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é pai do Noah (TEA), médico pediatra, pós-graduando em tratamento do autismo e pós-graduado em emergências e urgências pediátricas. drthiagocastro.com.br @dr.thiagocastro

O PEDIATRA E O AUTISMO

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A preciosidade do tempo

REVISTA AUTISMO 34

ual o real papel do pediatra no autismo? É triste ouvir tantas his-Qtórias de pais que tiveram o atraso de seus filhos desacreditados pelo pediatra.

Pediatras devem ser porto seguro, bálsamo para essas famílias, porém infelizmente muitos acabam sendo pedras de tropeço. Será que os pediatras devem se apequenar tanto diante do autismo? Será seu papel encaminhar para o neuro e fono? Lógico que isso não é regra. Há muitos profissionais que fazem a diferença. Mas, com tantas histórias relatadas pelas mães, percebemos um padrão. Além de não acolher a queixa da mãe, uma quantidade significativa de profissionais ainda falam: “É normal! Menino demora mais.” “Tudo agora é autismo.” “Podemos esperar até os 03 anos.” ”Cada criança tem seu tempo.” Em 84,2% das vezes é o pediatra o primeiro a ser procurado, segundo o Manual de Orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), de abril de 2019. Pediatria é a especialidade do desenvolvimento da criança. Precisamos cada vez mais que os pediatras estejam capacitados, prontos para de fato fazer o diagnóstico, tratamento e mostrar caminhos a serem seguidos.

O pediatra pode sim fazer o diagnóstico de autismo.

Não só pode, como é necessário. Pois, em um mundo ideal, seria perfeito se tivéssemos neuropediatras e psiquiatras infantis para cada criança com atraso no neurodesenvolvimento.

Mas, não há e nunca haverá ante a crescente de casos. E vemos que, por vezes, crianças ficam meses em filas de espera para uma consulta, ou pior, em razão da amplitude geográfica do Brasil, ter um neurologista próximo é algo que talvez nunca aconteça.

Pediatras não devem fazer essa criança perder um tempo precioso até chegar ao especialista. Quando nós somos o especialista do desenvolvimento infantil.

O texto não é para criticar pediatras, muito pelo contrário, é para que haja um despertar sobre o assunto! Para mostrar o quanto somos importantes e podemos fazer a diferença.

Pois, no autismo, o mais precioso é o tempo! E esse não deve ser comprometido, principalmente por nós.

REVISTA AUTISMO 35

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