2010 • 11
HAJA SAÚDE ELISA RIBEIRO médicA
VARIZES
O treinador do vitória de guimarães (3º classificado na Liga de Futebol) foi professor na escola secundária de joane durante 15 anos.
As varizes motivam queixas frequentes na consulta , não só por uma questão estética , mas também pelo incómodo e mal-estar que podem causar no dia-a-dia . Estas são dilatações das veias, que fazem saliência debaixo da pele, ocorrendo quando as veias têm dificuldade em “devolver” ao coração todo o sangue que chega às pernas. As varizes, mais frequentes nas mulheres, motivam as seguintes queixas: sensação de peso, cansaço nas pernas, dor, inchaço nos tornozelos e prurido. Estas surgem mais frequentemente nas alturas de maior calor, especialmente no Verão. É mais frequente quando se está muito tempo de pé, assim como nas pessoas obesas ou durante a gravidez . Existem alguns cuidados que deve ter, caso sofra de insuficiência venosa . Evite o excesso de peso, devendo usar roupa cómoda , folgada . Evite a prisão de ventre; faça exercício, se possível diariamente. Quando estiver sentado evite ter as pernas cruzadas e tente eleválas. Se se sentir confortável, dur-
ma também com as pernas elevadas (cerca 10 cm). Tente usar meias de compressão: deve colocá-las assim que se levantar da cama . Duche de água fria sobre as pernas também ajuda a aliviar a sensação de pernas pesadas. Se a sua profissão o obrigar a estar muito tempo de pé, faça alguns exercícios, tais como colocar-se em “pontas de pés “repetidamente; evite estar perto de aquecedores ou outras fontes de calor, pois agravarão as queixas. Existem medicamentos para melhorar os sintomas, mas que, infelizmente, não conseguem eliminar as varizes. Se apesar de todas as recomendações anteriores as queixas se mantiverem, deve procurar o seu médico. Deve também procurálo se sentir dores ou apresentar inflamação ou ferida na região de uma variz ou se após alguma pancada uma variz sangrar. No caso de sentir uma dor forte na barriga da perna , acompanhada de inchaço e incómodo ao andar deve igualmente contactar o seu médico.
12 NOVEMBRO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL
JUDO NA CASA DO POVO DE RONFE A secção de Judo da Casa do Povo de Ronfe está a aceitar inscrições de atletas. Os treinos para crianças até aos 13 anos decorrem às quartas-feiras (19h00) e aos sábados (10h30). Para as restantes idades, há treinos às segundas e quintas-feiras (19h00).
Tsunami noticioso A actualidade informativa e a maneira como as matérias são abordadas nos média é algo que, estando eu no último ano do curso de Ciências da Comunicação, me fascina em particular. O jornalismo tem a capacidade – o poder – de nos dizer sobre o que falar e como pensar os diferentes assuntos. Basta pensar em ondas noticiosas como as de Maddie McCann ou o Processo Casa Pia. Enquanto os jornais falam disso, nós falámos disso. Quando, de repente, surge uma outra onda noticiosa, tudo é esquecido. Alguém se lembra como está o caso Freeport? E o caso Moderna? A actualidade informativa de Novembro pode ser resumida em três palavrinhas que andam nas bocas do mundo: Cimeira da NATO. Sobre isto, teria muito para dizer. Podia falar da forma como a cimeira se meteu e complicou a minha vida, mesmo estando eu a mais de 300km. Mas não vou falar do facto de o país praticamente ter parado por causa da cimeira. Ou de não ter ido ver o concerto dos Arcade Fire, marcado para dia 18, no Pavilhão Atlântico e, definitivamente, não vou falar do facto de ser mais difícil entrar no Parque das Nações nesse fimde-semana do que na Coreia do Norte. Mas vou, definitivamente, falar de um outro facto: com a NATO reunida em Lisboa, não há crise em Portugal. Pelo menos, não existiu nos nossos noticiários, durante a semana da realização do evento. Não que me esteja a queixar. As peças noticiosas feitas em supermercados a comparar preços já estavam a dar cabo de mim. Pior do que a crise em si, são os jornalistas a acentuála – e contra mim falo.
O jornalismo é um misto de malvadez e beleza . É quase um personagem de romance, onde nunca temos a certeza se ele é bonzinho ou não. Mas também me cansei de ver peças sobre segurança, a visita das primeiras-damas aos nossos museus e o marido da Ministra da Defesa da Noruega. Obviamente, compreendo a decisão das redacções. Estaria a ser ignorante se dissesse que não percebo porque é que esta cimeira teve tanta cobertura mediática. Entendo a importância e dimensão da cimeira para um país que acabou de ter assento no Conselho de Segurança da ONU. Se eu fosse editora de um jornal, a minha agenda não teria sido diferente. Mas, enquanto espectadora, fico cansada da repetição, das peças muitas vezes vazias de conteúdo, dos directos sem nada para dizer. E isso aconteceu vezes sem conta na cobertura da cimeira. Para os mais atentos e curiosos, agenda mediática é um óptimo objecto de estudo. Nós abraçamos as ondas noticiosas, muitas vezes sem sequer dar conta do esquecimento dos assuntos. Somos todos peões no xadrez do jornalismo. É-nos dito o que pensar, como pensar, sobre o que falar. A agenda noticiosa dita, mais do que a actualidade informativa, os temas de conversa das nossas vidas. Interfere na nossa vida particular mais do que aparenta. O jornalismo é um misto de malvadez e beleza. É quase um personagem de romance, onde nunca temos a certeza se ele é bonzinho ou não.
REPÓRTER LOCAL • NOVEMBRO DE 2010 • 13
JOANE • FUTEBOL
Sabor das vitórias Golo da vitória joanense frente ao Vila Meã marcado, em tempo de descontos, por Hélder Redacção
Depois do empate frente ao Mondinense, o GD Joane bateu (domingo, 28) o Vilã Meã por 1-0. O golo só surgiu quase no f inal, apontado por Hélder. C om este resultado, o Joane continua imbatível nos jogos em casa e soma mais três pontos na tabela . Os primeiros minutos f icaram marcados por vários cantos e contra ataques rápidos que não alteraram o marcador. Aos 12 minutos, o Vila Meã te ve uma grande oportunidade de golo, desperdiçada por Fili pe Cândido: o remate à meia volta passou perto da baliza de Sérgio. Apesar das oportunidades, o Joane não conseguiu adiantar-se no marcador, re velando def iciências ao nível da f inalização. Na segunda parte a equipa orien tada por Jorge Baptista assumiu o con trolo do jogo, mostrando-se mais solta e desinibida . Esta alteração te ve o condão de aumentar a perigosidade dos lances junto da baliza do Vila Meã. Perto do f inal do tempo regulamentar, Jorge Baptista fez entrar Hélder, que viria a protagonizar, já em descontos, a alteração no mar cador : após canto de Gil, cabeceou sem hipótese para o guardaredes Torcato.
Com este resultado, o Joane continua imbatível nos jogos em casa e soma mais três pontos na tabela .
JOANE • Atletismo
rosa no pódio A Associação Escola de Atletismo Rosa Oliveira participou na I Corrida Hospital da CUF, no Porto. Rosa Oliveira venceu na geral feminina , Hermínia Pereira no escalão Veteranos II, André Machado em Juniores e Custódio Mota em Veteranos V. Paulo Oliveira ficou em 3º lugar ( Vet . I) e Américo Oliveira em 4º ( Vet .II).
JOANE • ATC
BASKET Em jogo da 8.ª jornada do Campeonato Distrital da Associação de Basquetebol de Braga , os Cadetes da Associação Teatro Construção ( ATC) venceram o VSC Guimarães por 44-39, garantindo o apuramento para a fase final. Nos restantes jogos dos campeonatos distritais, destaque para a derrota das juniores ATC , em casa , frente ao SC Braga , por 59-37. Os iniciados também perderam com o SC Braga . As iniciadas, também em Braga , venceram por 63-48, garantindo a presença na fase final. Os juniores e as cadetes, em casa , venceram a ADCE Diogo Cão por 59-44 e o BC Barcelos por 55-49.
CASTELÕES • ATLETISMO
S. SILVESTRE DA ADECA A ADECA – A ssociação Despor tiva de Castelões, promove no próximo dia 18 de Dezembro mais uma edição da tradicio nal Corrida de S. Silvestre. Inscrições e informações junto da instituição.
14 NOVEMBRO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL
OPINIÃO Os artigos de Opinião são da responsabilidade dos seus autores opinião
Mais uma vez, não há protocolos Luís Santos
Membro da Junta de Freguesia de Joane | PS
A que pode aspirar uma vila que anualmente se depara com orçamentos na casa dos 300/400 mil euros? Deste orçamento tem que pagar funcionários, manutenção da sede de Junta, água, luz, consumíveis e material. Tem que retirar verbas pa ra todas as obras de manutenção que uma vila exige, como limpeza de bermas, cuidar de espaços verdes. Tem que subsidiar, na medida do possível, as várias associações e os eventos desportivos e culturais que decorrem durante o ano. Tem que dar respostas a
muitas pequenas obras urgentes e não previstas que em qualquer altura exigem intervenção da Junta de Freguesia. Retirando do orçamento todas estas verbas indispensáveis à ges tão diária e mensal, facilmente se conclui que o orçamento de uma Junta de freguesia ou de uma vila, o poder politico não é capaz por si só, de grandes obras ou projectos. Para que aconteçam investimentos e projectos de média/grande dimensão, terão que ser equacio nados orçamentos não de um ano só, mas de vários anos e cada Junta deFreguesia terá que ter a coragem de centrar o seu investimento nesse projecto, em detrimento de algumas intervenções que atrás mencionei. A nova feira é disso exemplo. Para hoje ser uma realidade, foi neces sário adiar outras obras, e gerir com muito rigor os orçamentos disponíveis. A Câmara não ajudou.
“Mais uma vez a Câmara anuncia que não haverá protocolos com as juntas de freguesia”
Mas a Câmara Municipal tem por obrigação subsidiar as juntas de freguesia em obras como esta. Só ela tem os meios humanos e financeiros para projectar e tornar realidade, por exemplo, a Casa Mortuária. Mas quando o projecto anda pelos corredores da Câmara Municipal meses e meses, sendo sistematicamente adiada a sua entrega, cada vez mais longe estará a sua construção. Mas os joanenses saberão exigir na altura
própria responsabilidades a quem tem excluído Joane das obras e protocolos. Mais uma vez a Câmara Municipal anuncia que não haverá protocolos com as juntas de freguesia. Certo é, que o executivo da Junta não descansará enquanto o projecto não estiver concluído e a obra não estiver lançada a concurso. Cada um de nós está a sentir a crise no seu orçamento familiar. É fundamental avaliarmos no seio da família quais as situações onde podemos fazer contenções, cortes parciais e nalguns casos até, cortes radicais. É imperioso adequar os nossos gastos ao nosso orçamento, e sempre que possível…deixar um bocadinho que seja para o pé de meia. Os tempos que se aproximam não serão melhores que os actuais, pelo que, quanto melhor preparados estivermos, menos árdua será a travessia.
A lição do Bolama Miguel Azevedo
Membro da Comissão Política do Núcleo de Joane do PSD
“A comparação com os acessos criados pela Junta de Freguesia à nova feira é mortífera para a obra da Junta.
A abertura do supermercado Bolama em Joane é, naturalmente, o grande tema do momento em Joane. Saúdo este importante investimento privado na vila. Num momento de profunda crise, que tem massacrado especialmente a região do Vale do Ave, este investimento vem criar emprego, o que é sempre bem vindo. Acresce que toda a intervenção resultante deste investimento foi basta nte feliz. A qualidade arqui tectónica do edifício é evidente. Do ponto de vista ambiental, a forma cuidada como foi tratada a Ribeira de Cortinhas é notável. Finalmente, também do ponto de vista urbanístico, toda a zona ficou a ganhar. Os acessos criados são um exemplo de boas práticas que devem ser observadas de futuro. O arruamento criado tem dimensão, está dotado de passeios e equipado com iluminação e sinalização. A comparação com os acessos criados pela Junta de Freguesia à nova feira é mortífera para a obra da Junta. Esperemos que, pelo
menos, a Junta de Freguesia possa ter aprendido como se fazem obras. O comportamento do Partido So cialista em relação a este projecto merece ser bem conhecido. O promotor do projecto é a primeira entidade que merece ser felicitada pelo resultado final. Também a Câmara Municipal, enquanto entidade licenciadora da obra, tem méritos evidentes neste projecto, não só pelo resultado final, mas também por, desde a primeira hora o ter considerado de interesse municipal. E o que fez o Partido Socialista? Votou contra o interesse municipal do projecto. Esta atitude do Partido Socialista não é nova em relação a projectos inovadores em Joane.
Há alguns anos, o Sr. Presidente da Junta manifestava-se contra a construção do Centro Social da Paróquia nos terrenos do antigo campo de futebol. Pois bem, o Centro está feito e é um sucesso. Talvez a Junta se orgulhe mais do posto de abastecimento de combustível junto à capela de S. Bento ou de outros por si patrocinados que não adianta aqui enumerar. O que estas atitudes demonstram é que o Partido Socialista em Joane não só não faz obra que se veja e reconheça, como, ainda por cima, dificulta a vida aos privados que a querem fazer.
REPÓRTER LOCAL • NOVEMBRO DE 2010 • 15
ASSEMBLEIA DE FREGUESIA EM RONFE A Assembleia de Freguesia de Ronfe reúne no dia 8 de Dezembro, às 09h30, no Salão Paroquial. Da ordem de trabalhos faz parte a discussão e votação das grandes opções do plano e orçamento para 2011.
Novas formas, velhas ideias Luciano Silva
Licenciado em Direito. Membro do BE Joane
“Tudo o que se acreditou se dissipa, excepto a punição, a ignorância e, como é óbvio, o domínio do mais forte sobre o mais fraco.
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Só isto nunca muda.
Em finais do século XIX, F.Nietzsche distinguiu dois mom e n t o s n a e v o l u ç ã o d a s s o c i e d ades: os momentos de violência e os de corrupção. Os primeiros caracterizam-se por uma espécie de guerra de todos contra todos, portanto, eivados de violência física e insegurança; os segundos, caracterizam-se por um ambiente conspirativo em que, fundamentalmente, se acredita em tudo o que seja bem dito. Um pouco na esteira de Nietzsche, sou da opinião de que a violência nas sociedades é contínua, apenas se transmutando em formas mais sofisticadas. É essa violência (real e simbólica), que o espectro político actualmente representa, acriticamente aliado com o status quo (esquerda incluída), fazendo cair por terra, cada vez mais despudoradamente, o manto de legalidade que o mundo herdou do Pós-Segunda
Guerra Mundial. A par desta, uma outra vaga não menos violenta nos invade: a banalidade. Porém, mais perversa, e com a qual todos parecem comungar de forma esquizofrénica, a banalidade/vulgaridade infiltra-se na sociedade até às entranhas, naquilo que se poderia chamar “um domínio a partir de dentro”. Imprensa escrita e audiovisual de miserável qualidade, notícias tendenciosas, voluntarismo jornalístico, comentadores, “opinion makers”, todos, os verdadeiros príncipes da nova ordem. “Os tempos medíocres ge ram profetas vazios”, disse Albert Camus em “A Queda”. A opressão democrática, qual Babilónia de papel, nivela direitos e salários por baixo. Melhor, convence a opinião pública da absoluta necessidade deste estado de coisas. A selva mediática ocupa-se do resto, como canta José Mário B ranco, fazendo
de cada homem uma ilha. A onda de vulgaridade estende-se aos meios académicos, trabalhos e teses de copiosa pobreza, todos partilhando de uma ideia comum: não fazer juízos de valor; não criar doutrina, como se o mais perigoso e evitável de tudo fosse pensar por si próprio. Surge o sentimento inconsciente de se pertencer a uma época pós “qualquer coisa” mitigado pela tendência (esta, bem consciente) da falta de originalidade. A erosão das fronteiras entre a realidade e a ficção torna-se tão avassaladora que todos parecem capazes de afirmar e se sujeitar às maiores barbaridades. Tudo o que se acreditou se dissipa, excepto aquilo que sempre ressurge em épocas corruptas: a punição, a ignorância e, como é óbvio, o domínio do mais forte sobre o mais fraco. Só isto nunca muda.
16 NOVEMBRO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL
por D. VIRINHA
UMA QUESTÃO DE DISTÂNCIAS OU TIRO NO pé O PSD de Joane anda descontente com o presidente da Junta, Sá Machado, por este dirigir a autarquia “à distância” em virtude do cargo que ocupa no Conselho de Administração do Hospital de Famalicão. Ora, de Joane a Famalicão são 11 kms de distância. O que dizer, então, do líder do PSD de Joane que é director desportivo do Marítimo da Madeira... a mais de mil kms de distância? VERMIL não é para jovens! O encontro de jovens promovido em Vermil não foi propriamente um sucesso. Que o diga o presidente da Junta , Armando Vidal, que foi espreitar a iniciativa do seu número dois, Marçal Mendes. Não deve ter evitado alguns suspiros de desalento face à duzia de jovens presentes. Mas como diz o ditado, “o que vale é a intenção”. E talvez Armando Vidal tenha retirado algumas ideias para o programa eleitoral. SAI UMA MESA NOVA, SFF!
A actual direcção do PSDde Joane tem dado mostras de actividade. E de que não quer “dormir na forma” para despertar três meses antes das eleições. Mas nem tudo ajuda! Nem uma mesa em condições tem para se apresentar aos jornalistas! Ali estão três homens (nenhum deles farto de carnes) amontoados numa mesinha tipo escola primária ...!
CARTAS ABERTAS
Comendador APARECIDO
EXMO. PRESIDENTE Da junta de joane Prezado e ilustre autarca (ou digníssimo representante) Lá diz o bom povo que “quem o avisa amigo é”. E estou na firme convicção de que já está ao corrente deste caso que me leva a lavrar esta missiva de parcas e modestas palavras. Ali na Rua do Relógio, a poucos metros do enfiamento para a mui ilustre nova feira semanal do burgo, uma casa que dá mostras de já ter conhecido um certo brilho arquitectónico, periclitante, a ameaçar derrocada para o caminho.
Quando vejo as minhas netas que por ali passam a caminho da escola sinto um calafrio só de pensar no que pode acontecer no Inverno, quando os frios ventos que por aqui assolam se fizerem sentir. Prezado autarca, não serão por certo os 11 kms que o separam dos afazeres da autarquia que o impedirão de agir, sempre com o nobre intuito de preservar as populações. Aceite os melhores cumprimentos deste que se assina, Comendador Aparecido
REPÓRTER LOCAL • NOVEMBRO DE 2010 • 17
REPORTAGEM
ENTREVISTAS O RL retoma na próxima edição o conjunto de entrevistas a personalidades da região que já tiveram participação na vida política local. Envie-nos a sua sugestão para geral@reporterlocal.com
“Tenho gosto em dar sangue porque não sabemos o dia de amanhã” Cerca de 40 pessoas compareceram à recolha de sangue realizada na escola Bernardino Machado, em Joane. Luís Pereira | Texto e Foto
D
as quatro dezenas de pessoas que se apresentaram quinta-feira, dia 25, na escola Bernardino Machado de Joane para doarem sangue, cerca de 10, na sua maioria estreias, não reuniam condições para poderem fazê-lo. A iniciativa foi da Associação de Dadores de Sangue de Famalicão, que com regularidade faz o périplo pelo concelho. A colheita foi feita por técnicos do Instituto Português do Sangue do Porto. Rita Mendes, de Joane foi uma das voluntárias que participaram nesta recolha. Não sendo a primeira vez que deu sangue, a mulher de 37 anos não tem dúvidas que a sua acção “pode salvar vidas”. “Um dia posso precisar ou um filho meu. Dar sangue não custa nada e recomendo vivamente a todos que o façam”, sugere Rita. Deitada na marquesa ao lado de Rita estava Rosa Carneiro, também de Joane, que há 10 anos é dadora de sangue. “Já recebi o diploma! Tenho gosto em dar sangue porque não sabemos o dia de amanhã, o que sabemos é que isto faz falta”, assegura Rosa que nem a “canseira da data e da hora” a impediu de estar presente em mais uma recolha.
Iniciativa da Associação de Dadores de Sangue de Famalicão, a colheita de Joane foi feita por técnicos do Instituto Português do Sangue do Porto.
Apesar da grande maioria dos dadores que passaram pela escola Bernardino Machado na manhã de quinta-feira serem mulheres, a reportagem do RL encontrou Nuno Monteiro a comer um pequeno lanche para combater a possível fraqueza, antes de se deitar para doar sangue. À semelhança de Rita e de Rosa, dar sangue já faz parte dos hábitos deste joanense. “Já há algum tempo que não dava e por isso, quando soube desta recolha, preocupei-me em vir. Penso que desta forma posso ajudar algumas pessoas”, refere. Nuno admite ter ficado “de pé atrás” quando deu sangue pela primeira vez embora assegure que o receio não tem razão de ser. “Encaro de forma normal, é como ir a uma consulta médica. Deveria vir mais gente”. Para quem receia dar sangue, uma das enfermeiras do Instituto Português do Sangue do Porto, que esteve de serviço na recolha feita em Joane, Rosário Pereira, assegura que, caso o dador siga as recomendações dadas, não há risco de reacção. “Aconselhamos sempre a não fazerem exercício físico nas 24 horas seguintes à dádiva; no caso dos fumadores, não fumar nas duas horas após a colheita e, finalmente, devem alimentar-se e ingerir muitos líquidos de seguida”, aconselha aquela enfermeira.
18 NOVEMBRO DE 2010 • REPÓRTER LOCAL
localidades RONFE • CASO
Escola da Ermida ocupada por artesão Luís Pereira
A
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escola da Ermida de Ronfe foi cedida temporariamente ao artesão António Machado (na foto). A explicação foi dada ao RL por Silvério Silva, director do Agrupamento de Escolas Abel Salazar e responsável pela gestão do espaço desde que ficou devoluto em 2005 aquando do encerramento. António Machado diz ter a expectativa de que a cedência se prolongue uma vez que, adianta, criou uma associação no âmbito do projecto “Ronfe há 50 anos”. A Junta local já pediu explicações à Câmara de Guimarães que remeteu o assunto para a direcção da escola. “O meu pedido foi feito ao Agrupamento porque a Câmara não tem qualquer poder sobre a escola, quem manda é a Direcção Regional de Educação do Norte. Precisei do espaço para montar
o presépio ao vivo (inaugura no dia 18 de Dezembro) porque, para a edição deste ano, desejava montar num espaço exterior que tivesse terra que permitisse representar um rio”, refere António Machado. Versão diferente tem o responsável do Agrupamento. Silvério Silva diz que o pedido terá sido feito inicialmente ao município e que este o terá remetido para o agrupamento. “O Agrupamento precisa da escola da Ermida embora não a utilize sempre. Analisámos o pedido do Sr. Machado e, como não vemos inconveniente, permitimos que ocupasse a escola com o projecto do presépio ao vivo”, remata Silvério Silva. O artesão diz que está em processo de formalização uma associação que criou - “Associação Cultural e Recreativa Ronfe há 50 anos” - e não exclui a hipótese de pedir a
Ana Freitas Gestor de Seguros | Companhia de Seguros Tranquilidade Av. Pe. Silva Rego, Bl 502-B, loja 4 - 4770-205 Joane Tel/Fax 252 928 489; Tlm 966 441 391 email: ana.freitas@parceiros.tranquilidade.pt
escola da Ermida para sede. “Ainda não sei bem o que vou fazer, estou em fase de ponderação. Aquele espaço era o ideal para dar continuidade ao projecto”, garante. Sobre o assunto, Silvério Silva não dá garantias, dizendo que a ocupação actual é temporária e que um prolongamento terá de ser analisado e só será aceite caso envolva a comunidade escolar. O assunto tem sido comentado em Ronfe. A Junta de Freguesia tem reivindicado o espaço para uma Casa da Juventude e pediu explicações à Câmara sobre “os moldes em que a escola foi ocupada por um particular”. Segundo Daniel Rodrigues, “a Câmara remeteu resposta para o agrupamento” e por isso “aguardamos com expectativa uma vez que é conhecida a nossa luta para ali instalar uma Casa da Juventude”.
região
EM TEmpo de crise, atc vai ajudar desempregados A Associação Teatro Construção ( ATC) quer ajudar na criação de empresas só para desempregados. A ideia faz parte do Plano e Orçamento para 2011. “ Vamos reforçar o trabalho com os desempregados, ajudando-os na criação de micro-empresas. Temos o saber e podemos ser uma grande ajuda”, anunciou o presidente da ATC . A crise, diz Custódio Oliveira, “não pode fazer com que as pessoas desistam de criar”. “A crise é uma forma de colocar vidas em risco mas é, sobretudo, uma oportunidade de renovação e inovação”, referiu. A ATC propõe-se ajudar no estudo de mercado, nos ramos possíveis de criar empresas na região, adaptando a cada perfil e competências. De resto, a crise está presente no orçamento para 2011, no valor de 2,240 milhões de euros, que será “gerido por directores” e por áreas. Para o dirigente, os grandes projectos, como o hospital, mantém-se como objectivos em 2011 embora dependentes da abertura e do ritmo de andamento de alguns programas de financiamento público, nacionais e europeus.
Nº 140 • ANO XII • NOVEMBRO 2010 GRATUITO • MENSAL PROPRIEDADE: TAMANHO DAS PALAVRAS, LDA 252 099 279 geral@reporterlocal.com www.reporterlocal.com www.facebook.com/reporterlocal/
RL NATAL A 22 de dezembro A edição de Dezembro do RL sai mais cedo que o habitual - a 22 de Dezembro. Será uma edição de Natal. Nâo deixe de se associar a ela através da Publicidade.
Lojas da Feira
AIRÃO S. JOÃO• SAÚDE
Edifício vai ter “anexo” nas traseiras para caixas da água e EDP
Gratuito, o Gabinete funciona às terças-feiras, das 15h00 às 16h00, na piscina local
de remendo em remendo
O edifício com quatro lojas situado no Largo 3 de Julho - em fase de construção - sofreu mais alterações. Agora, foi construído um “anexo”, nas traseiras, para colocar contadores da água e electricidade. A forma pouco vulgar da obra e a sua estética têm merecido criticas e reparos. Fontes ligadas ao projecto de renovação do Largo asseguram que terá havido um “esquecimento” dos contadores no interior do edifício. “Os técnicos da EDP chegaram cá para fazer a ligação e a verdade é que não tinham como a fazer”, assegura fonte contactada pelo RL. O vereador José Santos, com o pelouro das Obras Municipais na Câmara (dona da obra), diz que não tem informações sobre o assunto, mas coloca de lado a hipótese de esquecimento. “Duvido que uma coisa dessa importância tenha sido esquecida”, refere. À margem deste insólito, José Santos avança que, até ao final do ano, a requalificação ficará concluída. “As lojas estão prontas, falta apenas a ligação eléctrica e, no espaço envolvente, alguns pormenores, como a construção de uma escada de ligação entre o piso de baixo e o de cima. Julgo estarmos em condições de, antes do final do ano, darmos por concluída a empreitada”, adianta. A renovação do Largo 3 de Julho já fez correr muita tinta. As lojas foram construídas para acolher os comerciantes que não chegaram a acordo com a autarquia quanto ao valor das indemnizações. Até
hoje, nenhum responsável político em Joane, do poder e da oposição, teceu elogios à obra. “Sou muito crítico do projecto. Com 100 mil euros tinha-me entendido com todos os lojistas. A Câmara assim não entendeu e construiu à pressa umas lojas que não foram pensadas. Tudo era evitável”, diz Sá Machado, presidente da Junta de Joane. O edifício é criticado pela falta de estética e pelos episódios que marcaram a sua construção. Desde logo, a colocação de janelas nas traseiras, que não estava prevista, e que só por pressão dos comerciantes é que, entretanto, foram feitas. A escolha da tijoleira originou problemas com lojistas a apontarem diferenças entre a que escolheram e a que foi colocada. No rol das confusões está ainda a atribuição da quarta loja, reinando um certo “secretismo” por parte da Câmara quanto a este assunto. A possibilidade de ser ocupada por uma associação não é pacífica. Entregá-la à exploração de um café parece ser a ideia que mais agrada à Junta e à oposição. O RL sabe que o PSD joanense já procurou informações sobre este assunto junto da Câmara, mas que, apesar de prometidas, ainda não chegaram. O RL sabe também que, depois da “guerrilha política” por altura das autárquicas, o tão falado direito de superfície ainda não foi assinado. Em caso de discórdia com a Câmara quanto à ocupação da quarta loja a Junta local pode usar esse “trunfo”.
Junta lança Gabinete de Enfermagem
A Junta de Freguesia de Airão S. João já começou a disponibilizar consultas de enfermagem dirigidas à população. O Gabinete de Enfermagem funciona nas instalações de apoio da piscina local. Trata-se de “uma medida de alcance social que visa permitir à população, e aos idosos em particular, a realização de exames de rotina, como medir a tensão arterial, a diabetes e o colesterol”, refere a autarquia. Este serviço, gratuito, resulta da parceria da Junta com uma enfermeira do Centro de Saúde das Taipas. Actualmente, são vários os idosos da localidade que se deslocam a Ronfe, a cinco quilómetros, para efectuarem controle médico de rotina. “Com o Gabinete de Enfermagem, passarão a ter a possibilidade de fazerem esse controle de forma mais cómoda e num local adequado”, salienta a Junta. Para facilitar a deslocação daqueles que residem em locais mais afastados, ou que têm problemas de locomoção, a Junta estabeleceu um acordo com a Associação Fórum de Airão para garantir o transporte em autocarro. A viatura circulará pelos vários locais da freguesia, à terça-feira, transportando (ida e volta) os utentes que queiram beneficiar do Gabinete de Enfermagem.