Fala Sócio
Revista Oficial do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense Edição especial de lançamento
Bate-bola
De cara com o Gladiador Alcindo Bugre
“Minha maior alegria foi jogar aqui” Dicas de quem sabe
O cabeceio mortífero de Jardel
“ NAQuele DiA O GrÊMiO
PiNtOu O MuNDO De
AZul” +
trajetória do título Ídolos daRevista conquista 1903contam detalhes Dezembro / 2013 1 do título de Campeão do Mundo
Expediente CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Presidente: Fábio André Koff Vice-presidentes: Adalberto Preis, Marcos Herrmann, Nestor Hein, Odorico Roman, Renato Moreira, Romildo Bolzan Jr
Editorial
CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: Milton José Munhoz Camargo Vice-presidente: Jorge Eduardo Saraiva Bastos Executivo de Marketing: Beto Carvalho Coordenador de Comunicação: Douglas Lunardi Gerente Comercial: Fabio Ritter Largo Patrono Fernando Kroeff nº 1 CEP 90880-440 - Azenha - Porto Alegre/RS Fone: (51) 3218-2000 - www.gremio.net
Editor-chefe e jornalista responsável: Vinicius Montenegro / DRT nº 7988 Editora-executiva: Vanessa Viegas Conteúdo institucional: Equipe de Comunicação Grêmio FBPA Projeto Gráfico / Diagramação: Grupo Monvie Fotos: Acervo Grêmio FBPA, Lucas Uebel, Richard Ducker, Vanessa Viegas, Vinicius Montenegro Direção de arte: Vanessa Viegas
Encerramos 2013 com a certeza de que buscamos fazer o melhor pelo nosso Grêmio e de que estamos no caminho certo para voltar a estar entre os principais clubes do mundo. Se ainda não obtivemos os resultados que esperamos, que é estar sempre em primeiro lugar, aos poucos vamos implementando alguns dos projetos que podem nos impulsionar para frente, tornando nosso Clube cada vez mais forte e com possibilidades maiores de êxito dentro e fora de campo. Um dos objetivos que traçamos ao assumirmos o Grêmio é aproximá-lo cada vez mais do seu torcedor. É com esse intuito que usamos a Comunicação do Clube. Tratamos de modernizar as ferramentas existentes, como o Guia da Partida e a Grêmio TV, e de implantar novas iniciativas que deixem o Tricolor mais próximo do seu público. A Revista 1903 nasce com esse intuito, de informar o fanático torcedor gremista sobre a vida do Grêmio e conectá-lo aos seus ídolos.
Ilustração: Diogo Fatturi Reportagens: Cristiano Oliveski, Daniele Lentz, Marcio Neves, Murilo Matias, Rodrigo Fatturi, Vinicius Montenegro Revisão: Juçá Neves da Silva Colaboradores: Douglas Lunardi, Fabio Ritter, Loja Duda França/Canoas-RS, Natália Giordano Licenciamento: Fabiano Veronezi - Fama Licenciamentos Impressão: Pallotti Edição: Grupo Monvie - www.monvie.com.br Anúncios - publicidade: comercial@revista1903.com.br Assinaturas: www.revista1903.com.br
Nesta edição especial de lançamento é possível conferir uma grande reportagem sobre os 30 anos do Mundial de Clubes, feito que jamais esqueceremos, incluindo fotos inéditas e uma bela entrevista com o técnico Valdir Espinosa. É algo gratificante relembrar desses momentos especiais que passamos com o Grêmio, quando da conquista de nosso maior título. Esperamos poder repetir momentos de glória como esses a partir do próximo ano. Fica o desejo de uma ótima leitura e a recomendação para que assinem essa publicação, que foi preparada com muito carinho por todos que nela se envolveram. Votos de um 2014 repleto de alegrias e de grandes vitórias. Com o apoio e a união de todos, tenho certeza de que voltaremos aos anos de glória que o torcedor tanto merece. Fábio André Koff
Presidente do Grêmio FBPA Revista 1903 é um produto oficial do Grêmio FBPA e uma publicação bimestral do Grupo Monvie sob licença do Clube. Fica proibida a reprodução total ou parcial das matérias sem a expressa autorização dos editores responsáveis. O editor não se responsabiliza pelo conteúdo Revista 1903 emitidos em artigos dos anúncios veiculados ou conceitos Dezembro / 2013 assinados.
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Índice
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Capa
Dicas de quem sabe
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Olímpico eterno
INFOGRÊMIO
ARENA
FORMAÇÃO
ESCOLINHAS
ÚLTIMOS JOGOS
Bate-bola
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Beleza Tricolor
40 42 45 46 50
RESP. SOCIAL
PERSONAGEM
NO FOCO
CONSULADO
MARKETING
51 54 60 62
ESPAÇO MOSQUETEIRO
AQUI VIVI LOUCURAS
NA CAPA: VALDIR Espinosa Reportagem: Márcio Neves Foto: Lucas Uebel Fala Sócio
Revista Oficial do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense Edição especial de lançamento
Bate-bola
LOUCOS PELO GRÊMIO
De cara com o Gladiador Alcindo Bugre
“Minha maior alegria foi jogar aqui” Dicas de quem sabe
O cabeceio mortífero de Jardel
OPINIÃO
“ NAQUELE DIA O GRÊMIO
PINTOU O MUNDO DE
AZUL” +
TRAJETÓRIA DO TÍTULO Ídolos daREVISTA conquista 1903contam detalhes Dezembro / 2013 1 do título de Campeão do Mundo
InfoGrêmio
GRUPOS E DATAS DO GAUCHÃO 2014 A Federação Gaúcha de Futebol (FGV) divulgou os grupos e as datas para o Campeonato Gaúcho de 2014. O Grêmio está no Grupo B junto com Caxias, São Paulo, Cruzeiro de Porto Alegre, Pelotas, Novo Hamburgo, São Luiz e Passo Fundo. A estreia do Tricolor será no dia 19 de janeiro, contra o Zequinha, no Passo D´Areia. O Grupo A é formado por Inter, São José, Veranópolis, Juventude, Lajeadense, Aimoré, Brasil-PE e Esportivo. O primeiro turno será com partidas de grupo contra grupo, e, o segundo turno, com confrontos entre os clubes da mesma chave. O primeiro jogo do Grêmio em casa será na segunda rodada, dia 22 de janeiro, contra o Lajeadense.
IGT de casa nova em 2014 Concebido para atuar como o braço de responsabilidade social do Grêmio, o Instituto Geração Tricolor (IGT) completa três anos com a perspectiva de conquistar sua sede própria
em 2014. O espaço localizado no terreno do antigo Parque do Remo, no bairro Humaitá, às margens da BR-290, começou a ser preparado no segundo semestre deste ano e deve estar
apto a receber as atividades do Instituto em alguns meses. A planta do local prevê sala multiuso, biblioteca, área de lazer, sala de informática, dança, judô e marcenaria.
Na noite de 16 de outubro, a Arena do Grêmio transformou-se no centro de mobilização do Outubro Rosa, iniciativa mundialmente conhecida por conscientizar as mulheres na luta contra
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o câncer de mama. Para marcar a data, ações foram realizadas antes, durante e após a partida. Entre elas, a fachada da Arena foi iluminada de rosa, cor-símbolo da campanha, e, dentro de
campo, os atletas prestaram sua homenagem às mulheres que superaram a doença, usando uma fita no peito.
Fotos: Lucas Uebel
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Bate-bola
REVELAÇÕES Gladiador abre os portões de sua arena e revela que, se pudesse, mudaria algumas decisões na sua vida pROFISSIONal e também pESSOal fala ainda sobre O FATO de ser conhecido como UM Jogador DE pavio curto
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Foto: Lucas Uebel
Tranquilo, sereno e humilde. Nem parece o Kleber que conhecemos dentro de campo. Pois é! O Gladiador mostrou um lado calmo e família que muita gente não conhece, mas que a Revista 1903 vai revelar. Em um papo bem descontraído, o atacante gremista falou à vontade sobre sua vida pessoal e profissional. Confira a conversa com nosso craque.
DE UM GLADIADOR está percebendo que tem que ajudar a marcar e voltar mais, e os companheiros de trás pedem para mudar a sua postura para ajudar todo o time, e dai eu mudo por eles, mas nunca desrespeitei a ordem de um técnico dentro de campo. Até porque não acho correto. O jogador tem que fazer o que o treinador pede.
1903: Você se espelha em algum jogador hoje em dia, ou já se espelhou quando era criança? K: Sempre tive muitos ídolos, mas nunca me espelhei em alguém, porque a maioria dos jogadores de que gostava não era da posição em que jogo. Ninguém me fez pensar “quero jogar como esse cara”.
acho que eu seria um bom técnico, penso muito nisso
1903: Você já foi contra ordens de técnicos porque achava melhor fazer do seu jeito? K: Já mudei dentro de campo pela necessidade e pelos companheiros. O atacante muitas vezes perde um pouco a noção das coisas que estão acontecendo para trás. E às vezes você não
”
1903: Você acha que seria um bom técnico? K: Acho que sim. É uma coisa em que penso bastante. Hoje em dia observo muito ao meu redor já pensando em trabalhar com isso no futuro. Eu tento aprender bastante e prestar atenção nas coisas que acontecem antes, durante e após o jogo. Então, acho que entendo um pouquinho disso.
1903: Pretende parar de jogar futebol com que idade? K: Sinceramente, não penso em jogar muito tempo não. Estou com 30 anos, e o futebol judia bastante. As pessoas acham que é legal, que jogador ganha bem, tem fama, mas, por outro lado, a gente “perde” muito tempo. Por exemplo, a concentração faz você perder momentos importantes em família. Eu fico longe das minhas filhas, pois elas moram em São Paulo, e isso é muito ruim. Por isso digo que não quero jogar muito tempo, justamente para curtir minha vida, minha família, meus amigos, e por aí vai. 1903: Se pudesse, mudaria alguma coisa em sua vida profissional? K: Sim, algumas coisas eu mudaria na minha carreira. Não me arrependo de ter ido para a Ucrânia, foi uma coisa boa em minha carreira na época, pois aprendi outra cultura e o lado financeiro foi bom também, mas talvez, com a cabeça que tenho hoje, eu não fosse. Acho que, sair do Cruzeiro para ir pro Palmeiras, eu não faria hoje em dia também. Penso que deveria ter ficado
Fotos: Vinicius Montenegro
Revista 1903: Você entende muito de tática, dá pra ver isso em campo. Você aprendeu com alguém em especial? Kleber: Aprendi a tática por experiência. No decorrer do tempo. Eu joguei na Ucrânia, onde respeitam muito a tática, e isso me ajudou bastante. Então foi mais por vivência e por interesse meu também.
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“ gosto da casa cheia, de fazer um churrasco rodeado de amigos mais tempo no Cruzeiro. E também mudaria a forma como saí do Palmeiras. E lógico, as expulsões, os momentos de pavio curto, o nervosismo, a cabeça quente no jogo, enfim, mudaria algumas coisas da minha carreira sim. 1903: Algumas pessoas te consideram um jogador polêmico, que briga muito e tem pavio curto. Como você vê essas críticas e o que falaria em sua defesa? K: Quando você ganha uma fama no futebol, é difícil tirar. E eu, fora de campo, sou uma pessoa totalmente diferente. Sempre fui muito competitivo. Não gosto de perder e não sei assimilar muito bem as derrotas. Tenho até problemas para dormir quando perco uma partida. Eu não costumo sair de casa quando perco, fico uns 3, 4 dias em casa trancado, porque não absorvo bem perder. E isto influencia muito o fato do meu comportamento dentro de campo, de ser muito competitivo e não aceitar a
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derrota. E às vezes você tem atitudes diferentes de uma pessoa que consegue assimilar melhor a derrota. E vou ser sincero, atualmente não ligo muito para o que as pessoas pensam, até porque vão te julgar sempre, independentemente do que você faça. Sou uma figura pública, então todo mundo vai comentar alguma coisa sobre o que vê na televisão ou fica sabendo por outros, e te julgam por isso, mas não sabem como sou fora de campo e não conseguem separar que o que acontece dentro de campo fica no campo. 1903: Como é o Kleber nos momentos de lazer? K: Eu gosto de casa cheia e sou um cara muito família. Gosto de estar rodeado de amigos, e sempre que posso faço um churrasco para reunir a galera. Considero-me um cara bem tranquilo fora de campo. Não sou um cara que sai muito, sou mais família e gosto de fazer as coisas dentro de casa com muita gente em volta.
Fotos: Vanessa Viegas
para mim, O guaíba é a parte “ mais bonita de porto alegre
1903: Qual a parte de sua casa em que mais gosta de ficar? K: Certamente aqui fora, na área da piscina e da churrasqueira. Eu só escolhi esta casa mesmo por causa desse espaço aqui. Passo a maior parte do meu tempo fora do que dentro. Ligo a TV, fico sozinho pensando na vida, relaxo no meu sofá, coloco uma carne pra assar e fico curtindo esse meu tempo tranquilo. 1903: Costuma visitar os amigos de infância para manter contato? K: Eu nasci num bairro pobre e carente. A maioria dos meus amigos nem está mais lá. Alguns estão presos e
outros já morreram, infelizmente, mas tenho outros amigos que estão lá sim e costumam frequentar minha casa quando estou em São Paulo, e também eles vêm para Porto Alegre ver alguns jogos e me visitar. São amigos de infância e estão sempre comigo. Faço questão de mantê-los perto de mim. 1903: Nesse tempo que está em Porto Alegre já pegou algum costume do povo gaúcho? Chimarrão, por exemplo. K: Churrasco a gente sempre fez muito, mesmo em São Paulo, meu pai gosta muito. Mas eu peguei a mania do chimarrão e tomo direto agora.
Quando o Leo Gago ainda estava aqui, a gente tomava direto nas concentrações. E o Anderson Pico também, que é daqui e jogava com a gente, tinha esse costume de levar o chimarrão. Então a gente começou a pegar o gosto, e eu tomo até hoje. 1903: Qual a parte da cidade de Porto Alegre que você mais gosta? K: Eu gosto muito do Guaíba. Acho muito bonito os barcos que tem por lá e a paisagem em geral, mas não costumo ir muito até porque não é muito perto da minha casa e eu não sou de sair, mas aquela região é muito bacana de ficar e admirar. Revista 1903
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”
1903: Tem algo em sua vida pessoal que se arrependa de não ter feito e que agora não seja mais possível? K: Tem sim. Ajudaria algumas pessoas que já se foram, amigos meus que perdi. Meu vô, também, que foi embora. Eu queria ter ficado mais perto dele, mais tempo junto dele. Ele era um cara muito explosivo, italiano sangue quente, mas um apaixonado por futebol. A gente não teve muito tempo para ficar juntos. Eu o traria para um pouco mais perto da família e buscaria passar mais tempo com ele, porque antes não deu, e agora, com a cabeça que tenho, tentaria mudar isso, só que já é tarde. 1903: Qual sua maior qualidade? K: Minha maior qualidade é o coração. Tenho um coração muito bom para ajudar as pessoas, eu me sensibilizo muito fácil com amigos que estão passando dificuldade ou que acabo perdendo e também com tragédias que acontecem por aí. Sempre que posso, ajudo quem precisa.
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1903: E seu principal defeito? K: Meu maior defeito acho que é o que acontece dentro de campo. Eu deveria saber assimilar perdas e derrotas de jogo. E acho que deveria ter trabalhado isso quando era mais novo, porque agora é bem mais difícil. 1903: Você é um cara vaidoso? K: Sou, mas nada exagerado. Tenho que me cuidar sempre, mas nada que ultrapasse os limites também. Tudo na normalidade. 1903: Você acompanha outros esportes além do futebol ou até pratica um deles nas horas de lazer? K: Só acompanho futebol mesmo. A única coisa que jogo além do futebol é poker, que eu gosto. Não acompanho coisa alguma de outros esportes. 1903: Você se sente realizado hoje, com tudo o que já conquistou, ou ainda falta algo? K: Sinto-me muito realizado e agradecido a Deus por tudo o que sou e por tudo o que tenho. Tanta gente passando dificuldade na vida, querer mais do que tenho é injustiça. Eu acho que está ótimo para mim. Deus foi muito generoso comigo em tudo. Pra mim, está maravilhoso do jeito que está.
Foto: Lucas Uebel
sinto-ME realizado com O que tenho, agradeço a deus
Fotos: Arquivo pessoal
1903: Moraria em Porto Alegre quando parasse de jogar, ou iria para São Paulo mesmo? K: O que tem maior peso em minha vida hoje em dia são minhas filhas, e hoje elas estão em São Paulo, mas eu gosto muito de Porto Alegre. Tenho uma paixão muito grande por essa cidade, por esse Estado, e não sei se moraria aqui porque minha família mesmo está fora. É uma escolha difícil. Aqui é muito sossegado e um lugar tranquilo para você criar seus filhos. Morar aqui em relação a trânsito, seria melhor sem dúvida, mas hoje São Paulo fica um pouco à frente, pelas minhas filhas. Mas vamos ver, talvez isso mude daqui alguns anos.
Arena
Arena do Grêmio
Tour
Tudo pronto para o início Os gremistas conhecerão, a partir de dezembro, alguns dos locais mais emblemáticos e cobiçados da nova casa tricolor. A estreia do “Arena do Grêmio Tour” integra as comemorações do primeiro aniversário da Arena e dos 30 anos da conquista do Mundial de 83. O Arena do Grêmio Tour é uma experiência única e cuidadosamente pensada para o torcedor gremista. Na primeira parte do passeio, a história do Tricolor tem destaque ao retratar as conquistas, os feitos e as curiosidades sobre o Clube. Na segunda parte, já nas áreas mais restritas da Arena, como zona mista, vestiários, sala de aquecimento e a beira do campo, aflora a emoção dos tricolores na nova casa gremista. “Com o novo Tour, o torcedor terá a oportunidade de conhecer de perto espaços invulgares da nova casa do Grêmio, por onde circulam nossos atletas, personalidades gremistas e profissionais da imprensa”, exaltou Beto Carvalho, executivo de marketing do Grêmio.
VALORES Adultos:.........................R$ 30 Sócio Torcedor Ouro e Diamante: ....................R$ 20 Passaporte Arena, Sócio Migrado, crianças de 6 a 12 anos, estudantes, idosos, PCDs, acompanhante de PCD: ............................R$ 15 Crianças até 5 anos: ISENTO Plano Família (4 pessoas): R$ 75
Fotos: Arena POA
Visitas customizadas: SOB CONSULTA
Além de mostrar a estrutura da nova casa gremista, o Tour terá atrações periódicas que irão relembrar as conquistas do Clube. “Queremos que o torcedor frequente constantemente a Arena e, por isso, estamos trabalhando para proporcionar diferentes emoções durante todo o ano”, explica o diretor de Negócios da Arena do Grêmio, João Henrique Areias. Os valores variam de R$ 15 a R$ 30, e os sócios e portadores de passaporte têm desconto. Há ainda as opções do Plano Família e de grupos personalizados. Segundo o CEO da Futebol Tour, Guilherme Figueiredo, a visita faz com que o torcedor fique mais próximo do Clube. “A ideia é que eles façam tudo o que um jogador faz em dia de jogo e que sintam a emoção de estar em campo”, explicou.
Serviço quarta a domingo: 10h - 17h Grupos de até 50 pessoas Sem limite mínimo Guias bilíngues. *Recesso: 21/Dez - 07/Jan
informações Av. Pe. Leopoldo Brentano, 110. Rampa Oeste, Portão A. www.arenadogremiotour.com.br
tour@arenapoa.com.br (51) 3181-0278
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Formação
FORMAÇÃO em sintonia O futebol do Grêmio trabalha em unidade e sintonia. A verticalização dos procedimentos de trabalho das comissões técnicas do Futebol Profissional com o Departamento de Formação proporciona maior aproveitamento de atletas oriundos das categorias de base no elenco principal. O comandante da metodologia aplicada no Clube é o coordenador-executivo do Departamento de Formação, Júnior Chávare, ex-representante da italiana Juventus no Brasil e com larga experiência no futebol do interior de São Paulo.
Rui Costa e Júnior Chávare
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Fotos: Acervo Grêmio FBPA
Chávare comenta sobre a importância do trabalho unificado no futebol gremista. “O foco no planejamento da verticalidade entre o Departamento de Futebol Profissional e o Departamento de Formação se dá essencialmente na figura do executivo Rui Costa e de seu contato diário comigo. A proximidade na relação também se estende ao presidente e aos assessores de futebol do Clube, ligando os dois departamentos,
o que permite um foco definido. Esse é o grande diferencial desta gestão”, relata. Os reflexos do trabalho desenvolvido são percebidos na atual formatação do grupo de atletas do Tricolor. Um terço do elenco que disputou o Campeonato Brasileiro foi composto por atletas com idade sub-20. São eles: Bressan, Ramiro, Rafael Thyere, Wendell, Matheus Biteco, Guilherme Biteco, Jean Deretti, Paulinho, Yuri Mamute e Lucas Coelho. O planejamento do futebol é chegar ao final da temporada de 2014 com um número próximo a 50% do elenco oriundo das categorias de base. O executivo de futebol do Grêmio, Rui Costa, relata como foi o processo de implementação da verticalidade entre os setores. “O projeto foi estabelecido por uma diretriz do presidente, passando pela relação de confiança do Júnior Chávare comigo. A partir daí, começamos o trabalho no início do ano com a ideia de fazer algo diferente na formação, com conceitos e trabalhos mais modernos. O Júnior implementou os processos com muita qualidade. Isso foi muito importante porque a partir daí a nossa sincronia
e capacidade de trabalhar juntos se consolidou”, comenta. O volante Ramiro é um exemplo da correta condução do futebol gremista. No primeiro semestre era capitão da equipe sub-20, e no dia 1º de junho fez sua estreia pelo profissional diante do Santos. “Eu cheguei ao Grêmio tendo que mostrar meu trabalho. Os seis meses na base serviram para que me adaptasse ao Clube. Fui conquistando meu espaço com muito trabalho. Fui surpreendido com a notícia de que viajaria com a equipe profissional. No entanto, sabia que tinha potencial para seguir no grupo”, conta.
“teMOs MUitO CUiDaDO Na PROMOÇÃO DOs atLetas. NÃO Há QUaLQUeR ReGRa QUe DiGa QUe, COM 20 aNOs O atLeta está PRONtO. DePeNDe MUitO Da PRePaRaÇÃO iNDiviDUaL. HOJe, eM CaDa atLeta NOssO, aLéM Da PaRte tátiCa, téCNiCa e FísiCa, taMBéM existe a NeCessiDaDe De seR tRaBaLHaDa a PROJeÇÃO e O COeFiCieNte eMOCiONaL Na HORa eM QUe é PROMOviDO aO GRUPO PROFissiONaL”. Júnior Chávare
“Nós tratamos a formação de atletas no Grêmio com muito cuidado, porque queremos ser autossuficientes. Quanto mais jogadores de qualidade e preparados produzirmos, melhor. É preciso também destacar que a formação de atletas no Clube é fundamental para gerar receita, proporcionando ganho técnico e financeiro para a instituição”. Rui Costa
Escolinhas
Intercâmbio gremista em Portugal
Representantes da Escolinha do Grêmio trocam informações com profissionais da área técnica do Benfica, um dos mais tradicionais clubes europeus Foi em busca de referências e para trocar informações de trabalho que representantes da Escolinha de Futebol do Grêmio viajaram a Portugal para ficar em contato com parte da equipe técnica do Benfica, um dos mais tradicionais clubes do futebol europeu. O conhecimento adquirido será utilizado na elaboração do Guia Metodológico de Ensino da Escolinha, documento que norteia as diretrizes do grupo. A viagem, realizada no mês de outubro, permitiu que toda a estrutura física, incluindo o Centro de Treinamento para as categorias de base, o estádio e as instalações do museu, fossem visitadas pelos profissionais do Tricolor. “A possibilidade de vermos uma metodologia consolidada, aplicada com êxito há bastante tempo e com padrão de ensino de alto nível, nos remete a um elevado índice de motivação para que
possamos concretizar nossas ideias, aplicá-las e potencializar ao máximo nosso método de ensino. O maior desafio é elevarmos o nível do entendimento de jogo dos nossos alunos sem que prejudiquemos a naturalidade e espontaneidade do jogador brasileiro” diz Bruna Almada, supervisora da escolinha. O contato foi estreitado a partir de reuniões realizadas entre as áreas técnicas dos clubes. “Além do acompanhamento das atividades, o Benfica disponibilizou, na programação do intercâmbio, a possibilidade de apresentarmos para todos os componentes da área técnica a metodologia de trabalho proposta pela Escolinha do Grêmio. O que nos deixa felizes é a aproximação de ambos os processos, com um diferencial significativo, em que a Escolinha do Grêmio pratica uma forma de
treinar aliando a organização do jogo com a individualidade técnica do jogador brasileiro”, declarou o coordenador William Santana Mikhailenko. De acordo com o diretor geral, Deco Nascimento, o diálogo entre os profissionais tem o potencial para promover o desenvolvimento do trabalho praticado na Escolinha do Grêmio. “A proposta deste intercâmbio está relacionada diretamente ao plano de gestão desenvolvido pela Diretoria, no qual objetivamos ser a melhor Escolinha de Futebol do Brasil e uma das referências mundiais. Assim, proporcionamos ao nosso grupo de trabalho que buscasse referência em um clube europeu e trouxesse o que existe de mais moderno em metodologia de ensino de futebol”, avaliou.
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Belez a Tricolor
Beleza Tricolor
Cabelo: Léo Moreira Maquiagem: Nina Rosa
Dona de um sorriso que cativou os gremistas, Michele Recktenwald, eleita a musa do Grêmio em 2013, mostrou todo o seu charme e simpatia. Com 27 anos, 1,65m de altura, 56kg e manequim 38, Michele parou quem passava pelo Olímpico só com a sua presença. A aquariana não pensou duas vezes ao responder qual parte do corpo mais gosta: As coxas. Confira o ensaio dessa beleza tricolor e tire suas conclusões:
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Fotos: Vanessa Viegas
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Meu pai me ensinou a ser gremista, devo muito a ele
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“
Fotos: Vinicius Montenegro
A torcida do GrĂŞmio ĂŠ a melhor, mais linda e apaixonada de todas
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Consulado
Michele
Recktenwald Idade: 27 anos Estado civil: Solteira Profissão: Modelo Formação: Informática Uma pessoa importante: Meu filho O que gosta de fazer nOS MOMENTOS de lazer: Viajar Qualidade: Simpatia Defeito: Ansiosa Música: Folk O que mais te chama atenção EM um homem: O olhar O que mudaria EM seu corpo: Altura (risos), uns 7 cm a mais! @michelereckt
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Eu sou Grêmio, porque fui escolhida para carregar no peito uma paixão maior que o meu coração
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Capa
NAQUELE DIA, O GRÊMIO PINTOU O MUNDO DE
AZUL Valdir Espinosa Jovem, inexperiente, uma promessa e uma convicção da direção gremista. Com estes requisitos, aos 36 anos de idade, Valdir Espinosa foi contratado no início de 1983 com um único objetivo: levar o time do Grêmio ao título de Campeão do Mundo no Japão, no final do ano. Com a confiança de Fábio Koff, entre altos e baixos, ele deu a volta por cima. De atleta rebelde dispensado, cumpriu a promessa e colocou seu nome para sempre na história do Grêmio.
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1903: Como foi lidar com jogadores de personalidade forte como Renato, Mário Sérgio, Paulo Roberto? Afinal, eram considerados “Bad Boys”. E: Eu era bad boy com eles (risos)! Fácil. Era muito fácil se relacionar com esse pessoal. Olho no olho. Fala a verdade. Não fala pelas costas. Não manda recado. Conversa. Chama pro teu lado. Abraça, porque eles te abraçarão também. Todo mundo acha que tratar com esses jogadores era a coisa mais difícil do mundo. Não procura só falar. Procura aprender com eles também, pois eles têm muita coisa pra ensinar. Assim como eu falava, eu dava liber-
dade e direito para que eles falassem também. Por exemplo, nós estávamos num treino e o Mário Sérgio chegou pra mim e disse: “Espinosa, aqui no meio-campo nós estamos bem, mas no ataque estou sentindo dificuldade porque nós só temos um homem de velocidade na frente”; foi aí que coloquei o Tarciso ao lado do Renato. Isso aumentou o poderio ofensivo e a velocidade. A dica foi do Mário Sérgio. Então, assim como eu falava, também ouvia, e ninguém se sentia melindrado. Havia uma harmonia muito grande entre nós. Eles tinham qualidade técnica, eles tinham personalidade e, acima de tudo, eles eram gremistas. Duas coisas estavam acima de nós: o Grêmio e o título a ser conquistado. Uma palavra não existia no nosso vestiário. Uma palavra que destrói: “Vaidade”. 1903: Como foi perder o Tita logo depois da Libertadores? Tratava-se de um jogador fundamental. E: O Tita foi um jogador importante na Libertadores. Muita qualidade técnica, poder de marcação, um jogador de grupo extraordinário e acrescentou muito. Ele tinha uma mentalidade diferenciada e, quando decidiu voltar ao Flamengo, passamos a ter uma preocupação. Ele tinha aquele sonho de ser o camisa 10 do Flamengo já que o Zico havia saído e abrira essa possibilidade. A sua decisão foi respeitada por todos, mas ele era um jogador que faria uma falta muito grande, e a gente partiu daí a fazer análises de nomes para repor sua saída. 1903: Então chegaram aos nomes de Mário Sérgio e Paulo César Caju. Como foram essas negociações? E: Naquela época nós não tínhamos a possibilidade de entrar no computador e obter na hora as informações sobre nossos adversários. Então me colocaram num avião pra ver o Hamburgo jogar. Pedi pra alguém ir junto comigo. Escolhi o preparador físico, Ithon Fritzen, que falava um pouco de alemão. Antes de sair de Porto Alegre, eu já tinha falado no nome do Mário Sérgio. Revista 1903
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Foto: Lucas Uebel
Revista 1903: Qual foi o começo de tudo que culminou com a conquista do Mundial? Espinosa: O título foi em dezembro, mas tudo começou em janeiro. Na minha chegada ao Grêmio, na primeira reunião com os jogadores, eu disse pra eles: “Façam uma sacanagem comigo e me levem a Tóquio”. Eu tinha muito medo de avião, e é uma sacanagem andar 24 horas dentro de um. Não fomos bem no Brasileiro. Acabamos eliminados pela Ferroviária dentro do Olímpico. Ao terminar o jogo, a torcida queria a minha cabeça. Eu fui pra casa e disse: “Prepara as malas que segunda-feira estou na rua”. Quando chega a segunda, entro no vestiário e os jogadores estão se trocando. Daí pensei: “Não vou me trocar”. Eu estava esperando a chamada pra ir embora, não precisava me trocar. Daí veio uma ordem dizendo que o presidente tinha mandado todo mundo esperar na sala de reuniões do vestiário. Ele entra e diz: “Não contratei vocês para disputarem um Campeonato Brasileiro. Eu contratei vocês para serem campeões mundiais em Tóquio. E o senhor, seu Espinosa? Por que ainda não trocou de roupa?”. Eu nunca me vesti tão rápido na minha vida (risos). Se não fosse essa confiança e essa convicção do presidente, eu não teria a oportunidade de conquistar o maior título da história do Grêmio.
Quase perdi o emprego. Odiavam o Mário Sérgio. Tinha sido campeão pelo Inter, diziam que não era jogador de grupo e tal. Nessa viagem para a Alemanha fui pensando em uma forma de trazer o Mário pro Grêmio. Logo após o jogo, quando vieram me entrevistar, dei o troco para a ameaça que me fizeram. Declarei: “Se me derem o Mário Sérgio, eu sou campeão”. Perguntaram se eu assumiria. “Assumo, mas vocês não podem atrasar um dia o salário dele. Se atrasar um dia, não respondo por ele”. Foi aceito e mandaram buscá-lo. Alguns dias depois, o supervisor Antônio Carlos Verardi me chamou e me ofereceu o Paulo César Caju, com medo de que eu não aceitasse. Perguntei: “Não contrataram ainda?”. Aí aquela ideia que eu tinha de fazer do Grêmio uma equipe técnica e com determinação ficou completa.
1903: Em maio, o Hamburgo decidiu a Copa da Europa contra a Juventus, da Itália, que era a grande favorita. Chegou a surpreender a vitória dos alemães? E: Foi uma grande surpresa. Nós esperávamos jogar contra a Juventus, que tinha o grande craque, o Platini, que era a base da seleção italiana. Perguntamo-nos: “Quem é esse adversário que bateu a poderosa Juventus?”. É sinal que é um adversário que tem qualidade, merece respeito e tem que ser bem analisado. Em momento algum tivemos medo ou dúvidas, mas ficamos surpresos, como todo mundo ficou.
“OUVIR AS PESSOAS DIZENDO QUE O GRÊMIO É CAMPEÃO MUNDIAL ESTÁ ACIMA DE QUALQUER DINHEIRO”
1903: Como o grupo campeão da Libertadores recebeu esses dois novos jogadores? E: Muito bem. Eram jogadores extraordinários, cobras criadas. E o grupo sabia: “Estes dois sabem tudo de bola”. Quando o jogador de futebol vê que vem alguém pra ajudar, ele abre os braços. Ele só não gosta quando vem alguém que não acrescenta. 1903: Algum tempo antes da viagem ao Japão, o Grêmio concentrou em Gramado. Qual foi a importância dessa preparação? E: Foi muito importante porque a gente ficou junto, podia conversar muito melhor, podia fazer os treinamentos em um espaço maior, ter cuidados com a alimentação, tudo isso foi importante nesse sentido. Os jogadores mesmo podendo conviver, fechar cada vez mais as ideias. Aumentar aquele ambiente de decisão. Foi importante em todos os aspectos. O título do Grêmio estava em primeiro lugar.
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1903: Às vésperas do embarque para Tóquio, o Grêmio fez um jogo de despedida contra o Novo Hamburgo, no Olímpico, e perdeu por 1 a 0. Esse resultado acabou trazendo algum receio? E: Era um jogo de despedida, mas ninguém queria perder. Fomos vaiados. O torcedor queria ver um show de bola. Se eu estivesse ali também teria vaiado. Afinal, era o time que ia para ganhar do Hamburgo, ia para representar o Grêmio no Mundial. Da nossa parte, foi encarado como normal de acordo com aquilo que a gente tinha estabelecido. 1903: Estava em disputa a maior conquista da história do Clube. Como foi tratada com a diretoria a questão de premiação pelo título? E: A gente tinha confiança no presidente Koff, que era quem daria a palavra final. Na época, o prêmio era de 7 mil dólares, mas ninguém tinha essa preocupação. Tinha uma coisa maior que o dinheiro. Nós queríamos fazer o Grêmio Campeão Mundial. Ninguém chegou depois e disse: “Eu sou Campeão Mundial”. Eu não me lembro de qualquer pessoa na comemoração dizer: “Eu sou Campeão”. Mas ouvi muitos dizerem: “O Grêmio é Campeão
Mundial”. Isso está acima de qualquer dinheiro. Sete mil dólares, que foi o prêmio, e na época era bastante, não é nada. Se fossem 50, 100, 1 milhão de dólares também não seria nada. O Grêmio ser Campeão Mundial é a razão de estarmos aqui hoje, conversando. É a razão de emoções vividas. E isso não tem dinheiro que pague. 1903: Essa identificação, ou esse amor pelo Clube, é o que falta hoje em dia? E: Esse é um grande desafio. Hoje em dia se fala: “Ah, antigamente um jogador ficava três ou quatro anos no mesmo clube”. Essa é uma desculpa, pois eu digo o seguinte: se você ficar dois dias em um clube, ame-o da melhor maneira nesses dois dias. Não precisa ficar um ano para amar um clube. Se forem só dois dias, ame-o como se fosse o maior clube do mundo. Identifique-se nesses dois dias. O resto é besteira. 1903: Diz a lenda que houve uma confusão entre o Renato e o Mário Sérgio antes da viagem para o Japão. O que aconteceu pode ser revelado? E: Quando o Mário Sérgio chegou, o Renato e o Paulo Roberto tinham a mania de bater nele depois do treino. Era brincadeira, mas batiam mesmo, e o Mário Sérgio não se mexia. Era de brincadeira, mas doía. E o Mário Sérgio se queixava pra mim: “Espinosa, olha o que eles estão fazendo”. Eu dizia: “Gente, parem com isso. Vocês não conhecem o Mário Sérgio”. Um dia, durante a concentração em Gramado, lá pelas 22h, eu estava sentado no escuro, no saguão do hotel, lendo uma revista. Dali a pouco o De León pega o Paulo Roberto e o Renato e sai com os dois caminhando em direção ao mato, falando sobre o jogo. O Mário Sérgio estava lá escondido. Em um determinado lugar, o Mário se levantou com uma arma e disparou. Descarregou o revólver neles. Se um cara pega o revólver e dispara para o alto, a pessoa se assusta, mas depois acha graça. Só que o Mário Sérgio era
Fala Sócio
1903: Houve um desentendimento com o Paulo César Caju às vésperas da decisão. Como foi? O que aconteceu exatamente? E: Foi no último treinamento recreativo, no reconhecimento do gramado do Estádio Nacional. Naquela época eu jogava junto. Nós disputávamos sempre com os mesmos times e decidimos que aquele jogo seria a decisão. Quem ganhasse seria o Campeão Mundial dos Recreativos. O meu time
estava ganhando, e quem estava apitando era o Ithon Fritzen. De repente, ele marcou uma falta que o Paulo César não gostou. Ele saiu do campo e sentou ao lado da trave. Todos os jogadores olharam pra trás e me olharam. Eu disse: “Deixa. Segue o treino”. Mas o Renato foi lá e pediu pra ele voltar. O Paulo César disse que não voltaria. Então eles ficaram naquele volta, não volta, volta, não volta. Cheguei perto e mandei seguir o treino. No final do trabalho, permaneceu aquele ambiente muito ruim. Já de volta ao hotel, à noite, reuni os jogadores, e todos se mostraram contrários à atitude do Paulo César Caju. Eu achava o Paulo César importante para o jogo, então pedi ao roupeiro Hélio que me trouxesse as 11 camisas. Disse: “O negócio é o seguinte. Sei que estamos vivendo um problema, mas o time está definido”. Fui dizendo a escalação e entregando as camisas nas mãos de cada um. Entreguei todas as camisas, mas fiquei com uma na mão. Eu falei: “Essa camisa aqui, vocês que vão decidir. Eu daria pro Paulo César Caju, pois ele é im-
portante, mas vou respeitar se vocês não quiserem. O que não pode é irmos pra campo com esse mal-estar que está agora. Não pode o Paulo César não correr ou vocês não darem a bola pra ele. Vocês decidem quem será o dono dessa camisa”. Eles se olharam e disseram: “É do Paulo César”. Nesse momento, estava escalado o time. O problema acabou e fomos pro jogo. 1903: O Hamburgo não conhecia o Grêmio. Isso ajudou de alguma maneira? E: O grande segredo deste jogo foi o desconhecimento que nos favoreceu. O Paulo César Caju era o jogador mais conhecido e teve uma marcação maior. Ele teve a atenção em cima dele, e daí o Mário Sérgio, o Renato e o Osvaldo tiveram uma marcação mais branda. Ele até não jogou bem do ponto de vista técnico, mas foi importante exatamente por isso. Imagina o Renato e o Mário Sérgio com apenas um marcador. É brincadeira. O Paulo César pagou o pato por ser conhecido.
Fotos: Acervo Grêmio FBPA
um exímio atirador e disparou contra eles. Acho que a bala deve ter passado zunindo nas orelhas. Eu ouvi o barulho e me virei. Em um segundo os dois entraram correndo, gritando: “Ele é louco! Ele é louco! Atirou em nós!”. Daí entrou o Mário Sérgio atrás, caminhando na maior calma, e disse: “Olha, Espinosa. Eu tinha que dar um jeito neles, porque eles estavam me batendo demais”. Então falei: “Eu não avisei? Eu não avisei? Aprenderam a lição?”. O Mário me entregou o revólver, deu boa noite e saiu. Nunca mais eles bateram no Mário Sérgio (risos).
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Consulado
Eis que o capitão De León disse: “Ninguém mais vai cabecear na nossa área”
Fotos: Lucas Uebel
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1903: Você já não fuma mais, mas naquela época era um cigarro atrás do outro. Quantas carteiras foram gastas na decisão? E: Eu tinha uma superstição. Naquela época fumava oito cigarros por jogo. Quatro no primeiro tempo e quatro no segundo. E foi nesse jogo que passei a maior vergonha da minha vida. Ao acender o primeiro cigarro, dei uma, duas, três tragadas. Quando o cigarro terminou, fiz assim (mostra o movimento com as mãos jogando a ponta do cigarro longe). O cigarro saiu voando e, quando bateu na pista, ouvi um estouro do meu lado. Quando olhei, era um japonesinho trazendo um cinzeiro, daqueles grandões, colocando do meu lado. Fui na pista, juntei o cigarro e coloquei dentro do cinzeiro. Passei uma vergonha nesse momento que foi muito grande (risos). 1903: Em qual momento você teve certeza de que o Grêmio conquistaria aquele título? E: Foi quando terminou o jogo e veio a prorrogação. Estávamos todos reunidos, buscando recuperação. Eu procurava passar alguma coisa, mas não
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adiantava querer passar nada além de tranquilidade. A força deles era a jogada aérea, e foi assim que sofremos o gol. Eis que o capitão De León disse: “Ninguém mais vai cabecear na nossa área”. E o Renato completou: “Segurem lá atrás que eu decido lá na frente”. Eu não precisava dizer mais nada. Já estava dito tudo. O De León e o Renato encontraram as palavras. E se tu fores olhar a prorrogação, ninguém mais cabeceou na área do Grêmio. O De León cabeceou todas. E quem decidiu lá na frente com o gol foi o Renato. Foi extraordinário. 1903: Como foram estes momentos quando Renato marcou e veio correndo para comemorar? E: Ele me deu uma gravata. Não conseguia respirar (risos). Vendo agora o vídeo, eu digo: “Chuta! Chuta!”, mas na hora nem deu tempo pra isso. Quando assisto à gravação e ele dá o primeiro corte no zagueiro, penso: “Chuta, rapaz. Pra que mais um drible?”. O engraçado é que, cada vez que revejo esse jogo, encontro uma coisa diferente. Cada vez que revejo tem um detalhezinho que passou.
1903: Após o apito do árbitro terminando a partida, acredito que tenha sido uma festa extraordinária. E: Ficamos no estádio para dar a entrevista coletiva eu, o treinador; De León, o capitão; e o Renato, melhor jogador em campo. Os outros jogadores foram para o hotel. Na saída, tinha duas limusines pretas esperando, uma para os jogadores e a outra para o treinador. Que nada, nós fomos juntos. Abrimos uma limusine e fomos todos pra dentro. Ela saiu rumo ao hotel, e a outra foi vazia, atrás, acompanhando. Chegando ao hotel, fui pro meu quarto e liguei chamando o pessoal para comemorarmos lá mesmo. Pedi champanhe. Umas 15 garrafas. Cada um pegou sua taça e, na hora de abrir, olhei a nota. Quando vi o valor, mandei o garçom esperar. Eu não tinha dinheiro. Liguei imediatamente pro presidente: “Estamos com um problema aqui. Pedi champanhe, mas não tenho dinheiro pra pagar. Posso botar na conta?”. Ele disse: “Pode”. Ainda bem que o Fábio Koff pagou a festa, porque eu ia passar um mico grande.
EU VOLTEI E ESCREVI O MEU NOME NA HISTÓRIA DO GRÊMIO, FOI MARAVILHOSO
1903: Mas ainda levou algum tempo para voltar a Porto Alegre. Antes, o Grêmio decidiria a Copa Interamericana contra o campeão da Concacaf, o América do México. Como foi esse jogo em Los Angeles? E: Sim. Tínhamos esse jogo contra o América do México, em Los Angeles. Chegando lá, disse para os jogadores: “Estão todos liberados. Vamos nos encontrar no campo”. Ninguém queria jogar. Queríamos todos era voltar a Porto Alegre. Chegando ao estádio L.A. Coliseum, falei: “Não vou treinar hoje. O treinador vai ser o De León”. Ele que escalou o time e ficou orientando durante o jogo. Quando a partida terminou em 2 a 2, a decisão foi para os pênaltis, mas ninguém queria bater. “Podem ficar com a taça, nós temos uma taça maior”, diziam. Mas queriam que os pênaltis fossem cobrados por respeito ao público e tal. O Mazaropi pegou e ganhamos mais uma taça (risos). 1903: Finalmente, chegou a hora de voltar pra casa. E: Vocês não imaginam como foi essa viagem de volta. Tudo liberado. Em determinado momento do voo, os comissários disseram o seguinte: “Gente, nós vamos dormir”, chamaram os jogadores e mostraram: “Aqui está a cerveja e aqui estão os salgadinhos. Tomem conta porque nós vamos dormir”. Os caras passaram a noite toda comendo e bebendo cerveja. Quando chegou 6h da manhã, fomos lá e limpamos toda a cozinha. Ainda bem que já passaram 30 anos, se não iam todos pro olho da rua (risos). Quando chegamos a Porto Alegre e subimos naquele carro de bombeiro foi genial. Passar pelas ruas e ver a cidade gri-
Foto: Acervo Grêmio FBPA
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tando “Grêmio, Grêmio, Grêmio”, foi inesquecível. O Grêmio pintou o mundo de azul. Essa frase ficou marcada. 1903: Após o desfile em carro de bombeiros pela cidade, os campeões foram recepcionados no Olímpico. Como foi aquela festa? E: Chegando ao Olímpico, eu lembrei (começa a chorar). Lembrei do dia em que fui dispensado do Grêmio quando era atleta. Era um jogador rebelde. Fui capitão do time principal. Mas tudo eu queria saber “por quê”. Então chegou o fim da temporada, eu recém tinha casado, já tinha o meu filho e pensei: “Tenho que mudar”. Fomos para uma pré-temporada em Tramandaí e, quando voltamos, fui chamado depois do treino para comparecer ao Departamento de Futebol. Fui pra casa achando que eles queriam renovar o meu contrato. Eu queria mostrar pra eles que tinha mudado. Cheguei ao Grêmio e, antes mesmo de sentar, ouvi: “O senhor está dispensado. O senhor pode ir embora”. Dei meia volta e sentei ali nas sociais. Eram 14h. Mês de janeiro, uns 45º. Fiquei ali chorando por umas duas horas. Depois levantei, peguei meu Fusca, andei até parar junto ao pórtico. Parado ali eu disse pra mim mesmo: “Eu ainda vou voltar e vou escrever meu nome na história do Grêmio”. Acelerei e fui embora. O tempo passou, e eu estava em cima do carro do Corpo de Bombeiros.
Quando passei ali no pórtico, lembrei exatamente disso: eu estou escrevendo meu nome na história do Grêmio. Foi maravilhoso. 1903: Como foi o assédio logo após a conquista do Mundial? E: Passa a ser diferente. Tu és olhado como Campeão do Mundo, abrem-se algumas portas. Claro que é bacana, mas nunca tive essa vaidade, nunca me preocupei com isso. Até hoje eu vou aos jogos do Grêmio, mas não vou ao camarote. Vou à arquibancada, à social. Agora vou à Arena. Tem uma parte VIP, mas é ali junto com todos os torcedores. Os caras ficam olhando assim, perguntando: “É ele ou não é ele? É ele ou não é ele? Não é ele. O que ele vai estar fazendo aqui?”. Até me divirto com isso.
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NADA PODE SER MAIOR A equipe titular havia sofrido uma baixa importante. Nem mesmo a vaga assegurada na grande decisão de Tóquio foi suficiente para que o meia Tita desistisse da ideia de retornar ao Flamengo após a conquista da Libertadores. Eterno reserva de Zico no time da Gávea antes de ser emprestado ao Grêmio, Milton Queirós da Paixão, o “Tita”, viu na venda do Galinho de Quintino para a Udinese da Itália a grande chance de assumir a camisa 10 do rubro-negro carioca, um antigo sonho. A vontade do jogador aliada à pressão do Flamengo por seu retorno tornou impossível manter o atleta no Olímpico.
Toquiomania Após a conquista da Libertadores, a palavra “Tóquio” passou a fazer parte do cotidiano dos gremistas, e a conquista do Mundial, no final do ano, virou uma verdadeira obsessão. Não só para os dirigentes e jogadores do Tricolor, mas principalmente para a torcida. Torcedores começaram a se mobilizar para fazerem parte deste momento inesquecível em solo japonês. Muitos trataram de vender bens pessoais para juntar os quase 3 milhões de cruzeiros (3 mil dólares) em um pacote de sete dias e voo charter oferecido por diversas empresas de turismo da capital gaúcha.
Com a iminente perda de um de seus principais jogadores na campanha da Libertadores, o Grêmio tratou de buscar um substituto à altura. Acabou trazendo não apenas um, mas dois substitutos: os experientes Mário Sérgio e Paulo César Caju. Esse último já havia atuado pelo Tricolor em 1979, vencendo o Estadual.
Quem não tinha condições, tratava de se associar ao Clube na esperança de ser sorteado com uma das 80 passagens oferecidas em uma promoção de marketing organizada pelo Grêmio com o objetivo de chegar aos 80 mil sócios no ano em que completava 80 anos.
Mário Sérgio atuava pela Ponte Preta, e Paulo César foi trazido do Aix em Provence, equipe do futebol francês. Eram os dois reforços visando à final de Tóquio que fizeram a torcida esquecer Tita.
As coisas do Japão passaram a significar símbolo de status entre a coletividade gremista. O consulado japonês em Porto Alegre, normalmente absorto em sua tranquilidade habitual, passou a “Apostamos muito nas categorias de base e optamos por um treinador que se adaptasse àquele projeto de renovação. Escolhemos o Espinosa, um técnico que estava surgindo. Desde logo, ele abraçou a ideia e mostrou muita inteligência e competência. Teve muita habilidade para lidar com as vaidades que prejudicam a criação de um grupo homogêneo. Era uma convivência perfeita, e o grupo cor-
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Desde a conquista da Libertadores, no dia 28 de julho, até a final do Mundial, no dia 11 de dezembro, o Grêmio teria exatos 136 dias para se preparar. Foi uma verdadeira maratona, com 40 jogos nesse período, mesclando a equipe titular e a reserva.
respondeu (...) A presença do Mário Sérgio foi decisiva, e o Renato desequilibrou naquele dia. Com o Renato sempre tive uma proximidade muito grande que perdura até hoje. Gosto muito dele. (...) Só quando o Renato fez o segundo gol eu tive a certeza de que seríamos campeões. Naquela hora eu disse: “agora ninguém nos tira este título.” Fábio Koff Presidente do Grêmio
Operação Tóquio Em meio à disputa do Campeonato Estadual, a direção gremista resolveu instalar a “Operação Tóquio”, dando completa atenção à partida com o Hamburgo. Inevitavelmente, a competição estadual passou a ter um grau de importância bem menor do que o habitual, e o Clube optou por utilizar uma equipe reserva na fase decisiva do torneio, principalmente nos jogos do interior. A decisão acabou alijando com as possibilidades do Tricolor de retomar a hegemonia estadual, e o Clube ficou na terceira colocação, atrás de Inter e Brasil de Pelotas. Entre as ações da direção gremista, houve um esquema de acompanhamento a fundo da equipe alemã, com o apoio da imprensa
gaúcha e de gremistas radicados na Alemanha. Com a proximidade da viagem para Tóquio, a pedido dos jogadores, a diretoria gremista decidiu afastar o grupo da euforia que tomava conta dos torcedores gremistas em Porto Alegre e concentrou a delegação na cidade de Gramado, na Serra Gaúcha. Longe da agitação, o grupo trabalhou forte sob o comando do preparador físico Ithon Fritzen. Em um dos trabalhos, Mário Sérgio sofreu uma lesão na região glútea, após uma queda, e passou a ser dúvida. Além da lesão, o jogador acabou atingido por séria infecção intestinal responsável por uma debilitação física. Outro problema era Osvaldo, sentindo dores na coxa. Após o período em Gramado, o Grêmio desceu a serra para um último compromisso antes do início da viagem, marcada para a tarde de segunda-feira. No sábado, a equipe reserva havia sido derrotada pelo Brasil de Pelotas, no Bento Freitas, dando adeus ao campeonato gaúcho. No domingo, no estádio Olímpico, em um amistoso de despedida, o time principal acabou derrotado pelo Novo Hamburgo pelo placar de 1 a 0. O resultado não abalou a confiança da torcida gremista, que prometeu lotar o aeroporto Salgado Filho antes do embarque. Viagem até o outro lado do mundo Dia 5 de dezembro de 1983, segunda-feira, 17h30, um voo da Varig levando
“Espinosa fez do nosso grupo praticamente uma família. Ele conquistou os jogadores, e nós confiávamos nele. Não importa a idade do treinador, o mais importante é sua sabedoria. Acreditamos em suas ideias, e o Grêmio conquistou o título do Mundial. (...) Eu era um “bad boy” no bom sentido. O importante é o que se faz dentro do campo e o resultado do trabalho, independentemente do que as pessoas achem. (...) Antes da
170 passageiros, entre eles os atletas gremistas, decolava do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, tendo como destino final o aeroporto de Narita, no Japão. Com eles, embarcava a esperança de milhares de torcedores ansiosos com a decisão do Mundial Interclubes. A despedida emocionada de centenas de gremistas no aeroporto da capital gaúcha fez com que o início de viagem fosse marcado por um clima de alegria e confiança. Ninguém demonstrava preocupação com o desgastante voo. Porto Alegre - Rio de Janeiro - Lima A primeira parada foi no Rio de Janeiro, onde a delegação trocou para um avião maior. No mesmo voo, embarcaram os jogadores do time Estrelas da América, uma equipe com atletas e ex-atletas da América do Sul que faria jogos amistosos nos Estados Unidos. As presenças de Rodolfo Rodriguez, Romerito, Rodrigues Neto, Carlos Alberto Torres e Figueroa, entre outros, causou rebuliço no avião. O zagueiro chileno, ex-Internacional, foi alvo das brincadeiras de gremistas e acabou tendo que vestir uma camisa do Grêmio, para alegria dos fotógrafos. O carteado foi a principal distração encontrada pelos passageiros para ocupar o longo tempo ocioso dentro da aeronave. Jogos animados entre atletas, torcedores e diretoria
prorrogação, o De León falou que lá atrás a bola não ia entrar, então eu disse: “Lá na frente eu vou decidir. Juntos, a gente vai conquistar este título”. E foi o que aconteceu. (...) Costumo brincar que naquele dia eu não joguei muito bem. Merecia nota 4, mas ajudei um pouquinho o Grêmio a ser campeão. Grandes jogadores aparecem em grandes jogos.”
Fotos: Acervo Grêmio FBPA
receber diariamente a visita de dezenas de torcedores em busca de informações sobre o país do sol nascente. Sair de lá com um simples panfleto já era suficiente. Até mesmo o restaurante Sakae´s, na época o único de culinária nipônica do Estado, dobrou o número de clientes. Tudo graças à “toquiomania” que tomou conta dos gremistas. Um envolvimento emocional impressionante visando à decisão do Mundial. Algo jamais visto na história do Clube. Estava criado um quadro de otimismo e motivação que, somado à indiferença dos alemães do Hamburgo, trazia a certeza da vitória.
Renato
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ocupavam as atenções dos demais. Poucos permaneciam em seus lugares, e a caminhada pelos corredores foi a alternativa para a bem-vinda esticada de perna. Depois do jantar e com a chegada da madrugada, as luzes foram apagadas e a maioria, derrotada pelo cansaço, caiu no sono. A chegada em Lima ocorreu por volta das 3h30 de terça-feira, com escala de uma hora para reabastecimento. Alguns passageiros se aventuraram a descer do avião para fazer compras no aeroporto, mas prontamente retornaram de mãos vazias reclamando dos altos preços cobrados pelos comerciantes locais. Lima - Los Angeles - Narita Por volta das 10h de terça-feira, dia 6, já com o sol brilhando do lado de fora da janela, foi servido o café da manhã. Muitos já estavam de volta ao carteado, acompanhado do chimarrão. O avião aproximava-se de Los Angeles, nos Estados Unidos, local da última escala antes do trecho mais longo da viagem. Com o aeroporto de Los Angeles em reforma, os passageiros tiveram que aguardar em um local improvisado, dentro de um galpão inflável, até o anúncio da saída da nova aeronave. Dali para o Japão seriam mais 11 horas de voo. A constante mudança no fuso horário acabou confundindo todo mundo. A discussão a respeito do horário durou um bom tempo. Uns ti-
nham mudado o relógio para o horário do Peru, outros para o dos Estados Unidos, mas a maioria optou por não mexer. Na verdade, a discussão foi só mais um pretexto para passar o tempo. O técnico Valdir Espinosa, sabidamente temeroso quando entra em um avião, já deixara de ser o alvo das brincadeiras. Acostumado com os barulhos das turbinas e com as turbulências, passou algumas horas na cabine de comando, onde recebeu uma aula de pilotagem. De León, Mazaropi e Tarciso contavam com a presença de suas esposas no voo. Uma concessão da diretoria gremista após apelo de Margarita, esposa do capitão uruguaio. Enfim, depois de intermináveis 36 horas de viagem, o avião levando a delegação gremista (foto) aterrissou no aeroporto de Narita, no Japão. Eram 2h da manhã de quarta-feira no Brasil, 14h no Japão.
Treinamentos em Tóquio Feito todo o trâmite de entrada no País, a delegação gremista sofreu o primeiro choque cultural tendo em vista o avanço tecnológico e as modernidades japonesas. Isso sem falar no idioma: Letreiro algum que não tivesse a tradução
“O gosto pelo Japão tomou conta da torcida do Grêmio. O Clube contratou uma agência de viagem em que a cada 10 passagens vendidas, uma era cortesia. Foi um sucesso. As nossas torcidas organizadas lideraram os japoneses no Estádio Nacional de Tóquio. (...) Abrimos mão do Campeonato Gaúcho para focar o jogo com o Hamburgo. Se não tivesse dado certo, nós seríamos crucificados. (...) A informação que nós tínhamos do Hamburgo
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era que eles patrolavam quem aparecesse pela frente. (...) Dizem que os europeus não dão muita importância ao Mundial, mas, após o jogo, o treinador Ernst Happel estava muito frustrado e irritado pela derrota. Eles chegaram com soberba e saíram de cabeça baixa. (...) Foi uma experiência inesquecível. Naquela oportunidade o Grêmio apareceu para o mundo.” Adalberto Preis Vice-presidente do Grêmio
para o inglês podia ser identificado. Sensível a esses problemas, a Toyota, patrocinadora do Mundial, colocou cinco intérpretes à disposição da delegação 24 horas por dia. Com a ajuda deles, todos os problemas de alfândega foram solucionados até a delegação embarcar em um ônibus especial com destino ao local da concentração, no centro de Tóquio. Um grande contingente de brasileiros aguardava no saguão do Hotel Prince pela chegada da delegação gremista. O trajeto de Narita até o hotel durou aproximadamente duas horas, um sacrifício pequeno para quem já havia passado 36 horas em deslocamento. A recepção foi carinhosa, ao estilo japonês, e animada, ao estilo brasileiro. A grande maioria dos gremistas preferiu subir para os quartos para tomar banho e descansar em uma cama de verdade. O delicioso jantar foi servido às 20h15, horário local. Uma hora depois, a programação distribuída pelo clube anunciava que os atletas deveriam se recolher aos aposentos. O principal objetivo agora era adaptar o organismo dos jogadores ao fuso horário local. Depois de aproximadamente 11 horas de descanso, a delegação gremista despertou às 9h da manhã de quinta-feira para o desjejum no restaurante do hotel. Uma alimentação leve, para não interferir no treinamento marcado para o meio-dia em um centro de treinamento próximo ao hotel.
O horário foi decidido pela comissão técnica por coincidir com o horário da partida de domingo. O Estádio Nacional, local do jogo, só seria disponibilizado no sábado para um rápido reconhecimento do gramado.
do e desgastado pelo frio, o piso mantinha a qualidade para a prática de um bom futebol. Os jogadores acabaram optando pelo uso de travas de borracha nas chuteiras. Agora só restava ao Grêmio esperar as últimas horas antes da maior decisão de sua história.
Valdir Espinosa e Ithon Fritzen comandaram um trabalho leve tanto na parte técnica quanto na física. Alguns jogadores demonstraram bastante desgaste depois da viagem de 36 horas. A baixa temperatura, em torno de 6°C, também não ajudava. O treinador gremista afirmou que manteria os trabalhos leves em todos os treinos até a partida pois o trabalho mais forte já havia sido realizado em Gramado. Tarciso sentiu dores musculares durante o voo e foi observado pelo Departamento Médico. China ainda se recuperava de uma entorse no tornozelo, e Mário Sérgio apresentava um quadro gripal. Porém, nenhum chegou a ser dúvida para o jogo. O ponto positivo do dia foi que ninguém mostrou problema de adaptação ao fuso horário. Sábado, meio-dia, faltando 24 horas para o início da decisão, a delegação gremista desembarcou no local da partida para o reconhecimento do gramado. O mesmo seria feito pela equipe do Hamburgo horas depois. O gramado, queimado pela neve do rigoroso inverno japonês, deixou má impressão, que foi prontamente desfeita quando os atletas começaram a fazer a bola rolar. Apesar de duro, amarela-
Depois de um leve café da manhã, a delegação gremista seguiu para o Estádio Nacional de Tóquio, chegando ao vestiário aproximadamente duas horas antes do início do jogo. A temperatura era de 5º, e o estádio estava com seus mais de 60 mil lugares lotados. Mais de 2 bilhões de pessoas recebiam as imagens da partida em todo o mundo. Para o Brasil, a Rede Globo transmitia ao vivo com a narração de Galvão Bueno e comentários de Márcio Guedes. Para o Rio Grande do Sul, narração de Celestino Valenzuela com João Nassif nos comentários.
Em jogo, o Mundial Interclubes Depois de mais de quatro meses de preparação, vivendo 24 horas por dia com o pensamento voltado somente para uma partida, finalmente chegava a hora da grande decisão. A maior partida da história dos 80 anos do Grêmio, um clube surgido no início do século, que traçou seu caminho na base da garra, com a participação de bravos homens que não temeram as adversidades para colocar em prática o sonho de tornar o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense um dos maiores clubes do planeta. Chegava a hora de mostrar para o mundo a grandeza de um povo. Um povo que veste azul, preto e branco e que jamais foge da batalha.
“Participei da minha primeira Copa do Mundo há 51 anos, no Chile, em 1962, com o Brasil Bi-campeão do Mundo, e da minha última Copa em 1994, nos Estados Unidos, com outro título brasileiro, mas não há como negar que estar lá com o Grêmio, ser Campeão do Mundo e sentir epidermicamente o que aconteceu, arrepia até hoje. (...) O Hamburgo era um p... time de futebol e
Porto Alegre parou A cidade preparava-se para uma noite inesquecível. Os gremistas passaram todo o dia de sábado com aquele frio na barriga... até tentaram levar uma vida normal. O Natal estava chegando e o centro da cidade borbulhava de pedestres atrás das melhores ofertas de presentes. Para as crianças, a loja Hipo Imcosul estava lançando o triciclo Tico-Tico Bandeirante Universal por apenas 10.490 cruzeiros. Os adultos poderiam adquirir o novíssimo computador pessoal TK-85 com surpreendentes 16 ou 48 K-bytes de memória RAM. Nas lojas J.H. Santos, o televisor Philco 12 polegadas, giratório, totalmente transistorizado e funcionando a luz e bateria custava apenas 109 mil cruzeiros. Com a partida marcada para a meia-noite, não foram raros os churrascos espalhados pela cidade, afinal o dia seguinte era um domingo.
nós (da imprensa) contribuímos direta ou indiretamente para que o Valdir Espinosa obtivesse as informações necessárias e indispensáveis sobre ele. (...) Todo mundo lembra, com razão, que o Renato ganhou o Mundial pro Grêmio. Ele foi o jogador decisivo, é verdade, mas o maestro foi o Mário Sérgio.” Lauro Quadros Jornalista
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O horário do jogo chegou a atrapalhar a presença de público na apresentação do Presépio Vivo encenado no jardim da Paróquia Menino Deus, em Porto Alegre. Para quem não conseguia esconder a tensão momentos antes do jogo, a solução era pegar um cineminha para tentar relaxar.
A torcida, formada quase só por orientais, se divertia com o som ensurdecedor de milhares de cornetas distribuídas na entrada do estádio.
Aos 37 minutos, Renato recebeu a bola na direita, driblou a marcação e chutou cruzado, entre o goleiro e a trave esquerda.
A torcida gremista marcou presença principalmente com as faixas das torcidas organizadas Máquina Tricolor, Super Raça e Garra Jovem.
Grêmio 1 a 0 No Salão Nobre do Conselho Deliberativo do Grêmio, centenas de conselheiros e dirigentes vibravam na frente do telão disponibilizado pelo Clube.
O cinema Baltimore, na avenida Osvaldo Aranha, tinha em cartaz o filme A Filha de Ryan. No cine Marrocos, na Getúlio Vargas, e no Presidente, na Benjamin Constant, o gremista poderia assistir ao filme Tootsie, com Dustin Hoffmann. Boas opções.
Na pista atlética feita de “tartan” do Estádio Nacional de Tóquio, o técnico Valdir Espinosa, que antes da partida havia anunciado que deixaria o Grêmio independentemente do resultado, se abraçou com Renato comemorando a vitória parcial.
Para quem ficou em casa, o programa era acompanhar pela TV o capítulo 162 da novela Guerra dos Sexos antes do Jornal Nacional e, logo depois, o capítulo 42 de Champanhe.
Na etapa final, o Hamburgo ficou com o domínio das ações, mas praticamente não levou perigo ao gol de Mazaropi, que brilhou em algumas intervenções.
Bares da capital estavam lotados, com as pessoas se acotovelando na frente do aparelho de TV. No Japão, o time gremista já em campo esperava o início da partida. Os jogadores tentando manter o corpo aquecido para não sentirem os efeitos do frio de quase zero grau. Horas antes da partida, a capital japonesa foi atingida por uma forte nevasca.
“O Espinosa era um irmão, mais um do grupo. Um cara que sentava, conversava, escutava e brincava junto com a gente. Nós éramos uma família. Se ganhássemos, ganhavam todos. Se perdêssemos, perdiam todos. (...) Um pouco antes de ir ao Japão, nós pedimos para concentrar em Gramado. Ficamos cinco ou seis dias trabalhando forte. Era a humildade de quem não se achava melhor do que
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O jogo começou tenso, com muitos erros nos passes. O gramado seco dificultava o toque de bola.
os outros e sabia que tinha que trabalhar para melhorar Tarciso em busca de uma conquista. (...) Faltou o calor da nossa torcida. Os japoneses eram muito frios. Foram lá, aplaudiram as boas jogadas e foram embora. Só fui ter noção mesmo do que havíamos feito quando chegamos a Porto Alegre. Foi quando caiu a ficha de que éramos mesmo campeões do mundo. Valeu a pena tudo o que fizemos pra chegar até ali.”
Já nos minutos finais, o time alemão tentou um ataque pela esquerda. Voltando para ajudar na marcação, Renato conseguiu roubar a bola no campo de defesa e chutou para lateral. No momento em que esticava a perna para finalizar o movimento do chute, o craque gremista sentiu fortes cãibras e deixou o gramado para ser atendido na beira do campo. Nesse momento, o único em que Renato estava de fora, o Hamburgo chegou ao empate. Bola levantada na área gremista e Schröeder empurrou para as redes.
Baidek “Não esqueço que cada jogador alemão entrou em campo com uma flor para as torcedoras japonesas querendo conquistar a simpatia, mas nós que conquistamos dentro de campo com o futebol. (...) Eu tinha um entendimento fantástico com o Hugo de León. Ele com sua técnica e exuberância e eu com minha força física, mental, de recuperação. Estava no auge da minha idade e sempre tive saúde. Adorava
quando o atacante vinha pra cima de mim e sempre, quando podia dar uma chegada a mais, eu dava. Chegava antes na bola, mas dava uma encostada para o atacante sentir que ali tinha alguém colocando respeito, e por isso sou respeitado como “Baidekão”. Dei várias chegadas no Felix Magath, e depois do jogo trocamos as camisas. Guardo como uma grande relíquia, pois era um jogador fantástico.”
40 minutos do segundo tempo O desânimo desabou sobre os torcedores das organizadas do Grêmio que assistiam à partida na sala do Departamento Eurico Lara, na frente de uma pequena TV. Muitos já estavam no pátio de estacionamento esperando o apito final para iniciar a festa. A cerveja já tinha terminado. Os poucos fogos que estouravam na madrugada daquele domingo em Porto Alegre, naquele momento, não eram de gremistas. Qualquer obediência aos critérios táticos já tinha sido deixada de lado por parte dos jogadores gremistas. A vitória chegaria na raça, na vontade... na sorte. A TV japonesa transmitiu os 90 minutos ao vivo para a capital japonesa, mas teve que interromper as transmissões locais pois a grade de programação não estava programando os 30 minutos de tempo extra. Até hoje existem japoneses que não sabem o resultado final da partida. No Brasil, a TV Gaúcha continuava com as imagens dos atletas gremistas extenuados, atirados no chão, esperando a prorrogação. Logo aos 3 minutos da primeira etapa, novamente brilhou a estrela de Renato. Ele recebeu na área cruzamento vindo da esquerda, dominou com o pé direito, driblou a marcação e chutou com a outra perna, no canto do goleiro Stein.
Grêmio 2 a 1! Não dava mais para perder. Já nos minutos finais, num contra-ataque, o atacante Caio (aquele mesmo que marcou o primeiro gol na final da Libertadores contra o Peñarol) perdeu a chance de colocar de vez seu nome na história do Grêmio como “o artilheiro das decisões”. Ele recebeu a bola logo após a linha divisória do gramado, entrou completamente livre com ela dominada e, na entrada da área, mandou uma bomba por sobre o travessão. Por sorte, esse gol não fez falta.
Na segunda-feira, dia 12, às 7h (19h de domingo em Porto Alegre), a delegação gremista embarcou para Los Angeles onde, na terça-feira à noite, participou da Los Angeles Cup, vencendo o América do México (campeão da Taça das Nações) nas penalidades (4 a 3), após empate de 2 a 2, pela cota de 50 mil dólares. Uma competição oficial organizada pela California Soccer Association. O Presidente Fábio Koff já havia assegurado 300 mil dólares para o Clube pela participação e vitória na Copa Toyota.
Grêmio Campeão Mundial! Festa no Japão, festa em Porto Alegre e em todo o Estado do Rio Grande do Sul.
A chegada a Porto Alegre estava marcada para o início da tarde de quinta-feira. A delegação chegou no tradicional voo 100 da Varig proveniente do Rio de Janeiro.
Os relógios marcavam quase 3h da manhã quando a torcida gremista tomou conta das ruas da capital gaúcha. O ponto de encontro foi na av. Érico Veríssimo, esquina com av. Ipiranga, ao lado do prédio do jornal Zero Hora.
Quem viveu, não esquece. Quem não participou, escuta as histórias dos mais velhos e aguarda a próxima vez.
Antes de partir para o local da festa, os torcedores das organizadas do Grêmio que viram a partida na sala do Departamento invadiram o Salão Nobre do Conselho para confraternizar com os dirigentes e conselheiros. No vestiário do Estádio Nacional de Tóquio, Renato comemorava o título, os dois gols e a escolha de melhor em campo (o jogador recebeu um carro da Toyota). Os jogadores eram abraçados por torcedores que conseguiram entrar. Foi uma festa inesquecível.
GRÊMIO EM 1983 CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: Flávio Obino Vice-presidente: Irany Sant’anna DIRETORIA E COMISSÃO TÉCNICA Presidente: Fábio André Koff Vice de futebol: Alberto Galia Diretores: Túlio Macedo e Rudy Armin Petry Supervisor: Antônio Carlos Verardi Preparador físico: Ithon Fritzen Médico: Dirceu Colla Vice-presidente: Adalberto Preis Vice-presidente: Mário Leitão Vice-presidente: Mauro Rosito Vice-presidente: Ziuton Bohmgahrem
“Minhas lembranças mais marcantes são o primeiro gol do Grêmio, o empate do Hamburgo no finalzinho do jogo e o sofrimento da prorrogação. Quando o Renato fez o segundo gol, foi algo que extravasou os limites. A gente se abraçava, se beijava. Quando o juiz apitou o final do jogo, invadi o campo e dei a volta olímpica com os jogadores.
Um momento maravilhoso que vou levar pro meu túmulo. (...) O que mais me chamou a atenção no Japão foi a segurança que tínhamos em todos os lugares, até mesmo ao caminhar nas ruas, e a maneira respeitosa como éramos tratados.” Saul Berdichevski
Diretor-médico do Grêmio
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Últimos jogos
RODADA 29 Campeonato Brasileiro
GRE 1 x 0 COR
RODADA 30
Barcos
Campeonato Brasileiro
2º GRÊMIO: 3-5-2 Dida, Werley, Bressan (Maxi Rodríguez), Rhodolfo, Pará, Adriano, Souza, Ramiro, Alex Telles, Lucas Coelho (Paulinho), Barcos (Saimon).
INT 2 x 2 GRE D’Alessandro Willians
Fotos: Lucas Uebel
Técnico: Renato Portaluppi 13º CORINTHIANS: 4-5-1 Cássio, Edenílson, Cléber, Gil, Igor (Jocinei), Ralf, Guilherme (Ibson), Diego Macedo (Rodriguinho), Douglas, Romarinho, Emerson.
Vargas Jackson (contra)
9º INTERNACIONAL: 4-4-2 Muriel, Gabriel, Jackson, Juan, Kleber, João Afonso, Willians, D’Alessandro, Otávio (Caio), Leandro Damião (Rafael Moura), Jorge Henrique (Forlán).
Técnico: Clemer 2º GRÊMIO: 4-3-3 Dida, Pará, Werley (Saimon), Bressan, Alex Telles, Riveros, Souza, Ramiro, Vargas (Wendell), Kleber, Barcos (Yuri Mamute).
Técnico: Tite
ARENA DO GRÊMIO QUA 16/10 - 21h50
Técnico: Renato Portaluppi
Público total: 17.318 Árbitro: Sandro Meira Ricci Aux.: Kleber Lucio Gil, Clovis Amaral da Silva
CENTENÁRIO DOM 20/10 - 16h00 Público pagante: 15.273 Árbitro: Marcelo de Lima Henrique Aux.: Emerson A. Carvalho, Celso B. Oliveira
Copa do Brasil
GRE 0 x 0 COR Pará Elano Kleber
(3)
(2) Alessandro Romarinho
QUARTAS DE FINAL (volta)
GRÊMIO: 4-3-3 Dida, Pará, Bressan, Rhodolfo, Alex Telles, Souza, Riveros (Elano), Ramiro, Vargas, Kleber, Barcos.
CORINTHIANS: 4-5-1 Walter, Alessandro, Paulo André, Gil, Fábio Santos (Igor), Ralf, Guilherme (Emerson), Edenílson, Douglas (Danilo), Romarinho, Alexandre Pato. Técnico: Tite
ARENA DO GRÊMIO QUA 23/10 - 21h50 Público total: 33.503 Árbitro: Paulo H. Godoy Bezerra Aux.: Marcio Eustaquio, Fabricio Vilarinho
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Foto: Jefferson Bernardes/ Agência Preview
Técnico: Renato Portaluppi
RODADA 31
Campeonato Brasileiro
CTB 4 x 0 GRE Robinho Alex Geraldo Pará (contra)
13º CORITIBA: 4-4-2 Vanderlei, Luccas Claro, Gil (Victor Ferraz), Leandro Almeida, Carlinhos, Willian Farias, Júnior Urso, Robinho, Alex (Keirrison), Geraldo, Julio Cesar (Deivid).
Técnico: Péricles Chamusca
RODADA 32 Campeonato Brasileiro
GRE 0 x 0 BAH 3º GRÊMIO: 4-3-3 Dida, Moisés, Bressan, Rhodolfo, Alex Telles (Wendell), Souza, Ramiro (Elano), Riveros (Zé Roberto), Kleber, Vargas, Barcos.
Técnico: Renato Portaluppi GRÊMIO: 4-3-3 Dida, Pará, Bressan, Werley, Alex Telles, Riveros, Matheus Biteco (Elano), Adriano, Kleber, Vargas (Saimon), Barcos (Moisés). 3º
Técnico: Renato Portaluppi
COUTO PEREIRA DOM 27/10 - 18h30 Público presente: 21.630 Árbitro: André Luiz de Freitas Castro Aux.: Rogério Zanardo e Danilo Manis
15º BAHIA: 4-3-3 Marcelo Lomba, Fabricio Lusa (Madson), Lucas Fonseca, Demerson, Jussandro (Raul), Fahel, Feijão, Rafael Miranda, Souza (Anderson Talisca), Wiliam Barbio, Fernandão.
Técnico: Cristóvão Borges ARENA DO GRÊMIO DOM 03/11 - 17h00 Público total: 18.161 Árbitro: Alício Pena Júnior Aux.: Marrubson M. Freitas, Nadine Schram
SEMIFINAL (ida) Copa do Brasil
CAP 1 x 0 GRE Delatorre
ATLÉTICO-PR: 4-4-2 Weverton, Léo, Manoel, Luiz Alberto, Juninho, Zezinho (João Paulo), Deivid, Everton, Paulo Baier (Fran Merida), Dellatorre (Ciro), Ederson. Técnico: Vagner Mancini GRÊMIO: 3-5-2 Dida, Rhodolfo, Werley, Bressan, Pará, Ramiro, Riveros, Souza, Alex Telles, Lucas Coelho (Elano), Yuri Mamute (Paulinho). Técnico: Renato Portaluppi
Copa do Brasil
SEMIFINAL (volta) GRE 0 x 0 CAP GRÊMIO: 4-4-2 Dida, Pará, Bressan, Rhodolfo, Alex Telles, Ramiro (Yuri Mamute), Souza, Riveros (Elano), Zé Roberto (Vargas), Barcos, Kleber. Técnico: Renato Portaluppi ATLÉTICO-PR: 4-4-2 Weverton, Léo, Manoel, Luiz Alberto, Juninho, Deivid, Zezinho, Everton (Renato Chaves), Paulo Baier (João Paulo), Marcelo, Éderson (Dellatorre). Técnico: Vagner Mancini
VILA CAPANEMA QUA 30/10 - 21h50 Público total: 16.014 Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro Aux.: Carlos Berkenbrock e Carlos Nogueira Jr
ARENA DO GRÊMIO QUA 06/11 - 21h50 Público total: 43.899 Árbitro: Marcelo de Lima Henrique Aux.: Emerson A. Carvalho, Guilherme Camilo
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RODADA 33
Campeonato Brasileiro
CRU 3 x 0 GRE Ricardo Goulart Willian Borges
1º CRUZEIRO: 4-4-2 Fábio, Ceará, Dedé, Léo, Egídio, Nilton, Lucas Silva, Ricardo Goulart, Éverton Ribeiro (Luan), Borges (Julio Baptista), Dagoberto (Willian).
Campeonato Brasileiro
Técnico: Marcelo Oliveira
GRE 1 x 0 VAS Rhodolfo
GRÊMIO: 3-5-2 Dida, Werley, Rhodolfo, Bressan, Pará, Riveros (Maxi Rodriguez), Ramiro, Souza, Alex Telles, Kleber (Yuri Mamute), Barcos. 3º
3º GRÊMIO: 4-4-2 Dida, Pará, Bressan, Rhodolfo, Alex Telles, Souza, Ramiro, Riveros, Zé Roberto (Maxi Rodríguez), Kleber (Elano), Barcos (Werley).
Técnico: Renato Portaluppi
Técnico: Renato Portaluppi MINEIRÃO DOM 10/11 - 17h00 Público presente: 58.113 Árbitro: Wilson Luiz Seneme Aux.: Marcelo Van Gasse e Carlos Berkenbroc
RODADA 34
17º VASCO: 3-5-2 Alessandro, Renato Silva, Cris, Jomar (Willie), Fagner, Guiñazu (Sandro Silva), Abuda, Pedro Ken, Wendel, Marlone, Edmílson (André).
Técnico: Adilson Batista
Campeonato Brasileiro
GRE 2 x 1 FLA RODADA 35 Maxi Rodríguez (2)
João Paulo
2º GRÊMIO: 4-4-2 Dida, Pará, Bressan, Rhodolfo, Alex Telles, Ramiro, Souza, Riveros (Maxi Rodríguez), Zé Roberto, Barcos, Kleber (Elano).
Técnico: Renato Portaluppi 12º FLAMENGO: 3-5-2 Paulo Victor, Welinton, Frauches, Samir, Digão, Val (Luiz Antonio), Diego Silva, Gabriel (Adryan), João Paulo, Bruninho (Rafinha), Nixon.
Técnico: Jayme de Almeida
ARENA DO GRÊMIO DOM 17/11 - 19h30 Público total: 23.372 Árbitro: Héber Roberto Lopes Aux.: Nadine Schram, José R. Larroyd
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ARENA DO GRÊMIO QUA 13/11 - 19h30 Público total: 14.840 Árbitro: Francisco Carlos do Nascimento Aux.: Pedro Santos, Esdras M. Albuquerque
RODADA 37
RODADA 36
Campeonato Brasileiro
Campeonato Brasileiro
GRE 1 x 0 GOI
PON 1 x 1 GRE
Barcos
Vargas
Adailton
2º GRÊMIO: 4-3-3 Dida, Pará, Bressan, Rhodolfo, Alex Telles, Souza, Ramiro, Zé Roberto (Adriano), Vargas, Barcos (Elano), Kleber (Maxi Rodríguez).
19º PONTE PRETA: 4-4-2 Edson Bastos, Artur, Ferron, Diego Sacoman, Uendel, Baraka, Alef (Rafael Ratão), Fellipe Bastos, Adrianinho (Elias), Adaílton, William (Chiquinho).
Técnico: Renato Portaluppi
Técnico: Jorginho GRÊMIO: 4-3-3 Dida, Pará, Bressan, Rhodolfo, Alex Telles, Ramiro, Souza, Zé Roberto (Elano), Kleber (Maxi Rodríguez), Vargas, Barcos (Yuri Mamute).
4º GOIÁS: 4-5-1 Renan, Vítor, Valmir Lucas, Ernando, William Matheus, Amaral, Thiago Mendes, Hugo, Eduardo Sasha (Ramon), Renan Oliveira (Roni), Walter (Léo Bonatini).
Técnico: Renato Portaluppi
Técnico: Enderson Moreira
3º
ARENA DO GRÊMIO DOM 01/12 - 19h30
MOISÉS LUCARELLI DOM 24/11 - 17h00 Público pagante: 4.111
Público total: 34.381
Árbitro: Dewson Fernando Freitas da Silva Aux.: Lucio Ipojucan e Helcio Araújo Neves
Árbitro: Héber Roberto Lopes Aux.: Marcelo Van Gasse, Emerson Carvalho
Campeonato Brasileiro
POR 0 x 0 GRE
LUGAR
Lauro, Luís Ricardo (Carlos Alberto), Valdomiro, Lima, Rogério, Ferdinando, Correa, Moisés, Wanderson (Héverton), Diogo (Willian Arão), Henrique. Técnico: Guto Ferreira 2º GRÊMIO: 4-3-3 Dida, Pará, Bressan, Rhodolfo, Alex Telles, Ramiro, Souza, Zé Roberto, Kleber, Vargas (Maxi Rodríguez), Barcos.
Técnico: Renato Portaluppi
Fonte: globoesporte.com
RODADA 38
13º PORTUGUESA: 4-4-2
2º
CANINDÉ DOM 08/12 - 17h00 Público pagante: 4.384 Árbitro: Emerson de Almeida Ferreira Aux.: Fabio Pereira e Marrubson Melo Freitas
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Responsabilidade social
Fotos: Acervo Grêmio FBPA
Amor, fé e esperança azul Quando a paixão e a solidariedade se unem em prol de um bem comum, tornando sonhos possíveis e renovanAnúncio Revista Grêmio Impressão.pdf 1 06/12/2013 14:03:24 do a esperança de milhares de jovens e crianças, perce-
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bemos a importância que o futebol vem assumindo na vida das pessoas. É o que pensa Eduardo Caminha, que preside o Instituto Desejo Azul (IDA), ao lado de seus vi-
ces, Richard Ducker, Minwer Daqawiya e Rafael Dreher, e de uma centena de voluntários que fazem da entidade uma das maiores referências no Rio Grande do Sul.
O IDA foi criado em 2010, e já foram quase “300 desejos atendidos”. A fórmula do Instituto é simples: alentar, seja com um mimo cedido pelo Clube, ou com a visita de um ídolo querido, colorindo o ambiente dos hospitais com o azul, preto e branco do Tricolor. “A sensação de fazer o bem, de proporcionar uma alegria para quem tanto necessita é inexplicável e gratificante. O Grêmio tem uma força descomunal, é uma fonte de energia e paixão sem precedentes. Ao praticarmos ações sociais como essa, as crianças e suas famílias jamais esquecerão que o Clube esteve presente em um momento tão delicado de suas vidas”, ressalta Caminha. Caminha relembra os passos iniciados a partir de uma leitura de jornal. “Li uma reportagem sobre um menino chamado Rafael que fazia tratamento contra um câncer. Toda vez que ouvia e cantava o hino do Grêmio, as defesas de seu organismo aumentavam e as respostas ao tratamento eram imediatas. Tudo comprovado cientificamente por seus médicos”, disse.
Ele conta que, depois disso, viu uma matéria sobre a ONG Make a Wish, que atendia aos desejos de crianças portadoras de doenças graves entre 3 e 17 anos, com brinquedos, viagens, visitas de celebridades, e que operava “verdadeiros milagres” nessas pessoas. “Por que então não direcionar a força do Grêmio para esse mesmo objetivo, usando o exemplo da história do menino Rafael? A ideia estava pronta, era só colocá-la em prática. Surgia assim, o Desejo Azul”, arremata. Além de contar com a colaboração dessa “corrente do bem” nos hospitais para auxiliar no atendimento, o IDA também conta com uma enorme lista de voluntários que se inscrevem diretamente pelo e-mail contato@desejozul.org, além de atletas e demais personalidades gremistas.
O lateral Alex Telles foi uma das personalidades gremistas que demonstrou ser craque também fora do campo. Ele participou como voluntário de uma das ações do Desejo Azul. “Iniciativas como essa nos fortalecem muito. Faz nos sentirmos bem, saber que muitas crianças precisam de ajuda e um
simples sorriso pode mudar a vida delas! Quero estar presente novamente em outras oportunidades. A solidariedade torna a nossa vida mais feliz”, observa o atleta.
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Personagem
Vai Cavalo gremista
Foto: Lucas Uebel
Gaúcho, gremista e lutador, isso parece mais um pleonasmo, mas na verdade se resume ao nome: Fabrício Werdum. Pai de Júlia, de 6 anos, e de Joana, que nasce em fevereiro, esse artista com luvas vem provando cada vez mais que é capaz de marcar a história como um dos melhores lutadores da época. O “Vai Cavalo” – apelido do lutador – conversou com a Revista 1903 e foi muito atencioso, humilde e simpático, como sempre.
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O gremistão, que é faixa preta de jiu jitsu e muay thai, vai disputar o cinturão dos pesos pesados do UFC contra o norte-americano Cain Velasquez, ainda sem data marcada. Mas já adiantou que seu sonho é conquistar e trazer o cinturão para Porto Alegre, desfilar no carro de bombeiros e ir até a Arena para comemorar junto com a torcida do Grêmio, em uma festa com direito ao tradicional costelão 12 horas. Werdum falou também da saudade que tem de assistir aos jogos do Grêmio em família, de tomar um chimarrão no Parcão (Parque Moinhos de Vento) e dos amigos de infância que fez na capital gaúcha, já que atualmente mora na Califórnia, nos Estados Unidos.
agora, levar para a Arena e mostrar para os gaúchos e gremistas que consegui e alcancei meu objetivo, que o cinturão é do Brasil e de um gaúcho gremista. Vai ser difícil segurar a emoção. 1903: Como toda criança, você também sonhava ser jogador de futebol, ou já sabia que queria ser lutador? . W: Na verdade eu tentava jogar futebol, mas era difícil. Sempre fui alto e grande, bem desastrado, e não tinha muita manha do futebol.
1903: Você disse que tem um sonho de lutar na Arena do Grêmio. Fala sobre isso. . W: Eu tenho certeza de que, se a gente fizesse o UFC na Arena do Grêmio, ia bater o recorde de público. Meu sonho é fazer uma grande luta lá, de preferência defendendo o cinturão. E imagina a emoção de lutar no estádio do meu time, com os gremistas em peso, fazendo música com meu nome e tudo mais. Eu ia ficar gigante com a energia da galera. Meu outro sonho é ganhar o cinturão
“Se a gente fizesse o UFC na Arena do Grêmio ia bater o recorde de público. Eu ia ficar gigante com a energia da galera.”
FABRÍCIO WERDUM 17 Apelido: Vai Cavalo
5 derrotas 1 empate
Idade: 36 Aniversário: 30/07 Altura: 1.93 Peso: 109kg
Foto: Divulgação / Werdum
1903: Quais as semelhanças de quando está no octógono e quando o Grêmio disputa uma partida importante? . W: É basicamente um sentimento de alegria e emoção. Quando eu ganho e o Grêmio ganha, a alegria é a mesma. Lógico que também tem o nervosismo e a ansiedade. O Grêmio, quando entra em campo, e eu, quando entro no octógono, podemos ganhar ou perder, e isso é que torna bacana os esportes. Coloco-me no lugar dos jogadores quando marcam um gol também, pois é praticamente a mesma euforia que sinto quando finalizo ou nocauteio alguém em uma luta.
1903: Qual a maior emoção que já viveu no Grêmio? . W: Quando anunciaram meu nome no Olímpico, no dia 10 de junho de 2012, antes do jogo que fizemos contra o Corinthians, nunca vou esquecer. Eu entrei no campo para ser homenageado pela torcida, dei a volta olímpica e fui até a Geral comemorar. Foi uma emoção muito grande e indescritível. A galera me dando força e gritando o meu nome. Não tem como esquecer. Só cresceu mais a minha paixão.
vitórias
Revista 1903: Quem te influenciou a ser gremista e te levava aos jogos? . Werdum: A influência de ser gremista foi do meu pai e de toda minha família, na verdade. Meu irmão e minha mãe também são gremistas, e íamos desde pequenos ao Olímpico assistir aos jogos do Grêmio com meu pai. Era um programa de família que gostava muito de fazer e sinto falta até hoje.
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Sabe aquela coisa tradicional de escolher o time? Pois é, eu ficava sempre por último (risos). Mas, como toda criança, sonhava ser jogador de futebol, porém nunca tive talento pra isso e daí, aos poucos, fui descobrindo as artes marciais e vi que era melhor na luta do que na bola. 1903: Qual o jogador com quem você mais se identifica no Grêmio? W: Identificava-me com o Jardel quando era mais novo, porque ele era alto e fazia muito gol de cabeça. E quando eu conseguia fazer um gol no futebol, era sempre de cabeça, porque era mais alto que a maioria do pessoal. 1903: O que mais sente falta aqui do Brasil? W: Acho que tem várias coisas, mas em questão de comida é de um churrasco no espeto, uma costela, que só no Sul tem essa qualidade de carne, de corte. Tento fazer em casa, mas não é a mesma coisa. Perdi o costume de tomar chimarrão também, que eu sempre ia tomar no Parcão. E lógico, sinto falta dos meus amigos.
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Foto: Lucas Uebel
Meu sonho é ganhar o cinturão, levar para a Arena e mostrar para os gaúchos e gremistas
”
Foto: Divulgação / Werdum
“Eu entrei no campo, dei a volta olímpica e fui até a Geral. Foi uma emoção muito grande, indescritível.”
No Foco
O GREMISTAÇO RICHARD DUCKER, CONHECIDO POR ESTAR COM O GRÊMIO ONDE O GRÊMIO ESTIVER, MOSTRA ATRAVÉS DE CLIQUES MOMENTOS IMPORTANTES DO TRICOLOR.
20 de outubro Torcida mostra a que veio, no alambrado do estádio Centenário, no Gre-Nal 398
Para conhecer os trabalhos de Ducker, acesse: www.ducker.com.br
23 de outubro Souza corre para a torcida na vitória sobre o Corinthians
06 de novembro Público lota a Arena no jogo contra o Atlético-PR
17 DE NOVEMBRO Maxi Rodríguez nos braços da torcida, após gol contra o Flamengo
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Consulado
Passaportes Tricolores O que o município de Zhuhai, localizado no sul da China, a capital peruana Lima e a cidade de Abidjan, na Costa do Marfim, podem ter em comum? Em todos esses locais, de culturas e povos tão diversos, existe um consulado do Grêmio, levado por algum torcedor que carrega as cores do Tricolor em seu passaporte e também como traço marcante de sua identidade. Esses passaportes tricolores estão espalhados por 37 países de África, Ásia, Europa, América e Oceania. Somente neste ano, foram inaugurados consulados no México e no Japão, por exemplo, fazendo o Clube atingir o número total de 104 unidades. No país em que o Grêmio conquistou o mais importante título de seus 110 anos de história e se tornou conhecido mundialmente, um grupo de torcedores se reuniu para lembrar as tradições do Tricolor. Sob a liderança de Rubens Maruyama, a representa-
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ção foi aberta em Osaka, oficializando mais um consulado no país oriental, que conta com outro cônsul no município de Hyogo-Kenn. Na Europa estão localizados alguns dos mais antigos consulados do Grêmio instalados no exterior. Na cidade do Porto, em Portugal, por exemplo, o cônsul Eduardo Zilles Borba promove encontros para reunir os gremistas que vivem no País ou que estão a passeio pela região para acompanhar os jogos do Tricolor.
A América é o continente que abriga o maior número de consulados gremistas instalados fora do país, com destaque para os Estados Unidos, onde existem 30 unidades. No total, a região apresenta 56 representações. Na sequência aparecem Europa (33), Ásia (8), África (4) e Oceania (3).
Dicas de quem sabe
Cabeça nela! Famoso por seus gols de cabeça, Jardel dá dicas de como cabecear de forma certeira
Foto: Vinicius Montenegro
Como falar de gol de cabeça sem lembrar de Jardel? Praticamente impossível, ainda mais quando o assunto é Grêmio. Jardel até hoje é lembrado pela torcida tricolor, pelos seus gols importantes de cabeça. Por isso, nada melhor que o nosso ídolo mostrar como dar uma cabeçada eficiente. Confira e pratique!
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Foto: Vanessa Viegas
6 DICAS IMPORTANTES PARA MARCAR UM GOL DE CABEÇA: 1. Treine bastante com os laterais para combinar as jogadas. A partir disso, você se capacita cada vez mais e chega no momento do jogo já sabendo o que fazer.
4. Pule mais alto que o marcador. No instante em que a bola está na área, você tem que subir mais alto que o zagueiro. Por isso, ter uma boa impulsão é fundamental.
2. Saiba se posicionar na área. Você tem que se movimentar para enganar o zagueiro. Finja que vai para um lado e vá para o outro. Use o corpo para deslocar o marcador da jogada.
5. Incline bem o seu corpo para trás. O segredo de uma boa cabeçada está na força e na velocidade que coloca na bola. Quanto mais para trás você conseguir ir com o corpo, mais forte será o cabeceio.
3. Observe a posição do goleiro. Veja qual lado do gol está mais aberto e decida se vai cabecear no contrapé, no chão ou colocar em um canto.
6. Cabeceie sempre de olhos abertos. Só assim você coloca a bola no canto certo. Isso é muito importante!
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Marketing
Criançada bem afinada! Personagens cantam a história do Grêmio em DVD para público infantil
O DVD Greminis – A Turma da Arena Azul é o mais novo lançamento realizado pelo Tricolor para seu público infantil no ano de 2013. As vídeo-músicas são apresentadas por oito personagens, criados e personalizados pela equipe da empresa Infinity, especializada na geração de produtos para o segmento infanto-juvenil. As histórias e os personagens são ambientados no Olímpico e na Arena do Grêmio. A proposta é explicar aos jovens torcedores – de zero a seis anos, utilizando recursos lúdicos, o processo de transição do antigo estádio para a nova casa gremista, localizada no bairro Humaitá. Segundo o executivo de marketing do Clube, Beto Carvalho, o DVD reforça a posição do Grêmio no mercado in-
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fantil, segmento que recebe atenção especial da gestão de marcas e produtos do Tricolor. “O lançamento, além de ampliar o número de itens de licenciamento da marca do Clube, ocupa um importante espaço na categoria do entretenimento infantil. Aproveitando o período de Natal, a expectativa é de superar a marca de 100 mil unidades vendidas até janeiro”, projeta. Parte do valor arrecadado com a comercialização do DVD será revertido ao Instituto Geração Tricolor (IGT) e ao Desejo Azul, entidades de responsabilidade social ligadas ao Grêmio. O produto custa R$ 29,90 e pode ser encontrado nas redes de lojas GrêmioMania, Colombo, Multisom e principais bancas de revistas do Rio Grande do Sul.
Espaço Mosqueteiro
Espaço
Mosqueteiro E aí gurizada! Este espaço é dedicado a vocês, gremistas apaixonados, que conhecem bem a história do Tricolor. Em homenagem aos 30 anos de conquista do nosso maior título até o momento, todas as brincadeiras serão com essa temática. Divirtam-se e aproveitem. O desafio é acertar todas as respostas sem colar! Mosqueteiro
Aqui é o momento de relembrar os principais fatos da nossa conquista do mundo. Caso não lembre de algumas coisas, as respostas também podem ser encontradas na matéria de capa desta edição. Bote a cabeça para funcionar!
Cruzadinha
1) O que o Grêmio tornou-se depois da conquista do título? 2) Sobrenome do autor dos 2 gols do Tricolor na última partida. 3) Qual foi o dia da nossa principal conquista? 4) Você se lembra o mês do título mundial de 1983? 5) O nome do estádio da final. 6) Qual era o nome do presidente do Grêmio na época? 7) Em qual cidade o Grêmio levantou o troféu pela primeira vez? 8) O nome do país que o Tricolor jogou a final. 9 e 10) O segundo gol do Grêmio foi aos ____ minutos (9) da _____________ (10 - de trás pra frente). 11) Quem escalou o time? 12) Depois do título o Grêmio levantou o ________ e levou para Porto Alegre. Respostas da 1 até a 12: Campeão Mundial, Portaluppi, Onze, Dezembro, Nacional, Fábio Koff, Toquio, Japão, Três, Prorrogação, Espinosa, Trofeu.
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Caça-palavras N
Está na hora de provar que você sabe a escalação do Grêmio Campeão do Mundo. Encontre ao lado os nomes dos 11 jogadores titulares e do técnico gremista no jogo contra o Hamburgo. Boa sor te!
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Resposta: Mazaropi, Paulo Roberto, Baidek, De Leon, PC Magalhaes, China, Osvaldo, PC Lima, Renato, Tarciso, Mário Sergio, Espinosa.
7 Erros
Resposta: Boca do China, calção do Tarciso, taça, estrela, rosto do Renato, símbolo e manga do Mazaropi.
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Aqui vivi loucuras
UM descontrole inacreditável
Quem nunca viveu uma história inesquecível no Olímpico? Pois é, todo mundo tem a sua. A cada edição, uma história nova será contada e uma emoção revivida. Boa leitura!
“Sábado, 26 de novembro de 2005. Um dia ensolarado em Porto Alegre, porém um nervosismo intenso pairava no ar. Não tive a oportunidade de ir até Recife para acompanhar o jogo contra o Náutico, então fui ver a partida com os amigos da Geral no bar do Faísca, que fica ao lado do Olímpico. No início do jogo, tudo era festa e alegria. Os bumbos soavam alto; os cânticos, mesmo a quilômetros de distância, pareciam surtir efeito e empurrar o time em campo. Até o famoso pênalti marcado pelo sr. Djalma Beltrami. A partir daquele momento, um silêncio estarrecedor tomou conta de todos os presentes. Momento de tensão! Muitos já choravam imaginando mais um ano no inferno da Série B; outros esmurravam as paredes, as mesas, e até mesmo os amigos. Porém, Gallatto! Sem palavras. No momento em que aquela bola bateu, desajeitada, nas pernas de nosso arqueiro, instaurou-se o caos festivo. Cadeiras, mesas, bumbos, cerveja e, até mesmo, muletas: tudo ia para os ares enquanto aquela massa de fanáticos tomava o Largo Fernando Kroeff e arredores, comemorando feito loucos o milagre que havia (achavam, até aquele momento) acontecido. Nem ligavam mais para o jogo naquela hora, pois a defesa do pênalti foi um momento de alívio muito grande. E não é que, precisamente 71 segundos depois, sairia de dentro do bar o único cara que lá restou, sim, ficou apenas uma pessoa sentada no bar para ver o jogo depois do pênalti e, de repente, ele sai berrando GOL, GOL, GOL! E dai pronto. Era tudo que precisávamos para a festa tricolor. Inacreditável foi a loucura que virou o pátio do Monumental. Nunca tinha presenciado algo igual. Foi inesquecível!” Rafael Krás Borges Verardi Sócio do Grêmio
Quer a sua história aqui na Revista 1903? Então mande um e-mail para: promocao@gremio.net
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Olímpico Eterno
de frente com
o bugre
“Minha maior satisfação foi ter dado alegria ao torcedor”, resumiu o maior artilheiro de todos os tempos do Grêmio. Ninguém marcou mais gols com a camisa do Grêmio do que Alcindo Martha de Freitas. Em 375 jogos do “Bugre” com a camisa Tricolor em 11 temporadas, a bola balançou a rede dos adversários em 229 oportunidades, sem contar o período atuando pelos aspirantes, antiga denominação para os juniores. Foi goleador de forma ininterrupta de 1964 a 1969, pentacampeão gaúcho de 64 a 68 e campeão em 1977. Nascido na cidade de Sapucaia do Sul há 68 anos, Alcindo encontrou na família a base e o apoio necessários para seguir a carreira de jogador de futebol. A presença dos irmãos, atuando pelo maior rival, fez Alcindo parar nos Eucaliptos, mas o destino prega suas peças. Após brigar com o presidente colorado, chegou ao Olímpico pelas mãos do patrono Fernando Kroeff. E foi exatamente contra o clube de seus irmãos que Alcindo se consagrou como um dos maiores artilheiros do clássico Gre-Nal das últimas décadas. Essa marca fez dele um dos ídolos da torcida tricolor e lhe deu a oportunidade de disputar a Copa do Mundo de 1966, sendo o primeiro atleta gaúcho a disputar um Mundial saindo diretamente de um clube do Sul para vestir a camisa da Seleção.
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A força, a habilidade e o faro de gol chamaram a atenção de Pelé, camisa 10 do Santos. Com a intervenção do Rei, Alcindo acabou contratado pelo time da Vila Belmiro, deixando sua marca no centro do país de 1972 a 1973. Depois de uma vitoriosa passagem pelo futebol mexicano, o “Bugre” retornou para encerrar a carreira no Tricolor. Atualmente, vivendo em um sítio na região rural de Porto Alegre e lutando contra o diabetes, Alcindo segue acompanhando as coisas do Grêmio. Participa de viagens ao interior do Estado pelo Departamento Consular do Clube, recebendo o carinho e o reconhecimento do torcedor como um dos maiores ídolos da história do Clube. Foi em sua residência que Alcindo recebeu a equipe da Revista 1903 para relembrar um pouco de sua carreira. O INÍCIO DE CARREIRA “Na vida, as coisas acontecem como tem que acontecer. Eu sonhava ser um jogador de futebol, mas não ter o sucesso que tive. O futebol fazia parte da família. Meu pai também jogava, mas não era craque. Meus ídolos eram os meus irmãos, Quim e Alfeu, e eu tentava imitar as coisas que eles faziam.
Meu pai me apoiava e meus irmãos me ajudaram, deram muita força e me orientaram. Somado a isso tem também o dom de jogar futebol que a gente tinha. Temos que ter muita sorte, como eu tive. Iniciei no Aimoré de São Leopoldo por volta de 1955. Era meu clube de infância. Morava em Sapucaia do Sul e ia até São Leopoldo para treinar e jogar. Fui parar no Lansul, um time de Esteio que já não existe mais, e depois fui pra base do Internacional.” O GOLPE DE SORTE “Jogava pelo juvenil do Inter, e um dos meus últimos jogos foi um Gre-Nal no Olímpico em que fiz quatro ou cinco gols no Grêmio. Dei sorte, pois o dr. Fernando Kroeff, patrono do Grêmio, estava vendo o jogo. Nem sabia quem ele era. Na sequência, tive problema com o presidente do Inter e resolvi largar o clube. Três meses depois, o dr. Fernando Kroeff mandou alguém me buscar em Sapucaia. Fiz a escolha certa. Foi onde tudo começou.” O COMEÇO NO GRÊMIO “Cheguei para atuar pelo juvenil e depois nos aspirantes. O Grêmio tinha o Juarez Teixeira, o Marino e o Lumumba, todos centroavantes. Eu pensava: “Nunca vou jogar”. Quando o Juarez largou o futebol, eu poderia entrar no time, mas o Grêmio achou que não estava na hora e me emprestou para o Rio Grande. Em 1963 joguei em Rio Grande, fiz um grande campeonato. No ano seguinte, com mais cancha, mais experiência, voltei. Marino e o Lumumba passaram para a ponta direita e eu fiquei de centroavante.”
Fotos: Lucas Uebel
A DÉCADA DE 1960 “Foi uma época vencedora. Tu entrares num time com jogadores vencedores é outra coisa. O João Severiano foi um dos melhores jogadores que vi. Era um fenômeno. Foi o atleta que mais tempo jogou ao meu lado, de 1964 a 1969. Além de termos uma amizade fora de campo, tínhamos uma ótima parceria dentro dele. O Gessi era um ótimo jogador. O Milton Martins Kuelle era outro excelente. Tem o Airton, o Ortunho, o Alberto, enfim. Se eu tiver que citar, direi o time todo. O time sabia que precisava de mim e eu sabia que precisava dele.” Revista 1903
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GOLEADOR EM GRE-NAIS “Eu fiz 13 gols em Gre-Nal. Era um jogo que tinha um gosto muito especial. Quanto tu tens confiança e a convicção das coisas, os fluidos bons te acompanham. Eu dava muita sorte. Quando chegava o clássico, todos já sabiam que eu ia fazer gol. Era um pensamento positivo que motivava e dava confiança. Eu incorporava esse sentimento. Não adianta um centroavante jogar Gre-Nal se não fizer gol. Pode ser o melhor em campo, se não fizer gol não adianta. Eu mesmo sabia que o time tinha jogadores melhores, mas quem decidia era eu. No outro dia saía na manchete dos jornais: “Alcindo faz gol da vitória”. Eu sabia das minhas limitações e sabia que tinha que resolver isso fazendo gols. Isso me dava forças.” MAIOR GOLEADOR DA HISTÓRIA DO GRÊMIO “Comecei a fazer uma pesquisa no Grêmio, no Santos, consegui alguma parte dos gols que fiz no México. Sei que, no final, foram 636 gols marcados como profissional. Ser o jogador que mais fez gol pelo Grêmio é um orgulho, uma honra e muito gratificante, mas não é uma coisa da qual eu fique me gabando. Não fiz essa quantidade de gols porque era o melhor jogador. Tenho que agradecer o apoio dos
“FUI O PRIMEIRO JOGADOR DE UM TIME GAÚCHO A SER CONVOCADO PARA UMA COPA DO MUNDO”
meus companheiros. Sem eles, eu não teria chegado a essa marca.” PARTICIPAÇÃO NA COPA DE 1966 “Pra mim foi ótimo participar. Claro que não pelo resultado, mas pela satisfação e pela experiência. Fui o primeiro jogador de um time gaúcho a ser convocado para uma Copa do Mundo. Saí do Grêmio direto para a Seleção. Não era pra eu ter ido. No último jogo treino, antes da convocação final, em Niterói, torci o tornozelo. Houve uma fissura. Voltei para Porto Alegre engessado. A seleção continuou treinando, e meu nome apareceu na convocação final. A CBD menosprezou
a competição, achou que seria fácil ganhar. Nós chegamos despreparados, ao contrário das outras seleções. Eu estava machucado. Pelé, Garrincha, Zito, Djalma Santos também. Não é uma desculpa pela derrota, é apenas um fato. Na manhã do primeiro jogo, contra a Bulgária, a comissão técnica disse que eu ia jogar. Falei: “Não tem problema”, mas não dava. No último jogo, em Wembley, contra a Hungria, o gramado estava muito molhado. Em um lance de muito esforço, torci o tornozelo novamente. Em vez de fissura, passei a ter fratura. Mas tudo isso serviu de lição para que nós ganhássemos o Tri em 1970.”
Fotos: Hélio Devinar/Acervo Grêmio FBPA
FICHA TÉCNICA
- Foi goleador do Grêmio nos Títulos Conquistados Período no Grêmio: anos de 1964, 1965, 1966, 1967, Campeonato Gaúcho: Categorias de Base: 1968, 1969. 1964, 1965, 1966, 1967, 1968 e 1977 1962 - Gols no período em que esteve Copa Rio da Prata: Profissional: no Grêmio: 229. 1968 1963 - 1971; 1977 e 1978 - Foi atleta laureado em 1965. Troféu Domingos Garcia Filho/GO: - É atleta da Calçada da Fama. 1970 Outros Clubes: Homenageado em 21.9.1996. Taça Petrobrás/DF: Rio Grande/RS - Na Seleção Brasileira: 1970 Santos/SP Em 1966: Copa do Mundo na Copa Porto Alegre/POA: Jalisco/MEX Inglaterra. Em 1967: Campeão 1971 América/MEX da Taça Rio Branco em MonteTaça do Atlântico/POA: Santa Cruz/RS vidéu, Uruguai 1971 Francana/SP
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O PEDIDO DO REI E A IDA PARA SANTOS “Foi uma oportunidade excelente pra mim. Eu tinha me lesionado no joelho e, apesar de o Grêmio ter um ótimo Departamento Médico, eles não tinham como me curar. Então o Clube me mandou ao Rio de Janeiro para me tratar no Exército, que ficava na Urca, onde tinha uma equipe médica especializada. Permaneci 3 meses em tratamento junto com Carlos Alberto Torres, que estava no Santos. De volta a São Paulo, ele falou de mim pro Pelé: “Tem o Alcindo lá no Grêmio. Os jornais do Sul dizem que ele está bichado, mas ele tá bem”. Então o próprio Pelé pegou o telefone e ligou para o presidente do Clube, Oly Fachin. Ele mesmo comandou a negociação. Chegando na Vila Belmiro, fui agradecer ao Pelé e ele disse: “Tu foste o único jogador que pedi. Eu nunca me meti nesse tipo de assunto, mas contigo foi diferente”. Se o crioulo pediu minha contratação, acho que tenho um pouco de valor, né? (risos).”
COMO ERA JOGAR AO LADO DE PELÉ? “Era humilde demais. Nunca se achava mais que os outros. Comia o que a gente comia; vestia o que agente vestia; fazia o que a gente fazia. Nunca reclamou de nada. Era um dos primeiros a entrar em campo pra treinar e um dos últimos a sair. Por isso a gente se deu bem. Eu também gostava de treinar. Ele se cuidava muito. Sabia que dependia do seu corpo.” PASSAGEM PELO FUTEBOL MEXICANO “Minha passagem pelo futebol mexicano foi ótima. Fui goleador no Jalisco, fui goleador no América. Eu só voltei porque houve a desvalorização da moeda, pois a torcida não queria a minha saída. Eu recebia em peso, e a moeda desvalorizou 50%. Então fui ao diretor e disse que te-
ria que ir embora, pois estava recebendo praticamente metade do meu salário. Como nós tínhamos cinco estrangeiros, se ele tivesse que mudar as coisas pra mim, teria que mudar para os outros também. Esse foi o motivo para eu ter ido embora depois de ter ficado cinco anos no México.”
Nome: Alcindo Martha de Freitas Apelido: Bugre Natural de: Sapucaia de Sul/RS Nascimento: 31.03.1945 Posição: Centroavante Camisa: Número 9
O RETORNO PARA O GRÊMIO EM 1977 “Quem me trouxe de volta foi o dr. Hélio Dourado. Eu já tinha decidido largar o futebol e abrir um negócio próprio. Um dia, fui visitar o Olímpico e encontrei o Vieira e o Lumumba, que trabalhavam no juvenil. Eles me convenceram a voltar a treinar com os jovens. Participava apenas dos coletivos com o juvenil e comecei a fazer gols contra o time de cima. Meu desempenho começou a chamar a atenção da imprensa. Certa vez, cheguei pra treinar e o estádio estava cheio. Disseram que era por minha causa. Na saída, o dr. Hélio Dourado me chamou e perguntou: “Alcindo, tu queres jogar?”. Respondi: “Mais um ano eu jogo”. E dei sorte, porque fazia oito anos que o Grêmio não era campeão, e nós ganhamos naquele ano, com o Telê Santana. Joguei todo o primeiro turno, mas no segundo turno veio o André Catimba e eu saí.” O FINAL DE CARREIRA “Fiz um jogo despedida pelo Grêmio em 1978. Estava encerrando minha carreira, até que o técnico Daltro Menezes me convidou para jogar pelo Santa Cruz, de Santa Cruz do Sul. Eu estava bem preparado e fiz um monte de gols. Nesse meio tempo, o Daltro recebeu um convite da Francana, de São Paulo, e me chamou. No começo eu não tinha interesse, mas ele me convenceu. Joguei um ano e meio, até que me arrebentou o tendão de Aquiles. Daí larguei de vez. Foi meu último clube como profissional.” A MAIOR ALEGRIA NO FUTEBOL “Minha maior satisfação no futebol foi ter dado alegria ao torcedor. Durante meus 11 anos no Grêmio, dei muita alegria pra essa torcida que merece. Uma verdadeira legião azul. Muitas vezes ando pelo interior, e os torcedores falam: “Como eu torcia pra ti. Como eu vibrava com teus gols”. Isso não tem preço.” Revista 1903
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Loucos pelo Grêmio
Gremista que é gremista tem orgulho de registrar sua paixão pelo Tricolor. Se você tem fotos de viagens com a camisa do Grêmio, tatuagens alusivas ao Clube, coleções, entre outras particularidades, mande para a gente e marque presença na Revista 1903.
Para participar da próxima edição, envie sua foto através do e-mail: loucospelogremio@revista1903.com.br
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Opinião
Homenagem do Conselho Deliberativo à
épica conquista de 83
Milton Camargo / Presidente do Conselho Deliberativo Trinta anos são passados. A terra definitivamente azul, sem contestações. Desbravamos caminhos, conquistamos título inédito para este rincão. Em 1995 quase repetimos o feito. A arbitragem infeliz e o azar na cobrança dos pênaltis nos impediram de chegar ao Bi Mundial. Mas o grandioso tricolor não se acomoda jamais. Cada ano retoma projetos, supera dificuldades e ingressa nas disputas querendo chegar lá. Uma obsessão. Torcida e dirigentes querem cravar na Arena outra reluzente placa que identifique mais uma grande conquista. Um clube como o Grêmio tem consciência de que esse objetivo deve ser perseguido sempre. O Conselho Deliberativo do Grêmio associa-se às homenagens que estão sendo prestadas a essa inigualável conquista. Esse Conselho, cuja importância foi maximizada na gestão do presidente Raul Regis de Freitas Lima, é parceiro e estará sempre ao lado das administrações do clube para assessorá-las, dar-lhes respaldo e ao mesmo tempo fiscalizar suas ações. Mas, principalmente, o Conselho quer alavancar o clube rumo à estabilidade econômico-financeira e, dentro das quatro linhas, concorrer para seu fortalecimento na busca de novos títulos.
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Com o passar dos anos, o Conselho foi mudando de perfil. Hoje, reproduz todos os estratos sociais gremistas, com conselheiros de todo o Estado, oriundos das mais diversas categorias de associados. Tornou-se menos elitizado, tendo como requisito para nele ingressar apenas ser apaixonado e interessado em ajudar no crescimento do nosso Tricolor. Como representantes dos associados, estamos comprometidos em cumprir nossas obrigações estatutárias, ou seja, revisar e modernizar nossos estatutos, especialmente diante das mudanças da legislação em relação aos clubes de futebol. Enfim, gremistas, o Conselho Deliberativo é uma fração da nossa torcida. Somos torcedores que vibram, sofrem, opinam, criticam, mas, acima de tudo, amam esse clube e querem ser mais uma ferramenta auxiliar nessa busca de nossos objetivos, como aquele que nos levou a Tóquio em 1983 e nos consagrou campeões do mundo. Neste novo tempo, com a união do trinômio a) poderes constituídos (Conselho de Administração/Conselho Deliberativo), b) time forte, guerreiro com a cara do Grêmio e c) nossa torcida inigualável, a mais fanática deste País, por certo chegaremos lá. O mundo que nos aguarde!
Sócio tricolor, Sabia que você tem deScontoS todoS oS diaS em maiS de 600 produtoS no Rissul? ApRoveite!