FÁTIMA DE KWANT
é especialista em Autismo & Desenvolvimento e Autismo & Comunicação, radicada na Holanda desde 1985. É mãe de um autista adulto, escritora de textos sobre o TEA e ativista internacional pela causa do autismo
APRENDENDO SOBRE AUTISTAS ADULTOS, SEM JULGAMENTO
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R EVI STA AUTI SMO
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#RESPECTRO
Mais atenção para o autista adulto e respeito pelo seu passado. autismo chegou a um ponto do conhecimento geral em que quase todo mundo já sabe que os autistas adultos existem, e estão falando sobre seus autismos. Sim, autistas crescem, saem de casa, namoram, se casam, fazem faculdade, trabalham. Desde que os primeiros autistas começaram a divulgar nas redes sociais que estavam no TEA, começamos a segui-los, ouvi-los, fazer perguntas para saber como foi viver o autismo, crescer autista sem saber ser um. Muita informação, muita gente, muitos desafios, milhares de histórias singulares. Encontramos os autistas adultos que estão bem, os que não estão tão bem, os que estudam, os que trabalham, os
Ao invés de críticas, o reforço positivo.
casados, os solteiros em busca de uma relação, os autistas que tiveram uma família unida, os autistas com um passado difícil, os que sofreram bullying, os que foram abusados sexualmente. Autistas artistas, cheios de talento, autistas sem altas habilidades, mas com os mesmos desejos e direitos de viverem uma vida plena. Tanto conhecimento em autismo e, ainda assim, paradoxalmente, tanta falta de compreensão, muitos julgamentos e algum preconceito com essas pessoas que cresceram sem diagnóstico, alguns se achando errados e diferentes dos outros. Pessoas com TEA que dizem, com frequência, que não se encaixam no mundo. E apesar de tanto esforço em contar suas vidas em público, nas redes sociais, blogs ou eventos, são cobrados por quem ainda não deixou a ficha cair. Os autistas adultos amadureceram sem saber quem eram de verdade, e ainda estão buscando respostas para seus pensamentos, sentimentos e ações que nunca lhes foram explicados durante sua infância e adolescência. As crianças autistas nascidas a partir de 2010 têm uma relativa vantagem em comparação a quem cresceu numa sociedade