ENTREVISTA ALIEL MACHADO

PRESTES A COMPLETAR O PRIMEIRO ANO DO NOVO MANDATO, o Deputado Federal ponta grossense Aliel Machado (PSB), único em exercício eleito pela cidade, faz um balanço do ano na Câmara Federal com exclusividade para a FIX®. Membro titular da Comissão de Educação desde 2015, suplente da CCJ, da Comissão de Viação e Transportes, de Orçamento e Finanças e da Comissão de Esportes, Aliel é ainda vice-líder da oposição e tem se destacado nacionalmente pela forte atuação. Foi escolhido recentemente pelos jornalistas que cobrem o Congresso Nacional como o melhor deputado federal do Paraná no Prêmio Congresso em Foco, o mais respeitado da categoria. Neste bate-papo, Aliel fala sobre os posicionamentos políticos e sobre os recursos destinados para Ponta Grossa.

Apesar de muito jovem, o Sr. já está no segundo mandato. Qual o balanço que o sr. faz hoje do trabalho em Bra sília? O Deputado Aliel hoje é mais experiente que o que iniciou o mandato em 2015?

ALIEL MACHADO: Sem dúvida. O tempo na Câmara fez com que eu conhecesse melhor os caminhos, ampliasse a minha atuação política. Tanto que temos ocupado espaços importantes nas comissões (Educação, CCJ, Esportes, Orçamento e Finanças), também já conseguimos aprovação de projetos, como o primeiro que foi aprovado na Câmara este ano e que proibia o Governo de ampliar atos secretos na administração pública, outro projeto que aprovamos recentemente que determina a retirada de arma de fogo de agressores de mulheres, também da nossa atuação na Reforma da Previdência, onde conseguimos articular e impor uma emenda que mantém em 15 anos o tempo mínimo de contribuição para os homens. Se aumentasse para 20 anos, isso implicaria pelo menos mais 12 anos de trabalho, de acordo com a média no Brasil.

Com relação a recursos, os deputados tem direito anualmente a uma parte do orçamento da União para destinar aos municípios ou entidades. O Sr. é o Deputado Federal que mais conquistou recursos para Ponta Grossa nos últimos anos. Quais são esses investimentos?

É importante destacar que, mesmo tendo sido adversário do atual prefeito na última eleição e discordando em vários pontos da administração, nunca deixei de ajudar a cidade. Tanto que o primeiro prefeito que visitei na minha eleição em 2015 foi o de Ponta Grossa. As divergências acabam na eleição. Temos que pensar na cidade. Por isso já indicamos mais de R$ 16 milhões em emendas (individual e de bancada) para diversas áreas. Sem contar ainda as indicações para o próximo ano. Destaco a emenda de R$ 4 milhões para a nossa Maternidade Pública dos Campos Gerais, que está em construção e é a maior emenda já destinada por um parlamentar ao município. Além disso, temos R$ 1,5 milhão em equipamentos para o Pronto Socorro Municipal, UEPG, Bom Jesus, para a área de segurança e compra de viaturas para a Polícia Militar e Guarda Municipal, ambulâncias para o Samu e veículos para a Saúde, aquisição de materiais para escolas municipais, reforma da Unidade de Saúde do 13 BIB, mais de R$ 1 milhão para pavimentação, reforma e compra de materiais para Unidades de Saúde, troca do piso do Ginásio Oscar Pereira, construção da pista de skate no Lago de Olarias, entrega de uma Motoniveladora para a prefeitura cuidar das ruas, além de recursos para instituições importantes como a APAE, Aproaut, Assarte e Esquadrão da Vida.

O Sr. é conhecido, desde os tempos de Presidente da Câmara Municipal, como um parlamentar de posicionamento firme, que atua com coragem, mas muitas vezes contrariando os anseios dos eleitores. O Sr. não teme perder apoio? Como por exemplo na assinatura da CPI que pretende analisar o trabalho da Operação Lava Jato.

Entrei na vida pública prioritariamente pra lutar contra as injustiças e as desigualdades sociais e também por mais transparência. Tanto que um levantamento da FGV, feito em 2016, apontou que estávamos entre os parlamentares que mais apresentaram projetos de combate à corrupção. E um mandato exige dos homens públicos coerência, responsabilidade e coragem. Quando se trata de investigação, é um absurdo aqueles que pensam em votos, aqueles que contribuem para a polarização que prejudica o país. Investigação tem que ocorrer de acordo com a lei. Por isso que eu defendo todas as investigações. Por isso que eu assinei a CPI do BNDES, pra investigar os governos anteriores. É por isso que defendi e defendo a operação Lava Jato. Mesmo que algumas correntes políticas não concordem. Mas se há indício de irregularidade, é preciso que se apure, sem ir para o campo político. É preciso ter responsabilidade. E todas as vezes que eu tomo a decisão de um voto, eu não tomo de maneira demagoga, para enganar as pessoas. Eu faço aquilo que eu acho que é correto e certo, sem entrar no debate que tanto tem prejudicado o nosso país.

Entrei na vida pública prioritariamente pra lutar contra as injustiças e as desigualdades sociais e também por mais transparência.