Revismarket- nº 48- 2012

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Trimestral • Outubro/Novembro/Dezembro 2012 • n.º 48 • Distribuição gratuita

Rm REVISMARKET Revismarket

O mercado Electro em revista

Olhar para o passado para preparar o futuro

Os acontecimentos mais marcantes dos últimos 2 anos Dossier Especial Natal www.rmelectro.com



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Ficha Técnica

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Editorial

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N.º 48 Outubro/Novembro/Dezembro 2012 www.rmelectro.com

Propriedade: Revismarket - Edição de Publicações, Lda. Rua Peixinho Júnior, N.º 2, 1.º E 2770-135 Paço de Arcos Tel.: +351 214 413 277 Fax: +351 214 413 478

Editor: Jorge Conde admin@revismarket.com

Direcção: Cidália Ribeiro cirib@revismarket.com

Redacção: Carina Rodrigues redaccao@revismarket.com

Área Comercial: pub@revismarket.com comercial@revismarket.com

Paginação: LSF outsourcingdesigners@gmail.com

Impressão: Mulembeira Rua Vasco da Gama, nº. 36 2685-244 Portela de Loures

Distribuição gratuita e por assinatura Tiragem: 3.000 exemplares

Depósito Legal n.º 236.204/05 Publicação registada no Instituto da Comunicação Social com o n.º 124843

Interdita a reprodução total ou parcial de textos, fotografias e ilustrações, salvo autorização expressa e por escrito. Os artigos assinados apenas veiculam a posição dos seus autores. A Rm-Revismarket afirma a sua independência em relação a todos os poderes, inclusive, as entidades que a patrocinam e apoiam, sendo apenas responsável perante os seus leitores. A Rm-Revismarket não se responsabiliza por erros de texto ou imagem fornecidos para publicação após a aprovação e revisão de provas.

“A verdadeira generosidade para com o futuro consiste em dar tudo ao presente.” - Albert Camus

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á dias fui convidada pela maior cadeia do mercado português para fazer uma apresentação sobre o que achava ser o futuro deste sector. Ora, enfrentei o que costumo chamar de “um belo bico de obra”. Como se diz aos nossos ouvintes que o futuro próximo passa exactamente por alterar de forma drástica a maior parte do que estão hoje a fazer, sem parecer mal educada? Com sinceridade e fundamentando as razões que me levam a esta opinião... Relatando factos e exemplos do mundo inteiro e de Portugal. O artigo de destaque desta edição tem exactamente esse objectivo, o de relatar exemplos e juntá-los todos numa peça que resume os últimos dois anos, para que todos possam fazer esse mesmo exercício: analisar o passado e o presente e questionar-se sobre o futuro. Cada um tirará daqui as suas próprias opiniões e ilações e poderá pôr em prática o caminho em que acredita. Não há certezas, não há receitas, não há soluções milagrosas para enfrentar um futuro que se avizinha bem difícil e complicado. Na minha opinião, há apenas uma certeza: temos de alterar o nosso modus operandi habitual, porque o mundo mudou. Temos de pensar em novos caminhos e novas ideias que nos permitam enfrentar o futuro imediato e sobreviver ao mesmo. Nesta altura, é disto mesmo que se trata, de sobrevivência, de não desistir e manter-se em actividade sem hipotecar o futuro. O cenário não é optimista, muito pelo contrário, mas acredito também que temos um trunfo fabuloso, a nossa fantástica capacidade de adaptação e resiliência. Acredito que é nela que vamos buscar a criatividade e coragem necessárias para alterar as nossas empresas, para as virar do avesso, fazendo coisas que seriam impensáveis há uns anos mas que são imprescindíveis hoje em dia. Uma coisa é certa, em tantos anos de trabalho, nunca vivenciei uma época com tanta criatividade e novas ideias. Acabaram-se as “vergonhas” de fazer diferente, os medos de inovar, uma série de amarras que nos prendiam ao passado e ao hábito de “parecer bem”. Agora, sim, é a época em que só ficam os que têm capacidade de mudança. Da minha parte, espero fazer parte desse mesmo grupo e manter-me por cá mais uns tempos, podendo continuar a escrever os meus pensamentos para muitos dos que me dão a alegria de os ler. Será sinal de que estaremos cá todos em actividade num futuro próximo. E estaremos todos mais fortes e mais sábios. Pelo menos, é essa a minha esperança e o objectivo pelo qual trabalho diariamente. O que me faz dar o máximo todos os dias ao presente. Desejo a todos um excelente final de ano e até 2013! Cidália Ribeiro Directora

Nota da redacção:

A Rm-Revismaket informa os seus leitores que optou por manter a grafia pré acordo ortográfico nas suas edições em papel e online. Rm-Revismarket - Outubro/Novembro/Dezembro 2012

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Índice

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Marcas chinesas à conquista dos mercados internacionais América Latina ultrapassa a Ásia nos electrodomésticos Como se decide a compra de um smartphone? Portugueses compram menos produtos de entretenimento 4

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Tema de capa Os acontecimentos mais marcantes dos últimos dois anos 6 Uma novela chamada Best Buy ou o fim da era das lojas “big box”? 12 Pequenos domésticos vão às compras 16 O consumidor profissional 18 Marcas chinesas à conquista dos mercados internacionais

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América Latina ultrapassa a Ásia nos electrodomésticos

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Como se decide a compra de um smartphone?

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Um tablet no sapatinho

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Portugueses compram menos produtos de entretenimento

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Dossier especial Natal: Produtos e campanhas Portugueses vão gastar menos no Natal Mensagens de Boas Festas

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o d a o s s a tur p o u f a r o a r p a r r a a Olh prep a r a p

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Destaque

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Texto: Carina Rodrigues Fotos: DR

Os acontecimentos mais marcantes dos últimos 2 anos

“Se queres conhecer o passado, examina o presente que é o resultado; se queres conhecer o futuro, examina o presente que é a causa”. - Confúcio

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ma viagem pelos acontecimentos mais marcantes de 2011 e 2012 passa, inevitavelmente, por relatos de empresas em dificuldades, pela comunicação de resultados menos positivos, pelo encerramento de lojas e por despedimentos, mas também por novas estratégias, pela diversificação de serviços e ofertas e pela aposta em novos conceitos, numa clara demonstração de resiliência das empresas. Iniciemos, então, esta viagem com o balanço de 2011, ano em que a palavra austeridade passou, definitivamente, a fazer parte do léxico dos portugueses, que a começaram a sentir, de forma muito particular, no seu bolso. As medidas impostas pelo Governo para controlar o défice condicionaram o comportamento do consumidor que, num cenário marcado por taxas de desemprego elevadas, se tornou ainda mais prudente. Em 2011, 47 por cento dos portugueses inquiridos pelo Observador Cetelem previa aumentar a sua poupança, uma percentagem mais elevada do que em 2010 (45%). Em termos de despesas apenas 32 por cento tinha pretensões de as alargar. Con-

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sequentemente, perante este refrear do consumo, as vendas de produtos tecnológicos ressentiram-se. Segundo a GfK Portugal, observou-se uma quebra de dois dígitos, fechando-se 2011 com 2.387 milhões de euros (-13,2%) e com todos sectores em análise a apresentarem resultados negativos. Com esta quebra nas vendas, não é de

Em 2011, 47 por cento dos portugueses inquiridos pelo Observador Cetelem previa aumentar a sua poupança, uma percentagem mais elevada do que em 2010 (45%). Em termos de despesas, apenas 32 por cento tinha pretensões de as alargar. Consequentemente, perante este refrear do consumo, as vendas de produtos tecnológicos ressentiram-se. Segundo a GfK Portugal, observou-se uma quebra de dois dígitos, fechando-se 2011 com 2.387 milhões de euros (-13,2%) e com todos sectores em análise a apresentarem resultados negativos.

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Confúcio disse que para prever o futuro dever-se-ia olhar para o passado. E é isso que propomos fazer nesta última edição de 2012. Sente-se confortavelmente e aceite o nosso convite para uma viagem pelos acontecimentos que marcaram os últimos dois anos do sector Electro. Dois anos onde a tal da crise, que já cá andava desde 2008/2009, fez sentir de forma mais forte os seus efeitos. Dois anos marcados sobretudo por palavras com conotação negativa, como austeridade, desemprego, desinvestimento, prejuízos e falências. Dois anos onde o sector da distribuição inverteu a tendência de criação de emprego que lhe era reconhecida, encerrando lojas, desinvestindo, saindo de mercados e refreando os seus projectos de expansão. Dois anos onde os fabricantes se debateram com dificuldades em manter os resultados, mas tentando, mesmo assim, agitar as águas com propostas tecnológicas arrojadas e inovadoras. Dois anos onde se verificaram alguns negócios importantes, com as empresas melhor posicionadas a aproveitarem a conjuntura para adquirir outros “players” estratégicos. E, acima de tudo, dois anos que viram nascer um novo consumidor, transformado num verdadeiro perito, mais racional nas suas decisões e com hábitos de consumo completamente distintos.

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A Sonae, através da Worten, assumiu um compromisso de longo prazo no mercado espanhol, onde está desde 2008, após a aquisição das lojas que a Boulanger tinha no país. A Worten tem vindo, sucessivamente, a ampliar a sua rede, até mesmo adquirindo activos de empresas que, entretanto, desinvestiram deste mercado. Em 2011 fechou um acordo com a Dixons para a transferência de oito lojas PC City.

estranhar que as empresas de distribuição tenham, também elas, comunicado resultados menos positivos. Por exemplo, o negócio de retalho especializado da Sonae terminou 2011 com uma quebra de 2,9 por cento face ao ano anterior, caindo para 1,235 mil milhões de euros. Em Portugal, as vendas diminuíram cerca de 13 por cento, o que foi apenas parcialmente compensado pelo crescimento de 43 por cento nos mercados internacionais. Espanha representou 25 por cento do total das vendas da Sonae SR em 2011. Crescer fora de portas Confrontadas com as dificuldades de crescimento no seu mercado de origem, as empresas de distribuição portuguesas, nomeadamente a Sonae e a Jerónimo Martins, têm vindo a apostar na sua internacionalização, abordando novos merca-

dos que lhes permitam alargar a base de clientes e dinamizar as vendas. A Sonae, através da Worten, assumiu um compromisso de longo prazo no mercado espanhol, onde está desde 2008, após a aquisição das lojas que a Boulanger tinha no país. A Worten tem vindo, sucessivamente, a ampliar a sua rede, até mesmo adquirindo activos de empresas que, entretanto, desinvestiram deste mercado. Em 2011 fechou um acordo com a Dixons para a transferência de oito lojas PC City, operação que substituiu uma parte do plano de expansão orgânica previsto, com vantagens ao nível do investimento e da velocidade na concretização. Mas não é só da Worten e do mercado espanhol que é feito o negócio internacional da Sonae. A empresa tem vindo, paulatinamente, a entrar em novos destinos, movimento que se intensificou nestes últimos dois anos. Turquia, Egipto, Cazaquistão, Líbano e Malta fazem já parte do mapa da Sonae que, entretanto, também vai abrir hipermercados em Angola e ampliar a sua presença na América Latina. Este mercado é, de resto, de igual modo estratégico para a Jerónimo Martins, que irá abrir as suas primeiras lojas na Colômbia até Março, mercado onde quer entrar para o top 3

em cinco anos. A Jerónimo Martins anunciou até que, caso esta experiência seja bem sucedida, poderá expandir-se para outro país da América Latina. Encerramentos e despedimentos Mas enquanto algumas empresas investem, outras fazem o movimento contrário, abandonando mercados, encerrando lojas e, consequentemente, anunciando despedimentos colectivos. Muito recentemente, o Carrefour vendeu as suas operações na Malásia à japonesa AEON, por 250 milhões de euros. Negócio que se enquadra na estratégia de se focar nas suas actividades “core” e concentrar os seus recursos nos países onde detém posições fortes e consolidadas e nos emergentes com elevado potencial de crescimento. Foi também neste sentido que anunciou a saída de Singapura e da Colômbia e transferiu as suas operações na Grécia para um modelo de “franchising”. Da Grécia saiu também a Saturn, pressionada por uma descida de 25 por cento nas vendas, em dois anos, que deixou pouca margem para os lucros das insígnias da Media-Saturn. Foram, assim, fechadas duas das suas lojas e as outras três transferidas para a Media Markt. Esta

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de Portugal e Espanha. No caso da Media-Saturn, foi desencadeada uma acção de despedimento colectivo de 43 colaboradores da sua sede em Portugal, cerca 78 por cento da força de trabalho Novas ofertas e conceitos Na generalidade dos casos, estas medidas fazem parte de planos estratégicos com o objectivo de acelerar o crescimento e reduzir os custos, nos quais também se integram a expansão da gama e da oferta de serviços e o aumento do investimento no online e no “mobile” para potenciar a experiência de compra do cliente multicanal. No caso do aumento da gama, veja-se a Fnac que passou a vender pequenos domésticos, nomeadamente no site português. Já a Media-Saturn lançou as suas marcas exclusivas, gama que foi este ano ampliada. Os primeiros passos foram dados com a marca ok, marcadamente de primeiro preço, e com a Koenic,

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O desinvestimento em mercados é normalmente acompanhado da redução das redes de lojas. A Staples anunciou este ano o encerramento de 45 pontos de venda e de algumas operações de negócio directo no mercado europeu. Já o grupo britânico Darty, dono das lojas Menaje del Hogar, pondera abandonar o sul da Europa. Portugal tem também a sua quota deste tipo de notícias. Em Julho do ano passado foi conhecida a decisão da Jerónimo Martins de encerrar as 21 lojas Electric Co.

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estratégia de “rebranding” foi também levada a cabo muito recentemente na Hungria e poderá ainda ser implementada na Suíça e na Rússia. O desinvestimento em mercados é normalmente acompanhado da redução das redes de lojas. A Staples, por exemplo, anunciou este ano o encerramento de 45 pontos de venda e de algumas operações de negócio directo no mercado europeu. Já o grupo britânico Darty, dono das lojas Menaje del Hogar, pondera abandonar o sul da Europa e está a rever todos os seus negócios, incluindo as 45 lojas que tem em Espanha. Nos seus planos de reestruturação consta uma necessidade de reduzir os custos em 20 milhões de euros ao ano, o que poderá acarretar o abandono do mercado espanhol ou italiano. Portugal tem também a sua quota deste tipo de notícias. Em Julho do ano passado foi conhecida a decisão da Jerónimo Martins de encerrar as 21 lojas Electric Co, abandonando este conceito de retalho especializado no âmbito do foco estratégico na área alimentar. A marca Electric Co manteve-se apenas vocacionada para pequenos domésticos à venda nas lojas Pingo Doce. Em Coimbra, a Rádio Popular encerrou em Dezembro uma das suas duas lojas e em Junho deste ano foi a vez do AKI encerrar nesta cidade o ponto de venda localizado no Centro Comercial Dolce Vita – Euro Stadium. O grupo ADEO, ao qual pertence a insígnia AKI, garantiu a colocação de todos os colaboradores da loja na Leroy Merlin de Coimbra, mas sorte diferente tiveram os 23 trabalhadores da Moviflor de Vila Nova de Famalicão, fechada em Fevereiro, e os afectados pelas reestruturações no Grupo Os Mosqueteiros, com a reorganização da sua direcção comercial alimentar, que resultou na redução de 46 postos de trabalho, e na Makro e na Media-Saturn, ambas com a unificação das estruturas

Tendências de mercado

posicionada no segmento Premium. Um ano depois foram introduzidas as marcas Peaq, dedicada à electrónica de consumo, e ISY, com uma oferta de acessórios. Com estas quatro marcas, a Media-Saturn garante cobrir todos os segmentos de preço. Do lado dos fabricantes, nota para a entrada da Panasonic e da HAEGER em novas áreas de negócio, designadamente a linha branca, e para a aposta da Meireles no encastre. Já na ampliação da oferta de serviços, o Continente tem sido particularmente dinâmico, tendo lançado, nestes últimos dois anos, soluções tão díspares que vão desde os serviços de transferência de dinheiro aos produtos de poupança, passando ainda pelo “self-service” de lavagem auto-


Destaque

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No que toca ao online, confirmou-se a noção de que a Internet está a mudar os hábitos de consumo e a abrir novos caminhos. Nestes dois anos foram várias as investidas nesta área, com o destaque a ter de ir, claramente, para a Media-Saturn, que adiou por longo tempo a entrada neste canal, concretizada em Março de 2011, com a aquisição da Redcoon. Por sua vez, o Grupo Auchan passou a potenciar a área electro através da BOX Online e o El Corte Inglés alargou o serviço de venda online aos produtos de electrónica. móvel e pelo pediatra online. No que toca ao online, confirmou-se a noção de que a Internet está realmente a mudar os hábitos de consumo e a abrir novos caminhos e oportunidades de desenvolvimento e crescimento das empresas. Nestes dois anos foram várias as investidas nesta área, com o destaque a ter de ir, claramente, para a Media-Saturn, que adiou por longo tempo a entrada neste canal, concretizada em Março de 2011,

com a aquisição da Redcoon, um dos líderes mundiais na venda online de produtos de electrónica de consumo. Com esta aquisição, a “holding” acelerou a sua estratégia de expansão online, acrescentando ao seu portfólio um “pure player” que aportou à Media Markt e à Saturn o conceito de multicanal. Esta oferta ainda não chegou ao mercado português, mas outros “players” já ampliaram as suas propostas online para o consumidor nacional. A IKEA, por exemplo, apoiou-se no online para chegar a localizações onde não tem lojas físicas, como os Açores, a Madeira e Porto Santo. Por sua vez, o Grupo Auchan passou a potenciar a área electro através da BOX Online e o El Corte Inglés alargou o serviço de venda online aos produtos de electrónica. Outra das apostas da distribuição nestes dois últimos anos são novos conceitos de negócio. A Jerónimo Martins e a Sonae, depois de muitos anos a privilegiarem as grandes e médias superfícies, começaram a investir na área do comércio tradicional, com as mercearias Amanhecer e Meu Super, respectivamente. A Sonae, que entretanto fundiu o Modelo e o Continente, lançou ainda uma área de negócio dedicada ao retalho grossista, o Continente Horeca, que tem por objectivo

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Acontecimentos mais marcantes Muitos outros acontecimentos fizeram a história dos últimos dois anos. A já longa “novela” sobre as taxas cobradas em compras efectuadas com cartões contou este ano com um novo capítulo, quando a Autoridade da Concorrência (AdC) veio dizer não encontrar provas suficientes de violação das regras da concorrência. Isto após a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) ter considerado abusivas as práticas da banca, ao cobrarem taxas muito superiores à média europeia e ao substituírem os cartões de débito por cartões de débito diferido (que

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Nestes últimos dois anos, concretizaram-se também alguns negócios assinaláveis. Destaque para a compra dos direitos de uso da marca Braun pela De’longhi, para a aquisição da Topcom pela Tristar e da Princess pela WMF, para a compra da participação da Ericsson na Sony Ericsson por parte da Sony e das lojas Schlecker em Portugal e Espanha pelo Grupo DIA.

são cobrados como se fossem de crédito, com valores mais elevados) e do Tribunal de Justiça da União Europeia (UE) ter condenado a Mastercard por práticas

Imagem da campanha que assinalou a entrada da Worten em Espanha em 2008

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a satisfação das necessidades de clientes profissionais de hotelaria, restauração, instituições públicas e privadas. Na área do retalho especializado, a Audilar inaugurou um novo conceito de loja em Portugal, a venda de electrodomésticos Express, satisfazendo a apetência dos clientes pela compra de produtos inovadores, ao melhor preço e que não exijam deslocações desnecessárias.

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anti-concorrenciais, devido às comissões interbancárias multilaterais que são repercutidas nos retalhistas. Outra “novela”, a da abertura das grandes superfícies aos domingos e feriados, viu novos desenvolvimentos em 2011 quando os municípios de Almada e Viana do Castelo confirmaram a intenção de a impedir, o que levou algumas insígnias a instaurar processos contra estas autarquias. 2011 fica marcado pelo regresso da Moulinex ao mercado português através do Grupo SEB, ao passo que 2012 é relembrado pelo “apagão” do analógico, finalizado a 26 de Abril. Processo longe de ser pacífico e que, segundo a DECO, foi imperfeito, até porque, ao contrário de outros países, a oferta de canais não melhorou, ficando apenas os quatro já gratuitos. Nestes últimos dois anos, concretizaramse também alguns negócios assinaláveis. Destaque para a compra dos direitos de uso da marca Braun pela De’longhi, para a aquisição da Topcom pela Tristar e da Princess pela WMF, para a compra da participação da Ericsson na Sony Ericsson por parte da Sony e das lojas Schlecker em Portugal e Espanha pelo Grupo DIA. A terminar, uma nota para alguns aniversários, celebrados em 2011 e 2012, que testemunham a longevidade e a capacidade de resistência das empresas, nomeadamente os 20 anos do Golden Club da Balay, uma década de El Corte Inglés, os 15 anos da Staples e os 100 anos da Bosch em Portugal, meio século do Grupo Auchan e da Prolar, os 80 anos da António Meireles e o centenário da Whirlpool.


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Texto: Carina Rodrigues Fotos: DR

Uma novela chamada Best Buy ou o fim da era das lojas “big box”? A notícia fez manchete nos principais meios de comunicação da especialidade em Abril: o CEO da Best Buy, Brian Dunn, comunicou a sua demissão depois de 28 anos na empresa. O anúncio seguiu-se poucos dias depois da Best Buy ter revelado um plano de redução de custos, num corte de cerca de mil milhões de dólares ao longo de quatro anos, que contemplava o encerramento de 50 lojas, sobretudo as de grande dimensão, e a eliminação de cerca de 2.400 postos de trabalho. Plano este que culminou na saída dos mercados chinês e turco e no fecho das 11 “mega stores” Best Buy no Reino Unido. 2012 tem sido, de facto, um ano bem complicado para a retalhista norte-americana, que tem consecutivamente reportado quebras massivas nos seus resultados. Sinais de que precisa urgentemente de repensar o seu modelo de negócio, mas, mais que isso, uma mensagem clara para todo o retalho especializado: a era das chamadas lojas “big box”, tal como as conhecemos, parece ter mesmo chegado ao fim.

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s resultados da Best Buy em 2012 têm sido sempre negativos. No segundo trimestre, o lucro líquido caiu 91 por cento, para os 12 milhões de dólares, valor que compara com os 150 milhões de dólares do período homólogo de 2011. Isto após um primeiro trimestre também no vermelho, com o lucro líquido a cair 26 por cento para os 158 milhões de dólares. Estes resultados foram claramente afectados pelo actual plano de reestruturação da empresa, incluindo o encerramento de algumas lojas, bem como o desinvestimento em alguns mercados, nomeadamente a China e a Turquia, logo nos primeiros meses de 2012. Mais recentemente, a Best Buy confirmou o encerramento das suas 11 lojas no Rei12

no Unido, alegando a falta de alcance nacional para poder beneficiar de economias de escala. A Best Buy é aqui um exemplo paradigmático do que se está a passar no retalho especializado de electrodomésticos e electrónica de consumo, desafiado por uma paisagem tecnológica em mutação, tanto ao nível das categorias de produto vendidas como na tipologia de cliente. Com a conectividade móvel em constante crescimento, os consumidores podem ir às lojas tomar contacto e testar os produtos e, sem sequer saírem dali, pesquisar na Internet pelo melhor preço e concluir a compra num retalhista completamente diferente. Cerca de metade dos consumidores inquiridos numa pesquisa feita pela Harris Interactive confirmou fazê-lo,

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contribuindo para a ascensão deste fenómeno, conhecido por “showrooming”, que se está a tornar num verdadeiro pesadelo para os retalhistas. Por outro lado, as categorias mais estratégicas para as insígnias como a Best Buy, caso da televisão, estão a dar mostras de abrandamento, dificuldade a que acrescem as margens cada vez mais esmagadas. De acordo com as previsões da NPD DisplaySearch, o crescimento em 2013 será nulo, depois de uma quebra de mais de quatro por cento este ano, transversal a todas as categorias de televisão.


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Mercado Case study

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A nível nacional, este ano fica marcado pelo “desaparecimento” da Vobis, a insígnia de material informático da Sonae, que foi integrada na Worten. Esta estratégia de “rebranding” está também a ser usada internacionalmente pela Media-Saturn, transformando várias lojas Saturn em Media Markt. De resto, a “holding” do Grupo Metro tem estado, nestes últimos dois anos, activamente a optimizar o seu “portfólio” de lojas. No mercado espanhol fechou alguns pontos de venda Saturn, depois da muito comentada venda da sua operação em França. Em Portugal, foi encerrada uma loja Media Markt, a do Porto Plaza.

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Todas estas tendências estão a causar uma dirsupção no mercado que afecta de forma indiscriminada todo o retalho e, muito especialmente, as grandes estruturas, incapazes de gerar os volumes de crescimento que outrora as alimentavam e suportavam os seus custos. Em Portugal, segundo a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), entre Janeiro de 2011 e Março passado, foram encerradas 37 lojas da distribuição moderna, claramente em contraciclo com a expansão dos últimos anos. Das 37 que fecharam, 21 pertenciam ao mercado não alimentar.

Empresarialmente falando, o sector do retalho tem dado que falar, e muito, nos últimos dois anos e meio. A crise veio proporcionar um terreno fértil para toda uma série de movimentações que mudaram radicalmente o panorama da distribuição. Veja-se, por exemplo, as falências de dois históricos do retalho especializado, a Miró em Espanha e a Singer em Portugal. A nível nacional, este ano fica marcado pelo “desaparecimento” da Vobis, a insígnia de material informático da Sonae, que foi integrada na Worten. Esta estratégia de “rebranding” está também a ser usada internacionalmente pela MediaSaturn, para se ajustar aos maiores níveis de competitividade dos mercados. Recentemente, na Hungria, os pontos de venda Saturn foram convertidos em Media Markt e o mesmo poderá acontecer com as lojas russas e suíças antes do final do ano.

De resto, a Media-Saturn tem estado, nestes últimos dois anos, activamente a optimizar o seu “porfólio” de lojas. No mercado espanhol, fechou alguns pontos de venda Saturn, consequência da sua fraca rentabilidade e do impacto da crise sobre o negócio, depois da muito comentada venda da sua operação em França ao HTM Group, dono da Boulanger. Em Portugal, foi encerrada uma loja Media Markt, a do Porto Plaza, por decisão unânime dos accionistas. O fim da actividade comercial desta loja, com 3.500 metros quadrados e aberta desde 2007, implicou o despedimento colectivo de todos os colaboradores e a rescisão de todos os serviços contratados. Reinventar modelos de negócio Margens diminuídas, tráfego de clientes e facturação cada vez menores, competitividade acrescida. É este o cenário com

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A Fnac abriu recentemente em França a sua primeira loja em regime de “franchising”. A retalhista francesa, que foi finalmente colocada à venda pelo Grupo PPR, iniciou uma transformação do seu modelo de negócio. Este vai assentar num modelo multicanal feito, em parte, por “franchisados”

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o qual o retalho lida diariamente. A solução passa por reinventar os modelos de negócio e pela necessária reestruturação dos operadores. No mesmo instante em que anunciaou o encerramento de 50 grandes lojas, a Best Buy confirmou que iria abrir cerca de 100 mais pequenas, numa nota de ajustamento a uma realidade que parece, cada vez mais, incontornável: a do fim do domínio das chamadas “big box”. A tónica está agora colocada nos pequenos e médios formatos, o que na Best Buy é visível pela vontade em duplicar a rede Best Buy Mobile até 2016. E desengane-se quem pensa que esta tendência é exclusiva dos retalhistas especializados. Veja-se a Wal-Mart, a maior empresa de retalho do mundo, que também planeia abrir 100 lojas de menores dimensões. E veja-se o Grupo DIA, que comprou recentemente a operação portuguesa e espanhola da falida Schlecker, numa aposta nos formatos complementares e de proximidade. O futuro depende, assim, de um necessário reajustamento dos “players” da distribuição. Uma das vias é este redimensionamento das redes de lojas, focando-se em formatos de menor dimensão mas que, apoiados em insígnias de projecção nacional ou internacional, têm uma forte influência local e, obviamente, cadeias de custos mais competitivas e flexíveis, que lhes permitem diferenciar-se da concorrência por algo mais que o preço.

Destaque

Outra das vias é enverederar por conceitos e modelos de gestão completamente distintos. A Fnac, por exemplo, abriu recentemente em França a sua primeira loja em regime de “franchising”. A retalhista francesa, que foi finalmente colocada à venda pelo Grupo PPR (que também já se “desfez” da Conforama, vendendo-a a sul-africana Steinhoff International Holdings por 1,2 mil milhões de euros), tem-se debatido com as sucessivas quebras do mercado de produtos de entretenimento, numa média de dois por cento ao ano desde 2006. Depois de anunciar uma série de medidas de redução de custos, no valor de 80 milhões de euros, que passam pelas “tradicionais” supressões de postos de trabalho e pela eliminação das redundâncias, a Fnac iniciou também uma transformação do seu negócio. Este vai assentar num modelo multicanal feito, em parte, por

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“franchisados”. Os pontos de venda terão entre 300 a 2.000 metros quadrados e os mais pequenos não venderão os grandes artigos de electrónica, nomeadamente televisões. A Fnac garante que já encontrou 60 localizações para este modelo, esperando atingir os 50 pontos de venda em 2015. Muitas destas localizações serão lojas já existentes transferidas para o regime de “franchising”. A Fnac também espera expandir o seu negócio multicanal, cada vez mais importante nas suas vendas. Esta é, de resto, a estratégia seguida por vários “players”, que encontram na Internet um canal que lhes permite compensar, em parte, as quebras observadas nas lojas físicas. Mesmo os mais “renitentes” e que adiaram, por mais tempo, a entrada nesta área, como a MediaSaturn, estão já a colher benefícios da apetência cada vez maior, por parte do consumidor, em comprar neste canal. Os resultados recentemente publicados e referentes aos primeiros nove meses de 2012 confirmam-no, com as vendas da Media-Saturn a crescerem dois por cento, para os 14,3 mil milhões de euros, e com parte deste crescimento a dever-se ao negócio online, que evoluiu muito positivamente, para os 480 milhões de euros, graças à aquisição da Redcoon no ano passado e ao lançamento, bem sucedido, de várias ofertas multicanal.



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Texto: Carina Rodrigues Fotos: Ambiente

Pequenos domésticos vão às compras A consolidação é uma realidade inegável no mercado dos pequenos domésticos. Os dados da consultora Euromonitor mostram que em 2011 os dez principais fabricantes representavam 39 por cento do volume de vendas, comparativamente aos 35 por cento que lhes cabia em 2006. Para contrariar as dificuldades de crescimento orgânico, as empresas de pequenos domésticos têm ido às compras, sobretudo nos mercados emergentes.

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s principais produtores de pequenos domésticos têm estado bastante activos nos últimos anos. Em 2009, a Salton fundiu-se com a Russell Hobbs que, por sua vez, foi integrada na Spectrum Brands, criando uma nova empresa de bens de consumo com receitas anuais estimadas em três mil milhões de dólares. A junção destas duas empresas resultou numa nova companhia, com uma nova unidade de negócios de electrodomésticos que inclui marcas como a George Foreman, Russell Hobbs, Black & Decker, Toastmaster, LitterMaid, Remington, Rayovac, VARTA, Hot Shot, Cutter e Repel, entre outras. Um ano depois, a Spectrum Brands escalava no ranking dos fabricantes, saltando do oi-

tavo para o quarto lugar. 2010 foi, de resto, particularmente animado, com a aquisição, por parte do Grupo SEB, da chinesa Supor e com a Panasonic a comprar a divisão de electrodomésticos da Sanyo. Já em 2011 a Philips assumiu o controlo e a gestão, no mercado português, da marca Saeco no que respeita ao negócio das máquinas de café para uso doméstico. Terminava, assim, um processo iniciado em Junho de 2009, com a compra, por parte da Philips, da Saeco, que resultou na integração desta na unidade de negócio de pequenos domésticos do sector Philips Consumer Lifestyle e na criação de uma nova marca para o mercado do café, a Philips Saeco. Mas este ano de 2012 fica também mar-

cado por um negócio de grande envergadura, com a De’Longhi a assegurar os direitos de uso da marca Braun em algumas categorias, nomeadamente ferros de engomar, cozinha e outros produtos de menor peso. O acordo de licença vitalícia, que contempla ainda a aquisição de alguns activos de produção detidos pela Procter & Gamble na Alemanha, pressupõe o pagamento de 50 milhões de euros, acrescidos de outros 90 milhões ao longo dos próximos 15 anos. A De’Longhi irá ainda pagar uma quantia variável, com base nas vendas da Braun, ao longo dos primeiros cinco anos do acordo. Crescer através de aquisições Estes negócios têm permitido aos fabricantes de pequenos domésticos diver-

Principais fabricantes de pequenos domésticos: quota de vendas total por região em 2011 (%) Koninklijke Philips Electronics NV SEB, Groupe Procter & Gamble Co, The GD Midea Holding Co Ltd Spectrum Brands Holdings Inc Fonte: Euromonitor

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Mercado Case study

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2010 foi particularmente animado, com a aquisição, por parte do Grupo SEB, da chinesa Supor e com a Panasonic a comprar a divisão de electrodomésticos da Sanyo. Já em 2011 a Philips assumiu o controlo e a gestão, no mercado português, da marca Saeco no que respeita ao negócio das máquinas de café para uso doméstico. Terminava, assim, um processo iniciado em Junho de 2009, com a compra, por parte da Philips, da Saeco, que resultou na integração desta na unidade de negócio de pequenos domésticos do sector Philips Consumer Lifestyle e na criação de uma nova marca para o mercado do café, a Philips Saeco. Mas este ano de 2012 fica também marcado por um negócio de grande envergadura, com a De’Longhi a assegurar os direitos de uso da marca Braun em algumas categorias.

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mercado para o grupo em termos de volume de vendas, sobretudo devido aos resultados da Supor. Neste país, as suas outras marcas, incluindo a Tefal e a Moulinex, também estão a construir a sua própria rede de distribuição, através das cadeias Supor LifeStore e Home & Cook. A SEB detém uma quota de 5,3 por cento do mercado mundial de pequenos domésticos. A sua presença geográfica é relativamente diversificada, com os seus investimentos, em 2011 e 2012, a serem prioritariamente dirigidos para a região da Ásia-Pacífico. A empresa entrou pela primeira vez no

Em 2009, a Salton fundiu-se com a Russell Hobbs que, por sua vez, foi integrada na Spectrum Brands, criando uma nova empresa de bens de consumo com receitas anuais estimadas de três mil milhões de dólares. Um ano depois, a Spectrum Brands escalava no ranking dos fabricantes, saltando do oitavo para o quarto lugar.

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sificar os seus “portfólios” e recursos de produção, mas também possibilitam ampliar o seu alcance geográfico, dando-lhes acesso a novos consumidores em novos mercados. Mercados estes que têm permitido compensar a queda do consumo observada nos países desenvolvidos. O Grupo SEB, por exemplo, expandiu o seu negócio nos mercados emergentes através de aquisições. No ano passado, aumentou ainda mais a sua participação na Supor, comprou a colombiana Imusa e a Maharaja Appliances na Índia. De acordo com a Euromonitor, a China é agora o maior

mercado indiano em 2011, com a compra da Maharaja Appliances, e subiu no ranking vietnamita, da 22.ª para a sexta posição, graças à Vina Electric Fan Co. O grupo também está bem posicionado na América Latina, com uma quota de 17 por cento no maior mercado regional, o Brasil. A Euromonitor sublinha que a SEB tem vindo a adoptar uma estratégia de baixos custos, fabricando agora 24 por cento dos seus produtos na região da Ásia-Pacífico. Adicionalmente, 28 por cento da sua produção é feita em “outsourcing”, sobretudo na China. O desenvolvimento da sua própria rede de distribuição tem sido prioritário para a SEB. Em Janeiro, abriu a 1.000.ª loja Supor LifeStore, que também opera no Brasil e na Colômbia. A cadeia Home & Cook, ou a cadeia Tefal como é conhecida na Turquia, também vende online em alguns mercados, incluindo o Reino Unido.

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o d a o s s a tur p o u f a r o a r p a r r a a Olh prep a r a p

Texto: Carina Rodrigues Fotos: DR

O consumidor profissional

O “shopper” português mudo. No início da crise, adoptou desde logo um comportamento de contenção do consumo, mas mais influenciado pela pressão social e mediática. Nos últimos dois anos, contudo, o “medo” transformouse em “realidade” e a crise esvaziou as carteiras. As compras de bens de consumo duradouro, como a electrónica e os electrodomésticos, foram sempre das mais adiadas, mas mesmo ao nível dos bens de grande consumo, como a alimentação, os lares portugueses revelam uma mudança comportamental.

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Portugal é o país da Europa Ocidental onde os consumidores mais consideram ter reduzido o seu estilo de vida. A grande maioria dos portugueses prefere não avançar com projectos pessoais a curto prazo, optando por poupar ou esperar até encontrar mais

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austeridade em Portugal tem feito várias vítimas e uma delas tem sido o consumo. Com o aumento do custo de vida, os portugueses, sobretudo os da classe média, têm visto a sua situação financeira degradar-se e consideram-se em pleno processo de empobrecimento. Sendo incompatível conciliar os desejos e necessidades com o orçamento disponível, têm vindo a reajustar o seu padrão de consumo. Em 2011, o Observador Cetelem já havia constatado que as intenções de compra de electrodomésticos e electrónica de consumo estavam a descer. As análises de 2012 confirmaram essa tendência, com o mercado dos electrodomésticos a demonstrar uma descida de 10,1 por cento e o da linha castanha de 11,8 por cento. Também o orçamento médio por família diminuiu de 201 para 174 euros ao ano, no caso dos electrodomésticos, e de 278 para 238 euros ao ano, na electrónica de consumo.

Os lares portugueses foram menos dias às compras, mas em cada dia foram a mais lojas, com o objectivo de encontrar melhores negócios. Já nos bens duradouros, como os electrodomésticos, o Observador Cetelem 2011 confirmou um elevado nível de prudência, com quase metade dos consumidores a levar mais de um mês para decidir a compra.

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barato. Ao nível do consumo, as categorias do vestuário, do lazer e viagens e os combustíveis têm sido as mais sacrificadas, mas também a alimentação sofreu cortes, com 32 por cento a admitir que tem vindo a diminuir a qualidade e a diversidade dos alimentos para que a factura seja o menor possível. Esta tendência no grande consumo é relativamente recente e confirma uma nova fase de adaptação à crise. Em 2010, 22 por cento dos lares portugueses tinha já grandes dificuldades, mas a grande maioria, contudo, ape-


nas procurava gastar menos, pouco alterando os seus hábitos. De acordo com a Kantar Worldpanel, a alteração mais relevante foi a redução do consumo alimentar fora de casa, o que em contrapartida fez disparar o consumo dentro dos lares. Assim, em 2011 cresceram muito as categorias de “take away” e refrigerados como soluções alternativas e mais económicas que o consumo na restauração. O primeiro semestre de 2012 trouxe, porém, algo de verdadeiramente novo. Algumas categorias consideradas menos essenciais viram o seu consumo reduzido, ou até mesmo abandonado, e o canal Horeca foi novamente penalizado, mas a compra de bens alimentares intensificou-se ainda mais. Acontece, contudo, que, apesar dos produtos de grande consumo terem crescido 7,4 por cento em valor, ao que não será alheio o aumento do IVA, o volume comprado caiu 0,7 por cento. Por outro lado, o consumo é menos sofisticado, privilegiando-se os produtos básicos, como os frescos e a mercearia salgada e doce, e reflectindo o padrão

Mercado Case study

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Em 2011, o Observador Cetelem já havia constatado que as intenções de compra de electrodomésticos e electrónica de consumo estavam a descer. As análises de 2012 confirmaram essa tendência, com o mercado dos electrodomésticos a demonstrar uma descida de 10,1 por cento e o da linha castanha de 11,8 por cento. Também o orçamento médio por família diminuiu de 201 para 174 euros ao ano, no caso dos electrodomésticos, e de 278 para 238 euros ao ano, na electrónica de consumo.

que existia nos anos 80 e 90. Mais perito que o perito Em termos de comportamentos, existem também diferenças importantes e o consumidor optimiza o melhor que pode o processo de compra. No grande consumo, se em 2011 se verificava uma maior frequência na ida às lojas, o mesmo já não aconteceu no primeiro semestre deste ano. Os lares portugueses foram menos dias às compras, mas em cada dia foram a mais lojas, com o objectivo de encontrar melhores negócios. Já nos bens duradouros, como os electrodomésticos, o Observador Cetelem 2011 confirmou um elevado nível de prudência, com quase metade dos consumidores a levar mais de um mês para

decidir a compra. Esta deixou de ser decidida na loja, transformando-se num processo de informação e educação sobre o produto que se pretende adquirir. Mais perito que o perito, em compras de valores significativos e relativamente às quais o consumidor é particularmente exigente, a compra impulsiva já não se verifica, analisando-se a oferta e amadurecendo-se a decisão. A edição de 2011 do Observador também mostrou que o preço é o factor que mais atrai os consumidores portugueses e que há pouca fidelização a marcas. Neste contexto económico difícil, os portugueses regressaram ao fundamento primordial do consumo em que uma boa compra é, antes de mais, uma boa relação qualidade-preço.

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Mercado Empresas

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A GD Midea é, de acordo com a Euromonitor, o segundo maior fabricante mundial de electrodomésticos, apesar da presença relativamente modesta fora da China, o seu mercado doméstico, onde construiu uma posição sólida, não obstante a oposição do seu concorrente mais directo, a Haier. Contudo, com o mercado chinês a dar mostras de abrandamento, coincidindo com o fim dos programas de subsidiação do governo, a GD Midea olha agora com atenção redobrada para o exterior, não querendo arriscar-se a ser um “player” monomercado. Alguns passos já foram dados, sobretudo na direcção da Índia e da América do Sul, através de “joint-ventures” na área do tratamento do ar.

GD Midea tem um objectivo muito claro: ser um “player” internacional, com uma estratégia multi-marca e uma presença baseada em categorias. De acordo com a Euromonitor, a empresa tem perseguido este objectivo apostando em aquisições estratégicas e no estabelecimento de “jointventures”, ao longo dos últimos 20 anos, mas é inegável que é no seu mercado de origem que reside a sua força. Fundada em 1968, em Shunde, a GD Midea estabeleceu-se com uma estratégia assente numa única marca, a Midea, comum a todas as categorias de produtos, dos pequenos aos

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grandes domésticos, do segmento de consumo ao profissional e do Premium à entrada de gama. Foi só após a integração da divisão de lavagem de roupa que a empresa adoptou uma estratégia multi-marca nesta categoria, com a Little Swan para o topo de gama e a Rongshida no posicionamento oposto. Mesmo assim, a Midea é única com uma presença significativa fora do mercado chinês, não obstante o grupo deter mais de dez marcas e 19 filiais no estrangeiro, incluindo seis a nível europeu, nomeadamente Rússia, França, Itália, Espanha, Alemanha e Holanda. A empresa está activamente empenhada na globalização das suas opera-

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Marcas chinesas à conquista dos mercados internacionais

Um dos principais objectivos da GD Midea é que as suas marcas estejam próximas dos clientes, respondendo de forma rápida, flexível e inovadora às suas necessidades. Foi desta forma que conquistou a sua posição na China e é também esta a fórmula com que pretende abraçar os mercados internacionais.

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ções, com a abertura de unidades de operação no Vietname, Bielorrússia e Egipto. Um dos principais objectivos da GD Midea é que as suas marcas estejam próximas dos clientes, respondendo de forma rápida, flexível e inovadora às suas necessidades. Foi desta forma que conquistou a sua posição na China e é esta também a fórmula com que pretende abraçar os mercados internacionais. Actualmente, é uma das maiores empresas mundiais ao nível da produção de equipamentos de ar condicionado, de frigoríficos e congeladores, máquinas de lavar a roupa e a loiça, fogões, fornos, microondas e aspiradores, entre outros pequenos domésticos. O seu crescimento, ao longo dos anos, tem sido estável e sustentado, numa média 60 por cento e 50 por cento nas décadas de 1980 e 1990, respectivamente. Com a chegada do novo milénio, a sua taxa de


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Tendências de mercado

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] Texto: Carina Rodrigues Fotos: DR

A Europa é estratégica para a Haier, que quer entrar no top 5 dos fabricantes de electrodomésticos antes de 2014, desafiando, para isso, marcas como a Bosch, Siemens, LG, Samsung e Whirlpool.

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Sede da GD Midea

crescimento baixou um pouco, mas manteve-se nos dois dígitos. No ano passado, a GD Midea facturou 22,2 mil milhões de dólares.

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Assinatura do acordo de compra de alguns negócios da Sanyo

Ruimin, destruiu à martelada uma série de frigoríficos defeituosos, depois de uma queixa de um cliente. A mensagem era clara: a qualidade teria de ser o pilar básico de toda a estratégia da empresa. 20 anos depois, a Haier é um dos maiores fabricantes mundiais, cotado nas bolsas de Hong Kong e Xangai e factura cerca de 17.786 milhões de euros. Na base deste sucesso está, e muito, a sua estratégia de expansão internacional e de diversificação do negócio, se-

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O exemplo da Haier A Midea partilha com a Haier o mercado de origem, onde têm disputado a liderança “taco a taco”. Mas, enquanto a Midea ainda tem pouca expressão fora da China, a Haier tem vindo a conquistar reconhecimento internacional. Em 2011, a Euromonitor elegeu-a como a primeira marca mundial de grandes domésticos e um ano antes a revista Newsweek já a tinha destacado como uma das dez empresas mais inovadoras do mundo. O percurso da Haier fica associado a um episódio insólito, em 1984, quando o seu actual presidente, Zhang

A Midea partilha com a Haier o mercado de origem, onde têm disputado a liderança “taco a taco”. Mas, enquanto a Midea ainda tem pouca expressão fora da China, a Haier tem vindo a conquistar reconhecimento internacional. Em 2011, a Euromonitor elegeu-a como a primeira marca mundial de grandes domésticos e um ano antes a revista Newsweek já a tinha destacado como uma das dez empresas mais inovadoras do mundo.

gundo as necessidades dos mercados locais. Por exemplo, na Europa, a Haier fabrica máquinas de lavar a loiça muito silenciosas, ao perceber que os europeus desempenham esta tarefa sobretudo de noite, para aproveitar a tarifa bi-horária. Já na China, onde os clientes se encontram mais nas zonas rurais, produz máquinas de lavar que não precisam de detergente e que, para além de roupa, lavam batatas. A Haier tem unidades de produção, centros de I&D e filiais comerciais em 165 países, 30 dos quais europeus. A Europa é, de resto, estratégica para a empresa chinesa, que quer entrar no top 5 dos fabricantes de electrodomésticos antes de 2014, desafiando, para isso, marcas como a Bosch, Siemens, LG, Samsung e Whirlpool.

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Tendências de mercado

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A China é o maior exportador de electrodomésticos. Em 2010, representou, de acordo com a Euromonitor, metade do volume de grandes domésticos e ar condicionado exportado. Apesar da descida em 2009, devido à recessão nos mercados desenvolvidos, o volume de exportação da China cresceu, em média, sete por cento ao ano, entre 2006 e 2010.

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Tal como a GD Midea, a Haier também tem apostado nas aquisições para dinamizar o seu crescimento internacional. No ano passado, comprou à Panasonic o negócio de frigoríficos e máquinas de lavar a roupa da Sanyo no Japão, assim como os seus negócios de roupa, frigoríficos e electrodomésticos na Indonésia, Malásia, Filipinas e Vietname. Agora, adquiriu a Fisher & Paykel, líder dos mercados australiano e neo-zelandês, por 762 milhões de dólares, para reforçar a sua imagem de qualidade e inovação e ultrapassar o estigma da pouca qualidade normalmente associado aos produtos chineses. Podem as exportações chinesas aumentar? Facto inegável, a China é o maior exportador de electrodomésticos. Em 2010, representou, de acordo com os dados da Euromonitor, metade do volume de grandes domésticos e ar condicionado exportado. A posição de liderança da China baseia-se no custo baixo da sua mão-deobra e na disponibilidade de uma rede local de fornecedores e tem contado com o apoio do governo, através de programas como “World Top Brand”, “Famous Export Brand” e “China Name Brand”. 22

Estes programas, que geraram alguma controvérsia, destinavam-se a aumentar as vendas globais de produtos chineses através de subsídios. No final de 2009, com as fortes pressões internacionais, sobretudo dos Estados Unidos, o governo chinês acordou cancelá-los por contrariarem as regulações da Organização Mundial do Comércio. A China tem tradicionalmente atraído a atenção dos investidores pela sua mão-de-obra barata e pela capacidade de proporcionar economias de escala. Contudo, os custos laborais têm vindo a encarecer, ao abrigo da nova legislação de protecção aos trabalhadores. Estes têm também reclamado salários mais altos e a falta de mão-

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de-obra qualificada tem contribuído para exacerbar o problema. Neste sentido, as fabricantes chinesas, como a Haier e a Midea, parecem, no entender da Euromonitor, ter perdido parte da sua vantagem competitiva no que toca aos custos de produção. Isto também porque concorrentes locais, sobretudo de Taiwan, como a AOC, Proview e Quanta, reduziram consideravelmente os seus custos. Por esta razão, as fabricantes chinesas, nomeadamente a Haier, estão a transferir a sua produção para países onde os custos são mais baratos, como Taiwan, inicialmente através de “joint-ventures”. No entanto, a China continua a ser atractiva para o investimento. Tem infra-estrutura mais avançada que outros países da região, a qualificação da mão-de-obra, apesar de ainda relativamente baixa, está a aumentar e a transferência do foco para os produtos de valor acrescentado está incentivar a inovação no país. Apesar da descida em 2009, devido à recessão nos mercados desenvolvidos, o volume de exportação de electrodomésticos e ar condicionado da China cresceu, em média, sete por cento ao ano, entre 2006 e 2010.



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Dados de mercado

] Texto: Carina Rodrigues Fotos: DR

A região da Ásia-Pacífico continua a ser o maior mercado regional de electrodomésticos, quer em vendas quer em produção, muito por causa do domínio da China, mas a sua taxa de crescimento está a abrandar. Este ano, a Euromonitor prevê que a China cresça apenas dois por cento em volume, comparativamente aos oito por cento de 2011. O fim dos programas de estímulo implementados pelo governo chinês está a contribuir para a passagem de testemunho da região da Ásia-Pacífico para a América Latina como o mercado com a mais alta taxa de crescimento nos electrodomésticos. Beneficiando do forte desempenho do Brasil, as vendas nesta região deverão crescer mais de nove por cento em 2012.

segmento de cocção está a ajudar significativamente no crescimento robusto da América Latina. A procura de fornos e placas, como unidades de substituição assim como equipamento dos novos fogos, cresceu mais de 30 por cento este ano, com o Brasil a ser um dos motores deste crescimento, representando 70 por cento do volume de vendas de fornos da região. A América Latina é também, segundo a consultora, o maior produtor de fogões, com uma quota de 40 por cento. Conjuntamente, o Brasil e o México produzem 87 por cento das unidades que

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saem das fábricas da América Latina. A Controladora Mabe e a Whirlpool controlam 45 por cento da produção total de electrodomésticos de cocção na região, mas outros fabricantes, como a Electrolux e a LG, estão também a aumentar, de forma agressiva, a sua presença em termos de fabrico. A região da Ásia-Pacífico está também a ser ultrapassada pela Europa de Leste, que este ano se expandiu fortemente. Analisando os volume de produção de grandes domésticos e de ar condicionado, a Euromonitor constata que esta região irá liderar o crescimento global, com mais de nove

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América Latina ultrapassa a Ásia nos electrodomésticos

A América Latina é o maior produtor de fogões, com uma quota de 40 por cento. Conjuntamente, o Brasil e o México produzem 87 por cento das unidades que saem das fábricas da América Latina. A Controladora Mabe e a Whirlpool controlam 45 por cento da produção total de electrodomésticos de cocção na região, mas outros fabricantes, como a Electrolux e a LG, estão também a aumentar, de forma agressiva, a sua presença em termos de fabrico.

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por cento em 2012. Espera-se que o fabrico de máquinas de lavar a loiça e de frigoríficos na Europa de Leste tenha um acréscimo de dois dígitos. Graças à sua localização geográfica e a vantagens em termos de custos, a Polónia está a emergir como o maior produtor, crescendo 15 por cento em 2012. Os fabricantes coreanos, como a LG e a Samsung, estão particularmente atentos a este dinamismo e a apostar fortemente na região. A Samsung, por exemplo, iniciou o fabrico de equipamentos de frio na Polónia em 2011 e, em apenas um ano, aumentou a capacidade de produção de 0,3 milhões para 0,8 milhões de unidades. Estima-se que os volumes produzidos pelos fabricantes coreanos na área do tratamento da roupa cresçam 116 por cento este ano. O segundo maior mercado para a BSH Porém, não obstante a crescente importância das regiões da América Latina e da Europa de Leste, os fabrican-


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Tendências de mercado

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Graças à sua localização geográfica e a vantagens em termos de custos, a Polónia está a emergir como o maior produtor, crescendo 15 por cento em 2012. Os fabricantes coreanos, como a LG e a Samsung, estão particularmente atentos a este dinamismo e a apostar fortemente na região. A Samsung, por exemplo, iniciou o fabrico de equipamentos de frio na Polónia em 2011 e, em apenas um ano, aumentou a capacidade de produção de 0,3 milhões para 0,8 milhões de unidades. Estima-se que os volumes produzidos pelos fabricantes coreanos na área do tratamento da roupa cresçam 116 por cento este ano.

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tes de electrodomésticos não estão dispostos a desaproveitar o potencial oferecido pelo mercado chinês e a penetrar em regiões menos desenvolvidas, como o Vietname, Indonésia e Filipinas. Sendo certo que têm de contar com o domínio da Haier e da Midea na China e das marcas coreanas e japonesas nos outros mercados asiáticos. A BSH é, segundo a Euromonitor, o fabricante da Europa Ocidental que mais sucesso tem tido na China, país

que é agora o seu segundo maior mercado, depois do alemão. As vendas da BSH cresceram 60 por cento desde 2007, ao que não será alheio o facto da fabricante alemã estar a expandir a sua base de produção no país, a um ritmo comparável com o dos produtores locais. Em cinco anos, a produção da BSH na área do tratamento da roupa na China registou o terceiro maior aumento em termos absolutos e apenas a Haier e a Midea, cujas vendas

Sabia que? • Entre 2006 e 2011, a produção de microondas na região da Ásia-Pacífico, excluindo a China, diminuiu, graças à queda da capacidade produtiva na Tailândia e na Coreia do Sul. Contudo, a Índia, o Vietname e a Malásia estão a começar a sobressair, com este último país a apresentar o segundo maior crescimento em 2011, apenas suplantado pela China. • A LG e a Samsung escolheram a região da Europa de Leste para a instalação das suas primeiras fábricas europeias. Juntas, representaram 36 por cento do aumento dos volumes produzidos entre 2006 e 2011. 26

• A Turquia foi o segundo maior fabricante de máquinas de lavar a loiça em 2011, depois da China, com um aumento da produção de mais de meio milhão de unidades. A Turquia ultrapassou, assim, a Alemanha. Para isto terá contribuído o facto da BSH ter relocalizado parte da sua produção na Turquia e representar agora 16 por cento da capacidade do país. • A Polónia é o maior exportador mundial de secadores de roupa automáticos, com 3,7 milhões de unidades em 2011. Isto representa um aumento de 170 por cento em cinco anos.

Rm-Revismarket - Outubro/Novembro/Dezembro 2012

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A BSH é o fabricante da Europa Ocidental que mais sucesso tem tido na China, país que é agora o seu segundo maior mercado, depois do alemão. As vendas da BSH cresceram 60 por cento desde 2007, ao que não será alheio o facto da fabricante alemã estar a expandir a sua base de produção no país, a um ritmo comparável com o dos produtores locais.

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foram dinamizadas pelos programas governamentais, conseguiram fazer melhor. As vendas da empresa alemã na China estão a ajudar a mitigar as dificuldades generalizadas no mercado europeu e também as perdas na América Latina, de onde saiu em 2009, vendendo a sua operação no Brasil à Controladora Mabe. Curiosamente, a China é o maior mercado para a Siemens, a única marca da BSH disponível no país. Os programas do governo chinês destinavam-se a incentivar a procura nas zonas rurais e reflectiram-se, quase exclusivamente, na venda de electrodomésticos de gama de entrada, não afectando a actividade da BSH.



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Tendências de mercado

] Texto: Carina Rodrigues Fotos: DR

Como se decide a compra de um smartphone? Os smartphones são, neste momento, dos equipamentos mais desejados pelos consumidores, que valorizam a capacidade de com eles se manterem permanentemente ligados ao mundo. Com as vendas em crescimento, o futuro deste mercado afigura-se risonho. Há cada vez mais propostas, com preços mais adequados a todas as bolsas, o que leva a quem nunca teve um smartphone anteriormente a equacionar actualizar o seu equipamento. Mas como decidem os consumidores a compra de um smartphone? A McKinsey seguiu o percurso de 100 consumidores e concluiu que existe um verdadeiro perfil global. À parte das preferências individuais, e que têm mais que ver com a personalidade de cada um, a marca ainda conta e a experimentação em loja revela-se fundamental para confirmar a decisão de compra. Decisão esta que começa com os conselhos dos amigos e com muita, mesmo muita, pesquisa na Internet.

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s smartphones estão em alta. Apesar do contexto económico, a sua aquisição (assim como a de tablets e computadores) vai continuar a crescer em todo o mundo, devendo registar-se um número recorde de compra destes equipamentos no final de 2012, conclui o Technology, Media and Telecommunications Predictions da Deloitte. Em Portugal, ainda que com resultados moderadamente expressivos, reflecte-se esta tendência, com 24 por cento dos consumidores a pretender adquirir um smartphone. Os smartphones são, assim, e como sublinha Ricardo Anaia, responsável pela área de Telecom da GfK Portugal, “o combustível de um mercado de dispositivos móveis que está a abrandar globalmente”. No panorama nacional, os dados da consultora mostram que, entre Janeiro e Junho, a contracção foi de sete por cento em unidades, face ao período homólogo de 2011, queda esta que fica acima da descida média de três por cento observada a nível europeu. Contudo, mesmo neste panorama, os smartphones cresceram, em volume, cerca de 28

43 por cento. Globalmente, estes equipamentos já representam 42 por cento das vendas totais de dispositivos móveis e só num ano cresceram 40 por cento. A GfK estima que, no final de 2013, 83 por cento dos equipamentos vendidos em todo o mundo sejam smartphones. Mas como decidem os consumidores a compra destes produtos? De acordo com a GfK, os portugueses valorizam aspectos como o formato “block” (99%), a disponibilidade de Wi-Fi (91%), a funcionalidade “touch” (90%) e o ecrã TFT (85%).

O tamanho do ecrã é também um factor a ter em conta, já que mais de 25 por cento do mercado europeu tem menos de quatro polegadas. No entanto, se estas características reúnem consenso, resta saber o que leva os consumidores a optar por este ou por aquele modelo e por esta ou por aquela marca? E como seleccionam o ponto de venda? Um estudo da McKinsey dá a resposta ao seguir o percurso de compra de mais de 100 consumidores de oito países (Brasil, Reino Unido, China, França, Alemanha, Hong Kong, Japão e Estados Unidos da América). A consultora descobriu que este mercado tão dinâmico é caracterizado por uma baixa lealdade do consumidor a marcas e pontos de venda, não porque esteja insatisfeito com o seu equipamento, muito pelo contrário, mas porque facilmente muda de opinião por aspectos tão simples e díspares como o formato do smartphone, ou até mesmo do carregador, e sobretudo pelos diferenciais de preço entre modelos, mesmo que não sejam muito expressivos. Não obstante, o projecto Global Digital Diaries detectou que quem pos-


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Outra das conclusões interessantes do estudo é que a distância não representa, de forma alguma, um factor determinante na compra destes produtos. Vários dos inquiridos estão dispostos a percorrer voluntariamente muitos quilómetros para adquirir um smartphone, seja virtualmente, através da Internet, seja deslocando-se fisicamente a uma loja. Por exemplo, um número considerável de inquiridos franceses e alemães mencionou consultar os preços das lojas e dos sites britânicos e vários consumidores chineses pediram a amigos que trouxessem o smartphone pretendido de Hong Kong, onde os preços são mais atractivos e há uma maior disponibilidade de marcas. Como se decide a compra? Na base da decisão de compra de um smartphone, as grandes questões en-

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sui um modelo Apple tende mais a optar novamente pela marca, na sua próxima compra, valorizando todo o “iUniverso”. A consultora sublinha que existem duas grandes razões que explicam o fraco nível de fidelização. Por um lado, a evolução tecnológica é de tal forma rápida que os consumidores estão sempre à espera do próximo grande lançamento. Por outro lado, a enorme variedade de modelos e de marcas disponíveis incentiva o consumidor a querer experimentar algo de diferente. Um alemão participante no projecto contou que anteriormente tinha tido três telemóveis Samsung e que tinha gostado de todos. Mas, nesta compra, nem equacionava a marca coreana, porque queria experimentar outra. Portanto, a Samsung tinha dado boas provas na satisfação deste consumidor, três vezes, mas agora este optava por um iPhone.

A compra na loja é sempre privilegiada, quanto mais não seja pela possibilidade de ter imediatamente o equipamento na mão. Contudo, os retalhistas não aproveitam estas vantagens, cometendo erros como a disponibilização de “dummies”, em vez dos equipamentos verdadeiros, quando o grande objectivo dos consumidores é testá-los. Outro dos erros é a falta de interesse ou de conhecimento algumas vezes demonstrados pelos colaboradores da loja.

tram em primeiro lugar. Aspectos como o sistema operativo e o preço são desde logo equacionados numa primeira selecção de marcas e modelos. Mas os pormenores contam e muito neste processo de decisão e “tudo” serve de desculpa para eliminar ou acrescentar opções, até mesmo a colocação dos menus. Para um fabricante, ter em conta todas estas pequenas “manias” é uma tarefa impossível, já que diferem de consumidor para consumidor, pelo que a McKinsey aconselha a ser-se excelente nos aspectos verdadeiramente importantes e que fazem o consenso do painel: a qualidade, o custo e a marca. A estes três pilares acrescem a estética e a funcionalidade, que poderão ser decisivos para a trajectória de uma marca. Veja-se o exemplo da Blackberry, cuja quota de mercado caiu de 13,6 por cento para metade, entre o início de 2011 e o de 2012. Os participantes no estudo da McKinsey explicam esta queda por considerarem que falta à marca da RIM um certo factor “cool”. Apenas 11 por cento tinha a Blackberry nas suas considerações iniciais e, destes, apenas dois compraram um equipamento desta marca. Apesar das diferenças individuais, pode

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Tendências de mercado

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A marca ainda conta É um facto que este mercado se caracteriza por um baixo nível de fidelização do consumidor mas, na generalidade, os consumidores compraram um modelo de uma marca que constava nas suas considerações iniciais. Um dado curioso, exceptuando no Brasil e na China, a Apple foi a marca mais mencionada e o iPhone quase sempre considerado, nem que tenha sido logo descartado por causa do seu custo. Efectivamente, o preço do iPhone é demasiado alto para muitos consumidores. Um dos inquiridos brasileiros revelou que não está disposto a dispender tanto num equipamento que lhe oferece as mesmas capacidades que o Android. Muitos dos que optaram por outra marca que não a Apple estavam convencidos que, para além da melhor relação qualidade-preço, conseguiram também um melhor produto. Mesmo assim, a marca conta, tanto mais que um dos factores mais negativos deste mercado é a enorme variedade de propostas disponíveis, que baralha os consumidores. Logo, a marca é o primeiro elemento de selecção. Para decidir sobre que marcas considerar, os amigos e familiares são a primeira fonte de informação, mencionados por três quartos dos inquiridos. Os sites de Internet e o YouTube, muito particularmente, também são importantes, mas a uma distância ainda considerável dos conselhos dos amigos. Estes dados confirmam uma pesquisa anterior da McKinsey que concluiu que o “boca-a-boca” é o factor mais importante em 20 a 50 por cento das decisões de compra. Portanto, na fase inicial, o chamado “word-of-mouth” é responsável pelo conjunto de marcas consideradas e até mesmo eliminadas pelo consumidor. Numa segunda fase, e agora a nível virtual, 30

Julian (Alemanha)

Teve, durante anos, um telemóvel, mas quer mudar de sistema operativo para poder ter acesso a mais apps. Para formar uma primeira opinião, pede conselho aos amigos. Depois de usar o HTC de alguém, automaticamente exclui o Windows e começa a pesquisar em sites da especialidade pelas avaliações de outros consumidores. Nesta pesquisa identifica 12 smartphones que lhe interessam. Para poder ter uma verdadeira percepção do produto, dirigese à Media Markt e à Saturn, onde reduz a sua selecção a dois modelos da Samsung. Dividido, torna a pesquisar na Internet e a pedir conselho aos seus amigos do Facebook. Acaba por se decidir pelo Samsung Galaxy S2. De seguida, consulta sites comparadores de preços e visita várias lojas para resolver onde comprar. Descobre que a Saturn tem o melhor preço, mas quer ver se encontra ainda mais barato. Após visitar mais pontos de venda, regressa à Saturn, mas entretanto aquele modelo esgotou. O plano B é encomendar pela Amazon, pagando uma taxa extra pela entrega no dia seguinte.

Titus (China)

Adepto da tecnologia, quer actualizar o seu equipamento. Tem um Blackberry para uso profissional, onde só consulta o e-mail, porque sente a falta de mais apps. Com base nisto, a marca da RIM assim como os telefones Windows ficam excluídos. Para limitar ainda mais as suas opções, decide determinar como vai comprar. Lamenta o encerramento das lojas Best Buy, em 2011, e explora, sem grande entusiasmo, outros pontos de venda para poder experimentar o produto. Também consulta alguns blogs. Sobre as marcas, algumas ficam logo de parte: Motorola, Sony e HTC não são, na sua opinião, muito divertidas, apesar de lhes reconhecer qualidade, da Samsung não gosta do design, os telefo-

continua a ser importante, com o consumidor a consultar online as avaliações e comentários dos seus pares sobre os equipamentos que pondera comprar. E é curioso como os vídeos no YouTube confirmam as decisões. Foi o que aconteceu a um dos consumidores chineses, que se apoiou no YouTube para reforçar a sua decisão pela compra de um Samsung Galaxy S2. Satisfeita a curiosidade virtual, o passo seguinte é, como se diz em bom português, “colocar as mãos na massa”, ou

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seja ir à loja e experimentar os equipamentos. Nesta fase, a decisão está tomada e apenas em dois casos a visita à loja contribuiu para uma opção completamente distinta. O que acontece, sim, com maior frequência, e apesar de mais de metade dos consumidores estudados acabar por comprar o seu smartphone numa loja física, é que a má experiência no ponto de venda resulta numa mudança de canal. Apenas 34,6 por cento dos inquiridos se mostrou extremamente satisfeito com a sua experiência na loja.

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dizer-se que existe um verdadeiro consumidor global de smartphones. O projecto detectou que os percursos de compra são surpreendentemente similares e que em todos os mercados as pessoas recorrem ao YouTube ou outro site de vídeo do género para comparar produtos, confiam nos sites com análises e avaliações de produto e têm o seu guru tecnológico pessoal, aquele amigo que os aconselha sobre o que comprar.

4 consumidores,

Na base da decisão de compra de um smartphone, as grandes questões entram em primeiro lugar. Aspectos como o sistema operativo e o preço são desde logo equacionados numa primeira selecção de marcas e modelos. Mas os pormenores contam e muito neste processo de decisão e “tudo” serve de desculpa para eliminar ou acrescentar opções.

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Tendências de mercado

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4 percursos de compra nes da LG são, no seu entender, demasiado femininos e já existem demasiados iPhones. Fica curioso com uma nova marca local de baixo custo, a Xiaomi, mas no final joga pelo seguro e acaba mesmo por comprar um iPhone 4. Decidido o modelo, compra-o online, no site 360.com.

Doug (Estados Unidos da América)

Sabe o que quer. Engenheiro informático, quer um telefone 4G onde possa criar aplicações. Tem de ter processador de vários núcleos, acesso IMAP/POP e câmara frontal. A selecção fica rapidamente limitada ao MyTouch Slide e ao Samsung Galaxy S II. De seguida, vai a uma loja da T-Mobile, onde já comprou anteriormente, e experimenta vários telefones. O Samsung tem um ecrã ligeiramente maior, mas prefere o teclado do MyTouch. Sabendo que se aproxima uma promoção, espera alguns dias para regressar à loja e comprar o smartphone com desconto.

Dolores (Brasil)

Nunca teve um smartphone e pensa que é chegada a altura. O seu único requisito é que seja um Dual SIM. Depois de alguma pesquisa na Internet, identifica alguns modelos com esta capacidade disponíveis no Brasil, incluindo o Motorola Fire e o LG Optimus Net Dual. Pelo que viu na Internet, fica com a sensação de que o design do Motorola é mais atraente. Antes de se dirigir à loja para o confirmar, coloca a estética de lado e prepara uma lista com as especificações técnicas a ter em conta, como a autonomia da bateria, a velocidade de processamento, a resolução da câmara, etc. Na loja, muda de opinião quanto ao design e prefere o LG. Regressa a casa, consulta alguns sites e compra o LG Optimus Dual Net mais barato que consegue encontrar.

A compra na loja é sempre privilegiada, quanto mais não seja pela possibilidade de ter imediatamente o equipamento na mão. Contudo, os retalhistas não aproveitam estas vantagens, cometendo erros como a disponibilização de “dummies”, em vez dos equipamentos verdadeiros, quando o grande objectivo dos consumidores é testá-los. Outro dos erros é a falta de interesse ou de conhecimento algumas vezes demonstrados pelos colaboradores da loja. Um dos participantes britânicos contou que visitou várias lojas do centro de Londres sem conseguir qualquer informação por parte da equipa de vendas. Mas rapidamente mudou de ideias quando se dirigiu a uma loja Carphone Warehouse, onde foi prontamente atendido e onde acabou por comprar o seu smartphone. Consequentemente, na sua próxima compra, este consumidor não vai sequer equacionar outro ponto de venda. A grande lição a retirar deste estudo é que, apesar de não haver dois percursos de compra iguais, os consumidores vão na mesma direcção. Alguns até podem demorar mais tempo na experiência de compra propriamente dita, outros valorizam a fase de avaliação. Mas independentemente dos destinos e rotas variarem, no que realmente importa há traços comuns que apontam um perfil de consumidor global.

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Tendências de mercado

] Texto: Carina Rodrigues Fotos: DR

Um tablet no sapatinho Os gastos globais com tecnologia têm vindo a crescer. Para este ano, a GfK espera uma subida de sete por cento, para os 827 mil milhões de euros, e 2013 será também positivo, com um novo acréscimo de oito por cento. Este crescimento está a ser feito muito à custa dos produtos inovadores, como os media tablets, que têm vindo a ganhar cada vez mais importância nas vendas de informática. Em Portugal, num primeiro semestre marcado por uma queda, em valor, de 14 por cento da fusão de informática e de 10 por cento dos produtos de computação, os tablets cresceram 149 por cento. Com o Natal “à porta” e com as mais recentes propostas a estarem disponíveis, como o Surface da Microsoft e o Nexus da Google, o futuro próximo dos tablets poderá ser igualmente risonho.

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e em 2008/2009 o netbook foi o impulsionador das vendas, o papel cabe agora aos tablets, que representam já, segundo a GfK, quase 30 por cento das unidades vendidas em Portugal. Em sentido oposto caminham os portáteis e os desktops, cujas vendas estão negativas. No primeiro semestre, os portáteis perderam 23 por cento e os desktops 26 por cento. Mesmo os modelos All-inOne, que a nível europeu apresentam crescimentos, estão a perder vendas (-20%). Para este desempenho positivo dos tablets tem contribuído a descida sucessiva do seu preço médio. A GfK situa-o nos 360 euros no segundo trimestre, tendo detectado uma erosão de 29 por cento. Na Europa, o preço médio está situado nos 422 euros, confirmando uma maior importância dos modelos de

Mais de metade do mercado nacional de tablets está entregue a apenas três marcas, responsáveis pela venda de 83 mil unidades e por uma facturação na ordem dos 32 milhões de euros. O primeiro semestre revelou uma tendência para um menor grau de concentração, já que em 2011 este top 3 fazia 70 por cento do mercado.

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posicionamento superior no mix de produto. Mais de metade do mercado nacional de tablets está entregue a apenas três marcas, responsáveis pela venda de 83 mil unidades e por uma facturação na ordem dos 32 milhões de euros. O primeiro semestre revelou uma tendência para um menor


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Mais de 120 milhões de unidades Nos primeiros seis meses do ano foram encontradas 42 marcas e contabilizados 248 modelos ao dispor do consumidor português. Nesta segunda metade do ano, a oferta foi enriquecida com novas propostas, muitas delas apresentadas na IFA. Nas mais recentes conta-se o Surface da Microsoft, o paradigma dos tablets com Windows 8, e o Nexus da Google. Propostas estas que chegam mesmo a tempo do Natal. Segundo alguns estudos de mercado, esta época poderá ser particularmente forte para as vendas destes “gadgets”. Uma pesquisa levada a cabo pela NPD DisplaySearch no Canadá revelou que 14 por cento dos consumidores planeia comprar um tablet, número que pode potencialmente aumentar dado o certo nível de impulsividade que existe na compra desta categoria. Cerca de 22 por cento dos tablets adquiridos re34

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presentam uma compra de natureza espontânea, valor que poderá subir com as promoções de Natal. Os tablets têm vindo consecutivamente a registar recordes de vendas. A nível global, entre Abril e Junho deste ano, venderam-se 25 milhões de unidades, de acordo com a ABI Research. Estes dados são coincidentes com os da Futuresource, que regista um crescimento de 92 por cento em termos homólogos. A maior parte destas vendas veio do mercado de consumo, apesar da procura empresarial e do sector educativo também estar em crescimento e representar

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A Apple continua a dominar o mercado global, com 66 por cento das unidades vendidas no segundo trimestre. Mas a Futuresource prevê um elevado crescimento dos modelos baseados em Android e uma grande expectativa em torno dos alimentados pelo Windows 8.

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grau de concentração, já que em 2011 este top 3 fazia 70 por cento do mercado.

Tendências de mercado

já 11 por cento das vendas. Segundo a consultora, o mercado dos Estados Unidos lidera a adopção destes dispositivos e a base instalada alcançará os 90 milhões de tablets antes do final do ano. Na Europa, a penetração também é significativa e espera-se que, em 2012, se superem os 43 milhões de tablets. A Futuresource antecipa que as vendas mundiais superarão os 124 milhões de unidades este ano. No que às marcas diz respeito, a Apple continua a dominar o mercado global, com 66 por cento das unidades vendidas no segundo trimestre. Mas a consultora prevê um elevado crescimento dos modelos baseados em Android e uma grande expectativa em torno dos alimentados pelo Windows 8. Este bom desempenho dos tablets está também a estimular as vendas de outros segmentos, que antes estavam estagnados. A GfK dá como exemplo os teclados para tablets, que já representam nove por cento das vendas no conjunto de seis mercados europeus.



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Dados de mercado

] Texto: Carina Rodrigues Fotos: DR

Portugueses compram menos produtos de entretenimento

Os consumidores portugueses compram menos produtos de entretenimento, incluindo vídeos, jogos electrónicos, consolas e acessórios. Segundo a GfK Portugal, no primeiro semestre, verificou-se uma quebra de 30 por cento, para os 54,2 milhões de euros, contracção que sucede após um 2011 em que este mercado perdeu 17 por cento face ao ano anterior.

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odas as áreas de produto que compõem o mercado de entretenimento fecharam o primeiro semestre com decréscimos de dois dígitos. Os jogos, que representam 40 por cento da facturação, perderam 32 por cento e as consolas, responsáveis por 27 por cento do valor deste mercado, caíram 30 por cento face ao mesmo período de 2011. O vídeo, que em 2004 representava 42 por cento deste mercado, tem vindo sempre a perder importância, não

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Todas as áreas de produto que compõem o mercado de entretenimento fecharam o primeiro semestre com decréscimos de dois dígitos. Os jogos, que representam 40 por cento da facturação, perderam 32 por cento e as consolas, responsáveis por 27 por cento do valor deste mercado, caíram 30 por cento face ao mesmo período de 2011.

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ultrapassando agora os 23 por cento. Durante o primeiro semestre, a quebra no mercado do “gaming” foi mais acentuada do que no vídeo (-24%), ascendendo a 32 por cento em termos homólogos. O segmento do fixo foi o mais afectado e caiu 36 por cento para os 28 milhões de euros. Todos os produtos demonstraram quebras acima dos 30 por cento, destacando-se as consolas e os acessórios, ambos com 39 por cento. No segmento do portátil, as vendas desceram 19 por cento, para os 13 milhões de euros, com os jogos e as consolas a perderem 27 e 13 por cento, respectivamente, e os acessórios a contrariarem a tendência negativa e a crescerem 22 por cento. O mercado do “gaming” está em dificuldades desde o ano passado, quando caiu 16 por cento face a 2010, depois de anos sucessivos de crescimento. Entre 2002 e 2010, estes produtos subiram 170 por cento. No que toca ao mercado do vídeo, o primeiro semestre fechou a des-

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Tendências de mercado

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Durante o primeiro semestre, a quebra no mercado do “gaming” foi mais acentuada do que no vídeo (-24%), ascendendo a 32 por cento em termos homólogos. O segmento do fixo foi o mais afectado e caiu 36 por cento para os 28 milhões de euros. Todos os produtos demonstraram quebras acima dos 30 por cento, destacando-se as consolas e os acessórios, ambos com 39 por cento.

cer 24 por cento em termos homólogos. Livros em queda Também o mercado do livro não escolar apresenta uma tendência negativa. Apesar dos seis milhões de livros

Também o mercado do livro não escolar apresenta uma tendência negativa. Apesar dos seis milhões de livros vendidos no primeiro semestre deste ano, resultando numa facturação de 64 milhões euros, este mercado caiu três por cento em unidades e nove por cento em valor. Quando comparado o ano de 2011 com o de 2010, verifica-se uma tendência positiva em unidades, de um por cento, mas as mexidas no preço em conjunto com a situação económico-financeira conduziram a uma tendência negativa deste mercado de três por cento por cento em valor.

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vendidos no primeiro semestre deste ano, resultando numa facturação de 64 milhões euros, este mercado caiu três por cento em unidades e nove por cento em valor. Quando comparado o ano de 2011 com o de 2010, verifica-se uma tendência positiva em unidades, de um por cento, mas as mexidas no preço em conjunto com a situação económico-financeira conduziram a uma tendência negativa deste mercado de três por cento por cento em valor. O segmento de literatura perdeu em 2011 alguma da sua relevância para segmentos como o de auto-ajuda. No entanto, após essa perda, no final do primeiro semestre recuperou em parte o seu lugar de destaque no mercado do livro e representou em valor 28 por cento do mesmo. Este segmento de mercado é o segundo mais importante no canal dos “mass merchandisers”, sendo apenas ultrapassado pelo segmento infantil-juvenil. Este vale mesmo mais de um terço das vendas de livros não escolares no conjunto hipermercados/supermercados.


Dossier

Especial

Natal

Facto inegável, o Natal já não é o que era. De acordo com as estimativas da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), no ano passado, a descida das vendas de Natal terá sido, em média, na ordem dos 15 por cento. Os sectores de bens duráveis e semi-duráveis, como os electrodomésticos, registaram quebras próximas dos 30 por cento. Estas descidas até foram minimizadas pela estratégia seguida pela maioria das lojas, que antecipou promoções para atrair um consumidor cada vez mais ávido de bons negócios. É que, segundo o Observador Cetelem, 25 por cento dos portugueses quis esperar pelas promoções e saldos após o 25 de Dezembro para fazer algumas das suas compras de Natal. Não obstante, apesar da crise e do impacto que todas as medidas de austeridade têm tido na vontade de consumir dos portugueses, o Natal é das épocas mais fortes de vendas. Aqui ficam alguns produtos e campanhas especialmente interessantes.


Secadores de roupa Sensidry da AEG

Os novos secadores com bomba de calor Sensidry da AEG vêm equipados com um tambor com nove quilogramas de capacidade. O tambor Protex alia a maior capacidade a um sistema de circulação de ar especial, que garante um tratamento suave e delicado da roupa. Por isso mesmo, são certificados pela Woolmark com o nível Gold. Estes modelos distinguem-se pela classificação energética superior (A-50% nos modelos de topo). A tecnologia de bomba de calor contribui para uma secagem suave a temperaturas mais baixas. Os modelos estão ainda equipados com programas automáticos e possibilitam o início diferido de 30 minutos a 20 horas. Beneficiam também de motor Inverter, “display” LCD (por toque no modelo T96690IH) e iluminação LED.

PVP recomendado: a partir de 699,00 €

Ferro com caldeira Ferro com caldeira Stirella VVX2370 da De’Longhi

Engomar torna-se mais fácil com a proposta da De’Longhi para este Natal, o ferro com caldeira Stirella VVX2370. Este ferro faz parte da nova gama de enchimento contínuo. Distingue-se pela sua base Thermolon Dual, onde uma camada externa de cerâmica assegura uma distribuição uniforme do calor. A parte interior da base em Thermolon proporciona um deslizamento suave e a máxima resistência aos riscos. Com 2.200 watts de potência, este ferro caracteriza-se ainda pelo seu sistema de vapor Dual. Faz uma emissão de vapor variável de 120 gramas por minuto, mas, para os vincos mais teimosos e pormenores, tem um jacto de vapor de 200 gramas por minuto. O vapor fica pronto em apenas dois minutos e pode engomar na vertical, o que é útil para cortinados ou casacos.Os cinco bars de pressão garantem resultados de qualidade profissional.

PVP recomendado: 280,00 € 40

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Máquina de limpeza a vapor MULTIVAPORÌ MV7.20 da Ariete

VAPORÍ é a nova gama de máquinas de limpeza a vapor da Ariete, desenvolvidas para limpar todas as superfícies do lar. A MULTIVAPORÌ MV7.20 é um sistema de limpeza a vapor multi-uso e com autonomia ilimitada, ideal para limpar sem pausas todo tipo de sujidade, ajudando ainda na eliminação de ácaros e bactérias. O depósito de água deste equipamento é amovível e muito fácil de encher e pode, inclusive, ser enchido directamente da torneira. O jacto de vapor é potente e constante, graças aos seus 1.400watts de potência e ao três bars de pressão da caldeira. Com função detergente, limpa ainda mais em profundidade e acaba com as manchas mais rebeldes. Dado que necessita de muita pouca quantidade de detergente, limpa de forma ecológica todas as superfícies do lar. A MULTIVAPORÌ MV7.20 vem acompanhada de um kit completo de acessórios, incluindo, entre outros, escova para solos e tapetes, mopa para solos e escovas limpa-vidros e para tecidos e tapeçarias.

PVP recomendado: 200,00 €


Secador EDH3284PDW da Electrolux

O secador EDH3284PDW da Electrolux foi classificado com A+, pela sua eficiência energética, devido à tecnologia de bomba de calor. Graças ao circuito fechado, não há perdas de calor para o exterior e, ao aproveitar esta energia, a tecnologia de bomba de calor reduz o consumo energético. Com oito quilogramas de capacidade, “display” por dígitos em português e 14 programas, este secacdor permite o início diferido de 30 minutos a 20 horas.

PVP recomendado: 619,00 €

Esquentador termostático Hydrobattery-Plus da Junkers

“Faça a troca inteligente”. É esta a proposta da Junkers para este Natal com a sua gama de esquentadores Hydrobattery-Plus. Estes esquentadores são termostáticos, consumindo apenas a quantidade de gás necessária para atingir a temperatura de saída de água que foi pré-seleccionada pelo utilizador. A temperatura pode ser regulada entre os 38ºC e os 60ºC, consoante as necessidades de conforto. Desta forma, estes esquentadores permitem poupar na factura do gás e da água, ao evitar desperdícios desnecessários. A gama Hydrobattery-Plus, com controlo termostático da temperatura e ignição a baterias, está disponível nas capacidades de 11, 14 e 18 litros por minuto. Estes esquentadores são também compatíveis com a instalação de um sistema solar térmico, já que foram concebidos para trabalhar com água pré-aquecida.

Preço sob consulta

Grelhador Chakall Grill II da Flama A proposta da Flama para este Natal é o novo Chakall Grill II (4211FL), um grelhador fácil de usar e limpar. Com placa de alumínio com revestimento antiaderente e um sistema único e patenteado de caneluras em V, este grelhador cozinha os alimentos na perfeição e sem gordura. O Chakall Grill II tem

2.000 watts de potência, termóstato regulável, sinalizador luminoso de funcionamento e tabuleiro inferior para colocação de água extraível. Arruma-se na vertical.

PVP recomendado: 65,59 €

Campanha de Natal da Fagor com oferta de edredão e conjunto de Pyrex

A Fagor apresenta a sua campanha de Natal de 2012, na qual vai oferecer edredões Lameirinho e conjuntos de Pyrex. Dedicada às gamas de roupa e loiça, a Fagor oferece um edredão na compra de uma máquina de lavar ou secar roupa de oito e nove quilogramas e um conjunto de Pyrex Multicook na compra de uma máquina de lavar loiça.

Esta campanha de Natal vai decorrer até 31 de Dezembro e é referente a produtos do Catálogo da Fagor de 2012. Para além desta oferta, a Fagor contribui ainda para uma maior poupança no próximo ano, na medida que as suas máquinas de lavar roupa e loiça apenas consomem o que lavam, graças ao sistema Poupança Logic, que ajusta ao máximo os consumos de água, energia, detergente e tempo.


Gerador de vapor Pro Perfect 5,5B da Rowenta A gama de geradores de vapor Pro Perfect da Rowenta permite alcançar resultados profissionais sem sair de casa e conta ainda com um modo ECO exclusivo. Assim, é possível poupar 20 por cento da energia em comparação com a posição de vapor máximo. Os novos geradores da Rowenta estão equipados com a base Laser Microsteam 400 e uma elevada pressão de vapor. A base, em aço inoxidável endurecido, para uma maior resistência

aos riscos, tem mais de 400 micro orifícios, que garantem uma perfeita difusão do vapor. Por outro lado, a parte de trás arredondada facilita o deslizar do ferro nos dois sentidos, enquanto a ponta de precisão garante os resultados no engomar dos mais pequenos detalhes. Potente e prático, este gerador possui 5,5 bares de pressão e permite uma máxima produção de vapor variável (120gr/min) que pode ser ajustada consoante o tipo de tecidos. Os novos Pro Perfect incluem ainda sistema anti-calcário Calc Away, que prolonga a vida útil do gerador, recolhendo o calcário da caldeira de um modo fácil e eficaz. Basta retirar o colector de calcário, passá-lo por água e a limpeza está feita.

PVP recomendado: 277,00 €

Teka iCooking A proposta da Teka para este Natal é a nova chaminé DPL 90 iHood, inserida no conceito iCooking, que permite cozinhar ouvindo música, graças a um sistema multimédia para iPod e iPhone incorporado. Em alternativa, há ainda a possibilidade de adquirir o kit multimédia iHood, que

consiste num cobretubo preparado para acoplar o sistema de alta-voz nas laterais da maioria das chaminés Teka, garantindo a perfeita instalação do iPod e do iPhone sem necessidade de substituir o actual electrodoméstico.

PVP recomendado: 640,00 € + IVA

Aspirador Athen ATN 300 B da Hoover

A Hoover propõe para o Natal o seu novo aspirador recarregável vertical Athen ATN 300 B, um modelo sempre pronto a usar, indicado para qualquer limpeza do dia-a-dia. Este aspirador é leve, prático de utilizar e tem uma elevada potência (30 volts). Com uma autonomia de 60 minutos, é perfeito para a limpeza de todo o tipo de pavimentos duros, mas os soalhos mais sensíveis também não foram esquecidos, dado que o novo aspirador Hoover tem protecção de borracha nas rodas e à volta da escova para não riscar nem danificar o parquet e as mobílias. O depósito de pó é fácil de abrir para despejar e limpar. Dispõe ainda da tecnologia Cyclean (sem saco) com filtro HEPA lavável.

PVP recomendado: 290,00 € 42

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Varinha Triblade HB714 da Kenwood

Para preparar as refeições de Natal, a nova varinha Triblade HB714 da Kenwood apresenta características únicas. A grande inovação é o facto de possuir três lâminas o que, aliado aos seus 700 watts de potência, permite obter resultados que a Kenwood caracteriza de perfeitos. A varinha está equipada com pé em aço inox, copo graduado de 0,75 litros com pega e tampa, batedor de claras e o “big foot”, o acessório ideal para desfazer por completo todo o tipo de legumes, para garantir sopas bastante cremosas. Tem ainda um acessório para puré. Graças à tecnologia utilizada no desenvolvimento das lâminas, é garantido que, durante o processo, não haverá salpicos.

PVP recomendado: 91,00 €

Receptor de Smart TV da NPG

Com formato stick e muito compacto, o Smart Lite SL AT11M converte qualquer televisor num Smart TV, bastando apenas ser ligado a uma porta HDMI. O receptor da NPG funciona sob uma plataforma Android 4.0.3, permitindo ao utilizador aceder a uma multiplicidade de aplicações e desfrutar de uma experiência de televisão interactiva de uma forma simples, utilizando apenas o comando à distância. Também permite a utilização de um teclado e rato sem fios ligados ao Smart Lite por USB. O receptor pode ligar-se à Internet via WiFi, suporta descodificação de vídeo até Full HD 1.080p e também oferece suporte para Flash Player 10.2 e 11.

PVP recomendado: 60,90 €

Telemóvel Dual SIM ZTC B160

O ZTC B160 é o equipamento ideal para quem pretende simplicidade e funcionalidade de uso, combinadas com as vantagens da operação de dois cartões num só telefone. Equipado com rádio FM, leitor de MP3 e MP4 e câmara VGA, o ZTC B160 tem ainda uma prática lanterna. Quanto à conectividade, é assegurada por ligação Bluetooth, para que comunique mais e melhor.

PVP recomendado: 29,90 € Rm-Revismarket - Outubro/Novembro/Dezembro 2012

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Aspirador Compact Force Cyclonic ECO da Rowenta

O aspirador sem saco Rowenta Compact Force Cyclonic ECO oferece a performance equivalente a um aspirador de 2.100 watts com metade do consumo de energia. Este modelo compacto e leve dispõe de escova Ergo Comfort Silence, concebida para optimizar o nível de ruído emitido e garantir, ao mesmo tempo, uma excelente aspira-

ção do pó. O aspirador da Rowenta é ainda caracterizado pelos seus níveis de conveniência. A tecnologia ciclónica garante a máxima separação do ar e do pó e o filtro HEPA H12 resulta num ar puro e isento de bactérias. Em termos de acessórios, o Rowenta Compact Force Cyclonic ECO é um aspirador muito completo. Vem acompanhado de escova Delta Parquet, entre outros acessórios.

PVP recomendado: 260,00 €

Campanha de Esquentador Sensor HDG Natal “Philips da Vulcano O esquentapuxa Philips” dor Sensor

Todos sabemos que no Natal a palavra mágica é “presente”. Por esta mesma razão, a Philips lança uma campanha especial de Natal em que também vai dar presentes. “Philips puxa Philips” é o nome da acção em que, na compra de qualquer presente/produto Philips (excepto televisores e produtos de iluminação), o consumidor recebe outro presente. Esse presente pode ser um produto Philips à escolha ou então um vale de desconto para uma compra futura.

HDG da Vulcano é a solução ideal para dar apoio às soluções solares da marca e, assim, aproveitar o potencial de energia solar, reduzindo até 75 por cento a factura mensal de aquecimento de águas. Com exaustão natural, hidrogerador e tecnologia termostática, este aparelho proporciona poupança e conforto ao utilizador enquanto preserva o ambiente. A temperatura desejada pode ser seleccionada grau a grau, o que a mantém estável durante toda a utilização, evitando a junção de água fria. O utilizador poupa, assim, nos consumos de gás e de água. O Sensor HDG foi vencedor na edição de 2011 do “Prémio Produto Inovação COTEC-Unicer” destinado a distinguir os produtos mais inovadores desenvolvidos em Portugal.

Preço sob consulta


Varinha Slim Force da Moulinex

A Moulinex sugere a varinha SlimForce para ajudar em todas as tarefas na cozinha neste Natal. A combinação das quatro lâminas cria um efeito ciclónico que permite a trituração óptima de todos os alimentos, conseguindo-se assim uma textura aveludada. A gama SlimForce vem equipada com vários acessórios, desde a picadora (500 ml) com base anti-derrapante, o pé para purés, o copo graduado (800 ml) e o batedor de arames. As varinhas SlimForce têm duas velocidades e 700 watts de potência. Elegantes e com acabamento em preto e inox, são também ergonómicas, com uma pega suave e confortável e pé desmontável. Neste Natal, na compra desta varinha, a Moulinex oferece um espremedor de citrinos.

PVP recomendado: 80,00 €

Actifry 2 em 1 da Tefal

Com Actifry 2 em 1, é possível cozinhar o prato principal e o acompanhamento em simultâneo, poupando tempo e também metade da energia que se teria de dispensar para fazer a sua refeição em separado. Graças à sua inovação tecnológica patenteada, a Actifry 2 em 1 preserva a textura, o sabor e a qualidade nutricional dos alimentos, necessitando apenas de uma colher de óleo para cozinhar. Com uma diversidade de receitas adaptadas, a Actifry 2 em 1 permite ter uma alimentação variada. Neste Natal, na compra de um modelo Actifry, a Tefal oferece uma balança de WC.

PVP recomendado: 330,00 €

Secador ZTH485 da Zanussi

O secador ZTH485 da Zanussi tem classe A+ de eficiência energética, devido à tecnologia de bomba de calor. Com sete quilogramas de capacidade e “display” LCD médio, dispõe d e 14 programas e permite o início diferido de 30 minutos a 20 horas.

PVP recomendado: 569,00 €

DDJ-WeGO da Pioneer

Neste Natal, a Pioneer propõe que liberte o DJ que há em si com a consola DDJ-WeGO, tão leve e compacta que cabe numa mochila. Graças ao software VirtualDJ LE incluído, é fácil começar a misturar as músicas. As funções de Beat Sync e Auto Loop facilitam a aprendizagem e as luzes de Pulse Control guiam enquanto se mistura, para que se saiba qual o canal que está activo e quais os efeitos que se estão a utilizar. Esta consola de DJ está disponível em cinco cores diferentes e pode ainda ser personalizada ao nível da iluminação.

PVP recomendado: 309,00 €


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Dossier Especial Natal

] Texto: Carina Rodrigues Fotos: DR

Portugueses vão gastar menos no Natal Os consumidores portugueses estão pessimistas e ansiosos, em resultado do contexto económico e das medidas de austeridade aplicadas no último ano. De acordo com as estimativas da Deloitte, o consumo privado não voltará aos níveis de 2010 senão no virar da década. 83 por cento dos portugueses classifica a situação do país como negativa, 73 por cento tem expectativas negativas quanto à sua evolução, 68 por cento confessa um menor poder de compra que em 2011, poder de compra este que, para 55 por cento, será reduzido em 2013. Como tal, este Natal vai ser mais magro. De acordo com o estudo Xmas Survey da Deloitte, em 2012, os portugueses vão gastar menos 13,5 por cento, cerca de 464 euros por lar, repartidos entre presentes, alimentação e bebidas e actividades de socialização. Uma tendência que vai ao encontro da indicada pelo Observador Cetelem, cujo estudo aponta uma redução de 35 por cento por cento nos gastos com presentes de Natal.

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s resultados de ambos os estudos devem ser lidos à luz das diferentes amostras, metodologias e períodos de recolha da informação, mas as conclusões são similares. As medidas de austeridade estão a ter, claramente, impacto nos gastos dos portugueses, com 52 por cento dos inquiridos pelo Observador Cetelem a confirmar que irão afectar as suas compras de Natal. De facto, de acordo com esta pesquisa, 63 por cento dos portugueses recorre ao subsídio de Natal para as compras de presentes, mas um quinto já não o tem. Não é por isso de estranhar que 80 por cento dos consumidores afirme que vai gastar menos que no ano passado.

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As medidas de austeridade estão a ter, claramente, impacto nos gastos dos portugueses, com 52 por cento a confirmar que irão afectar as suas compras de Natal. De facto, 63 por cento dos portugueses recorre ao subsídio de Natal para as compras de presentes, mas um quinto já não o tem.

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O estudo da Deloitte, por sua vez, acrescenta mais alguns dados que explicam esta redução nas intenções de compra. Em Portugal, a percepção sobre a economia continua pessimista, com 83 por cento dos inquiridos a admitir que a actual conjuntura é negativa, um valor bas-


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A Deloitte prevê que o orçamento destinado aos gastos no período natalício deva diminuir este ano cerca de 13,5 por cento (530 euros em 2011), depois do aumento em 2009 e das diminuições mais tímidas em 2010 (-6%) e em 2011 (-8%). Comparativamente há três anos, quando se atingiu o pico na intenção de gastos, o orçamento cai 25 por cento. absolutos, os portugueses têm a expectativa de gastar menos do que os alemães, que estimam um orçamento de 485 euros. Com menor orçamento disponível, as tendências são claras: um maior apelo das marcas de distribuição, das lojas de desconto e das promoções e o factor preço a tornar-se determinante no momento da aquisição de um produto, com 95 por cento a considerá-lo decisivo e com os

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tante acima da média do total dos inquiridos em todos países e que se situa nos 55 por cento. Esta perspectiva reflecte-se também no poder de compra dos portugueses, com 68 por cento a afirmar que diminuiu face ao ano passado. Em relação a 2013, 55 por cento diz que o seu poder de compra vai deteriorar-se, um valor mais elevado que a média europeia, balizada nos 34 por cento. Assim, a Deloitte prevê que o orçamento destinado aos gastos no período natalício deva diminuir este ano cerca de 13,5 por cento (530 euros em 2011), depois do aumento em 2009 e das diminuições mais tímidas em 2010 (-6%) e em 2011 (-8%). Comparativamente há três anos, quando se atingiu um pico na intenção de gastos, o orçamento cai 25 por cento. Em 2012, os portugueses terão cerca de 464 euros por lar para gastar, com grande parte a ser canalizada para compra de presentes (cerca de 233 euros), seguidos dos produtos alimentares (162 euros). Este é o primeiro ano em que, em valores

Mercado Case study

Com menor orçamento disponível, as tendências são claras: um maior apelo das marcas da distribuição, das lojas de desconto e das promoções e o factor preço a tornar-se determinante no momento da aquisição de um produto, com 95 por cento a considerá-lo decisivo e com os descontos imediatos a serem o programa de fidelização preferido.

descontos imediatos a serem o programa de fidelização preferido. Nas compras deste ano, 46 por cento dos inquiridos pela Deloitte procurará mais produtos em saldos (no ano passado era 20 por cento) e 37 por cento pretende fazer as compras em lojas consideradas mais baratas. O Observador Cetelem confirma esta tendência, com 17 por cento a indicar que comprará na loja do chinês, canal que sobe de importância relativamente a 2011. Os consumidores estão, deste modo, a demonstrar um comportamento mais racional, comprovado pelo facto de 77 por cento querer comprar prendas úteis e de 41 por cento privilegiar as marcas da distribuição. Esta maior racionalidade é também visível, segundo o Observador Cetelem, pela maior intenção em diminuir os presentes mais caros e a compra de presentes para o próprio. Apenas 13 por cento dos inquiridos equaciona presentear-se a si mesmo, contra os 17 por cento de 2011, com os telemóveis a serem a categoria mais afectada. Outro dado interessante é a vontade em diminuir o gasto com cartões de crédito, contabilizando-se um “score” médio de 251 euros. Só 25 por cento admite usar um “plafond” de 500 a 1.000 euros, o que compara com os 51 por cento do ano passado.

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Mercado Estrat茅gias

Mensagens de Natal

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A Miele deseja a todos um Feliz Natal e um pr贸spero Ano Novo!

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Deseja Boas Fes tas a todos os seus cl ientes e parceiros de neg 贸cio, com votos de sucessos para 2013! A FAGOR sabe que faz parte dos lares po rtugueses e contribui para o seu conforto e bem-estar, dia ap贸s dia, mesmo na noite de Natal! Nesta noite vam os desejar ainda com mais for莽a que todos os seus son hos se realizem e qu e a alegria encha o seu lar no novo ano! Boas Festas!

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Mensagens de Natal puxa e t n e s Pre te. presen sorriso a x u p Sorriso puxa a i r g e Al alegria

eseja d s p i l i A Ph Natal m o B um por e puxa 013! m2 um bo

m u s o d o t a a j e s e A ZT C d de alegria Natal repleto Novo e um Ano . cheio de sucesso Boas Festas!

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