AS AVENTURAS DE CAVALO d ADA EM
existem + realidades q canais de tv, ouvi certa vez d1 pajé, e c/ isso na mente atravessei espaços, costurei os lances toques receitas notas relatórios projetos de lei sinais de fumaça testes caseiros truques e pixações deste relato, frutos coloridos da imaginação ao ar livre, experiências no espaço sideral interior ou no peito aberto das ruas, e as pernas sempre ventiladas da perambulação vagabunda por aí
+ REALIDADES Q CANAIS DE TV
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aqueles q mijam no espaço urbano ñ o fazem p/ demarcar território (e sem dúvida ñ o fazem p/ “depredar”) mas sim indicar às autoridades (q ñ andam a pé) os locais + estratégicos p/ a instalação de banheiros públicos
o cheiro de mijo em becos, ruas, cantos de praça, precipícios é a gestão participativa dos anônimos q os governos teimam em ignorar
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INTRODUÇ O AO SKATE
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S E A L G 1 T R A N S E U N T E AT R AV E S S A 1 L A N C E E M C U R S O O S K AT I S
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TA S A
AT I S
TA S A B E D E S V I A R , D E L I C A D A M E N T E A I N D A Q S E E S T R E P E T O D O . + fácil 1transeunte distraído entrar em rota de colisão c/ 1skatista q o contrário: no ato (e sem ressentimento) o skatista elabora 1sistema de freios pousa a salvo noutro pico e continua
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S Ã O P E N S A D O R E S D O E S PA Ç O U R B A N O raciocinam o espaço ocupado: ñ o espaço maquete
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E L E S S Ã O ( E E L A S ) E S C U LT U R A S M Ó V E I S N O espaço onde (passam) dão 1tempo dançam. Tudo consiste em se refazer continuamente no ar
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S K AT I S TA S PA R T E M L O G O P / O U T R A A S S I M Q realizam algo perfeitamente (desse modo 単 se deixa nunca de cair) est達o o tempo todo na franja d1 movimento qqr
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trocando 1ideia sobre isso, Gabriel me disse
acho q é assim c/ todo mundo q anda, se ñ desistiria no 1o tombo/rola/queda q doesse pra kralho. dá vontade de tentar + pra ficar melhor e cair menos sei lá, tlvz cada 1 veja de 1jeito mas c/ crtz ñ deixa de ser 1incentivo. quando c tá ali c/ o sangue quente tá n1 nível de determinação tão alto tb q ñ tem dor q te faça parar, a ñ ser quando quebra alg1 osso, aí já era, é o limite. acho q sempre existe né? o tal do limite
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SABEM TUDO DE SUPERFÍCIES E VELOCIDADES
SKATISTAS SABEM DE TRÁS P/ FRENTE 1COMPLEXO CÓDIGO DA FRICÇÃO
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SKATISTAS DÃO AS SUAS PROEZAS DE PRESENTE (Ñ TEM NADA A VER C/ PENSAR Ñ PENSAR EM PÚBLICO) COMPARTILHAM O PRAZER DO CÉU ABERTO
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Ñ SE SABE DIZER DONDE VÊM OS SKATISTAS (DONDE SURGEM) É DESSE MODO Q O ESPAÇO URBANO LHES PERTENCE EM TODA PARTE EM TODAS AS DIREÇÕES
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N 1 P L A N E TA P E R T O D A Q U I O S C A S A I S S E TORNARAM COMUNAS C/ 12 A 16 PESSOAS Q se trocam livremente ou msm ñ se trocam se quiserem. Ñ quer dizer q as combinações de 12 a 16 sejam as únicas redes amorosas existentes, apenas o conceito de casal passa a dar conta dessas agremiações específicas. Viagens a 2 têm outro nome, e muitos tráficos amorosos nem nome têm
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ñ é por acaso q pescadores são tipos mágicos. Ora, eles são 1só c/ a água grande dos oceanos (volumoso elemento sinuoso feminino suntuoso do planeta) e além do + fumam maconha p/ enxergar à noite
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ANOTAÇÕ S PARA UMA TEORIA DA MACONHA
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A S 1 A S V E Z E S S Ã O I N C O N T R O L ÁV E I S , E S Ó D E P O I S V E M A C A PA C I
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PA C I
DADE P/ A BRUXARIA. MUITOS TÊM SONO, OU FICAM CONFUSOS: esses ñ foram feitos p/ a diamba (como alg1s ñ foram feitos p/ o compromisso ou a trapaça). Outros (astronautas) passam a estudar o comportamento dos efeitos (alcance, intensidades, extensões). C/ a prática, 1 se torna capaz de direcionar os estados de prazer p/ a “esfera da produção de si-msm”, sabendo q nada é fácil e tudo é perigoso
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A DIAMBA SE DÁ BEM C/ OS Q CONTEMPLAM E CRIAM POIS SEU ELEMENTO SÃO AS sensações. Ela massageia c/ seu óleo os canais perceptivos, provê aquilo q se chama realce, nitidez. A experiência de sacar 1disco saborear (etc.) 1gosto se adensa: complexa como as fibras da melancia
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FUMAR MACONHA NA RUA É 1INTERVENÇÃO O L FAT I VA R A N D Ô M I C A N O E S PA Ç O P Ú B L I C O : qqr pessoa, a qqr momento, recebe a doce baforada verde e reage (de q modo?) ao seu intrigante perfume
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D A R 1 B O L A N O E S PA Ç O P Ú B L I C O Ñ É 1CAUSA MAS 1CIÊNCIA
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Ñ POR ACASO A XILA TEM O AFETO DE S U R F I S TA S M Ú S I C O S P E S C A D O R E S xilogravuristas atletas cientistas gênios tecnológicos. Breve suspensão do juízo pelo gozo de se deparar c/ algo como se pela 1 a vez
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A D I A M B A FAV O R E C E C O N TAT O S D I R E T O S , F O R A D A S M E D I A Ç Õ E S C U LT U R A I S : pertencimento de cada coisa a todas as coisas. Como qqr alucinógeno, ainda q dos + suaves*, revela a realidade do organismo aquém do q se chama “humano”: durante alg1s horas o corpo corre fora do tempo e da história
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“dos + suaves” mas igualmente abridor de cabeças e visões. Por ex., misturada c/ vinho a gabiroba produz leves alucinações visuais e/ou auditivas. Trepar tb abre a passagem, dilui o ego no mar gozoso. Ouvir DJ Spooky após fumar 1beque é 1porta da sinestesia: desenhos de luz colorida dentro dos olhos dançam c/ as vibrações aquosas do Subliminal Kid. Sabe-se tb q basta provar LSD 1única vez p/ ficar + suscetível a alucinar c/ fumo
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É V D D Q L U TA M O S D I A R I A M E N T E C / A S M E D I A Ç Õ E S C U LT U R A I S , E M P E N H A D O S N A criação d1 expressividade autônoma contra o costume, os recortes midiáticos da realidade, o dinheiro coroado c/ todas as malditas divindades fálicas: a mediação somos nós próprios e é tantas outras. “Contato direto” quer dizer aqui viagens c/ ida e volta. Ainda assim, 1gozada é o bastante p/ saber q o volume certo de prazer apaga todos os vestígios de cultura, nome próprio, planos
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A C E R C A D E N AT U R E Z A / C U LT U R A E A S A D O R ÁV E I S P O R TA S C O N H E C I D A S C O M O alucinógenos quem está sabendo é Terence McKeena e Michel Foucault q, como se sabe, plantava maconha na sacada do apartamento e tomava LSD c/ gente + jovem como forma de “pensar diferentemente”
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1vez perguntaram a Scientist (o lendário produtor de dub) se ele costumava carburar durante as mixagens. O dubmaster respondeu:
Yep! All those albums you been listening to where I was mixing I been smoking marijuana. And now in America, any hip-hop studio or any hip-hop session running, they’re all inside there smoking pot. Pot, right, is not a gateway drug. It’s a plant. Look at what happens? O. J. Simpson trial – this might be a little bit off the subject – the guy who invented DNA is one of the world’s biggest pot smokers. They refused to use his testimony because it was discovered quote unquote “he’s a pot smoker!” But they’re using the technology that the man developed! When you come here to Los Angeles here, some of the most respectable people society look up to – they all smoke marijuana. Some of the most creative people – Bob Marley! (LAUGHS) You know it is not a drug. I am a master electronic engineer. I am smoking a joint. Do I sound disoriented to you?
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E S TA R S U S C E T Í V E L A T U D O ( P O R O S O ) T O D O TAT O . É I S S O ( T LV Z ) O Q S E A P R E N D E A manusear c/ a erva: 1modo de entrar sem reservas (ligadoe-distraído) na experiência-mundo
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O TAT O Ñ É 1 S E N T I D O I S O L A D O Ñ P E R T E N C E A 1ÓRGÃO: LIMIAR Q MANTÉM QQR VIVENTE atado ao mundo: total contato do corpo nu c/ o sem-fim onde navega
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( A E R VA É 1 AT I VA D O R D ) O TAT O É 1 S E N T I D O propício à sinestesia como observam Rimbaud Nietzsche McLuhan
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RESUMEAMPLIA OS SENTIDOS ĂŠ 1sentido + 1qualidade de todos os sentidos
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O FUMO DESARMA O JUÍZO DE SEU TEMPERAMENTO HABITUAL 1VEZ Q NOS tornamos muito + simpáticos a perspectivas alheias: 1saída ñ da consciência mas do seu isolamento nada proveitoso. BELEZA D’ALHEIO BELEZA D’ALIENÍGENA
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a ganja esfumaça de vez o monoteĂsmo o idealismo e a conjuntivite
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PREPAR MACONHA E ENERGIA SOLAR
Como 1velho príncipe marroquino esperar q as crianças corram brinquem de braços abertos pelas plantações de maconha p/ depois retirar gentilmente o pólen dos seus braços em seguida amassando-o c/ carinho até estar pronto p/ carburar
essa receita também se conhece por
SUCO DE ENERGIA VITAL aventuras-cavaloDada_MIOLO.indd 50
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ARADOS PETISCO DE HAXIXE Fumar 1beque e expor-se longamente ao sol ou msm por alg1s minutos de preferência ao caminhar observando distraído(a) alg1a coisa é 1modo de entrar na febre da criação (ou seja) no estado de porosidade conhecido como PERMEÁVEL A TUDO
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sabor amônia: vê-se q SP é 1cidade condenada pelo modo como trata sua maconha
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a imensa quantidade de água sal vento céu areia das cidades c/ praia garante 1bom pico p/ se experimentar os movimentos da Terra: a paleta de nuvens os grãos de areia e sal agindo no vento desenham sua trajetória no espaço entre as duas portas: o nascer do dia e o da noite, quando sol e lua se encontram e confraternizam
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TES E DE INDETERMINAÇÃO INDUZIDA
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materiais: alimento sólido, caixa craniana
DURANTE A EXPLICAÇÃO, MASTIGUE. O TEMA D I S C U T I D O Ñ A LT E R A O E X P E R I M E N T O , P O I S seu verdadeiro conteúdo é o desejo de ñ estar ali. “Ali” designa espaços variados: sala de aula, debate, reunião, importantes discursos. Importante também o conteúdo q se leva à boca, dando-se preferência aos crocantes, q amplificam a ação acústica produzida por maxilar, dentes e ouvido interno. (A depender do alimento escolhido, recomenda-se acompanhamento médico.) O crânio desempenha o papel de caixa ressonante p/ seu portador (de efeito imperceptível p/ os circundantes) e solapa a fala externa
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materiais: luz, ônibus, paisagem
DENTRO D1 ÔNIBUS, C/ DESTINAÇÃO VA R I ÁV E L , P O S I C I O N E - S E A O S O L . A preferência é por horários em q a incidência de luz favoreça a formação de sombras a partir do exterior do veículo e por durações amplas, c/ razoável transformação de paisagem. (Desaconselha-se o verão.) Trânsito fluido (se ñ livre) facilita a experiência. Casas, prédios sem nenhuma coerência arquitetônica, árvores c/ folhagem de densidade variável, túneis, aviões e outras naves, nuvens, são voluntariamente derretidos durante o trajeto n1 único filtro de luz sobre a superfície dos corpos dentro do ônibus. A ambiência (grande tubo de metal, pneus dando esparro) dá 1ideia de caleidoscópio c/ pigarro, e a mutação das sombras destila suave lisergia
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materiais: quadril, coxas, biblioteca
NO INTERIOR DA BIBLIOTECA, DURANTE A LEITURA, PROSSIGA N1A BOA ENQUANTO aguarda, sentado. A bateria de samba se posiciona no espaço contíguo à biblioteca (ou seja) no verso d1a parede próxima, q no modelo utilizado acompanha vasta área livre. A qqr momento a bateria dá início à música (q estimula quadril e coxas). Certifique-se de ñ fazer nada. Siga resolutamente a leitura, permitindo a quadril e coxas q pensem por si msms, estimulados pela dinâmica das vibrações. Em pouco tempo (espontaneamente) o corpo se empenha em mil posições na cadeira ocupada, beneficiando postura, respiração e humor
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SLZ 01/2012
o reitor da UFMA (Natalino Salgado) entidade Dono da rua desmata as vastas dimensões naturais abre estradas totalmente desnecessárias cimenta os jardins internos do CCSo governam os carros enquanto os bancos ao ar livre do BsLOCO6 (“fumódromo de 7:30 às 13:59/16:01 às 24:00”; “a loucura é a conquista do inconsciente”; “o crack é 1categoria a priori?”; “coordenadores vão e vêm a maconha é eterna”) do CCH estão caindo
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TELEGRAMAS DA
L.A.I.A.
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1FABRICANTE DE PIANOS (SCHMIDT, DE ESTRASBURGO) CONSTRUIU A 1 aGUILHOTINA. “SE ALGO
EXISTE DE CERTO NESSA VIDA, SE A HISTÓRIA NOS ENSINA ALGUMA COISA, É Q SE PODE MATAR QQR1” . CUIDADO C/ O TRUQUE DO ELOGIO COMO FORMA DE
CONVENCIMENTO
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MSM C/ 3DIAS DE ATRASO, A LEITURA DO JORNAL PERMANECE DESINTERESSANTE . LEGALIZE A
FRUTA Q LAMBUZA. ABAIXO A
CÓPIA AUTENTICADA. (TODO MUNDO SABE Q) A VIAGEM NO TEMPO ESTÁ COMPROVADA PELA PRESENÇA MACIÇA DE CABEÇAS DO SÉCULO RETRASADO NESTE
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A TERRA É 1TAPETE VOADOR.
1CABEÇA Q CONVERSA É COMO 1UNIVERSO. O TELEJORNALISMO NOS DÁ VONTADE DE BATER C/ AS CABEÇAS
NA PAREDE ( Ñ AS NOSSAS CABEÇAS).
E Ñ ADIANTA ALIVIAR C/ A TELENOVELA
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adolescentes ñ “sentam direito” pq entendem q ñ são eles q devem se adaptar (mas sim os assentos q têm 1função p/ dar conta) além do + se é p/ ficar parado a tarde inteira no msm lugar: p q ñ deitados?
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p/ o skatista 90 o ĂŠ medida de movimento Ăą de pouso
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A ÚNICA COISA PIOR Q 1GOVERNO É 1GOVERNISTA . O POLÍTICO CONSERVADOR PODERIA SE INSPIRAR NO ARTISTA CONSERVADOR E AO MENOS SE TORNAR INOFENSIVO.
LEGALIZE O SOL ANTES DAS SEIS
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NA CLASSIFICAÇÃO GERAL DE TUDO O Q É TRISTE
O PENSAMENTO POBRE PERDE P/ O PENSAMENTO CONVENIENTE
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deve ser 1v铆rus no 贸leo da batata frita q produz a folcl贸rica paranoia homicida norteamericana
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E N TA D A P E L A FA L A O U ( M E L H O R A I N D A ) P E L A C O N V E R S A : M S M q esta ocorra apenas virtualmente na cabeça de quem tecla + 1vez a oralidade assalta o regime tipográfico e agora cada 1escreve do jeito q quer a escrita ñ tem + referente gramatical: ñ é + governada por 1código dominante
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A L G U É M D I G I TA E S E V Ê L I D A N D O C / PA L AV R A S Q N U N C A H AV I A E S C R I T O E M B O R A tenha dito muitas vezes, então precisa soletrar de improviso, pela 1 a vez vê a palavra, inscreve assim 1registro gráfico q ele msm nunca tinha visto até o ato de escrevê-lo: cria 1evento na linguagem e novos padrões cognitivos na sua própria cabeça. Ou incorpora a respiração na sintaxe e segundo sua cadência posiciona vírgulas e pontos embaralha a ordem das frases os termos mudam de posição pois surgem de memória 1vez q a frase se faz no tempo ñ no espaço: o improviso faz a escrita se dar no tempo (e ñ no espaço da “página”)
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O S D I A L E T O S S Ã O O T R AV E S T I O S K AT I S TA NO MEIO DAS “LÍNGUAS NACIONAIS” O pixador. Muitos buscam negar q eles existem, por isso são potentes como ratos. Resistência dissipativa/existência virótica do dialeto, q muito se parece c/ a criptografia das moçadas na internet
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P / P E R C E B E R Q É E S S E O E S TA D O D E E S C R I TA Q + PROLIFERA NA REALIDADE ONDE VIVEMOS basta sacar q msm na publicidade + cara (como na + barata) no mínimo a acentuação já ñ circula e sequer existe elaboração sintática p/ desviar mas o q esperar daí? A publicidade afinal tende ao grunhido em ideias e liberdade. Já as turmas q futucam a indeterminação inventam verdadeiros dialetos em toda essa digitação freestyle
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FA L A N D O P O R S I , P O R S I M S M , O S S E U S , S U A Á R E A , O P I X A D O R É A I N D A + O C AVA L O D A S ruas, incorporado pela voz plural dos invisíveis, a selva cifrada q pintam juntos na cidade os pixadores: nuvens de gigantes gafanhotos tipográficos tintográficos riscogrifogritográficos estão dizendo doideiras sem ninguém sacar direito o q dizem: seria de+ esperar q fosse legível p/ 1 q nada tem a ver c/ o pixo (1morador 1polícia 1qécontra tlvz) msm assim os muros falam por todos, basta ir sacando se deixar conduzir através da camuflagem superposta da comunicação das ruas: vazão de energia autônoma q pode falar na voz de qqr 1 q passe leia se afete se identifique some ao sumidouro do txtssssssssssssssssss incorpore o q descubra ser na voz do spray o inconsciente coletivo espirra tinta no movimento de partículas do aerosol
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CONSTRUA VC MSM S U CALIBRADOR DE ONDA
e
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N 1 A Ă R E A P L A N A D E Q Q R N AT U R E Z A C A M I N H E D E O L H O S F E C H A
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DOS.
ECHA
D O S . P O D E S E R ( D I G A M O S ) 1 E X T E N S Ã O D E S C A M PA D A S E M acidentes sem humanos (p/ o caso dos leitores humanos) como 1deserto 1praia 1praça. Caminhar no escuro afeta o corpo de 2modos: aumenta a consciência dos próprios pés enquanto superfície de estável contato e abre o espaço auditivo do crânio p/ a variedade aleatória dos sons. A presença doutros bichos e elementos naturais afeta positivamente a experiência acústica: passarinhos (p. ex.) a cor aguda de seu canto (randômico da perspectiva do ouvinte) cria contrastes gostosos c/ os graves da terra ativados pela caminhada
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S E N TA R D E C O S TA S N O Ô N I B U S , P / E N T R A R N 1 A R U A N O VA . Q U A N T O M E N O S C O N H E C I D A (mas nunca totalmente desconhecida) + confortável a experiência já q < o ímpeto de, na cabeça, rebobinar a rua
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R E D E S , A L M O FA D A S E E S P R E G U I Ç A D E I R A S E M TODOS OS LOCAIS PÚBLICOS. N1 ÉPOCA EM q se discutiu a implantação de redes no campus da UFMA muitos agiram como se ñ fosse 1questão aceitável: parece q a única reivindicação “realista” seria por cadeiras melhor acolchoadas
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N1 SESSÃO DE SOUNDSYSTEM SE DEIXE SER MASSAGEADO 1DÚZIA DE HORAS PELOS graves pressionando o peito subgraves socando as pernas: eixos vibratórios: de bermuda sempre (ou saia), sinta as ondas quentes fluírem perna acima: mal se mova envolto pelo túnel de reverb q sai daquela voz distante, alçando voo ainda assim: elevado através do ouvido os detritos sonoros em órbita rente à cabeça te levando junto na sua rota rumo ao éter. O baque das ondas amplifica a lombra. Elástico, o corpo se estica na vertical (maior distância entre cabeça e pés) e se dilui na horizontal (1só c/ a nuvem grave). A sensação ao sair é de estar 1pouco menos sólido: + poroso: > distância entre moléculas depois dalg1s horas aquecidas sistematicamente pelo dub reggae
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O A C E S S O À I N T E L I G Ê N C I A V E G E TA L É 1 P R I V I L É G I O : I N C O M PAT Í V E L C / O M U N D O D O $ portanto sistematicamente agredido, pelos estereótipos da mídia, a violência do estado, o silêncio das universidades, a moral racional trabalhistacristã e tb o mau uso, toda essa curtição sem visão nem coragem autoconhecimento é conhecimento cósmico, psicodelia é comunicação direta c/ a história evolutiva partilhada por todos os organismos vivos
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NENH1 DEUS DURA EM SERVIÇO MUITOS TÊM A VIDA + BREVE Q 1ADOLESCENTE DESAPONTADA PELA 1 AVEZ
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1ÉPOCA SE APAIXONA PELO OURO E COBIÇA P/ VALER OUTRA PELA DIVINDADE DO AMOR E GOZA E QUER Q GOZEM
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A GENTE SE TRATA BEM A GENTE SE QUER DEMAIS ME DISTRAIO FACILMENTE ME CONCENTRO FACILMENTE FECHO OS OLHOS CONTEMPLO 1MUNDO SEM O SOM DE GENTE FALANDO NA TV
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sobre o autor cavaloDada vulgo Reuben da Cunha Rocha (São Luís/MA, 1984) é coeditor da revista Pitomba! e dos zines Randomia e Terroria c/ Ana Calzavara e Fabrício Lopez, publicou o álbum de poemas + xilogravuras Miragem no olho aceso (SP Estampa, 2013) em 2012, participou do festival WEYA (Nottingham, UK) c/ a performance CAIXAPREGO/NAILBOX. No mesmo ano integrou a exposição Trezeatravéstreze (Galeria Hum, São Luís) alguns de seus pixos, poemas, ensaios e traduções estão espalhados nas revistas Almanaque Lobisomem, Coyote, Leitemotiv, Modo de Usar & Co, Poesia Sempre e Revista de Autofagia traduziu txts de Allen Ginsberg, Bill Knott, e. e. cummings, Gregory Corso, John Cage, Kodwo Eshun, Miekal And, Thurston Moore, William S. Burroughs, Kenneth Rexroth, Richard Brautigan tem música c/ os compositores André Lucap, Djalma Lúcio e Marcelo Marques
fb/cavalodada reubencr@gmail.com
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colaborações / créditos concepção gráfica da seção te liga por Bruno Azevêdo e Reuben, c/ design de Tazio Zambi imagens remixadas p.1, p.75 revista Cinelândia #56 (1955) p.24, p.53 revista Seleções de Rir ilustrada #9 (1955) p.70 Cine Romance #24 (s/d) design dos anúncios “salão espelho mágico”, “durante o sonho” e “vibrador orgasmo total” por Luiza De Carli imagens remixadas p.4 revista Cinelândia #68 (1955) + retrato de Lee Miller por Man Ray p.12 aquarela e colagem digital p.68 revista O Cruzeiro #43 (1963) imagem da capa e ilustração dos preparados (p.50-1) recicladas da revista O Cruzeiro #43 (1963), bem como o anúncio “empréstimo familiar” (p.74), este reproduzido sem qualquer intervenção gráfica/ textual agradeço a Bruno Azevêdo, Celso Borges, Fabiano Calixto, Fernando Abreu, Gabriel Fortes, Luciano Nascimento, Luiza De Carli, Marcio H. de Godoy, Tadeu Sarmento, Tamara Costa e Tazio Zambi pela companhia e as contribuições
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dedicado ao homem q vi caminhar na tarde de 30/12/11 no meio da rua na Av. Paulista, sentar-se no cruzamento c/ a Bela Cintra e atrapalhar os carros, bloquear o trĂĄfego, provocar motoristas c/ beijos e piruetas tlvz por 15min atĂŠ ser imobilizado por 2policiais
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COPYLEFT
2013 por
REUBEN DA CUNHA ROCHA
é permitida e estimulada a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio, desde que citada a fonte e que não gere lucro
ISBN 978-85-915808-2-8
PROJETO GRÁFICO _ CAPA _
REVISÃO _
Tazio Zambi Tazio Zambi sobre imagem de anúncio da revista O Cruzeiro #43 (1963) Reuben da Cunha Rocha
RANDOMIA randomia.com.br MCZ-SLZ, 2013
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pitomba.iluria.com
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Este livro foi composto em Univers LT e Fairfield LT e impresso em papel Pólen Soft 80g/m² em novembro de 2013 em Teresina, Piauí
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AS AVENTURAS DE CAVALO d ADA EM
existem + realidades q canais de tv, ouvi certa vez d1 pajé, e c/ isso na mente atravessei espaços, costurei os lances toques receitas notas relatórios projetos de lei sinais de fumaça testes caseiros truques e pixações deste relato, frutos coloridos da imaginação ao ar livre, experiências no espaço sideral interior ou no peito aberto das ruas, e as pernas sempre ventiladas da perambulação vagabunda por aí
+ REALIDADES Q CANAIS DE TV
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AS AVENTURAS DE
CAVALO dADA em
REALIDADES Q CANAIS DE TV
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