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CACHAÇA
RIBEIRÂO PRETO NEGÓCIOS E EVENTOS
foto da capa: ©iStockphoto.com/ BirdImages
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MORAR NO PARAÍSO
A revista BEM VIVER é uma publicação quadrimestral da Construtora Pereira Alvim. Av. João Fiusa, 2777 Tel. 16 3515 5151 Ribeirão Preto-SP redacao@bemviverrevista.com.br
Coordenação: Ana Maria Machado Agência: N.Case Comunicação
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ARARAQUARA
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BOSSA NOVA
TOSCANA
Coordenação Editorial:
swTH Scuzinet Comunicação & Web Editor/Jornalista Responsável:
Godi Júnior - MTB: 43.852/SP Editor Assistente: Thell de Castro
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Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica: Rita Corrêa Produção Fotográfica: Rita Corrêa
Ilustrações: Renato Andrade
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Fotógrafo Responsável: Paulo Marx
SOS BIODIVERSIDADE
PAIS E FILHOS
CRIANÇA OU ADULTO?
Impressão e Fotolito: Gráfica São
Francisco Tiragem: 8.000 exemplares Agradecimento: Fist Agency Models
e Gato Magrela Calçados Infantis
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BEM ESTAR
HOBBY
CONVIVER
CURIOSIDADES DE ESOPO
correspondência Capa 8ª ed. / abril. 2010
DÁ GOSTO FOLHEAR UMA REVISTA COLORIDA, DIFERENCIADA, COM UM PROJETO GRÁFICO REALMENTE INOVADOR. O CONTEÚDO É VARIADO E DEMONSTRA O CUIDADO DA COORDENADORA NA ESCOLHA DOS TEMAS, DOS TEXTOS E DAS FOTOGRAFIAS. A “BEM VIVER” É MAIS UM PROJETO DO PORTE DE TANTOS OUTROS DA PEREIRA ALVIM, MAS NÃO TRANSPARECE O OBJETIVO DE APENAS CONQUISTAR O CONSUMIDOR, E SIM O DE TORNAR NOSSA VIDA MAIS BONITA. PARABÉNS A TODOS DA EQUIPE DA REVISTA E A EMPRESA QUE DÁ SUPORTE PARA A SUA PUBLICAÇÃO. Luiz A.S. Hentz - professor universitário e advogado, e reside em Ribeirão Preto desde 1987.
PRESTO BASTANTE ATENÇÃO NOS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO DE MÍDIA IMPRESSA EXISTENTES EM RIBEIRÃO PRETO, EM ESPECIAL REVISTAS, E FIQUEI SURPRESA AO CONHECER A REVISTA BEM VIVER QUE SE PARECE COM AS REVISTAS NACIONAIS. PERCEBE-SE O BOM GOSTO DA EMPRESA DO COMEÇO AO FIM. PARABÉNS A TODA EQUIPE DA REVISTA E A CONSTRUTORA PELA INICIATIVA DE DAR BOAS NOTÍCIAS. Amanda Santos, 21 anos, estudante de Propaganda e Marketing da Faculdade Unip.
Ana Machado - coordenadora envie seu comentário ou sugestão: redacao@bemviverrevista.com.br
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editorial Respeitar o outro em sua intimidade é tão importante quanto respeitar o ambiente em que vivemos. Por isso, você acompanha também uma reportagem sobre a relação entre o Homem e a natureza. A qualidade de vida é possível mesmo nesse mundo tão agitado. Basta aprendermos com a mãe-terra a tratar com carinho o verde que brota de suas entranhas e os animais que nela andam. São as escolhas de cada um. Tudo está em nossas mãos. Decisões que nem sempre são fáceis de tomar, mas que mostram que temos as rédeas das nossas vidas nas mãos. Façamos, então, uso delas da melhor maneira possível!
DECISÕES
A revista Bem Viver chega em sua nona edição trazendo discussões polêmicas e relevantes. Qual caminho tomar quando a relação entre pais e filhos torna-se conflituosa? Por que esse convívio, em que o amor é a base, passa por turbulências que magoam os dois lados? Talvez seja preciso coragem de ambas as partes para se colocar no lugar do outro e sentir como palavras e atitudes incorporam às vezes formas bélicas, prejudicando o entendimento.
Boa leitura! Sem dúvida, uma boa escolha.
José Roberto Pereira Alvim Diretor da Construtora Pereira Alvim
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gastronomia
CACHAÇA,
a cara do Brasil
A bebida genuinamente brasileira estĂĄ em alta no mundo e conta com ilustres consumidores
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Reconhecida, valorizada e até mesmo festejada por um público seleto e sofisticado, esta é a cachaça tipicamente brasileira. Popularmente apelidada como “água que passarinho não bebe”, a bebida que possui mais de 150 sinônimos, segundo o dicionário Aurélio, passa a fazer parte da mesa de todos os tipos de consumidores. Depois de ser eleita a mais popular do Brasil, a cachaça é destaque em elegantes restaurantes e bares, dando um toque especial a pratos de conceituados chefs de cozinha. Envelhecida, Premium, Extra Premium, independente do tipo, a “marvada”, famosa por seu elevado teor alcoólico, obtida por destilação de frutos, cereais, raízes, sementes, tubérculos e etc., está em alta no momento. Aqui ou no exterior, ela possui consumidores fiéis, movimentando por ano 1 bilhão de reais e mais de 1 bilhão de litros. Paris Hilton e a atriz Jennifer Aniston não cansam de declarar sua paixão pela caipirinha. Apesar de ser um dos destilados mais pedidos nos bares norte-americanos, principalmente pelos apreciadores de tequila, uma barreira ainda bloqueia uma difusão maior da cachaça por lá: é que nos EUA o produto ainda não é reconhecido pelos órgãos responsáveis pela classificação de bebidas e alimentos. Dessa forma, ela é vendida como Brazilian Rum, apesar de o rum ser feito a partir da fermentação de um caldo de cana “cozido’’ e ser produzido nas ilhas do Caribe, enquanto a cachaça é exclusivamente brasileira e feita com cana “crua’’, prensada e fermentada. “Estamos, também, reivindicando a denominação de origem e a elaboração da regulamentação para o produto no exterior”, afirma Leandro Lara, diretor da feira Brasil Cachaça. “Essa situação, em breve, vai mudar. Os governos do Brasil e Estados Unidos estão acertando um acordo para que a gente passe a reconhecer, muito em breve, os bourbons e os tennessee whiskys, como o Jack Daniels, enquanto eles, em retribuição, passarão a reconhecer a cachaça como destilado brasileiro”, explica.
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Origem da cachaça Para entender a história da cachaça é necessário voltar ao início do século XV, quando os portugueses conheceram a cana de açúcar durante suas viagens à Ásia e não tardaram em levar algumas mudas para a ilha da Madeira para, mais adiante, levar a cana para novas terras descobertas no Ocidente. Em pouco tempo, a cana de açúcar se tornou um dos negócios mais lucrativos em terras americanas para os países europeus, dada a crescente demanda por este produto no Velho Mundo para usos gastronômicos. Porém, o “Rei Açúcar” exigia cada vez mais terras e sacrifícios humanos. Milhares de hectares de matas foram destruídos, e como a mão de obra indígena não era suficiente para assegurar a produção, milhares de africanos acabaram embarcados rumo à América para serem escravos nos canaviais. Graças ao suor e ao sangue destes trabalhadores negros, a nobreza europeia podia levar uma vida que, além de confortável, era cada vez mais doce. Nos engenhos onde se obtinha o açúcar, o caldo da cana era depurado em uma enorme caldeira em fogo brando. A espuma formada pelos resíduos da planta era usada como alimento para os animais. Era a cachaça. Só a partir do século XVI, a cachaça, da mesma forma que se fazia com os restos da fermentação do suco da uva, começou a ser destilada com a ajuda de um alambique. Seu primeiro nome foi aguardente de cana e ela era dada aos escravos junto com a primeira refeição do dia para que pudessem suportar melhor o trabalho nos canaviais. Com o passar do tempo, o processo para a obtenção desta aguardente foi melhorando, assim como sua qualidade. Seu consumo cresceu de maneira tão rápida que a Coroa Portuguesa viu perigar a venda de sua aguardente nacional, a “bagaceira”, para as colônias. Em 1635, a metrópole acabou proibindo a venda de cachaça no Estado da Bahia e, quatro anos depois, tentou proibir sua fabricação. No entanto, a cachaça já tinha se tornado a bebida preferida da enorme colônia americana.
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Típica do Brasil (e do mundo) As bebidas possuem, em geral, um ciclo de consumo no mundo. A cada dez anos, uma bebida se destaca no mercado e vira líder em todos os países. O atual ciclo é o da cachaça que tem o Brasil como seu país de origem. Segundo o professor de agronomia da UFPR, Agenor Maccari Jr., que possui várias pesquisas sobre a cachaça, este momento ocorre em função do mercado e da economia atual. Explica-se o alto consumo da bebida no exterior também por estar o Brasil em destaque internacional. “O Brasil é carnaval, futebol e cachaça. Faz parte da identidade cultural do país”, afirma o professor. No mercado interno, vários são os motivos pelos quais os brasileiros consomem o produto. O frequentador do Festival da Cachaça e apreciador da bebida Nestor Romko afirma que seu interesse está estritamente relacionado à culinária. “Gosto de pratos com cachaça, como o linguado, por exemplo”.
Caipirinhas ganham nova cara com mistura de frutas Exóticas e refrescantes, a nossa tradicional caipirinha está ganhando novas versões graças à variedade de frutas que combinam perfeitamente com os destilados usados. Alguns bares e restaurantes estão usando algumas combinações, todas bem gostosas. Confira a receita que o pessoal da Flairs Bartenders preparou especialmente para os leitores da revista Bem Viver:
Caipirinha de limão, maracujá e pimenta rosa Ingredientes: 50 ml de cachaça 1 maracujá ¼ de limão 20 grãos de pimenta rosa Modo de preparo: Colocar as frutas e 2 colheres de açúcar na coqueteleira, macerar tudo, depois colocar 6 pedras de gelo e a cachaça.
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Cachaça na cozinha Uma das características da cachaça é realçar o sabor dos pratos. Vista seu chapéu de mestre-cuca e experimente essas receitas que a Bem Viver traz para você.
Lula Papaia
1 colher de sopa de azeite 180g de lula limpa, inteira ou em cubos, dependendo do tamanho ¼ de mamão papaia em cubos 10g de julienne de pimentão vermelho 10g de julienne de cebola roxa 6g de aipo (só o talo finamente cortado) 30ml de caldo de peixe caseiro Hortelã fresca, sal, pimenta do reino e curry a gosto 50ml de cachaça artesanal para flambar Modo de preparo: Colocar a lula em uma panela bem fechada, com sal e pimenta, em fogo baixo, por aproximadamente 10 minutos. Em outra caçarola já quente, colocar o azeite, os legumes e a lula, em seguida flambar com a cachaça. Temperar com sal, pimenta, curry e caldo de peixe. Acrescentar a hortelã e o papaia. Servir imediatamente acompanhado de arroz branco ou arbóreo. Rendimento: 1 porção Chef Caju - Bistrô Casa do Fogo (Centro Histórico de Paraty)
A Casa do Fogo tem como proposta a gastronomia flambada. Em suas receitas, as estrelas são as cachaças artesanais de Paraty, os frutos do mar da região, ervas e frutas frescas. Este prato conta com a textura delicada da lula, com o doce do mamão papaia e o frescor da hortelã, em uma mistura de sabores especial. Casa do Fogo - Bistrô de flambados www.casadofogo.com.br
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Foto: Casa do Fogo
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Foto: Mario Vendramini
RIBEIRテグ:
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mercado
Cresce o número de visitantes em Ribeirão Preto para participar de shows, feiras e eventos
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A cidade de Ribeirão Preto é considerada um dos principais polos de turismo de negócios e eventos do País, tanto que foi escolhida como destino-referência em turismo de negócios e eventos pelo Ministério do turismo desde 2009. Prova disso é a quantidade de eventos que existem como a Agrishow, o Carnabeirão, a Stock Car, a Feira do Livro, o João Rock, o Ribeirão Rodeo Music, congressos técnicos, entre outros que geram empregos diretos e indiretos. Atualmente, o turismo é considerado um dos segmentos que mais crescem no setor. Os governos apoiam e promovem eventos como parte de suas estratégias para o desenvolvimento econômico, social e marketing do destino. A perspectiva do setor é de que, nos próximos anos, aumente significativamente o número de eventos comerciais, educacionais, esportivos, comemorações históricas, feiras, congressos etc. A concorrência para sediar esses eventos é cada vez mais acirrada, o que exige planejamento e preparação das cidades e dos organizadores. De acordo com a International Congress & Convention Association (ICCA), maior entidade mundial do setor de eventos, o Brasil ocupa a 8ª posição entre os países que mais sediam eventos internacionais. Pesquisas realizadas pela Embratur confirmam que o turista de negócios e eventos gasta mais do que o turista convencional, proporcionando maior impacto econômico local.
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Foto: Duda Bairros
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STOCK CAR Considerada a principal categoria do automobilismo nacional, a Stock Car estará em Ribeirão Preto pelo menos pelos próximos quatro anos, pois o contrato foi fechado até 2014. O evento movimentou números significativos na economia local, não só pelos turistas que vieram para a prova, mas também pelos serviços que foram contratados na cidade pela empresa organizadora. O presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Ribeirão Preto, Carlos Frederico Marques, conta que o final de semana prolongado, seguido pela quinta etapa de Stock Car, realizada em Ribeirão, movimentou o comércio em geral. “O movimento foi muito bom, com cerca de 30% de aumento nas ocupações dos hotéis e um grande aumento no movimento dos bares e restaurantes”.
Foto: Duda Bairros
Esses eventos que movimentam o comércio são reconhecidos pelo presidente da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (ACIRP), José Carlos Carvalho, como iniciativas bem-vindas à cidade. “Notamos um movimento bem maior, muitas pessoas de fora vieram para a corrida e aproveitaram o feriado. Isso significa maior movimento para o comércio, pois são mais consumidores na cidade”, disse. Uma pesquisa realizada durante a Stock Car pela Secretaria de Turismo de Ribeirão Preto, apoiada pela ACIRP e pelo Conselho Municipal de Turismo, mostrou que 39% dos participantes no evento vieram de outras cidades do Brasil (5% de margem de erro), com um gasto médio de R$ 456 por pessoa, movimentando milhões na economia local. Destes turistas, 48% declararam ter efetuado compras no comércio de Ribeirão Preto. O público total do evento ficou acima de 42 mil pessoas. Para quase 95% do público de Ribeirão Preto e 97% dos visitantes que assistiram ao evento, a prova da Stock Car atendeu ou superou as expectativas.
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CARNABEIRÃO Segundo Renato Chaebub, mais conhecido como Tim, um dos organizadores do Carnabeirão, ao longo dos seus 14 anos de existência o evento se tornou muito importante para o desenvolvimento da cidade, movimentando, aproximadamente, R$ 10 milhões em um final de semana, gerando milhares de empregos diretos e indiretos. “O Carnabeirão é uma das maiores micaretas do Brasil, que divulga Ribeirão Preto para todo o País. Com as maiores e melhores bandas de axé do Brasil, o evento, desde 2009, faz parte do Calendário Turístico do Estado de São Paulo. Além disso, fomenta o turismo e a economia, movimentando vários setores”, explica.
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AGRISHOW Outro evento internacionalmente conhecido e que é realizado em Ribeirão há anos é a Agrishow, organizada pela Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos). Durante a semana de feira, são geradas entre 12 mil e 15 mil vagas temporárias e 60% delas contratadas em Ribeirão. São 730 empresas de 45 países que expõem produtos agrícolas. Mais de 150 mil pessoas visitam o local durante o período.
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FEIRA DO LIVRO A Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto é uma das quatro mais importantes do Brasil e uma das maiores a céu aberto do mundo. O evento conta com uma programação artística e cultural variada e gratuita, em um espaço total de 16 mil m². Em sua última edição, a Feira recebeu um público de 408 mil pessoas de 100 municípios da região e de outras localidades do Estado e do País. Foram mais de 600 eventos gratuitos abrangendo literatura e diferentes manifestações artísticas. A Feira do Livro é considerada, atualmente, um grande evento cultural e econômico do país.
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RIBEIRÃO GANHA EM 2011 O MAIOR CENTRO DE CONVENÇÕES E EVENTOS DA REGIÃO A Construtora Pereira Alvim está construindo um Centro de Convenções e Eventos na Avenida Maurílio Biagi. Segundo o gerente de marketing da construtora, Júlio Di Madeo, o objetivo é oferecer um espaço de qualidade e com estrutura para atender grandes eventos que ainda não acontecem na cidade. “Queremos promover grandes feiras de móveis, casamentos, moda, tecnologia, informática, carros, motos, áreas de saúde, decoração, paisagismo, franquias, entre outras”, explica. O Centro de Convenções e Eventos será um dos maiores do interior paulista, com 45.000 m² de terreno, 26.000 m² de área construída e 1.000 vagas de estacionamento. De acordo com o gerente de marketing, o espaço deve estar pronto até o início de 2011. “Quem se interessar em trazer grandes eventos para Ribeirão, pode nos procurar no escritório da Pereira Alvim, que já estamos dando início à organização da nossa agenda anual”, finaliza Madeo.
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HOTÉIS EM ALTA Quem também agradece a quantidade de eventos realizados em Ribeirão é a rede hoteleira. São mais de 50 hotéis e pousadas na cidade. Segundo o gerente geral do Araucária Plaza, Geraldo José Santos, os eventos aumentam em 40% a lotação do flat. “Normalmente, o Araucária Plaza preenche 60% de seu espaço, porém, em épocas de feiras, como, por exemplo, a Agrishow, alugamos todos os apartamentos. Nosso hotel oferece vários diferenciais. Às segundas e quartas, das 19 às 22 horas, temos um show de violão com músicas da MPB. Já às terças, quintas, sextas e sábados temos uma pianista, no mesmo horário, e aos domingos, durante o café da manhã. O Araucária já tem sete anos, mas mantém a aparência de menos de um ano. Somos muito cuidadosos com a sua manutenção”, explica o gerente. O Garden Hotel, inaugurado em outubro de 2009 e localizado na Avenida Maurílio Biagi, 2.727, em frente ao futuro Centro de Convenções e Eventos, já é um grande sucesso em hospedagem. Possui uma ocupação média de 60% e, em épocas de feiras, chega aos 100%. “Para quem estiver vindo participar de um desses eventos em Ribeirão Preto, é necessário que faça a reserva de hospedagem com bastante antecedência, ou então não encontrará um bom hotel para ficar”, aconselha a gerente do hotel, Rose Kutlesa. “Nós, do Garden Hotel, nos colocamos sempre no lugar do hóspede, temos prazer em servir e o trabalho de nossa equipe é minucioso”, acrescenta.
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O relógio não para. O ponteiro insiste em completar rapidamente sua corrida nos sessentas segundos e passar o bastão para o próximo minuto que fará também uma maratona. O dia voa na cidade agitada, embalado ao som de buzinas, freadas, gritos, alto-falantes móveis que vendem um produto, dois produtos, três produtos... A confusão na rua é imensa e mistura-se ao toque do telefone na sala do escritório, ao barulho das máquinas, do teclado de quem digita a cem por hora. Ufa! Como aguentar tanto estresse! Cientistas holandeses concluíram que morar perto de áreas verdes melhora a saúde das pessoas. Acesso ao ar puro e mais oportunidades de relaxamento podem diminuir a incidência de doenças como ansiedade e depressão. O ritmo no campo parece mesmo ser outro. O dia rende mais, o sol demora a se esconder, o descanso aumenta. Sobra tempo para apreciar as belezas naturais, dar atenção à família, andar de bicicleta com o filho, prosear com os amigos. O campo convida para uma vida sem pressa. O jornalista Chico Ferreira fez sua escolha pela paz. Ele reserva metade do terreno de sua casa à área verde. “É delicioso pegar uma fruta direto da árvore plantada no seu jardim. Toda sexta-feira fazemos uma pequena fogueira no local e toda a família se reúne em volta”, diz. Ele ainda afirma que morar perto da natureza é uma forma de compensar a correria diária. “Se você tiver que obrigatoriamente passar por um pedaço de mato, um gramado, ou até mesmo um pequeno jardim para entrar pela porta da frente da sua casa, o seu ritmo desacelera naturalmente e boa parte do estresse evapora no caminho”, completa.
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Fazenda Santa Maria Um grande exemplo de local com aconchego e qualidade de vida pode ser encontrado no novo empreendimento da Construtora Pereira Alvim, a Fazenda Santa Maria. O lugar resgata os valores de antigamente com as facilidades e seguranças de hoje. O projeto valoriza as características originais da fazenda, fundada em 1965, que teve como principal atividade o cultivo do café. A área verde foi uma das principais preocupações do projeto. Já foram plantadas 20 mil árvores no local, com previsão de se plantarem mais 40 mil mudas, realizando um trabalho de reflorestamento e responsabilidade socioambiental. A Fazenda Santa Maria, localizada na Rodovia Anhanguera, no km 298, entre as cidades de Ribeirão e Cravinhos, alia a natureza a uma área comercial diferenciada. Esse centro comercial dentro da fazenda inclui um armazém típico do interior de antigamente, proporcionando uma viagem no túnel do tempo. Alamedas ladeadas por flamboyants centenários, lagos tranquilos, deliciosos recantos, ciclovias e a Capela Sagrado Coração de Maria compõem a paisagem do residencial. Apesar do aspecto rústico, o empreendimento oferece uma completa infraestrutura e todos os benefícios da contemporaneidade. Faça uma visita no local e descubra esse verdadeiro paraíso.
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ROLANDO BOLDRIN O artista, apresentador, cantor, compositor, Rolando Boldrin, nasceu em São Joaquim da Barra, interior de São Paulo, em 1936. Começou sua carreira ainda menino cantando ao lado do seu irmão na cidade de Guaíra. Com 16 anos mudou-se sozinho para a capital paulista. Fez de tudo um pouco, foi sapateiro, garçom, frentista de posto de gasolina, mas seu desejo era cantar, tocar violão e “deitar prosa”. Em 1958, apareceu nas Emissoras Associadas, depois de ter tentado as Rádios São Paulo e Record. Assinou o primeiro contrato como radioator. Fez radionovelas e televisão. Entre os principais trabalhos em novelas estão “Direito de Nascer”; “Alma Cigana”; “O Bem Amado” – primeira versão televisiva, sob a autoria de Dias Gomes e direção de Benjamim Catan; “A Viagem”; “O Profeta”; “Roda de Fogo”, entre outras. Mostrou-se um ótimo ator, tanto que foi convidado pela TV Record, onde apareceu em “Algemas de Ouro” ; “As Pupilas do Senhor Reitor; “Os Deuses Estão Mortos”. Quando a TV TUPI foi fechada, Rolandro Boldrin foi para a TV Bandeirantes, no ano de 1979. Ali fez: “Cara a Cara”; “Pé de Vento”, “Cavalo Amarelo”; “Os Imigrantes”, porém, foi por essa época que Boldrin ganhou nome nacional, sendo contratado pela Rede Globo, onde lançou um programa em que fazia o que mais ama e sabe: tocar violão, cantar e “contar causos”. O nome era “Som Brasil” – Inesquecível programa, que foi a abertura para outros similares. Boldrin depois lançou na TV Bandeirantes: o “Empório Brasileiro” e no SBT, mais tarde, o “Empório Brasil”. Dono de uma musicalidade ímpar e uma enorme simpatia, Boldrin já lançou inúmeros discos. Atualmente, apresenta o programa “Sr. Brasil”, na TV Cultura. O que é Bem viver? A primeira coisa fundamental que vem na minha cabeça é você ter humor, é ele que faz você viver bem. Primeiro você tem que ser otimista para viver bem, se for pessimista não vai conseguir. Toda pessoa implicante não é feliz. Quando a pessoa fala que esse país não vai pra frente, esse cara não é feliz. Eu sou um cara bem humorado, primeira coisa pra mim é rir e rir é o prazer da vida. Sempre entro no palco muito alegre, pois sei que isso transmite coisa boa. Pra mim, bem viver é ser bem humorado e otimista. Como foi ser homenageado pela Escola de Samba Pérola Negra em 2010? Foi incrível e algo muito marcante pra mim. Nunca tinha participado de carnaval de rua para ter uma ideia. De repente, estou eu lá sendo o homenageado em pleno sambódromo. Eles conseguiram resumir toda a minha vida e carreira. Tinha um carro só de São Joaquim da Barra, com fotografias minhas e do meu irmão cantando quando éramos crianças. Foi emocionante, todos os blocos e alas retratavam bem minha vida. E o tema escolhido por eles foi: “Vamos tirar o Brasil da Gaveta”, que é justamente um slogan que criei e registrei como meu. Toda a história foi pesquisada em cima do meu livro, que conta a minha história. Lembro que no dia que o carnavalesco foi levar as fotografias do desfile, cada página foi uma choradeira. Foi aí que comecei a perceber o quanto já fiz ao longo desta carreira. Defina Rolando Boldrin. Acho que já fiz um pouco de tudo na vida. Quando as pessoas me perguntam: você é ator? Respondo que sou. Você é cantor? Sou; Compositor? Sou. Portanto, se fosse para me definir eu falaria que sou um artista, pois faço um pouco de tudo, componho, canto, interpreto e toco.
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história
nos campos DE ARACOARA,
a (na)morada do sol (Nilson Kemura)
Exatamente no centro do Estado de São Paulo, Araraquara situa-se numa importante rota, traçada há mais de dois séculos, entre o litoral paulista e o Centro-Oeste brasileiro. Pelos Campos de Aracoara, “morada do sol” ou “onde mora a luz do dia”, na língua indígena dos Guayanás, muitos apenas passaram; outros tantos, porém, apaixonados, sonhadores, ficaram. Hoje somam mais de 200.000, e fazem de Araraquara uma das cinco melhores cidades brasileiras para se viver. Sempre acolhedora, abriga de simples trabalhadores da terra a estudantes e grandes investidores, cada um com seus sonhos, mas todos compartilhando e construindo juntos o futuro, fazendo da cidade hoje um centro em constante expansão, sem perder a qualidade de vida. Cutrale, Lupo, Nigro, FEMSA (Heineken) são exemplos do potencial de Araraquara. E Unesp, Uniara, Unip, além da futura Universidade de Música e Artes (com projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer) são também nomes de peso que apontam as perspectivas e as apostas para as gerações futuras.
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Araraquara abriga também três shopping centers, além de ser terra natal de empreendimentos de sucesso, como Droga Raia, e de cidadãos ilustres como Ignácio de Loyola Brandão, Fernanda Venturini, José Celso Martinez Correa e Ruth Cardoso. Cidade de 193 anos e em pleno desenvolvimento, atrai também grandes investimentos imobiliários, e empresas da construção civil, como a Arenco, em parceria com a Pereira Alvim, têm sido responsáveis por grandes empreendimentos, inovando e oferecendo oportunidades únicas a todos que desejam morar bem ou trabalhar num ambiente de qualidade superior. Todos esses fatores, conjugados a um clima ameno, têm criado uma infraestrutura moderna e se tornado também um atrativo a todos os que buscam um lugar que alie ótimas oportunidades de crescimento à qualidade de vida que todos buscam cada vez mais. A apenas 84 quilômetros de Ribeirão Preto, Araraquara tem localização estratégica e constitui hoje um importante centro de investimentos no interior, além de excelente opção para os que desejam viver bem. Mãe de histórias de grande sucesso, acolhedora, auspiciosa, vizinha a quem se quer bem. Filha dos antigos Campos de Aracoara, hoje uma mãe, também (na)morada, do sol e de todos aqueles que apostaram e apostam a cada dia em seus sonhos de sucesso, buscando no interior - como seus pioneiros há quase dois séculos -, um espaço para construir a sua própria história.
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faz bem dar uma
ESTICADA
e ficar flexĂvel 62
bem estar
Alongar os músculos e posicionar melhor as vértebras ajudam a prevenir dores nas costas, tensão muscular, problemas circulatórios e enrijecimento nas articulações
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O corpo humano é constituído por 2/3 de músculos estáticos (músculos capazes de lutar contra a gravidade para nos manter na posição bípede) que são sobrecarregados e evoluem facilmente para a rigidez e o encurtamento. Com a correria e o estresse da vida moderna, já é difícil para uma pessoa portadora de uma coluna vertebral quase normal evitar dores na cervical, dorsal e lombar. O que será, então, do indivíduo corcunda ou com hiperlordose lombar? Segundo Philippe Souchard, criador do método RPG (Reeducação Postural Global), as dores na coluna vertebral são o “mal do século” e levam as pessoas aos médicos e fisioterapeutas RPGistas. As sessões são estritamente individuais e com duração de uma hora. Segundo a fisioterapeuta especialista em RPG Denise Fernandes Cotrim de Almeida, é preciso fazer uma avaliação no paciente e sessões semanais. “Trabalhamos em globalidade, sempre enxergando o paciente como um todo, não em partes. O método baseia-se em posturas de estiramento
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de cadeias musculares encurtadas. O objetivo é recolocar o corpo no centro de gravidade ou mesmo fugir de uma dor. Todas as posturas são acompanhadas de um trabalho respiratório”, explica Denise. O que chama a atenção das pessoas é a má postura, tanto em pé quanto sentado, que leva à procura pela RPG. Em pé, a pessoa tende a ficar apoiada em apenas uma perna, entortando a bacia, erguendo o ombro, inclinando a cabeça. O indivíduo que passa muito tempo sentado, seja ao computador ou dirigindo, tende a sentar apoiado no final da coluna, projetando a cabeça para frente, causando enorme desequilíbrio na postura.
Alongamento é essencial O alongamento é importante para prevenir encurtamento muscular, que leva à dor, diminuição de amplitude de movimento e rigidez articular. Além de realizar relaxamento físico e mental com a liberação das endorfinas, alongar evita riscos de lesões musculares e restaura a amplitude dos movimentos, aumentando a circulação sanguínea.
O ato de espreguiçar, além de prazeroso, faz os músculos dos membros superiores e inferiores se alongarem trazendo benefício à circulação sanguínea, diminuindo as dores provocadas por ficar muito tempo em uma mesma posição, além de despertar a mente.
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A s p e s s o a s d e v e m s e a l o n g a r, independente do sexo ou idade e mesmo se não praticarem esportes. O ideal é que se faça o alongamento diariamente. “Observe um cão deitado, antes de começar a andar, ele alonga as patas e a coluna, como se estivesse se espreguiçando, só então ele começa a se movimentar. Tudo é feito por instinto”, destaca a fisioterapeuta.
Dicas de exercícios que podem ser feitos antes de começar a trabalhar ou durante algum intervalo do trabalho:
• Com os cotovelos esticados, braços para frente, dobrar o punho para cima e para baixo, com a ajuda da mão oposta; • Dobrar o cotovelo, colocando a mão atrás da cabeça (pescoço) e com a mão oposta empurrar o cotovelo para baixo; • Inclinar a cabeça lateralmente, como se fosse encostar a orelha no ombro, sem erguer os ombros;
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• Mexer os dedos, abrindo-os e fechando-os;
• Inclinar a cabeça para frente, encostando o queixo no tórax, sem curvar as costas; • Girar o tronco para um lado e depois para outro; • Elevar as duas mãos entrelaçadas e fazer “força” como se quisesse chegar ao teto; • Em pé, dobrar o tronco para frente apoiando as mãos em uma mesa, escrivaninha, deixando a parte de trás da perna e coxa bem retas; • Cruzar as mãos atrás da cabeça e empurrar os cotovelos para trás, abrindo o peito.
Esses exercícios devem ser realizados diariamente, de três a cinco repetições cada um. Quando trabalhar um braço ou mão, não se esqueça do outro lado e fique em cada posição de alongamento de 20 a 30 segundos. “É muito importante o tempo em que se fica na posição, pois muitas pessoas fazem alongamento muito rápido, dando ‘soquinhos’, e isso não resolve nada”, ressalta a fisioterapeuta.
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A Ginástica do Gato
Observe um gato alongando-se. Os gatos são graciosos e coordenados. Instintivamente, eles se alongam para manter os músculos tonificados, as articulações flexíveis. Observe como ele sente o alongamento, testa a tensão, relaxa, algumas vezes boceja, concentra-se no alongamento. Fazer essa “ginástica do gato” levará pouco tempo, sem atrapalhar o seu trabalho. Ao contrário, você se sentirá muito melhor ao longo do dia, ao fim do dia e ao chegar em casa.
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Você estará aumentando sua produtividade e sua qualidade de vida. Você sentirá os efeitos já na primeira semana.
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Pilates: união entre corpo e mente A união entre o corpo e a mente contribui para o desenvolvimento de músculos fortes, alongados e flexíveis. Essa é a técnica do Pilates, método desenvolvido por Joseph Hubertus Pilates, um alemão que quando criança teve doenças como asma, raquitismo e febre reumática. O método Pilates tem seis princípios que são extremamente importantes para a eficiência da técnica: concentração, controle, centro de força (powerhouse), movimento fluido, precisão e respiração. Para a professora de Pilates e pós-graduada em fisiologia do exercício Aline Guedes, é possível aumentar a consciência corporal através da contração do músculo que está sendo trabalhado durante o exercício, aumentando a eficiência do mesmo. “Não temos restrição para idade e sexo, qualquer pessoa pode praticar o método desde que feita uma avaliação médica para o profissional conhecer o histórico familiar do aluno. As aulas são elaboradas de acordo com as necessidades do aluno, com atenção especial se ele possuir desvios posturais”, explica Aline. Conforme Joseph Pilates, respiramos errado e, por isso, acabamos utilizando somente uma fração da capacidade pulmonar. Pensando assim, a respiração torna-se o fator primordial do exercício, sendo o início do movimento a organização do tronco pelo recrutamento dos músculos estabilizadores profundos da coluna na sustentação pélvica e favorecendo o relaxamento dos músculos inspiratórios e cervicais. “A respiração sincronizada com a ação muscular resulta em ganho na ventilação pulmonar, melhorando a oxigenação tecidual e, consequentemente, a capacidade pulmonar. A sensação no final da aula é de bem-estar, relaxamento e um incrível alinhamento de vértebras e articulações”, diz a professora.
Alongue-se: • • • • • • •
No trabalho, para aliviar a tensão nervosa; Enquanto o computador está processando alguma coisa, mesmo que somente por 5-10 segundos; Sempre que se sentir rígido, dolorido ou cansado; Antes ou depois de fazer uma caminhada; Pela manhã, logo após acordar e à noite, antes de dormir; Quando precisar de mais energia; Sempre que quiser se concentrar e dar o melhor de si.
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cultura e lazer
chega de SAUDADE
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A música “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, tem cerca de 170 gravações. É uma das canções brasileiras mais tocadas no mundo, sucesso absoluto da Bossa Nova, ritmo com origem aqui no Brasil e do qual poucos conhecem a história. Em 1949, no Rio de Janeiro, mais especificamente no porão de 140 m² na rua Dr. Moura Brito, 74, jovens músicos, fãs do cantor tupiniquim Dick Farney e de Frank Sinatra, reuniam-se para fazer tocar. Eles se autodenominavam integrantes do “Sinatra-Farney Fan Club”, eram apaixonados pelo jazz americano, e seriam os futuros ícones da música brasileira: Johnny Alf, Paulo Moura, Nora Ney, Doris Monteiro e João Donato. Muita inspiração surgiu dali. Até o próprio Dick Farney integrouse, mais tarde, ao círculo social da sua patota de admiradores no início da década de 1950 e, anos depois, na década de 1960, ele mesmo veio a gravar canções de Bossa Nova.
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Uma batida diferente do violão de João Gilberto Após tirar algumas composições da gaveta, Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes resolveram lançar um disco cuja interpretação musical ficou por conta da cantora Elizeth Cardoso. O tal disco chamaria “Canção do amor demais”, foi lançado em 1958 e fez pouco (para não dizer nenhum) sucesso. Mas o “fiat lux” da Bossa Nova não foram as canções propriamente ditas da dupla Tom e Vinícius. Foi João Gilberto. Seu jeito de tocar violão, que até então era motivo de admiração apenas nos círculos fechados da turma dos músicos cariocas, tornou-se público. No livro “Chega de Saudade”, praticamente um compêndio da Bossa Nova, escrito pelo jornalista Ruy Castro, fica clara a importância de João e do disco de Elizeth Cardoso. “Canção do amor demais” é o disco que inaugurou a Bossa Nova, com João Gilberto acompanhando a cantora em duas faixas (“Chega de saudade” e “Outra vez”), fazendo, pela primeira vez no violão, o que seria chamado de “batida da Bossa Nova”.
Das garrafadas ao Carnegie Hall A Rua Duvivier, em Copacabana, é uma travessa sem saída que Sérgio Porto (conhecido pelo pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta) batizou de Beco das Garrafadas. O nome foi rapidamente simplificado para Beco das Garrafas, e se referia ao hábito dos moradores dos seus edifícios jogarem garrafas vazias nos frequentadores das boates lá embaixo. Nessas boates, vários artistas da Bossa Nova se apresentavam, inclusive o jovem Antônio Carlos Jobim tocando piano. No começo da década de 1960, o estilo musical já era um sucesso na boemia fluminense. A gravadora norte-americana Audio-Fidelity logo percebeu o potencial desses artistas e tratou de organizar um show de Bossa Nova na famosa casa de shows Carnegie Hall, em Nova Iorque
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A tal triagem foi necessária, pois meses antes, quando fora anunciada a épica apresentação no Carnegie Hall, os jornais em peso fizeram aquele conhecido fuzuê que só o brasileiro sabe fazer. Dali em diante, estava instaurada a baderna da Bossa Nova. Não existia um só cantor no Beco das Garrafas que não fosse profissional no assunto. Estava, então, em perigo o nosso mais precioso cartão postal da época. Não era pouca coisa. Eis então que, na manhã de 21 de novembro de 1962, a Bossa Nova em peso, exceto Tom Jobim, desembarcou na “Big Apple” para se apresentar naquela mesma noite (Jobim só apareceria em cima da hora para dar o ar da graça). Estavam lá Luiz Bonfá, Oscar Castro Neves, Agostinho dos Santos, Carlinhos Lyra, Sexteto Sérgio Mendes, Roberto Menescal, Chico Feitosa, Normando Santos, Milton Banana, Sérgio Ricardo, Antônio Carlos Jobim e João Gilberto. Era a consolidação da Bossa Nova, que fincou para sempre sua marca na história.
Dez canções essenciais para entender a Bossa Nova:
NUM DOCE BALANÇO, A CAMINHO DO MAR...”
“OLHA QUE COISA MAIS LINHA, MAIS CHEIA DE GRAÇA. É ELA MENINA, QUE VEM E QUE PASSA,
A triagem dos participantes foi feita por Mário Dias Costa, chefe da Divisão Cultural do Itamaraty, que, por sinal, morava próximo ao Beco das Garrafas e era um ávido apreciador do estilo musical brasileiro. Mário era daqueles que tinha estreitas relações com os executivos das gravadoras musicais da época. Não era qualquer um.
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Chega de Saudade (João Gilberto) Garota de Ipanema (Tom Jobim/Vinícius de Moraes/Norman Gimbel) Ho ba lá lá (João Gilberto) Se todos fossem iguais a você (Vinícius de Moraes) Bim bom (João Gilberto) Samba de uma nota só (Tom Jobim/Newton Mendonça) Águas de Março (Tom Jobim) Wave (Tom Jobim) Desafinado (Tom Jobim) Samba de uma nota só (João Gilberto)
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Bossa Nova atual O legado da Bossa Nova no Brasil está em boas mãos. Nomes como Paulo Jobim, Leila Pinheiro, Bebel Gilberto e Roberta Sá dão o ar da graça no plantel atual. Além deles, temos outras feras no cenário da Bossa Nova atual. Uma delas é Mário Feres, músico radicado em Ribeirão Preto. Nascido em Marília (SP), em 1967, Mário teve sua primeira atuação profissional em 1979. Desde 1982, já ganha seu pão com a música. É instrumentista de piano e violão, compositor, arranjador e produtor musical de formação autodidata. Hoje em dia é um dos grandes nomes da Bossa Nova brasileira e, não raramente, faz participações nas obras musicais de Paulo Jobim (filho mais velho de Tom).
Como você definiria para o público leigo o que é a “Bossa Nova”? Bossa Nova é uma maneira especial de tocar o nosso samba; é fazê-lo com uma estética própria, particular e que passa pelos princípios de sutileza e contenção, Bossa Nova é suave, ao mesmo tempo tem o calor e o suingue do samba sem o volume sonoro de costume. Imaginem uma roda de samba com surdo, tamborim, agogô, ganzá, pandeiro e toda aquela alegria sonora. A bossa nova propõe um som mais contido... piano (em linguagem musical o piano é pouco intenso, o oposto de tocar forte), porém, sem perder o molho, a rítmica; é também extremamente sofisticada e expressiva devido à sua elaboração melódico-harmônica, de onde mais vem a contribuição de Tom Jobim.
Quem mais te influenciou dentro da Bossa Nova? Certamente foi o Tom Jobim, nosso maior compositor popular. Sua música é de uma clareza rara e uma profundidade única; quando resolve fazer a letra também, é o melhor letrista de sua obra, o Tom conseguiu como nenhum outro aliar conhecimento, sofisticação, simplicidade e inspiração. Atributos só encontrados juntos assim na obra de gênios!
Como está a Bossa Nova no Brasil atualmente? No Brasil há uma intensa atividade criativa e o que é mais interessante é que o compositor popular brasileiro além de criativo arrisca muito, daí apareceram tendências e tentativas de várias formas, como a mistura de elementos sonoros eletrônicos e dançantes. Isso é para dar um ar mais “atual”, “jovial” o que muitas vezes leva a resultados que pouco acrescentam e ainda perdem em expressão por conta da mecanização eletrônica da proposta. Por outro lado, há correntes surgidas da Bossa Nova que evoluem muito e viajam o mundo, como o samba jazz, estilo nascido aí nesse berço “bossanovístico” que ganha dia a dia cada vez mais músicos excepcionais e novos, que renovam o repertório, tendências e valores individuais desse estilo.
...Como no dia em que, olhando com ar perdido pela janela, comentou com uma delas: “Olha o vento descabelando as árvores...” “Mas árvores não têm cabelo, João”, ela cometeu o erro de dizer. “E há pessoas que não têm poesia”, ele fulminou, cortante. Conversa entre João Gilberto e uma enfermeira em uma clínica psiquiátrica, quando o pai de João o enviara pensando que seu filho havia enlouquecido ao mostrar o que viria a ser a Bossa Nova. (livro “Chega de Saudade”, de Ruy Castro)
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hobby
BONSAI:
a arte de cultivar ÁRVORE EM VASO
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O cultivo desta planta é objeto de meditação e aprimoramento interior na cultura oriental
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Você já deve ter assistido ao filme “Karatê Kid”, do diretor John G. Avildsen, estrelado por Ralph Machhio e Pat Morita. Provavelmente, lembra-se que o mestre das artes marciais, o Sr. Miyagi, tem algumas árvores pequenas das quais cuida com todo o carinho e cuidado. Essas pequenas árvores são chamadas de bonsai, que significa “plantado em uma bandeja”. Bonsai são árvores, arbustos ou trepadeiras lenhosas em miniatura cultivadas em vasos por meio de técnicas específicas de uma arte que procura manter no pequeno exemplar as mesmas características que a árvore ‘livre’ na natureza possui, até mesmo flores e frutos. Mais do que “pequenas árvores japonesas”, como é popularmente conhecido por aqui, o bonsai proporciona uma interação entre o homem e a natureza em uma combinação de arte e horticultura. Não há documentos oficiais que comprovem a real história do bonsai, mas a versão citada por Fábio Antakly Noronha em seu livro “Cultivando Bonsai no Brasil” é de que o cultivo de árvores em miniatura surgiu na China antes do século XIII, quando os chineses já tinham grande interesse por pedras decorativas e por manter árvores naturalmente miniaturizadas em vasos. Naquela época, o Japão sofreu grande influência da China ‘importando’ o gosto pelo cultivo de árvores em miniatura. Os cultivadores se preocupavam apenas em localizar árvores naturalmente miniaturizadas já existentes na natureza e mantê-las em potes. Esses exemplares eram de grande valor e apenas os nobres os possuíam. No final do século XVI, iniciou-se a prática de trabalhar a forma e os aspectos das árvores e também a miniaturização de um exemplar não miniaturizado. Passou-se da coleta de espécie para o artesanato propriamente dito, tendo o bonsai adquirido suas características atuais no período da Renascença.
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No Brasil, provavelmente o bonsai veio com a imigração japonesa, a partir de 1909. Para Helenir Candido, bonsaista há 23 anos, não há segredos para se cultivar um bonsai. No entanto, deve-se atentar a quatro fatores necessários para se cultivar um bonsai forte. “O sol da manhã é importante, assim como aguar bem a árvore todos os dias. Deve-se também adubar uma vez por mês e a cada dois anos podar 30% das raízes e trocar a terra”, afirma Helenir. De acordo com Marcelo Henriques Martins, professor de português e literatura e que cultiva bonsai desde o início dos anos 1990, a recompensa com esse cultivo é de se sentir artista. “É a alegria de conceber uma obra e realizá-la. Aliás, bonsai pra mim é arte. Claro que tenho cuidados com as plantas enquanto plantas, mas cada uma delas eu vejo como uma peça artística. São esculturas vivas. E eu sou o autor disso, mas um autor que projeta o sentido de beleza da sua arte para natureza, e não pra si. A beleza do bonsai é a beleza da árvore em si”, explica.
Bonsai como terapia Um praticante da arte do bonsai desenvolve muito a paciência, controla melhor o estresse diário e aprende a relaxar. Na cultura budista, o cultivo está amplamente associado aos exercícios de meditação, proporcionando a constante evolução da harmonia do “ser”. Para Guilherme Ventura, que utiliza a prática como relaxamento, essa arte gera uma ótima sensação. “Sintome útil e tenho a minha autoestima elevada. O bonsai é como uma terapia ocupacional pra mim. Lidar com essa planta é, acima de tudo, uma terapia em que o entrosamento com a natureza é essencial”, garante.
Tipos e tamanhos Os bonsais possuem diversos tamanhos. São chamados anões quando não ultrapassam 15 cm e pequenos quando possuem de 15 cm até 38 cm. Há também os médios, com altura entre 38 cm e 76 cm, e os grandes ou gigantes, entre 76 cm e 1,20 m. Existem exemplares menores que 5 cm e outros maiores que 1,20 m, que também são considerados bonsais.
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DICAS PARA CUIDAR DE UM BONSAI A escolha do local O lugar ideal para a colocação dos vasos é uma varanda ou uma janela onde seu bonsai pegue sol pela manhã. Evite ambientes com ar condicionado e colocá-lo sobre eletrodomésticos. Os brotos e as folhas tentam buscar a luz do sol o que pode provocar desequilíbrio na forma da copa do bonsai, portanto, é preciso girar o vaso a cada dois ou três meses, sem mudá-lo de lugar, pois a planta não gosta de ficar de um lado para outro.
Rega e umidade A rega é fundamental para a saúde do bonsai. Os intervalos entre elas determinam a umidade no torrão do bonsai. É a observação e a atenção que vão determinar o intervalo entre as regras. De maneira geral, o horário ideal para regar suas plantas é pela manhã bem cedinho ou no final do dia, com água em quantidade suficiente para vazar pelo orifício de drenagem do vaso. Caso coloque prato ou bandeja, nunca deixe a água acumular no fundo do vaso, evitando o apodrecimento das raízes. Não considere borrifos ou pulverização como rega, a pulverização é benéfica para as folhagens, porém, não dispensa a rega. Em locais em que a água tem muito cloro convém deixar um recipiente aberto para a água descansar por um ou dois dias antes de utilizá-la para regar suas plantas. Caso haja um ressecamento acidental, deve-se então mergulhar o vaso até cobrir toda a terra por no máximo 10 minutos. Viagens com mais de dois dias serão fatais. Retire-os do sol e deixe alguém de sua confiança responsável pelas regas.
Poda Mantenha a forma inicial de seu bonsai, removendo os ramos e brotos que crescerão muito. De maneira geral, sempre que o ramo atingir dez pares de folhas, reduza a dois ou quatro pares, conforme o desenho
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Importante: Algumas plantas perdem sua folhagem no outono, não se desespere, é uma hora para trabalhá-lo.
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desejado. A poda da copa é muito importante para a saúde do bonsai. É necessário criar espaços negativos por entre os ramos e galhos para que o sol penetre dentro da árvore. Se seu bonsai estiver com arames, verifique se o mesmo não está cortando a casca de algum galho. Se for necessário remova-o com alicate de cortar fios. Não tente desenrolar o fio, pois pode partir o galho.
Manutenção O bonsai é uma árvore que, por viver num vaso onde há pouco espaço para suas raízes, necessita de adubos e fertilizantes. No período da primavera até o final do verão, as plantas estão absorvendo nutrientes. Portanto nesta época, num intervalo de 15 ou 20 dias, deve-se aplicar um adubo líquido. Coloque também algum tipo de adubo sólido de lenta decomposição, com pouco nitrogênio. Esteja atento a pragas e doenças, fazendo uma manutenção preventiva a cada 30 dias. Ocorrendo alguma anormalidade, utilize inseticidas de planta. Separe seu bonsai de outras plantas.
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viagem
TOSCANA: sin么nimo de cultura e belas paisagens 87
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A região de Toscana, na Itália, já foi cenário de vários filmes e atualmente também mostra sua paisagem em “Passione”, a novela das nove da Rede Globo. Formada pelas províncias de Florença, Siena, Pisa, Lucca, Arezzo, Grosseto, Livorno, Massa-Carrara, Pistoia, e Prato, a Toscana proporciona ao turista momentos inesquecíveis. “É uma deliciosa experiência percorrer a Toscana pelas estradinhas que cortam olivais, vinhedos e bosques de ciprestes, atravessar vales e colinas, desfrutar de bucólicas paisagens que inspiraram tantos artistas e surpreender-se com uma sucessão de minúsculos vilarejos de ar ainda medieval. Hoje, provavelmente, não há outro lugar no mundo com tal concentração de obras de arte medievais e renascentistas – pinturas, esculturas e impressionantes preciosidades arquitetônicas”, afirma Camila Garnier, agente de turismo. De acordo com Luisa Perez, que mora em Milão e tem um dos blogs mais ricos em informação de turismo, o “Arquivo de Viagens”, San Gimignano, em Siena, é o lugar mais belo e apaixonante da Itália. “Meu coração bateu mais forte por San Gimignano. Que vista maravilhosa! Foi como se estivesse viajado no tempo”, destaca a blogueira. A região de Siena também é lembrada pelo sócio-diretor do grupo Virazóm, Rogério Mott Mari, que ainda inclui a capital Florença como um dos seus locais preferidos. “Florença e Siena impressionam pela riqueza de seus museus com obras de artistas famosos como Da Vinci, Botticeli e Donatello. Nessas províncias, cada pequena cidade ou burgo, como chamam por lá, apresenta uma característica própria e cativante, como as 14 torres medievais de San Gimignano ou os palácios de Montepulciano. Em Siena, qualquer passeio leva à Piazza Del Campo e acho imperdível a subida à Torre Del Mangia, a segunda mais alta da Itália”, diz Mari. Giusepe Contri, professor de italiano, nascido em Florença e morador da cidade por 42 anos, destaca a paisagem do local. “A Toscana é a região mais completa da Itália, pois tem montanhas lindas para esquiar no inverno, mares e praias para o verão, bosques, planícies e muitas colinas, onde estão as melhores plantações de oliveira para a produção de azeite, considerado o melhor do mundo”, diz. Além de azeite, a região produz também vários dos melhores vinhos tintos do mundo e foi berço de grandes artistas. São da província de Florença, o grande poeta e escritor Dante Alighieri, conhecido como o pai da língua italiana por escrever a obra “ A Divina Comédia” na língua mãe em época que só os escritos em latim eram valorizados, e o gênio Leonardo da Vinci. Já Michelangelo é da província de Arezzo, enquanto Puccini, autor de Tosca, La Bohème, Madame Butterfly e tantas outras óperas encenadas no mundo inteiro, é de Lucca. “Sessenta por cento do patrimônio artístico e cultural da Itália se encontram em Toscana”, diz Contri. Outro ponto marcante da região são as ilhas do Arquipélago Toscano. A principal delas é a Ilha de Elba, conhecida por abrigar Napoleão Bonaparte no exílio. Para quem pensa em viajar e conhecer essa maravilha que é Toscana é bom ficar atento à dica climática da agente de viagem Camila Garnier. “Na Toscana, quando é frio, é muito frio, e quando é calor, é muito calor, e não podemos deixar de levar uma camiseta do Brasil, porque eles gostam muito dos brasileiros”.
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CONHEÇA ALGUMAS PROVÍNCIAS: Florença Um dos símbolos da cidade é a cúpula do Duomo, construída em 1464 e projetada pelo até então desconhecido Brunelleschi, que ficou famoso por essa obra, apesar de ter sido ridicularizado pelos consagrados arquitetos da época. Foi a maior estrutura construída sem andaimes e é parte integrante da quarta maior igreja da Europa, a igreja de Santa Maria Del Fiori. Florença é considerada capital mundial da cultura, berço do Renascimento. Curiosidade: O interior da cúpula de Duomo é todo decorado com afrescos, representando o Juízo Final.
Siena Em Siena, os principais pontos turísticos amontoam-se num labirinto de ruas e alamedas estreitas ao redor da Piazza del Campo, que tem forma de leque, uma das maiores praças medievais da Europa. Curiosidade: A rivalidade entre as paróquias são relembradas no Palio, quando os moradores demonstram lealdade à paróquia onde nasceram. Ao andar pelas ruas, pode-ser ver o símbolo do animal de cada paróquia em bandeiras, placas e relevos.
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Pisa Nesta província, o grande destaque é a Torre, cujo nome é o mesmo do lugar: Torre de Pisa. Ela fica na Praça do Campo dos Milagres, onde foi construído um complexo religioso: o conjunto da catedral da cidade.
San Gimignano Conhecida principalmente pela sua arquitetura medieval e pelas torres que, na época, simbolizavam o poder e a riqueza das famílias e que ainda hoje encantam milhares de turistas. San Gimignano é uma verdadeira atração para os turistas aproveitarem e sentirem o clima e o ar medieval. Quem vai a San Gimignano não pode deixar de subir nas torres, tomar a famosa vernaccia (vinho típico desta província) e passar na Gelateria di Piazza, premiada por fazer o melhor sorvete da italiano.
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O surgimento de novas espécies e a recuperação da biodiversidade podem levar milhões de anos
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Ao longo de bilhões de anos de evolução, a vida espalhou-se pela Terra e se diversificou, resultando nas mais variadas formas de seres vivos. Durante esses anos, as relações entre as espécies foram se estabelecendo e atingindo um equilíbrio dinâmico que permite a coexistência de vários organismos que atualmente habitam nosso planeta. Ao longo das eras, várias espécies novas surgiram e outras tantas desapareceram. Estimase que somente entre 2 a 4% de todas as espécies que surgiram vivem atualmente. Os motivos variam caso a caso, tais como mudança de clima, esgotamento de recursos, surgimento de novas espécies mais fortes que ocupam o mesmo habitat e catástrofes naturais. A ciência detectou nos registros geológicos muitos episódios de aumento de taxa de extinção ao longo dos anos de história da evolução dos seres vivos. Alguns deles são marcantes por altas taxas de extinção e são chamados de extinção em massa. De acordo com o biólogo Nino Amazonas, coordenador do Programa de Conservação em Áreas Privadas – Associação Mico-Leão-Dourado, a ciência tem registros de três extinções em massa, com o desaparecimento de grandes números de espécies. “A mais conhecida dessas extinções data do final do período Cretáceo, que se acredita ter sido causada pela queda de um asteroide que abriu uma enorme cratera na atual América Central, e resultou na extinção dos dinossauros, há aproximadamente 65 milhões de anos”, explica o especialista. Atualmente, a biodiversidade sofre uma crise global e a principal ameaça às demais espécies é chamada Homo sapiens. Isso mesmo: a espécie humana. A maneira como a população humana ocupa e altera a superfície da Terra tem causado enormes perdas de biodiversidade. As principais ameaças resultantes da ação humana são decorrentes da diminuição e degradação de habitats naturais, da introdução de espécies exóticas, da superexploração do meio e também das mudanças climáticas. Desmatamentos, expansão das fronteiras agrícolas, crescimento desordenado das cidades, e as diversas formas de poluição são exemplos claros de como os seres humanos têm transformado ambientes naturais equilibrados e biodiversos em ambientes alterados, desequilibrados e pouco diversos. Dentre algumas definições possíveis, podemos considerar uma espécie extinta quando não mais encontrarmos vivo um indivíduo pertencente a ela. Se
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houver indivíduos da espécie apenas em zoológicos, mas não em seus habitats naturais, considerase a espécie como extinta na natureza. A IUCN (sigla em inglês para União Internacional pela Conservação da Natureza) divulga regularmente a Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas de todo o mundo. No Brasil, o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, uma publicação do Ministério do Meio Ambiente, é uma boa fonte de consulta que traz uma lista com várias informações sobre cada espécie. Embora essa importante publicação liste os animais ameaçados de extinção, não devemos esquecer todos os outros grupos de seres vivos, como plantas, fungos e bactérias que também são ameaçados de extinção. Temos exemplos bem conhecidos de animais ameaçados de extinção no Brasil, como o Micoleão-dourado (Leontopithecus rosalia), as tartarugas marinhas, o Peixe-boi-marinho (Trichechus manatus), o Muriqui (Brachyteles sp.), a Ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), a Preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus), o Guariba-de-mãos-ruivas (Alouatta belzebul ululata), a Tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), entre outros. Os esforços para conservação dessas espécies, por meio da atuação de organizações como a Associação Mico-Leão-Dourado, o Projeto Tamar e o Projeto Peixe-boi-marinho, entre outras importantes instituições, foram e ainda são de extrema importância para assegurar a existência dessas espécies, beneficiando, paralelamente, várias outras através da conservação do habitat natural de cada uma delas. Proteger a biodiversidade é manter o bem-estar do ser humano. “Além do simples direito à vida e da importância óbvia de um ambiente diverso para o equilíbrio da vida na Terra, outras razões mais diretamente relacionadas ao bem-estar dos seres humanos fazem da redução da perda da biodiversidade um tema urgente e de extrema importância. Ambientes naturais preservados nos prestam vários serviços de valor inestimável, a exemplo da regulação do clima e do ciclo hidrológico, asseguram a estabilização dos solos, a ciclagem de elementos químicos, etc. Na riqueza dos incontáveis compostos químicos presentes nos diferentes organismos vivos pode residir a cura para várias doenças”, explica o biólogo Nino Amazonas. Segundo o especialista, na diversidade genética das espécies podem estar genes necessários para importantes avanços tecnológicos. “Enfim, são inúmeras as razões para querermos um planeta equilibrado e biodiverso. Cada espécie tem uma bela e longa história de evolução, adaptação, e luta pela sobrevivência para estar aqui, convivendo conosco hoje. Precisamos aprender a respeitar e admirar isso. É papel das grandes organizações internacionais, de cada país, Estado, cidade, mas também de cada ser humano lutar pela biodiversidade, faça sua parte”, ressalta. A história mostra que o tempo necessário para o surgimento de novas espécies e a recuperação da biodiversidade após um episódio de extinção em massa é da ordem de 5 a 20 milhões de anos. Na escala humana de tempo, cada extinção significa uma diminuição definitiva e eterna da biodiversidade, uma perda no valor inerente da biosfera, independente do interesse ou convicção de indivíduos.
Sites interessantes: www.mma.gov.br/portalbio http://www.iucn.org/
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incentivo social
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Pais e filhos passam por ciclos semelhantes, porém, em momentos diferentes, vivendo uma relação delicada
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Artigos acadêmicos cada vez mais se dedicam à relação pais e filhos, analisando a reestruturação dos laços familiares dentro do mundo globalizado em que um torvelinho de mudanças atinge as vidas pessoais. A época atual exige uma relação mais participativa de pai e de mãe na vida do filho, diminuindo a distância entre aquele que manda de quem obedece. São tempos modernos em que a individualidade do filho deve ser respeitada. Como dito em um poema de Gibran Khalil Gibran: “Vossos filhos não são vossos filhos. São os filhos da ânsia da vida por si mesma. Vêm através de nós, mas não de vós e, embora vivam conosco, não vos pertencem”. É com base nessa premissa que os pais tentam hoje aproximar-se do filho mais como amigos que como mantenedores. A psicóloga e mestre em educação Cássia Cristina da Silva Almeida Nunes afirma que o crescimento dessa relação acontece quando pais e filhos estão abertos para o aprendizado. “Não existe espaço para senhores do absoluto ou donos da verdade”. Ela acrescenta que os pais devem estar atentos às mudanças naturais do filho. “É preciso entender que os filhos passam por ciclos. A cada etapa, ele necessita de habilidades específicas dos pais. Cada fase tem uma beleza e necessidades próprias”. Essas necessidades são definidas em três etapas. Na infância, o filho tende a copiar tudo o que os pais fazem e tomam as atitudes deles como exemplos de vida. Na segunda etapa, que se dá na adolescência, acontece a confrontação, a busca pela própria identidade, pela autoafirmação como ser humano, e, muitas vezes, o adolescente se rebela contra os pais. A psicóloga Caroline Zago Rosa faz um alerta aos pais. “Boa parte da revolta dos adolescentes deve-se à contradição na forma de agir dos adultos. Muitos pais querem dar a impressão de liberdade absoluta para o filho, porém, quando esse vai reivindicá-la, esses mesmos pais o tolhem. Daí vem a revolta”, explica. A terceira etapa manifesta-se por volta dos 30 anos de idade, quando volta a existir um equilíbrio na relação. “Nesse ciclo, o indivíduo percebe que a felicidade depende dele mesmo e de sua capacidade de compreender a vida. Então ele se volta para seus pais, pois, nessa fase, muitos já têm filhos e percebem a necessidade de uma boa convivência familiar”, diz a psicóloga Cássia Cristina. A confiança nessa relação é a chave para o entendimento. Para tanto, os pais devem mostrar aos filhos que não são infalíveis, que se magoam, que se frustram, e, que apesar de não serem super-heróis, podem sim ajudar os filhos em seus medos e suas ansiedades. Portanto, deve ser o diálogo a base dessa relação.
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De geração em geração Pai de três filhos (o mais velho com 38 anos, o do meio com 36, e o caçula com 32), o engenheiro químico, professor universitário e presidente da Sociedade de Defesa Regional do Meio Ambiente (Soderma), Paulo Finotti, acredita que além do amor aos filhos, existem responsabilidades. “Temos de compreendê-los à medida que crescem e ensiná-los a viver, a participar da sociedade. Ser pai não é simplesmente soltar os filhos no mundo”, diz Finotti. O filho mais novo de Finotti é o único que ainda mora com o pai. “Nunca tivemos problema, pelo contrário, vivemos em perfeita harmonia. Há uma espécie de cumplicidade que vai desde a troca de informações até a convivência de algumas horas diárias”, comenta o engenheiro. Finotti afirma que não havia essa cumplicidade entre ele e seus pais. “Quando era jovem, o aprendizado era sempre do mais velho para o mais novo. Hoje há uma grande troca de informações entre a geração de nossos filhos e netos. Uns ensinam via conhecimento adquirido, vivido, outros ensinam ‘la nave va’”. Leonardo Pontes, 33 anos, tem um escritório de advocacia com o pai Roberto Seixas Pontes. Ele acredita que a relação entre pais e filhos deve ser baseada na amizade. “ Não concordo com o texto do Millôr Fernandes o qual diz que ‘ pais e filhos não foram feitos para ser amigos. Foram feitos para ser pais e filhos’. Sou mais o texto de Mário Quintana que afirma: ‘a amizade é um amor que nunca morre’. Amor que nunca morre é o existente entre pais e filhos, que foram, sim, feitos para ser amigos, eterna e incondicionalmente amigos”, conclui Pontes.
Ajuda aos pais O Lar Padre Euclides cuida de 100 idosos. Sem condições psicológicas ou financeiras, essas pessoas foram deixadas pelos familiares e precisam de dedicação diária. Desde 1919, o Lar Padre Euclides tem oferecido moradia, alimentação, atendimento médico e odontológico, medicamentos, recreação, laborterapia e, acima de tudo, carinho e atenção. A instituição não visa lucros e se mantém de doações as quais, ultimamente, não têm sido suficientes. Colabore com qualquer quantia:
Banco Bradesco Agência: 0444-8 Conta Corrente: 071978-1 Titular: Lar Padre Euclides.
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Existem várias músicas que abordam a relação entre pais e filhos. Confira trechos de três sucessos:
“Pais e Filhos” - Renato Russo “Você culpa seus pais por tudo Isso é absurdo São crianças como você O que você vai ser Quando você crescer?”
“Como Nossos Pais” - Belchior Minha dor é perceber Que apesar de termos Feito tudo, tudo, Tudo o que fizemos Nós ainda somos Os mesmos e vivemos Ainda somos Os mesmos e vivemos Ainda somos Os mesmos e vivemos Como os nossos pais...
“Pai” - Fábio Jr. Pai! Pode ser que daqui a algum tempo Haja tempo prá gente ser mais Muito mais que dois grandes amigos Pai e filho talvez... Pai! Pode ser que daí você sinta Qualquer coisa entre Esses vinte ou trinta Longos anos em busca de paz...
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“VOCÊ FAZ PARTE DESSE CAMINHO, QUE HOJE EU SIGO EM PAZ”
nem adulto,
NEM CRIANÇA nossos adolescentes, hoje
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O adolescente encontra-se num estado de forte turbulência por ser essa uma passagem que se dá intensamente e em planos múltiplos: o corpo modifica-se de maneira quase abrupta; as relações sociais, até então protegidas pelo meio familiar, ampliam-se e se estendem por um universo desconhecido, que muitas vezes requer dele experiências difíceis de serem metabolizadas; as exigências cognitivas também se transformam, e podem parecer muito maiores do que seriam porque essa mente encontra-se naturalmente muito ocupada por intensidades emocionais difíceis de suportar. Em meio a esse caos que assola normalmente o adolescente em vários aspectos de seu desenvolvimento, sua mente encontra-se ocupada (na maior parte das vezes sem que ele o saiba), em digerir experiências emocionais anteriores, do período de sua infância, que permaneceram sem compreensão ou sem significação. É preciso muita energia psíquica para que o adolescente dê conta dessas árduas tarefas, que se apresentam todas ao mesmo tempo, sem aviso prévio, e somente com algumas poucas vantagens. Ele tem que empreender a difícil tarefa de se “separar” de sua família, no sentido psíquico, e acreditar que isso é importante, sem lesar suas origens. Esse é um tratado que em geral ocorre sem acordos de ambas as partes. Os pais estão empenhados em fazer cumprir valores e regras, enquanto ele é impelido a escolher “um nome”, uma identidade própria. E nem sempre a que ele escolhe corresponde àquela que seus pais e familiares lhe ofereceram e esperam que ele cumpra.
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ser teen
por Maria Lucimar Fortes Paiva
A
Adolescer, pela própria origem da palavra, é o estado do que está em crescimento, que inicia seu florescimento, mas ainda não se desenvolveu com todo seu vigor. Mas implica também, por definição, o que pode cair enfermo, adoecer. Pode parecer uma contradição, porém essas definições representam muito bem a ideia de que todo processo de crescimento e desenvolvimento tem seus pontos de “viragem”, seus momentos de vulnerabilidade. Assim é com o adolescente em sua faixa cronológica. Assim também encontramos as fragilidades ao nascimento, na vida adulta, e em outras etapas do desenvolvimento.
Seu mundo mental nesse momento ocupa-se em realizar os lutos pelas perdas do corpo infantil, que agora se transforma num projeto de corpo adulto, sem ainda ter sua configuração. Estão ocupados com o necessário luto pelos pais fantasiados como perfeitos, ideais, que eles sentiam ter na infância. Não veem mais os pais herois, que sabem tudo, que “têm a força”, mas começam a descobrir suas fraquezas, seus enganos e incertezas. Os pais, por outro lado, resistem bravamente a essa mudança de perspectiva, porque todos somos originalmente imbuídos do desejo de sermos os ideais.
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Tudo isso os angustia tanto, que se torna insuportável, e eles, os adolescentes, com muita frequência se protegem inconscientemente dessas turbulências gerando outras turbulências, externas, como os embates com os pais ou outras figuras de autoridade, testes de limites (poder, destrutividade, autonomia enganosa, liberalidade) que em algumas situações podem levar a desfechos catastróficos. Outros desenvolvem um estado depressivo, ou outras formas mais graves de manifestação emocional de que algo está em excesso em seu mundo mental.
Nossa cultura atual, embora tenha trazido muitas evoluções que nos privilegiam e também aos nossos adolescentes, não colabora com eles em muitos aspectos. As ofertas de informação suplantam muito as condições para digeri-las, e ao mesmo tempo criam exigências que, se não forem cumpridas, excluem o adolescente de seus grupos sociais. Criamos indivíduos “obesos de informação e famintos de sentido”, porque nem mesmo nós, adultos, conseguimos digerir o universo de bombardeios informativos a que somos expostos. O tempo que se disponibiliza em recolher dados é muitas vezes maior do que aquele que se despende para refletir sobre o que de fato eles significam, sejam esses notícias ou conhecimentos sobre alguma área do saber. Isso diminui também o tempo de que podemos dispor para aquelas conversas que se diz “pra jogar fora”, mas que podem ser tão proveitosas para se conhecer melhor o que pensa um grupo e a família sobre questões cotidianas. São ocasiões importantes para se aperceber como estão convivendo essas pessoas, para se poder transmitir e trocar experiências e valores.
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Nossa sociedade vem refletindo uma cultura narcísica, com preocupação voltada para interesses individualistas, pouco acolhedora do nosso universo emocional. A valorização do outro se dá por aspectos concretos, em geral aspectos materiais, ligados à obtenção de prazer imediato. Ou seja, não existe um outro como tal, mas “etiquetas” que se colam para categorizar e discriminar, como se elas indicassem afinidades e valores permanentes. Nesse universo pretendemos que nossos adolescentes desenvolvam suas identidades! Penso que nossa maneira de viver o mundo atualmente necessita de muita reflexão. Não se trata de acreditar que antigamente tudo era mais certo e melhor, incluindo a educação dos filhos. Mas sem dúvida estamos sendo compelidos a essa reflexão pelas nossas crianças e adolescentes de hoje, que vêm nos declarando através de suas exuberantes e frequentes manifestações de abalo emocional que algo precisa ser revisto. E não é necessário seguir tão longe para nos apercebermos das incoerências, de que algo anda esquisito, por exemplo, quando tantas leis são necessárias para proteger crianças, idosos, natureza, e assim por diante. Não deveríamos proteger por amor? É certo que desde que se tem notícia de mundo as leis são necessárias para nos proteger de nós mesmos, de nossos impulsos mais primitivos. Mas onde está então esse ser aculturado, evoluído que pensamos ser? Falta muito, a meu ver para nos considerarmos evoluídos, detentores de algum saber inolvidável. Penso que muitas vezes não conseguimos nos colocar no lugar de nossos adolescentes, e olhar com esse interessante olhar indignado, crítico, ou assustado para as contradições da nossa cultura porque não podemos rememorar as nossas indignações. Porque o custo desse olhar indignado é alto, desacomoda e poderia gerar em nós um renascer de muitas questões com as quais não suportamos mais lidar, ou acreditamos ter lidado por tempo suficiente, mas com pouco resultado. Poder olhar, escutar um adolescente como quem se olha em outro tempo, tentando de fato recordar o que sentíamos nós adultos nessa fase pode contribuir muito para melhor compreendêlo. Não tomar uma confortável distância e considerar que “no meu tempo não era assim”, pode ser um primeiro passo em direção a uma ajuda efetiva para nos apercebermos da sobrecarga que o nosso mundo atual gera para esses adolescentes: excesso de estimulação cognitiva, pouca disponibilidade de companhia que lhe sirva realmente de referência e limites, sobrecarga pelas exigências de desenvolver determinadas habilidades. E, além de tudo, realizar todos esses requisitos sem sofrimento mental, outra exigência muito frequente! Entristecer-se, sofrer por indignação, por amor, ou por descobertas incômodas, porque se percebe um ser no mundo separado física e psiquicamente, não é denegrimento ou patologia, mas uma forma natural de entrar em contato com a sua essência, de integrar-se, e poder daí criar. Ao contrário disso, exigir bem estar, felicidade e alegrias constantes é a tônica do culto às manias, presente em manifestações patológicas tão conhecidas nossas nos dias de hoje: compulsões, drogas, ausência de limites. Penso, então, que para podermos refletir sobre nossos adolescentes precisamos compreendê-los como um ser em processo de crescimento, que eles não podem ser hoje o que eles estão se preparando para ser num futuro próximo. O futuro deles como adultos maduros não pode ser o presente, hoje. E vejo como fundamental que nós, adultos hoje, possamos acreditar que o nosso passado adolescente pode ter sido diferente na forma de nossas manifestações, mas com as invariantes angústias de quem cresce, se transforma, floresce, e teme o tão almejado e desconhecido mundo adulto.
Maria Lucimar Fortes Paiva é Psicanalista da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Ribeirão Preto, Filiada à International Psychoanalitical Association (IPA), Docente de Psicologia Clínica (Psicanalítica) do Departamento de Psicologia e Educação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto-USP.
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por Renata Canales
O segredo das mãos
Nada mais sensual que as mãos, pensou. Talvez, na verdade, os dedos. Extremidades do corpo que guardam na característica alongada a procura pelo outro. Lembrou-se da cena de um filme de época em que os personagens de um romance proibido, explodindo-se em desejos, encontram-se dentro de uma carruagem, e não suportando mais tanta paixão, arrancam das mãos a luva que lhes tirava a maciez da pele e como dois amantes que se amam pela primeira vez, tocam-se nos dedos. E naquele instante eles se reconhecem a si mesmos, entendem a dimensão daquele amor e a necessidade deste sentimento à vida deles. Será possível tamanho romantismo no cotidiano que tira os sonhos? Olhou para as próprias mãos. Eram magras, pequenas e algumas manchas já revelavam a idade de quem viveu o suficiente para saber o que é o amor, de quem perdeu o que lhe era caro por bobagens que o egoísmo e a vaidade impõem. Fechou-as por alguns segundos e sentiu o frio das pontas dos dedos. Temperatura de solidão, geleira da alma. Esfregou uma mão contra a outra e procurou naquele atrito um pouco de calor. Era quase madrugada e refletia sobre esta importância das mãos deitada na cama, a mesma que já fora testemunha de beijos, abraços, tapas, tiros, decepção, e que com fidelidade mantinha serventia sem tocar no passado, um tempo em que a dona que ali estava ainda não sabia do segredo que estes membros do corpo aprisionam. Outros escudeiros no quarto também lhe garantiam solidariedade. O teto continuava a olhá-la com a mesma compreensão de antes, a ouvir calado e paciente todas as confissões que lhe eram confiadas. As paredes sempre prontas para o apoio necessário, o tapete a postos para esquentar-lhe os pés, o criado-mudo a segurar suas lembranças imortalizadas em imagens colocadas em dois pequenos porta-retratos. O lugar era-lhe seguro, propício a reflexões como esta sobre as mãos. Pôs-se a deslizar pelo corpo aqueles dedos femininos como se não fossem seus, a buscar a calma encontrada apenas no carinho. Mas veio-lhe a dor de estar sozinha. Dedos são para se entrelaçar com outros diferentes. Levantou-se aturdida e sabia que era preciso tomar atitudes. Pegou o telefone. Sentiu o contato com o mundo exterior através do aparelho. Apertou oito números preciosos. Esperou a voz conhecida do outro lado atendê-la. Pediu, então, a volta, o abrigo dos braços, implorou chances, prometeu mudanças. Contou-lhe sobre a descoberta das mãos, da necessidade que tinha das dele, da impossibilidade de viver com os dedos gelados. E nessa enxurrada de pedidos demorou a perceber que a voz não saía, e que do outro lado, esse alguém não lhe ouvia. Então, sufocada, uniu as mãos em uma prece e rogou para que a Mão Divina a acolhesse. E assim, com os dedos entrelaçados, adormeceu em suas lágrimas, com a esperança de no dia seguinte não acordar com as mãos vazias.
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- Senhor, o mal existe? O professor respondeu: - Claro que sim! Lógico que existe. Deus criou tudo, logo, Deus fez o mal. O mal existe, então Deus é mau. Com um sorriso no rosto, o estudante Albert Einstein, no início do século XX respondeu: -O mal não existe, senhor, pelo menos não existe por si mesmo. O mal é simplesmente a ausência do bem, o mal é uma definição que o homem criou para descrever a ausência de Deus. Deus não criou o mal. Não é como a fé ou como o amor, que existem como existem o calor e a luz. O mal é o resultado da humanidade não ter Deus presente em seus corações. É como acontece com o frio quando não há calor, ou a escuridão quando não há luz. Aprendi muito com Einstein. Deus não joga dados com o universo. A coincidência é a forma escolhida por Ele para permanecer anônimo. Procurei ser uma pessoa de valor, em vez de ser uma pessoa de sucesso. Em meus momentos de crise, vi que só a imaginação é mais importante que o conhecimento e que a pessoa esclarecida resolve um problema e o sábio o evita. Sempre podemos lutar pelo que amamos e sempre há tempo para recomeçar a cada momento, renovando. Não há como reciclar o tempo. Acredite, não posso mais sentar à beira do caminho e esperar que a vida passe para eu embarcar. A derradeira estação vai chegar a qualquer momento e tenho de estar vivo, nela, para desembarcar em paz. Iniciei um novo projeto de viver. Onde queria chegar? Olhei para o alto, sonhei, desejei o melhor, ansiei o bem e o bom, pois o cosmo traz o que desejamos! Pensando pequeno, o pequeno virá. Se pensamos firmemente o melhor, o positivo e lutamos por alcançá-lo, o melhor virá! Sofri muito neste período? Foi aprendizagem. Chorei muito? Foi limpeza da alma. Se amaldiçoei? Foi para saber perdoar. Ódio é a ausência total do amor! Senti solidão em alguns momentos porque fechei a porta. Pensei que tudo estava perdido. Foi simplesmente o início da melhora. Olhei ao redor e vi muita gente esperando meu sorriso para aproximarem-se mais de mim! Cheguei ao dia da grande limpeza mental. Tirei tudo que me prendia ao passado e que machucava. A impureza se foi, limpei o coração, preparei-me para a nova vida, para o novo amor, já que estava só. Apaixonado, sou capaz de amar por ser sua manifestação! Determinei caminhos que não preveem volta. Gosto muito do provérbio bíblico: “O mal não é o que entra, mas o que sai da boca do homem”. Na sua doutrina, a Física Quântica, confere às palavras o poder de ratificar ou transformar a realidade como partículas de energia construindo o comportamento humano. O amor é lei da vida. Sem amor, a inteligência nos faz perversos; a justiça, insensíveis e vingativos; a diplomacia, hipócritas e o êxito, arrogantes. A riqueza sem amor nos faz avaros, a beleza nos faz ridículos e a autoridade, tiranos. Trabalho sem amor nos faz escravos, a oração nos faz calculistas e a simplicidade nos deprecia. A lei sem amor nos escraviza, a política nos faz egoístas. A fé sem amor nos torna fanáticos. A vida sem amor... Bem, sem amor a vida não tem sentido...
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conviver
por Regis Vianna
Deus não criou o mal!
por Felício Bombonato
A história dos irmãos João e Mário
João é um importante empresário. Mora em um apartamento de cobertura, na zona nobre da cidade. Enquanto isso, em bairro mais pobre de outra capital, vive Mário. Num belo dia, João deu um longo beijo em sua amada e fez em silêncio a sua oração matinal de agradecimento a Deus pela sua vida, seu trabalho e suas realizações. Após tomar café com a esposa e os filhos, João levou-os ao colégio e se dirigiu a uma de suas empresas. Chegando lá, cumprimentou com um sorriso os funcionários, inclusive Dona Tereza, a faxineira. Tinha ele inúmeros contratos para assinar, decisões a tomar, reuniões com vários departamentos da empresa, contatos com fornecedores e clientes, mas a primeira coisa que disse para sua secretária foi: “calma, vamos fazer uma coisa de cada vez, sem estresse”. Ao chegar a hora do almoço, ele foi para casa curtir a família. À tarde, tomou conhecimento que o faturamento do mês superou os objetivos e mandou anunciar que todos os funcionários teriam gratificações salariais no mês seguinte. Apesar da sua calma, ou talvez, por causa dela, conseguiu resolver tudo que estava agendado para aquele dia. Como já era sexta-feira, João foi ao supermercado, voltou para casa, saiu com a família para jantar e depois foi dar uma palestra para estudantes, sobre motivação para vencer na vida. Enquanto isso, em bairro mais pobre de outra capital, vive Mário. Como fazia em todas as sextas-feiras, Mário foi para o bar jogar sinuca e beber com amigos. Já chegou lá nervoso, pois estava desempregado. Um amigo seu tinha lhe oferecido uma vaga em sua oficina como auxiliar de mecânico, mas ele recusou, alegando não gostar deste tipo de trabalho. Mário não tem filhos e está também sem uma companheira, pois sua terceira mulher partiu dias antes, dizendo que estava cansada de ser espancada e de viver com um inútil. Ele estava morando de favor, num quarto imundo no porão de uma casa. Naquele dia, Mário bebeu mais algumas, jogou, bebeu, jogou e bebeu até o dono do bar pedir para ele ir embora. Ele pediu para pendurar a sua conta, mas seu crédito havia acabado, então armou uma tremenda confusão e o dono do bar o colocou para fora. Sentado na calçada, Mário chorava pensando no que havia se tornado sua vida, quando seu único amigo, o mecânico, apareceu, e, após levá-lo para casa e curar um pouco o porre, ele perguntou a Mário: “Diga-me, por favor, o que fez com que você chegasse até o fundo do poço desta maneira?”. Mário então desabafou: “A minha familia. Meu pai foi um péssimo exemplo. Ele bebia, batia em minha mãe, não parava em emprego nenhum. Tínhamos uma vida miserável. Quando minha mãe morreu doente, por falta de condições, eu saí de casa, revoltado com a vida e com o mundo. Tinha um irmão gêmeo, chamado João, que também saiu de casa no mesmo dia, mas foi para um rumo diferente, nunca mais o vi. Deve estar vivendo desta mesma forma”. Enquanto isso, na outra capital, João terminava sua palestra para estudantes. Já estava se despedindo quando um aluno ergueu o braço e lhe fez a seguinte pergunta: “Diga-me, por favor, o que fez com que o senhor chegasse até onde está hoje, um grande empresário e um grande ser humano?”. João emocionado, respondeu: “A minha família. Meu pai foi um péssimo exemplo. Ele bebia, batia em minha mãe, não parava em emprego nenhum. Tínhamos uma vida miserável. Quando minha mãe morreu, por falta de condições, eu saí de casa, decidido que não seria aquela vida que queria para mim e minha futura família. Tinha um irmão gêmeo, chamado Mário, que também saiu de casa no mesmo dia, mas foi para um rumo diferente, nunca mais o vi. Deve estar vivendo desta mesma forma”.
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por Magno Bucci
“Menor que meu sonho, não posso ser”(Lindolf Bell) Uma velha e sempre providencial história... Um estava na esquina, encostado à parede. Encolhido e quieto, sem nada para ser notado. Era um comum. O Outro andava pela calçada. Vinha em paz. Com uma moeda na mão, buscava alguém que a merecesse: sua boa ação daquele dia. Com ela, Outro sabia que qualquer Um, poderia ter alimento, teto, boa saúde, crescer, tornar-se letrado, enfim... usufruir do melhor das coisas. Quando Outro viu Um, parou radiante e estendeu-lhe a moeda. Perfeito! Completava sua benemerência. Entronizava-se nos benefícios dos céus. Um agradeceu a generosidade, mas não estendeu a mão para a moeda. Não aceitava a oferenda. “Não?!” O Outro estranhou: “um miserável não aceitar!?” Talvez ruídos na comunicação... e insistiu na oferta. Um disse que se o Outro quisesse dar-lhe alguma coisa, que lhe desse ouvidos por sete minutos: “apenas sete! só sete!” Desse, e Um estaria recompensado. Teria recebido o donativo. “Está bem!” O outro concordava. “Mas... porque sete?”. Com paciência secular, principiou falando dos sete pecados capitais e falou muito sobre eles. Bastante mesmo! Depois disse das sete idades do homem, dos sete planos da evolução, das sete virtudes humanas. “O sete – enfatizava – traz a ideia de totalidade, do completo!”. Argumentando acerca do sete na história, astronomia, teosofia, esoterismo, filosofia, física, e outros conhecimentos, Um passeava por todas as ciências, crendices e sabedoria popular, tirando o véu do número da perfeição. Assim, as sete rondas planetárias e as sete raçasraiz foram sendo vislumbradas, da mesma forma que os sete elementais, as sete divindades que regem a natureza. O significado do sete ia sendo disseminado ao vento. Estacionados em pé, ali na calçada, Um e Outro permaneceram dias e dias numa interminável interlocução. Um delírio, navegando entre o céu e o centro da terra, com gostoso gosto de mel. Depois de quase terem penetrado no insondável, Um perguntou ao Outro: “tenho agora os sete minutos de sua atenção?” O Outro disse sim apenas com o brilho dos olhos. Então Um falou: “para ser grande, sê inteiro. Nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes. Assim como em cada lago, a lua toda brilha, porque alta vive.” Dito isso, arrematou: “menor que meu sonho, não posso ser”, um micro poema de seu amigo poeta. Cravados sete minutos, sem necessidade de conferir o relógio, Um não abriu mais a boca, porque nada mais precisava ser dito. Acenou grato pelo tempo concedido, e assim foi se despedindo do Outro. Atravessou a rua, procurou o melhor jeito de ficar exposto ao sol e ali ficou. Ainda com coisas intrincadas mexendo por dentro, o Outro que tentava compreender melhor aquele encontro, viu que não demorou nada para Outra pessoa – agora com duas moedas, uma em cada mão – surgisse e se dirigisse ao Um. A Outra aproximou-se de Um, e a história se repetiria. O Outro, repentinamente sobressaltado, abandonou o caminho que deveria ir em frente e deu meia volta. Correu o mais rápido que pôde para chegar em casa. Agia como alguém que não poderia perder mais tempo. Vasculhou por todos os cantos até encontrar o “empoeirado” Fernando Pessoa. E logo que pegou o poeta, mergulhou no próprio. Não demorou muito gritou agoniado, como em um transe: “EU! DEVORANDO POESIA!?” Pensou que estivesse doente, delirando. Mas não estava não. É que Um tinha engravidado Outro. Pressentindo isso, voltou aos poemas.
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por Luiz Puntel
ZUZÔ Tinha consulta marcada e cheguei no horário previsto. O doutor Otto Rino me atendeu, todo sorrisos. Sentei-me confortavelmente à sua frente e ele iniciou a anamnese, as perguntinhas básicas: - O que o traz aqui, senhor? - Zuzô, doutor! – E baixei os olhos. Eu poderia ter falado acufeno, tinnitus, a terminologia técnica, mas soltei a tímida frase, explicando o que era zuzô. Ele sorriu e disparou, usando o meu neologismo: - É zuzô de grilo, de geladeira estragada, de apito? Me conte tudo, não esconda nada! Lembra chiado, escapamento de panela de pressão, barulho de chuva? É recidivo, ou intermitente? – Ele parecia ter mais zuzô que eu, já que metralhava perguntas, sem me ouvir. - Re-ci-di-vo?... in-ter-mi-ten-te! – O que fazer agora se eu estava sem o Aurélio por perto? - Vem de vez em quando ou é direto e reto? - Não, não, doutor! – eu agradecia a tradução instantânea. – Olha, lembra sirene de viatura policial em dia de perseguição a ladrão de banco! – finalmente eu consegui explicar o zuzô, o zumbido na zoreia! - Fantástico! - O senhor acha? – eu fiquei com cara de Ó! - E é intermitente? – ele largou a caneta, me olhando por cima dos óculos em taça. - Intermitente, eu confirmei, me lembrando que o barulho é direto e reto, sem direito a folga, feriados ou férias prolongadas. - Fantástico! – ele abandonou as anotações, levantou-se e, abrindo os braços, me chamou pro abraço. - Só falta ligar o giroscópio, doutor! – sorri, sem jeito, mas sem escapar do abraço. - Seja bem-vindo ao clube! – ele me abraçou forte, emocionado! Eu, sem entender nada, quis continuar a falar, a dar vazão à minha queixa de zuzô, mas ele, ainda emocionado, me segredou: - E o seu é o melhor dos zuzôs, sem dúvida nenhuma! - Melhor dos zuzôs, doutor? – eu finalmente conseguia me desvencilhar do abraço, voltando a me sentar, ou seja, despencar na cadeira. - Zuzô com som de grilo é café pequeno; de geladeira estragada, todos os dias me aparece alguém aqui com esta queixa boba. Agora, de viatura policial e com intermitência, é fantástico! - Tem cura, doutor? – eu tentava me safar da perseguição policial, com direito a giroscópio ligado, isto é, do barulho na zoreia. - Mas pra que cura? Eu mesmo já treinei mais de dezenas de zuzôs, e o melhor que consegui foi um mísero e tímido sonzinho de ambulância. Mas de viatura policial? Jamais! Isso é fantástico! Confesso que pensei sair de lá com receituário, direto para a farmácia, mas, me dando tapinhas nas costas – ainda bem que não foi na zoreia, ele me elevou a sócio do clube. Saí de lá com carteirinha de zuzista e, como é ano de eleições, saí com direito a me candidatar nas próximas eleições a presidente do clube. Fico aqui imaginando quando o bilau começar a cair em queda livre, ficando inapetente, sem vontadinhas, e eu ter que me valer da ajuda de um urologista. Se ele me disser “seja bem-vindo ao clube”, eu juro: meto a mão na fuça dele, ah, meto!
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curiosidades de esopo
A lebre e a tartaruga A lebre vivia a se gabar de que era o mais veloz de todos os animais. Até o dia em que encontrou a tartaruga. – Eu tenho certeza de que, se apostarmos uma corrida, serei a vencedora – desafiou a tartaruga. A lebre caiu na gargalhada. – Uma corrida? Eu e você? Essa é boa! – Por acaso você está com medo de perder? – perguntou a tartaruga. – É mais fácil um leão cacarejar do que eu perder uma corrida para você – respondeu a lebre. No dia seguinte a raposa foi escolhida para ser a juíza da prova. Bastou dar o sinal da largada para a lebre disparar na frente a toda velocidade. A tartaruga não se abalou e continuou na disputa. A lebre estava tão certa da vitória que resolveu tirar uma soneca. “Se aquela molenga passar na minha frente, é só correr um pouco que eu a ultrapasso” – pensou. A lebre dormiu tanto que não percebeu quando a tartaruga, em sua marcha vagarosa e constante, passou. Quando acordou, continuou a correr com ares de vencedora. Mas, para sua surpresa, a tartaruga, que não descansara um só minuto, cruzou a linha de chegada em primeiro lugar. Desse dia em diante, a lebre tornou-se o alvo das chacotas da floresta. Quando dizia que era o animal mais veloz, todos lembravam-na de uma certa tartaruga...
Moral: Quem segue devagar e com constância sempre chega na frente.
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