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Mensagem Pe. Antônio MARIA
Pe. Antonio Maria, na Homenagem do Círio 2015
Mais um ano nosso Círio será vivido de um modo diferente. A pandemia nos obriga a isso.
Mais um ano nosso Círio será vivido de um modo diferente. A pandemia nos obriga a isso.
Li, no início da pandemia, uma citação que tem norteado a minha vida nesses tempos: “Quando pensamos que já temos a resposta para tudo, Deus muda as perguntas”. Realmente é preciso mudar a pergunta. Não perguntemos “porque”?, mas “para que”? Para que nosso Círio deve ser mais uma vez diferente?
Conversando com a cantora Fafá de Belém, participante ativa do Círio de Nazaré em sua terra natal, escutei dela a seguinte afirmação: “Nossa Mãe, a Senhora de Nazaré, quer que, ao invés de sairmos às ruas, em procissão, saíamos para nosso coração, façamos a caminhada para dentro de nós mesmos, para nossa casa, para nosso lar, para nossa família”.
É realmente importante que voltemos para dentro de nós mesmos e nos perguntemos: Nossa casa é a casa de Maria? O Evangelho de Cristo é o Evangelho da minha família? Os nossos pensamentos são os de Deus, o nosso modo de agir é o modo de Deus? (Isaías 55,8)
Foto: Divulgação, Ewerton Alencar
A devoção à Maria nos deve levar a ter nela um ideal. Aqui está a importância de nosso carinho, de nosso amor à Virgem Santa. Ela tem que ser um ideal para todos nós, para nossa família, e não um ídolo.
Já tivemos experiências suficientes, no decorrer da história da humanidade, de que os ídolos caem, são quebrados, acabam... os ideais não! Maria é um ideal para todos nós. Nela devemos nos espelhar. Ainda hoje eu me alegro quando alguém, vendo uma foto de minha mãe, Dona Mavília, me diz: - “O senhor parece com sua mãe”. Quero parecer-me com minha mãe, mas de modo especial por dentro. Quisera eu ter a capacidade de renúncia que minha mãe tinha. Quisera eu ter a caridade que ela tinha.
Assim é com Maria Santíssima...Seria tão bom se cada um de nós, filhos e devotos de Maria, pudéssemos, parafraseando uma palavra de Jesus, dizer: “Quem vê a mim vê a Mãe”. Ela deve ser nossa inspiradora. Quantas vezes deixamo-nos inspirar por frágeis e passageiros exemplos que a mídia nos apresenta. Tem gente que se veste igualzinho a um ator ou a uma atriz de novela porque acha aquela pessoa maravilhosa, e não se dá conta do ridículo que as vezes se torna...Temos que pensar que nem sempre o que no outro está bem, combina comigo.
A devoção à Maria, nos deve levar a fazer essa caminhada para o nosso interior e trabalhar a confecção de suas virtudes em nós.
Aí sim nos despojaremos do homem velho, renovaremos sem cessar o sentimento de nossa alma e nos revestiremos do homem novo. Seremos novas criaturas! ( Efésios 4,22-24)
Maria é nossa guia. Não podemos seguir por um caminho que não seja indicado por Ela. Temos que ter muito cuidado hoje: O que há de gente indicando caminhos...caminhos de prosperidade, de realizações fáceis, de felicidade barata... A placa orientadora para nossa caminhada, Maria já colocou na estrada de nossas vidas, quando disse , em Caná da Galiléia:
“Fazei o que Ele vos disser”. (João 2,5) Se andarmos por esse caminho vamos viver constantemente o mais lindo Círio de nossas vidas.
O nosso Círio de 2021 está também inserido no ano da Família, convocado pelo Papa Francisco na comemoração do quinto aniversário de sua carta “Amoris laetitia”. ( A alegria do amor)
Essa carta aponta” o matrimonio e a família como caminhos de felicidade”(AL 38) O lema do Círio foi inspirado também na celebração deste ano da Família: “O Evangelho da Família na Casa de Maria”. Que a Mãe de Nazaré nos recorde sempre que nossa família é Igreja doméstica.
Vale aqui transcrever palavras animadoras de nosso querido Papa Francisco em sua carta sobre a alegria do amor: “Avancemos, famílias; continuemos a caminhar! Aquilo que se nos promete é sempre mais. Não percamos a esperança por causa de nossos limites, mas também não renunciemos a procurar a plenitude de amor e comunhão que nos foi prometida”.(AL) Meu irmão e minha irmã, Maria, assim penso eu, quer, neste Círio, dizer-nos as palavras escritas no livro do Apocalípice3,20: “Eis que estou à porta, e bato: Se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo”. Deixemos Maria entrar em nossa casa para fazer dela sua casa e para que ali vivamos o Evangelho da Família, que é o de Cristo Jesus, nosso Salvador.
Comemorando seus 25 anos de Círio
Eu vivo no Vale do Paraíba, na cidade de Jacareí, São Paulo, a sombra do Santuário de Nossa Senhora do Novo Caminho. Quando rezamos o terço de Nossa Senhora do Novo Caminho, em cada Ave-Maria, dizemos: “Nossa Senhora do Novo Caminho, rogai por nós e encaminhai-nos a Jesus”! Essa é a missão de Maria: Encaminhar-nos a Jesus. É preciso que nos deixemos guiar, encaminhar por Ela, indo também nós, apressadamente, servir os irmãos ( Lucas1,39), sendo verdadeiramente servos do Senhor ( Lucas1,38) e deixando que Deus olhe para a nossa pequenez de servos,( Lucas 1,48) e faça em nós maravilhas.(Lucas 1,49)
Vivemos num tempo de grandes modernidades. Não vamos regredir. Não vamos jogar no lixo nossos computadores, nossas redes sociais, nossos aplicativos. Não! Mas não vamos desprezar, de jeito nenhum, nossas tradições, principalmente as religiosas.
“Aquilo que herdamos de nossos antepassados, devemos conquistar para possuir eternamente”. ( Pe. José Kentenich).
Família sem tradição é família sem raízes. Nosso Círio deste ano está inserido no ano de São José. O Papa Francisco, em sua carta apostólica Patris Corde ( com coração de pai ), nos apresenta José também como um inspirador e guia: “José soube amar de maneira extraordinariamente livre. Nunca se colocou a si mesmo no centro; soube descentralizar-se, colocar Maria e Jesus no centro de sua vida”. Nosso Círio deste ano nos convida a descentralizarmo-nos. A colocarmos Maria e Jesus no centro de nossas vidas. Que recebamos, como fruto deste Círio 2021, um amor à Maria, um amor a Jesus, como foi o amor de José.
Não podemos seguir por um caminho que não seja indicado por Ela
Que recebamos, como fruto deste Círio 2021, um amor à Maria, um amor a Jesus, como foi o amor de José.