Edição de Setembro

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VERMIL

Empresa do presidente faz obra paga pela Junta de Freguesia Nº 150 • ANO XIII • SETEMBRO 2011 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE

p. 07

RONFE | p. 07

Festa no primeiro dia do Centro Escolar

Autarca admite fusão de Vermil, Oleiros, Airão S. João e Airão Santa Maria com Ronfe

As 412 crianças que estreiam a nova escola joanense foram recebidas em ambiente festivo. Os pais também se associaram ao primeiro dia de escola.

VERMIL | p. 13

Faltas do eleito do PP podem ir a tribunal CASTELÕES | p. 084

Vinte e cinco mil euros para requalificar rua do Centro Social p. 04

Joanense recebe multa da Madeira... onde esteve há 50 anos! p. 09

JOANE | p. 044

Secundária fica Ronfe planta couves nos sem 10 milhões de euros para buracos da estrada obras p. 08 DESPORTO | p. 154

Ciclismo ganha força na prova Famalicão Joane RL MAGAZINE

As Velhas Glórias do Liceu de Joane. Grupo no Facebook já tem mais de 600 pessoas PUBLICIDADE

p. 10

ENTREVISTA | p. 14

Presidente de Airão Santa Maria faz balanço a meio mandato



REPÓRTER LOCAL • SETEMBRO DE 2011 • 3

EM FOCO 1

ESCOLA DE GIESTAIS Grupo Danças e Cantares; Grupo Etnográfico Rusga; Coral Divino Salvador; Grupo Infantil; Associação de Pais da Escola Secundária; Associação Musical.

ESCOLA DA AVENIDA C N E ; G u i a s d e Po r t u g a l ; Fraternidade Nuno Álvares. ESCOLA MATO DA SENRA Comissão Social Interfreguesias | Loja Social.

ESCOLA MONTELHÃO Associação Juventude de Joane; Escola de Atletismo Rosa Oliveira; Associação Didascália; Associação de Reformados; Joane BTT.

ESCOLA CIMA DE PELE Ave Cooperativa de Intervenção Psico-Social (ACIP)

JOANE | escolas

Escolas entregues... à confusão!

quem assume custos com a manutenção das escolas?

Associações queixam-se de falta condições e contestam critérios de distribuição

A

Luís Pereira

inda sem terem sido formalmente informadas da decisão, muitas das associações de Joane contempladas com salas das escolas primárias que agora se encontram devolutas mostramse contra a distribuição que o RL deu a conhecer na edição passada. Às associações têm-se associado, também, vozes críticas quanto aos critérios definidos pela Junta de Joane e pela Câmara de F amalicão . “Quis-se agradar e por isso deu-se salas a todas as associações quando deveriam ser distribuídas em função de projectos concretos. As escolas poderiam, por exemplo, servir de incubadoras de empre sas”, apontou Sérgio Cortinhas, ex-presidente da Assembleia de Freguesia (AF), na última sessão deste órgão. O presidente da Junta, Sá Machado, garante que haverá fiscalização e só terão direito a permanecer nas escolas as associações que “fizerem prova de vida”. “Nas escolas que a Junta vai gerir (Mato da Senra, Montelhão e Giestais) vai existir um regulamento de utilização que todos têm de assinar. A Junta vai fazer o acompanhamento da actividade das associações exigindo o plano de actividades. Isto não é só direitos, nenhuma terá o espaço garantido para

sempre. Se a associação deixar de ter actividade, de ixa de o pode r usar”, garante o autarca. A entrega da maior das escolas (Avenida) à Paróquia, que lá deverá colocar os escuteiros, as Guias e a Fraternidade Nun´Álvares, também tem sido alvo de críticas. O eleito socialista Carlos Rego lembra que estas instituições já dispõe m do salão paroquial para as suas iniciativas e vê na mudança um sinal de que este espaço nunca mais será recuperado. “Os escuteiros deveriam pugnar pelo arranjo do salão, se saírem, é mais um passo para nada se fazer naquele edifício”, salienta. Miguel Coelho, eleito do PSD/PP na AF e chefe do agrupamento do CNE de Joane, diz que as críticas são injustas, mas critica os critérios utilizados na distribuição dos espaços. “Nunca concordei com esta solução de dividir o mal pelas aldeias. É injusto dar salas a quem não trabalha e sabemos que há muitas associações em Joane que, apesar de existirem, têm pouca ou nenhuma actividade. A Junta que agora quer colher louvores quando a decisão foi da Câmara, andou sempre por conveniência neste processo. Antes das eleições houve uma reunião da qual foi redigida uma acta mas, entretanto, apareceram outras associações da influência do PS a que também se teve de

agradar”, refere o dirigente dos escutas joanenses. As 15 instituições contempladas ainda não foram notificadas pela Câmara Municipal (dona dos edifícios) quanto às decisões. O plano de distribuição foi divulgado pelo RL (ver cabeçalho) com base nas informações recolhidas junto do município e da Junta. A disposição anunciada, se tinha intenções de agradar a todos, acabou por receber fortes críticas. Há já quem fale em rejeitar o espaço que lhes tocar (ver caixa).

Questionado sobre os problemas apontados pelas associações, Sá Machado diz que a distribuição anunciada não é definitiva. O que existe, adianta, é “um esboço que poderá ser alterado”. “Há novas associações em Joane que foram contempladas porque pediram mas, se até à distribuição definitiva não se constituírem como associação, perderão o direito à sala”. Outra das interrogações prende-se com a responsabilidade de manutenção dos edifícios. Quem paga? O que acontecerá em caso de falta de zelo? O autarca joanense, diz que estas questões estarão previstas no regulamento, o que não descansa alguns dirigentes. “A Junta sempre gemeu por não ter dinheiro para fazer pequenas reparações nos edifícios enquanto eles funcionavam para as escolas e agora vai ter?”, questiona Miguel Coelho. “A Câmara tem obrigação de ceder as salas em condições. A manutenção, a partir daí, tem de ser dividida entre as associações. No caso de danos maiores, se houver culpa de uma associação esta deverá ser responsabilizada. Não podemos querer casa, cama e roupa lavada”, considera Ricardo Carneiro. O presidente da Junta diz que nada está ainda definido e admite que as obras nas escolas possam substituir os habituais subsídios à associações. “A Junta não tem dinheiro para tudo. No caso de termos de fazer obras nos edifícios, os subsídios anuais às associações poderão deixar de existir”, avisa o autarca.

associações contestam critérios de atribuição das escolas e admitem recusar os espaços que lhes forem destinados Os três grupos folclóricos de Joane não escondem o desconforto. Ao abrigo do esquema de distribuição de salas, os três grupos irão coabitar na escola de Giestais. Todos criticam a decisão, falam que não era o que estava pre visto e que, desta forma , não servirá as necessidades de ninguém. “A distribuição anunciada não agrada , de todo, à Rusga . Aceitámos o que nos at ribuírem, porque não temos nenhuma sede, mas apenas usaremos a sala para guardar o património do grupo. Uma sala apenas não tem as mínimas condições para ensaios. Houve uma distribuição exemplif icativa , sugerida pela Junta à Câmara , há cerca de dois anos, que não tem nada a ver com a que foi anuncia da . A escola de Giestais estava apenas para a Rusga e Associação Divino Salvador de Jo-

“Há associações a quem não se conhece trabalho e que terão também um espacinho.”

ane. Cada uma com uma sala para reuniões e um espaço comum para ensaios. Partilhar o mesmo espaço com o Danças e Cantares, por exemplo, não será fácil, porque ambos ensaiamos no mesmo dia e hora”, diz Ricardo Carneiro, da Rusga de Joane. Argumentos partilhados por Deolinda Salga do, vice-presidente do Grupo Danças e Cantares. “Se for como anunciam, só f icaremos com a sala para fazer dela a nossa sede”, diz

a dirigente. Custódio Fernandes, presidente da Associação Divino Salvador de Joane (que integra o grupo de folclore infantil da vila) diz aguar dar pela comunicação of icial. Apesar disso, vai avisando que, caso se conf irme o pre visto, irá rejeitar a sala . “Queremos sair do salão paroquial porque não oferece condições mas não iremos para uma situação em que as condições ainda sejam piores. A distribuição anunciada é feita sem critério, para não dizer sem gosto. Há associações a quem não se conhece trabalho e que terão também um espacinho. Queremos reactivar projectos como as escolas de músi ca e de inglês mas, ou temos um espaço em condições ou então nem vale a pena”, refere Fernandes.


4 SETEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

EM FOCO 2

RONFE | Câmara lança concurso do cENTRO escolar A C â m a ra d e G u i m a rã e s va i l a n ç a r co n c u r s o p ú b l i co p a ra co n s t r u ç ã o d o C e n t ro E s co l a r d e Ro n f e , o r ç a d o e m 3 , 6 m i l h õ e s d e e u ro s . O C e n t ro s e rá co n s t r u í d o j u n t o à e s co l a A b e l S a l a z a r e d e v e rá r e c e b e r a l u n o s d e o u t ra s f r e g u e s i a s , co m o Ve r m i l e O l e i ro s .

ensino

O primeiro dia do Centro Escolar de Joane Ambiente de festa marcou abertura do Centro Escolar. A inauguração oficial continua sem data marcada

Texto e Fotos | Luís Pereira

O

primeiro dia de funcionamento do Centro Escolar de Joane foi assinalado com festa. À espera das primeiras 412 crianças que estreiam a nova escola joanense estavam insufláveis, pinturas, palhaços, jogos e muita animação. A iniciativa foi do Agrupamento de Escolas Bernardino Machado mas os pais também se associaram ao primeiro dia de escola. “É uma nova etapa na vida deles. Como mãe sinto-me mais tranquila ao saber que o meu filho está numa escola como esta que oferece todas as condições”, confessou Cristina Araújo, uma das mães presentes na recepção aos alunos. Construído pela empresa ACA Construções, de Famalicão, o Centro Escolar representa

um investimento de mais de três milhões de euros assumido em partes iguais pela Câmara Municipal e por fundos comunitários. O Centro acolhe todo o ensino pré-escolar e o primeiro ciclo de Joane. O transporte escolar chega agora ao primeiro ciclo que passa também a ter refeições e uma biblioteca. “No meu tempo não havia nada disso, os miúdos têm aqui muito por onde se entreterem, agora já não há desculpas para não aprenderem, têm tudo à mão”, disse José Teixeira, pai de um aluno. A manhã de diversão que serviu de acolhimento aos alunos antecipou a inauguração oficial da escola, que continua ainda sem data marcada. “Queríamos fazer uma festa para assinalar este dia tão importante não só para a comunidade escolar como para toda a vila de Joane. O objectivo é que as crianças

guardem este dia para sempre. Quanto à inauguração oficial, o agrupamento desconhece datas mas sabe que é intenção do município que ela aconteça”, adiantou, ao RL, Manuel Oliveira, professor responsável pelo primeiro ciclo do Agrupamento. “As anteriores escolas davam sinais de degradação e não iria ser possível continuar naqueles edifícios por muitos mais anos. A qualidade deste Centro deve servir de estímulo para que se desenvolva melhor a actividade pedagógica”, frisou o director do Agrupamento, Alfredo Lima. O transporte escolar e o serviço de refeições têm gerado alguns problemas nos primeiros dias de aulas na nova escola. Alfredo Lima assegura, contudo, que são “questões de pormenor” e que “o transporte e as refeições estão garantidos”.

JOANE

SECUNDÁRIA PODE FICAR SEM 10 MILHÕES PARA OBRAS A escola secundária de Joane (ESJ) é uma das afectadas com a suspensão dos projectos da Parque Escolar que aguardavam abertura de concurso público para remodelação. A Câmara de Famalicão e a direcção da secundária tentam agora encontrar soluções para viabilizar as obras. Uma delas poderá ser a inclusão da obra no Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC). A ESJ fazia parte da lista de 90 escolas secundárias que no próximo ano seriam remodeladas no âmbito do programa de requalificação da Parque Escolar. O investimento superior a 10 milhões de euros ficou suspenso porque o Governo quer auditar a Parque Escolar.

A direcção da escola não foi informada “formalmente”. “Se tal vier a acontecer, será uma péssima notícia para Joane, que não terá uma escola tão digna em termos de instalações como as restantes do concelho”, refere Alfredo Mendes, director. Na opinião de Leonel Rocha, vereador da Câmara de Famalicão, “com os milhões gastos nas obras das duas escolas da cidade, seria possível fazer obras nas três secundárias do concelho”. Agora, garante este responsável, “a Câmara tudo fará para convencer o Governo a intervir em Joane para que a escola Padre Benjaim Salgado não seja o parente pobre das secundárias do concelho”. Entretanto, a precisar de arranjo continua o

largo junto à entrada da escola secundária, de que deu conta o RL na edição de Janeiro. Na altura, nem Câmara de Famalicão, nem direcção da escola, nem Junta de Joane assumiram a responsabilidade de reparar o piso. Alfredo Mendes mostra-se preocupado com o estado do pavimento e teme que este se grave com a chegada das chuvas. A Câmara de Famalicão continua com dúvidas acerca da entidade responsável por intervir no espaço. “Não temos certezas se está sob a nossa alçada ou do Ministério da Educação. Independentemente disso, face ao estado em que o piso se encontra, estou a tentar acautelar a intervenção no orçamento do município”, informou o vereador Leonel Rocha.


REPÓRTER LOCAL • SETEMBRO DE 2011 • 5

OPINIÃO | Páginas 17, 18 Luís Santos debruça-se sobre a crise e os sacrifícios a que vai obrigar os portugueses. Miguel Azevedo salienta a importância mas também os obstáculos do GD Joane; Fernando Castro Martins evoca a República.

REPÓRTER LOCAL • SETEMBRO

DE 2011 • 7

LOCALIDADES VERMIL • POLÉMICA

RONFE • ASSEMBLEIA

Empresa do presidente a faz obra paga pela Junt de Freguesia , no valor Obra da Capela Mortuária a pela de 110 mil euros, foi adjudicad empresa Junta, por ajuste directo, a a Vidal. que subcontratou Serralhari diz que é Oposição critica, autarca freguesia. para benefício da

editorial

A

joaquim forte

Os fins não devem justificar todos os meios “Roubou mas fe z obra”. Esta frase ouve-se muito por estes dias a propósito da “colossal dívida” da Madeira, onde Alberto João Jar dim se prepara para mais uma maioria abso luta. Enquanto isso, peito inchado, vai repe tindo a enxurrada de insultos aos “cubanos do Continente”. A frase está entranhada na opinião públi ca, que condescende com o atropelo das re gras, com a espertice de tornear as leis e de desv iar ou esconder fundos - desde que seja para fazer obra para nós está tudo bem! O caso da Madeira, em que o papel de Jardim se assemelha ao de uma personagem de opereta que continua a fazer rir muita gente com as suas tiradas populistas, não é único na assumpção deste princípio. Ele é válido para muitos. 2 - O presidente da Junta de Freguesia de Vermil, Armando Vidal, autarca admirado dentro e fora do partido pelo qual foi eleito, não vê entraves - morais que sejam - ao facto

Fusão de freguesias preocupa autarca

em vez do a concurso público presidente ajuste directo. Se o o recusava da Junta fosse séri empresa do presidente pusesse os pés i l , que a sua empresa da Junta de Verm to, continuará o i na obra. Com is Armando Vidal, f idoneidade da ra a suspeição e a o socialista. subcontratada pa nte é posta e d i s e r p o d custos”, argumento u e a t n u a ideia serralharia J Luís Pereira fazer os trabalhos de atirou o eleito. Segundo Manuel Azevedo, m o s , u m a o b r a em causa”, ria, nger també da Casa Mortuária obre a Casa Mortuá de p a s s a p o r a b r a A oposição A i n d a s presidente da Junta l Salazar, tendo já em fase de exe paga pela autarquia. u e , alunos da Abe s e s s ã o d a que se encontra criticou a falta Ronfe considera q colaboração da dicondena. Na última s ã o sido pedida a dia 2, cução, a oposição strou a num cenário de fu a escola, que se mo d o Assemblei a de Freguesia, ã ç c e amento. “A Junta e r n o i s i c a a t s m e o , protesto. o de freguesias r do próximo uniu-se num coro de o não acautelarem receptiva. “A parti em mais C â m a r a , a que Vermil, Oleiros, a vigorar será moral passam a provável perdem manuais A obra em causa, orçada os ento, Maria sejam ano, adjudicada estacionam ndo que ados Airão S. João e Santa de 110 mil euros, foi eis anos, possibilita o pedirem aos priv . Falando na por s empresa de q u a n d uma boa “anexadas” a Ronfe por ajuste directo à lsa funcione como ao domínio público”, de Freguesia, a bo & António cedências última Assembleia para a carteira dos pais”, construção “Jerónimo u Filipe Machado. solução arguargumento tou no dia 25, Daniel Rodrigues t o d o referiu o eleito. Martins, Lda” que subcontra r i o A r m a n d o V i d a l , q u e e s t e v e n a são “faz aria Má mentou que esta fu sem o Secre Mendes, da CDU, alertou, a empresa “Serralh “ a p o p u l a ç ã o Fátima o autarca mesa do Executivo ade de, o sentido” porque Vidal & filhos”, da qual m, para a necessid Mendes, assegurou é a Ronfe que p o r é zar para os tário Marçal destas freguesias já iro lugar, sensibili mento não será Armando Vidal é gerente, de saúde e m p r i m e a. q u e o e s t a c i o n a exijam dos se desloca” para questões trabalhos de ferro e serralhari porque existem alter os pais para que estes o dos e s m a q u e , problema a e de educação. “Esta empresa é a m que o parque da Cas filhos uma maior preservaçãz a d o s foi eleito, n a t i v a s e administra tiva preocupa lidade a e r reforma a A m u s para serem reutili i á r a quando Armando Vidal e u s n “ a a i m r á proximida de e da Junta, Mortu o autarca por causa da alunos. fez as obras na sed a deitar abaixo o “O presi - por outros sub- s e a P a r ó q u i inBrito. sido de vila altura à Rodrigues na Ronfe Daniel de tendo também Guimarães já No encontro, a Vidal. muro”. ntas dente da Câmara de contratada a Serralhari do feito entre as ju ra o concelho onestidade O acor idisse que o ideal pa É uma questão de h il e Oleiros de defin e apenas 20 Filipe Ma- de Verm s foi seria a existência d intelectual”, acusou s limites territoriai for, um dos regressado ção do pela freguesias. Se assim chado, eleito do PP rejeitado de forma unânime será o de manter s o i v ausências. b ó s o i r várias é t i Domingos r c após de cautela , à AF a depois as freguesias “Temos de ter e s c o n d e u Assemblei as vilas, fundindo- se Armando Vidal não do PS, ter alertado para e s t a s . A c o n - não vá o diabo tecê-las e p r e s a q u e Barros, mais pequenas com a participação da em proposta, uma vez rito são vilas a opo - o f a c t o d e a mpo tece que Ronfe e B -nos fundir com gere na obra mas acusou da, levar a que o Ca lado uma da quererem stela”. Em aprova que se encontram ao sição de “dor de co o Escutista Padre o é que ão da d e F o r m a ç ã d e t e r c a u t e l a , n ã o Brito. O contrári s o , l participaç m e e a u T g i . a M r t . u S o e d entender, e t n seu o nos a “só F l á v i o , n o M vá o diabo tecê-las e quereremfaria mais sentido. “ sua empresa na empreitad u e - p a s s e a p e r t e n c e r à f r e g u e s i a contrário é a a freg fundir com Brito. O trará benefícios par ido. É cá que f a z e r u m a vizinha. xeque faria mais sent sia”. “Se eu puder o foi acatado pelo E m centro de custa 200 O repar roestá uma escola e u Casa Mortuária que ue tinha trazido a p as il, eu não cutivo q o serão umas piscin ã foi n e e d assim ú a s que mil euros por 150 m votação, -nos”, o d e i x a r a posta para já adquiriu que conseguirã o destrunfar hesito porque quer todos os partidos. formou que a autarquia sendo a rejeitada por eguesia, afirmou o autarca. minha marca e sei que, leão para servir a fr A z e v e d o , d o um o antigo usto é bem Na sessão, Manuel minha empresa, o c ndo ficar junto ao unta criasse, deve -se de dor PS, propôs que a J “Além do oleão, preten mais baixo. Deixem O presidente da Junta, a A s s o c i a ç ã o quiosque. c o l o c ar qui não há em articulação com s ajard inar o l o c al e de costela porque a Armand o Vidal, não d e m a n u a i s d e mo fazer a o Rei de Pais, uma bolsa tátua a homenagear nada escondido e se puder ção da vila. “A uma es s o o farei n u l participa a a a assim r prende-se a p s e ferro, r receio a l em o escondeu esc O único obra toda aos pais para do Pegú. guesia não Uma vez que associação vai apelar que gere na porque sei que a fre com a centralidade. empresa o da c s e s i a , u n , a o t m n s contrário” ime que entreguem o sítio de grande mov fica prejudicad a, pelo s para serem é um mo e obra da Casa Mortuária lares dos seus filho s pela falta de civis defendeu o autarca. por outros t e m e m o insurgiumento”, usados no ano seguinte Abílio Oliveira, do PS, mas acusou a oposição tilização do equipa solução para m á u omo a obra alunos. Será uma boa o autarca. se contra a forma c de “dor de costela” , a o r e d u z i r disse obra desta a carteira dos pais foi adjudicada . “Uma submetida dimensão deveria ser

Luís Pereira

O

de a sua empresa trabalhar para a Junta de Freguesia. A Junta adjudicou a construção da Capela Mortuária a uma empresa que, por sua vez, subcontratou a empresa de que Vidal é só cio-gerente. Ou seja, a empresa de Armando Vidal vai construir para o cliente Junta de Freguesia de Vermil. De que é presidente. Não admira que o caso tenha gerado polémica na última Assembleia de Freguesia. Além da questão de “honestidade intelectu al” lembrada pelo eleito do PP, a oposição estranhou que a obra não tenha sido sujeita a concurso público. Armando Vidal diz que tudo não passa de “dor de costela” da oposição. O facto de o empresário Armando Vidal ter como clien te a Junta de Vermil liderada por Armando Vidal não constitui nenhum obstáculo: “Sei que, sendo a minha empresa, o custo é bem mais baixo. Deixem-se de dor de costela por que aqui não há nada escondido. A freguesia não fica prejudicada, pelo contrário”.

PAG. 07 | assembleias A Assembleia de Freguesia de Vermil foi quente. Na de Ronfe, o presidente da Junta mostrou preocupação pela fusão de freguesias.

3 - Joane tem um Centro Cultural que já teve actividade mais intensa (nem o cinema aguentou). As salas mais próximas ficam a 11 quilómetros. Em matéria de museus, o cenário é ainda pior. Por isso, a ocupação das escolas primárias de Joane podia ter sido uma excelente oportunidade para impulsio nar novas dinâmicas. Ao atribuir as salas a uma miríade de instituições tornou-se evi dente a ideia de agradar a todos, mas, se em vez disso, quem decidiu tivesse avaliado as propostas e decidido em função da qualidade das mesmas, da sua viabilidade, da sua po tencialidade de reconhecimento para Joane, poderia ser um primeiro passo para reforçar a dinâmica cultural da vila. Nota final: Ao contrário do que anuncia um supermercado cá do sítio, Outubro não de verá ser, para a grande maioria dos cidadãos comuns, “o mês mais alegre do ano”. As notícias destes dias não perspectivam futuro radioso.

cartoon rl

protagonistas

tiago mendes (tiag0_mendez@hotmail.com)

ARMANDO VIDAL O presidente da Junta de Vermil está no cerne de uma polémica local. Em causa está a construção da Capela Mortuária, uma obra paga pela Junta de Freguesia. A oposição critica e estranha que a empresa do autarca surja numa obra paga pela Junta que lidera. filipe machado O eleito do PP na Assembleia de Freguesia de Vermil não compareceu a várias sessões daquele órgão. Segundo o presidente da AF, não terá apresentado justificação, pelo que encaminhou o caso para o Ministério Público. DANIEL RODRIGUES Começa a ser uma imagem de marca do autarca de Ronfe: protestos de rua e através da Internet como forma de chamar a atenção da Câmara Municipal de Guimarães.

DANIEL RODRIGUES: o autarca de Ro n fe e m p u n h o u a e n xa d a p a ra p l a n t a r co u ve s n o m e i o d a e s t ra d a , n o l u g a r d a G a n d ra , e m Ro n fe

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6 SETEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

DÁ QUE PENSAR!

Fórum

Falso padre obrigado a pedir desculpa à Diocese de Braga

Mulher arrependida por ter abandonado um bebé

O Tribunal de Santo Tirso condenou a dois anos e meio de prisão, com pena suspensa, o “falso padre” que durante quatro anos celebrou missas, casamentos, baptizados e funerais em todo o país, inclusive na Sé de Braga. Agostinho Caridade, de 38 anos, de Barcelos, foi condenado pelo crime de usurpação de funções e de burla qualificada. Fica obrigado a indem nizar 4.727 euros a três pessoas que burlou e a pedir desculpa à Arquidiocese de Braga, às paróquias onde exerceu ilegalmente. Terá ainda de pagar 3.000 euros por ter “lesado a fé” dos queixosos.

Uma mulher da Maia abandonou o bebé para esconder a gravidez do marido. A mulher, de 30 anos, já tinha três filhos (o mais pequeno com 18 meses e o mais velho com sete anos) e escondeu a gravidez do marido. Teve o bebé sozinha em casa e abandonou-o, no dia seguinte, à porta de um prédio, em Vila do Conde. Arrependida, decidiu entregar-se à Polícia e diz que pretende recuperar a criança.À polícia confessou que não acreditava que fosse capaz de educar mais uma criança com os poucos rendimentos dela e do marido.

Fo n t e : D IÁR I O D E N OT Í C I A S

Fo n t e : D I ÁR I O D E N OT Í C I A S

DIAS DE ONTEM

Se tiver fotografias que mostrem aspectos que já desapareceram ou efeitos das alterações na paisagem da sua terra , e se as quiser partilhar com os leitores, envie por mail , geral@reporterlocal .com, ou por correio.

ReguiLa UMA Praça de táxis no meio da via A falta de lugares para táxis junto à nova feira de Joane vinha sendo apontado nos últimos tempos. Apesar de ser uma zona nova, nascida de planeamento, a feira não dispunha de aparcamento para estas viaturas. A solução é que pode merecer reservas. Em vez de ter ficado junto ao recinto da feira, a praça de táxis está instalada no novo arruamento que liga à EN 206. Mas, não se sabe se por descuido se por falta de espaço, a “praça” de táxis foi criada em plena via, onde é suposto circularem os automóveis! Não teria sido melhor alargar na parte do passeio?

JOANE, 10 Maio de 2003 O momento digno de aplauso foi a estreia , no Centro Cultural de Joane, da peça de teatro “Bernardino Machado, um Homem Livre”, da autoria de Custódio Oliveira . Mário Soares aplaude e espreita o teor da placa , tendo a seu lado, além do presidente d a ATC , Fe r n a n d o G o m e s , expresidente da Câmara do Porto e ex-ministro – num plano secundário, Leonel Rocha , ve reador da Câmara de Famalicão. Imagem de um tempo em que a a c t i v i d a d e c u l t u r a l d a ATC merecia a presença de ilustres convidados.

o que se diz “Só porque um tarado qualquer se lembra de me citar como testemunha, eu tenho que suportar isto? Eu, que tenho uma conduta irrepreensível, que passo a vida em Fátima?”. José Castelo Branco sobre o seu envolvimento no caso de um empresário famalicense acusado de abusos sobre a mulher.

“Acidente em Espanha tira a vida a bombeiro dos Famalicenses”. O Povo Famalicense

“Famalicense e família executados na África do Sul” Idem

“Daniel Rodrigues, presidente de junta de Ronfe, afirmou aos microfones do auditório da Universidade do Minho que os empresários do vale do Ave são uns bandidos. É uma afirmação muito, muito, mas muito séria! E gravíssima”. Casimiro Silva, no seu blog

“Polícia Judiciária investiga assalto a três mulheres da freguesia de Leitões. O assaltante, que terá actuado sozinho e de cara tapada, usou arma para obrigar as mulheres a entregar as carteiras. Para além dos documentos pessoais, tinham cerca de 300 euros. Guimarães Digital

“O relvado sintético do Desportivo de Ronfe foi alvo de uma intervenção para corrigir um defeito de fabrico. O relvado apresentava um desnível junto a uma das laterais”. Guimarães Digital

“O Grupo Etnográfico Rusga de Joane esteve na ilha da Madeira entre 26 de Agosto e 2 de Setembro, a promover e a divulgar as tradições minhotas. Entre diversas actuações destacam-se a participação na Semana Europeia da Cultura no Funchal e no Festival Internacional do Folclore da Ponta do Sol, a convite do grupo desta cidade”. O Povo Famalicense

“A aplicação das propostas do Governo no Documento Verde para a redução do número de freguesias resulta na agregação de 2.504 freguesias, revelou hoje o presidente da ANAFRE, Associação Nacional de Freguesias”. Diário de Notícias

“Homem atropelado na A25 depois de parar para pedir informações”. Correio da Manhã

“Cavaco pede aos portugueses para não desistirem”. Diário Económico

“Não é a justiça que distingue o ladrão rico e o ladrão pobre. São os próprios portugueses. Gostam de ser roubados. Desde que o ladrão, claro, “tenha obra”. Daniel Oliveira, Expresso


REPÓRTER LOCAL • SETEMBRO DE 2011 • 7

LOCALIDADES vermil • polémica

RONFE • ASSEMBLEIA

Empresa do presidente faz obra paga pela Junta de Freguesia Obra da Capela Mortuária, no valor de 110 mil euros, foi adjudicada pela Junta, por ajuste directo, a empresa que subcontratou Serralharia Vidal. Oposição critica, autarca diz que é para benefício da freguesia.

Luís Pereira

A

empresa do presidente da Junta de Vermil, Armando Vidal, foi subcontratada para fazer os trabalhos de serralharia da Casa Mortuária, uma obra paga pela autarquia. A oposição condena. Na última sessão da Assembleia de Freguesia, dia 2, uniu-se num coro de protesto. A obra em causa, orçada em mais de 110 mil euros, foi adjudicada por ajuste directo à empresa de construção “Jerónimo & António Ma rtins, Lda” que subcontratou a empresa “Serralharia Mário Vidal & filhos”, da qual o autarca Armando Vidal é gerente, para os trabalhos de ferro e serralharia. “Esta empresa é a mesma que, quando Armando Vidal foi eleito, fez as obras na sede da Junta, tendo também na altura sido subcontratada a Serralharia Vidal. É uma questão de honestidade intelectual”, acusou Filipe Machado, eleito do PP regressado à AF após várias ausências. Armando Vidal não escondeu a participação da empresa que gere na obra mas acusou a opo sição de “dor de costela”. Em seu entender, a participação da sua empresa na empreitada “só trará benefícios para a freguesia”. “Se eu puder fazer uma Casa Mortuária que custa 200 mil euros por 150 mil, eu não hesito porque quero deixar a minha marca e sei que, sendo a minha empresa, o custo é bem mais baixo. Deixem-se de dor de costela porque aqui não há nada escondido e se puder fazer a obra toda em ferro, assim o farei porque sei que a freguesia não fica prejudicada, pelo contrário”, defendeu o autarca. Abílio Oliveira, do PS, insurgiuse contra a forma como a obra foi adjudicada. “Uma obra desta dimensão deveria ser submetida

a concurso público em vez do ajuste directo. Se o presidente da Junta fosse sério recusava que a sua empresa pusesse os pés na obra. Com isto, continuará a suspeição e a idoneidade da Junta e do presidente é posta em causa”, atirou o eleito. Ainda sobre a Casa Mortuária, que se encontra em fase de exe cução, a oposição criticou a falta estacionamento. “A Junta e a Câmara, ao não acautelarem o estacionamento, perdem a moral quando pedirem aos privados cedências ao domínio público”, argumentou Filipe Machado. Armando Vidal, que esteve na mesa do Executivo sem o Secre tário Marçal Mendes, assegurou que o estacionamento não será problema porque existem alter nativas e que o parque da Casa Mortuária “será uma realidade se a Paróquia deitar abaixo o muro”. O acordo feito entre as juntas de Vermil e Oleiros de definição dos limites territoriais foi rejeitado de forma unânime pela Assembleia depois de Domingos Barros, do PS, ter alertado para o facto de a proposta, uma vez aprovada, levar a que o Campo de Formação Escutista Padre Flávio, no Monte de S. Miguel, passe a pertencer à freguesia vizinha. O reparo foi acatado pelo Executivo que tinha trazido a proposta para votação, que assim foi rejeitada por todos os partidos.

O presidente da Junta, Armando Vidal, não escondeu a participação da empresa que gere na obra da Casa Mortuária mas acusou a oposição de “dor de costela”

Fusão de freguesias preocupa autarca Luís Pereira

O

presidente da Junta de Ronfe considera que, num cenário de fusão de freguesias, o mais provável será que Vermil, Oleiros, Airão S. João e Santa Maria sejam “anexadas” a Ronfe. Falando na última Assembleia de Freguesia, no dia 25, Daniel Rodrigues argumentou que esta fusão “faz todo o sentido” porque “a população destas freguesias já é a Ronfe que se desloca” para questões de saúde e de educação. A reforma administrativa preocupa o autarca por causa da proximidade de Ronfe à vila de Brito. “O presi dente da Câmara de Guimarães já disse que o ideal para o concelho seria a existência de apenas 20 freguesias. Se assim for, um dos critérios óbvios será o de manter as vilas, fundindo-se as freguesias mais pequenas com estas. Acontece que Ronfe e Brito são vilas que se encontram a o lado uma da outra. Temos de ter cautela, não vá o diabo tecê-las e quererem-nos fundir com Brito. O contrário é que faria mais sentido. É cá que está uma escola e um centro de saúde e não serão umas piscinas que conseguirão destrunfar-nos”, afirmou o autarca. Na sessão, Manuel Azevedo, do PS, propôs que a Junta criasse, em articulação com a Associação de Pais, uma bolsa de manuais escolares para alunos da vila. “A associação vai apelar aos pais para que entreguem os manuais escolares dos seus filhos para serem usados no ano seguinte por outros alunos. Será uma boa solução para a carteira dos pais, ao reduzir

custos”, argumentou o socialista. Segundo Manuel Azevedo, a ideia passa por abranger também os alunos da Abel Salazar, tendo já sido pedida a colaboração da direcção da escola, que se mostrou receptiva. “A partir do próximo ano, os manuais passam a vigorar por seis anos, possibilitando que a bolsa funcione como uma boa solução para a carteira dos pais”, referiu o eleito. Fátima Mendes, da CDU, alertou, porém, para a necessidade de, em primeiro lugar, sensibilizar os pais para que estes exijam dos filhos uma maior preservação dos manuais para serem reutilizados por outros alunos. No encontro, Daniel Rodrigues in-

“Temos de ter cautela, não vá o diabo tecê-las e quererem-nos fundir com Brito. O contrário é que faria mais sentido. “

formou que a autarquia já adquiriu um oleão para servir a freguesia, devendo ficar junto ao antigo quiosque. “Além do oleão, preten d e mo s ajard inar o l o c al e c o l o c ar uma estátua a homenagear o Rei do Pegú. O único receio prende-se com a centralidade. Uma vez que é um sítio de grande movimento, tememos pela falta de civismo e má utilização do equipamento”, disse o autarca.


8 SETEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

localidades

AIRÃO S. JOÃO | exposição nas piscinas A Junta de Freguesia de Airão S. João promove, nos dias 22 e 23 de Outubro, no Parque de Lazer e Piscinas Descobertas, uma mostra de pintura, escultura, artesanato e fotografia. Até lá, a organização aceita inscrições de artistas.

ronfE • protesto joane• cultura

Populares plantam couves nos buracos da estrada Autarca de Ronfe volta à carga contra a Câmara Municipal de Guimarães

BREVES CASTELÕES

ARRANCOU REQUALIFICAÇÃO DA RUA AVELINO RIBEIRO

Começaram as obras de requalif icação da Rua Avelino Ribeiro, em Castelões. Trata-se de uma das principais artérias da freguesia , que dá acesso ao Centro Social. A obra , orçada em 25 mil euros e f inanciada totalmente pela Junta de Freguesia , contempla a colocação de tapete betumino so em substituição da calçada irregular que tinha até agora e a colocação da rede de drenagem de águas.

Luís Pereira

P

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opulares decidiram plantar couves nos buracos da estrada que liga Ronfe a Brito, no lugar da Gandra, como forma de protesto contra o estado em que se encontra a via. Fart os de verem a estrada esburacada, al guns moradores decidiram plantar couves nos buracos da via para chamar a atenção dos responsáveis. O presidente da Junta de Ronfe, Daniel Rodrigues, associou-se ao protesto. “A Junta tem repetidamente chamado a atenção da Câmara de Guimarães para a reparação destas urgências. Se as coisas não se resolvem pela via normal, temos que recorrer a outros meios para fazer chegar os nossos problemas a quem manda”, refere o autarca. No início de Setembro, Daniel Rodrigues declarou novamente “guerra aberta” à Câmara de Guimarães, desta vez através do Facebook. “Vou passar a utilizar o Facebook para denunciar, reclamar, exigir

do município vimaranense aquilo que o mesmo me impede de transmitir pelas vias normais”. Desde então, Daniel Rodrigues tem colocado na Internet vários exemplos de alegada degradação de ruas que aguardam intervenção. António Magalhães, presidente da Câmara de Guimarães, acusa o autarca de Ronfe de ter uma conduta política traduzida “em arrufos de cunho populista”. “É uma estratégia de afirmação no seio da sua força partidária, que temos vindo a notar e que não nos impressiona”, atira o edil vimaranense. Contactado pelo RL, Magalhães assegura que o município está atento aos problemas de Ronfe. “Todos vamos passar por dificuldades, porventura bem mais expressivas do qu e aqu e l as qu e ag o ra s e s e nt e m. D e nt ro d as no s s as p o s s ib il id ad e s , f are mos o qu e for possível fazer, em Ronfe ou noutros pontos do concelho, mas jamais iremos a reboque deste tipo de comportamentos”, garante o presidente da Câmara.

RONFE

agricultores promovem desfolhada minhota A Associação de Agricultores de Ronfe volta a realizar uma desfolhada à minhota , no próximo dia 8 de Outubro, junto à Casa do Povo. A ini ciativa conta com chegas de bois e de carneiros e a organização promete uma surpresa . O “ Trio Os Boémios” fará a animação musical da tarde. A iniciativa pre vê ainda o desf ile de um carro do milho e uma “Monumental Garraiada” com vários touros bravos e prémios para as equipas que conseguirem apanhar os animais em menos tempo.

joanE

queriam roubar tampas de saneamento Dois homens foram detidos pela GNR de Joane quando se preparavam para roubar tampas de saneamento na Rua de Giestais. A detenção de correu com algum aparato em plena estrada que liga Joane a Airão na primeira hora do dia 30. Os indivíduos, residentes em Vermoim, estavam ainda na posse de uma arma de 7.65 milímetros.


REPÓRTER LOCAL • SETEMBRO DE 2011 • 9

Setembro joane • insólito

Multado em Setembro por estacionamento indevido na Madeira...sem ter lá estado!

utter na casa das artes Os Utter de Joane tocam no Grande Auditório da Casa das Artes de Famalicão, no dia 15 de Outubro, Às 21:30 horas. O grupo nasceu em Joane e já actuou ao lado de nomes conhecidos do panorama musical português. A entrada custa cinco euros.

A foto do ReguiLa da última edição (passadeira na Rua da Ribeira, em Joane) motivou comentários de vários seguidores do Facebook do RL. Aqui ficam alguns. Luís Gonçalves Fosse só esse o problema de “ vila” de Joane. Reparem bem nas mar cações do cruzamento ao lado da Junta de Freguesia , alguem percebe aquilo? M o i s e s Tr o v i s q u e i r a E u f i c o a d m i r a d o com as coisas bem feitas! Miguel Martins Enquanto se continuar a tomar medidas ou a mandar executar sen tado na cadeira do gabinete, é no que dá. Joaquim Marques Coelho Tambem existe uma na saída de dois prédios junto aos edifícios da rotunda . Manuel Cunha O que nasce torto, torto morre ou dif icilmente endireita . Veja-se a rua nova de acesso à feira . Nem passeios, nem estacionamento!

O joanense António Fernandes foi surpreendido no mês de Setembro com uma notif icação da PSP da Madeira . A carta registada trazia uma multa de 60 euros por alegado estacionamento incorrecto d a s u a v i a t u ra , n a m a n h ã d e 1 0 d e A g o s t o , n a paragem de autocarros da cidade de Calheta , no Funchal. Acontece que a única vez que António Fernandes esteve na Madeira foi na década de 5 0. Já lá vão mais de 50 anos! “Até o carteiro que me entregou a carta estranhou”, lamentou o joanense em declarações a o RL . Estava o pacato cidadão na sua vida quando ficou a saber que o seu carro, que poucas voltas dá fora da região, estava “na mira” da polícia da região autónoma da Madeira , que tanto tem dado que falar por causa da colossal dívida . “Nem sei o que dizer ”, desabafa António Fernandes. Depois de receber a multa , dirigiu-se à GNR de J o a n e p a ra t e n t a r o b t e r a l g u m e s c l a r e c i m e n t o sobre a forma de desfazer o equívoco. A Guarda d i s s e - l h e q u e n a d a p o d i a f a z e r. P a r a e s t a autoridade, o engano só pode residi r num erro do agente ao escrever a matrícula da viatura que autuava . Uma letra ou um número mal redigido t e rá s i d o o s u f i c i e n t e p a ra A n t ó n i o Fe r n a n d e s ter sido notif icado para pagar a infra cção de um outro condutor. “Disseram-me que a única forma de resolver o problema seria escrever para o director da Autoridade Nacional para a Segurança Ro d ov i á r i a . Fo i o q u e f i z e a g u a r d o a go ra u m a resposta”, conta Fernandes. Caso seja rejeitada a explicação, o joanense só vê uma solução: ir para tribunal. “Se isso acontecer será o cúmulo. Vou gastar mais tempo e dinheiro com a justiça do que se pagar a multa que não é minha”, refere.

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Luís Pereira | Texto e foto


10 SETEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

joane • reportagem

As “velhas glórias” do Liceu de Jo Grupo no Facebook de ex-alunos da secundária joanense reúne já mais de 500 membros de várias gerações. Na forja está a criação de uma associação de antigos estudantes

Luís Pereira

H

enrique e Isabel Ferreira, Emília Monteiro, Ricardo Guedes, Filomena Rodrigues e Ângela Machado fazem parte da lista de alunos que frequentaram, em 1984, o ano de arranque da Escola Secundária Padre Benjamim Salgado (ESPBS) de Joane. Rui Paiva, Gil Vicente e Filipa Fernandes são exemplos de alunos que frequentaram a mesma escola joanense mas na década seguinte. No último mês, todos eles, e mais de 500 outras pessoas, vasculham os baús da memória, das curiosidades, das fotos e dos vídeos para, numa amena cavaqueira, partilharem no Facebook recordações diversas, num encontro de gerações de ex-alunos da secundária reunidas no grupo “Velhas Glórias do Liceu de Joane”. Criado por Nelson Pereira, o grupo tem proporcionado reencontros de colegas de escola e lançado ideias para jantares e iniciativas diversas que procuram reunir amigos desencontrados. Nascido de um primeiro jantar que recentemente juntou alguns ex-alunos, o grupo tem sido, desde

então, um sucesso e reúne quase 600 membros. A participação maciça de exalunos acabou por alterar a ideia inicial do grupo, que seria a de reunir apenas estudantes da ESPBS de determinados anos. Um mês após a criação, o grupo é um fórum aberto a todos os ex-alunos, independentemente da idade. “Ainda pertencemos à geração dos primeiros estudantes do liceu mas já fazem parte do grupo membros da geração seguinte, ou seja, filhos dos primeiros alunos. A adesão de alguns desses primeiros membros do grupo fez com que fossem adicionados membros de outros anos. Acho que qualquer antigo estudante do Liceu de Joane é uma velha glória”, explica Nelson Pereira. Por causa do grupo, algumas iniciativas para lá do virtual estão a ser ponderadas. “Há outras que iremos divulgar em breve. Todos os membros, em grupo ou sozinhos, têm toda a liberdade de promover iniciativas, mas, dado o número de membros, pode tornar-se um desafio tão interessante quanto complexo”, sublinha Nelson Pereira.

NELSON PEREIRA “ To d o s o s d i a s s ã o a d i c i o n a d o s n o v o s membros. Há música , fotografias, reencontros e um ambiente nostálgico maravilhoso. Queremos que seja um meio de ligação e reencontro entre to dos, que sirva para troca r recor da ções, experiências, conhecimento”.


REPÓRTER LOCAL • SETEMBRO DE 2011 • 11

oane

ronfe 1500 pessoas caminharam pela vida

LICEU

D I R E C TO R DA S E C U N D Á R I A D I S P O N Í V E L PA R A A P O I A R A S S O C I A ÇÃ O D E A N T I G O S ALUN O S Não é nova a ideia de criar uma associação de antigos alunos da secundária . Há quem veja o êxito deste grupo no Facebook como um p rimeiro passo para que isso aconteça . Nelson Pereira mostra-se disponível, e tal como ele outros ex-alunos, para trabalhar co m a d i r e c ç ã o d a s e c u n d á r i a n a d i n a m iz a ç ã o d e p ro j e c t o s q u e e nvo l va m a n t i go s estudantes da escola . “Se a direcção achar que o grupo tem alguma utilidade, estaremos sempre disp o n í ve i s p a ra co n t r i b u i r p a ra a q u e l e q u e será sempre o nosso liceu”. Alfredo Mendes, que dirige a escola há quase duas décadas, confessou ao RL desconhec e r o “g r u p o ” d o Fa c e b o o k f o r m a d o p o r ex- a l u n o s , m a s m o s t ro u - s e e n t u s i a s m a d o com a iniciativa . “ É a p rova d e q u e e s t a e s co l a m a r c a p a ra sempre a vida de quem por aqui passa, tornando-se uma referência. Enquanto director só posso mostrar disponibilidade para reunir com interessados em ideias que levem à criação da associação de ex-alunos que já fazia falta”, refere Alfredo Mendes.

Mais de 1500 pessoas participaram, no dia 18 de Setembro, na caminhada “Ronfe pe la vida” , organizada pela associação “Projecto Ronfe há 50 anos” com o objectivo de sensibilizar a população para os problemas oncológicos. “Ronfe pela vida” teve início no dia 16 co m um colóquio onde especialistas puderam esclarecer algumas dúvidas relacionadas com o cancro. Os presentes colocaram questões em torno da prevenção do cancro, mas também se ouviram queixas sobre falta de informação médica . Alguns participantes afirmaram que os médicos do Centro de Saúde de Ronfe raramente aconselham

rastreios que, argumentaram, poderiam evitar muitos problemas oncológicos. A caminhada superou as expectativas da organização, que pondera uma segunda O edição. “A população aderiu em massa tanto ao colóquio como à caminhada . Ficamos com m o t i va ç ã o p a ra re p e t i r o e ve n t o ” , re fe r i u , ao RL , António Machado, presidente da instituição organizadora . O evento foi organizado com o apoio da Cruz Vermelha e da Liga Portuguesa Contra o Cancro, entidade para a qual revertem cerca de 1100 euros resultantes de donativos dos participantes bem como da venda de camisolas alusivas à iniciativa .


HÁ NÚMEROS QUE MARCAM...

150

ESTA EDIÇÃO DO REPÓRTER LOCAL É A NÚMERO 150. SÃO 150 EDIÇÕES, 150 MESES DE INFORMAÇÃO LOCAL, DE PROXIMIDADE COM O LEITOR.

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O RL ESTÁ NO FACEBOOK HÁ UM ANO. SE EM PAPEL INFORMAMOS MENSALMENTE, NA INTERNET A INFORMAÇÃO É DIÁRIA. NUM ANO, SOMOS 4500!


REPÓRTER LOCAL • SETEMBRO DE 2011 • 13

vermil política joane•• cultura

Ausências do eleito do PP comunicadas ao Ministério Público Filipe Machado contraria versão do presidente da Assembleia Luís Pereira

O

presidente da Assembleia de Freguesia de Vermil, João Pinto, já enviou as actas e convocatórias das Assembleias de Freguesia ao Ministério Público aguardando agora a decisão do tribunal quanto à suspensão do mandato de Filipe Machado (foto), eleito do PP. Em causa estão as ausências deste eleito das Assembleias. Na sequência da notícia do RL de Abril, aquele órgão deliberativo apresentou queixa ao MP, que reúne agora documentos probatórios para propor a respectiva acção judicial. Segundo a lei da tutela administrativa, os eleitos incorrem em perda de manda to caso, sem motivo justificativo, não compareçam a três sessões seguidas. Segundo o presidente da Assembleia, Filipe Machado não compareceu a mais de seis sessões e não terá apresentado justificação, como determina a lei. “Exceptuando uma reunião em que enviou um email, Filipe Machado tem faltado sem dar justificação, como está obrigado. Mediante isto, fizemos o que nos compete, informámos as entidades que já nos pediram alguns documentos. Agora será esperar para ver o que os tribunais decidem”, diz João Pinto ao RL. Versão contrária tem Filipe Machado. Contactado pelo RL, confirma a sua ausência nas Assembleias

mas assegura ter entregado justificação. “Admito que numa delas não justifiquei. Todas as outras estão justificadas e tenho prova disso. Ainda não fui notificado para me pronunciar pelo que aguardarei tranquilamente”, refere.

BREVES JOANE

apanhadoS em flagrante Dois homens de Creixomil tentaram assaltar o pavilhão do “Supermercado Freitas”. O assalto foi frustrado de vido à intervenção da GNR de Joane que apanhou os larápios em f lagrante. Apesar de encerrado ao público, no interior do pavilhão permanecem vários artigos. A GNR dete ve os dois homens, de 54 e 39 anos, na madrugada do dia 16. Os dois estavam na posse de bebidas alcoólicas e produtos de higiene.

pousada

roubava caixas de correio Um homem de 25 anos, de Vermoim, roubou a correspondência que se encontrava nas caixas de correio da estação dos CTT de Pousada . O indiví duo, que circulava a pé na EN 206, foi detido pela GNR de Joane junto à antiga fábrica “Carides”. Segundo fonte da guarda , o indivíduo mostrouse suspeito aos agentes que patrulhavam aquela zona por volta das 3:30 horas. As autoridades recolheram várias cartas e vales de correio que ti nham sido furtados das caixas dos CTT.

RONFE

muro ameaça ruir

O muro que limita um terreno privado na traves sa do Souto em Ronfe está em eminente perigo de derrocada . Os moradores têm repetido apelos à Junta de Freguesia que diz pouco ou nada poder fazer por se tratar de muro privado. “ Tenho sempre o coração nas mãos quando o meu f ilho vai brincar para o caminho”, desabafou ao RL uma moradora . O muro circunda o único e es treito acesso à travessa . A falta de intervenção faz com que os moradores temam o pior. “ Vai ter de acontecer uma desgraça para que seja feita algu ma coisa”, diz a moradora .

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ÚLTIMAS

MOGEGE | ELEIÇõES NA “NASCER DO SOL” As eleições para a Associação “Nascer do Sol” de Mogege realizam-se no dia 29 de Outubro, entre as 14:00 e as 17:00 horas, na sua sede. As candidaturas devem ser apresentadas até ao dia 22 de Outubro, junto do presidente da Assembleia Geral.


14 SETEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

ENTREVISTAS RL O Repórter Local inicia hoje um conjunto de entre vistas a autarcas da região para balanço da metade do mandato. Além dos presidentes de Junta , pretende-se ouvir os elei tos que têm assento nas Assembleias de Freguesia e que foram cabeças de lista nas eleições de 2009.

entrevista• antónio carvalho

“Ninguém em Stª Maria se revê nas tradições e hábitos de Ronfe” António Carvalho, de Airão Santa Maria, fala do perigo da fusão cega de freguesias e faz o retrato da oposição. crispado. Penso que isso deve-se ao facto da Ângela Oliveira não que foi feito nesta s e r d e c á . D e p o i s a s a g u l h a s p r i m e i r a m e t a d e foram acertadas e, actualmente, de mandato? tem sido pacífica a convivência. Metade do programa Não têm proposto grandes ideias das autárquicas de 2009 está fei- o u p r o j e c t o s , m a s t a m b é m n ã o to. Restaurámos o espaço frente t e m h a v i d o u m p a p e l d e “ b o t a à sede de Junta, pavimentámos a b a i x o ” . N a r e a l i d a d e t a m b é m a R u a d a L a g a r t e i r a e e s t a m o s não esperávamos muito mais. a arranjar fontanários. Preocupa-o o destino que Para quando a resolução do possa ser traçado para Airão p r o b l e m a d e t r â n s i t o j u n t o Santa Maria com a fusão das à Capela de Santa Luzia? freguesias? A alternativa que está pensada Aguardamos pacificamente as passa pela abertura de um novo o r d e n s s u p e r i o r e s . O u v e - s e acesso entre a rua dos Pardieiros f a l a r n a r é g u a e e s q u a d r o q u e e a rua de Carreira. O objec- dita a fusão de uma freguesia tivo é desviar por completo o com menos de mil habitantes, t r â n s i t o q u e c i r c u l a n o c e n t r o parece-me ser o mais aceitável. da freguesia, criando também Não imagino estas freguesias uma zona pedonal. A Junta e a sem o trabalho de proximidade Câmara já contactaram os donos que as Juntas têm desenvolvido. dos terrenos mas estes não têm O q u e a c o n t e c e r á c a s o s e j a c o l a b o r a d o p e l o q u e a C â m a r a imposta a fusão com Ronfe? se prepara para avançar com a Não vai ser pacífico porque só expropriação. Estou convencido trará desvantagens à população. d e q u e n e s t e m a n d a t o t e r e m o s Como seria para as pessoas que até aqui contactam diariamente os membros da Junta para resolver os seus mais pequenos problemas quotiA oposição não tem proposto dianos? Além disso, ninguém grandes ideias ou projectos, e m S a n t a M a r i a s e r e v ê n a s e hábitos de Ronfe. mas também não tem havido tradições A maioria nem saberá onde um papel de “bota a baixo”. fica a sede da Junta da vila. Na realidade também não A s o l u ç ã o s e r i a A i r ã o S . João e Oleiros fundiremesperávamos muito mais. se com Santa Maria? Se o caminho for por grandes agrupamentos de freguesias, finalmente o problema resolvido. a população ficará muito a perQue outras obras estão pen- d e r . O s a u t a r c a s n ã o a c e i t a r ã o sadas? de ânimo leve as decisões e eu V a m o s a v a n ç a r c o m o a l a r g a - não serei diferente. Airão Santa mento e repavimentação da Rua Maria tem, nesta “luta”, alguns Xavier Monteiro, que liga Santa trunfos como a sua dimensão, os M a r i a a S . J o ã o , p o r d e t r á s d o serviços que já presta e a escola. c a m p o d o U n i ã o . É u m a c e s s o Exceptuando as vilas, qualquer importante à freguesia vizinha u m d o s n o s s o s v i z i n h o s t e m bem como ao lar de idosos. Actu- menos população. Se Joane não alm ente não passam dois carros n o s r o u b a r p o p u l a ç ã o , t e r e m o s n e s s a r u a . É u m a o b r a m u i t o à volta de dois mil habitantes. cara (só o alargamento custa 60 Dentro da incerteza em torm i l e u r o s e o o r ç a m e n t o d e u m no da fusão, que afectará as a n o d a J u n t a n ã o c h e g a p a r a a eleições autárquicas de 2013, fazer). Será a obra do mandato o senhor estará disponível e d e m o r a r á u m a n o a e x e c u t a r . para novo mandato? Ainda este ano queremos pô-la É c e d o p a r a f a l a r m a s p o s s o no terreno. assegurar que a equipa que está C o m o a v a l i a o t r a b a l h o d a a trabalhar voltará a concorrer, oposição (PSD/PP)? o que poderá mudar serão os O início do mandato foi um pouco cargos.

Luís Pereira

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REPÓRTER LOCAL • SETEMBRO DE 2011 • 15

joane • famalicão - joane

Ciclismo ganha terreno

POUSADA • ténis de mesa

Mais de 2000 atletas no Bike Tour inserida na 12ª edição da prova organizada pela ATC

ADRO triunfa em Barcelos

O ciclismo foi a modalidade q u e m a i s s e d e s t a co u e c r e s c e u n a e d i ç ã o d e s t e a n o d a p rova Fa m a l i c ã o - Jo a n e . I n t e g ra d a n a i n i c i a t i va d a A s s o c i a ç ã o Te a t ro Construção, a quarta edição do B i ke To u r co n t o u co m m a i s d e dois mil participantes, num total d e s e i s m i l q u e m a r c a ra m p r e sença no certame. Esta tendência de aumento, refer i u C u s t ó d i o O l i ve i ra , p r e s i d e n t e d a ATC , “ é o r e f l e xo d o n ú m e ro d e p e s s o a s q u e , u m p o u co p o r t o d a a E u ro p a , t ê m p ro c u ra d o a p rá t i c a d e s p o r t i va n o B T T ” . A 1 2 . ª e d i ç ã o co m e ç o u co m a h a b i t u a l c a m i n h a d a Ve r m o i m Jo a n e , s e g u i d a d a p rova d e a t l e t i s m o d e 1 2 q u i l ó m e t ro s e n t r e Fa m a l i c ã o e Jo a n e . N a p rova p r i n c i p a l , B r u n o J e s u s , d o M a i a AC , co r t o u a m e t a e m p r i m e i ro l u g a r, 3 7 , 5 2 m i n u t o s d e p o i s d o t i ro d e p a r t i d a n a c i -

d a d e d e Fa m a l i c ã o . O s e g u n d o l u g a r d o p ó d i o f o i co n q u i s t a d o pelo atleta Manuel Magalhães, d o N ú c l e o d e At l e t i s m o d e Jo a n e ( N A J ) , e o t e r c e i ro p o r H e i t o r O l i ve i ra , d o C yc l o n e s . A p r i m e i ra m u l h e r a c h e g a r à m e t a f o i C a t a r i n a R i b e i ro , d o B ra g a . O s e g u n d o l u g a r f o i p a ra S a l o m é Ro c h a , d o J O M A . O p ó d i o f e m i n i n o f i co u co m p l e t o co m m a i s u m t ro f é u p a ra Jo a n e , co n q u i s t a d o p o r D o ro t e i a Pe i xo to, do NA J. A j u l g a r p e l o s n ú m e ro s , a p rova Fa m a l i c ã o - Jo a n e n ã o co n h e c e a crise. Apesar de ter perdido rec e i t a n a s i n s c r i ç õ e s , co m o co n s e q u ê n c i a d a d e s c i d a p a ra d o i s e u ro s , a o r g a n i z a ç ã o r e f e r e q u e , e m co n t ra p a r t i d a , co n s e g u i u , e s t e a n o , m a i s p a t ro c i n a d o r e s . “ O o r ç a m e n t o d a p rova é d e 5 0 m i l e u ro s . A m a i o r f a t i a ve m d a C â m a ra ( 1 5 m i l e u ro s ) . O s p a t ro c i n a d o r e s h a b i t u a i s vo l t a ra m a a j u d a r e t i ve m o s n ova s e m p r e s a s a a p o i a r ” , r e ve l o u C u s t ó d i o

O l i ve i ra , q u e co n t i n u a a d e f e n d e r, co n t u d o , a n e c e s s i d a d e d e r e p e n s a r a i n i c i a t i va s o b p e n a d e e l a a c a b a r. “A o co n t rá r i o d e h á u n s a n o s , q u a n d o co m e ç á m o s , h o j e e x i s t e m m u i t a s p rova s d e s t e g é n e ro . A Fe d e ra ç ã o d e At l e t i s m o a n t e s co n t ro l ava a s d a t a s d a s p rova s , não permitindo que se efectuasse mais do que uma no mesmo d i a n a s p rox i m i d a d e s m a s h o j e i s s o n ã o a co n t e c e . N o f u n d o o que interessa é que haja muita gente a fazer desporto, apesar d e , n o n o s s o co n c r e t o , i s s o d i f i c u l t a r o c r e s c i m e n t o d e s e j áve l ” , a r g u m e n t o u O l i ve i ra . E n t r e t a n t o , a ve n c e d o ra d a s co o t e r s o r t e a d a f o i M a r i a Ro s á r i o Me i ra ; o co m p u t a d o r f o i p a ra M a r i a L u í s a . M a f a l d a O l i ve i ra ; A n t ó n i o A l m e i d a ; Jo s é M a n u e l C o s t a ; A m é r i co Fo n t ã o ; M a n u e l C a r n e i ro ; A n t ó n i o A ra ú j o C o s t a ; M a n u e l S é r g i o Te i xe i ra ; S e ve r i n e B o i t e a u e M a n u e l D i a s f o ra m p r e m i a d o s co m u m a b i c i c l e t a .

joane • btt

Caminhos penosos Contando com mais de 250 partici pantes realizou-se no dia 11 de Se tembro a quinta edição do passeio de BTT “Caminhos Penosos”. A or ganização fez um balanço positivo da iniciativa , para o que a judou o bom tempo, ideal para a prática da modalidade.

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Luís Pereira

A Associação Desportiva e Recreativa Outeirense ( ADRO) este ve no Torneio de Abertura organizado pela Associação de Ténis de Mesa de Braga , que te ve lugar em Vila Seca , Barcelos. A ADRO foi repre sentada por 13 atletas de todos os escalões em competição e alcançou o 1º e 2º lugares em Seniores masculinos, respectivamente, por Paulo Oliveira e Luís Henriques. Joana Fernandes arrecadou o segundo lugar. Relativamente a Juniores masculinos, Ricardo Martins sagrou-se vencedor. Entretanto, no dia 1 de Outubro, decorreram os Campeonatos Indi viduais Distritais de Seniores Femininos e Cadetes Maculinos. A atleta Joana Fernandes sagrou-se vicecampeã distrital, seguida de Mariana Correia .


16 SETEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

CRÓNICA FEMININA Nas duas últimas edições, o R L não publicou a habi tual crónica de Ana Margarida Rodrigues. À autora e aos leitores apresentamos as nossas desculpas.

um português politicamente esclarecido

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- Vais à Manif? Ela olhou para trás, para o amigo, de expressão serena no rosto. O professor ainda não tinha chegado à sala de aula, de qualquer maneira, por isso não perdia nada em dar dois dedos de conversa. - Que Manif? - Aquela que vai haver em Lisboa, pá. Começa no Marquês e depois vamos Avenida da Liberdade fora – disselhe, com aquele ar sabichão tipicamente português de quem conhece todas as ruas da capital. – Vão sair daqui autocarros e o pessoal vai le var farnel. Vai ser porreiro! Ela não disse nada. Na ver dade, nunca dizia verdadei ramente o que pensava. Há uma certa hipocrisia so cial a manter para não roçar a inconveniência. E, ao mes mo tempo, desconfiava que era essa mesma falta de ho nestidade que estava a levar o país dela à ruptura. Mas o exemplo vem de cima, e ai Jesus de quem quebrar as normas de boa educação. - A que se deve a manifesta ção? – perguntou, ao fim de algum tempo, entrelaçando as mãos em cima da mesa e mantendo a serenidade no rosto. O seu colega olhou-a espantado. - Como assim? – devolveulhe a pergunta, quase indig nado. – Para lutarmos pelos nossos direitos! - Sim, mas a manifestação tem de ter um propósito. Vo cês têm de manifestar contra alguma coisa.

- Ah, isso – respondeu-lhe, com um aceno de mão – Pá, vamos protestar contra os cortes nas bolsas e as propi nas, e assim. - Hum – acenou ela. – E cada um leva propostas para resolver o problema? O rapaz fra nziu o sobrolho. - A mim só me disseram para levar farnel. Mas no autocar ro podemos ver se pensámos em alguma coisa. - Diz-me lá uma coisa. – per guntou-lhe ela, o tom educa do nunca abandonando o seu tom de voz – Tu pertences a algum órgão partidário? Ou a alguma organização de de fesa dos estudantes? Ou à Associação Académica? Vejo-te sempre a ires para Lisboa para as manifesta ções… - Não. Vou porque a malta vai toda. E porque quero lu tar pelos meus direitos. Ela parou para pensar. - Sim, parece-me bem luta res pelos teus direitos. E re almente, para se estar informado e ter opinião e ideias, não é preciso estar numa es trutura partidária ou algo do género. Ap osto que também lês imenso sobre o estado da nação, pareces-me uma pes soa sempre tão informada… - Ler nunca foi assim a minha cena – riu-se ele. - Então, programas de televi são? Notícias? Debates polí ticos? Entrevistas? - Eish, isso é uma seca! – olhou para ela, incrédulo, como se ela fosse de outro

planeta. – E ninguém vê isso hoje em dia, rapariga. - Então como é que te infor mas? - Pá… - hesitou por um bocado, mas voltou a adquirir o ar confiante. – A malta fala das cenas, não é? No café e assim, nos intervalos… Ela calou-se por um bocado e fitou as mãos. - Ouve lá – disse, ao fim de um tempo. – Puseste a bandeira na janela no Euro 2004? - ele acenou positiva mente. – Consideras-te pa triota? – de novo, outro ace no positivo. – Se te pedissem para trabalhares um dia ou uma semana de graça, a re verter para o Estado, para o bem da nação, tu fazia-lo? - Estás maluca? – exclamou ele, revoltado. – Só se fosse parvo. Para nos chular mais um bocadinho, não? Esses políticos são todos a mesma coisa. Eles fizeram a porca ria, agora que resolvam! Não precisava de ouvir mais nada. Olhou calmamente para ele, sorriu ao de leve e voltou-se para a frente, ao mesmo tempo que o profes sor entrava na sala. - Minha, não percebi nada. Tu afinal vais ou não vais? – sussurrou ele por trás dela. Ela olhou para trás, de es guelha, e disse educadamen te. - Acho que, desta vez, não. É que pior e mais revoltante que a inércia, é o falso acti vismo.


REPÓRTER LOCAL • SETEMBRO DE 2011 • 17

diga adeus à reforma | paulo baldaia (diário de notícias)

OPINIÃO

“Mais cedo que tarde, vão dizer--nos que o nosso sistema de Se gurança Social já não é sustentável e explicar-nos que, por mais descontos que tenhamos feito, o Estado não poderá dar-nos mais do que um rendimento mínimo”.

Os artigos de Opinião são da responsabilidade dos seus autores

opinião

Luís Santos

Membro da Junta de Freguesia de Joane - PS

Nem o sol que decidiu prolongar a sua estadia por mais umas semanas, é suficiente para alegrar, que seja um pouco, a alma dos portugueses. Cada dia que passa assume-se como mais um dia stressante que temos que viver. As notícias que diariamente nos entram pela porta, não são nada animadoras. Vamos ter dificuldades sérias em sair deste colete de forças que os sucessivos governos foram apertando ao longo das últimas décadas. É difícil precisar no tempo e com exactidão quando começaram a ser dados os primeiros passos em dire cção ao abismo. Mas alguém que agora proclama constantemente que avisou, que alertou para o problema, que deu sinais, que isto, que aquilo… É talvez o primeiro responsável por termos chegado onde estamos. Em tempos férteis, subsidiou-se o abandono da agricultura. Os

A vida não que queríamos, mas que podemos ter

campos, até então preenchidos com o verde das sementeiras e com as árvores de fruto deram sucessivamente lugar aos baldios e ao aglomerado de ervas daninhas. Em tempos férteis, davam-se subsídios aos pescadores para ficarem em terra, e aqueles que conseguissem dar baixa das suas embarcações eram premiados com mais um cheque. Em tempos férteis, e sempre que se aproximava um acto eleitoral, o então “primeiro” e agora presidente, o mesmo que agora diz que avisou, decretava ora progressão automática nas carreiras para todos e sem excepções, deixando de lado contributos obrigatórios como o mérito, a assiduidade e o profissionalismo, ora decretava mais um mês de ordenado para todos e sem e xcepção, beneficiando quem precisava e tinha ordenados baixos e quem não precisava, nunca

Miguel Azevedo

pronunciando um nome que agora “gasta” até à exaustão e lhe é tão caro, a avaliação dos funcionários. Entravam em Portugal diariamente milhões de contos e mais tarde euros, para ajudar os Portugueses a desenvolverem a sua economia e criarem bases para um futuro risonho e sustentável. Pelos menos era nisso que acreditávamos. Convenceram o povo que éramos ricos fomentando a burguesia, grandeza e o luxo. Nobres vivendas e carros de luxo com os bancos a facilitar o crédito sem qual quer espírito de economia, lançando para segundo plano palavras como produzir e poupar. É por isto que hoje estamos nesta situação. Muito se tem escrito e falado da Vi a Int e r- mu ni c i p al Jo a ne - Vi ze l a (VIM). Sendo mesmo um tema recorrente nas Assembleias de Freguesia de Joane. Cada município é responsável pela manutenção do

troço que atravessa o seu concelho. E se queremos compreender de uma forma fácil o que são competências e autonomia financeira a VIM é um excelente exemplo. A única parte desta via que sofreu beneficiações e que se encontra em bom estado pertence ao novo concelho de Vizela. Município que dotado de meios financeiros entendeu como prioritárias as obras na VIM. O troço que percorre o concelho de Guimarães e Famalicão está abandonado. Os alertas da Junta de Freguesia de Joane enviados à câmara municipal para o estado do piso, a falta de iluminação e a deficiente sinalização são recorrentes. Mas esta faz ouvidos moucos. E muitos dos que lá poderiam fazer ouvir a sua voz, p re f e re m calar-se , e ns aiand o uma vez mais, as habituais frases de circunstância, até à próxima Assembleia.

O Grupo Desportivo de Joane

Membro da Comissão Política do Núcleo de Joane do PSD

O Grupo Desportivo de Joane (GDJ) é uma das instituições desportivas do concelho que mais intensamente fomenta a prática desportiva, prestando relevantes serviços aos jovens residentes em Joane e nas freguesias vizinhas. Fundado há 81 anos acolhe mais de centena e meia de jovens nos escalões de formação, contribuindo desse modo para a sua formação física e mental e para uma ocupação saudável dos seus tempos livres. O passado desportivo faz do GDJ uma referência, e em toda a região é reconhecido como uma das mais emblemáticas instituições. A função social desenvolvida pelo Grupo Desportivo de Joane é um verdadeiro serviço público que presta à comunidade. A actividade associativa está em crise. As associações vivem com imensas dificuldades e têm dificuldades em encontrar pessoas

disponíveis para fazer parte dos órgãos sociais, particularmente das direcções. O Grupo Desportivo de Joane não foge à regra. Há anos que assim é. O mundo moderno veio dificultar o aparecimento de dirigentes associativos voluntários e benévolos. Rui Ribeiro aceitou liderar uma comissão administrativa, pondo termo ao vazio directivo que ameaçava o clube. É de louvar o arrojo. Rui Ribeiro é um homem dinâmico, criativo, solidário e trabalhador. Estou certo que irá demonstrar trabalho, empenho e dedicação à colectividade. Ventilou-se a hipótese de o GDJ acabar. Graças a Rui Ribeiro e à sua equipa, o GDJ vai continuar a desenvolver o seu papel social, cultural e histórico e os sócios e simpatizantes do GDJ poderão continuar a apoiar as equipas e a participar na promoção e no

O GD Joane deve viver de acordo com as suas possibilidades. A anunciada opção por uma gestão prudente será, provavelmente, penalizada desportivamente. Mas não estamos em tempo de arriscar e os exemplos de falências e descidas de divisão devem servir-nos de lição.

fomento e desenvolvimento físico, psíquico e cívico dos jovens da região. O GDJ deve viver de acordo com as suas possibilidades e a instituição deve ser sustentável. A anunciada opção por uma gestão prudente e conservadora será, provavelmente, penalizada desportivamente. É impossível competir no futebol sem arriscar do ponto de vista financeiro. Mas não estamos em tempo de arriscar e os exemplos de falências, descidas de divisão e outras consequências dos desequilíbrios financeiros devem servir-nos de lição. A gestão anunciada é o caminho. Provavelmente não vamos vencer tantas vezes. Mas quem gosta do Grupo Desportivo de Joane, gosta dele na terceira divisão, nos campeonatos distritais, nos jogos de velhas guardas ou em torneios de solteiros contra casados.


18 SETEMBRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

OPINIÃO Os artigos de Opinião são da responsabilidade dos seus autores

Fernando Castro Martins

Construir a República

fernando.castro.martins@hotmail.com

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Não vai há muito tempo que eu, estando à mesa com vários jovens trabalhadores, estes me foram declarando à vez, quando perguntados, que ou não faziam a mais pequena ideia do que significava o feriado que iam gozar no dia seguinte ou, na melhor das hipóteses, alguns deles confundiam parcialmente o significado da data. Fiquei esmagado: aqueles rapazes e raparigas, medianamente escolarizados, não sabiam e, mais ainda, nem tinham curiosidade. Era como se estivessem prestes a receber um simpático presente, mas já decididos a nem desembrulhar o pacote. Ou melhor: a aceitar a prendinha mas deitando a dedicatória ao lixo antes de a ler. Portanto, uma gravíssima falta de educação e de bons costumes. Sentime muito justamente ofendido no meu garbo de cidadão, e apresento, aqui, a minha queixa a quem de direito. Temos, então, bons motivos para nos debruçarmos sobre o próximo feriado de 5 de Outubro, mormente porque ele celebra a data da “coisa pública”, ou da República, instituída em Portugal há cento e um anos, com o subli me propósito, ainda não consumado, de que todos sejamos participantes e beneficiários da sociedade em que nos é dado viver. E um dos direitos/deveres cruciais dos cidadãos na sua República é o da instrução/cultura. E o da acção. Isto é, temos de saber, para faze r. Te mos de t e r conhe cime ntos suf icie nt e s para ajudar, permanentemente, a construir a República (coisa pública) que não é senão um modelo equitativo e democrático de vida em comum. Portanto, desconhecer esta efeméri de, como todas as outras, civis e religiosas, é um erro de palmatória, uma indignidade para qualquer ser humano livre que assim se dem ite da sua cidadania. Por vezes dizemos que, no estado em que as coisas estão, bem é preciso fazer outro vinte

A Igreja, que proclama, desde há dois milénios, que “todos somos filhos de Deus”, parece estar radiante no seu papel reforçado de empresária do social, em prejuízo da sua voz profética.

e cinco de Abril. Pois podemos dizer, de igual modo, que precisamos de uma nova revolução republicana. Não digo com armas. Mas com luta, de certeza. A fome relativa já grassa por aí, e parece estar a redesenhar-se um modelo social conformista com as desigualdades e com a caridadezinha à moda antiga. Regressa a ideia anacrónica de que se deve “dar aos pobres” e espoliados porque devemos ser generosos e não porque todas as pessoas têm direitos elementares. Ouçam-se os ataques primários ao Rendimen to Social de Inserção (RSI) dos excluídos e conclua-se. A Igreja, que proclama, desde há dois milénios, que “todos somos filhos de Deus”, parece estar radiante no seu papel reforçado de empresária do social, em prejuízo da sua voz profética; e talvez esteja errada no seu esforço subsidiário do governo, pelo menos na dimensão colossal que o mesmo representa, pois ficará financeiramente dependente e pastoralmente manietada. Há assim que dosear a sua vocação patronal a favor da sua missão espiritual. Afinal, a República também se fez contra a Igreja, fazendo-a sofrer incrivelmente, mas teve o mérito de lhe apontar o caminho da autonomia e de a libertar da subserviência aos governos monárquicos e da tutela do Estado. Mas, como a história se repete sucessivamente, mais tarde tivemos a mesma Igreja largamente submetida ao salazarismo e corremos o risco de a ter, de novo, servil diante do poder atual. Por isso, é necessário continuarmos, todos, a construir a República. Nunca é de mais recordar que um republicano de alto gabarito, o Eex-Presidente da República Bernardino Machado, sendo de Portugal inteiro é também Joanense, onde teve habitação. Cá está uma boa ocasião para o reencontrarmos nos livros de história.


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