Revista Obara

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Seu Axé, sua história - Costumes do Povo Ioruba no Brasil

Ano 1 - Edição Festas II junho 2011

Parabens ao Irepo Araketu Ipeté e Balaio de Logun Ede Ya cecy de Logun Ede “Logun Ede o Principe Alegre o menino traz seu Axé a todos os filhos.”

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Carta ao Leitor

Criamos uma edição especial para homenagear o príncipe de Ketu e Ijexa. Em 13 de novembro de 2010 o Irepo Araketu realizou a festa das Yabas, que teve como principal foco o “Ipeté de Oxum e o Balaio de Logum” Uma das festas mais esperadas do ano, fica claro, todo o carinho que tanto Oxum como Logum Ede e todas as Yabas trazem ao povo de Candomblé. Como sempre o príncipe teve todas suas obrigações realizadas, “como um menino comemorando seu aniversario”, dançou e encantou a todos. Mãe Cecy de Logum Ede se esforçou ao maximo para que tudo estivesse perfeito e com a ajuda de todos do Axé a festa estava linda.

Parabéns Mãe Cecy e mojuba a Logum Ede

Direção, edição, designer e diagramação: Jonas Ferreira do Rosário

Fotografias:

Karina Alves Avenia

Capa:

Jonas Ferreira do Rosário

e-mail: revista.obara@gmail.com msn: revista.obara@hotmail.com Skype: revista.obara Cel: (11) 9449.7304

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Ya Cecy de Logun Ede

a Cecy de Logun Ede juntamente realizou com sua família de Santo do “Ilê Axé Irepo Araketu” realizou em 2010 a festa dedicada as Yabas, Ipeté e o Balaio de Logun Ede, festa tradicional do culto Afro-Brasileiro do Candomblé, trouxe a nossa humilde presença o príncipe de Ijexa e todo seu encanto, uma homenagem repleta de amor e fundamentos ao príncipe.

A celebração contou com a presença da conhecida Mãe Juju de Oxum, seus filhos e Ogans, Ogã Anielo de Ogum e sua mulher Ya Solange de Oxum juntamente com seus filhos de Santo, Ya Regina de Ogum e Ya Paula de Oxum, Ya Valeria de Yansã com suas filhas de santo, Ekedi Monica de Oxossi, muitos simpatizantes e toda a família do Irepo Araketu. Criamos esta edição especial de fotos para homenagear toda esta devoção ao Orixá Logum Ede e dar nossos parabéns pela linda festa.



Autor: Gilberto Gil - Musica: Logunede “É de Logunedé a doçura Filho de Oxum, Logunedé Mimo de Oxum, Logunedé - edé, edé...


...Tanta ternura É de Logunedé a riqueza Filho de Oxum, Logunedé Mimo de Oxum, Logunedé - edé, edé Tanta beleza Logunedé é demais...



...Sabido, puxou aos pais. Astúcia de caçador Paciência de pescador, Logunedé é demais Logunedé é depois...




...Que Oxossi encontra a mulher Que a mulher decide ser A m達e de todo prazer...



...Logunedé é depois É pra Logunedé a carícia...


...Filho de Oxum, LogunedĂŠ Mimo de Oxum...


...Logunedé edé, edé É delícia...”


Saiba um pouco sobre Logum Ede

Logunedé ou Logun Ede, do iorubá Lógunède, é um Orixá africano que na maioria dos mitos costuma ser apresentado como filho de Oxum Ipondá e Oxóssi Inlè ou Érinle. Segundo as lendas, vive seis meses nas matas caçando com Oxóssi e seis meses nos rios pescando com Oxum. É cultuado na nação Ijexá como sua mãe, mas também nas nações Ketu e Efan. Caçador e pescador, Logunedé é o herdeiro dos axés de Oxum e Oxóssi que se fundem e se mesclam como mistério da criação, trata-se de um Orixá que tem a graça, a meiguice e a faceirice de Oxum , a alegria, a expansão de Oxóssi. Se Oxum confere a Logunedé Axés sobre a sexualidade, a maternidade, a pesca e a prosperidade, Oxóssi lhe passa os Axés da fartura, da caça, da habilidade, do conhecimento. Como símbolo da pureza, muitas vezes Logunedé também é visto como um ser andrógino. Ao contrário do que muitos pensam, Logun Ede não é de características masculina e feminina, não é bissexual. Na verdade possui uma grande relação com Oxum, sua mãe e com Oxossi, seu pai, trazendo consigo a personalidade desses dois Orixas e algumas características marcantes, mas nada que o transforme em um hemafrodita que durante seis meses é Oboró (homem) e seis meses Ìyábá (mulher). Existem templos para Logun Ede em Ilesa, seu lugar de origem, onde em alguns itans (histórias) é citado como um corajoso e poderoso caçador, que tamanha coragem é relacionada a de um leopardo. Casado com três esposas. De culto diferenciado e totalmente ligado ao culto a Òxum, é um Orixá de extremo bom gosto. Seus objetos devem permanecem junto aos assentos de Oxum e sempre quando agradado devemos agradar sua mãe. Tem predileção ao dourado, é um Orixá muito vaidoso, é considerado o mais elegante de todos os Orixás. De Oxum, sua mãe, Logun Ede herdou o lado belo e vaidoso. Pois Oxum lança mão de seu dom sedutor para satisfazer a ambição de ser a mais rica e a mais reverenciada. Deusa da fertilidade, na Nigéria é dela


o rio que leva o seu nome e no Brasil dela são as águas doces dos lagos, fontes e rios. Água que mata a sede dos humanos e da terra, que assim se torna fecunda e fornece os alimentos essenciais à vida. Oxum menina dengosa, passando pela mulher irresistível até a senhora protetora, Oxum é sempre dona de uma personalidade forte, que não aceita ser relegada a segundo plano, afirmando-se em todas circunstâncias da vida. Com seus atributos, ela dribla os obstáculos para satisfazer seus desejos. De Oxossi, seu pai, Herdou o dom da caça pois Oxossi é da família dos Ode (caçadores) e seu símbolo é o ofá, a lança de caça e o ogue. Oxossi é a representação do desenvolvimento do homem, conhece os segredos da caça, também símbolo de prosperidade e formação de comunidades. Ele busca o alimento com coragem e é considerado o guerreiro das matas, é corajoso, viril e Logun-odé tem estas características, é um Orixá guerreiro. Mas se, em várias tradições, ele é considerado um Orixá masculino, em algumas é confundido com a homossexualidade ou a bissexualidade, o que ocorre quando se interpreta ao pé da letra o mito que afirma viver Logunedé seis meses como homem e seis meses como mulher. Na verdade, a interpretação mais aceita seria que essa se trata de uma metáfora para falar dos Axés herdados por ele de seus pais, Oxum e Oxóssi. Após ser abandonado e viver com Ogum, aprende com ele as artes da guerra e da metalurgia. É coroado por Iansã como o príncipe dos Orixás. É amigo íntimo de Yewá, seriam eles os Orixás que se complementam, considerados o par perfeito. Num mito raro, Logunedé se perde no caminho entre as casas de Oxum e Oxóssi, é encontrado pelo velho Omolu que o ampara e protege. Com Omolu, Logunedé aprende a arte da cura e a feitiçaria. O seu primeiro nome, Logun, no Brasil se mesclou ao segundo, Edé, nome da cidade iorubá na qual o seu culto se fortaleceu, formando Logunedé. Logun pode ser uma abreviatura de Ologun que, em iorubá, quer dizer feiticeiro. Então, feiticeiro, caçador, pescador, príncipe guerreiro, esses são alguns títulos, alguns epítetos dados à Logunedé. Para Mãe Menininha do Gantois, “Logun é santo menino que velho respeita”.


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Og達 Jonas de Logun Ede


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