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Neide

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Carlos neidecarlos@portalacontece.com.br

10 ANOS

A revista ACONTECE chega a sua marca de 10 anos. Ao longo deste processo, foram muitas as conquistas realizadas. Foi num piscar de olhos que chegamos até aqui. Rápido, né? Estamos aqui completando 10 anos de existência e resistência. A cada edição, uma semente plantada. Com passos lentos, mas firmes, percorremos todo o estado do Rio Grande do Norte com histórias de vida dos potiguares, sim. E essa é a nossa missão que trazemos na essência, o propósito de contar histórias de sucesso de pessoas empreendedoras e que fazem acontecer. Temos a honra de convidar você para, juntos, comemorarmos os 10 anos da revista ACONTECE em uma edição especial e comemorativa a um marco tão importante para todos nós. Vamos preparar tudo com muito carinho, profissionalismo e dedicação. Aqui, deixo o meu agradecimento àquelas pessoas que passaram e contribuíram para chegarmos até aqui.

Muito obrigada! A revista terá lançamento no restaurante de Donna Fátima. Será um café da manhã, no qual vamos celebrar os 10 anos da revista ACONTECE e 23 anos do Sertão Jucurutu. Juntos, vamos receber amigos, clientes, parceiros e a impressa de Mossoró.

JANAINA

Janaína Rodrigues, do salão Espelho Meu, vem com novas instalações do seu salão top das galáxias, projeto executado pelo grande arquiteto Roger. Além das novas instalações, ela também é distribuidora de uma marca exclusiva (Kence) de produto de cabelo que vem se destacando no mercado.

THE BEST

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ACJUS

Parabéns à Academia de Ciências Jurídicas e Sociais de Mossoró (ACJUS). No registro da nossa história de 6 anos de fundação e de absoluto sucesso, agradecemos a Deus, Jesus e Nossa Senhora pelas conquistas alcançadas. Agradecemos, também, a inegável contribuição dessas mulheres intelectuais e guerreiras, bem como desses intelectuais e guerreiros homens da luz. Parabéns ao nosso querido dr. Wellington Barreto, por fazer um trabalho de tanta relevância em memória dos nossos intelectuais e da cultura do RN.

JARDIM DAS PALMEIRAS

Mossoró passa a contar com o memorial Jardim das Palmeiras. O memorial procura fugir do conceito de cemitério, trazendo uma série de características que não vimos por aqui. São 50 mil metros quadrados de área verde, com amplo estacionamento, duas praças, acessibilidade, salas para velórios e hall climatizado. O cemitério teve lançamento neste dia 02/11/2020, com a assinatura da Casa de Ideias, de Desaboya.

Revista Acontece, 10 anos: conteúdo diversificado com foco no empreendedorismo Com publicação sediada em Mossoró, a revista ACONTECE completa 10 anos, desenvolvendo ampla periodicidade, com circulação em todos os municípios do Rio Grande do Norte.

Uma década de informação com conteúdo eclético e de qualidade destinado a todos os setores da sociedade norte-rio-grandense. No entanto, a revista ACONTECE tem buscado apresentar, de forma incessante, o empreendedorismo em solo potiguar, nos mais diversos setores. Por aqui, já ilustraram nossas capas: políticos (governadores, prefeitos e vereadores), juízes, desembargadores, empresários, artistas, socialite e muitas outras personalidades que em suas áreas específicas mostram sua capacidade empreendedora para promover o desenvolvimento do Rio Grande do Norte e também encontram espaço para contar suas histórias de vida, como a do empresário Genivan Josué Batista, proprietário da Construtora. Ele foi o primeiro entrevistado e capa da edição 1 da revista ACONTECE.

Com publicação sediada em Mossoró, a revista ACONTECE completa 10 anos, desenvolvendo ampla periodicidade, com circulação em todos os municípios do Rio Grande do Norte. Lançada em 30 de outubro de 2010, a ACONTECE deriva de projeto de seus diretores, Marcelo Bento e Neide Carlos.

“A revista ACONTECE vivencia uma nova fase, com a ampliação da periodicidade. O balanço que faço dessa fase é muito positivo, no sentido de que auferimos mais visibilidade, alcance, e hoje vejo que as pessoas têm mais conhecimento da publicação. A revista, que iniciou sendo publicada anualmente, teve de se tornar mais presente no cotidiano das pessoas com suas edições mensais. Noto que a difusão da revista está mais acentuada e contempla diversos segmentos, mas sempre com o foco do empreendedorismo, que tem sido o nosso diferencial. No entanto, sempre estamos abordando temas importantes e atuais, como a série que promovemos sobre a pandemia da covid-19 e reportagens que tratam de comportamento, ciência e tecnologia, cultura e arte, entre outros. Hoje, se você perguntar pela revista, recebe resposta positiva sobre se já viu a publicação. Portanto, hoje noto que a difusão da revista está mais acentuada”, salienta Neide Carlos. Parceiro de Neide Carlos na direção da revista ACONTECE, Marcelo Bento também faz um balanço positivo sobre a atual fase da publicação. “Faço um balanço muito positivo, até porque a revista tem alcançado novo público, novos leitores com a periodicidade mensal. Estamos colhendo os primeiros frutos desse trabalho, no entanto, ainda há muito trabalho pela frente. Mas, a avaliação que faço é amplamente positiva”, declara.

Marcelo Bento também pontua sobre o que os leitores podem esperar da ACONTECE. “Os leitores podem sempre esperar conteúdos diferenciados, com qualidade. Produzimos a revista ACONTECE com dedicação para entregar um produto à altura dos nossos leitores”, complementa.

DEZ ANOS DE ACONTECE

Em face dos desafios, Neide Carlos entende que os dez anos são, de fato, uma marca para ser celebrada. “Acredito que os dez anos sejam, de fato, uma marca para comemorar, porque, realmente, é muito grande o desafio de publicar uma revista, uma revista que fazemos com carinho e suporte de excelentes profissionais. Acredito que chegar aos dez anos represente sucesso, mas avalio que é uma nova fase. É como se estivéssemos começando tudo de novo, porque nessa caminhada erramos, acertamos, contudo acredito que mais acertamos, visto que a revista permanece em circulação”, frisa.

Para Marcelo Bento, os dez anos da revista significam superação. “Acho que superação é uma palavra que define muito bem a trajetória da revista ACONTECE. Temos trabalhado para colocar a revista no mercado e, com muita dedicação, propiciar conteúdos de qualidade, oportunizando sempre o melhor para que as pessoas leiam, sempre leiam, até porque nosso intuito também é formar novos leitores”, ressalta.

PROJETOS

No tocante ao futuro, Neide Carlos afirma que aspira ao fortalecimento da ACONTECE. “Penso em uma revista ACONTECE com uma tiragem mais ampla, uma melhor distribuição e pessoas satisfeitas com o nosso trabalho e seu retorno. É um caminho longo, árduo, mas, quando se tem amor pelo que faz, nos tornamos incansáveis. Sei que é muito difícil empreender, principalmente em nosso país, que possui carga tributária elevada. Temos vontade de fazer várias coisas e crescer, ser o melhor; mas, dentro do possível, estamos trilhando um dignificante caminho”, conclui.

“[...] Noto que a difusão da revista está mais acentuada e contempla diversos segmentos, mas sempre com o foco do empreendedorismo.” – Neide Carlos, diretorageral da revista Acontece

Uma década já se passou e a revista Acontece manteve seu propósito em divulgar nas suas edições informações transparentes, reportagens interessantes, pesquisas confiáveis, serviços logísticos, entrevistas consistentes e edições especiais, no qual tive a honra de participar. A clínica cardiológica CardioPalmas não poderia deixar de manifestar as congratulações pelos 10 anos de existência da Acontece Comunicação. Parabéns!”

Dr. Eduardo Emerick “Dez anos de vida contando histórias e ressignificando caminhos. Dez anos estampando flores e, quando necessário espinhos. Dez anos fazendo a diferença na imprensa do Rio Grande do Norte”

Já entrevistada pela revista ACONTECE, a prefeita de Riacho da Cruz, Bernadete Rêgo, enaltece a importância da versão impressa da publicação. Riacho da Cruz está localizado na região Alto Oeste do Rio Grande do Norte. “A revista é significante porque reporta assuntos de verdadeira importância para a sociedade. Além disso, a revista imortaliza os momentos retratados e difunde-se pelo setor público, tendo como exemplo as bibliotecas. Precisamos que as coisas boas do nosso estado conquistem visibilidade, sendo essa uma possibilidade por meio da

comunicação”, diz.

CHRYSTIAN DE SABOYA Jornalista e produtor de eventos O professor Pedro Fernandes, reitor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), também assinalou a qualidade do trabalho publicado pela ACONTECE. “Importante demais para uma sociedade contar com veículos que se dedicam a levar informação correta e de qualidade ao povo. A revista ACONTECE já está marcada na história da cidade e, a cada edição, presta importante serviço ao apresentar histórias de pessoas que trabalham todos os dias pelo crescimento e fortalecimento do Rio Grande do Norte.”

Empresa líder do setor de laticínios do Rio Grande do Norte

Senso de evolução e honestidade sempre foram os pilares na empresa que passou por vários projetos de modernização e ampliação, garantindo a sua permanência no mercado, oferecendo produtos de primeira linha, sem jamais se esquecer dos seus valores principais: qualidade, ética e responsabilidade social

Aempresa Laticínios Sertão Jucurutu, surgir a partir da ideia de Otto Wagner de Araújo e Jailde Oliveira em montar uma queijeira artesanal, com os ensinamentos do pai de Otto seu José Freitas de Araújo, que anos depois viria a se transformar na empresa líder do setor de laticínios do Rio Grande do Norte e alcançar o topo do ranking de melhor queijo do Nordeste. A isso só possível graças ao trabalho incansável dos empresários Otto Wagner e Jailde 12

Oliveira. Senso de evolução e honestidade sempre foram os pilares dessa história. A Laticínios Sertão Jucurutu passou por vários projetos de modernização e ampliação, garantindo a sua permanência no mercado, oferecendo produtos de primeira linha, sem jamais se esquecer dos seus valores principais: qualidade, ética e responsabilidade social. De acordo com o relato do próprio empresário, ele iniciou suas atividades no setor de laticínios em 1997, quando decidiu comercializar os queijos que eram fabricados pela família. Mas, 23 anos depois, ele e a esposa, Jailde, já conseguiram levar a marca a alcançar o ranking de melhor queijo do Nordeste, com premiação em diversos concursos, e expandir a marca para todo o Rio Grande do Norte e também para a Paraíba. A empresa Laticínio Sertão Jucurutu possui cerca de 150 pessoas que trabalham diretamente e dentro da cadeia produtiva. Somados esses funcionários aos demais que atuam na fazenda e outros serviços, são cerca de 200 pessoas.

Além disso, a empresa gera, de forma indireta, quatro mil empregos. Para garantir o emprego de todas essas pessoas, a Laticínios Sertão Jucurutu tem uma produção diária que gira em torno de 10 toneladas, tendo atingido picos de 13 toneladas. Além disso, a empresa utiliza uma média diária de 120 mil litros, de leite. Para escoar toda essa produção, a Laticínios Sertão Jucurutu possui uma frota de mais de 20 caminhões frios, além de parceria com terceirizados para

realizar a entrega de produtos em todo o Rio Grande do Norte e também na Paraíba. Com a modernização dos equipamentos, a empresa passa a trabalhar na conquista do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBE). O Sistema tem como objetivo fazer a padronização e a harmonização dos procedimentos de inspeção dos produtos de origem animal, de forma a garantir a segurança dos alimentos, independentemente da instância que o inspeciona. Ele funciona como uma ferramenta de inclusão que respeita as especificações regionais de produtos de origem animal em diferentes escalas de produção e permite a inserção no mercado formal (local, regional e nacional). Com a adesão, os produtos Laticínios Sertão Jucurutu poderão ser comercializados em todo o Brasil, diferentemente dos que possuem apenas selos municipais ou estaduais, cuja comercialização é apenas interna. A perspectiva dos empresários é que até 2021, eles possam começar a levar seus produtos para o eixo Rio de Janeiro (RJ)/São Paulo (SP)e também para Brasília (DF).

Mix de produtos comercializados pela empresa será ampliado

ALaticínios Sertão Jucu- aceito, entre todas as marcas, pe- potiguares destacam-se, princirutu produz e comer- los consumidores do Rio Grande palmente, quando o quesito é sacializa diversos pro- do Norte. bor e qualidade. dutos com a mais alta Além dos mais de 20 produtos já O queijo coalho é um produto tíqualidade, tais como: queijo de comercializados, a empresa pre- pico do Nordeste e, também, símcoalho, coalho light, coalho com para o lançamento de outros seis bolo das praias brasileiras. Essa orégano, queijo de manteiga, mu- produtos, entre eles o requeijão iguaria está presente nas mesas çarela, muçarela light, minas-fres- de pote, tradicional e o de bisna- caseiras, ruas, praias e restaurancal, ricota, zero lactose, bebidas ga. A expectativa dos empresários tes e é utilizada em diversas relácteas, manteiga da terra e nata. é que em no máximo 90 dias, al- ceitas, podendo ser saboreada no Diariamente, são produzidas 10 guns desses novos produtos já café da manhã, almoço e jantar, toneladas de produtos derivados estejam à disposição dos consu- combinado com carnes, frutas e do leite, o que faz da empresa a midores nas principais redes de doces, ou seja, infinitas possibilimaior do setor no Rio Grande do supermercados instalados no Rio dades. Norte na produção de queijo e Grande do Norte. Outro tipo desse produto muiuma das maiores do Nordeste. A proposta dos empresários é le- to consumido e produzido no Embora tenha um leque de 20 var para outros centros comerciais Rio Grande do Norte é o queijo produtos comercializados, a La- do Sul, Sudeste e Centro Oeste o de manteiga, também conhecido ticínios Sertão Jucurutu tem o queijo potiguar, considerado uma como requeijão do sertão ou requeijo coalho como seu principal especiaria muito famosa, carre- queijão do norte. A sua tradição produto. Além disso, a muçare- gando consigo uma tradição de no estado está concentrada prinla aparece como o produto mais mais de 300 anos. As queijeiras cipalmente na região de Seridó.

O resultado do sucesso é obtido com muito trabalho e prazer no que se faz, e estamos sempre buscando novos conhecimentos para melhorar cada vez mais.

A revista ACONTECE conversou com os empresários Otto Wagner e Jailde Oliveira, que levaram a marca Laticínios Sertão Jucurutu a alcançar o ranking de melhor queijo do Nordeste, tendo sido premiado por diversas vezes em alguns concursos realizados. A marca se expandiu e abrange todo o estado do Rio Grande do Norte e várias regiões da Paraíba. A Laticínios Sertão Jucurutu produz e comercializa diversos produtos com a mais alta qualidade, tais como: queijo de coalho, coalho light, coalho com orégano, queijo de manteiga, muçarela, muçarela light, minas-frescal, ricota, zero lactose, bebidas lácteas, manteiga da terra e nata. Diariamente, são produzidas toneladas de produtos derivados do leite. “Somos a maior empresa no estado do Rio Grande do Norte na produção de queijos e uma das maiores do Nordeste”, conta o empresário.

Otto Wagner de Araújo, embora radicado em Jucurutu, cidade que o acolheu e onde se estabeleceu des-

de a juventude, é natural de Caicó e tem 41 anos de idade. O embaixador do queijo, como ficou conhe-

cido, é casado com Jailde Oliveira Araújo e pai de cinco filhos e um homem obstinado, que sempre bus-

cou a realização dos seus sonhos. Ele é filho de José Freitas de Araújo e de Iracema dos Santos Araújo.

Jailde Oliveira de Araújo é natural de Caicó, mas logo que casou com Otto Wagner de Araú-

jo, passou a residir em Jucurutu. Formada em Administração, Jailde, que é mãe de duas fi-

lhas, também é responsável pela administração da empresa Laticínios Sertão Jucurutu.

Ela é filha de Nelson Oliveira da Silva e de Irene Teodoro de Araujo.

REVISTA ACONTECE – Como surgiu a Laticínios Sertão Jucurutu? Conte-nos um pouco da história da empresa.

OTTO WAGNER – O trabalho com queijo vem desde 94, quando meu pai montou a queijeira artesanal e passou a vender queijo, mas eu só comecei a trabalhar com ele em 97. Meu pai, José Freitas de Araújo, foi quem me ensinou a trabalhar com queijo, ele já vendia queijo e passou a me vender queijo para eu começar a vender e me deu alguns clientes, que realizam compra à vista, para que eu pudesse aprender a movimentar o dinheiro. No começo, eu comprava a ele cerca de 100 quilos para iniciar. Nessa época, ele tinha muitos clientes em Assú, Macau, Mossoró e em outras cidades e vendia cerca de mil quilos por semana, e eu andava vendendo queijo com ele, já que ele me cedeu alguns clientes. Naquela época, eu consegui realizar a minha primeira grande venda, que foi no Rebouças Supermercados. Grande, porque a gente costumava vender 10 quilos nos supermercados pequenos, e lá eu consegui vender 100 quilos. Aquilo me deixou com os olhos brilhando de alegria. Vendemos para o Rebouças desde dessa época, enfrentando algumas dificuldades, como em 98, quando enfrentamos a falta de leite na nossa região, e eu tive de ir morar em Goiás, com a minha esposa e minha filha mais velha. Passamos um ano por lá, também vendendo queijo para um tio meu. Comprava lá e enviava através das empresas de ônibus para o meu pai manter o abastecimento dos clientes, principalmente do Rebouças em Mossoró. Passei um ano por lá, mas não deu certo e voltei para Jucurutu para assumir a queijeira que era montada na localidade de Saco Grande na zona rural de Jucurutu. Sempre com muita dificuldade, muitas dessas dificuldades geradas pela desorganização, mas sempre disposto a seguir em frente. Em 99, decidi abrir uma queijeira em Morada Nova (CE). Então, eu saía daqui vendendo queijo até Mossoró e depois ia para Morada Nova, carregava lá e ia deixar em Fortaleza (CE).

Isso, em dois dias, eu retornava e já tinha outra carga pronta, eu dormia um pouco e já saía novamente para Campina Grande (PB), isso numa caminhonete velha que a gente tinha. E fiz isso por muito tempo, mas sempre com o foco de crescer. Não quis me dedicar aos estudos. Então, como sempre gostei do comércio, me dediquei inteiramente a isso.

RA – Quem administra a empresa e como é feito esse trabalho entre vocês?

OW – Quando a empresa ainda era pequena, eu resolvia tudo, mas em 2010, quando deixamos de trabalhar de forma artesanal para a industrial, nós trouxemos o Francisco que é nosso gerente, mas antes tinha o pessoal que trabalha com a gente e dava uma ajuda, fazendo anotações da compra de leite da venda dos produtos. Quando ele chegou, passou a trabalhar com toda a parte administrativa e financeira da empresa. Nessa época, montamos o escritório ao lado da fábrica. Depois de dois anos, abrimos outro escritório e passamos a contratar mais pessoas, já que a produção começou a aumentar. Então, em 2015, Jailde veio tomar conta da parte administrativa e financeira, e hoje temos 20 funcionários somente trabalhando nesse setor administrativo, e eu fico fazendo a intermediação entre o setor de produção e o administrativo. Atuando em todos os setores da empresa, que vai desde a aquisição do leite até a distribuição, participo de tudo. Ela fica nessa parte administrativa e financeira.

RA – Como se deu a expansão da marca Jucurutu e até onde chegam os produtos da marca?

OW – A expansão foi acontecendo de forma gradativa, dando um passo de cada vez. A gente começou no ano de 2010, com três mil litros de leite sendo beneficiados diariamente, e a partir daí, foi aumentando para cinco, sete... sempre de forma gradativa, até atingir 30 mil litros dia. Quando chegou a 30, aí começamos a construir outra fábrica, comprar caminhão, tanques de armazenamento de leite. Isso ocorreu de forma muito rápida com o aumento da demanda nos supermercados. Então, construímos a nova sede ao lado da antiga, mais ampla e com mais equipamentos, e chegamos a 120 mil litros de leite por dia.

RA – Como é feita a logística para a distribuição dos produtos, já que os produtos chegam a uma área muito extensa?

OW – Nós realizamos o transporte dos produtos. Em 2012, nós compramos nosso primeiro caminhão frio, tivemos o apoio do Rebouças, que foi com a gente realizar a compra desse caminhão. Porque, até então, a gente usava gelo. Hoje, temos mais de 20 caminhões para fazer o transporte de nossos produtos. Com isso, nós podemos fazer a entrega direta para os nossos clientes maiores. Para os menores, nós fazemos uma parceria com os nossos vendedores. No caso da região de Mossoró, nós temos um entreposto, lá descarregamos o caminhão grande e de lá é feita a distribuição para os clientes menores. Isso envolve mais 10 funcionários que fazem essa logística, com entregas de segunda a sábado. Em Natal, nós temos parceria com uns 7 entrepostos para realizar essa logistica.

RA – Existe a perspectiva de ampliar a distribuição para

Quando a gente escuta

alguém que não conhece

a gente elogiando o

nosso produto, é uma satisfação muito grande. É

o reconhecimento de um

trabalho diário, para que

possamos sempre oferecer

o que temos de melhor.

outras regiões do Brasil, ou até mesmo a criação de uma filial fora do RN?

OW – Existe, sim. Estamos procurando adquirir o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBE). Com esse certificado, nós poderemos comercializar nossos produtos em todo o Brasil. Demos a entrada na documentação, e nossa pretensão é de, quando sair o SISBE, levarmos os nossos produtos para os grandes centros, como Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Brasília (DF), mas sempre mantendo a qualidade e fabricando nossos produtos em Jucurutu.

RA – Quantos itens são produzidos com a marca Jucurutu e qual o diferencial desses produtos, tendo em vista o crescimento da marca, não apenas no RN, mas também na Paraiba? Qual o carro-chefe da Jucurutu? OW – O nosso carro-chefe hoje é o queijo coalho. Eu fui viajando por vários estados e observando os tipos de queijo até a gente chegar nesse padrão

ENTREVISTA

OTTO WAGNER DE ARAÚJO

que é o nosso queijo coalho. Em outros estados, como a Paraíba, eles preferem outro tipo de queijo, mais fresco; aqui em nossa região, as pessoas preferem um queijo mais consistente com menos sal. Então, nosso diferencial é agradar o cliente com o produto que ele deseja, e também trabalhamos a imagem dos nossos produtos, buscando fazer que ele seja bem apresentado, com uma embalagem bem feita e higiênica. São muitos detalhes que vão fazendo a diferença. Mas, temos outros produtos bem aceitos, como o queijo de manteiga e a muçarela. Os nossos produtos são os mais aceitos no nosso estado. Em Natal, os melhores restaurantes e pizzarias utilizam os nossos produtos. Temos, hoje, cerca de 20 produtos no mercado e vamos lançar mais seis. Entre esses novos produtos, estão o requeijão de pote e o de bisnaga, manteiga pote, entre outros. Alguns desses produtos já vão estar no mercado em cerca de 90 dias.

RA – Qual a produção diária da empresa e qual a quantidade de matéria-prima utilizada para a produção?

OW – Nossa produção diária hoje gira em torno de 10 toneladas. Já tivemos período com 12, 13, mas hoje, mantemos uma média de 10 toneladas. A média de leite utilizada é de 120 mil litros.

RA – A matéria-prima utilizada na fabricação dos produtos é adquirida na região ou vocês recebem de fora?

OW – Toda a nossa produção é feita com matéria-prima comprada dentro do Rio Grade do Norte. Agora, os insumos, como fermento, coalho, enzimas, lactose e outros produtos, vêm todos da Europa, principalmente da Itália.

RA – Como é realizado o processo de produção e que tipo de equipamento é utilizado?

OW – Nosso sistema de produção é todo mecanizado. Para se ter uma ideia, o processo começa numa caldeira para gerar o vapor. Começamos com uma caldeira de 100 quilos, depois fomos para uma de 200, depois para uma de 500, depois para duas de 500, aí chegamos numa de 2.000, e hoje compramos uma de 3.000, e passaremos a usar duas: uma de dois mil e outra de três mil. Hoje temos mais de 150 tanques instalados nas fazendas. A plataforma atual da indústria, possui silos para o armazenamento do leite. O silo possui uma capacidade de estocagem de 200 mil litros. Além disso, a empresa dispõe de sistema compacto de refrigeração que faz o resfriamento para estocagem do leite nos silos, o equipamento que realiza tal procedimento é o SHILE. O leite passa pelo shile e é refrigerado a uma temperatura de 2 graus, sendo direcionado para os silos de estocagem. O processo seguinte é a pasteurização e padronização do leite. Esse processo padroniza o teor de gordura de cada produto. E entre outras máquinas que agilizam o processo de produção com a mais alta qualidade. Tudo automatizado, desde o início do processo até a embalagem dos nossos produtos.

RA – Quantas pessoas fazem parte da empresa atualmente e o que isso representa na economia de Jucurutu, já que muitas famílias são beneficiadas direta e indiretamente com o desenvolvimento da Jucurutu?

OW – Hoje trabalham cerca de 200 pessoas de forma direta na empresa. Indiretamente, o laticínio abarca cerca de 4 mil pessoas, envolvidas em todo o processo, isso gera emprego e renda para cidade, além de contribuir com a valorização do produtor rural. Um exemplo disso, é que existe fornecedores de leite que emprega em média 50 funcionários.

RA – Qual o segredo para manter-se no mercado com sucesso, depois de consolidar uma marca como a Sertão Jucurutu? Vocês participam de eventos, cursos de capacitação, para que se mantenham antenados com o mercado? Como é feito esse trabalho?

OTTO WAGNER – Esse resultado de sucesso é obtido com muito trabalho e prazer no que se faz, e estamos sempre buscando novos conhecimentos para melhorar cada vez mais. Eu mesmo já viajei muito, buscando conhecimento sobre a produção em outros laticínios em todo o Brasil. No ano de 2018, participamos da FISPAL em São Paulo, um evento inovador na área de tecnologia no mercado alimentício. Em 2017, fomos à Europa. mas precisamente até a Itália, conhecer outros laticínios e o mecanismo de produção. Pudemos perceber uma cultura muito diferente e empresas com um padrão de qualidade muito alto, com máquinas muito modernas, e nós passamos a trazer muita coisa para a nossa empresa. Em 2019 viajamos novamente para Itália e participamos da CIBUS

TEC, um evento direcionado ao processamento e embalagens de alimentos. Sempre buscando novos conhecimentos a fim de trazer a melhor qualidade para os nossos produtos. Muitas máquinas vieram da Europa, e o segredo é sempre manter a qualidade e a imagem do seu produto, sempre buscando inovar. Estamos sempre investindo nas melhores marcas, para que a qualidade do nosso produto seja sempre a melhor. Como consumidor, eu só gosto do que é bom. Então, o meu produto tem que ser bom.

JAILDE OLIVEIRA – O segredo do sucesso está em acreditar em seus sonhos e ter muita fé em Deus, além de ter humildade. Porque eu acredito que, com humildade, a gente consegue tudo. Saber perguntar quando não sabe, sem ter vergonha de dizer que não sabe. E buscar conhecimento, sempre. Persistir, sempre, e acreditar que você é capaz de conseguir o que você quer.

RA – O que representa o reconhecimento da marca Sertão Jucurutu para vocês e como surgiu o nome?

OW – É um orgulho e uma satisfação muito grande. Quando a gente escuta alguém que não conhece a gente elogiando o nosso produto, é uma satisfação muito grande. É o reconhecimento de um trabalho diário, para que possamos sempre oferecer o que temos de melhor. Isso é muito gratificante. Ser o líder de mercado de laticínios em nosso estado é muito significativo. Quanto ao nome, nossas famílias são de Jucurutu, e embora eu tenha nascido e ficado até adolescência em Caicó, a gente veio morar na fazenda em Jucurutu e adotou o nome, porque a gente fundou e mantém a nossa empresa em Jucurutu. Além disso, a cidade fica no sertão. Então, fizemos essa junção de nomes.

JO – Além do orgulho, é tudo para mim. Porque essa empresa é minha vida. Porque me doei a esse projeto e acreditei que seria possível ser grande.

RA – Que mensagem você gostaria de deixar para os novos empreendedores que estão dispostos a iniciar seus próprios negócios?

OW – Acredite nos seus sonhos e trabalhe com humildade e honestidade. Não baixe a cabeça. Acredite, porque eu comecei sem ter nada, mas com esperança e acreditando que poderia vencer com o meu potencial.

O DJ que ‘faz a pista ferver’

Com 20 anos de carreira, ele conta que passou a atuar nesse cenário musical a partir de incentivo de amigos, já que ele estava sempre atualizado com as músicas mais tocadas no país

Dando sequência à série de entrevista com personalidades que atuam no cenário potiguar, a revista ACONTECE conversou com Apollo Júnior Fernandes, “DJ Balinha”, nascido na cidade de Encanto, mas que se tornou conhecido a partir de sua participação em eventos realizados em Mossoró. De acordo com ele, seu interesse pela música vem desde a infância. “Sempre fui apaixonado pela música, mais especificamente pelo rock, porém sempre gostava de frequentar boates com DJs e sempre fui antenado com as músicas que bombavam. Nas boates aqui da cidade de Mossoró, eu sempre levava músicas para os DJs tocar, e sempre me incentivavam a ser DJ por eu conhecer bastante músicas. Nisso, já sou DJ há 20 anos”, conta. Reconhecido hoje, não apenas em Mossoró, mas em outros municípios do Rio Grade do Norte e também de outros estados, ele diz que para se tornar um grande DJ, é preciso aprofundar o conhecimento sobre música. “O DJ de verdade, ou seja, um grande DJ, é aquele que faz a pista ferver. Termo utilizado quando o DJ coloca todo mundo para dançar. E, principalmente, estar atualizado com as playlists do momento. Com 20 anos de carreira, DJ Balinha conta que passou a atuar nesse cenário musical a partir do incentivo de amigos, já que ele estava sempre atualizado com as músicas mais tocadas no país. “Sou DJ há 20 anos, e pelo fato de conhecer músicas, era sempre convidado por DJs locais, bem como por amigos que pretendiam fazer eventos na época. Paralelamente, fui um dos fundadores do site ClickVip, que nos abriu mui-

tas portas, além de contar com apoio e divulgação de colunistas sociais da época, como por exemplo, a saudosa Ivonete de Paula, de quem sempre me lembrarei por ter sido a primeira a divulgar o nome DJ Balinha”, recorda. Com seu trabalho eclético, ele diz que realiza diversos tipos de eventos e, com isso, tem ampliado cada vez mais o número de clientes que buscam realizar um evento com muita música de qualidade e animação. “Tenho experiência em trabalhar em todos os tipos de eventos, desde festas infantis, casamentos, aniversário de 15 anos, formaturas, inaugurações e mais, e com base nisso, temos de ter repertório para cada ocasião, inclusive temos de editar, mixar algumas músicas para serem exclusivas em nossas apresentações. Para isso, usamos técnicas de mixagens com programas específicos, além de fazermos, também, mixagens ao vivo nos eventos”, disse. Além de promover a animação dos eventos, DJ Balinha também realiza outras atividades paralelas. “Trabalho, também, com marketing digital e tenho sistemas de som e iluminação para locação para eventos”, acrescenta. A crise gerada pela pandemia trouxe certo impacto no seu trabalho, mas ele diz que vem se adaptando a essa nova realidade vivida em consequência da pandemia da covid-19. “Em partes, a pandemia tem causado certo desconforto, pois os eventos de grande porte pararam, mas entrei em outros segmentos nas plataformas digitais, e também aconteceram eventos privados com poucos convidados, por exemplo, cheguei a tocar em aniversários infantis para apenas 4 crianças. Tivemos e ainda temos que nos readaptar”, disse o DJ. Para este final de ano, ele disse que espera que as atividades voltem a ocorrer com maior frequência, já que foi liberada a realização de eventos maiores. “Os eventos estão voltando aos poucos, obviamente seguindo todos os protocolos de segurança, e já tenho vários eventos programados até o final do ano. Espero que 2021 possa ser um dos melhores anos para o setor de eventos, pois tudo isso vai passar e vamos vencer essa batalha contra o vírus. A pandemia vai cessar e as pessoas vão, de forma justíssima, comemorar. O povo precisa de diversão”, diz, esperançoso. Antes de encerrar a conversa, DJ Balinha fez questão de dar um conselho para quem quer ingressar na carreira. “Eu digo que o melhor caminho é buscar sempre ser profissional e agradar o cliente e os convidados do evento. Interação total sobre sua atividade profissional. No caso de DJ, manter-se atualizado com as músicas de momento, bem como com as clássicas que não podem faltar nos eventos. Carisma, compromisso e responsabilidade”, finaliza.

Um devorador de livros que transformou sua vida através da leitura e da criação de poemas sobre a vida e o cotidiano do povo potiguar

A poesia do acariense Jesus de Ritinha de Miúdo

ARevista Acontece conversou com um dos maiores representantes da cultura popular da região do Seridó, no interior do Rio Grande do Norte. O poeta acariense, Joselito Jesus de Araújo Silva, ou simplesmente, Jesus de Ritinha de Miúdo, como era costume dos velhos judeus que habitavam o interior do RN, é tornou-se comum em todo interior do Brasil, associar o nome do filho aos nomes do pai e da mãe. Com o privilégio de nascer em um lar de muita leitura. Jesus de Ritinha de Miúdo, disse que muito cedo tomou gosto pela leitura, tanto que aos 12 anos de idade, já havia lido toda a obra de Jorge Amado, um dos maiores nomes da literatura brasileira e reconhecido mundialmente. “Papai não era, digamos assim, um leitor voraz, até em virtude do trabalho lhe consumindo muito tempo. Mas sempre estava lendo alguma coisa quando esse tempo lhe sobrava, não importando se eram jornais, revistas, ou livros. Já mamãe era do mesmo jeito. Meus dois irmãos mais velhos, esses sim eram exemplos para mim, no que tange o incentivo à leitura. Meu irmão Josébio, mais velho que eu oito anos, muito cedo assinou a revista Círculo do Livro. Daí eu ainda criança, entrando na puberdade e já viciado por revistinhas (HQ) fui sendo apresentado à obra clássica da nossa língua; tais como Eça de Queirós, Aluísio Azevedo, Machado de Assis, José de

Alencar, Jorge Amado, Monteiro Lobato, Carlos Heitor Cony, entre outros. Para você ter uma ideia, aos doze anos eu já havia lido toda a obra de Jorge Amado. Uma criança se deparando com os problemas sociais tão bem conduzidos em suas tramas pelo baiano. Alguns princípios de sociabilidade e justiça social eu os alicercei dessas experiências. Depois já crescidinho tive uma paixão transformada em amor pelos clássicos russos, pelos americanos Mark Twain e Mario Puzo e, principalmente, pelo inglês Frederick Forsyth. Desse último li tudo. E releio vez em quando”, conta o poeta, relembrando um pouco da sua historia. Isso fez com que desde muito cedo ele começasse a se aventurar pelo mundo da escrita e dos versos. Segundo ele mesmo conta, Desde muito cedo tinha essa queda por colocar no papel seus medos, anseios e conquistas, mesmo assim escondia seus escritos, por ser uma criança tímida. “Escrevia e escondia; depois rasgava. Havia vergonha de me expor porque já entendia a poesia como sendo o estilo literário pelo qual você mais desnuda a sua alma. A poesia é um elemento incrível, uma espécie de ponte entre o tangível e a emoção. Então, quando perdi um tio muito querido fiz um poeminha me despedindo dele. Guardei esse papel longe de todos, até perdê-lo em alguma mudança. Logo, penso eu, haver sido ali, digo, na dor daquela separação que aos sete anos eu me descobri poeta, embora só hoje tenha tal percepção” relembra. Além dos autores já citados acima, Jesus de Ritinha de Miúdo, sempre procurou ampliar seus conhecimentos através da leitura, para isso, buscou a literatura de cordel, onde passou a desfrutar da obra de monstros da prosa, lendo na Biblioteca Pública de Acari o livro Antologia da Literatura de Cordel. Tendo nomes como Pinto do Monteiro, Patativa do Assaré e Zé da Luz, exatamente nesta ordem, seus guias no campo mais popular. Além disso, o poeta também é um apreciador de outros grandes nomes da literatura de língua portuguesa como Camões e Fernando Pessoa. “Além da minha paixão pelo cordel, logo cedo descobri Camões e Fernando Pessoa, além de Florbela Espanca e do russo Vladimir Maiakovski. Ferreira Gullar é outro que não me falta nas leituras diárias”, acrescenta. Ele conta que a inspiração é fundamental para a formatação da poesia. É preciso estar inspirado para compor uma boa poesia. “Eu digo que não há escrita sem inspiração. A inspiração é essencial à criação. Se Deus não tivesse tão divinamente inspirado o universo seria um caos. Ou nem seria. Ou seria um nada aberto. Já sobre o processo eu ficarei lhe devendo essa resposta, porque não a tenho. Só sei de uma coisa: quando bate a inspiração, enquanto eu não crio alguma coisa sobre aquilo, o objeto me inspirando, o meu espírito não sossega”, revela. O poeta diz que duas poesias causam grande admiração, dentre tantas já lidas por ele e destaca o poema Em linha Reta, de Fernando Pessoa, por ser para ele “a síntese da alma humana em sua complexidade, sem maquiagem alguma usada nessa alma”, e Fanatismo, de Florbela Espanca, que segundo ele, trata-se da declaração de amor mais perfeita já lida. Imagine os versos “não és sequer a razão do meu viver, pois, que tu és já toda a minha vida”. Não é divino? Questiona. Questionado sobre o atual momento cultural no RN e em especial no Seridó. Jesus de Ritinha de Miúdo diz que o momento é muito bom para a cultura popular potiguar. “Vivemos um momento de ebulição e construção acelerada. A Internet tem ligado pessoas e fomentado a criação de teias tais, que a cultura tem sido levada ao patamar no qual merece sempre estar. Cada artista sendo um cordão amarrado ao nó dessa teia. Uns unidos aos outros. A poesia na antiguidade era algo tido como de muito bom gosto. Era natural que poetas nas maiores civilizações fossem considerados como deuses, heróis de suas sociedades. Com o tempo a poesia musicada foi tomando o espaço da poesia declamada. Os cantores tomaram o lugar dos poetas. Veja bem: em nossa sociedade contemporânea o intérprete sempre é muito mais conhecido que o compositor. Mas, como falei anteriormente, e o que direi complementará o meu pensamento, a Internet tem aberto o espaço para os poetas, mormente os declamadores. Talvez até porque a poesia sempre traz o sentimento de pertencimento. Ademais, a música tem evoluído para uma espécie de arte na qual o ritmo fala mais que as letras. E o ser humano ainda é movido por emoções. Os poetas têm visto portas abertas, embora os gestores ainda não consigam enxergá-los com o devido valor. Lentamente estamos limpando o campo e plantando nossas árvores. Isso é profícuo”, destaca. O poeta diz que não tem projetos para, já que ele vive, o momento. “Não tenho projetos futuros. Tenho projetos instantâneos a cada nova inspiração. Mas, a poetiza Constância Uchoa, sendo hoje, o ícone maior da declamação em nosso estado, às vezes me fala de um trabalho em parceria. Seria algo muito interessante que estamos amadurecendo”, disse. Com relação a quem deseja ingressar no mundo das letras, ele é direto. “Leia. Leia o máximo possível. Leia de tudo. Até aqueles assuntos em nada interessantes. E escreva para agradar a você. Para você se sentir bem primeiramente com você”.aconselha.

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